química inorgânica médica: direcionamento de elementos ... · 8 relaxação ( r1) • do ponto...
TRANSCRIPT
1
Elementos essenciais:Suplemento mineral(ex: Fe, Cu, Zn, Se)
Química Inorgânica Médica:Direcionamento de elementos Controle de toxicidade
Diagnose:RMN (ex: Gd, Mn)R-X (ex: Ba, I)
Terapia dequelação
Inibidoresenzimáticos
Agentesterapêuticos(ex: Li, Pt, Au, Bi)
Radiofarmacêuticos:Diagnósticos (ex:99mTc)Terapêuticos (ex:186Re)
Íon metálico (ácido de Lewis)
Ligante(base de Lewis)
1) Número de oxidação2) Propriedades nucleares3) Transporte ou remoção de
ligantes; direcionamento4) Transporte ou remoção de
metais; direcionamento5) Estrutura: reconhecimento
12
5
4
3
2
Agentes de contraste
Química Inorgânica em MedicinaQFL5818
Imagens por ressonância magnética (nuclear)
• 1946: Bloch & Purcell: Descoberta da RM • 1952: Nobel (Bloch & Purcell)• 1971: Damadian: Relaxação de tecidos sadios e
tumorais difere• 1973: Lauterbur: primeiras imagens com RM• 1973: Hounsfield: tomografia computadorizada• 1975: Ernst: RM com modulação de fase/freqüência, e
transformada de Fourier (base das imagens por RM atuais)
• 1977: Mansfield: imagem eco-planar (permitiria a obtenção de imagens em velocidade de vídeo)
• 1991: Nobel (Ernst)• 2003: Nobel (Lauterbur & Mansfield)
J. P. Hornak, The Basics of MRI, http://www.cis.rit.edu/htbooks/mri/chap-1/a1-0.htm
3
Transparência de materiais biológicos
http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/mod4.html
Agentes de Contraste para Imagens por Ressonância Magnética
Defeito na barreira hematoencefálica após ataque cardíaco
"Bluthirnschranke nach Infarkt nativ und KM" by Hellerhoff - Own work. Licensed under CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons -https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bluthirnschranke_nach_Infarkt_nativ_und_KM.png#/media/File:Bluthirnschranke_nach_Infarkt_nativ_und_KM.
png
Sem agente de contraste Com agente de contraste
4
Imagens por Ressonância Magnética
• Com agentes de contraste (AC’s): acréscimo de informações fisiológicas
• Agentes de contraste provocam grande alteração nas velocidades de relaxação dos prótons da H2O.
Hoje: ~35% das imagens por RM utilizam algum agente de contraste.
Aplicações típicas: estudo da perfusão de órgãos, avaliação da função renal e fisiologia da barreira hematoencefálica
Agentes de Contraste
Rev
ue
de
pri
mat
olo
gie
, D
OI
: 10
.400
0/p
rim
ato
log
ie.5
08
5
Efeito catalítico - 1 íon Gd3+ afeta milhões de prótons daágua por segundo
Peculiaridades da IRM• Ao contrário de outros métodos de imagem
(raio-X e radioisótopos), os AC’s não são visualizados diretamente, e sim os seus efeitos.– AC’s positivos: reduzem T1 (brilhantes em IRM)
• Exemplo: complexos de Gd3+, Mn2+ ou Fe3+
– AC’s negativos: reduzem T1 e T2 (escuros em IRM)• Exemplo: óxidos de ferro superparamagnéticos
Elétrons desemparelhados reduzem drasticamente T1 e T2: logo, complexos metálicos paramagnéticos são os AC’s (positivos) de
escolha para IRM
Íons mais empregadosGd3+ ���� 7 elétronsMn2+ ���� 5 elétronsFe3+ ���� 5 elétrons
AC exógeno
AC endógeno/exógeno
AC endógeno
6
Ln3+ Elétrons desemp
Ce 1 (4f1)
Pr 2 (4f2)
Nd 3 (4f3)
Pm 4 (4f4)
Sm 5 (4f5)
Eu 6 (4f6)
Gd 7 (4f7)
Tb 6 (4f8)
Dy 5 (4f9)
Ho 4 (4f10)
Er 3 (4f11)
Tm 2 (4f12)
Yb 1 (4f13)
Lu 0 (4f14)
Gd3+
Apesar do elevado paramagnetismo e da coordenação direta com várias moléculas de H2O, a administração do íon livre é impraticável devido à sua elevada toxicidade (a partir de doses ~10 – 20 µµµµmol.kg-1)
Normalmente são administrados sob a forma de complexos com aminopolicarboxilatos (log KML~ 20)
NNN-OOC
-OOC COO-COO-COO-
Gd3+
[Gd(dtpa)]2-
Magnevist® (Schering)
1º. AC aprovado para uso clínico(1988)+ de 20 milhões de pacientes
Um paciente recebe ~ 1 – 3 g de Gd por tratamento (!) (0.1 – 0.3 mmol/kg)
J B
iolI
norg
Che
m(2
014)
19:
127–
131
7
Gd3+
N N
NN
COO-
COO--OOC
-OOC
Gd3+
N N
NNCOO--OOC
-OOC
OH
NNN
-OOC COO-COO-
NHNH
O
O
Gd3+
[Gd(dota)]-
DOTAREM (Guerbet)
[Gd(hpdo3a)]PROHANCE (Bracco)
[Gd(dtpabma)]2-
OMNISCAN (Nycomed)Aplicação especial: barreira hematoencefálica
NC = 9
J B
iolI
norg
Che
m(2
014)
19:
127–
131
Gadoxetic acid (Eovist™)
Gadofosveset (Ablavar™)
8
Relaxação (r1)
• Do ponto de vista do planejamento de novos AC’s, dois fatores são importantes por aumentar suas relaxações:
q (número de H2O ligadas)ττττR (tempo de reorientação rotacional)
• Ambos: quanto maiores, melhor.• Magnevist, Dotarem, Omniscan, ProHance: r1 ~
3.7 – 4.6 mM-1s-1
q (número de águas ligadas)
• Quanto maior, melhor.– Moléculas de H2O ligadas estão em rápida troca
com as do ambiente, provocando um aumento global das relaxividades.
• Entretanto;a) quanto maior, menor a estabilidade termodinâmica
do complexo e, portanto, maior a toxicidade;b) quanto maior, maior a probabilidade de “supressão”
após interações com proteínas (Asp ou Glu)
9
τR (tempo de reorientação)
• Quanto mais “lento” o AC, melhor.• Estratégia: unir o AC a uma espécie mais
pesada:– ligação covalente com um substrato
macromolecular;– formação de adutos (não covalentes) com um
sistema de movimento vagaroso (ex.: HSA, lipossomos)
OPOO
O
O3
COO-I
CONH
I
I
NH
NH H
OH
OHCOO-
O
KA = 9x104 M-1
r1 = 37,2 mM-1s-1KA = 2x104 M-1
r1 = 44,0 mM-1s-1
KA = 4,5x103 M-1
r1 = 19,9 mM-1s-1KA = 3,2x104 M-1
r1 = 25,7 mM-1s-1
Gd3+ Sítio de
reconhecimento
Exemplos de sítios de reconhecimento para a interação com HSA (As relaxações se referem ao sistema complexo-espaçador-HSA)
10
Gd: onde estamos; para onde vamos?
• Pacientes com problemas renais crônicos + Gd = Fibrose Sistêmica Nefrogênica– Aparentemente, associada à
estabilidade do AC.
• Taxa de sucesso de AC baseados em Gd: 8% (taxa de sucesso de um fármaco para terapia: 0,02%)
• Desafios:– r > 100 mM-1s-1
– Outros Ln? (Eu3+)– Outros AC’s para portadores
de doenças renais crônicas (ex: óxidos Fe nanoparticulados; complexos bimetálicos Fe-Mn)
– Targeting específicos– AC’s multimodais (para T1 e
T2)– AC’s responsivos
(“inteligentes”): respondem a biomoléculas, metais, pH...
J B
iolI
norg
Che
m(2
014)
19:
127–
131
Complexos de radionuclídeos
Química Inorgânica em MedicinaQFL5818
11
Radioisótopos
• Permitem doses muito menores• Amplamente utilizados no diagnóstico de
complicações cardíacas, tumores, infecções, problemas renais ou hepáticos, e doenças neurológicas– No caso de tumores: imagem guiam a biópsia
• Tecnologia no desenvolvimento de novos equipamentos também contribuiu para a popularização desse método diagnóstico
J B
iolI
norg
Che
m(2
014)
19:
127–
131
12
Tecnécio 99m• “Cavalo de batalha da Medicina Diagnóstica”
– 27 fármacos com 99mTc aprovados pelo FDA– Cardiolite® e Myoview®: USD 675 mi/2007 (num
mercado onde a média de vendas anual é ~6× menor)– Dezenas de milhares de diagnoses/ano: radioisótopo
mais usado• Tc apresenta 9 estados de oxidação (-1 a +7) e NC de 4 a
9: ampla variedade de complexos possíveis
• Emissão: 89% γ: baixa exposição à radiação para o paciente
Metaestável: produto de decaimento que ainda está excitado, e perdura mais do que o normal
Tecnécio 99m
(estável)
99
s)(200000ano
99
(6,02h)
99m
(66h)
99 RuTcTcMo →→→−− βγβ
Gerador IPEN-TEC
Coluna cromatográfica com 99MoO42-
sobre alumina
Eluição com NaCl
Obtenção de NaTcO4(pertectenato de sódio)
Radiofármaco per se
Marcação de ligantes(especificidade)
Hospitais recebem 99Mo e “ordenham” o 99mTc: Geradores de Tc
13
Gerador de tecnécio 99m
• Um gerador:– é carregado com
alguns microgramas de 99Mo,...
– ... produz 99mTc por 1 semana...
– ... em quantidade para ~10 mil diagnósticos.
– Brasil consome 1 mg 99mTc/semana (*)
(*)
htt
p:/
/ww
w2.
uo
l.co
m.b
r/sc
iam
/art
igo
s/m
olib
den
io-9
9_cr
ise_
e_o
po
rtu
nid
ade.
htm
l
NaCl
Coluna c/ 99Mo
Pertectenato
Bro
okh
aven
Nat
ion
alL
abo
rato
ry
Radiofármacos de Tc
N
NN
NO
H
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3CH3
Tc
O
O
Ceretec®
O complexo lipofílico é convertido a um metabólito hidrofílico, quefica retido no cérebro. Utilizado para acompanhar o fluxo sangüíneoem casos de apoplexia e/ou acidente cardiovascular.
14
Radiofármacos de Tc
CN
O
CN
O
C
N
O
C
N
O
CN
O
C N
O
Tc
+
Cardiolite®
• Princípio de funcionamento: Complexo catiônico lipofílico penetra por canais de K+
• No fígado, os grupos OCH3são convertidos a OH• Maior hidrofilicidade do metabólito impede a entrada no miocárdio.
Escassez de Tc• 2 reatores (Canadá e
Holanda), responsáveis por ~75% da produção mundial de 99Mo, estão praticamente obsoletos (40 anos de idade)
• “Apagões” na oferta devido a manutenções
• Alternativa 1: Reator MultipropósitoBrasileiro (Iperó, 2017)
• Alternativa 2: Outros radionuclídeos (67Ga, 68Ga)
15
(Metalorradioterápicos)
J B
iolI
norg
Che
m(2
014)
19:
127–
131
Terapia/Medicina Paliativa
Terapia de Quelação
Química Inorgânica em MedicinaQFL5818
16
Terapia de quelação
• A administração de drogas quelantes tem por objetivo facilitar a excreção de íons metálicos do sistema (ex.: radioisótopos, metais pesados, ferro)
• No caso do ferro, as sobrecargas se originam basicamente de doenças como hemocromatose, mas também podem ser induzidas (ex.: pacientes transfundidos).
Terapia de quelação (Pb, Cd, Hg)
SH
SH
OH
N
ONaN
ONa
O
O
O
O
O
OOH
OH
O
O
SH
SH
2,3-dimercapto-1-propanol(BAL = British Anti-Lewisite) Ca
CaNa2edtaÁcido dimercapto-succínico (DMSA)(Ácido 2,3-bis-sulfanilbutanodióico)
OHOH
O
O
SH
SH
OH
O
NH
SH
CH3
O
CH2
CH CH2
SH
SH SO3Na
Ácido dimercapto-succínico (DMSA)(Ácido 2,3-bis-sulfanilbutanodióico)
N-acetil-penicilamina (NAP)
2,3-dimercapto-1-propanossulfato de sódio (DMPS)(Unitiol; Dimaval(R))
Uso de princípios de Química de Coordenação para a escolha de ligantes:1) Átomo doador (“ácidos e bases duros e moles”)2) Efeito quelato
17
Química inorgânica do Fe
0 1 2 3 4 5 6
-2.8
-2.4
-2.0
-1.6
-1.2
-0.8
-0.4
0.0
Meio alcalino
NE
0 (V
)
Nox
Meio ácido
Nox Fe Exemplo
-2 d10 [Fe(CO)4]2-
-1 d9 [Fe2(CO)8]-
0 d8 [Fe(CO)5]
1 d7 [Fe(H2O)5NO]2+
2 d6 [Fe(H2O)6]2+
3 d5 [Fe(CN)6]3-
4 d4 [Fe(diars)2Cl2]2+
5 d3 FeO43-
6 d2 FeO42-
7 d1 ?
8 d0Fe em pH muito
alcalino
Fe3+ - ácido duro (OH-, NH3…)Fe2+ - ácido intermediário (N imidazólico)
Efeito dos ligantes em E0 (Fe3+/Fe2+; V):nenhum +0,11phen +1,15citrato +0,1adp +0,1edta +0,12ferritina -0,19cyt c +0,26transferrina -0,40desferal -0,45
Ferro em meio aquoso (I)Características
Fe2+
Fe3+e- e-
E0O2, pH 7,0 = + 0,820 V
E0NAD+, pH 7,0 = - 0,320 V
E0Fe(III), pH 7,0 ~ + 0,11 V
Forma assimilável em condições fisiológicas
•transporte transmembrana•síntese do heme•estoque em ferritina
Forma estável e insolúvel em condições
fisiológicas [O2], pH, T
Fe2+ é lábil ���� ktroca ~ 107 s-1
Fe3+ é inerte ���� ktroca ~ 103 s-1
Labilidade é crucial para rápida complexação
18
Ferro em meio aquoso (II)Espécies Reativas de Oxigênio
)2HOFeOHFe(
FeOHOHOHFe
)OOH2H(2O
OFeOFe
-
2
2
22
3
3
22
2
222
SOD-
2
-
2
3
2
2
+•++
+−•+
+•
•++
++→+
++→+
+ →+
+→+
hidroxila radicalOH
peróxidoOH
superóxidoO
22
-
2
•
•
OH....:.
Reação deHaber-Weiss
Reação deFenton
lenta
E0 = 2,31 Vk ~ 107 – 1010 M-1s-1
Ferro em meio aquoso (III)Hidrólise
Reações de hidrólise do Fe3+, 25ºC *
Reação pKa
Em pH < 1,0: [Fe(H2O)6]2+ e [Fe(H2O)6]
3+
Fe3+ + H2O ���� Fe(OH)2+ +H+ 2,2
2 Fe3+ + 2 H2O ���� Fe2(OH)24+ + 2 H+ 2,9
Fe (OH)2+ + H2O ���� Fe(OH)2+ +H+ 3,5
Fe(OH)2+ + H2O ���� Fe(OH)3↓↓↓↓ +H+ 6
Fe(OH)3 + H2O ���� Fe(OH)4- +H+ 10
* Moléculas de H2O adicionais ligadas ao Fe não são mostradas
KPS Fe(OH)3 ~ 10-38 ���� aumenta a auto-oxidação do Fe(II) por ação de massas
Ou seja, o meio fisiológico deve oferecer proteção contra precipitação (complexação) e/ou um eficiente sistema redutor (enzimático)
19
Ferro em meio aquoso (IV) Espécies Polinucleares de Fe
Pontes µµµµ-hidroxo
“Rusticle”: mistura de óxidos, carbonatose hidróxidos de Fe e de uma comunidade
que envolve fungos e bactérias (entre elas, Halomonas titanicae)
Fatos férreos de importância biológica:
• Fe3+ é mais comum, e precipita em meioaquoso.
• Isso é evitado pela quelação.
• Entretanto, quelação“errada” pode espalharformas até entãoinertes de ferro econtributir para a geração de ROS.
N
O
OH
NH2
(CH2)5
NNH
(CH2)5
N
OH
OHO
O O
NH
(CH2)5
NH
(CH2)5
N
O
OH
O
N
NN
OH
OH
O
OH
NN OH
OO
OH
O
OH OH
O
Fe FeON
O O
O
O
O
Asp
His
TyrTyrFe atom must have its 6
coordination positions blockedin order to prevent the formationof ROS.
Fe binding site in transferrinDeferiprone
Desferrioxamin
EDTA
Deferasirox
Fe-edta é redox-ativo
20
Exposição ao ferroRotas menos
freqüentes(metalofármacos):
• Suplementos(complexos com aminoácidos ouaçúcares)
• Anti-hipertensivo(nitroprussiato)
• Nanomateriaismagnéticos
Fe3+
C
C
NC
C
C
N
N
ON
N
N
•Separação magnética•Agentes de contraste•Hipertermia
Fe2+; heme: ����Fitatos, fosfatos: ����
Homeostase do ferro
HemoglobinFerritinMioglobinHeme enzymesTransferrinOther
• Perdas:– Escamação de mucosa intestinal e
células epiteliais– Urina, bile– Menstruação– Sangramentos acidentais– Reposição: 18 mg/dia
Não existe um mecanismo dedicado de eliminação de excesso de ferro.
Nos organismos:
Andrews, N. C. (2000) Nature Reviews Genetics 1(3): 208-217.
Totais: ���� ~ 3 g���� ~ 2 g
21
Caminhos de ferro
Andrews, N. C. (2000) Nature Reviews Genetics 1(3): 208-217.
DMT1 = Divalent Metal Transporter 1
Transferrina
Mudanças conformacionais induzidas pelacomplexação de Fe: estrutura “aberta” da apo-Tfconverte-se numa “fechada” quando o domínio noqual ocorreu a ligação do metal passa por umarotação e prende o átomo metálico dentro doesqueleto peptídico, dificultando a hidrólise e/ouliberação espúria do mesmo.
holoTf apo-Tf
Sítios de ligação: Semelhantes nos dois domínios.Característica distintiva das transferrinas: anecessidade de um íon sinergístico (normalmenteCO3
2-) para permitir a ligação do metal.- Completa o ambiente de coordenação octaédrico, erico em oxigênio- Pode ter um papel na etapa da liberação do metal nomeio intracelular.
22
DMT1 = Divalent Metal Transporter 1;
TFR = Receptor de transferrina (reconhece apenas a forma “fechada” da Fe2Tf, e não a “aberta” da apo-Tf)
Meia-vida da Tf: ~8 dias. Nesse ínterim, efetua de 100 a 200 ciclos de transporte de Fe.Cada ciclo dura ~15 minutos.
Ciclo da transferrina
Andrews, N. C. (2000) Nature Reviews Genetics 1(3): 208-217.
130 Å espessura: 30 Å
Ferritina
Capacidade de estoque de Fe3+:
•4500 átomos (baço)•2000 a 3000 (fígado)•1000 a 2000 (cérebro)
23
Homeostase do ferro
HemoglobinFerritinMioglobinHeme enzymesTransferrinOther
Nos organismos:
Andrews, N. C. (2000) Nature Reviews Genetics 1(3): 208-217.
Totais: ���� ~ 3 g���� ~ 2 g
Homeostase do ferroNa célula:
Anderson, GJ. Am J Hematol (2007) 82:1128-1131; Ganz T. Curr Opin Hematol 2004;11:251–254; Hugman A. Clin Lab Haematol 2006;28:75–83
Hepcidina ↑↑↑↑Fe ↑↑↑↑ hepcidina ↓↓↓↓FPN
Hershko et al. Ann. N.Y. Acad. Sci. (1998) 850:191–201; Breuer et al. J. Biol. Chem. (1995) 270:24209–24215
Labile Iron Pool (LIP):• ~ 0.3 µµµµM• altamente reativa• tempo de tráfego ~ 1 – 2 h
Há fortes evidências indicando um papel da hepcidina na patogênese de disfunções por sobrecarga de
ferro
24
Metabolismo do ferro: disomeostase
Disability-adjusted life year for iron-deficiency anemia per 100,000 inhabitants
in 2004 (WHO)
Metabolismo do ferro: disomeostase
Sobrecarga de Fe primária e secundária
Primária (hereditária)
� Resulta de um defeito primário na regulação do balanço de ferro, p. ex. hemocromatose hereditária
Secundária (adquirida)
� Causada por outra condição ou seu tratamento
� Eritropoiese ineficiente e anemias que requerem repetidastransfusões de sangue (p. ex., talassemia, anemia falciforme, síndromes mielodisplásticas)
� Ingestão tóxicaFeder JN et al. Nat Genet 1996;13:399–408; Porter JB. Br J Haematol 2001;115:239–252
25
Hemocromatosehereditária
• Mutações na proteína reguladora HFE, que no estado normal liga-se com elevada afinidade ao receptor de transferrina, modulando a absorção do metal.
• Uma das disfunções genéticas mais comuns
• Acúmulo no fígado; diabetes, pigmentação, problemas cardíacos, cirrose, artrite, câncer hepático, dores abdominais crônicas, fadiga, risco de infecção bacteriana.
• 5:1 (homens:mulheres). Afeta população européia-ocidental (caucasiana). Primeiros sintomas entre 30-50 anos.
Talassemia
• Anemia de Cooley, Anemia Mediterrânea
• Disfunção hereditária provocada pela produção escassa de globinas.– Diferença com anemia
falciforme: globinas não-funcionais
• Globina alfa e beta �talassemia alfa e beta (maior, menor, intermediária)
RBC normal
αααα - talassemia
ββββ - talassemia
26
Transfusões causam sobrecarga de ferro
• 1 unidade de sangue contém 200 mg Fe
• Um talassêmico de 60 kg recebendo 45 unidades de sangue por ano tem uma absorção transfusional de 9 g Fe/ano– 0,4 mg Fe/kg/dia
• Além disso, até 4 mg/dia podem ser abosrvidos pelo intestino– Até 1,5 g Fe/ano
• Sobrecarga pode ocorrer depois de 10–20 transfusões
200–250 mg Fe:Sangue total: 0,47 mg Fe/mL Eritrócitos “puros”: 1,16 mg Fe/mL
Porter JB. Br J Haematol 2001;115:239–252
Sobrecarga de Fe é uma conseqüênciainevitável de múltiplas transfusões de
sangue
Acesso de ferro às células
Ozment, CP. Biochimica Et Biophysica Acta-General Subjects (2009) 1790:694-701; Porter JB. Am J Hematol 2007;82:1136–1139
Fe-transferrinaAbsorção
controlada
NTBI
Absorção não-controlada
Dano a organelas
Geração de radicais livres
Fe funcional
Fe lábil
Armazenamento de Fe
27
Toxicidade de Fe no nível celular
Mitochondrion
DNA
ProteinLysosomes
1. 33 g of ROI (reactive O intermediates) produced per day*
endoplasmic reticulum
OH.
ROS
2. LPI present in systemic iron overload leads to accumulation of labile cell iron (LCI)
LCI
LPI
ROI are normally converted towater by resident enzymes SOD and GPX
*Up to 3 kg ROI/day in inflammation!
4. OH· radicals are highly reactive and can modify DNA, proteins and lipid components
of cells
3. ROI react with LPI producing noxious ROS, e.g. OH· radicals
O2
Fe
Fe Fe
H2O2 Lipidperoxidation
Oxidations: CO, met, tyr Base
oxidation
O2
*Courtesy of Professor Ioav Cabantchik, Hebrew University of Jerusalem, Israel
Sideróforos: moléculas que evoluíram para resolver o problema da biodisponibilidade
“Ácidos e bases duros e macios” Efeito Quelato
Reação de Cd2+ com amônia
(monodentado) ou
etilenodiamina (en, bidentado)
Número de ligantes log β
2 NH3
(1 en)
4.95
(5.84)
4 NH3
(2 en)
7.44
(10.62)
“maior estabilidade de complexos quelatocomparada com seus análogos não-quelatos”
“ácido duro forma complexos mais estáveis com bases duras, e ácidos macios formam complexos
mais estáveis com bases macias”
28
Albrecht-Gary A. M.; Crumbliss A. L. Metal Ions in Biological Systems 1998, 35, 239
NO
R R'
OHFe3+(aq) N
O
R R'
OFe
H+
Fe3+(aq) 2H+
HO OH O OFe
HO
R
OHFe3+(aq) 2H+
O
O
R
O
O
Fe
R R
+ +
1
+ +
2
+ +
Ambientes de coordenação comuns em sideróforos
Hidroxamato
Catecolato
αααα-hidroxicarboxilato
Enterobactina
49
63
3
10]][ent[Fe
][Fe(ent)==
−+
−
fK
tris-catecolato
Literalmente, dissolve pedras!
NH
O
OH
OH
NH
O
OH
OH
NH O
OH
OH
O
O O
O
O
O
29
Marine siderophores
Sideróforos marinhos baseados em citrato
Sideróforos marinhos anfifílicos. (a) marinobactinas; (b)aquaquelinas; (c) anfibactinas
Iron is poorly available in seawater.
Speciation calculations in seawater (NaCl 0.7 M, pH 8.1, 25ºC)predict that virtually all iron is oxidized (+3) with KPS ~10-11.
Eixo Ferro/Infecção
• Somália: refugiados com anemia ferropriva recebendo suplementação apresentaram 5x mais infecções (inclusive reativação de malária pré-existente) em relação a grupo placebo.
• Triagem de suplementação infantil na Ilha Pemba (TAN): sérios efeitos colaterais (incluindo mortes)
• HH aumenta a vulnerabilidade a Vibrio.
Drakesmith & Prentice, Science 2012(338):768-772
30
Host-pathogen battle for iron
Some pathogensevolvedmechanisms to acquireiron frommacrophages (eg, Leishmania)
Drakesmith & Prentice, Science 2012(338):768-772
Batalha pelo ferro entre o hospedeiro e o parasita:
a) A enterobactinaremove ferro da transferrina;
b) Siderocalinaintercepta o complexoFe(enterobactina)
c) Bactérias produzemoutros sideróforos, comop. ex. salmoquelina.
salmochelin
enterobactin
siderocalin
transferrin
31
Tratamento de sobrecarga de ferro
• Flebotomia• Terapia de quelação
– Desferrioxamina (DFO)– Deferiprona (L1)– Deferasirox
Intravenoso8h/dia por toda
a vida~US$ 25/dia
Ativos via oral
N
O
OH
CH3
CH3N
NN
OH
OH
O
OH
NNH
CH3 N NH
N
O
OH
O
O
OH
O
NH2
O
OH
CH3 SO3H.Deferasirox
DeferipronaDFO mesilato
Requisitos do quelante
N
O
OH
NH2
(CH2)5
NNH
(CH2)5
N
OH
OHO
O O
NH
(CH2)5
NH
(CH2)5
N
O
OH
O
N
NN
OH
OH
O
OH
NN OH
OO
OH
O
OH OH
O
Fe FeON
O O
O
O
O
Asp
His
TyrTyrO átomo de Fe deve ter as
6 posições de coordenação bloqueadas para evitar a formação de radicais livres.
Sítio de ligação do Fe na TfDeferiprona
Desferrioxamina
EDTA
DeferasiroxFe(edta) é redox-ativo.
Outro requisito
desejável: absorção via
oral
32
Constantes de estabilidade (pK)
DTPA DFO EDTA L1(deferiprona)
Fe3+ 28.6 30.6 25.1 35.0
Cu2+ 21.0 14.0 18.4 19.6
Co3+ 19.0 11.0 16.1 11.7
Zn2+ 18.4 11.1 16.6 13.5
Kontoghiorges, Toxicol. Lett. 1985:80,1-18
Estabilidade×
Seletividade