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Instituto de Linguística Teórica e Computacional
RReellaattóórriioo ddee pprrooggrreessssoo ddoo PPrroojjeettoo
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Agosto de 2011 a julho de 2012
Projeto financiado pela:
http://www.gulbenkian.pt/
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2
Bilinguismo, aprendizagem do Português L2
e sucesso educativo na escola portuguesa
Relatório de progresso do Projeto
(agosto de 2011 a julho de 2012)
Coordenação:
Maria Helena Mira Mateus
Dulce Pereira
Luísa Solla
Instituição
ILTEC
Financiamento
Fundação Calouste Gulbenkian
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3
Turma Bilingue
O projeto Turma Bilingue, que teve início em 2008, chega agora ao fim, em termos de
ensino e educação, pois, no período a que se reporta o presente relatório, os alunos
completaram o seu 4.º ano de escolaridade (setembro de 2011 a junho de 2012). No
entanto, dado que a recolha de dados para investigação se prolongou até Junho, por
forma a poderem ser retiradas conclusões dos efeitos da educação bilingue, em todo o
processo, os investigadores continuaram a análise comparativa dos resultados.
Espera-se que o enorme acervo de informações recolhidas ao longo dos quatro anos
letivos possa constituir um banco de dados para futuras investigações e aplicações na
área não só do ensino e da educação bilingues, mas também da aquisição do crioulo
cabo-verdiano pelas comunidades imigrantes e pela comunidade de acolhimento. Será
também uma fonte de informação sobre os fenómenos de contacto de línguas e, em
particular, sobre o efeito da educação bilingue no sucesso da aprendizagem do
português escolar e na interação harmoniosa entre os falantes de várias origens
linguísticas e culturais que integram a comunidade educativa.
Prevê-se a publicação, sob a forma de livro e de CD, da história desta experiência
inovadora em Portugal: desenho inicial, aplicação e evolução, metodologias de ensino
e de investigação, materiais educativos, documentos dos alunos e das aulas, resultados
linguísticos e sociolinguísticos, efeitos na comunidade...
Embora na literatura (v. Joana Duarte,20111) se insista que a educação bilingue só
produz efeitos relevantes a partir do 6.º ano de escolaridade, os resultados ao fim de
quatro anos são já significativamente positivos, não só a nível das atitudes e
comportamentos sociolinguísticos, das crianças e das suas famílias, mas também na
capacidade e nos hábitos de reflexão metalinguística dos alunos, reflexão essa que
1 Duarte, J. (2011) Bilingual language proficiency. A comparative study. New York/Münster: Waxmann
Verlag.
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favoreceu a interiorização dos limites entre as duas línguas (na oralidade e na escrita),
como o provaram os estudos de caso realizados, evitando transferências negativas e
cristalizações de erros tão comuns em alunos que adquirem o português como nova
língua, em modelos de ensino monolingues.
O acompanhamento e observação regulares das aulas, o contacto com os pais e com
os professores e diretores e a investigação permitem concluir que o Projeto teve
resultados globais muito positivos, não só nas crianças, mas também na comunidade
educativa em geral, o que se refletiu no desejo, por parte da Escola, da sua
continuidade e expansão.
A experiência, que envolveu ativamente as famílias (mesmo enquanto objeto de
investigação), ultrapassou em muito as fronteiras da turma, da escola e até do país. Foi
alvo de várias reportagens e entrevistas, tem sido divulgada em colóquios e
publicações nacionais e internacionais e tornou-se uma referência nas comunidades
portuguesas no estrangeiro, entre os crioulistas e em Cabo Verde, tendo a turma sido
visitada pelo Presidente da República e pela Ministra das Comunidades deste país que
manifestaram o seu interesse, nomeadamente, pelo modelo e pelos materiais de
ensino. O mesmo empenho em conhecer e aproveitar os resultados da experiência foi
manifestado pela Ministra da Educação e do Desporto.
Pela mobilização de muitas vontades individuais e institucionais, a turma realizou uma
memorável visita de estudo a Cabo Verde que foi o culminar de um processo de quatro
anos de educação para a descoberta das línguas e das culturas que a todos pertencem,
enquanto membros de comunidades plurais.
Educação
O quarto ano de escolaridade foi essencialmente, em termos de ensino e
educação, um ano de consolidação e de aperfeiçoamento de aprendizagens nas
múltiplas áreas referidas e fundamentadas nos vários relatórios anteriores. Nesse
sentido, limitar-nos-emos, aqui, a focar os principais eventos, atividades e documentos
produzidos, bem como os procedimentos e resultados da investigação neste último
ano.
A consolidação e o aprofundamento de saberes na área das línguas foram
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5
acompanhados de uma aposta muito forte no desenvolvimento da consciência
linguística explícita dos alunos, através da educação para a crítica e auto-crítica
linguísticas, para a reflexão contrastiva sobre a gramática das línguas portuguesa e
cabo-verdiana e para a tradução comentada. Os efeitos positivos na aprendizagem das
línguas (nomeadamente, na mais rápida aprendizagem da língua crioula por parte dos
alunos de origem portuguesa) veio confirmar a bondade da aposta metodológica no
reforço da intervenção metalinguística.
Foi ainda feito um grande investimento na criação de hábitos de correção e
aperfeiçoamento da escrita individual, com revisão e análise crítica, com as crianças,
dos cadernos produzidos ao longo do ano. Ao mesmo tempo, os alunos foram
incentivados a serem autónomos na produção de textos criativos coletivos.
A viagem a Cabo Verde, tanto na fase de preparação, como na de reflexão posterior,
foi o mote para a aquisição de conhecimentos na área do Estudo do meio e para o
desenvolvimento da interculturalidade, enquanto parte integrante da educação
linguística.
Investigação
Na sequência da investigação anterior, e com o apoio científico da consultora
Joana Duarte, que se deslocou a Portugal, em duas ocasiões, para reuniões de
trabalho, foram aplicados, entre setembro de 2011 e junho de 2012, os seguintes
testes e questionários de diferentes tipos2:
Testes Linguísticos
Na turma bilingue (TB), em português e em cabo-verdiano, e, na turma de controlo
(TC), apenas em português:
Narrativa oral de uma sequência de imagens3 (outubro de 2011).
Narrativa escrita, a partir da mesma sequência de imagens que serviu de
estímulo à narrativa oral referida no primeiro ponto (março de 2012).
Descrição e explicação escrita de uma imagem4 (maio de 2012).
2 Ver Anexo 1.
3 Ver Anexo 2.
4 Ver Anexo 3.
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6
Narrativa oral de uma nova sequência de imagens5 (junho de 2012).
Teste Cognitivo
Teste cognitivo, aplicado em ambas as turmas, para controlar a variável
‘capacidades cognitivas’ na avaliação das prestações linguísticas dos alunos
(janeiro de 2012).
Questionários e testes de avaliação subjetiva sobre as línguas e as aprendizagens
Aplicação nas duas turmas de um questionário elaborado no âmbito do projeto
europeu Meridium6, para diagnosticar os efeitos da educação bilingue nas
atitudes e nos comportamentos linguísticos dos alunos (setembro de 2011).
Questionário, na TB, sobre os feitos mútuos da aprendizagem das duas línguas
(outubro de 2011)7.
Teste de avaliação da consciência e da identidade linguísticas dos alunos,
baseado em Krumm, 20018 (atividade das silhuetas)9(fevereiro de 2012).
Inquéritos realizados junto dos pais
Questionário 10 sobre os efeitos da educação bilingue no progresso linguístico e
escolar dos filhos. Pretendeu-se, ainda, com este questionário, investigar
indiretamente os reflexos do Projeto na educação linguística dos próprios pais,
depois de vários anos de trabalho conjunto (outubro de 2011).
Teste de avaliação da consciência e da identidade linguísticas (atividade das
silhuetas) anteriormente aplicado junto das crianças, de modo a comparar os
resultados obtidos (junho de 2012).
5 Ver Anexo 4.
6 Financiado pela União Europeia e desenvolvido em Portugal pelo Centro de Linguística da Universidade
Nova de Lisboa, com a coordenação de Isabel Tomás, http://meridium.fcsh.unl.pt/index.html 7 Ver Anexo 5.
8 V. Hans-Jürgen Krumm (2001) Kinder und ihre Sprachen – lebendige Mehrsprachigkeit. Viena:Eviva.
9 Ver Anexos 6 e 7. Pedia-se aos alunos das duas turmas e aos pais que, escolhendo as línguas que
sentiam “fazerem parte de si”, e atribuindo-lhes cores diferentes, pintassem uma figura humana,
fazendo corresponder cada cor à parte do corpo que achassem ter a ver com a língua que representava,
dando razões para as suas escolhas. 10
Ver Anexo 8.
http://meridium.fcsh.unl.pt/index.html
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7
Resultados
Testes linguísticos
Todos os testes linguísticos em língua portuguesa (os únicos passíveis de comparação
com a TC)11 foram já objeto de análise, de acordo com parâmetros previamente
definidos. Os resultados dos testes, na maioria dos parâmetros, são favoráveis à TB.
O quadro seguinte (Quadro 1), referente apenas aos testes de produção escrita no
período a que se reporta este relatório, é exemplar da vantagem significativa da TB em
relação à TC. No quadro, o nível verde corresponde a uma percentagem global de
sucesso maior ou igual a 70%, no conjunto dos parâmetros analisados, e de acordo
com os critérios definidos para cada um desses parâmetros. O nível amarelo
corresponde a uma percentagem entre os 40% e os 69% e o nível vermelho a uma
percentagem igual ou inferior a 39%.
Descrição
(O supermercado) 10.02.2011
Narrativa 4 (Os meninos
a pescar) 21.03.2012
Descrição e Explicação (A família) 14.05.2012
TB
78% 74% 79%
11% 26% 5%
11% 0% 16%
TC
43% 53% 37%
43% 47% 32%
14% 0% 32%
Quadro 1. Resultados dos últimos testes de produção escrita
Como se pode verificar, a percentagem de alunos no nível verde é sempre superior, na
11
Dada a multiplicidade de tarefas exigidas pela fase final do Projeto, embora tenham sido recolhidos
dados sobre o desenvolvimento da língua caboverdiana oral e escrita, foi dada prioridade, no quarto
ano, à análise dos dados da língua portuguesa, os únicos comparáveis com os da TC, uma vez que a
comparação entre as duas turmas era essencial para extrair conclusões sobre os efeitos da experiência
de educação bilingue em curso.
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8
TB, sendo também quase sempre superior, na TC, a percentagem de alunos no nível
vermelho.
O quadro 2. Evidencia o contraste entre as duas turmas, no último teste linguístico em
português (de descrição e explicação de uma imagem).
Quadro 2. Descrição e Explicação
Testes de avaliação subjetiva
Os testes de avaliação subjetiva, à semelhança do que já acontecera nos anos
anteriores, vêm revelar uma elevada consciência linguística dos alunos da TB que se
reflete nas suas capacidades metacognitivas e metalinguísticas e nas atitudes
positivas em relação às línguas e à sua diversidade. Houve um efeito evidente da
educação bilingue na constução da identidade linguística, na empatia comunicativa e
na apetência pelas línguas.
A aplicação do teste das silhuetas, acima referido, é disso um bom exemplo,
sobretudo se compararmos as respostas dadas pela TB e pela TC:
79%
37%
5%
32%
16%
32%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
TB TC
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9
A TB revela globalmente uma maior capacidade de reflexão e de auto-análise.
Quando se pede uma explicação sobre a escolha da localização, na silhueta, de cada
uma das línguas mencionadas, só 11 % das crianças da TB respondem “não sei”,
contra 26% das crianças da TC.
Enquanto todas as crianças da TB (de ambas as origens) referem como uma das suas
línguas o crioulo de Cabo Verde, a par do português, na TC só 50% das crianças de
origem crioula o fazem.
Todos os alunos da TB mostram ter uma percepção muito clara da fronteira entre as
línguas que “fazem parte de si”, embora em graus diferentes (assumindo um
bilinguismo ou um plurilinguismo multimodal), e as que não dominam. Interpretam,
assim, adequadamente, a tarefa que lhes é proposta, mencionando apenas as línguas
que dominam. É o caso de um dos alunos, de origem guineense, que refere o
português, o crioulo da Guiné-Bissau, o francês e o manjaco (línguas faladas em casa)
e o cabo-verdiano e o inglês (línguas aprendidas na escola).
Pelo contrário, na TC, há vários alunos que ignoram o foco principal da tarefa,
optando por enumerar um conjunto de línguas, independentemente da sua relação
específica com elas. É o que acontece com um outro aluno, de origem crioula, que
não refere o crioulo, mas sim o chinês, o russo, o japonês e o francês.
Ao contrário da TC, em que a nomeação das línguas é predominantemente
determinada por fatores externos, nem sempre consequentes (“a China está no
corpo porque sempre quis ir à China”; “as mãos estão em português porque tinha de
ter qualquer coisa portuguesa, o resto não sei”; “os sapatos são de Cabo-Verde
porque são diferentes, têm muitos cordões”), a TB revela uma noção muito clara de
domínio linguístico e de identidade linguística individual, privilegiando nas suas
escolhas e nas suas razões um locus interno: “A cabeça tem duas cores porque eu
aprendi as duas línguas”; “o crioulo tinha de vir primeiro, na cabeça”; “ o português
está na cabeça porque estou mais habituado ao português, é na cabeça que está o
cérebro e penso mais em português”.
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10
Produção de documentos e de materiais
Foram publicados ou estão em vias de publicação on-line, no site do ILTEC, todos os
relatórios finais de avaliação dos dados da língua portuguesa, recolhidos no âmbito da
comparação entre a TB e a TC, relativos às atividades de:
reconhecimento de palavras (realizada a 10 de dezembro de 2010).
narrativa escrita (realizadas a 5 de fevereiro, 6 de maio e 29 de novembro de
2010 e 21 de março de 2012).
narrativa oral ( realizadas a 14 de junho de 2010 e 10 de outubro e 11 de junho
de 2012).
ditado (realizada a 13 de janeiro de 2011).
descrição e explicação de imagem (realizadas a 10 de fevereiro de 2011 e 14 de
maio de 2012).
Encontram-se em fase de elaboração, para publicação:
um vocabulário bilingue
um livro ilustrado pelos alunos, com a compilação de todos os materiais usados
na aula de língua cabo-verdiana, com introdução explicativa da filosofia de
educação bilingue. Será um livro para uso dos professores, em futuras
experiências do mesmo tipo, nomeadamente, em Cabo Verde.
Divulgação nacional e internacional
O Projeto Turma Bilingue foi objeto de divulgação junto das comunidades científica e
educativa e da sociedade em geral, sob várias formas.
Dado o interesse científico e social que despertou a experiência, a nível nacional e
internacional, a turma bilingue recebeu inúmeras visitas:
A Ministra das Comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, deslocou-se
à turma, para se inteirar do projeto e contactar com os alunos, os professores e
a equipa do ILTEC, em 31 de outubro de 2011. Estiveram também presentes o
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11
Presidente da Câmara Municipal da Moita, o Presidente da Junta de Freguesia,
do Vale da Amoreira e jornalistas da LUSA
(http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article69761&ak=1).
A turma recebeu a visita da Alta Comissária para a Imigração e Diálogo
Intercultural, Maria do Rosário Farmhouse, e dos Drs. Manuel Carmelo Rosa e
António Pinto Ribeiro, da Fundação Calouste Gulbenkian, a 11 de junho de
2012.
O Presidente da República de Cabo Verde, acompanhado pela Primeira Dama e
pela Embaixadora de Cabo Verde em Portugal, no âmbito da sua primeira visita
de Estado ao estrangeiro, deslocou-se à Turma Bilingue, a 13 de junho de 2012,
tendo manifestado expressamente, em palavras proferidas durante a visita, o
desejo de que a experiência tivesse continuidade e fosse expandida em
Portugal e que dela se tirassem ensinamentos a nível do sistema educativo, em
Cabo Verde.
Os alunos e os elementos da equipa do Projeto foram alvo de frequentes entrevistas,
reportagens e notícias realizadas por diferentes meios de comunicação:
Uma equipa de reportagem da RTP África e da RTP 2 entrevistou alunos da
Turma Bilingue, bem como a coordenadora do Projeto, Dulce Pereira, e a
professora de cabo-verdiano, Ana Josefa Cardoso, no dia 24 de outubro de
2011.
As professoras de português e de cabo-verdiano e a coordenadora foram
entrevistada na Televisão de Cabo Verde, em 2 de Junho de 2012.
Dulce Pereira foi entrevistada sobre a Turma Bilingue:
- para o Programa Rumos (RTP África), no dia 11 de setembro de 2011;
- no Programas Fórum África (RTP África), no dia 5 de outubro de 2011;
- para a RTP2, no dia 24 de Outubro de 2011;
- para a Rádio de Cabo Verde, no dia 25 de outubro de 2011;
- para a Agência Lusa, no dia 31 de Outubro de 2011;
http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article69761&ak=1
-
12
- no Programa Lingua de Todos, da RDP, no dia 20 de Abril de 2012;
- para a Rádio de Cabo Verde, em 1 de Junho de 2012;
Todo o grupo de professores, alunos e equipa do ILTEC foi objeto de várias
reportagens, durante a sua viagem e estadia em Cabo Verde, tendo o
Ministério das Comunidades elaborado um vídeo para divulgação junto da
diáspora.
Comunicações em encontros científicos
O projeto Turma Bilingue foi divulgado pelos membros da equipa, em vários encontros
científicos:
No Seminário Bilinguismo e Imigração nos países do Mediterrâneo,
organizado por Isabel Tomás, no âmbito do Projeto Meridium, com a
comunicação convidada “A educação bilingue em Portugal”, apresentada por
Dulce Pereira, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade
Nova de Lisboa, em 9 de setembro de 2011.
Em reuniões no ILTEC, abertas à comunidade científica, nomeadamente, em
15 de fevereiro de 2012, com as comunicações:
o “Turma Bilingue – Aquisição e aprendizagem da língua cabo-verdiana
em contexto semiformal de educação bilingue: estudo de caso” – Dulce
Pereira.
o “Turma Bilingue – Desenvolvimento da Língua Portuguesa e da
consciência linguística (atitudes e comportamentos linguísticos)” –
Pedro Martins e Vanessa Antunes.
Nas 5.ªs Jornadas do Centro de Desenvolvimento da Criança “A educação da
criança: implicações na aprendizagem”, com a comunicação convidada
“Educação Plurilingue”, apresentada por Dulce Pereira, no Hospital Dona
-
13
Estefânia, a 16 de abril de 2012.
No Seminário Diversidade e equidade em educação, com organização
conjunta do Conselho Nacional de Educação (CNE), da Aliança das Civilizações
e da Fundação Aga Khan (AKDN), com a participação de Ana Josefa no Painel
“Valorização da diversidade na sala de aula”, no auditório do CNE, em 17 de
abril de 2012.
No Encontro Português língua não materna: Partilha de práticas de ensino e
de experiências de aprendizagem, organizado pelo grupo Língua e
Diversidade Linguística, do ILTEC, com uma comunicação intitulada
“Educação Bilingue: uma língua puxa pela outra”, apresentada por Dulce
Pereira, Pedro Martins e Vanessa Antunes, na ESE de Lisboa, em 4 e 5 de
maio de 2012.
Já após a conclusão do Projeto, em Setembro de 2012, Dulce Pereira, foi
convidada a realizar a conferência inaugural (As línguas não ocupam lugar –
Aprendizagem do português em contexto multilingue) nas Jornadas
Pedagógicas na Universidade de Estocolmo sobre “Aprendizagem e ensino de
PLE e PLM fora do espaço lusófono”. Estocolmo, 5 a 7 de setembro de 2012.
Outras apresentações e formas de divulgação
A equipa teve oportunidade de apresentar e debater o projeto e os seus resultados em
encontros científicos e pedagógicos em que os seus membros participaram,
nomeadamente:
no VI Encontro de Língua Portuguesa nos primeiros anos de escolaridade:
investigação e boas práticas, em 9 de Julho de 2012, na Escola Superior de
Educação de Lisboa, em que Dulce Pereira coordenou a mesa redonda sobre
"Formação de professores e ensino de Língua".
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14
nas Jornadas “e-Twinning em Português”, organizadas pela DGIDC/ME, em 13 e
14 de outubro de 2011, em Évora.
no 41.º Encontro e Conferência Internacional da ALTE - Centro de Avaliação de
Português Língua Estrangeira (CAPLE) - O Impacto da Avaliação de Línguas na
Aprendizagem e no Ensino/The Impact of Language Testing on Learning and
Teaching, em 20 de abril de 2012.
no workshop do Projeto Language Rich Europe – Multilingualism for stable and
prosperous societies, no Instituto Camões, em 10 de maio de 2012.
Publicações
Foram publicados ou estão em vias de publicação os seguintes artigos e capítulos de
livros que versam sobre o projeto Turma Bilingue:
A. A. (2012). Português Língua Não Materna: partilha de práticas de ensino e de
experiências de aprendizagem. ILTEC, Lisboa.
Pereira,Dulce (2012) Histórias Bilingues. In Costa, Armanda e Duarte, Inês
(eds.). Nada na linguagem lhe é estranho. Estudos em homenagem a Isabel Hub
Faria. Porto: Edições Afrontamento, pp. 277-292.
Pereira, Dulce, Pedro Martins e Vanessa Antunes (2012). Educação bilingue e
aprendizagem do português em contexto multilingue. In Flores, Cristina & al.
Português Língua Não Materna: Investigação e Ensino. Lisboa: Lidel (no prelo).
Pereira, Dulce, Pedro Martins e Vanessa Antunes (2012) Emerging
Plurilingualism in a bilingual education experiment. In Duarte, Joana e
Christoph Gantefor (eds.) Bilinguale Schulen in Deutschland – empirische
-
15
Ergebnisse. Deutsch und: Italienisch, Portugiesisch, Sorbisch, Spanisch, Türkisch.
Waxmann Verlag, Reihe Interkulturelle Bildungsforschung. (A publicar).
Referências bibliográficas
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cognitive change. International Journal of Bilingual Education and Bilingualism. 10: 3:
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17
ANEXOS
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Anexo 1. Testes e questionários linguísticos aplicados à Turma Bilingue entre setembro de 2011 e junho de 2012. TESTES LINGUÍSTICOS
Português Cabo-verdiano Oralidade Escrita Ditada Escrita Oralidade Escrita Ditada Escrita Produção Produção Produção Leitura
Produção Produção Produção Leitura TB TC TB TC TB TC TB TC
1.º
An
o
03.’09
17.06.’09
03.’09
17.06.’09
2.º
An
o
14.06.’10
31.05.’10
21.01.’10
26.01.’10
15.03.’10
15.03.’10
02.06.’10
21.01.’10
05.02.’10
09.02.’10
10.03.’10
06.05.’10
04.05.’10
3.º
An
o
13.01.’11
13.01.’11
29.11.’10
23.11.’10
10.12.’10
09.12.’10
24.02.’11
25.11.’10
10.02.’11
10.02.’11
13.01.’11
4.º
An
o
10.10.’11
10.10.’11
06.10.’11
21.03.’12
15.03.’12
20.03.’12
14.05.’12
02.05.’12
27.04.’12
11.06.’12
08.06.’12
06.06.’12
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TESTES DE AVALIAÇÃO SUBJECTIVA SOBRE AS LÍNGUAS E AS APRENDIZAGENS
Turma Bilingue Turma de Controlo
1.º
An
o
Dados sociolinguísticos
2.º
An
o
Sobre as línguas em geral
09.10.2009
17.11.2009
Sobre as aprendizagens em geral
16.10.2009
Sobre as línguas e os diferentes países
21.01.2010
26.01.2010
Sobre aprender palavras novas
18.03.2010
3.º
An
o Sobre a relação
entre profissões e línguas
12.05.2011
19.05.2011
Sobre os efeitos mútuos da aprendizagem do português
e do cabo-verdiano
19.05.2011
4.º
An
o Sobre o português e o cabo-verdiano
e a consciência linguística
06.10.2011
Inquérito Meridium
29.09.2011
29.09.2011
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OUTROS TESTES, INQUÉRITOS E ATIVIDADES
Turma Bilingue Turma de Controlo
Pais Alunos Professora PT Professora CCV Pais Alunos Professora
2.º
An
o
Inquérito aos professores sobre o
Projecto
1.º período
1.º período
Inquérito aos alunos sobre os hábitos de
leitura/línguas
1.º período
3.º
An
o
Inquérito aos alunos sobre práticas literárias
08.10.2010
08.10.2010
Inquérito sobre as
habilitações literárias dos pais
Dez. 2010
Dez.2010
Inquérito aos professores sobre o
Projecto
20.07.2011
10.07.2011
4.º
An
o
Inquérito aos pais sobre
o Projecto
20.10.2011
Teste cognitivo
16.01.2012
16.01.2012
Actividade sobre consciência linguística
(silhuetas)
21.06.2012
23.02.2012
08.03.2012
-
Anexo 2. Sequência de imagens da narrativa oral (outubro de 2011)
Anexo 3. Sequência de imagens da descrição e explicação (maio de
2012)
-
22
Anexo 4. Sequência de imagens da narrativa oral (junho de 2012)
-
23
Anexo 5. Questionário sobre os efeitos mútuos da aprendizagem das duas línguas (outubro de 2011)
IINNQQUUÉÉRRIITTOO SSOOBBRREE OOSS EEFFEEIITTOOSS MMÚÚTTUUOOSS
DDAA AAPPRREENNDDIIZZAAGGEEMM DDOO PPOORRTTUUGGUUÊÊSS EE DDOO CCAABBOO--VVEERRDDIIAANNOO
1. É diferente escrever em cabo-verdiano e escrever em português?
____________________________________________________________________________
1.1. Porquê?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1.2. Dá exemplos dessas diferenças.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2. Qual é para ti a língua em que é mais fácil escrever?
____________________________________________________________________________
2.1. Porquê?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
3. Já alguma vez, em alguma situação, sentiste que foi importante para ti teres
aprendido a falar crioulo? Quando?
____________________________________________________________________________
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4. Achas que aprender crioulo ajuda a aprender português?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
4.1. Porquê?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
5. Indica um verbo em português e um verbo em cabo-verdiano.
Verbo em português Verbo em cabo-verdiano
6. Indica um adjectivo em português e um adjectivo em cabo-verdiano.
Adjectivo em português Adjectivo em cabo-verdiano
7. Indica um substantivo em português e um substantivo em cabo-verdiano.
Substantivo em português Substantivo em cabo-verdiano
-
25
Anexo 6. Atividade das silhuetas
SILHUETAS
1 – Escolhe as línguas que fazem parte de ti. 2 – Dá-lhes uma cor. 3 – Faz uma legenda. 4 – Pinta a figura e põe as cores nos sítios a que achas que elas pertencem.
-
26
Anexo 7. Atividades das silhuetas (respostas de alguns pais e de um
aluno da TB)
Respostas de duas mães de alunos da TB ao teste das silhuetas.
A mãe do Diogo (origem crioula)
Crioulo: coração porque é a terra mãe. Terra natal!
Francês: família segurada nos braços. Porque na França estão os familiares da parte paterna e um filho. Vermelho é paixão desde criança. Braços: família sempre agarrada a mim.
Português: na cabeça porque considero que é o meu país.É aqui que estão os filhos, família, a minha alma, a minha raíz.
A mãe do Rúben
Crioulo: no coração por
causa do Ruben saber. Gosto de
ouvir o Ruben falar
Português: língua que
sempre falei
Italiano/espanhol:
línguas que gostava de
aprender
-
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Respostas de um aluno da TB ao teste das silhuetas.
- Inglês na barriga porque gosto de comidas inglesas (pizza, coca-cola, gelado de baunilha);
- Português na cabeça porque estou mais habituado ao português, é na cabeça que está o
cérebro e penso mais no português, está também no coração porque gosto mais do
português e nas pernas porque são a minha parte favorita do corpo;
- o crioulo de Cabo Verde está nas pernas porque elas me ajudam a andar, nos braços
porque gosto muito de escrever em crioulo. Há muito azul e castanho porque gosto das duas
línguas.
- É importante andar, pintei as três línguas nas pernas porque também é importante saber
línguas.
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Anexo 8. Algumas respostas de pais de alunos da Turma Bilingue a um
inquérito sobre os efeitos da educação bilingue no progresso linguístico
e escolar dos filhos (outubro de 2011).
Inquérito aos Encarregados de Educação
4.º Ano (2011/2012)
1. Na sua opinião, o Projeto Turma Bilingue trouxe benefícios para o seu filho?
Quais?
«Sim, o meu filho aprendeu a falar, ler e escrever em criolo, coisa que os pais não sabem e nem
tinham maneira de o ensinar porque nós também não sabíamos.» (Mãe do Axel)
2. A sua opinião sobre Projeto foi mudando de alguma maneira ao longo destes 4
anos? Em que aspetos? Porquê?
«Não. Nunca houve receios, porque sempre achei positivo o contacto com outras línguas e
culturas.» (Mãe do Ruben)
3. O seu filho fala sobre o Projeto Turma Bilingue em casa? O que é que ele diz?
«Sim. Ela diz que adora falar criolo até nos ensina a falar em casa também.» (Mãe da Daniela)
Acha que a aprendizagem do crioulo de Cabo Verde na escola contribuiu
positivamente para a aprendizagem do português? De que forma?
«Sim. Uma língua puxa pela outra.» (Mãe do Wilson)
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29
«Acho não tém nada mal aprender a falar crioulo, porque isso e louvavel vér os nossos filhos
tém capacidades de dominar varias línguas e um sonho de cada mãe.» (Mãe do Júlio)
4. Já alguma vez sentiu que foi importante para o seu filho saber falar crioulo de
Cabo Verde? Quando?
«No meio em que estamos inseridos acho muito importante que o meu filho saiba falar crioulo. A
comunidade Cabo Verdiana é muito grande e possibilita que o meu filho também se integre e
ajude a integrar outros meninos.» (Pai do Hugo)
«E importante falar crioulo isso não segnifica ou importa que é crioulo de Cabo-Verde ou da
Guine-Bissau para me é igual o que me orgulha mais é vér o meu filho á falar bém crioulo e
português, e outras línguas.» (Mãe do Júlio)
5. Antes do Projeto, já se falava crioulo de Cabo Verde em sua casa? Se sim, acha
que houve alguma mudança na forma como a família fala com o seu filho?
«Ja falávamos, mas não com a Miriam. Agora falamos e ela já percebe.» (Mãe da Miriam)
6. Passados quase quatro anos de Projeto, acha que o seu filho…
Sim Não
… fala mais?
… gosta de escrever?
… gosta de ler?
… gosta de ir à escola?
Nota: Todos os pais responderam «sim» a todos os itens.