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Curso on-line de Agricultura Orgânica
Prof. Silvio Penteado
Aula 5
RAMOS DA AGROECOLOGIA 2 (Natural, Permacultura e Agrofloresta)
Este é o 1º Módulo do curso completo sobre agricultura orgânica. Você vai ficar saben-do tudo sobre os conceitos e fundamentos da agricultura orgânica. Também mostrare-mos os ramos da agroecologia, como ocorreu a degradação da agricultura e da natu-reza. ATENÇÃO: ESTE MÓDULO É DIFERENTE DOS DEMAIS, SENDO BASTANTE TE-ÓRICO, POIS HÁ NECESSIDADE DE CONHECER OS FUNDAMENTOS E PRINCÍ-PIOS DO SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO, ANTES DE ENTRAR NA PARTE PRÁTICA.
CURSO DE AGRICULTURA ORGÂNICA Prof. Silvio Roberto Penteado
APOSTILA 2 – RAMOS DA AGRICULTURA ORGÂNICA
QUESTÕES Como a agricultura moderna chegou a empregar os pesticidas?
Quais são as conseqüências da agricultura atual que usa pesti-cidas?
Quais são os ramos da agroecologia?
Quais são seus princípios e exigências para que possamos im-plantar o sistema orgânico?
NESTA AULA SERÁ ABORDADO
Ramos da agricultura regenerativa, agricultura natural, permacultura e agrofloresta
Quais são os princípios e como atuam os ramos do sis-tema orgânico.
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5. AGRICULTURA NATURAL
5.1. ORIGEM
A agricultura natural é um ramo da agroecologia, surgida no Japão no
período de 1882 a 1955. O método de uma agricultura totalmente natural foi
idealizado por Mokiti Okada, como alternativa para os problemas decorrentes
da prática da agricultura convencional, na década de 1930. Ao analisar o méto-
do agrícola convencional, Mokiti Okada manifestou uma profunda preocupação
com o emprego excessivo de agroquímicos no solo. Observador dos princípios
da Natureza criou o método da Agricultura Natural para resgatar a pureza do
solo e dos alimentos, preservar a diversidade e o equilíbrio biológico e contribu-
ir para a elevação da qualidade da vida humana. Mokiti Okada alertou para a
necessidade de uma avaliação cuidadosa sobre os "bons resultados" obtidos
pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, que têm caráter passageiro e acarre-
tam graves conseqüências ao meio ambiente.
5.2. RAZÕES PARA O SURGIMENTO DO MOVIMENTO
A impregnação de resíduos químicos nos alimentos, a alteração do ver-
dadeiro sabor dos mesmos, o comprometimento da saúde do lavrador, que
manipula tais produtos, e do consumidor, além da contaminação de mananci-
ais, leitos de rios, lençóis freáticos, enfim da ampla degradação ambiental que
afeta toda a cadeia alimentar.
O uso de agroquímicos foi difundido e intensificado como prática con-
vencional a partir da Primeira Grande Guerra Mundial, época em que a escas-
sez de alimentos impulsionou a produção agrícola em larga escala e em tempo
acelerado, o que promoveu um impacto ambiental devastador.
A aplicação de agroquímicos no solo altera seu ciclo natural e causa de-
sequilíbrio biológico em função da eliminação de microrganismos fundamentais
ao desenvolvimento das plantas que, com suas características modificadas,
tornam-se dependentes dos produtos químicos.
5.3. SOLUÇÕES PROPOSTAS
Como solução, Mokiti Okada indicou a aplicação do método agrícola
sustentável, que preserva o meio ambiente, promove a saúde e oferece alimen-
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tos puros e saborosos. O método privilegia a força do solo, cuja qualidade é
fator primordial para a obtenção de boas colheitas. Segundo esse princípio, a
fertilização do solo consiste no fortalecimento de sua energia natural. Para isso,
basta torná-lo puro e limpo. Quanto mais puro é o solo, maior é a sua força pa-
ra o desenvolvimento das plantas. Diferentemente dos métodos convencional e
orgânico, o método da Agricultura Natural não emprega produtos químicos ou
esterco animal, e sim faz uso de compostos vegetais, que conservam a pureza
do solo e permitem a reciclagem dos nutrientes para o desenvolvimento das
plantas.
5.4. IMPORTÂNCIA DOS MICRORGANISMOS PARA A
AGRICULTURA NATURAL
A Agricultura Natural, baseada nas suas pesquisas, afirma que as carac-
terísticas do solo variam enormemente conforme os microrganismos que nele
abrigam, em que cada ser está vivendo da cooperação de outros. Assim base-
ados nessas pesquisas seus divulgadores fazem a seguinte classificação dos
tipos de solo:
Solo do tipo putrefato (solo com microrganismos patogênicos, favorá-
vel á ocorrência de pragas e doenças);
Solo do tipo bactérias purificadoras (solo supressor de doenças e
pragas);
Solo do tipo fermentador (presença de microrganismos
fermentadores);
Solo do tipo sintetizador (presença de microrganismos promotores de
síntese).
5.5. TEORIA FUNDAMENTAL
A Agricultura Natural desenvolve pesquisas e divulga a importância e
vantagens do enriquecimento do solo, com a atividade dos microorganismos.
Seu princípio e técnica para a adoção da agricultura natural, está baseada Na
sua teoria de existirem dois grandes grupos de microrganismos que atuam no
solo:
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Microorganismos que tem capacidade de regeneração. Sua presen-
ça é útil e desejável ao solo. São aqueles que produzem substâncias orgânicas
úteis às plantas, e no seu metabolismo secundário podem produzir hormônios
e vitaminas.
Microrganismos degenerativos: São aqueles que produzem no seu
metabolismo primário amônia, sulfeto de hidrogênio, mercaptana, entre outros.
Consideram que a elevada presença desses microrganismos afeta o solo e as
plantas, sendo comuns em solos degradados. (Fonte: Fundação Mokiti Okada).
5.6. A AGRICULTURA NATURAL NA PRÁTICA
Com o objetivo de mostrar como funciona a Agricultura Natural na práti-
ca de campo, apresentamos um resumo da entrevista do agricultor japonês
Yoshikazu Kawaguci, que adota o sistema de acordo com os seus princípios,
feito para a revista Resurgence. Fonte: Piggott(2000).
O que é agricultura natural? Cada semente que plantamos tem sua
própria vida. Deixamos essa vida se desenvolver assim como é, respeitando o
seu processo de crescimento natural. A natureza deu à semente um ambiente
perfeito; interferimos o mínimo possível. Isto quer dizer, não aramos a terra
nem removemos os outros tipos de plantas e insetos do campo.
Quais são as diferenças entre a agricultura orgânica e a agricultura
natural?
Embora os agricultores orgânicos evitem substâncias artificiais, usam
todo o tipo de aditivos, tais como composto e esterco, pesticidas orgânicos etc.
Além disso, quando aram o solo, freqüentemente usam máquinas que exigem
muita energia artificial — não só o combustível usado para operar a máquina,
como também a energia necessária para fabricá-la. Já a agricultura natural é
isso mesmo, totalmente natural. Usa apenas o que se encontra no campo.
A agricultura natural pode ser praticada na Europa ou na América,
onde os campos são muito maiores do que no Japão?
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Sim. Pode ser praticada em qualquer lugar. Em campos maiores, vão
necessitar mais gente. Porém, quando se considera o número de pessoas em-
pregadas na fabricação de fertilizantes, pesticidas, maquinário etc., o tempo
total gasto para produzir safras pelo método natural é menor.
Como a pessoa que quer praticar a agricultura natural vai começar?
Não deve arar o solo. Não deve usar composto, fertilizantes orgânicos
ou quaisquer aditivos. Não deve considerar a grama nativa como erva daninha
que precisa ser removida, nem deve considerar os insetos como predadores
que precisam ser exterminados. Eles não são inimigos, são essenciais à saúde
do solo. Existem algumas variações segundo as diferenças do solo e do clima.
Por exemplo, o método de plantar as sementes. Em alguns casos, elas podem
ser espalhadas. Em outros, precisam ser plantadas no solo. Em outras circuns-
tâncias, talvez precisem ser criadas como mudas e protegidas até o transplan-
te. Às vezes, pode ser necessário cortar a grama ao redor quando ela ameaça
a jovem planta.
RESUMO: A agricultura natural procura preservar as condições naturais
do solo, com o acréscimo somente de microrganismos para que recomponham
a vida do solo. Não são favoráveis a aplicação de adubos ou fazer qualquer
intervenção de preparo de solo, capinas, etc.
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6. PERMACULTURA
Este movimento surgiu na Austrália, utilizando as idéias da agricultura
natural, trabalhadas por Dr. Bill Mollison e outros, dando origem a um novo mé-
todo conhecido como permacultura, que significa um sistema evolutivo inte-
grado de espécies vegetais permanentes (ou perenes, de onde vem o nome) e
animais ou auto-perpetuantes úteis ao homem. Esta agricultura, já introduzida
no Brasil, envolve plantações permanentes e semi-permanentes, incluindo a
atividade produtiva dos animais.
PRINCÍPIOS: O objetivo da permacultura é imitar, reproduzir de forma
consciente e bem planificada os aspectos paisagísticos e energéticos, de forma
especial a associação de cultivos, como forma de atingir a sustentabilidade. O
movimento Permacultura tem como princípio a observação das estratégias da
natureza. Desenvolve-se num design inteligente, racionalizando a organização
de sítios e fazendas ou até mesmo de cidades, levando em consideração os
aspectos típicos de cada região.
Este sistema se caracteriza por projetos que faz a utilização de métodos
ecologicamente saudáveis e economicamente viáveis, que respondam as ne-
cessidades básicas sem explorar ou poluir o meio ambiente, que se tornem
auto-suficientes em longo prazo. Tendo claras as necessidades como: moradia,
água, acesso, jardim, animais, lazer, área de produção, reserva florestal etc.,
podemos planejar tudo de forma integrado, com harmonia, eficiência e ecologi-
camente correta. Entende-se que tanto o habitante quanto a sua morada e
também o meio ambiente em que estão inseridos fazem parte de um mesmo e
único organismo vivo.
Tem como princípio a agricultura orgânica para o manejo produtivo. O
cooperativismo é o caminho natural praticado e incentivado pela Permacultura
não só entre as pessoas, mas também entre todos os elos da paisagem, for-
mando redes de apoio mutuo (ecossistemas). Sem a permanência de cultura, a
sociedade perde a seus vínculos com a terra.
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PLANEJAMENTO TOTAL: A Permacultura trata as plantas, animais,
construções, infra-estruturas (água, energia, comunicações) não apenas como
elementos isolados, mas como sendo todos parte de um grande sistema intrin-
secamente relacionado. Ela aproveita todos os recursos disponíveis, e faz uso
da maior quantidade de funções possíveis de se aproveitar de cada elemento
presente na composição natural do espaço.
Mesmo os excedentes e dejetos produzidos por plantas, animais e ativi-
dades humanas são utilizados para beneficiar outras partes do sistema. As
plantações são organizadas de modo que se aproveite da melhor maneira pos-
sível toda a água e a luz disponível. Elas são arranjadas num padrão circular
em forma de mandalas, com acesso facilitado por todos os lados.
Os pomares são cobertos de leguminosas imitando o ambiente das flo-
restas. Os galinheiros são rotativos, para que as galinhas sejam deslocadas
para outro ponto após terem estercado a terra, que será usada para outro fim,
enquanto que as galinhas preparam e adubam uma nova área.
TRABALHAR COM A NATUREZA: Os sistemas Permaculturais são de-
senvolvidos para durar tanto quanto seja possível, com o mínimo de interven-
ção. Os sistemas são tipicamente energizados com a luz do sol, os ventos,
e/ou as águas, produzindo energia suficiente para suas próprias necessidades.
Procura-se aproveitar também toda a flora local, associando árvores, ervas,
arbustos e plantas rasteiras que se alimentam e se protegem mutuamente. A
água da chuva também é aproveitada através da instalação de captadores, que
faz com que a água seja armazenada e utilizada para diversos fins, como a
descarga do vaso sanitário, por exemplo. E esses são apenas alguns exemplos
das muitas possibilidades trabalhadas na Permacultura.
A ÉTICA E OS PONTOS FUNDAMENTAIS - Para realizar a Permacul-
tura, é necessário adotar uma ética ou comportamento de sustentabilidade, em
todos os sentidos, que exige do produtor um repensar, disciplinando seus há-
bitos de consumo e valores. Isto é justificado porque ―Os sistemas básicos de
sustentação da vida no Planeta estão em crise. A continuar assim, o Homo sa-
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piens poderá entrar para a lista das espécies em perigo de extinção.‖ Jornal
The Examiner- Londres 1992
Segundo a Permacultura, há pontos fundamentais que todo interessa-
do deve avaliar, que são: 0 cuidado com o planeta Terra. 0 cuidado com as
pessoas. Distribuição dos excedentes. Limites ao consumo
PLANEJAMENTO NA PERMACULTURA - Na permacultura, fala-se
muito em ―design‖ e a tradução da palavra é mais do que desenho, significa
fazer um planejamento consciente, considerando todas as influências e os in-
ter-relacionamentos que ocorrem entre os elementos de um sistema vivo, que
ocorrem na propriedade e região. Como princípio básico, antes de tudo obser-
var a natureza ao redor e combinar vários aspectos da natureza, Utilizar maior
quantidade de funções possíveis de cada elemento presente na composição
natural do espaço, como aproveitar excedentes e dejetos produzidos por culti-
vos, .criações, moradias, empresas, etc. Organizar os cultivos de modo que
sejam aproveitados da melhor maneira possível toda a água, luz , mão de obra
e demais recursos disponíveis.
PLANEJAMENTO POR SETORES - Somente após a observação cui-
dadosa dos elementos e seus efeitos, que é feito na Permacultura o planeja-
mento, por setores, onde a propriedade é o centro do sistema e tudo gira em
redor. Este círculo representa os 360 graus de possível influência externa. São
marcados os setores de acordo com as informações coletadas,, sendo constitu-
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ídas por: setor de luz solar no inverno e no verão, setor dos ventos, setor de
perigo de incêndio, e assim por diante.
PLANEJAMENTO POR ZONAS - No planejamento por setores, busca-
se colocar as áreas e atividades da propriedade, diferenciando o trabalho hu-
mano ou seja a mão de obra, em relação à movimentação de água e nutrien-
tes.
O princípio básico da Permacultura é: trabalhar "com" e "a favor
de", e não "contra a natureza".
7. SISTEMA AGROFLORESTAL
Este movimento agroecológico foi desenvolvido por Ernest Götsch, agri-
cultor e pesquisador, nascido na Suíça. No seu trabalho inicial na agricultura,
percorreu várias partes do mundo implantando reflorestamentos. Estabeleceu-
se no Brasil, em Pirai do Norte – sul da Bahia, há 20 anos, desde quando vem
pesquisando e desenvolvendo Sistemas Agro Florestais, em sua fazenda. De-
vido ao seu trabalho Ernest, tornou-se- referencia máxima em SAF’s no Brasil
o no mundo, realizando palestras em todas regiões.
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CONCEITOS - O sistema SAF, é considerado um sistema agroecológi-
co, identificado com os demais processos orgânicos que dispensam o empre-
go de agrotóxicos e insumos químicos. Seu procedimento de cultivo está ba-
seado na consorciação ou sistema integrado de exploração de florestas e es-
pécies tropicais (permanentes e anuais) e criação de animais, realizados num
mesmo local e tempo.
O sistema Agro-florestais, segundo as palavras de Ernest
Götsch:
―Estou tentando criar, em cada parte do mundo onde intervenho como
agricultor, agrossistemas que sejam parecidos, na sua estrutura ( ou sua forma
de funcionar ) e na dinâmica ao ecossistema natural e original do lugar. Ao
mesmo tempo, tento deixar como resultado de todas as minhas intervenções
(operações), um resultado positivo no balanço de vida e de energia complexifi-
cada em carbono, tanto no sub-sistema da minha intervenção, quanto no ma-
croorganismo Planeta Terra, ou em outras palavras; para cada passo que ando
e para tudo em que intervenho, previamente me pergunto:
O que posso fazer para que como resultado da minha presença e das
minhas intervenções nasça( M), se desenvolva(m) sistema(s) mais prospe-
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ro(s), mais vida com toda a sua abundancia e mais complexidade em todos os
seus aspectos no Planeta Terra, do qual somos parte, e não mais importantes
do que todas as outras espécies (www.yamaguishi.com.br)
PLANEJAMENTO - A presença de árvores e arbustos na paisagem é
indispensável no planejamento de num cultivo ecológico, permitindo uma har-
monização do elemento arbóreo com as culturas. Isto significa aumentar a pro-
dução e reciclagem da biomassa, aumentar a diversificação de espécies, criar
novos ecos-nichos e criar modelos de sucessão de ecossistemas. Considerar
plantas anuais, semi-perenes e perenes, baseados na compatibilidade entre si
e produção de biomassa, assim como o manejo da sua copa.
AGROFLORESTA NA AGRICULTURA FAMILIAR: É conside-
rado um sistema ideal para ser desenvolvido pelos agricultores familiares. A
razão é porque a Agrofloresta é um sistema de cultivo consorciado de frutífe-
ras, madeiras, grãos, raízes, plantas medicinais e forrageiras que alia geração
de empregos no campo, sustentabilidade econômica e ambiental.
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O sistema fornece colheitas desde o primeiro ano: culturas anuais e de
ciclo curto produzem normalmente, até as madeiras e frutíferas entrarem em
produção. Segundo seus divulgadores, as agroflorestas possibilitam renda adi-
cional aos agricultores, aproveitando melhor a mão-de-obra familiar e reduzin-
do os riscos de entressafras e anos ruins. O manejo do sistema regenera a fer-
tilidade natural do solo, aproveita melhor a água, cria condições para o controle
biológico natural de pragas e doenças e evita a contaminação do solo, água e
dos agricultores por pesticidas (Fonte: Silveira,2006).
VANTAGENS DA SUSTENTABILIDADE DA AGROFLO-
RESTA - Segundo os divulgadores do movimento, com a adoção do Sistema
Agroflorestal são esperados os seguintes resultados:
Sistema adaptado às condições tropicais, protegendo o solo das
chuvas torrenciais, da insolação direta e dos ventos secos;
Estímulo ao plantio de espécies florestais, devido à renda adicional re-
sultante da colheita das culturas anuais, frutíferas e medicinais consorciadas;
Melhor aproveitamento da mão-de-obra e de áreas marginais e/ou degradadas;
Reciclagem de nutrientes absorvidos pelas raízes profundas e deposi-
tados na superfície do solo pela queda de folhas, ramos podados e resíduos de
culturas anuais (11 a 90 ton./há ), ampliando significativamente sua fertilidade.
Preservação dos recursos hídricos, por causa do manejo que pro-
picia condições ideais de infiltração e eliminação da erosão no sistema; Eco-
nomia com irrigação pela manutenção da umidade, em virtude da cobertura
permanente do solo por matéria orgânica e do efeito quebra-vento.
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE AGROFLORESTA: Para
sua implantação, começamos com as espécies menos exigentes, ao contrário
do processo habitual, que parte da queima e uso da terra até seu esgotamento.
A queimada leva a uma escala descendente de aproveitamento do solo, com
plantio de espécies exigentes nos primeiros anos, um esgotamento rápido do
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solo e o plantio de espécies cada vez menos exigentes. Sem a queima da bio-
masssa, o processo é revertido, enriquece-se o solo com as espécies menos
exigentes e inicia-se a capitalização para o plantio posterior das espécies mais
exigentes.
O sistema fornece colheitas desde o primeiro ano, com colheitas suces-
sivas, sendo que as culturas anuais e de ciclo curto produzem inicialmente, até
as madeiras e frutíferas de diferentes ciclos entrarem em produção. Dessa for-
ma, as Agroflorestas possibilitam renda adicional aos agricultores, aproveitando
melhor a mão-de-obra familiar e reduzindo os riscos de entressafras e anos
ruins. O manejo do sistema regenera a fertilidade natural do solo, aproveita
melhor a água, cria condições para o controle biológico natural de pragas e
doenças e evita a contaminação do solo, água e dos agricultores por pestici-
das.
Entrevista - Ernest Götsh – Agrofloresta