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Razões da falência das ações de promoção e prevenção entre idosos, como evitá-las? o
modelo hierárquico de atenção ao idoso
Renato VerasDiretor da UnATI/UERJ
Renato P. Veras
•Médico, formado pela UFRJ.
•Residência Médica, Especialização, MBA, e Mestrado
•Doutorado, no Guy´s Hospital, Universidade de Londres.
•Professor associado da UERJ.
•Diretor da UnATI/UERJ.
•Pesquisador do CNPq.
•Consultor de algumas agências nacionais e internacionais
•Alguns livros publicados, entre eles “País Jovem com Cabelos Brancos” e
“Gestão Contemporânea em Saúde”.
•Maiores informações ver Currículo Lattes:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=W9875&tipo=comp
leto&idiomaExibicao=1
Honoré de Balzac
Honoré de Balzac (Tours, 20 de maio de 1799 — Paris, 18 de agosto de 1850) foi um escritor francês, notável por suas agudas observações psicológicas.
Entre seus romances mais famosos figuram A Mulher de Trina Anos (1831-32). O termo “balzaquiana” foi criado pelo escritor francês Balzac, que viveu a primeira metade do século, e era usado para designar uma mulher de 30 anos, uma idosa com filhos criados e jáno final da vida.
700 mil novos idoso por ano
Em 1950
16o
Em 2020
o Brasil será o
país em
número de
idosos
no mundo.
6o
No Censo 2000 o número de centenários era de 14 mil e em 2010, o resultado passou para 23.760 mil.
Fonte: IBGE censo 2010
O Brasil entrou para o clube das seis
maiores economias do mundo – do qual
fazem parte, hoje, Estados Unidos,
China, Alemanha, Japão e França
Em 2012
o Brasil é
país mais rico do
mundo
6o
Doença crônica
• Envelhecer sem nenhuma doença crônica é mais a exceção do que a regra.
• As doenças dos idosos são crônicas e múltiplas, perduram por longo período.
• Estas acompanham a perda funcional de órgãos e tecidos ao longo dos anos - menos de 10% das pessoas de 65 anos ou mais estão livres de algum tipo de agravo crônico a saúde e mais de 10% referem pelo menos cinco doenças crônicas concomitantes.
Nesta sala todos sabem
Mais idosos + mais idosos vivendo mais anos + mais doenças crônicas =
Custos elevados
Área complexa e repleta de pessoas bem intencionadas, porém sem a
qualificação técnica necessária. Quantidade insuficiente de profissionais com
qualificação em geriatria
O modelo vigente é anacrônico e ultrapassado, mudanças urgentes precisam ser realizadas.
Se já sabemos que a população está mais velha, que as doenças são
crônicas e múltiplas, que os custos assistenciais se ampliam, que os
modelos de cuidados são do tempo das doenças agudas e que o maior
fator de risco é a própria idade.
Porque manter o modelo vigente, sabidamente anacrônico e ultrapassado,
se já possuímos todas as informações para enfrentá-la?
Esta é a discussão central da nossa conversa!
Fundamentação do conceito
1. Por este motivo os gestores buscam intervenções e estratégias para diminuir
hospitalizações.
2. O aumento da longevidade acarreta maior uso dos serviços de saúde,
pressionando os sistemas de saúde, gerando mais custos e ameaçando a
sustentabilidade do sistema.
3. A alternativa para evitar a sobrecarga desse sistema é (deveria ser) investir
em políticas de prevenção de doenças, estabilização das enfermidades crônicas e
manutenção da capacidade funcional.
Capacidade funcional
• Em uma população envelhecida o indicador de saúde estratégico
não é a presença ou não de doença, mas o grau de capacidade
funcional dos indivíduos.
• O idoso que mantém sua autodeterminação e prescinde de ajuda
ou supervisão para realizar suas atividades diárias deve ser
considerado um idoso saudável, ainda que seja portador de uma
ou mais doenças crônicas
Avaliação funcional de um idoso
• Dessa forma, uma política de saúde do idoso deve ter como objetivo maior a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece, pelo maior tempo possível.
• É por este motivo que a identificação do risco na população idosa éuma prioridade e esta pode ser detectada através da avaliação funcional de um idoso.
• É a diminuição da capacidade funcional do idoso que o tornará, de alguma forma, dependente de um nível mais complexo de assistência.
O maior problema da maioria dos modelos assistenciais
vigentes talvez seja o foco na doença.
• Programas de gerenciamento de doenças para idosos têm uma
relação custo-benefício baixa, pois os idosos possuem mais de uma
doença crônica, e tratar adequadamente uma doença faz apenas
reduzir os índices de morbidade de tal patologia. Como são
pacientes que em geral possuem múltiplas doenças crônicas, focar
apenas uma doença não é a medida mais adequada.
• Um exemplo de como os recursos são utilizados inadequadamente.
Gerenciamento de doença versus perfil de saúde
Para idosos os programas têm de ter um olhar integral, do único médico e a equipe de saúde onde todas as ações se devem fazer de forma integrada.
Portanto não se trata do gerenciamento de doença crônica, mas sim do gerenciamento do perfil de saúde do doente, onde muitas das vezes o tratamento de alguma manifestação só pode ser conduzido, com a redução ou suspensão de outras ações que vinham sendo desenvolvidas.
Hierarquização dos cuidados
• As linhas de cuidado para idosos estabelecem etapas
evolutivas, em decorrência do processo de fragilização e do avançar da idade. Ao mesmo tempo, pretende-se desenvolver as especificidades necessárias às estruturas do cuidado dentro dessa lógica, contrapondo-se à lógica anacrônica que previa apenas as estruturas ambulatorial e hospitalar. Ou seja, propõe-se uma estrutura mais complexa e, ao mesmo tempo, mais operacional.
• Deve ser conferida ênfase especial aos primeiros níveis, onde se concentram em torno de 90% dos idosos.
Hierarquização dos cuidados (2)
As linhas de cuidado são estratégias de estabelecimento do
“percurso assistencial” com o objetivo de organizar o fluxodos indivíduos, de acordo com suas necessidades.
Dessa forma, o plano de cuidado incorpora a avaliação do beneficiário desde sua entrada no sistema, com a estratificação realizada a partir de seu risco e estado funcional e a definição da melhor linha de cuidado como o caminho a ser percorrido.
Hierarquização dos cuidadosNível 1
• A porta de entrada do sistema é o momento do acolhimento, da identificação do cliente na operadora, o início dos registros (não apenas de saúde, per si, mas de sua história de vida e eventos de saúde). A recepção é o momento de apresentação da empresa, dos serviços oferecidos, das recomendações básicas para o cliente, dos esclarecimentos sobre seu contrato, seus direitos, bonificações e premiações, e todos os programas de educação, promoção e prevenção de saúde – enfim, o acolhimento do cliente.
• Local onde será realizada uma triagem epidemiológica básica, de poucas perguntas (screening “triagem rápida”).
• A porta de entrada deve ser o local para a entrevista qualificada para o ingresso do cliente no plano de saúde.
• Utiliza-se um conjunto de ações básicas e simples, com base no modelo de promoção e prevenção e de níveis hierárquicos diferenciados.
Hierarquização dos cuidadosNível 2
No segundo nível, é do centro de promoção e prevenção de saúde, com verificação das vacinas, palestras, ações educacionais de saúde, estímulo à nutrição saudável e àprática de atividades físicas, além de grupos de convivência e local para se realizar a avaliação geriátrica ampla (AGA), que estabelecerá o perfil de saúde do beneficiário. Todas as informações serão cadastradas em prontuários eletrônicos.
Hierarquização dos cuidadosNível 3
O nível 3, ambulatório, está estruturado em dois segmentos: o
básico, para aqueles com apenas uma queixa e doença, e com a capacidade funcional preservada – que poderiam ser atendidos no serviço por médicos clínicos ou generalistas não geriatras, desde que treinados e qualificados. E o segundo segmento, para os idosos com síndrome geriátrica e fragilizados ou em processo defragilização, que necessitam de acompanhamento especializado, mais pormenorizado e de maior complexidade, onde o cuidado pode ser realizado por médicos geriatras e equipe multidisciplinar de saúde. Deste modo, o cuidado ambulatorial conta com duas etapas que se diferenciam pela profundidade e abrangência das ações, organizadas em níveis crescentes de complexidade
Hierarquização dos cuidadosNível 4 e 5
O nível 4 tem por objetivo reduzir a progressão e as complicações de
uma doença já sintomática. Deve ser utilizada uma instância de cuidado, anterior a do hospital (nível 5), através da assistência domiciliar ou hospital-dia, pois o nível 5 deve ser reservado apenas para os eventos agudos da doença crônica, preferencialmente por um curto período. Sabemos da importância do hospital e não desprezamos sua capacidade no processo de recuperação de um doente, mas esta instância deve ser reservada para casos bem específicos e definidos, e pelo menor período possível.
Hierarquização dos cuidadosNível 6 e 7
Os níveis 6 e 7 englobam as instituições de longa permanência, os asilos (nursing homes) e os hospice ou cuidados paliativos na fase terminal.
Concluindo
O modelo de hierarquização de cuidado visa propiciar a operadora o conhecimento de sua carteira, seu perfil e necessidades, de modo a construir a melhor forma de organizar sua prestação de serviços. Uma coisa é certa: sem a organização do cuidado do idoso e sem a elaboração de um plano de cuidados, o envelhecimento populacional e o aumento da prevalência de doenças podem deixar de ser oportunidades e se tornarem entraves para a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar brasileiro.
Referencia bibliográfica• Revista do Idec
VERAS, R. P. . Uma saída para a crise no setor saúde. Revista do Idec: Em defesa do consumidor cidadão, (Impresso), p. 35 - 35, 01 ago. 2011. http://idec.kinghost.net/em-acao/revista/157/materia/prevenco-para-o-sistema-de-saude-e-uma-saida-para-a-crise-no-setor-de-saude
• Revista Brasileira de Geriatria e GerontologiaVERAS, R. P. . Estratégias para o enfrentamento das doenças crônicas: um modelo em que todos ganham. Rev. Bras. Geront., (Impresso), v. 14(4), p. 779-786, 2011.
• Revista Ciência&Saúde ColetivaVERAS, R. P. . Experiências e tendências internacionais de modelos de cuidado para com o idoso. Ciência e Saúde Coletiva (Impresso), 17(1): 231-238, 2012.http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783043D8
• Revista Unimed VERAS, R. P. . Qualidade para os anos adicionais de vida. 40 anos de Aniversário - Publicação Comemorativa Unimed, Brasil, (Impresso), p. 20 - 21, 01 dez. 2011.
• Jornal Brasileiro de Economia da SaúdeVERAS, R. P. . A necessária gestão qualificada na área da saúde: decorrência da ampliação do segmento etário dos idosos, J Bras Econ Saúde(Impresso), v.3(3), p.31-39, 2011.
• Acta Scientiarum. Human and Social SciencesVeras, Renato. Um modelo em que todos ganham: mudar e inovar, desafios para o enfrentamento das doenças
crônicas entre os idosos, v. 34, n. 1, p. 3-8, Jan.-June, 2012. Doi: 10.4025/actascihumansoc.v34i1.16181
Alguns gestores dizem
1. Não vou investir pois o cliente muda de plano e o investimento se perde.
2. 2. Não existe evidencia científica de resultados – Existe (Fernando do meu lado – Pru-health)
3.Já faço ações de promoção e prevenção de saúde (conheço vários projetos – pontuais, número pequeno, ou foco na doença.
Ex. de promoção de saúde.
Ex. de gerenciamento de saúde.
Precisa mudar
• Como as operadoras deveriam fazer:
• 1. Ter como meta, evitar ao hospitalização, mas como fazer?
• 2. Ter mais instancias intermediárias.
• 3. O inicio do processo deve ser dado com acolhimento, foco na prevenção, mais estimulos nas ações de promoção de saúde (pru-health
• 4. monitoramento , um banco de dados qualificado, call center que não fale a lingua do gerundio e converse.
• 5. qualificação da equipe de saúde e verticalização.