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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
ERALDO BULHÕES CABRAL
QUÍMICA MINERAL DO STOCK FOIDOLÍTICO ITAJU DO COLÔNIA, SUL DA BAHIA
SALVADOR 2008
- ii -
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
QUÍMICA MINERAL DO STOCK FOIDOLÍTICO ITAJU DO COLÔNIA, SUL DA BAHIA
ERALDO BULHÕES CABRAL
Orientador:
Dr. Herbet Conceição
Co-Orientadora:
Dra. Maria de Lourdes da Silva Rosa
Salvador-Bahia
- 2008 -
- iii -
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
QUÍMICA MINERAL DO STOCK FOIDOLÍTICO ITAJU DO COLÔNIA, SUL DA BAHIA
ERALDO BULHÕES CABRAL
Monografia apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Geologia pela Universidade
Federal da Bahia
Orientador: Prof. Dr. Herbet Conceição
Co-Orientadora: Profa. Dr.ª Maria de Lourdes
da Silva Rosa
SALVADOR-BAHIA - 2008 -
- iv -
C117 Cabral, Eraldo Bulhões,
Química Mineral do Stock Foidolítico Itaju do Colônia, Sul da Bahia / Eraldo Bulhões Cabral. Salvador _ 2008.
61 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Herbet Conceição. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) – Graduação em
Geologia. Instituto de Geociências. Universidade Federal da Bahia, 2008.2
1. Rochas ígneas alcalinas - Bahia. 2. Geoquímica. 3. Nefelina sienitos. I. Conceição, Herbet. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências. III. Título.
CDU 552.33(813.8)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
ERALDO BULHÕES CABRAL
QUÍMICA MINERAL DO STOCK FOIDOLÍTICO ITAJU DO COLÔNIA, SUL DA BAHIA
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da
Bahia, pela seguinte banca examinadora:
1o Examinador – Dr. Herbet Conceição – Orientador Doutor em Geologia Universidade Federal da Bahia, UFBA 2o Examinador – Dr. Basílio Elesbão da Cruz Filho Doutor em Geologia Serviço Geológico do Brasil, CPRM 3o Examinador – Dra. Maria de Lourdes da Silva Rosa Doutora em Geologia Universidade Federal de Sergipe, UFS
Salvador, 5 de dezembro de 2008
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DEDICATÓRIA Aos meus sobrinhos Aira, Letícia e Ricardinho (que ainda vai nascer em dezembro),
que sempre me fazem sorrir com suas irreverências de criança.
A minha Vó Virgínia e a minha madrinha tia Edna pela minha formação acadêmica.
Aos meus pais, Antônio e Neuza e irmãos Wagner e Neyla pelas palavras de carinho
e incentivos.
A minha namorada Brisa que está presente em todos os momentos da minha vida.
- vii -
AGRADECIMENTOS Ao fim desse trabalho, gostaria de expressar a minha gratidão pelas variadas formas
de ajudas que me foram concedidas, desde os pensamentos positivos até às
intermináveis dúvidas tiradas por professores e colegas.
Devo, contudo, lembrar de algumas pessoas que, com certeza, influênciaram muito
no desenvolvimento deste trabalho.
Antes e acima de tudo, agradeço a Deus, todos os dias, por me acompanhar sempre
e proporcionar tudo que já alcancei.
A minha vó e a minha madrinha pela preocupação constante com a minha
educação.
Aos meus pais, irmãos e sobrinhos que sempre compreenderam as minhas
ausências e pelo enorme carinho e incentivo diário.
A minha namorada Brisa, que esta sempre ao meu lado, tornando alegre os
momentos mais difíceis.
Ao professor Herbet Conceição, pelos incentivos, assistência e paciência, fazendo
com que o aprendizado se tornasse mais fácil e agradável.
Aos amigos: André, Carlito, Diego, Gilcimar, Jofre, Natanael, Marcelo Silva,
Portugal, e aos colegas de GPA.
- viii -
RESUMO
Esse estudo teve por objetivos compreender melhor a evolução química dos minerais
e as texturas das rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. Esse stock localiza-se no sul
da Bahia, aflora por aproximadamente 1 km2, e sua idade U-Pb em titanita de 732 ± 8 Ma, o
correlaciona a Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia. Ele contém a maior reserva
brasileira de sodalita sienito de cor azul a qual é explotada para fins ornamentais e artefatos
de joalheria.
O corpo em estudo tem forma elipsoidal e encontra-se encaixado em metamorfitos
arqueano-paleoproterozóicos. Os contatos com as encaixantes fazem-se de forma brusca,
sendo frequentemente marcados pela presença de diques de sienito. O estudo petrográfico
realizado permitiu identificar a presença de três conjuntos foidolitos tendo-se por base o
conteúdo modal da sodalita: (i) 12% a 15%, (ii) 37% a 45% e (iii) 64%. Essas rochas têm
como minerais, além da sodalita, o feldspato alcalino pertítico, aegirina, nefelina, albita,
cancrinita, biotita, mica branca e minerais acessórios de carbonatos, zircão, titanita, apatita e
minerais opacos.
Os dados químicos dos minerais permitiram identificar a presença de aegirina
praticamente pura, feldspatos reequilibrados a baixas temperaturas, nefelina com baixo
conteúdo na molécula de quartzo, biotita rica na molécula de annita (Fe/[Fe+Mg]>96),
sodalita com conteúdos de cloro entre 6 e 7%, e ainda a presença de analcima, calcita,
magnetita e paragonita.
Os dados geoquímicos dessa rocha total revelaram que esses foiditos apresentam
conteúdo total de álcalis superior aos dos nefelina sienitos usuais da literatura. Eles são
peralcalinos e sua evolução química é similar àquela da suíte sub-saturada em óxido de
silício da Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia. Em diagramas de Harker observa-se
decréscimo em todos os elementos dosados com a diminuição do SiO2, exceto para o Na2O
e Al2O3, refletindo a cristalização importante da sodalita no final.
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ABSTRACT
This study aims better understand the textures and mineralogical chemical evolution
of the rocks from the Itaju do Colônia Foid-Stock. This stock is located on the South part of
Bahia State, and is a small body with almost 1 km2 of area, been aged at 732 ± 8 Ma (U-Pb
on titanite), which allow it to be correlated with the South Bahia Alkaline Province. It contains
the biggest blue colored sodalite-syenite mine of Brazil, which have been exploited as
dimensional stones and as jewelry.
The studied massif has an ellipsoidal shape and intrudes Archaean-
Palaeoproterozoic metamorphic terrains. The contacts between this syenite and the country
rocks are abrupt, usually showing syenitic dikes along. The petrographic studies allow the
identification of three foid-groups of rocks, on the base of the modal sodalite contents: (i)
12% to 15%, (ii) 37% to 45% e, (iii) > 64%. The mineralogy of these rocks have, despite the
blue sodalite, pertitic alkaline feldspar, aegirine, nepheline, albite, cancrinite, biotite, white
mica, and accessory minerals as carbonates, zircon, apatite and opaque minerals.
The geochemical investigation show the existence of aegirine, feldspars (as low-
temperature re-equilibrium phases), low quartz molecular content nepheline, annita rich
biotite (Fe/[Fe+Mg]>96), sodalite with 6% < Cl < 7%, and the presence of analcime, calcite,
magnetite and paragonite.
These lithogeochemical data reveals high total alkalis contents for this foid-rocks,
higher than the ones reported as usual to the nepheline-syenites on the literature. These are
peralkaline rocks, and their chemical evolution is similar as the sub-saturated suite of South
Bahia Alkaline Province. The Harker diagrams show lower contents of all major elements
regarding silica impoverishment, except by Na2O and Al2O3, which reflect the importance of
sodalite on the end of crystallization.
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ÍNDICE
DEDICATÓRIA v AGRADECIMENTOS vi RESUMO vii ABSTRACT viii ÍNDICE ix LISTA DE FOTOGRAFIAS xi LISTA DE FIGURAS xii LISTA DE TABELAS xiii LISTA DE MICROFOTOGRAFIAS xivi CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO 1 I.1 – APRESENTAÇÃO 2 I.2 – OBJETIVO DO ESTUDO E MOTIVAÇÕES 2 I.3 – LOCALIZAÇÃO E ACESSO 3 I.4 – METODOLOGIA 4 I.4.1 – Levantamento Bibliográfico 4 I.4.2 – Seleção de Amostras 4 I.4.3 – Estudos Petrográficos 6 I.4.4 – Química Mineral 6 I.4.5 – Química de Rochas 7 I.4.6 – Tratamento dos Resultados 7 I.5 – Estrutura da Monografia 8
CAPÍTULO II. GEOLOGIA REGIONAL 9 II.1 – INTRODUÇÃO 10 II.2 – EMBASAMENTO 10 II.3 – DIQUES 10 II.4 – GRUPO RIO PARDO 11 II.5 – ROCHAS ALCALINAS 11 II.6 – COBERTURAS TÉRCIO-QUATERNÁRIAS 11 II.7 – GEOLOGIA DO STOCK SIENÍTICO ITAJU DO COLÔNIA 11
CAPÍTULO III. PETROGRAFIA 15 III.1 – INTRODUÇÃO 16 III.2 – FÁCEIS SIENITO COM 12 – 15% DE SODOLITA 16 III.3 - FÁCEIS SIENITO COM 37 – 45% DE SODOLITA 21 III.4 - FÁCEIS SIENITO COM 64% DE SODOLITA 25 III.5 – CONCLUSÕES 28
CAPÍTULO IV. QUÍMICA MINERAL 30 IV.1 – INTRODUÇÃO 31 IV.2 – FELDSPATOS ALCALINOS 31 IV.3 – AEGIRINA 31 IV.4 – NEFELINA 37
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IV.5 - MAGNETITA 37 IV.6 – BIOTITA 37 IV.7 – MICA BRANCA 37 IV.8 – SODALITA 44 IV.9 - ANALCIMA 44 IV.10 – CANCRINITA 44 IV. 11 – CARBONATO 44
CAPÍTULO V. GEOQUÍMICA 48 V.1 – INTRODUÇÃO 49 V.2 – NORMA CIPW 49 V.3 – DIAGRAMA DE CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA 49 V.4 – DIAGRAMA DE SATURAÇÃO EM ALUMÍNIO 52 V.5 – DIAGRAMA DE HARKER 52 V.6 – COMPORTAMENTO DO Rb, Ba e Sr. 52
CAPÍTULO IV. CONCLUSÕES 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58
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LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 1
Imagem do morro que representa o Sotck Foidolítico Itajú do Colônia.
13
Fotografia 2
Textura pintada do sodalita sienito abundante na mina da Fazenda Hiassu.
13
Fotografia 3
Textura de sodalita sienito. 13
Fotografia 4
Imagem do sodalitito de cor azul. As regiões de cor branca nessa rocha correspondem a cristais de albita.
13
Fotografia 5
Estrutura de ocorrência dos aegirina sodalita sienito. A tonalidade esverdeada corresponde a uma camada de aegirina maciça.
13
Fotografia 6
Bolsão pegmatítico com grandes cristais de sodalita (azul), calcita (rosa) e biotita (preta).
13
Fotografia 7
Porção de um dique pegmatítico, de natureza nefelina carbonatítica, onde a tonalidade esverdeada corresponde a grande cristal de nefelina e a parte avermelhada corresponde a calcita.
13
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LISTAS DE FIGURAS
Figura 1
Mapa geológico simplificado da Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia- PASEBA
3
Figura 2
Mapa de localização e acesso 5
Figura 3 Esquema geológico simplificado do Stock Foidolítico Itaju do Colônia elabora do a partir do mapa geológico apresentado por Fujimori (1978)
12
Figura 4
Diagrama, PAF 17
Figura 5
Esquema apresentando a ordem de cristalização dos minerais com base nas relações texturais observadas.
29
Figura 6 Gráfico obtido utilizando-se o programa SolvCalc® 2.0 (Shaoxiong & Nekvasil 1994). Precisão de dados na figura é de ± 2 % para as análises de feldspatos alcalinos Itaju do Colônia
34
Figura 7 Diagramas para classificação de piroxênios segundo Morimoto et al. (1988) aplicado para piroxênios do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. [A] Diagrama Q = Ca+Mg+Fe2+ versus J = 2Na. [B] Diagrama ternário Q = (Wo+En+Fs), Jd = (NaAlSi2O6) e Ae = (NaFe3+Si2O6).
36
Figura 8 Diagrama Nefelina (Ne)- Kalsilita (Ks) – Quartzo (Qz) de Hamilton & MacKenzie (1965) com as análises de nefelina das rochas estudadas
39
Figura 9
Diagrama Al-Mg-Fe2+ de classificação de biotita Deer et. al (1992) 42
Figura 10
Diagrama Total de Álcalis versus SiO2 51
Figura 11
Diagrama de saturação em alumínio 53
Figura 12
Diagrama de Harker 54
Figura 13
Diagramas com Rb, Ba, Sr e SiO2. 55
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Classificação dos sienitos estudados com relação ao volume de sodalita.
16
Tabela 2
Análise modal para amostras com percentagem entre 12% – 15% de sodalita.
16
Tabela 3
Análises modais para as amostra com porcentagem sodalita variando de 37% a 45%
21
Tabela 4
Análise modal da amostra com porcentagem 64% em volume de sodalita.
25
Tabela 5
Análises químicas representativas de feldspatos alcalinos de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
32
Tabela 6
Análises químicas representativas de aegirina de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
35
Tabela 7
Análises químicas representativas de nefelina de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
38
Tabela 8
Análises químicas representativas de magnetita de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
40
Tabela 9
Análises químicas representativas de cristais de biotita de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
41
Tabela 10
Análises químicas representativas de paragonita de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
43
Tabela 11
Análises químicas representativas de sodalita de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
45
Tabela 12
Análises químicas representativas de cristais de cancrinita e analcima de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
46
Tabela 13
Análises químicas representativas de carbonatos de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
47
Tabela 14
Norma CIPW 50
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LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS Fotomicrografia 1
Contato da sodalita com cristais de nefelina e feldspato alcalino (embaindo).
19
Fotomicrografia 2
Cristais de feldspatos alcalinos pertítico contendo inclusões de cristal de albita o qual apresenta textura de coroa albitica.
19
Fotomicrografia 3
Rocha isotrópica porfiritica. Os fenocristais de feldspatos alcalino e aegirina estão imersos em uma matriz de granulação fina. Sendo constituída essencialmente por feldspato alcalino e plagioclásio.
19
Fotomicrografia 4
Cristais de aegirina com forma anédricas. 19
Fotomicrografia 5
Existe uma alteração ao redor dos cristais de feldspatos. Produz uma alteração de granulação fina cujo, os produtos têm uma cor de interferência baixa a muito baixa.
19
Fotomicrografia 6
Ilustra o carbonato com crescimento intersticial entre sodalita, crancrinita e nefelina. A diferença de tonalidade observada sobre o cristal de carbonato corresponde a retirada parcial do carbono da metalização da lâmina.
19
Fotomicrografia 7
Exsolução em flâmulas ou em pedaços distribuídas no centro do cristal.
23
Fotomicrografia 8
Cristais prismáticos com vestígio de geminação Carlsbad e a geminação Albita-Periclina sobreposta.
23
Fotomicrografia 9
Exsolução com distribuição irregular. 23
Fotomicrografia 10
Cristais de plagioclásio e microclina com dobra em kink. 23
Fotomicrografia 11
Relação de inclusão de aegirina e de contato com mineral opaco.
23
Fotomicrografia 12
Cristal de nefelina com coroa descontinua de crancrinita. 23
Fotomicrografia 13
Cristal de nefelina, anédrico com habito de folha, extinção ondulante e presença de inclusões vermiculares (tipo mirmequita).
27
Fotomicrografia 14
Detalhe da micrografia 13 27
Fotomicrografia 15
Cristal de microclina com exsolução tipo flâmula concentrada na periferia.
27
Fotomicrografia 16
Inclusão do plagioclásio na microclina. 27
Fotomicrografia 17
Nefelina inclusões de cancrinita (0,15mm). 27
Fotomicrografia 18 Cristal de nefelina com coroa descontinua de crancrinita. 27
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I.1 – APRESENTAÇÃO
A Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia (PASEBA, Fig. 1), devido as
suas dimensões, constitui a mais importante expressão do magmatismo alcalino
neoproterozóico do Brasil. Embora a PASEBA tenha sido definida nos anos setenta
(Silva Filho et al. 1974), poucas foram as informações obtidas durante as décadas
seguintes, 80 e 90. A partir de 2002, com o desenvolvimento do projeto Petrologia e
Potencialidades Econômicas da Província Alcalina do Sul da Bahia, apoiado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em
desenvolvimento pelo Laboratório de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral da
UFBA, importantes informações têm sido obtidas. Essa monografia faz parte deste
projeto, contribuindo para o conhecimento da química mineral de um dos seus mais
famosos stocks, aquele da Fazenda Hiassu.
A PASEBA é constituída por vários batólitos e grande número de stocks. É
principalmente nos stocks que ocorrem mineralizações de sienito para fins de rocha
ornamental e como pedra semi-preciosa devido a presença da sodalita na cor azul.
O Stock Foidolítico Itaju do Colônia (SIC), objeto desse estudo, tem idade de
732 ± 8 Ma (Rosa et al. 2005), sendo, sem dúvida, o corpo alcalino mais conhecido
da PASEBA e isto se deve ao fato dele concentrar as mais importantes reservas de
sodalitito de cor azul desta província.
I.2 – OBJETO DO ESTUDO E MOTIVAÇÕES
O objeto deste estudo é o Stock Foidolítico Itaju do Colônia (SIC), que é um
corpo intrusivo em terrenos granulíticos e polimetamórficos do Cinturão Itabuna (Fig.
1). Ele tem forma elipsoidal e se expõe com área não superior a 2 km.
Este trabalho tem como objetivos apresentar e tratar os dados de química
mineral em amostras-chave de sienitos, assim como a caracterização petrográfica
dessas mesmas rochas. E, com base nestes dados investigar a evolução química
dos minerais presentes nestas rochas, avaliando das condições de equilíbrio entre
os constituintes, e inferir a influência da cristalização dos minerais na evolução do
magma fonolítico rico em cloro, responsável pela cristalização dos sodalita sienitos
neste stock.
Até o momento, mesmo sendo um dos corpos mais conhecidos da PASEBA,
não existem dados de química mineral para as suas rochas. Este fato faz com que
as interpretações e inferências sobre a evolução petrológica deste corpo sejam
limitadas. Assim, para que se possa avançar sobre a petrogênese das rochas
Figura 1. Localização da Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia - PASEBA [A]. Mapa geológico simplificado da PASEBA, após Rosa et al. (2005) com a localização do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. Cidade [1], limite interestadual [2], fratura/falha [3], falha de cavalgamento [4], sedimentos recentes [5], Grupo Rio Pardo [6], rochas alcalinas da PASEBA [7], rochas gnáissico-migmatíticas [8a], rochas granulíticas [8b].
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sieníticas do SIC torna-se imprescindível a compreensão da evolução da química
mineral. Esta monografia se propõe, portanto, diminuir essa lacuna de informação
científica e contribuir para o estabelecimento da evolução petrológica deste stock.
I.3 – LOCALIZAÇÃO E ACESSO
O município de Itaju do Colônia localiza-se no sul do Estado da Bahia, a 534
km da cidade de Salvador (Fig. 2). A principal via de acesso partindo-se de Salvador
é a BR-324 até as proximidades da cidade de Feira de Santana. A partir dessa
cidade utiliza-se a BR-101, por 362 km até a cidade de Itabuna. De Itabuna, segue-
se pela BR 415 (trecho Itabuna-Ibicaraí) por 64 km até o entroncamento com a BA-
667. Deste ponto até a cidade de destino, Itajú do Colônia, são 28 km
aproximadamente.
A área de estudo está situada na Fazenda Hiassu, onde se encontra o SIC,
cujas coordenadas geográficas aproximadas são 15°11’S e 39°49’W e estando
localizado a cerca de 25 km na direção SSW, da sede municipal.
I.4 – METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foram empregados diferentes métodos
científicos para a coleta dos dados. A seguir é detalhada cada uma das etapas
desenvolvidas.
I.4.1 - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Objetivou a obtenção de dados bibliográficos sobre associações alcalinas que
tenham sodalita sienitos, particularmente aquelas onde essas rochas tenham
sodalita na cor azul. Neste contexto, foram levantadas, sempre que possível,
informações sobre a geologia de corpos e idades com estas características, assim
como dados petrográficos, de química mineral e quimismo de rocha.
I.4.2 - SELEÇÃO DE AMOSTRAS
As rochas utilizadas neste estudo foram selecionadas entre aquelas mais
representativas da coleção de rochas disponíveis na litoteca do Laboratório de
Petrologia Aplicada a Pesquisa Mineral para corpo as quais estavam disponíveis
análises químicas de rocha e minerais.
Figura 2. Contorno geográfico do Estado da Bahia com a localização da Província Alcalina do Estado da Bahia (a). Mapa de localização da área estudada (b).
- 5 -
- 6 -
I.4.3 - ESTUDOS PETROGRÁFICOS
Estes estudos foram realizados em dois momentos distintos. O primeiro,
constou da descrição macroscópica das amostras selecionadas utilizando-se para
isto lupa binocular com equipamento de captura de imagens digitais. No segundo
momento, após selecionar as amostras representativas a serem utilizados neste
estudo, essas rochas foram examinadas e descritas utilizando-se para isto
microscópio binocular petrográfico (Leitz, Laborlux 12 Pols) ao qual tem-se
acoplado a câmera digital Olympus, modelo SP-350. Essas rochas tiveram descritas
a mineralogia e texturas, realizada a estimativa volumétrica dos minerais
componentes destas rochas e estabelecida a ordem de cristalização destes
minerais.
1.4.4 - Química Mineral
Os minerais constituintes de amostras representativas foram analisados
quimicamente utilizando-se microssonda eletrônica. Essas análises foram obtidas
pelos orientadores no Laboratório de Microssonda Eletrônica da USP. Esse
equipamento é de marca Jeol JXA-8600 acoplado ao sistema de automação
Voyagen-Thermonoram.
Creio que é digno de nota que, durante o Curso de Graduação esse tema é
abordado de forma muito superficial. Assim, durante o 2o semestre de 2008,
inscrevi-me como aluno especial na disciplina Mineralogia de Silicatos e Óxidos
oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Geologia do Instituto de
Geociências, com o objetivo de familiariza-me com esses conceitos e procedimentos
usualmente utilizados para o tratamento de dados químicos de minerais.
Para o cálculo das formulas estruturais dos minerais, explicitado a seguir, o
cálculo do ferro nas valências +2 e +3 foi efetuado segundo as recomendações de
Droop (1987).
Os cálculos das fórmulas estruturais dos minerais foram feitos da seguinte
forma:
(1) Clinopiroxênio – fórmula estrutural calculada com base em 6 oxigênios e 4
cátions. Utilizando-se das recomendações de Morimoto et al. (1990) para
a nomenclatura.
(2) Feldspatos – fórmulas estruturais calculadas com base em 8 oxigênios e 5
cátions. Os pólos puros foram obtidos a partir do conteúdo dos íons Ca,
Na, K e Ba, após o cálculo da fórmula estrutural de acordo com por
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Deer et al. (1992): Albita (Ab), Anortita (An), Ortoclásio (Or) e ocasionalmente
Celsiana (Cn).
(3) Micas – fórmulas estruturais calculadas com base em 22 oxigênios e 20
cátions.
(4) Magnetita - fórmula estrutural calculadas com base em 4 oxigênios e 3
cátions.
(5) Nefelina - fórmula estrutural calculada com base em 32 oxigênios e 24
cátions, segundo recomendações de Deer et al. (1992). O cálculo dos
parâmetros Nefelina (Ne), Kalsilita (Ks) e Quartzo (Q) seguiram as
recomendações de Hamilton & MacKenzie (1965).
(6) Cancrinita - fórmula estrutural calculada com base em 24 oxigênios e 18
cátions segundo recomendação de Deer et al. (1992).
(7) Carbonato - cálculo dos pólos puros Calcita, Siderita e Magnesita a partir
da fração molar dos elementos Ca, Fe e Mg.
(8) Sodalita - fórmula estrutural calculada com base em 24 oxigênios e 20
cátions, segundo as recomendações de Deer et al. (1992)
(9) Analcita - fórmula estrutural calculada com base em 96 oxigênios e 64
cátions, segundo as recomendações de Deer et al. (1992).
(10) Mica Branca - teve sua fórmula estrutural calculada com base em 34
oxigênios e 16 cátions, segundo as recomendações de Deer et al.
(1992).
I.4.5 – Química de Rocha
Neste estudo utilizou-se 5 análises químicas de rochas disponíveis na
literatura (Fujimori 1978) além de outras 5 novas análises. Essas últimas foram
feitas no Laboratório de ICP-OES do GPA-UFBA.
I.4.6 – Tratamento dos Resultados
No tratamento dos dados químicos de minerais e litogeoquímicos foram
utilizados softwares específicos, assim como planilhas eletrônicas de cálculos a fim
de estabelecer a nomenclatura dos minerais e a evolução química das rochas.
Química Mineral – utilizou-se dos seguintes softwares:
(1) PX-nom® de Sturm (2002) para os dados de piroxênios;
(2) SovCalc® 2.0 (Shoaxiong & Nekvasil 1994) para estimativa de temperatura
de cristalização dos feldspatos alcalinos;
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(3) Software Ilmat® (Lepage 2003) para a quantificação da valência do ferro e
cálculo do componente uvolspinélio.
Química de Rocha – utilizou-se:
(1) planilhas Excel® para diversos cálculos e razões elementares;
(2) planilha Excel® Norm3® de Hollocher (2001) para o cálculo dos minerais
normativos;
(3) programa CGDKit® de Janousek et al. (2006) para a confecção de
diagramas úteis a estudos petrológicos.
I.5 – ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
A monografia esta estruturada da seguinte forma:
Capítulo 1o – apresenta os objetivos e ressalta as motivações para o
desenvolvimento desse trabalho, colocando em evidência a importância de se
melhor conhecer a Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia. A localização
da área é feita, assim como as diferentes etapas desenvolvidas durante a
pesquisa: levantamento bibliográfico, seleção de amostras, estudo
petrográfico, de química mineral, de química de rocha e a interpretação de
resultados.
Capítulo 2o – abordar os de forma abrangente a geologia regional e local,
mostrando as feições e os aspectos de campo da área estudada.
Capítulo 3o – mostra os dados relevantes da petrografia das 5 lâminas
delgado-polida, ressaltando-se feições texturais julgadas diagnósticas. Essas
rochas puderam ser reunidas em três fácies distintas de acordo com o
conteúdo de sodalita.
Capítulo 4o – apresenta a química dos minerais estudados, suas
nomenclaturas e classificações. Sempre que possível foi feita inferência de
parâmetros intensivos de suas cristalizações.
Capitulo 5o – tratar dos estudos químicos das rochas estudadas e esses são
tratados utilizando-se de diversos diagramas.
Capítulo 6o – lista as principais conclusões obtida no estudo.
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II.1 – INTRODUÇÃO Os primeiros estudos sobre as rochas alcalinas neoproterozóicas do Sul do
Estado da Bahia foram feitos por Fujimori (1967). Posteriormente, Silva Filho et al.
(1974), realizando mapeamento geológico regional do Sul do Estado da Bahia,
reuniu essas rochas alcalinas sob a terminologia de Província Alcalina do Sul do
Estado da Bahia (Fig. 1). Essa província é composta por batólitos (Floresta Azul,
Itabuna, Itarantim, Serra das Araras), stocks (p.ex. Itajú do Colônia, Rio Pardo, Serra
da Gruta), e números diques.
A região de abrangência da PASEBA encontra-se encaixadas na parte sul do
Cráton do São Francisco, tendo como embasamento rochas arqueano-
paleoproterozóicas e mesoproterozóicas. Os terrenos polimetamórficos de sua parte
sudoeste encontram-se afetados pela tectônica neoproterozóica da Faixa Móvel
Araçuaí, cujo clímax ocorre a 550 Ma (Pedrosa Soares et al. 2001).
II.2 – EMBASAMENTO
O embasamento da PASEBA é constituído de duas unidades metamórficas
distintas, delimitadas, por vez, pela Falha Planalto-Potiraguá. Na posição leste são
encontrados terrenos pertencentes ao Cinturão Itabuna (Figueiredo e Barbosa,
1993). Este cinturão é formado por rochas metamórficas de alto grau,
essencialmente granulitos arqueanos, que apresentam composição
predominantemente intermediaria à ácida, e encontram-se intensamente
deformados. Na parte oeste da falha tem-se como embasamento da PASEBA o
Complexo Caraíba-Paramirim. Trata-se, essencialmente, de terrenos gnáissico-
migmatitícos que se apresentam na Fácies Anfibolito (Barbosa & Dominguez,1996).
De acordo com Cruz Filho (2005), a área apresenta como tipo mais significativo a
biotita quartzo feldspato gnaisse, cinza-claro, em rocha fresca, com combinação de
cores branca, rosa e laranja, quando intemperizado.
II.3 – DIQUES
Rénne et al. (1990) data os diques basálticos perpendiculares a linha de
costa e com mergulhos sub-verticais, e que cortam os metamorfitos como expressão
de magmatismo mesoproterozóico do Sul do Estado da Bahia.
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II.4 – GRUPO RIO PARDO
Esse grupo apresenta-se delimitado por falhas. Ele é formado por rochas
metassedimentares pelítico-carbonática. Pedreira et al. (1979) reconhece a
presença das formações Panelinha, Camacã, Salobro, Água Preta, Serra do Paraíso
e Santa Maria Eterna, da base para o topo respectivamente. Mascarenhas & Garcia
(1989) atribuem metamorfismo relacionados ao período Brasiliano, com base em
dados geocronológicos.
II.5 – ROCHAS ALCALINAS
A Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia tem área aproximada de
10.000 km2 (Fig. 1). Seus corpos apresentam-se regionalmente orientados na
direção NE-SW, e a província se estende das proximidades do litoral (cidade de
Ilhéus) até a divisa com o Estado de Minas Gerais (cidade de Itarantim).
A orientação desses corpos é atribuída a um conjunto de falhas profundas
que impuseram a colocação destes magmas, e que guarda relação com a tectônica
situada entre os períodos Paleoproterozóico e Mesoproterozóico (Mascarenhas
1979). O contato entre as rochas do embasamento e as intrusões alcalinas
apresente-se com boa definição, denotando alto contraste térmico, o que mostra que
as condições preponderantes no momento da inserção dos magmas nas câmaras
atualmente expostas na superfície, se encontravam a profundidades em torno de 6 a
8 km (Rosa et al. 2005).
II.6 – COBERTURAS TÉRCIO-QUATERNÁRIAS
Rochas recentes correspondem a coberturas sedimentares bem distribuídas
na região costeira.
II.7 - GEOLOGIA DO STOCK FOIDOLÍTICO ITAJÚ DO COLÔNIA
Em campo o SIC aparece como um morrote com altura máxima de 70 m,
destacando-se dos terrenos polimetamórficos arrasados encaixantes (Foto 1) Ele
localiza-se na Fazenda Hiassu, situando-se em sua parte leste. O SIC exibe forma
de elíptica a oval (Fig. 3), com eixo maior na direção norte-sul, paralelo
aproximadamente à foliação das rochas gnáissicas encaixantes. Seu maior
comprimento é de aproximadamente 1.350 m. Seus contatos são em grande parte
encobertos por um solo arenoso de cor variando de cinza a avermelhado. Todavia,
Figura 3. Esquema geológico simplificado do Stock Foidítico Itaju do Colônia elaborado a partir do mapa geológico apresentado por Fujimori (1978).
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Prancha 1. Algumas imagens de campo das rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
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Foto 1. Imagem do morro que representa o Stock Foidolítico Itajú do Colônia
Foto 2. Textura pintada do sodalita sienito abundante na mina da Fazenda Hiassu.
Foto 3. Textura de sodalita sienito
Foto 4. Imagem do sodalitito de cor azul. As regiões de cor branca nessa rocha correspondem a cristais de albita.
Foto 5. Estrutura de ocorrência dos aegirina sodalita sienito. A tonalidade esverdeada corresponde a uma camada de aegirina maciça.
Foto 6. Bolsão pegmatítico com grandes cristais de sodalita (azul), calcita (rosa) e biotita (preta).
Foto 7. Porção de um dique pegmatítico, de natureza nefelina carbonatítica, onde a tonalidade esverdeada corresponde a grande cristal de nefelina e a parte avermelhada corresponde a calcita.
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em alguns locais é possível visualizar que os contatos com os metamorfitos
encaixantes são bruscos, freqüentemente marcados pela presença de diques ou
bolsões pegmatíticos sieníticos, com tamanhos variados, desde centimétricos até
métricas .
O sienito dominante no SIC pode apresentar desde cores azul
esbranquiçado (Fotos 2, 3), branca com pintadas de pretos, verde e azul até a cor
azul intensa, no caso dos sodalititos (Foto 4). Faixas de cor verde corta as rochas
sieníticas e são constituídas por aegirina (Foto 5). A presença de pegmatitos é
variada, como bolsões (Foto 6) ou diques e em alguns desses os cristais podem
atingir tamanhos métricos (Foto 7).
Na parte leste do corpo ocorre uma camada de aproximadamente 4 metros
de sodalitito de cor azul intensa, que apresenta contatos bruscos com os sodalita
sienitos encaixantes.
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III.1 – INTRODUÇÃO
Os estudos petrográficos são de grande importância na identificação das
etapas envolvidas na evolução do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. Esta técnica de
investigação é baseada na análise mineralógica através de microscópio petrográfico,
com o intuito de estabelecer as peculiaridades e quantidades dos minerias,
estabelecimento do nome da rocha (Fig. 4) as relações existentes e nomear as
texturas presentes. Desta forma, as analises petrográficas contribuem para o
entendimento dos processos que ocorreram durante a cristalização, bem como na
inferência sobre a seqüência de cristalização deste magma.
Neste trabalho foram descritas cinco lâminas delgadas de rocha, as coisa
foram identificadas proporções diferentes de sodalita. Desta maneira foi dividido em
três fácies petrográficas apresentados na tabela 1. Deve-se ressaltar o fato da
impossibilidade de determinar o tamanho e a forma individual dos cristais de sodalita
devido ao seu caráter isotrópico. Assim sendo, a descrição desse mineral deve ser
interpretada tanto como feições do mineral como de agregados desse mesmo
mineral.
Tabela 1. Classificação dos sienitos estudados com relação ao volume de sodalita.
Fácies Número das Amostras Sienitos com 12-15% de Sodalita 2634, 2644 Sienitos com 37-45% de Sodalita 2640, 2633 Sienitos com 64% de Sodalita 2648
III.2 – Fácies Sienito com 12% a 15% de Sodalita
Foram analisadas duas amostras contendo proporções de 12 – 15% sodalita
(Tab. 2). Apresentando mineralogia constituída de nefelina, feldspato alcalino
pertítico, plagioclásio, cancrinita, aegirina e mica branca e minerais de acessórios de
carbonatos e minerais opacos.
Tabela 2. Análise modal para amostras com percentagem entre 12 – 15% de sodalita.
2644 2634 Sodalita 12 15 Feldspato Alcalino Pertítico 22 26 Aegirina 2 Nefelina 48 22 Albita 7 8 Cancrinita 4 11 Magnetita 3,6 4 Biotita 0,1 7 Carbonato 0,1 7 Mica Branca 1,2
Figura 4. Diagrama triangular QAPF (Streckeisen 1973) apresentando detalhe da região AFP, com P até 50%, onde foram lançadas as amostras estudadas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
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Sodalita - apresenta-se como cristais anédricos. Ela exibe contatos curvos e
fortemente reentrantes com a nefelina, a microclina e a cancrinita
(Fotomicrografia 1). Estes cristais contêm inúmeras inclusões de cancrinita
(até 0,06 mm), carbonato (até 0,04 mm), nefelina, microclina e minerais
opacos.
Feldspato Alcalino Pertítico - apresenta-se como cristais anédricos e
subédricos, com dimensões variando de 0,06 mm até 2,2 mm, predominando
cristais com tamanhos em torno de 0,31 mm. Muitos deles mostram-se
geminados segundo as leis Albita-Periclina. Todavia, reconhece-se com
freqüência em alguns deles a presença de traços de geminação segundo a Lei
Carlsbad. Os contatos são retos com a biotita e microclina, curvo, e muitas
vezes fortemente reentrantes com os cristais de sodalita. Ocorrem inclusões
de biotita de cor marrom, subédrica (até 0,04 mm), associada com minerais
opacos e ocorrem inclusões de cristais de albita, subédricos a anédricos,
sendo que alguns deles exibem coroa albitica (Fotomicrografia 2). Constata-se
ainda que alguns cristais de biotita inclusos apresentam inclusões de cristais
carbonato com forma vermicular. Intersticial aos cristais maiores de feldspato
alcalino pertítico têm-se cristais menores de microclina com geminação Albita-
Periclina bem desenvolvida, isentos de exsoluções, e que exibe contatos
próprios entre-se desde amebóides até reto. A albita exsolvida apresenta
forma de flâmula tendo sobreposta a forma de veios irregulares. Agregados de
cristais de carbonato preenchem algumas das fraturas. Alguns fenocristais de
feldspatos alcalino e aegirina estão imersos em uma matriz de granulação fina
(Fotomicrografia 3).
Aegirina - apresenta-se como cristais anédricos (Fotomicrografia 4) cujas
dimensões variam de 0,02 mm até 0,70 mm, predominando cristais com
tamanhos em torno de 0,26 mm. Seus contatos são irregulares com os cristais
de microclina, sodalita e plagioclásio.
Prancha 2. Texturas em rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia com teor de sodalita de 12 – 15%.
Fotomicrografia 1. Contato da sodalita com cristais de nefelina e feldspato alcalino (Feds. Alc, embaindo). Comprimento da foto corresponde 1,5 mm.
Fotomicrografia 2. Cristais de feldspato alcalino pertítico contendo inclusões de cristal de albita o qual apresenta textura de coroa albitica. Comprimento da foto corresponde 0,154 mm
Fotomicrografia 3. Rocha isotrópica porfiritica. Os fenocristais de feldspatos alcalino e aegirina estão imersos em uma matriz de granulação fina. Sendo constituída essencialmente por feldspato alcalino e plagioclásio. Comprimento da foto corresponde 6,8 mm
Fotomicrografia 4. Cristais de aegirina com forma subédrica. Comprimento da foto corresponde 2 mm
Fotomicrografia 5. Existe uma alteração ao redor dos cristais de feldspatos. Produz uma alteração de granulação fina cujo, os produtos têm uma cor de interferência baixa a muito baixa. Comprimento da foto corresponde 1,8 mm.
Fotomicrografia 6. Ilustra o carbonato com crescimento intersticial entre sodalita, crancrinita e nefelina. A diferença de tonalidade observada sobre o cristal de carbonato corresponde a retirada parcial do carbono da metalização da lâmina. Comprimento da foto corresponde 1,4 mm
Nefelina Nefelina
Sodalita
Sodalita
Feds. Alc
Feds. Alc
Feds. Alc
Albita
Aegirina
Aegirina
Cancrinita
Feds. Alc
Feds. Alc
Carbonato
Carbonato
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Nefelina - apresenta-se como cristais anédricos e subédricos cujas
dimensões variam de 0,15 mm até 5,20 mm, predominando cristais com
tamanhos ao redor de 0,32 mm. Possui contatos retos com a biotita e
microclina e irregulares com os cristais de cancrinita e sodalita. Apresenta
inclusões de cristais de biotita subédricos (até 0,05 mm) de cor marrom,
cristais de albita (até 0,02 mm) e aegirina (até 0,03 mm). Constata-se a
presença de micro-fraturas preenchidas por cristais anédricos de carbonato.
Em alguns cristais percebe-se uma coroa descontinua de cristais anédricos de
sodalita em torno de cristais de nefelina, próprios entre-se desde amebóides
até reto. Associado a estes cristais tem-se sempre cristais anédricos de
cancrinita.
Albita - ocorre como cristais subédricos com dimensões variando de 0,09 mm
até 0,18 mm, predominando os cristais com tamanhos aproximados de 0,15
mm. Possui contatos retos com cristais de biotita e microclina e curvo com os
cristais de sodalita. Observa-se a presença de geminações segundo a Lei
Albita. A freqüência desses cristais na rocha se limita às bordas dos grandes
cristais de feldspatos alcalino pertítico. Identificou-se a presença de inclusões
de cristais de carbonato e fragmentos de cristais de microclina. Por vezes
exibe uma alteração ao redor dos cristais de feldspatos, produzindo uma
alteração de granulação fina cujo, os produtos têm uma cor de interferência
baixa a muito baixa (Fotomicrografia 5).
Cancrinita - mostra-se como cristais anédricos de dimensões variando de
0,03 mm até 0,15 mm, predominando cristais com tamanhos em torno de 0,08
mm. Mostra-se intimamente associado aos cristais de nefelina. Possui
contatos irregulares principalmente com a nefelina, onde se forma uma coroa
descontinua e também ocorre na rocha formando agregados. Estes cristais
contêm inclusões e minerais opacos, anédricos (até 0,04 mm).
Magnetita - ocorre com forma anédrica e suas dimensões estão
compreendidas entre 0,03 mm e 2,4 mm, predominando cristais com
tamanhos em torno de 0,12 mm. Sob luz refletida, identificou-se a presença de
ilmenita e magnetita. A magnetita apresenta finas exsoluções de ilmenita.
Possui contatos irregulares com os minerais de biotita, nefelina e microclina.
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Biotita - apresenta-se como cristais subédricos, na forma de palhetas, com
dimensões variando de 0,06 mm até 0,9 mm e predomínio de cristais em torno
de 0,12 mm. Apresenta cor marrom e pleocorísmo variando de marrom a
verde claro. Possui contatos irregulares com cristais de microclina e minerais
opacos. Exibe inclusões de cristais de minerais opacos e carbonato.
Carbonato - ocorre como cristais anédricos de dimensões variando de 0,04
mm até 1,3 mm, predominando aqueles com tamanhos 0,08 mm. Ocupam os
interstícios entre os cristais de microclina e plagioclásio com os quais
apresentam contatos irregulares (Fotomicrografia 6).
Mica Branca - apresenta-se como cristais subédricos cujas dimensões variam
de 0,04 mm até 0,11 mm, algumas vezes mostrando habito acicular.
Predominando os indivíduos com dimensões 0,09 mm.
III.3 – Fácies Sienito com 37% a 45% de Sodalita
Foram analisadas duas amostras contendo proporções de 37 – 45% de
sodalita (Tab. 3). Apresentando mineralogia constituída de feldspato alcalino
pertítico, aegirina, nefelina, albita, cancrinita, biotita, mica branca e minerais
acessórios de carbonatos, zircão, titanita, apatita e minerais opacos.
Tabela 3. Análises modais para as amostra com porcentagem sodalita variando de 37% a 45%.
Minerais 2633 2640 Sodalita 37 45 Feldspato Alcalino Pertítico 35,7 18 Aegirina 12 Nefelina 10,3 10 Albita 15 Cancrinita 6 Magnetita 0,7 1 Biotita 2 Carbonato 2,3 1,5 Zircão 0,8 Titanita 0,7 Apatita 0,8 Mica Branca 1,2
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Sodalita - exibe contatos curvos e reentrantes com a nefelina, feldspatos
alcalinos e cancrinita e curvilíneos com os outros minerais. Ela contém
inúmeras inclusões de apatita (0,03 mm), cancrinita (0,06 mm), biotita (0,03
mm), mica branca (até 0,04 mm) e cristais anédricos de nefelina (até 0,04 mm)
também possuindo porções de cristais de nefelina, albita e feldspato alcalino.
Feldspato Alcalino Pertítico – identificou-se dois conjuntos de cristais de
feldspato alcalinos: microclina e ortoclásio. Os cristais de microclina
apresentam-se com formas anédrica e subédrica e suas dimensões variam de
0,08 mm até 2,6 mm, predominando os indivíduos com 0,32 mm. Eles
mostram-se geminados segundo as leis Albita-Periclina e apresentam
exsolução de albita em forma de flâmula ou pedaços que, por sua vez,
normalmente mostra-se germinada segundo a Lei Albita (Fotomicrografia 7).
Os contatos são irregulares com os cristais de sodalita e ortoclásio. Observou-
se inclusões de biotita em palhetas de dimensões 0,09 mm, nefelina
subédricos com dimensões 0,05mm e apatita subédricos de dimensões 0,02
mm.
Os cristais de ortoclásio mostram-se com forma subédrica e suas dimensões
variam de 0,6 mm até 3,07 mm, existindo predominância de indivíduos com
0,17 mm. Normalmente estão geminados segundo a Lei Carlsbad e em alguns
deles constata-se a presença da geminação Albita-Periclina distribuída
irregularmente e sobreposta a geminação Carlsbad (Fotomicrografias 8, 9).
Estes cristais possuem contatos retos com a biotita e microclina. Normalmente
inclui cristais de biotita, em palhetas (até 0,015 mm), minerais opacos
anédricos (até 0,061 mm) e de albita (até 0,05 mm). Por vezes exibem kink
(Fotomicrografia 10).
Aegirina - apresenta-se como cristais anédrico e subédrico cujas dimensões
variam de 0,05 mm até 0,75 mm, predominado cristais com tamanhos de 0,18
mm. Seus contatos são irregulares principalmente com a sodalita, nefelina e
minerais opacos (Fotomicrografia 11). Constata-se a presença de inclusões de
minerais opacos euédricos com dimensões variando de 0,55 mm até 0,15 mm
e subédricos menores que 0,15 mm.
Prancha 3. Texturas em rochas do Stock Foidolítico Itajú do Colônia com teor de sodalita de 37-45%.
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Fotomicrografia 7. Exsolução em flâmulas ou em pedaços distribuídas no centro do cristal. Comprimento da foto corresponde a 4,0mm. A cor vermelha corresponde a campo marcado para análise de microssonda.
Fotomicrografia 8. Cristais prismáticos com vestígio de geminação Carlsbad e a geminação Albita-Periclina sobreposta. Comprimento da foto corresponde 5mm.
Fotomicrografia - 9. Exsolução com distribuição irregular.Comprimento da foto corresponde 1,07 mm
Fotomicrografia - 10. Cristais de plagioclásio e microclina com dobra em kink. Comprimento da foto 1,23 mm
Fotomicrografia 11. Relação de inclusão de aegirina e de contato com minerais opacos (M.Op.). Comprimento da foto 1,38 mm.
Fotomicrografia 12. Cristal de nefelina com coroa descontinua de crancrinita. Comprimento da foto corresponde 3,07 mm.
Nefelina
Nefelina
Sodalita
Sodalita
Sodalita
Feds. Alc
Albita
Albita
Albita
Aegirina Cancrinita
M. Op.
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Nefelina - ocorre como cristais anédrico e subédrico cujas dimensões variam
de 0,04 mm até 3,07 mm, predominando indivíduos com tamanhos em torno
de 0,28 mm. Os seus contatos com os outros minerais são variados, sendo
irregulares com os cristais de feldspatos alcalinos e sodalita e retos com a
biotita. Constata-se a presença de inclusões de: apatita (0,02 mm), carbonatos
preenchendo fraturas (0,06 mm). Em alguns cristais observou-se a presença
de micro-fraturas preenchidas por cristais anédricos de carbonatos e
crancrinita. Em vários cristais notou-se igualmente a presença de coroa
descontínua de crancrinita (Fotomicrografia 12).
Albita - mostra-se como cristais subédricos cujas dimensões variam de 0,05
mm até 1,3 mm, predominando cristais com tamanhos de 0,25 mm. Observa-
se a presença de geminações segundo as leis Albita, mais abundante, e
Albita-Carlsbad, menos freqüente. Em alguns destes cristais observa-se
regiões cuja extinção é ondulante do tipo concêntrica, sugerindo zoneamanto
composicional. Mostra contatos retos freqüentemente com cristais de nefelina,
microclina e curvilíneo com a sodalita. Ocorrem inclusões de biotita (até 0,05
mm) e apatita (até 0,02 mm).
Cancrinita - apresenta-se como cristais anédricos com dimensões variando de
0,02 mm até 0,15 mm, predominando cristais com tamanhos em torno de
0,04mm. Normalmente apresenta-se formando agregados e com contato
irregulares. Ocorrem principalmente nas bordas dos cristais de nefelina.
Magnetita - ocorre cristais com dimensões variando de 0,04 mm até 0,18 mm.
Possuem contatos irregulares com biotita e titanita. Ocorrem inclusões de
aegirina
Biotita - mostra-se com cor marrom, pleocroísmo de marrom a verde escuro,
na forma de palhetas subédricas, cujas dimensões variam de 0,6 mm até 2,5
mm, predominando cristais de tamanho 0,9 mm. Os seus contatos são retos
com o feldspato alcalino e curvos com titanita e opacos. Ocorrem inclusões de
apatita, titanita e minerais opacos.
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Carbonato - apresenta-se como cristais anédricos, com dimensões variando
de 0,04 mm até 0,30 mm, predominando indivíduos com tamanhos em torno
de 0,11 mm. Seus contatos são irregulares com feldspato alcalino e biotita.
Zircão - ocorre como cristais subédricos de dimensões predominante 0,03
mm.
Titanita - mostra-se como cristais anédricos de dimensões variando de 0,06
mm até 0,15 mm. Possui contatos irregulares com biotita e minerais opacos.
Apatita - apresenta-se como cristais anédricos de dimensões inferiores a 0,03
mm. Possuem contatos irregulares com biotita, sodalita, nefelina e minerais
opacos.
Mica Branca - mostra-se como cristais subédricos, por vezes com hábito
acicular, cujas dimensões variam de 0,03 mm até 0,14 mm, predominando
cristais de dimensões 0,11 mm.
III.4 – Fácies Sienito com 64% de Sodalita
A mineralogia essencial é constituída por sodalita, nefelina, feldspato alcalino
pertítico, albita e biotita (Tab. 4). Como acessórios tem-se magnetita, carbonato e
zircão.
Tabela 4. Análise modal da amostra com porcentagem 64% em volume de sodalita.
2646 Sodalita 64 Feldspato Alcalino Pertítico 9 Nefelina 14 Albita 5,2 Cancrinita 4 Magnetita 1,3 Biotita 1 Carbonato 0,8 Zircão 0,7
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Sodalita - exibe contatos curvilíneos com os outros minerais. No caso dos
contatos com a nefelina, microclina e cancrinita eles são reentrantes
(Fotomicrografias 13, 14). Estes cristais contêm inúmeras inclusões de cristais
anédricos de cancrinita (até 0,02 mm), carbonato (até 0,06 mm) e porções de
cristais de nefelina e microclina.
Feldspato Alcalino Pertítico - apresenta-se com formas anédrica e subédrica
e suas dimensões variam de 0,15 mm até 0,75 mm, predominando os
indivíduos com 0,16 mm. Esses cristais geminados segundo as leis Albita-
Periclina normalmente apresentam exsolução tipo flâmula que tendendo a se
concentrar na periferia do cristal (Fotomicrografia 15). Os contatos são
irregulares com os cristais de sodalita e eventualmente retos com cristais de
plagioclásio. Ocorrem inclusões de plagioclásio euédricos geminados segundo
a Lei Albita (Fotomicrografia 16) e apresenta micro-fraturas preenchidas por
carbonatos.
Nefelina - mostra-se como cristais anédricos cujas dimensões variam de 0,07
mm até 1,07 mm, predominando indivíduos com tamanhos em torno de 0,18
mm. Os seus contatos com os outros minerais são irregulares com os cristais
de cancrinita, microclina e sodalita. Constata-se a presença de inclusões de
zircão subédricos (0,02 mm) e cancrinita (0,15mm) (Fotomicrografia 17). Em
alguns cristais observou-se a presença de micro-fraturas preenchidas por
cristais anédricos de carbonatos e crancrinita. Alguns cristais de nefelina
mostram extinção ondulante e inclusões vermiculares de sodalita (tipo
mirmequita) (Fotomicrografias 13,14).
Albita - ocorre como cristais subédrico. Suas dimensões variam de 0,05 mm a
0,6 mm predominando cristais de tamanho 0,25 mm. Mostra freqüentemente
contatos com cristais de nefelina e microclina e curvilíneo com a sodalita.
Exibem germinação segundo a Lei Albita. Inclusões ocorrem de cristais biotita,
com dimensões inferiores a 0,05 mm.
Cancrinita - apresenta-se como cristais anédricos com dimensões variando de
0,02 mm até 0,08 mm, predominando cristais com tamanhos em torno de 0,04
mm. Os seus contatos são irregulares. Normalmente ocorre sob a forma de
agregados ou formando uma coroa de reação nos cristais de nefelina
(Fotomicrografia 18).
Prancha 4. Texturas em rochas do Stock Foidolítico Itajú do Colônia com teor de sodalita de 64%
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Fotomicrografia 13. Cristal de nefelina, anédrico com habito de folha, extinção ondulante e presença de inclusões vermiculares (tipo mirmequita). Comprimento da foto corresponde a 2,7 mm.
Fotomicrografia 14. Detalhe da micrografia 13. As setas em cor vermelha indicam vermicular de sodalita. Comprimento da foto corresponde a 1,8 mm.
Fotomicrografia – 15. Cristal de microclina com exsolução tipo flâmula concentrada na periferia. Comprimento da foto corresponde 2 mm.
Fotomicrografia - 16. Inclusão do plagioclásio na microclina. Comprimento da foto corresponde 0,52 mm.
Fotomicrografia – 17. Nefelina inclusões de cancrinita (0,15mm). Comprimento da foto corresponde a 3,2 mm.
Fotomicrografia – 18. Cristal de nefelina com coroa descontinua de crancrinita (C). Comprimento da foto corresponde 1,07 mm.
Nefelina Nefelina
Nefelina Nefelina
Sodalita Sodalita
Sodalita
Sodalita
Sodalita
Feds. Alc
Feds. Alc
Albita
C Cancrinita
Sodalita
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Magnetita - apresentam-se como cristais anédricos e subédricos de
dimensões variando de 0,04 mm até 0,45 mm, predominando cristais de
tamanho 0,25 mm. Possui contatos irregulares e esta associado com os
cristais de biotita.
Biotita - exibe cor marrom, pleocroísmo de marrom a verde escuro, forma
subédrica formando palhetas de dimensões variando de 0,05 mm até 0,62 mm
predominando cristais de tamanho 0,20 mm. Possui contatos retos com
cristais de plagioclásio e curvos com minerais opacos. Ocorrem inclusões de
minerais opacos (<0,03 mm).
Carbonato - mostra-se como cristais anédricos e subédricos de dimensões
variando de 0,08 mm até 0,14 mm. Possui contatos irregulares com microclina
e nefelina. Ocorrem preenchendo interstícios entre os cristais da rocha.
Zircão - ocorre como cristais subédricos de dimensões predominante 0,02 mm
III.5 – CONCLUSÕES
O capítulo de petrografia mostrou-se de fundamental importância nos
estudos das dessas rochas, pois permitiu identificar a ordem de cristalização dos
minerais constituintes, assim como inferir sobre a natureza de fluido necessário para
promover a cristalização de alguns minerais como, sodalita, cancrinita e carbonato.
carbonato. A figura 5 apresenta a síntese da cristalização dos minerais no SIC.
Alguns dos minerais estudados são produtos de interação entre fluido(s) com
a nefelina. Assim a cancrinita forma-se pela desestabilização da nefelina por fluido
rico em CO2, e o calcita deve cristalizar nesse momento. Por outro lado, a formação
da sodalita requer a necessidade de um fluido peralcalino sódico rico em cloreto,
pois ela se forma a partir da reação desse fluido com a nefelina.
A aegirina forma-se tardiamente quando a rocha encontra-se totalmente
cristalizada, como já explicitado no Capítulo 2, pois esse clinopiroxênio ocorre como
faixas monominerálica, podendo resultar da cristalização de fluidos peralcalino
sódico.
Figura 5. Esquema apresentado a ordem de cristalização dos minerais do Stock Foidolítico Itaju do Colônia com base nas relações texturais observadas.
- 29 -
- 31 -
IV.1 – INTRODUÇÃO A seguir são apresentados os dados químicos dos minerais das amostras
estudadas. Essas informações permitiram calcular a fórmula estrutural dos minerais
estudados, nomeá-los de acordo com esses cálculos e sempre que possível inferiu-
se parâmetros intensivos (temperatura e pressão).
As tabelas com os dados obtidos são apresentadas individualmente,
permitindo a identificação das análises dos minerais por rocha.
IV.2 – FELDSPATOS ALCALINOS
Foram realizadas 19 análises de feldspatos alcalinos nas rochas estudadas.
Os resultados evidenciaram que eles correspondem aos extremos composicionais
sódico ou potássio (Tab. 5).
A albita apresenta conteúdo da molécula de anortita inferior a 0,2 e as
molécula de ortoclásio situam-se entre 0,3 e 0,6.
O ortoclásio não apresenta em sua composição molécula de anortita e a
quantidade da molécula de albita situa-se entre 0,1 e 3,0.
Utilizando-se das curvas de equilíbrio experimental para os feldspatos
alcalinos estabelecidas Shaoxiong & Nekvasil (1994) observa-se que as
composições obtidas indicam que os feldspatos alcalinos estão reequilibrados à
temperatura de 450o C (Fig. 6). Logo não correspondem a temperaturas
magmáticas, devendo representar temperaturas de equilíbrio da exsolução.
IV.3 – AEGIRINA
Foram realizadas 6 análises de aegirina em 2 das rochas estudas (Tab. 6).
Observou-se nestes cristais variação composicional do centro para a borda
crescente de Ti, Al. Já para os elementos Fe e Na houve uma variação inversa.
Segunda a classificação proposta por Morimoto et al. (1990) os
clinopiroxênios analisados correspondem a piroxênios sódicos (Fig. 7). Utilizando-se
o diagrama para nomear os clinopiroxênios Ca-Na e Na, constata-se que eles
correspondem a aegirina com composição monótona e relativamente pura. Cristais
com essa composição estão normalmente presentes em fase tardia e ligada a
percolação de fluidos peralcalinos em corpos foid sieníticos (Eby 1998).
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Tabela 5. Análises químicas representativas de feldspatos alcalinos de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. O cálculo da fórmula estrutural foi feito com base em 8 oxigênios e 5 cátions. Amostra (Am).
Am 2640 2640 2640 2648 2648 2648 2648 2648 2648 2633
1° 2° 3° 1° 2° 3° 4° 5° 6° 1°
SiO2 68,75 68,89 64,83 64,05 64,80 65,14 68,65 68,50 69,03 68,43
TiO2 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
Al2O3 19,52 19,50 17,98 17,97 18,00 18,49 19,97 19,99 19,45 19,94
FeO 0,20 0,16 0,01 0,00 0,00 0,10 0,04 0,04 0,12 0,08
Cr2O3 0,01 0,01 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
MnO 0,01 0,01 0,02 0,03 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
MgO 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,02
CaO 0,04 0,04 0,01 0,00 0,00 0,00 0,03 0,03 0,03 0,04
Na2O 11,68 11,77 0,34 0,31 0,33 0,30 12,12 12,11 11,85 12,11
K2O 0,10 0,10 16,75 16,56 16,58 17,40 0,06 0,04 0,09 0,05
Total 100,34 100,47 99,97 98,92 99,73 101,44 100,87 100,72 100,59 100,67
Si 2,9945 2,9950 2,9984 2,9937 3,0047 2,9659 2,9633 2,9618 2,9963 2,9592
Ti 0,0003 0,0000 0,0003 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Al 1,0021 0,9991 0,9801 0,9897 0,9838 0,9923 1,0157 1,0185 0,9949 1,0234
Cr 0,0003 0,0002 0,0007 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Fe3 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
fe2 0,0073 0,0058 0,0004 0,0000 0,0000 0,0039 0,0014 0,0004 0,0044 0,0001
Mn 0,0004 0,0003 0,0008 0,0013 0,0009 0,0000 0,0000 0,0000 0,0003 0,0000
Mg 0,0013 0,0009 0,0000 0,0000 0,0000 0,0009 0,0001 0,0001 0,0005 0,0000
Ca 0,0019 0,0017 0,0005 0,0000 0,0000 0,0000 0,0016 0,0014 0,0014 0,0017
Ba 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0006 0,0000 0,0000 0,0000
Na 0,9864 0,9917 0,0305 0,0277 0,0299 0,0263 1,0140 1,0155 0,9973 1,0100
K 0,0056 0,0053 0,9883 0,9875 0,9807 1,0107 0,0033 0,0022 0,0050 0,0056
Total 5,0000 5,0000 5,0000 5,0000 5,0000 5,0000 5,0000 5,0000 5,0000 5,0000
Ab 99,3 99,3 3,0 2,7 3,0 2,5 99,5 99,5 99,5 99,3
An 0,2 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,2 0,2 0,2
Or 0,6 0,5 97,0 97,3 97,0 97,5 0,3 0,3 0,3 0,6
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Tabela 5 (Continuação). Análises químicas representativas de feldspatos alcalinos de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. O cálculo da fórmula estrutural foi feito com base em 8 oxigênios e 5 cátions. Amostra (Am).
Am 2633 2633 2633 2633 2633 2634 2634 2644 2644
2° 3° 4° 5° 6° 1° 2° 1° 2°
SiO2 67,82 67,03 65,00 64,80 65,14 67,98 65,02 68,98 65,10
TiO2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,01 0,02 0,00
Al2O3 19,53 19,67 18,20 18,00 18,00 19,99 18,34 18,94 18,01 FeO 0,12 0,00 0,11 0,21 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00
Cr2O3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 MnO 0,00 0,00 0,03 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 MgO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 CaO 0,04 0,03 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00
Na2O 11,82 11,80 0,31 0,33 0,30 12,32 0,10 12,02 0,01
K2O 0,04 0,10 16,56 16,58 16,78 0,10 16,75 0,01 16,75 Total 99,39 98,64 100,22 99,94 100,34 100,42 100,23 99,98 99,87 Si 2,9755 2,9594 3,0011 2,9998 3,0032 2,9408 3,0042 3,0084 3,0219 Ti 0,0000 0,0002 0,0000 0,0000 0,0000 0,0007 0,0003 0,0007 0,0000 Al 1,0099 1,0162 0,9904 0,9822 0,9822 1,0192 0,9987 0,9735 0,9853 Cr 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Fe3 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
fe2 0,0045 0,0029 0,0043 0,0081 0,0081 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 Mn 0,0000 0,0000 0,0013 0,0009 0,0009 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 Mg 0,0001 0,0010 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 Ca 0,0019 0,0019 0,0000 0,0000 0,0000 0,0005 0,0005 0,0005 0,0000 Ba 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0005 0,0000 Na 1,0057 1,0157 0,0274 0,0299 0,0299 1,0333 0,0090 1,0164 0,0009 K 0,0024 0,0028 0,9755 0,9791 0,9791 0,0055 0,9873 0,0006 0,9919 5,0000 5,0000 5,0000 5,0000 5,0033 5,0000 5,0000 5,0005 5,0000 Ab 99,6 99,5 2,7 3,0 2,6 99,4 0,9 99,9 0,1 An 0,2 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Or 0,2 0,3 97,3 97,0 97,0 0,5 99,1 0,1 99,9
Figura 6. Diagrama Albita (Ab)-Anortita (An)- Ortoclásio(Or) com isotermas de equilíbrio calculadas a partir das composições dos dois feldspatos alcalinos obtidos em diferentes rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia, utilizando-se do software SolvCal 2.0 (Shaoxiong & Nekvasil 1994).
- 34 -
450oC
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Tabela 6. Análises químicas representativas de aegirina de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. O cálculo da fórmula estrutural foi
feito com base em 6 oxigênios e 4 cátions.
Amostra 2633 2633 2644 2644 2644 2644 Centro Borda Centro Borda Centro Borda
SiO2 52,11 51,85 52,52 51,41 53,01 52,6 TiO2 0,09 0,01 0,09 0,20 0,06 0,01 Al2O3 2,11 1,20 2,15 1,11 2,2 1,01 FeO 30,50 32,54 30,72 32,58 30,06 32,67 MnO 0,00 0,03 0,00 0,04 0 0,06 MgO 0,02 0,02 0,01 0,20 0 0,06 CaO 0,01 0,04 0,04 0,05 0 0,1 K2O 0,00 0,02 0,00 0,01 0 0,01 Na2O 13,78 13,88 13,68 13,99 13,23 13,96 Li2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ZnO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 NiO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Cr2O3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Sc2O3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 98,613 99,592 99,21 99,59 98,56 100,48
Si 1,950 1,929 1,956 1,910 1,992 1,940 Ti 0,003 0,000 0,003 0,006 0,002 0,000 Al (T) 0,050 0,053 0,044 0,049 0,008 0,044 Al (M1) 0,043 0,000 0,051 0,000 0,090 0,000 Fe3+ (T) 0,000 0,018 0,000 0,041 0,000 0,016 Fe3+ (M1) 1,002 1,072 0,976 1,077 0,879 1,058 Fe2+ 0,000 0,000 0,000 0,000 0,066 0,000 Mn 0,000 0,001 0,000 0,001 0,000 0,002 Mg 0,001 0,001 0,001 0,011 0,000 0,003 Ca 0,000 0,002 0,002 0,002 0,000 0,004 K 0,000 0,001 0,000 0,000 0,000 0,000 Na 0,999 1,001 0,988 1,008 0,964 0,998 Total 4,048 4,078 4,019 4,105 4,000 4,066 Jadeíta 4,09 0,00 4,92 0,00 8,94 0,00 Aegirina 95,86 99,87 94,97 99,36 87,75 99,64 Quad 0,05 0,13 0,11 0,64 3,30 0,36
Figura 7. Diagramas para classificação de piroxênios segundo Morimoto et al. (1990) aplicado para piroxênios do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. [A] Diagrama Q = Ca+Mg+Fe2+ versus J = 2Na. [B] Diagrama ternário Q = (Wo+Em+Fs), Jd = (NaAlSi2O6) e Ae = (NaFe3+Si2O6).
- 36 -
- 37 -
IV.3 – NEFELINA
Foram realizadas 9 análises de nefelina em 5 rochas das rochas estudas
(Tab. 7). As análises químicas dos cristais nefelina mostraram-se homogêneas
(Ne79-79,2, Ks15,9-19,1, Qz2,1-2,9).
No diagrama Ne-Ks-Qz de Hamilton & MacKenzie (1965), que permite avaliar
a temperatura de cristalização desses cristais. Aqueles das rochas estudadas
alocam-se na região abaixo de 500o C (Fig. 7).
IV.4 – MAGNETITA
Foram realizadas 9 análises de magnetita em 5 das rochas estudadas (Tab
8). Esses cristais mostram composição relativamente monótona, apresentando
variação do componente ulvospinélio situado entre 0,13 e 4,06%
IV.5 – BIOTITA
Foram realizadas 10 análises de cristais de biotita em 4 das rochas
estudadas (Tab. 9). No diagrama ternário Al-Mg-Fe2+, figura 9, estes dados
químicos mostram o enriquecimentos da biotita em ferro 0,96>(Fe/[Fe+Mg])>1,0 e os
baixos conteúdos (<2%) nas moléculas de flogopita e eastonita.
Quando se compara as análises das micas das rochas do SIC com as de de
associações de nefelina sienitos ou foid-sienitos da literatura observa-se que as do
presente estudo são mais ricas em Al e ocupam uma posição que correspondente a
das rochas mais evoluídas dessas suítes nefelina sieníticas (Fig. 9). E, mostram
evolução com tendência a enriquecimento na molécula de annita expressando
diminuição no conteúdo de alumínio total.
IV.6– MICA BRANCA
As análises obtidas (Tab. 10) permitem classificar a mica branca dessa
rochas como paragonita. É uma mica rara e normalmente ocorre em rochas
metamórficas de baixo grau. Essa mica encontra-se nas rochas essencialmente
sobre os cristais de feldspatóides, particularmente a nefelina. Logo, a sua presença
deve-se provavelmente a alteração de nefelina.
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Tabela 7. Análises químicas representativas de nefelina de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. O cálculo da fórmula estrutural foi feito com base em 32 oxigênios e 24 cátions. Número da amostra (Am).
Am 2640 2648 2648 2633 2633 2634 2634 2644 2644 1° 1° 2° 1° 2° 1° 2° 1° 2°
SiO2 44,10 43,93 43,43 44,35 44,43 43,93 44,16 44,05 44,05
TiO2 0,01 0,09 0,00 0,09 0,00 0,00 0,05 0,03 0,00
Al2O3 34,54 33,90 34,23 34,45 34,23 34,23 33,40 34,14 33,89
FeO 0,05 0,05 0,06 0,05 0,06 0,06 0,06 0,06 0,01
MnO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
MgO 0,01 0,04 0,00 0,04 0,00 0,00 0,02 0,01 0,00
CaO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03
Na2O 16,78 16,99 16,89 16,92 16,89 16,89 16,92 16,90 16,98
K2O 6,20 5,06 5,09 6,06 5,90 5,49 6,10 5,70 5,01
Total 101,69 100,06 99,70 101,95 101,51 100,60 100,70 100,89 99,97
Si4+ 8,3227 8,3818 8,3200 8,3430 8,3853 8,3529 8,4212 8,3610 8,4048
Ti 0,0014 0,0129 0,0001 0,0127 0,0001 0,0001 0,0065 0,0049 0,0000
Al3+ 7,6821 7,6220 7,7270 7,6374 7,6123 7,6692 7,5061 7,6366 7,6209
Fe3+ 0 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Fe2+ 0,0085 0,0086 0,0096 0,0085 0,0095 0,0095 0,0091 0,0090 0,0016
Mn 0 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Mg 0,0028 0,0102 0,0003 0,0101 0,0003 0,0003 0,0053 0,0042 0,0000
Ca+2 0 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0061
Na+ 6,1414 6,2861 6,2748 6,1738 6,1817 6,2279 6,2583 6,2203 6,2833
K+ 1,4925 1,2312 1,2438 1,4541 1,4201 1,3326 1,4838 1,3802 1,2194
Total 23,6517 23,5529 23,5757 23,6395 23,6093 23,5926 23,6903 23,6161 23,5362
Ne 78,7 81,3 81,3 79,1 79,3 80,3 79,1 79,8 81,3
Ks 19,1 15,9 16,1 18,6 18,2 17,2 18,8 17,7 15,8
Qz 2,2 2,8 2,6 2,3 2,5 2,6 2,1 2,4 2,9
Figura 8. Diagrama Nefelina (Ne)- Kalsilita (Ks) – Quartzo (Q) de Hamilton & MacKenzie (1965) com as análises de nefelina de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia.
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Tabela 8. Análises químicas representativas de magnetita de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. O cálculo da fórmula estrutural foi feito com base em 4 oxigênios e 3 cátions. Numero da amostra (Am).
Am 2640 2648 2633 2633 2633 2634 2634 2644 2644
1° 2° 1° 2° 3° 1° 2° 1° 2°
SiO2 0,05 0,05 0,03 0,07 0,06 0,05 0,1 0,06 0,06
TiO2 0,1 1,2 0,03 0,08 1,35 1,58 0,72 0,72
Al2O3 0,04 0,04 0,01 0,07 0,01 0,1 0,05 0,05
FeO 93,28 91 94,38 93,19 92,26 90,56 89,96 92,1 92
Cr2O3 0,05 0,1 0,05 0,04 0,06 0,18 0,2
MnO 0,17 1,2 0,12 0,08 0,31 1,34 1,97 0,8 0,79
MgO 0,1 0,04 0,05 0,01 0,05
CaO 0,01 0,02 0,02 0,01
NiO 0,1 0,02 0,06 0,5 0,17 0,12
Nb2O5 0,1 0,6 0,08 0,02 0,3 0,32 0,1 0,12
ZnO 0,25 1,2 0,16 0,8 0,86
Total 94,05 95,6 94,74 93,64 92,85 94,71 95,59 94,00 93,86
Si 0,0021 0,002 0,0013 0,0026 0,0023 0,0021 0,0038 0,0023 0,0023
Ti 0,0029 0,034 0 0,0008 0,0023 0,0386 0,0448 0,0208 0,0208
Al 0,0019 0,0018 0 0,0004 0 0,0004 0,0044 0,0021 0,0021
Fe+3 1,9853 1,9129 1,9944 1,9913 1,9857 1,9076 1,8802 1,9477 1,9481
Cr 0,0015 0,003 0,0016 0,0016 0,0017 0,0054 0,006 0 0
Fe+2 0,9913 0,9537 0,994 0,9932 0,9936 0,9691 0,9556 0,9952 0,9957
Mn 0,0054 0,0383 0,0037 0,0027 0,01 0,0431 0,0629 0,0259 0,0256
Mg 0 0,0056 0,0021 0,0029 0,0003 0,0028 0 0 0
Ca 0,0004 0 0,0007 0 0,0007 0,0006 0 0 0
Zn 0,007 0,0334 0 0 0 0,0224 0,0239 0 0
Ni 0 0,003 0,0005 0,0005 0 0,0018 0,0152 0,0052 0,0037
Nb 0,002 0,0116 0,0016 0,0003 0 0,0059 0,0062 0,002 0,0024
Total 2,9998 2,9993 2,9999 2,9964 2,9966 2,9997 3,003 3,001 3,0006
Usp 0,49% 3,60% 0,13% 0,34% 0,46% 4,06% 4,86% 2,31% 2,31%
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Tabela 9. Análises químicas representativas de cristais de biotita de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. O cálculo da fórmula estrutural foi feito com base em 22 oxigênios e 20 cátions. Número da amostra (Am).
Am 2640 2640 2640 2648 2648 2634 2634 2634 2644 2644
1° 2° 3° 1° 2° 1° 2° 3° 1° 2°
SiO2 32,93 32,87 32,25 29,23 30,23 31,50 31,50 31,50 29,30 29,54
TiO2 3,81 3,62 3,60 0,40 0,43 2,10 2,30 2,03 1,12 1,45
Al2O3 15,39 15,91 16,61 19,55 19,89 17,23 17,34 17,65 19,43 19,62
FeO 33,56 32,35 32,29 34,64 35,07 33,01 33,23 33,00 34,00 34,57
MnO 0,34 0,30 0,42 0,26 0,40 0,20 0,21 0,18 0,33 0,10
MgO 0,24 0,28 0,27 0,72 0,43 0,40 0,39 0,23 0,60 0,70
CaO 0,00 0,03 0,00 0,01
Na2O 0,04 0,08 0,14 0,10 0,02 0,01 0,01
K2O 9,51 9,38 9,50 8,99 9,01 9,20 9,18 9,10 9,00 9,12
F 0,06 0,05 0,03 0,04 0,01 0,90 0,78
Cl 0,02 0,04 0,10 0,12 0,23 0,03 0,03
Total 95,81 94,80 95,09 93,95 95,58 93,78 94,31 93,94 94,70 95,91
Si 5,4220 5,4329 5,3248 4,9570 5,0247 5,2954 5,2692 5,2835 4,9591 4,9304
Al iv 2,5780 2,5671 2,6752 3,0430 2,9753 2,7046 2,7308 2,7165 3,0409 3,0696
Al vi 0,4091 0,5329 0,5568 0,8651 0,9214 0,7093 0,6879 0,7728 0,8353 0,7908
Ti 0,4719 0,4501 0,4465 0,0510 0,0538 0,2655 0,2893 0,2561 0,1426 0,1820
Cr 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Fe 4,6218 4,4721 4,4578 4,9135 4,8751 4,6407 4,6485 4,6289 4,8127 4,8255
Mn 0,0474 0,0420 0,0585 0,0368 0,0563 0,0285 0,0298 0,0256 0,0470 0,0141
Mg 0,0587 0,0687 0,0657 0,1826 0,1065 0,1002 0,0972 0,0575 0,1514 0,1742
Ca 0,0000 0,0002 0,0050 0,0000 0,0018 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Na 0,0112 0,0247 0,0439 0,0339 0,0064 0,0033 0,0000 0,0033 0,0000 0,0000
K 1,9962 1,9774 2,0010 1,9439 1,9102 1,9726 1,9586 1,9468 1,9424 1,9416
OH* 4,0000 4,0000 4,0000 3,9635 3,9624 3,9556 3,9448 3,9293 3,5104 3,5805
F 0,0000 0,0000 0,0000 0,0322 0,0263 0,0159 0,0212 0,0053 0,4818 0,4117
Cl 0,0000 0,0000 0,0000 0,0043 0,0113 0,0285 0,0340 0,0654 0,0079 0,0078
Total 19,6162 19,5681 19,6351 20,0268 19,9315 19,7201 19,7114 19,6908 19,9314 19,9282
Tot.Y 5,6088 5,5658 5,5853 6,0490 6,0131 5,7442 5,7528 5,7408 5,9890 5,9866
Tot.X 2,0074 2,0023 2,0498 1,9778 1,9184 1,9759 1,9586 1,9500 1,9424 1,9416
Al total 2,9870 3,1000 3,2320 3,9081 3,8968 3,4139 3,4187 3,4893 3,8762 3,8604
Fe# 0,9875 0,9849 0,9855 0,9642 0,9786 0,9789 0,9795 0,9877 0,9695 0,9652
Figura 9. Diagrama Al-Mg-Fe2+ de classificação de biotita Deer et. al (1992) aplicado as rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. Estão lançados igualmente nessa figura evoluções de biotita de outras suítes de nefelina sienito da literatura citadas por Eby et al. (1998).
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Tabela 10. Análises químicas representativas de paragonita de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. O cálculo da fórmula estrutural foi feito com base em 34 oxigênios e 16 cátions. Amostra (Am).
Am FH3 FH3 FH5 FH5
1° 2° 1° 2°
SiO2 53,25 52,48 52,12 53,56
TiO2 0,04 0,02
Al2O3 5,75 6,18 6,25 5,02
FeO 25,27 25,11 26,02 25,77
MnO 0,03 0,04
MgO 0,01 0,02 0,01
CaO 0,05 0,20 0,30
Na2O 14,14 13,85 14,56 13,98
K2O 0,01 0,10 0,30
F 0,16 0,20 0,12
Cl 0,01 0,10 0,18
Total 98,61 97,76 99,58 99,23
Si 7,7305 7,6722 7,5691 7,7718
Al iv 0,2695 0,3278 0,4309 0,2282
Al vi 0,7137 0,7363 0,6389 0,6304
Ti 0,0000 0,0047 0,0022 0,0000
Cr 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
Fe 3,0679 3,0706 3,1602 3,1273
Mn 0,0031 0,0046 0,0022 0,0000
Mg 0,0026 0,0046 0,0022 0,0000
Ca 0,0000 0,0070 0,0311 0,0466
Na 3,9812 3,9249 4,1000 3,9334
K 0,0000 0,0015 0,0185 0,0555 F 0,0725 0,0000 0,0919 0,0551 Cl 0,0015 0,0000 0,0246 0,0443 Total 15,8425 15,7542 16,0717 15,8927
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IV.7– SODALITA
Foram realizadas 7 análises de cristais de sodalita em 5 rochas estudadas
(Tab. 11). As variações composicionais são limitadas (Cl1,5-1,7, Na7,2-7,3,Al5,3),
podendo-se considerar que não existem variações químicas importantes nos cristais
de sodalita das diferentes rochas analisadas.
IV.8 – ANALCIMA
Foram realizadas 2 análises de cristais de analcima em 2 rochas estudas
(Tab. 12). Os resultados obtidos evidenciam que não existe variação composicional
importante, pois Al16, Na15-16 existindo variação no conteúdo dos elementos menores
dosados Cl, Fe, Mn ,Mg.
IV.9 - CANCRINITA
Foram realizadas 4 análises de cristais de cancrinita em 4 rochas das
estudadas (Tab. 12). E, esses cristais apresentam-se homogeneidade
composicional: Al5,5, Ca1,8, Na5,3.
IV.10 - CARBONATO
O carbonato presente (Tab. 13) corresponde a calcita relativamente pura (95
> % da molécula de Calcita < 99,8). Nas amostras 2640 e 2644 tem-se percentual
entre 2,1 e 2,8 da molécula de Rodocrosita e, o percentual de Siderofilita situa-se
igual ou inferior a 2 para a maioria das amostras. A molécula de Magnesita é
inferior a 0,5 %.
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Tabela 11. Análises químicas representativas de sodalita de rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. O cálculo da fórmula estrutural foi feito com base em 24 oxigênios e 20 cátions.
Am 2640 2648 2633 2633 2634 2634 2644
1° 1° 1° 2° 1° 2° 1° SiO2 37,18 37,01 37,37 36,99 36,89 36,2 35,89 TiO2 0,05 0 0,04 0,05 0,05 0,05 0,02 Al2O3 31,24 31,87 31,25 31,01 31,01 31,32 31,32 FeO 0,03 0 0,03 0,03 0,03 0,03 0,02 MnO 0,04 0 0,01 0,08 0,04 0,04 0,01 MgO 0 0 0 0 0 0,01 0 CaO 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 Na2O 26,22 26,02 26,1 26,33 25,56 26,05 26,05 K2O 0,04 0,08 0,05 0,03 0,05 0,05 0,05 Cl 6,72 7 7,095 6,345 6,79 6,79 7,02 S-Total 101,52 102 101,95 100,87 100,43 100,54 100,4 O=Cl 1,52 1,58 1,6 1,43 1,53 1,53 1,58 Total 100 100,42 100,34 99,44 98,9 99,01 98,82 Si 5,3573 5,3019 5,356 5,3709 5,3636 5,2745 5,2388 Al 5,3052 5,3814 5,2788 5,3076 5,3143 5,3783 5,3881 Ti 0,0049 0 0,0043 0,0055 0,0049 0,0049 0,0022 Fe 0,0034 0 0,0036 0,0032 0,0034 0,0034 0,0024 Mn 0,0054 0 0,0011 0,0098 0,0055 0,0055 0,0012 Mg 0 0 0 0 0 0,0022 0 Ca 0,0012 0,0031 0,0014 0,0011 0,0017 0,0017 0,0047 Na 7,3253 7,2277 7,2543 7,4141 7,2059 7,3586 7,3719 K 0,0074 0,0146 0,0086 0,0063 0,0093 0,0094 0,0094 Cl 1,6414 1,6998 1,7238 1,5618 1,6734 1,677 1,7369 Total 19,6516 19,6286 19,6318 19,6801 19,582 19,7154 19,7556
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Tabela 12. Análises representativas de cristais de cancrinita e analcima. Formulas estruturais calculadas com base em 24 oxigênios e 18 cátions (cancrinita) e 96 oxigênios e 64 cátions (analcima).
Am 2640 2648 2633 2634 2640 2640 Cancrinita Analcima
1° 1° 1° 1° 1° 2° SiO2 34,01 34,76 34,12 33,34 53,88 53,56 TiO2 0,01 0 0 0,04 Al2O3 29 28,57 28,99 28,85 23,22 23,65 FeO 0 0,01 0,09 0,04 0,1 0,25 MnO 0 0,01 0 0,06 0,09 0 MgO 0 0 0 0 0,02 0,01 CaO 11,3 10,28 10 10,53 0,03 0,01 Na2O 16,43 17 16,79 16,74 14,26 13,26 K2O 0 0,07 Cl 0,016 0 Total 90,75 90,63 89,99 89,6 91,617 90,796 Si 5,5397 5,6541 5,587 5,5052 31,7542 Al 5,5677 5,4776 5,5954 5,6157 16,1298 16,5138 Ti 0,0012 0 0,0001 0,005 Fe 0 0,0014 0,0123 0,0055 0,04929 0,1223 Mn 0 0,0014 0,0001 0,0084 0,04493 0 Mg 0 0 0 0 0,01581 0,0017 Ca 1,9722 1,7917 1,7547 1,8625 0,0208 0,0069 Na 5,1891 5,3618 5,3306 5,3596 16,2997 15,2292 K 0 0,0521 Cl 0,0159 0 Total 18,2698 18,288 18,2804 18,3618 64,3307 63,655
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Tabela 13. Análises representativas de cristais de calcita. Os pólos puros Calcita (Cc), Magnesita (Mag), Rodocrosita (Rod) e Siderita (Sid) foram calculados a partir das proporções moleculares de seus elementos principais Ca, Mg, Mn, Fe.
Am 2640 2640 2640 2648 2633 2634 2644 2644
1° 2° 3° 1° 1° 1º 1° 2°
SiO2 0,00 0,00 0,00 0,10 0,03 0,00 0,02 0,01
TiO2 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01
Al2O3 0,00 0,10 0,00 0,00 0,05 0,00 0,12 0,00
FeO 0,96 1,23 1,45 0,10 0,20 0,00 0,87 0,85
MnO 1,91 1,92 0,00 0,00 0,00 2,01 1,50 1,52
MgO 0,21 0,10 0,01 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00
CaO 50,26 52,55 53,20 52,00 53,31 54,12 53,67 54,00
Na2O 0,06 0,03 0,10 0,30 0,32 0,00 0,20 0,21
K2O 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
Total 53,39 55,94 54,76 52,50 53,91 56,13 56,50 56,60
Cc 95,1 95,2 97,8 99,8 99,7 97,1 96,4 96,6
Mag 0,5 0,2 0,02 0 0 0 0,2 0
Rod 2,8 2,7 0 0 0 2,8 2,1 2,1
Sid 1,4 1,7 2,0 0,1 0,2 0 1,2 1,2
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V.1 – INTRODUÇÃO
O trabalho realizado por Fujimori (1978) apresenta dados químicos de cinco
amostras do SIC. O presente estudo aporta mais 5 novas análises (Tab. 14). Tratou-
se da mesma forma os dados disponíveis na literatura e os novos e eles foram
lançadas naqueles diagramas julgados importantes.
V.2 – NORMA CIPW
As amostras analisadas, exceto a de número 2648 (com elevado conteúdo
modal de sodalita) apresentam albita como plagioclásio e conteúdo de ortoclásio
decrescente com a diferenciação (2644 ⇒ 2648).
Na amostra mais diferenciada (36,06% SiO2) tem-se o aparecimento de
kalsita, (1,24), alto conteúdo de silicato de sódio (20,17% Na2SiO3) e carbonato de
sódio (1,53% Na2CO3). Esses minerais não são presentes nas rochas estudadas e
deve provavelmente refletir a incapacidade dos cálculos normativos CIPW de
fabricar sodalita. Nessa mesma rocha o seu conteúdo de nefelina atinge 84,26%,
muito superior a das outras rochas estudas. Esse valor é igualmente interpretado
como alta abundancia modal da sodalita. Por outro lado o total dos minerais
normativos ultrapassa os 100% para essa mesma rocha, evidenciando desequilíbrio
entre a proporção dos óxidos e a mineralogia possível de ser formada por esses
cálculos.
A acmita mostra-se com conteúdo mais elevado na amostra 2634 (10,47%)
aparecendo igualmente nas duas amostras mais diferenciadas (2640 e 2648) com
valores não superiores a 0,2%.
V.3 – DIAGRAMA DE CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA
As amostras quando lançadas no diagrama Na2O+K2O versus SiO2, apenas
uma amostra corresponde a nefelina sienitos, outras três posicionam-se acima
desse campo por serem mais ricas em álcalis que os nefelina sienitos usuais,
merecendo destaque a amostra 2643 pelo seu elevado total de álcalis (29%) (Fig.
10).
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Tabela 14. Análises químicas de rochas representativas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia e suas respectivas normas.
2648 2640 2633 2634 2644
SiO2 36,06 53,44 54,93 55,12 61,61 TiO2 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 Al2O3 29,96 24,85 21,86 22,04 21,29 Fe2O3 0,16 0,16 3,88 3,55 0,22 MnO 0,11 0,01 0,21 0,18 0,01 MgO 0,01 0,01 0,01 0,09 0,01 CaO 0,88 0,02 1,11 0,55 0,03 Na2O 28,92 16,11 9,83 12,04 8,31 K2O 0,36 3,86 4,92 4,55 7,6 P2O5 0,01 0,01 0,06 0,01 0,01 CO2 1,3 0,05 0,13 0,04 0,35 97,78 98,53 96,95 98,2 99,45 Ba 12 358 722 583 1024 Rb 8 45 57 21 51 Sr 25 426 537 352 599 Albita 0,00 23,78 36,82 24,82 38,00 Ortoclásio 0,00 23,17 29,96 27,36 45,15 Nefelina 84,26 45,57 27,10 35,12 15,56 Kalsilita 1,24 0 0,00 0,00 0,00 Diopsidio 0,00 0 0,05 1,02 0,00 Wollastonita 0,00 0 1,39 0,52 0,00 Olivina 0,16 0,02 0,00 0,00 0,02 Acmita 0,46 0,46 0,00 10,47 0,00 Na2SiO3 20,17 6,84 0,00 0,51 0,00 Ilmenita 0,02 0,02 0,02 0,06 0,02 Magnetita 0,00 0 0,69 0,00 0,00 Hematita 0,00 0 3,52 0,00 0,22 Apatita 0,02 0,02 0,14 0,02 0,02 Calcita 1,58 0,01 0,30 0,09 0,03 Na2CO3 1,53 0,11 0,00 0,00 0,81 Total 109,44 100,00 99,99 99,99 100,00
Figura 10. Diagrama total de álcalis contra óxido de silício (TAS) com as amostra do Stock Foidolítico Itaju do Colônia obtidas nesse estudo (círculos). A área cinza corresponde ao campo ocupado pelas rochas dosadas por Fujimori (1978). Os campos apresentados são aqueles definidos por Cox et al. (1979) para rochas plutônicas.
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V.4 – DIAGRAMA DE SATURAÇÃO EM ALUMÍNIO
Quanto ao grau de saturação de alumínio em relação aos conteúdos de
álcalis mais cálcio, percebe-se que as rochas estudadas posicionam-se no campo
das suítes peralcalinas, exibindo evolução em direção as suítes peraluminosas
(Fig.11).
V.6 – DIAGRAMAS DE HARKER
Não se percebe para a grande maioria dos óxidos uma tendência evolucional
definida quando comparada com aquela da suíte sub-saturada em óxido de silício da
PASEBA. Exceto para os óxidos de sódio e alumínio que mostram correlação
negativa com o óxido de silício.
Ao se comparar os dados obtidos com as análises apresentadas para esse
mesmo corpo por Fujimori (1978) constata-se igualmente que as rochas do SIC
apresentam conteúdos muito baixos para TiO2 e MgO. Por outro lado, existem
variações muito bruscas para um intervalo relativamente estreito de SiO2 para CaO,
FeOt, MgO. O aumento expressivo de CaO pode refletir a presença da calcita em
muitas rochas que é formada tardiamente por ação de fluidos.
O K2O mostra tendência a decrescer com a diferenciação e o Na2O e Al2O3
tendem a ter forte crescimento (Fig.12).
V.7 – COMPORTAMENTO DO Rb, Ba e Sr. O Ba, Sr e Rb mostram correlação negativa bem marcada com o SiO2
evidenciando sua forte diminuição com o fracionamento, podendo refletir importante
cristalização inicial do feldspato alcalino e sua ausência no fluido tardio responsável
pela formação dos feldspatóides cancrinita e sodalita (Fig.13).
Figura 11. Diagrama molecular Al2O3/(Na2O+K2O) versus Al2O3/(CaO+Na2O+K2O) onde foram lançadas as rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia obtidas nesse estudo (círculos) e com aquelas de Fujimori (1978) definiu-se a área em cinza.
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Figura 12. Diagramas de Harker aplicado as rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. As amostras dosadas nesse estudo correspondem aos círculos vermelhos e aquelas de Fujimori (1978) aos círculos brancos. A curva apresentada corresponde a tendência de evolução da suíte alcalina sub-satura em SiO2 da Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia.
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Figura 13. Diagramas binários relacionando SiO2 versus Rb, Ba e Sr, Rb versus Sr, Rb versus Ba e Ba versus Sr aplicado às rochas do Stock Foidolítico Itaju do Colônia. As amostras em circulo vermelho são aquelas deste trabalho e as em circulo preto correspondem as de Fujimori (1978).
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Este estudo desenvolveu-se com o objetivo de estudar amostras-chave do
Stock Foidolítico Itaju do Colônia. Nesse contexto, selecionou-se amostras de
rochas que dispunham de análises químicas de minerais para realizar o estudo
petrográfico. Foram igualmente utilizadas as informações disponíveis na literatura
sobre esse corpo as quais foram integradas aos novos dados.
Os dados geológicos disponíveis indicam que esse stock é um corpo com
forma elipsoidal, com área não superior a 1 km2, localizado na porção sul da Bahia,
cuja a idade disponível o correlaciona ao magmatismo da Província Alcalina do Sul
do Estado da Bahia que tem idade neoproterozóica.
Os estudos petrográficos permitiram, com base no conteúdo modal da
sodalita, reunir as rochas estudadas em três conjuntos (12-15%, 37-45% e 64%). A
mineralogia presente nessas rochas é constituída por feldspatos alcalinos
(microclina pertítica e albita), nefelina, aegirina, biotita, carbonato, mica branca,
sodalita, minerais opacos, cancrinita, zircão, titanita, apatita. As relações texturais
permitiram identificar uma seqüência de cristalização iniciada pela formação precoce
de minerais opacos, apatita, biotita, seguida pela cristalização de feldspatos
alcalinos e nefelina. A titanita, cancrinita, carbonato, sodalita, aegirina e mica branca
são formados pela reação de fluido peralcalino sódico rico em CO2 e cloreto com
alguns dos minerais precoces.
Os dados químicos dos minerais permitiram identificar a presença de
aegirina praticamente pura, feldspatos alcalinos reequilibrados a baixas
temperaturas (< 450o C), nefelina com baixo conteúdo na molécula de quartzo,
biotita rica na molécula de annita (Fe/[Fe+Mg]>0,96), sodalita com conteúdos de
cloro entre 6 e 7%, presença de analcima, calcita, magnetita, paragonita. A
monotonia composicional de vários minerais, como por exemplo aegirina, feldspatos,
sodalita, carbonato e magnetita é interpretada como resultado da cristalização tardia
sob a ação de fluido peralcalino.
Os dados geoquímicos de rocha total permitiram identificar que os conteúdos
de álcalis total dessas rochas são superiores aos nefelina sienitos usuais da
literatura. Elas revelaram-se peralcalinas e a sua evolução química é similar aquela
da suíte sub-saturada em óxido de silício da Província Alcalina do Sul do Estado da
Bahia. Em diagramas de Harker observa-se decréscimo em todos os elementos
dosados com a diminuição do SiO2, exceto para o Na2O e Al2O3, refletindo a
cristalização importante da sodalita no final.
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