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PARCERIA
REALIZACcedilAtildeO
PATROCIacuteNIO
LOGIacuteSTICA | CICLO 2015
PARCERIAREALIZACcedilAtildeO PATROCIacuteNIO
LOGIacuteSTICA | CICLO 2015
GVCES E AS INICIATIVAS EMPRESARIAIS
O Centro de Estudos em Sustentabilida-de (GVces) da Escola de Administraccedilatildeo de Empresas da Fundaccedilatildeo Getulio Var-gas (FGV-EAESP) eacute um espaccedilo aberto
de estudo aprendizado reflexatildeo inovaccedilatildeo e pro-duccedilatildeo de conhecimento composto de pessoas de formaccedilatildeo multidisciplinar engajadas e compro-metidas e com genuiacutena vontade de transformar a sociedade O GVces trabalha no desenvolvimento de estrateacutegias poliacuteticas e ferramentas de gestatildeo puacuteblica e empresarial para a sustentabilidade no acircmbito local nacional e internacional tendo como norte quatro linhas de atuaccedilatildeo (i) formaccedilatildeo (ii) pes-
quisa e produccedilatildeo de conhecimento (iii) articulaccedilatildeo e intercacircmbio e (iv) mobilizaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo
Nesse contexto Plataforma Empresas pelo Cli-ma (EPC) Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) Desenvolvimento Local e Grandes Empreendimentos (ID Local) Tendecircncias em Servi-ccedilos Ecossistecircmicos (TeSE) e Ciclo de Vida Aplicado (CiViA) satildeo as Iniciativas Empresariais (iEs) do GVces para cocriaccedilatildeo em rede de estrateacutegias ferramentas e propostas de poliacuteticas puacuteblicas e empresariais em sustentabilidade Satildeo abordadas questotildees em de-senvolvimento local serviccedilos ecossistecircmicos clima cadeia de valor e anaacutelise de ciclo de vida
AS INICIATIVAS EMPRESARIAIS DO GVCES EM 2015
EPCEm Adaptaccedilatildeo agraves Mudanccedilas do Clima foi desenvolvida uma nova versatildeo da ferramenta para elaboraccedilatildeo de estrateacutegias empresariais com trecircs projetos-piloto Teve continuidade ainda a Simulaccedilatildeo do Sistema de Comeacuter-cio de Emissotildees (SCE EPC) em seu segundo ano Aleacutem disso um grupo de trabalho elaborou propostas para implementaccedilatildeo do Plano Induacutestria de Baixo Carbono
ISCVCiclo voltado para a identificaccedilatildeo de oportunidades de inovaccedilatildeo para sustentabilidade nos processos logiacutesticos das grandes empresas com base na atuaccedilatildeo de pequenos e meacutedios negoacutecios O GT de Gestatildeo de Fornecedores tambeacutem mantido pela iniciativa desenvolveu um protocolo para elaboraccedilatildeo de Matriz de Risco na cadeia de suprimentos
ID LOCALDesenvolvimento de diretrizes empresariais para monitoramento do desenvolvimento local e avaliaccedilatildeo de impacto em territoacuterios com a atuaccedilatildeo de grandes empreendimentos eou cadeias de valor Foi realizada uma chamada de casos para identificar experiecircncias de grandes empresas nos dois temas trabalhados no decorrer do ano Quatro iniciativas foram selecionadas no Brasil e na Ameacuterica Latina
TESEDesenvolvimento de diretrizes para serviccedilos ecossistecircmicos de provisatildeo e diretrizes para a valoraccedilatildeo natildeo mo-netaacuteria de serviccedilos ecossistecircmicos culturais (em parceria com ID Local) Aleacutem disso foram feitos projetos-piloto com as empresas baseados nas Diretrizes Empresariais para a Valoraccedilatildeo Econocircmica de Serviccedilos Ecossistecircmicos (DEVESE 20)
CIVIACapacitaccedilatildeo de gestores em meacutetodos de quantificaccedilatildeo de pegada de carbono explorados na praacutetica a partir de projetos-piloto Desenvolvimento de ferramenta de caacutelculo para quantificaccedilatildeo da pegada de carbono de produtos (bens e serviccedilos) alimentado por um banco de fatores de emissatildeo com mais de 200 processos adap-tados para a realidade brasileira
REALIZACcedilAtildeOCentro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Escola de
Administraccedilatildeo de Empresas da Fundaccedilatildeo Getulio Vargas (FGV-EAESP)
AUTORESAna Moraes Coelho Carolina Derivi Mauriacutecio Jerozolimski
COORDENACcedilAtildeO EXECUTIVAMario Monzoni e Paulo Durval Branco Coordenaccedilatildeo Geral GVces
Munir Younes Soares Coordenaccedilatildeo Programa Inovaccedilatildeo na Criaccedilatildeo de Valor
COORDENACcedilAtildeO TEacuteCNICAMauriacutecio Jerozolimski
EQUIPEAna Moraes Coelho Maiacutera Bombachini Sueli Lopes e Taiacutes Brandatildeo
CONSULTORIA TEacuteCNICACristina Fedato
COLABORACcedilAtildeOAdriana de Lima Bruno Toledo Felipe Frezza George Magalhatildees
Isabella Fumeiro Manuela Maluf Santos Milene Fukuda e Ricardo Barretto
COORDENACcedilAtildeO GRAacuteFICABel Brunharo
PROJETO GRAacuteFICO E EDICcedilAtildeO DE ARTEDMS Editora e Comunicaccedilatildeo Integrada
EDICcedilAtildeOCarolina Derivi
REVISAtildeOJuacutelio Yamamoto
EMPRESAS PARTICIPANTES DE ISCV EM 2015BRF Boticaacuterio Citibank CSN EcoRodovias Instituto Votorantim Oi e
Telefonica Vivo
ESPECIALISTAS CONVIDADOSDavid Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil)
Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski
de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS MEMBRO DE ISCVbull Perfil e representatividade
do grupo de empresasbull Estrutura das aacutereas de logiacutesticabull Estrateacutegia e operaccedilatildeo logiacutesticabull Desafios para a operaccedilatildeo logiacutesticabull Integraccedilatildeo de sustentabilidade
aos processos e decisotildees envolvendo logiacutestica
bull Aspectos de sustentabilidade considerados e accedilotildees desenvolvidas
REFEREcircNCIAS
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO
NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS
CADEIAS DE VALORbull Iniciativas selecionadas
na chamada de casosCourrieros
LoteboxLogPyx
IntelipostGrupo carteiro amigo
GoFreteTruckPad
Resolution
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO
GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA
SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
CARTA CITIQUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCVCONECTANDO ELOS
METODOLOGIAbull GT Fornecedoresbull O ciclo 2015bull Organizaccedilatildeo desta publicaccedilatildeo
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEUM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIAbull Desafios da mobilidade e distribuiccedilatildeo urbanabull Caminhoneiros e as condiccedilotildees de trabalho
nas rodoviasbull Exploraccedilatildeo sexual nas estradasbull Logiacutestica reversabull Acesso na base da piracircmide
APRESENTACcedilAtildeOISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO
PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
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SUMAacuteRIO INTERATIVO
Clique no toacutepico que
deseja acessar
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8 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 9
CARTA CITI QUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
Em 2015 concluiacutemos um ciclo de quatro anos de apoio ao programa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) Durante esse periacuteodo o ISCV atuou energicamente no sentido de
fortalecer o desenvolvimento de micro pequenas e meacutedias empresas com atributos de inovaccedilatildeo e susten-tabilidade fomentou relaccedilotildees inovadoras em diferen-tes cadeias de valor e apoiou o empreendedorismo ao conectar pequenos empreendimentos a potenciais grandes clientes
A parceria entre a Citi Foundation e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV por meio desse e de outros programas vem possibilitando que peque-nos empreendedores tenham acesso a um ambiente de inovaccedilatildeo e interaccedilatildeo essencial para que negoacutecios prosperem nos dias de hoje O apoio para que o mi-croempreendedorismo se desenvolva sobre bases sus-tentaacuteveis e para que o relacionamento com grandes organizaccedilotildees se decirc de forma justa eacute fundamental para o desenvolvimento da economia do Brasil e o patro-ciacutenio aos projetos liderados pelo o GVces nos viabiliza endereccedilar essa causa
A Citi Foundation foca seus investimentos sociais em trecircs grandes aacutereas financcedilas inclusivas oportunida-des econocircmicas para jovens e transformaccedilatildeo urbana A fim de ampliar a capacidade de escala e transformaccedilatildeo a Fundaccedilatildeo que estaacute sediada nos Estados Unidos apoia iniciativas de organizaccedilotildees que tecircm atuaccedilatildeo e conheci-mento local e avaliam as necessidades da comunidade para determinar os serviccedilos e benefiacutecios puacuteblicos ofere-cidos Os projetos apoiados impactam positivamente indiviacuteduos de comunidades de baixa renda
No decorrer dos quatro anos do ISCV direcionamos esforccedilos para 1 produccedilatildeo e disseminaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras de Sustentabilidade 2 reconhecimento e incentivo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenas e meacutedias empresas que atuam nas cadeias de grandes empresas 3 mobilizaccedilatildeo de grandes em-presas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias sustentaacuteveis e 4 criaccedilatildeo de ambiente propiacutecio agrave interaccedilatildeo e troca de experiecircncias em torno do tema inovaccedilatildeo e sustentabi-lidade na cadeia de valor Com base nesses objetivos norteadores o ICSV trabalhou temas como a gestatildeo de fornecedores o poacutes-consumo a inovaccedilatildeo em de-senvolvimento local e por fim a distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Neste uacuteltimo ciclo ao tratar da integraccedilatildeo de sus-tentabilidade na logiacutestica a partir da atuaccedilatildeo de peque-nas e meacutedias empresas inovadoras pudemos ainda convergir nosso objetivo de inclusatildeo financeira com outro tema de grande relevacircncia em nossa atuaccedilatildeo a necessidade de pensar e apoiar o desenvolvimen-to e a transformaccedilatildeo das cidades incluindo aspectos como a mobilidade o uso de energia e a adaptaccedilatildeo agraves mudanccedilas do clima
Os resultados dessa parceria com o GVces ndash que se manteacutem ao longo de 2016 por meio do programa Bota na Mesa que vem apoiando a aproximaccedilatildeo do peque-no produtor rural com o distribuidor de alimentos e o consumidor final de grandes centros urbanos ndash con-tribuiacuteram tambeacutem para demonstrar quatildeo profiacutecuas podem ser as relaccedilotildees entre pequenos e meacutedios em-preendimentos nas cadeias de valor de grandes em-presas apoiando a inovaccedilatildeo melhorando a gestatildeo dos impactos e externalidades em negoacutecios de diferentes portes e gerando grandes ganhos para a sociedade
PRISCILA CORTEZZESuperintendente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Citi Brasil
APRESENTACcedilAtildeO ISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
Lanccedilada em dezembro de 2011 a ini-ciativa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) coordenada pelo Programa Inovaccedilatildeo na Criaccedilatildeo de Valor (ICV) do GVces busca promover
soluccedilotildees para sustentabilidade com base no poten-cial inovador de micros pequenos e meacutedios em-preendimentos no contexto das redes comerciais associadas a grandes empresas
A motivaccedilatildeo central partiu da ideia de conectar dinacircmicas de oferta e demanda algo latentes De um lado as grandes corporaccedilotildees satildeo muito cobra-das por novas praacuteticas produtos e serviccedilos alinha-dos agrave sustentabilidade e reuacutenem as melhores condi-ccedilotildees para conferir escala a essas inovaccedilotildees embora a complexidade de suas operaccedilotildees e os ativos por elas mobilizados frequentemente atuem como li-mitadores para experimentaccedilotildees De outro micros pequenas e meacutedias empresas tecircm a flexibilidade necessaacuteria para criar e testar novas propostas de va-lor mas enfrentam grande dificuldade para acessar mercados cujas exigecircncias de desempenho estejam limitadas a preccedilo prazo e qualidade em detrimento
de atributos relacionados a benefiacutecios sociais e am-bientais de produtos e processos produtivos
Era preciso entatildeo fomentar novas praacuteticas de compras no acircmbito de empresas acircncora e ao mes-mo tempo criar condiccedilotildees para que parceiros co-merciais de menor porte pudessem implementar e propagar soluccedilotildees inovadoras em sustentabilidade no interior das cadeias Ao propiciar espaccedilos para troca de experiecircncias e fortalecimento do relacio-namento entre esses distintos atores a iniciativa ISCV aborda cadeias de valor como parte de ecos-sistemas de inovaccedilatildeo plataformas por meio das quais conhecimentos e capacidades possam fluir de onde mais naturalmente germinam para onde sejam mais necessaacuterias
Eacute impossiacutevel predizer novos paradigmas de responsabilidade no campo dos negoacutecios sem o elemento-chave da inovaccedilatildeo e da mesma forma eacute impensaacutevel enfrentar os desafios do desenvolvi-mento sustentaacutevel de forma individual e isolada Assim eacute que a iniciativa ISCV encontra na inovaccedilatildeo sua principal mateacuteria-prima e no fomento a relacio-namentos e parcerias a forma de dar-lhe escala
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
u Produzir e disseminar conhecimento sobre praacuteticas inovadoras de sustentabilidade
u Reconhecer e incentivar a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenos e meacutedios empreendimentos nas cadeias de valor de grandes empresas
u Mobilizar grandes empresas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias inovadoras de sustentabilidade em suas proacuteprias cadeias
u Criar espaccedilos para troca de experiecircncias e formaccedilatildeo de rede articulando atores sociais em torno dos temas inovaccedilatildeo e sustentabilidade
INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE
NA CADEIA DE VALOR
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10 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 11
PALAVRA DE ESPECIALISTA
O DESAFIO DE INOVAR NA CADEIA ESTENDIDA DE VALOR
Eacute relativamente bem conhecida a ne-cessidade da inovaccedilatildeo intramuros nas organizaccedilotildees mesmo que ainda natildeo se faccedila isso com desenvoltura na maioria das empresas privadas e muito rara-
mente nos oacutergatildeos puacuteblicos Poreacutem o maior desafio hoje eacute harmonizar um processo inovador que abranja a cadeia de valor como um todo tal qual uma onda que energiza e alimenta todos os elos dessa cadeia
Depois de mais de 100 anos de investimento e evoluccedilatildeo na otimizaccedilatildeo de processos empresariais fazemos bem o que se espera de uma organizaccedilatildeo No entanto toda esta conquista ocorreu segundo uma loacutegica de estruturaccedilatildeo fragmentada dos atores econocircmicos cada organizaccedilatildeo cuida bem somente do seu umbigo Haacute enormes pepitas de ouro fora dos muros das organizaccedilotildees e quem as estaacute capturando satildeo os novos empreendedores as startups aqueles que natildeo se ajustaram ao modelo hieraacuterquico de Co-mando e Controle com o qual as organizaccedilotildees atin-giram seu oacutetimo local
Um dos conceitos mais pujantes atualmente eacute a construccedilatildeo da economia da abundacircncia em contra-posiccedilatildeo ao desafio claacutessico da otimizaccedilatildeo de recursos escassos que dominou todo o pensamento econocircmi-co ocidental desde sua formulaccedilatildeo com Adam Smith A abundacircncia de leitos vazios em milhotildees de residecircn-
cias foi a pepita de ouro do Airbnb A abundacircncia de assentos vazios em veiacuteculos particulares rodando na cidade foi a pepita do Uber A abundacircncia de cami-nhotildees contecircineres e navios trafegando com espaccedilos vazios gerou algumas das empresas premiadas nes-ta publicaccedilatildeo que aleacutem do proacuteprio negoacutecio novo trazem uma importante contribuiccedilatildeo ambiental ao minimizar a queima de petroacuteleo que natildeo produz be-nefiacutecio econocircmico nem social
Novos tempos se apresentam agraves grandes empre-sas Em resposta agrave necessidade de ambidestria isto eacute a capacidade de produzir com eficiecircncia e inovar com pujanccedila os ldquocorporate garagerdquo atraem jovens empreendedores para operar em suas instalaccedilotildees acessando seus dados e respondendo agraves oportuni-dades de negoacutecio que os proacuteprios departamentos de PampD natildeo conseguem abranger
Esse modelo aberto e difuso de exploraccedilatildeo de oportunidades integrando corporaccedilotildees e startups deveraacute nos levar a novas estruturas organizacionais mais dinacircmicas e com respostas mais eficientes aos grandes desafios desta eacutepoca da histoacuteria humana Portanto mais do que empresas nascentes de base tecnoloacutegica de pequeno porte as startups satildeo os principais atores que traratildeo a poacutes-modernidade ao mundo econocircmico por meio da inovaccedilatildeo e de novos modelos de negoacutecio
WILSON NOBRE
Mestre em administraccedilatildeo de empresas fundador e pesquisador do Foacuterum de Inovaccedilatildeo da EAESPFGV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCV CONECTANDO ELOS
Desde seu lanccedilamento ISCV desenvolveu ciclos anuais de atividades planejadas com base na estrutura geral da cadeia de valor das empresas A cada ano a ini-ciativa abordou aspectos ligados a um
dos principais elos da cadeia gestatildeo de fornecedores
(2012) resiacuteduos e poacutes-consumo (2013) e desenvolvi-mento local nos territoacuterios em que operam (2014) Em 2015 ISCV encerra esse primeiro ciclo de planejamento discutindo questotildees de sustentabilidade relacionadas a atividades que tangenciam e integram os diferentes elos da cadeia os processos logiacutesticos
A descriccedilatildeo detalhada e os resultados do trabalho realizado em cada um dos ciclos de ISCV foram contemplados em publicaccedilotildees especiacuteficas que estatildeo disponiacuteveis no website da iniciativa fgvbrcesinova
2014
INOVACcedilAtildeO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL
u Mapeamento de fornecedores locaisu Capacitaccedilatildeo de matildeo de obra local
u Responsabilidade empresarial sobre direitos e qualidade de vida
nos territoacuterios em que atuam2013
RESIacuteDUOS E POacuteS-CONSUMOu Gestatildeo de resiacuteduosu Logiacutestica reversau Ecologia industrialu Empreendimentos de economia solidaacuteria
2012
GESTAtildeO DE FORNECEDORESu Alinhamento entre
aacutereas de sustentabilidade e de suprimentosu Mapeamento
das cadeias e identificaccedilatildeo de fornecedores criacuteticos
u Compras verdes
2015
DISTRIBUICcedilAtildeO E LOGIacuteSTICA
u Transporte de cargasu Mobilidade urbanau Gestatildeo de impactosu Oportunidades
de inclusatildeo e ampliaccedilatildeo de acesso
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ORGANIZACcedilAtildeO DESTA PUBLICACcedilAtildeOO primeiro deles (p 15) traccedila um panorama do contexto e delineia a importacircncia das atividades logiacutesticas do ponto de vista da competitividade e do equiliacutebrio nas relaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses e regiotildees
O capiacutetulo seguinte (p 23) aborda algumas das principais questotildees que decorrem de uma avalia-ccedilatildeo dos processos logiacutesticos das empresas agrave luz da sustentabilidade O texto ressalta oportunidades e desafios relacionados agrave sustentabilidade em logiacutesti-ca com base em uma abordagem de riscos para as atividades empresariais
Em seguida outros dois capiacutetulos enfocam respectivamente os resultados do diagnoacutestico realizado com as empresas-membro de ISCV (p 33) e da chamada de casos para pequenas e meacutedias empresas (p 43) realizados neste ciclo de atividades do projeto
Por fim o uacuteltimo capiacutetulo (p 53) apresenta as prin-cipais consideraccedilotildees e aprendizados desta imersatildeo de ISCV e das empresas-membro no tema da sus-tentabilidade na logiacutestica
Ao longo dos capiacutetulos de acordo com o tema abordado boxes trazem contribuiccedilotildees de alguns dos especialistas que participaram deste ciclo de ISCV
Participaram das atividades do ciclo 2015 as seguintes empresas-membro
Contribuiacuteram com as oficinas aleacutem da equipe do GVces os seguintes especialistas convidados David Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil) Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
Contexto de distribuiccedilatildeo
e logiacutestica no Brasil desafios e oportunidades
de inovaccedilatildeo para sustentabilidade
Gestatildeo de impactos nas redes
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
instrumentos de monitoramento
e relato
Praacuteticas inovadoras para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade
nos processos de distribuiccedilatildeo e
logiacutestica e tendecircncias
OFICINA 01 OFICINA 02 OFICINA 03FOacuteRUM ANUAL
CHAMADA DE CASOS PMEs
O CICLO
2015METODOLOGIA
A cada ciclo anual o grupo de grandes empresas-membro de ISCV eacute convidado a participar de uma seacuterie de encontros nos quais se busca construir coleti-vamente referecircncias relevantes para a gestatildeo empresarial e aprendizados a partir de desafios comuns Um diagnoacutestico de sustentabilidade na gestatildeo voltado para o tema de cada ciclo eacute formulado para que as empresas possam
visualizar seu desempenho em relaccedilatildeo aos demais e conhecer os diferentes niacuteveis de comple-xidade e maturidade com que o tema pode ser tratado
A interaccedilatildeo com pequenos negoacutecios se daacute por meio de uma chamada puacuteblica de casos para pequenos e meacutedios empreendimentos inovadores com potencial de contribuir na busca de soluccedilotildees para os desafios da sustentabilidade em grandes cadeias de valor Ao final de cada ciclo espera-se que a experiecircncia inspire parcerias e negoacutecios que propaguem as soluccedilotildees inovadoras dos pequenos empreendimentos selecionados com desdobramentos relevantes na cadeia das grandes empresas em benefiacutecio de toda a sociedade
GT FORNECEDORESDesde 2013 ISCV conta ainda com um grupo de trabalho em questotildees relacionadas agrave gestatildeo de fornecedores (GT Fornecedores) O grupo formado pelos representantes das empresas-membro de ISCV e apoiado pela equipe do GVces vem desenvolvendo uma agenda proacutepria de encontros que daacute sequecircncia ao trabalho iniciado no primeiro ciclo do projeto No decorrer desses anos o GT vem construindo referecircn-cias importantes para a integraccedilatildeo de sustentabilida-de nos processos de compras e relacionamento com fornecedores das empresas todas detalhadamente descritas em publicaccedilotildees especiacuteficas
O CICLO 2015A proposta da iniciativa no ciclo de 2015 retomou o objetivo central de ISCV de promover a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade a partir de pequenos e meacute-dios empreendimentos no contexto da cadeia de valor das grandes empresas mas agora com foco nos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Durante o ano as atividades do projeto explora-ram os seguintes pontosI Contexto impactos e os desafios dos processos de
distribuiccedilatildeo e logiacutestica no BrasilII Inovaccedilotildees para gestatildeo de impactos econocircmicos
sociais e ambientais da logiacutesticaIII Distribuiccedilatildeo e logiacutestica como meio para geraccedilatildeo
de oportunidades de inclusatildeo social com base no empreendedorismo e em negoacutecios envolvendo micros pequenas e meacutedias empresas
IV Sustentabilidade como vantagem competitiva nas redes de distribuiccedilatildeoSeguindo a mesma loacutegica adotada nos anos ante-
riores o ciclo 2015 de ISCV foi desenvolvido a partir de trecircs encontros especiacuteficos entre os quais se realizou o processo de diagnoacutestico da gestatildeo das empresas -membro e uma chamada de casos para PMEs aleacutem da participaccedilatildeo no Foacuterum Anual das Iniciativas Em-presariais do GVces evento no qual se promove o compartilhamento dos resultados e integraccedilatildeo das diferentes abordagens e temas
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADOo desafio da eficiecircncia e da superaccedilatildeo das desigualdades
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16 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 17
CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
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CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
30
0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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20 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 21
Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 23
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
2
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 27
2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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30 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 31
Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
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COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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56 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 57
sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
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CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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58 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 59
ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PARCERIAREALIZACcedilAtildeO PATROCIacuteNIO
LOGIacuteSTICA | CICLO 2015
GVCES E AS INICIATIVAS EMPRESARIAIS
O Centro de Estudos em Sustentabilida-de (GVces) da Escola de Administraccedilatildeo de Empresas da Fundaccedilatildeo Getulio Var-gas (FGV-EAESP) eacute um espaccedilo aberto
de estudo aprendizado reflexatildeo inovaccedilatildeo e pro-duccedilatildeo de conhecimento composto de pessoas de formaccedilatildeo multidisciplinar engajadas e compro-metidas e com genuiacutena vontade de transformar a sociedade O GVces trabalha no desenvolvimento de estrateacutegias poliacuteticas e ferramentas de gestatildeo puacuteblica e empresarial para a sustentabilidade no acircmbito local nacional e internacional tendo como norte quatro linhas de atuaccedilatildeo (i) formaccedilatildeo (ii) pes-
quisa e produccedilatildeo de conhecimento (iii) articulaccedilatildeo e intercacircmbio e (iv) mobilizaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo
Nesse contexto Plataforma Empresas pelo Cli-ma (EPC) Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) Desenvolvimento Local e Grandes Empreendimentos (ID Local) Tendecircncias em Servi-ccedilos Ecossistecircmicos (TeSE) e Ciclo de Vida Aplicado (CiViA) satildeo as Iniciativas Empresariais (iEs) do GVces para cocriaccedilatildeo em rede de estrateacutegias ferramentas e propostas de poliacuteticas puacuteblicas e empresariais em sustentabilidade Satildeo abordadas questotildees em de-senvolvimento local serviccedilos ecossistecircmicos clima cadeia de valor e anaacutelise de ciclo de vida
AS INICIATIVAS EMPRESARIAIS DO GVCES EM 2015
EPCEm Adaptaccedilatildeo agraves Mudanccedilas do Clima foi desenvolvida uma nova versatildeo da ferramenta para elaboraccedilatildeo de estrateacutegias empresariais com trecircs projetos-piloto Teve continuidade ainda a Simulaccedilatildeo do Sistema de Comeacuter-cio de Emissotildees (SCE EPC) em seu segundo ano Aleacutem disso um grupo de trabalho elaborou propostas para implementaccedilatildeo do Plano Induacutestria de Baixo Carbono
ISCVCiclo voltado para a identificaccedilatildeo de oportunidades de inovaccedilatildeo para sustentabilidade nos processos logiacutesticos das grandes empresas com base na atuaccedilatildeo de pequenos e meacutedios negoacutecios O GT de Gestatildeo de Fornecedores tambeacutem mantido pela iniciativa desenvolveu um protocolo para elaboraccedilatildeo de Matriz de Risco na cadeia de suprimentos
ID LOCALDesenvolvimento de diretrizes empresariais para monitoramento do desenvolvimento local e avaliaccedilatildeo de impacto em territoacuterios com a atuaccedilatildeo de grandes empreendimentos eou cadeias de valor Foi realizada uma chamada de casos para identificar experiecircncias de grandes empresas nos dois temas trabalhados no decorrer do ano Quatro iniciativas foram selecionadas no Brasil e na Ameacuterica Latina
TESEDesenvolvimento de diretrizes para serviccedilos ecossistecircmicos de provisatildeo e diretrizes para a valoraccedilatildeo natildeo mo-netaacuteria de serviccedilos ecossistecircmicos culturais (em parceria com ID Local) Aleacutem disso foram feitos projetos-piloto com as empresas baseados nas Diretrizes Empresariais para a Valoraccedilatildeo Econocircmica de Serviccedilos Ecossistecircmicos (DEVESE 20)
CIVIACapacitaccedilatildeo de gestores em meacutetodos de quantificaccedilatildeo de pegada de carbono explorados na praacutetica a partir de projetos-piloto Desenvolvimento de ferramenta de caacutelculo para quantificaccedilatildeo da pegada de carbono de produtos (bens e serviccedilos) alimentado por um banco de fatores de emissatildeo com mais de 200 processos adap-tados para a realidade brasileira
REALIZACcedilAtildeOCentro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Escola de
Administraccedilatildeo de Empresas da Fundaccedilatildeo Getulio Vargas (FGV-EAESP)
AUTORESAna Moraes Coelho Carolina Derivi Mauriacutecio Jerozolimski
COORDENACcedilAtildeO EXECUTIVAMario Monzoni e Paulo Durval Branco Coordenaccedilatildeo Geral GVces
Munir Younes Soares Coordenaccedilatildeo Programa Inovaccedilatildeo na Criaccedilatildeo de Valor
COORDENACcedilAtildeO TEacuteCNICAMauriacutecio Jerozolimski
EQUIPEAna Moraes Coelho Maiacutera Bombachini Sueli Lopes e Taiacutes Brandatildeo
CONSULTORIA TEacuteCNICACristina Fedato
COLABORACcedilAtildeOAdriana de Lima Bruno Toledo Felipe Frezza George Magalhatildees
Isabella Fumeiro Manuela Maluf Santos Milene Fukuda e Ricardo Barretto
COORDENACcedilAtildeO GRAacuteFICABel Brunharo
PROJETO GRAacuteFICO E EDICcedilAtildeO DE ARTEDMS Editora e Comunicaccedilatildeo Integrada
EDICcedilAtildeOCarolina Derivi
REVISAtildeOJuacutelio Yamamoto
EMPRESAS PARTICIPANTES DE ISCV EM 2015BRF Boticaacuterio Citibank CSN EcoRodovias Instituto Votorantim Oi e
Telefonica Vivo
ESPECIALISTAS CONVIDADOSDavid Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil)
Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski
de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS MEMBRO DE ISCVbull Perfil e representatividade
do grupo de empresasbull Estrutura das aacutereas de logiacutesticabull Estrateacutegia e operaccedilatildeo logiacutesticabull Desafios para a operaccedilatildeo logiacutesticabull Integraccedilatildeo de sustentabilidade
aos processos e decisotildees envolvendo logiacutestica
bull Aspectos de sustentabilidade considerados e accedilotildees desenvolvidas
REFEREcircNCIAS
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO
NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS
CADEIAS DE VALORbull Iniciativas selecionadas
na chamada de casosCourrieros
LoteboxLogPyx
IntelipostGrupo carteiro amigo
GoFreteTruckPad
Resolution
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO
GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA
SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
CARTA CITIQUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCVCONECTANDO ELOS
METODOLOGIAbull GT Fornecedoresbull O ciclo 2015bull Organizaccedilatildeo desta publicaccedilatildeo
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEUM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIAbull Desafios da mobilidade e distribuiccedilatildeo urbanabull Caminhoneiros e as condiccedilotildees de trabalho
nas rodoviasbull Exploraccedilatildeo sexual nas estradasbull Logiacutestica reversabull Acesso na base da piracircmide
APRESENTACcedilAtildeOISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO
PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
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SUMAacuteRIO INTERATIVO
Clique no toacutepico que
deseja acessar
SUMAacuteRIO INTERATIVO
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8 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 9
CARTA CITI QUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
Em 2015 concluiacutemos um ciclo de quatro anos de apoio ao programa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) Durante esse periacuteodo o ISCV atuou energicamente no sentido de
fortalecer o desenvolvimento de micro pequenas e meacutedias empresas com atributos de inovaccedilatildeo e susten-tabilidade fomentou relaccedilotildees inovadoras em diferen-tes cadeias de valor e apoiou o empreendedorismo ao conectar pequenos empreendimentos a potenciais grandes clientes
A parceria entre a Citi Foundation e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV por meio desse e de outros programas vem possibilitando que peque-nos empreendedores tenham acesso a um ambiente de inovaccedilatildeo e interaccedilatildeo essencial para que negoacutecios prosperem nos dias de hoje O apoio para que o mi-croempreendedorismo se desenvolva sobre bases sus-tentaacuteveis e para que o relacionamento com grandes organizaccedilotildees se decirc de forma justa eacute fundamental para o desenvolvimento da economia do Brasil e o patro-ciacutenio aos projetos liderados pelo o GVces nos viabiliza endereccedilar essa causa
A Citi Foundation foca seus investimentos sociais em trecircs grandes aacutereas financcedilas inclusivas oportunida-des econocircmicas para jovens e transformaccedilatildeo urbana A fim de ampliar a capacidade de escala e transformaccedilatildeo a Fundaccedilatildeo que estaacute sediada nos Estados Unidos apoia iniciativas de organizaccedilotildees que tecircm atuaccedilatildeo e conheci-mento local e avaliam as necessidades da comunidade para determinar os serviccedilos e benefiacutecios puacuteblicos ofere-cidos Os projetos apoiados impactam positivamente indiviacuteduos de comunidades de baixa renda
No decorrer dos quatro anos do ISCV direcionamos esforccedilos para 1 produccedilatildeo e disseminaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras de Sustentabilidade 2 reconhecimento e incentivo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenas e meacutedias empresas que atuam nas cadeias de grandes empresas 3 mobilizaccedilatildeo de grandes em-presas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias sustentaacuteveis e 4 criaccedilatildeo de ambiente propiacutecio agrave interaccedilatildeo e troca de experiecircncias em torno do tema inovaccedilatildeo e sustentabi-lidade na cadeia de valor Com base nesses objetivos norteadores o ICSV trabalhou temas como a gestatildeo de fornecedores o poacutes-consumo a inovaccedilatildeo em de-senvolvimento local e por fim a distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Neste uacuteltimo ciclo ao tratar da integraccedilatildeo de sus-tentabilidade na logiacutestica a partir da atuaccedilatildeo de peque-nas e meacutedias empresas inovadoras pudemos ainda convergir nosso objetivo de inclusatildeo financeira com outro tema de grande relevacircncia em nossa atuaccedilatildeo a necessidade de pensar e apoiar o desenvolvimen-to e a transformaccedilatildeo das cidades incluindo aspectos como a mobilidade o uso de energia e a adaptaccedilatildeo agraves mudanccedilas do clima
Os resultados dessa parceria com o GVces ndash que se manteacutem ao longo de 2016 por meio do programa Bota na Mesa que vem apoiando a aproximaccedilatildeo do peque-no produtor rural com o distribuidor de alimentos e o consumidor final de grandes centros urbanos ndash con-tribuiacuteram tambeacutem para demonstrar quatildeo profiacutecuas podem ser as relaccedilotildees entre pequenos e meacutedios em-preendimentos nas cadeias de valor de grandes em-presas apoiando a inovaccedilatildeo melhorando a gestatildeo dos impactos e externalidades em negoacutecios de diferentes portes e gerando grandes ganhos para a sociedade
PRISCILA CORTEZZESuperintendente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Citi Brasil
APRESENTACcedilAtildeO ISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
Lanccedilada em dezembro de 2011 a ini-ciativa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) coordenada pelo Programa Inovaccedilatildeo na Criaccedilatildeo de Valor (ICV) do GVces busca promover
soluccedilotildees para sustentabilidade com base no poten-cial inovador de micros pequenos e meacutedios em-preendimentos no contexto das redes comerciais associadas a grandes empresas
A motivaccedilatildeo central partiu da ideia de conectar dinacircmicas de oferta e demanda algo latentes De um lado as grandes corporaccedilotildees satildeo muito cobra-das por novas praacuteticas produtos e serviccedilos alinha-dos agrave sustentabilidade e reuacutenem as melhores condi-ccedilotildees para conferir escala a essas inovaccedilotildees embora a complexidade de suas operaccedilotildees e os ativos por elas mobilizados frequentemente atuem como li-mitadores para experimentaccedilotildees De outro micros pequenas e meacutedias empresas tecircm a flexibilidade necessaacuteria para criar e testar novas propostas de va-lor mas enfrentam grande dificuldade para acessar mercados cujas exigecircncias de desempenho estejam limitadas a preccedilo prazo e qualidade em detrimento
de atributos relacionados a benefiacutecios sociais e am-bientais de produtos e processos produtivos
Era preciso entatildeo fomentar novas praacuteticas de compras no acircmbito de empresas acircncora e ao mes-mo tempo criar condiccedilotildees para que parceiros co-merciais de menor porte pudessem implementar e propagar soluccedilotildees inovadoras em sustentabilidade no interior das cadeias Ao propiciar espaccedilos para troca de experiecircncias e fortalecimento do relacio-namento entre esses distintos atores a iniciativa ISCV aborda cadeias de valor como parte de ecos-sistemas de inovaccedilatildeo plataformas por meio das quais conhecimentos e capacidades possam fluir de onde mais naturalmente germinam para onde sejam mais necessaacuterias
Eacute impossiacutevel predizer novos paradigmas de responsabilidade no campo dos negoacutecios sem o elemento-chave da inovaccedilatildeo e da mesma forma eacute impensaacutevel enfrentar os desafios do desenvolvi-mento sustentaacutevel de forma individual e isolada Assim eacute que a iniciativa ISCV encontra na inovaccedilatildeo sua principal mateacuteria-prima e no fomento a relacio-namentos e parcerias a forma de dar-lhe escala
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
u Produzir e disseminar conhecimento sobre praacuteticas inovadoras de sustentabilidade
u Reconhecer e incentivar a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenos e meacutedios empreendimentos nas cadeias de valor de grandes empresas
u Mobilizar grandes empresas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias inovadoras de sustentabilidade em suas proacuteprias cadeias
u Criar espaccedilos para troca de experiecircncias e formaccedilatildeo de rede articulando atores sociais em torno dos temas inovaccedilatildeo e sustentabilidade
INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE
NA CADEIA DE VALOR
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
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PALAVRA DE ESPECIALISTA
O DESAFIO DE INOVAR NA CADEIA ESTENDIDA DE VALOR
Eacute relativamente bem conhecida a ne-cessidade da inovaccedilatildeo intramuros nas organizaccedilotildees mesmo que ainda natildeo se faccedila isso com desenvoltura na maioria das empresas privadas e muito rara-
mente nos oacutergatildeos puacuteblicos Poreacutem o maior desafio hoje eacute harmonizar um processo inovador que abranja a cadeia de valor como um todo tal qual uma onda que energiza e alimenta todos os elos dessa cadeia
Depois de mais de 100 anos de investimento e evoluccedilatildeo na otimizaccedilatildeo de processos empresariais fazemos bem o que se espera de uma organizaccedilatildeo No entanto toda esta conquista ocorreu segundo uma loacutegica de estruturaccedilatildeo fragmentada dos atores econocircmicos cada organizaccedilatildeo cuida bem somente do seu umbigo Haacute enormes pepitas de ouro fora dos muros das organizaccedilotildees e quem as estaacute capturando satildeo os novos empreendedores as startups aqueles que natildeo se ajustaram ao modelo hieraacuterquico de Co-mando e Controle com o qual as organizaccedilotildees atin-giram seu oacutetimo local
Um dos conceitos mais pujantes atualmente eacute a construccedilatildeo da economia da abundacircncia em contra-posiccedilatildeo ao desafio claacutessico da otimizaccedilatildeo de recursos escassos que dominou todo o pensamento econocircmi-co ocidental desde sua formulaccedilatildeo com Adam Smith A abundacircncia de leitos vazios em milhotildees de residecircn-
cias foi a pepita de ouro do Airbnb A abundacircncia de assentos vazios em veiacuteculos particulares rodando na cidade foi a pepita do Uber A abundacircncia de cami-nhotildees contecircineres e navios trafegando com espaccedilos vazios gerou algumas das empresas premiadas nes-ta publicaccedilatildeo que aleacutem do proacuteprio negoacutecio novo trazem uma importante contribuiccedilatildeo ambiental ao minimizar a queima de petroacuteleo que natildeo produz be-nefiacutecio econocircmico nem social
Novos tempos se apresentam agraves grandes empre-sas Em resposta agrave necessidade de ambidestria isto eacute a capacidade de produzir com eficiecircncia e inovar com pujanccedila os ldquocorporate garagerdquo atraem jovens empreendedores para operar em suas instalaccedilotildees acessando seus dados e respondendo agraves oportuni-dades de negoacutecio que os proacuteprios departamentos de PampD natildeo conseguem abranger
Esse modelo aberto e difuso de exploraccedilatildeo de oportunidades integrando corporaccedilotildees e startups deveraacute nos levar a novas estruturas organizacionais mais dinacircmicas e com respostas mais eficientes aos grandes desafios desta eacutepoca da histoacuteria humana Portanto mais do que empresas nascentes de base tecnoloacutegica de pequeno porte as startups satildeo os principais atores que traratildeo a poacutes-modernidade ao mundo econocircmico por meio da inovaccedilatildeo e de novos modelos de negoacutecio
WILSON NOBRE
Mestre em administraccedilatildeo de empresas fundador e pesquisador do Foacuterum de Inovaccedilatildeo da EAESPFGV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCV CONECTANDO ELOS
Desde seu lanccedilamento ISCV desenvolveu ciclos anuais de atividades planejadas com base na estrutura geral da cadeia de valor das empresas A cada ano a ini-ciativa abordou aspectos ligados a um
dos principais elos da cadeia gestatildeo de fornecedores
(2012) resiacuteduos e poacutes-consumo (2013) e desenvolvi-mento local nos territoacuterios em que operam (2014) Em 2015 ISCV encerra esse primeiro ciclo de planejamento discutindo questotildees de sustentabilidade relacionadas a atividades que tangenciam e integram os diferentes elos da cadeia os processos logiacutesticos
A descriccedilatildeo detalhada e os resultados do trabalho realizado em cada um dos ciclos de ISCV foram contemplados em publicaccedilotildees especiacuteficas que estatildeo disponiacuteveis no website da iniciativa fgvbrcesinova
2014
INOVACcedilAtildeO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL
u Mapeamento de fornecedores locaisu Capacitaccedilatildeo de matildeo de obra local
u Responsabilidade empresarial sobre direitos e qualidade de vida
nos territoacuterios em que atuam2013
RESIacuteDUOS E POacuteS-CONSUMOu Gestatildeo de resiacuteduosu Logiacutestica reversau Ecologia industrialu Empreendimentos de economia solidaacuteria
2012
GESTAtildeO DE FORNECEDORESu Alinhamento entre
aacutereas de sustentabilidade e de suprimentosu Mapeamento
das cadeias e identificaccedilatildeo de fornecedores criacuteticos
u Compras verdes
2015
DISTRIBUICcedilAtildeO E LOGIacuteSTICA
u Transporte de cargasu Mobilidade urbanau Gestatildeo de impactosu Oportunidades
de inclusatildeo e ampliaccedilatildeo de acesso
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ORGANIZACcedilAtildeO DESTA PUBLICACcedilAtildeOO primeiro deles (p 15) traccedila um panorama do contexto e delineia a importacircncia das atividades logiacutesticas do ponto de vista da competitividade e do equiliacutebrio nas relaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses e regiotildees
O capiacutetulo seguinte (p 23) aborda algumas das principais questotildees que decorrem de uma avalia-ccedilatildeo dos processos logiacutesticos das empresas agrave luz da sustentabilidade O texto ressalta oportunidades e desafios relacionados agrave sustentabilidade em logiacutesti-ca com base em uma abordagem de riscos para as atividades empresariais
Em seguida outros dois capiacutetulos enfocam respectivamente os resultados do diagnoacutestico realizado com as empresas-membro de ISCV (p 33) e da chamada de casos para pequenas e meacutedias empresas (p 43) realizados neste ciclo de atividades do projeto
Por fim o uacuteltimo capiacutetulo (p 53) apresenta as prin-cipais consideraccedilotildees e aprendizados desta imersatildeo de ISCV e das empresas-membro no tema da sus-tentabilidade na logiacutestica
Ao longo dos capiacutetulos de acordo com o tema abordado boxes trazem contribuiccedilotildees de alguns dos especialistas que participaram deste ciclo de ISCV
Participaram das atividades do ciclo 2015 as seguintes empresas-membro
Contribuiacuteram com as oficinas aleacutem da equipe do GVces os seguintes especialistas convidados David Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil) Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
Contexto de distribuiccedilatildeo
e logiacutestica no Brasil desafios e oportunidades
de inovaccedilatildeo para sustentabilidade
Gestatildeo de impactos nas redes
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
instrumentos de monitoramento
e relato
Praacuteticas inovadoras para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade
nos processos de distribuiccedilatildeo e
logiacutestica e tendecircncias
OFICINA 01 OFICINA 02 OFICINA 03FOacuteRUM ANUAL
CHAMADA DE CASOS PMEs
O CICLO
2015METODOLOGIA
A cada ciclo anual o grupo de grandes empresas-membro de ISCV eacute convidado a participar de uma seacuterie de encontros nos quais se busca construir coleti-vamente referecircncias relevantes para a gestatildeo empresarial e aprendizados a partir de desafios comuns Um diagnoacutestico de sustentabilidade na gestatildeo voltado para o tema de cada ciclo eacute formulado para que as empresas possam
visualizar seu desempenho em relaccedilatildeo aos demais e conhecer os diferentes niacuteveis de comple-xidade e maturidade com que o tema pode ser tratado
A interaccedilatildeo com pequenos negoacutecios se daacute por meio de uma chamada puacuteblica de casos para pequenos e meacutedios empreendimentos inovadores com potencial de contribuir na busca de soluccedilotildees para os desafios da sustentabilidade em grandes cadeias de valor Ao final de cada ciclo espera-se que a experiecircncia inspire parcerias e negoacutecios que propaguem as soluccedilotildees inovadoras dos pequenos empreendimentos selecionados com desdobramentos relevantes na cadeia das grandes empresas em benefiacutecio de toda a sociedade
GT FORNECEDORESDesde 2013 ISCV conta ainda com um grupo de trabalho em questotildees relacionadas agrave gestatildeo de fornecedores (GT Fornecedores) O grupo formado pelos representantes das empresas-membro de ISCV e apoiado pela equipe do GVces vem desenvolvendo uma agenda proacutepria de encontros que daacute sequecircncia ao trabalho iniciado no primeiro ciclo do projeto No decorrer desses anos o GT vem construindo referecircn-cias importantes para a integraccedilatildeo de sustentabilida-de nos processos de compras e relacionamento com fornecedores das empresas todas detalhadamente descritas em publicaccedilotildees especiacuteficas
O CICLO 2015A proposta da iniciativa no ciclo de 2015 retomou o objetivo central de ISCV de promover a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade a partir de pequenos e meacute-dios empreendimentos no contexto da cadeia de valor das grandes empresas mas agora com foco nos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Durante o ano as atividades do projeto explora-ram os seguintes pontosI Contexto impactos e os desafios dos processos de
distribuiccedilatildeo e logiacutestica no BrasilII Inovaccedilotildees para gestatildeo de impactos econocircmicos
sociais e ambientais da logiacutesticaIII Distribuiccedilatildeo e logiacutestica como meio para geraccedilatildeo
de oportunidades de inclusatildeo social com base no empreendedorismo e em negoacutecios envolvendo micros pequenas e meacutedias empresas
IV Sustentabilidade como vantagem competitiva nas redes de distribuiccedilatildeoSeguindo a mesma loacutegica adotada nos anos ante-
riores o ciclo 2015 de ISCV foi desenvolvido a partir de trecircs encontros especiacuteficos entre os quais se realizou o processo de diagnoacutestico da gestatildeo das empresas -membro e uma chamada de casos para PMEs aleacutem da participaccedilatildeo no Foacuterum Anual das Iniciativas Em-presariais do GVces evento no qual se promove o compartilhamento dos resultados e integraccedilatildeo das diferentes abordagens e temas
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADOo desafio da eficiecircncia e da superaccedilatildeo das desigualdades
1
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CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000
6000
8000
10000
12000
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
30
0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 27
2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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IZA
CcedilAtildeO
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PROCESSOS DE APOIO
RELA
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
GVCES E AS INICIATIVAS EMPRESARIAIS
O Centro de Estudos em Sustentabilida-de (GVces) da Escola de Administraccedilatildeo de Empresas da Fundaccedilatildeo Getulio Var-gas (FGV-EAESP) eacute um espaccedilo aberto
de estudo aprendizado reflexatildeo inovaccedilatildeo e pro-duccedilatildeo de conhecimento composto de pessoas de formaccedilatildeo multidisciplinar engajadas e compro-metidas e com genuiacutena vontade de transformar a sociedade O GVces trabalha no desenvolvimento de estrateacutegias poliacuteticas e ferramentas de gestatildeo puacuteblica e empresarial para a sustentabilidade no acircmbito local nacional e internacional tendo como norte quatro linhas de atuaccedilatildeo (i) formaccedilatildeo (ii) pes-
quisa e produccedilatildeo de conhecimento (iii) articulaccedilatildeo e intercacircmbio e (iv) mobilizaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo
Nesse contexto Plataforma Empresas pelo Cli-ma (EPC) Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) Desenvolvimento Local e Grandes Empreendimentos (ID Local) Tendecircncias em Servi-ccedilos Ecossistecircmicos (TeSE) e Ciclo de Vida Aplicado (CiViA) satildeo as Iniciativas Empresariais (iEs) do GVces para cocriaccedilatildeo em rede de estrateacutegias ferramentas e propostas de poliacuteticas puacuteblicas e empresariais em sustentabilidade Satildeo abordadas questotildees em de-senvolvimento local serviccedilos ecossistecircmicos clima cadeia de valor e anaacutelise de ciclo de vida
AS INICIATIVAS EMPRESARIAIS DO GVCES EM 2015
EPCEm Adaptaccedilatildeo agraves Mudanccedilas do Clima foi desenvolvida uma nova versatildeo da ferramenta para elaboraccedilatildeo de estrateacutegias empresariais com trecircs projetos-piloto Teve continuidade ainda a Simulaccedilatildeo do Sistema de Comeacuter-cio de Emissotildees (SCE EPC) em seu segundo ano Aleacutem disso um grupo de trabalho elaborou propostas para implementaccedilatildeo do Plano Induacutestria de Baixo Carbono
ISCVCiclo voltado para a identificaccedilatildeo de oportunidades de inovaccedilatildeo para sustentabilidade nos processos logiacutesticos das grandes empresas com base na atuaccedilatildeo de pequenos e meacutedios negoacutecios O GT de Gestatildeo de Fornecedores tambeacutem mantido pela iniciativa desenvolveu um protocolo para elaboraccedilatildeo de Matriz de Risco na cadeia de suprimentos
ID LOCALDesenvolvimento de diretrizes empresariais para monitoramento do desenvolvimento local e avaliaccedilatildeo de impacto em territoacuterios com a atuaccedilatildeo de grandes empreendimentos eou cadeias de valor Foi realizada uma chamada de casos para identificar experiecircncias de grandes empresas nos dois temas trabalhados no decorrer do ano Quatro iniciativas foram selecionadas no Brasil e na Ameacuterica Latina
TESEDesenvolvimento de diretrizes para serviccedilos ecossistecircmicos de provisatildeo e diretrizes para a valoraccedilatildeo natildeo mo-netaacuteria de serviccedilos ecossistecircmicos culturais (em parceria com ID Local) Aleacutem disso foram feitos projetos-piloto com as empresas baseados nas Diretrizes Empresariais para a Valoraccedilatildeo Econocircmica de Serviccedilos Ecossistecircmicos (DEVESE 20)
CIVIACapacitaccedilatildeo de gestores em meacutetodos de quantificaccedilatildeo de pegada de carbono explorados na praacutetica a partir de projetos-piloto Desenvolvimento de ferramenta de caacutelculo para quantificaccedilatildeo da pegada de carbono de produtos (bens e serviccedilos) alimentado por um banco de fatores de emissatildeo com mais de 200 processos adap-tados para a realidade brasileira
REALIZACcedilAtildeOCentro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Escola de
Administraccedilatildeo de Empresas da Fundaccedilatildeo Getulio Vargas (FGV-EAESP)
AUTORESAna Moraes Coelho Carolina Derivi Mauriacutecio Jerozolimski
COORDENACcedilAtildeO EXECUTIVAMario Monzoni e Paulo Durval Branco Coordenaccedilatildeo Geral GVces
Munir Younes Soares Coordenaccedilatildeo Programa Inovaccedilatildeo na Criaccedilatildeo de Valor
COORDENACcedilAtildeO TEacuteCNICAMauriacutecio Jerozolimski
EQUIPEAna Moraes Coelho Maiacutera Bombachini Sueli Lopes e Taiacutes Brandatildeo
CONSULTORIA TEacuteCNICACristina Fedato
COLABORACcedilAtildeOAdriana de Lima Bruno Toledo Felipe Frezza George Magalhatildees
Isabella Fumeiro Manuela Maluf Santos Milene Fukuda e Ricardo Barretto
COORDENACcedilAtildeO GRAacuteFICABel Brunharo
PROJETO GRAacuteFICO E EDICcedilAtildeO DE ARTEDMS Editora e Comunicaccedilatildeo Integrada
EDICcedilAtildeOCarolina Derivi
REVISAtildeOJuacutelio Yamamoto
EMPRESAS PARTICIPANTES DE ISCV EM 2015BRF Boticaacuterio Citibank CSN EcoRodovias Instituto Votorantim Oi e
Telefonica Vivo
ESPECIALISTAS CONVIDADOSDavid Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil)
Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski
de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS MEMBRO DE ISCVbull Perfil e representatividade
do grupo de empresasbull Estrutura das aacutereas de logiacutesticabull Estrateacutegia e operaccedilatildeo logiacutesticabull Desafios para a operaccedilatildeo logiacutesticabull Integraccedilatildeo de sustentabilidade
aos processos e decisotildees envolvendo logiacutestica
bull Aspectos de sustentabilidade considerados e accedilotildees desenvolvidas
REFEREcircNCIAS
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO
NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS
CADEIAS DE VALORbull Iniciativas selecionadas
na chamada de casosCourrieros
LoteboxLogPyx
IntelipostGrupo carteiro amigo
GoFreteTruckPad
Resolution
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO
GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA
SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
CARTA CITIQUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCVCONECTANDO ELOS
METODOLOGIAbull GT Fornecedoresbull O ciclo 2015bull Organizaccedilatildeo desta publicaccedilatildeo
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEUM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIAbull Desafios da mobilidade e distribuiccedilatildeo urbanabull Caminhoneiros e as condiccedilotildees de trabalho
nas rodoviasbull Exploraccedilatildeo sexual nas estradasbull Logiacutestica reversabull Acesso na base da piracircmide
APRESENTACcedilAtildeOISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO
PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
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SUMAacuteRIO INTERATIVO
Clique no toacutepico que
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CARTA CITI QUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
Em 2015 concluiacutemos um ciclo de quatro anos de apoio ao programa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) Durante esse periacuteodo o ISCV atuou energicamente no sentido de
fortalecer o desenvolvimento de micro pequenas e meacutedias empresas com atributos de inovaccedilatildeo e susten-tabilidade fomentou relaccedilotildees inovadoras em diferen-tes cadeias de valor e apoiou o empreendedorismo ao conectar pequenos empreendimentos a potenciais grandes clientes
A parceria entre a Citi Foundation e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV por meio desse e de outros programas vem possibilitando que peque-nos empreendedores tenham acesso a um ambiente de inovaccedilatildeo e interaccedilatildeo essencial para que negoacutecios prosperem nos dias de hoje O apoio para que o mi-croempreendedorismo se desenvolva sobre bases sus-tentaacuteveis e para que o relacionamento com grandes organizaccedilotildees se decirc de forma justa eacute fundamental para o desenvolvimento da economia do Brasil e o patro-ciacutenio aos projetos liderados pelo o GVces nos viabiliza endereccedilar essa causa
A Citi Foundation foca seus investimentos sociais em trecircs grandes aacutereas financcedilas inclusivas oportunida-des econocircmicas para jovens e transformaccedilatildeo urbana A fim de ampliar a capacidade de escala e transformaccedilatildeo a Fundaccedilatildeo que estaacute sediada nos Estados Unidos apoia iniciativas de organizaccedilotildees que tecircm atuaccedilatildeo e conheci-mento local e avaliam as necessidades da comunidade para determinar os serviccedilos e benefiacutecios puacuteblicos ofere-cidos Os projetos apoiados impactam positivamente indiviacuteduos de comunidades de baixa renda
No decorrer dos quatro anos do ISCV direcionamos esforccedilos para 1 produccedilatildeo e disseminaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras de Sustentabilidade 2 reconhecimento e incentivo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenas e meacutedias empresas que atuam nas cadeias de grandes empresas 3 mobilizaccedilatildeo de grandes em-presas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias sustentaacuteveis e 4 criaccedilatildeo de ambiente propiacutecio agrave interaccedilatildeo e troca de experiecircncias em torno do tema inovaccedilatildeo e sustentabi-lidade na cadeia de valor Com base nesses objetivos norteadores o ICSV trabalhou temas como a gestatildeo de fornecedores o poacutes-consumo a inovaccedilatildeo em de-senvolvimento local e por fim a distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Neste uacuteltimo ciclo ao tratar da integraccedilatildeo de sus-tentabilidade na logiacutestica a partir da atuaccedilatildeo de peque-nas e meacutedias empresas inovadoras pudemos ainda convergir nosso objetivo de inclusatildeo financeira com outro tema de grande relevacircncia em nossa atuaccedilatildeo a necessidade de pensar e apoiar o desenvolvimen-to e a transformaccedilatildeo das cidades incluindo aspectos como a mobilidade o uso de energia e a adaptaccedilatildeo agraves mudanccedilas do clima
Os resultados dessa parceria com o GVces ndash que se manteacutem ao longo de 2016 por meio do programa Bota na Mesa que vem apoiando a aproximaccedilatildeo do peque-no produtor rural com o distribuidor de alimentos e o consumidor final de grandes centros urbanos ndash con-tribuiacuteram tambeacutem para demonstrar quatildeo profiacutecuas podem ser as relaccedilotildees entre pequenos e meacutedios em-preendimentos nas cadeias de valor de grandes em-presas apoiando a inovaccedilatildeo melhorando a gestatildeo dos impactos e externalidades em negoacutecios de diferentes portes e gerando grandes ganhos para a sociedade
PRISCILA CORTEZZESuperintendente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Citi Brasil
APRESENTACcedilAtildeO ISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
Lanccedilada em dezembro de 2011 a ini-ciativa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) coordenada pelo Programa Inovaccedilatildeo na Criaccedilatildeo de Valor (ICV) do GVces busca promover
soluccedilotildees para sustentabilidade com base no poten-cial inovador de micros pequenos e meacutedios em-preendimentos no contexto das redes comerciais associadas a grandes empresas
A motivaccedilatildeo central partiu da ideia de conectar dinacircmicas de oferta e demanda algo latentes De um lado as grandes corporaccedilotildees satildeo muito cobra-das por novas praacuteticas produtos e serviccedilos alinha-dos agrave sustentabilidade e reuacutenem as melhores condi-ccedilotildees para conferir escala a essas inovaccedilotildees embora a complexidade de suas operaccedilotildees e os ativos por elas mobilizados frequentemente atuem como li-mitadores para experimentaccedilotildees De outro micros pequenas e meacutedias empresas tecircm a flexibilidade necessaacuteria para criar e testar novas propostas de va-lor mas enfrentam grande dificuldade para acessar mercados cujas exigecircncias de desempenho estejam limitadas a preccedilo prazo e qualidade em detrimento
de atributos relacionados a benefiacutecios sociais e am-bientais de produtos e processos produtivos
Era preciso entatildeo fomentar novas praacuteticas de compras no acircmbito de empresas acircncora e ao mes-mo tempo criar condiccedilotildees para que parceiros co-merciais de menor porte pudessem implementar e propagar soluccedilotildees inovadoras em sustentabilidade no interior das cadeias Ao propiciar espaccedilos para troca de experiecircncias e fortalecimento do relacio-namento entre esses distintos atores a iniciativa ISCV aborda cadeias de valor como parte de ecos-sistemas de inovaccedilatildeo plataformas por meio das quais conhecimentos e capacidades possam fluir de onde mais naturalmente germinam para onde sejam mais necessaacuterias
Eacute impossiacutevel predizer novos paradigmas de responsabilidade no campo dos negoacutecios sem o elemento-chave da inovaccedilatildeo e da mesma forma eacute impensaacutevel enfrentar os desafios do desenvolvi-mento sustentaacutevel de forma individual e isolada Assim eacute que a iniciativa ISCV encontra na inovaccedilatildeo sua principal mateacuteria-prima e no fomento a relacio-namentos e parcerias a forma de dar-lhe escala
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
u Produzir e disseminar conhecimento sobre praacuteticas inovadoras de sustentabilidade
u Reconhecer e incentivar a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenos e meacutedios empreendimentos nas cadeias de valor de grandes empresas
u Mobilizar grandes empresas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias inovadoras de sustentabilidade em suas proacuteprias cadeias
u Criar espaccedilos para troca de experiecircncias e formaccedilatildeo de rede articulando atores sociais em torno dos temas inovaccedilatildeo e sustentabilidade
INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE
NA CADEIA DE VALOR
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PALAVRA DE ESPECIALISTA
O DESAFIO DE INOVAR NA CADEIA ESTENDIDA DE VALOR
Eacute relativamente bem conhecida a ne-cessidade da inovaccedilatildeo intramuros nas organizaccedilotildees mesmo que ainda natildeo se faccedila isso com desenvoltura na maioria das empresas privadas e muito rara-
mente nos oacutergatildeos puacuteblicos Poreacutem o maior desafio hoje eacute harmonizar um processo inovador que abranja a cadeia de valor como um todo tal qual uma onda que energiza e alimenta todos os elos dessa cadeia
Depois de mais de 100 anos de investimento e evoluccedilatildeo na otimizaccedilatildeo de processos empresariais fazemos bem o que se espera de uma organizaccedilatildeo No entanto toda esta conquista ocorreu segundo uma loacutegica de estruturaccedilatildeo fragmentada dos atores econocircmicos cada organizaccedilatildeo cuida bem somente do seu umbigo Haacute enormes pepitas de ouro fora dos muros das organizaccedilotildees e quem as estaacute capturando satildeo os novos empreendedores as startups aqueles que natildeo se ajustaram ao modelo hieraacuterquico de Co-mando e Controle com o qual as organizaccedilotildees atin-giram seu oacutetimo local
Um dos conceitos mais pujantes atualmente eacute a construccedilatildeo da economia da abundacircncia em contra-posiccedilatildeo ao desafio claacutessico da otimizaccedilatildeo de recursos escassos que dominou todo o pensamento econocircmi-co ocidental desde sua formulaccedilatildeo com Adam Smith A abundacircncia de leitos vazios em milhotildees de residecircn-
cias foi a pepita de ouro do Airbnb A abundacircncia de assentos vazios em veiacuteculos particulares rodando na cidade foi a pepita do Uber A abundacircncia de cami-nhotildees contecircineres e navios trafegando com espaccedilos vazios gerou algumas das empresas premiadas nes-ta publicaccedilatildeo que aleacutem do proacuteprio negoacutecio novo trazem uma importante contribuiccedilatildeo ambiental ao minimizar a queima de petroacuteleo que natildeo produz be-nefiacutecio econocircmico nem social
Novos tempos se apresentam agraves grandes empre-sas Em resposta agrave necessidade de ambidestria isto eacute a capacidade de produzir com eficiecircncia e inovar com pujanccedila os ldquocorporate garagerdquo atraem jovens empreendedores para operar em suas instalaccedilotildees acessando seus dados e respondendo agraves oportuni-dades de negoacutecio que os proacuteprios departamentos de PampD natildeo conseguem abranger
Esse modelo aberto e difuso de exploraccedilatildeo de oportunidades integrando corporaccedilotildees e startups deveraacute nos levar a novas estruturas organizacionais mais dinacircmicas e com respostas mais eficientes aos grandes desafios desta eacutepoca da histoacuteria humana Portanto mais do que empresas nascentes de base tecnoloacutegica de pequeno porte as startups satildeo os principais atores que traratildeo a poacutes-modernidade ao mundo econocircmico por meio da inovaccedilatildeo e de novos modelos de negoacutecio
WILSON NOBRE
Mestre em administraccedilatildeo de empresas fundador e pesquisador do Foacuterum de Inovaccedilatildeo da EAESPFGV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCV CONECTANDO ELOS
Desde seu lanccedilamento ISCV desenvolveu ciclos anuais de atividades planejadas com base na estrutura geral da cadeia de valor das empresas A cada ano a ini-ciativa abordou aspectos ligados a um
dos principais elos da cadeia gestatildeo de fornecedores
(2012) resiacuteduos e poacutes-consumo (2013) e desenvolvi-mento local nos territoacuterios em que operam (2014) Em 2015 ISCV encerra esse primeiro ciclo de planejamento discutindo questotildees de sustentabilidade relacionadas a atividades que tangenciam e integram os diferentes elos da cadeia os processos logiacutesticos
A descriccedilatildeo detalhada e os resultados do trabalho realizado em cada um dos ciclos de ISCV foram contemplados em publicaccedilotildees especiacuteficas que estatildeo disponiacuteveis no website da iniciativa fgvbrcesinova
2014
INOVACcedilAtildeO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL
u Mapeamento de fornecedores locaisu Capacitaccedilatildeo de matildeo de obra local
u Responsabilidade empresarial sobre direitos e qualidade de vida
nos territoacuterios em que atuam2013
RESIacuteDUOS E POacuteS-CONSUMOu Gestatildeo de resiacuteduosu Logiacutestica reversau Ecologia industrialu Empreendimentos de economia solidaacuteria
2012
GESTAtildeO DE FORNECEDORESu Alinhamento entre
aacutereas de sustentabilidade e de suprimentosu Mapeamento
das cadeias e identificaccedilatildeo de fornecedores criacuteticos
u Compras verdes
2015
DISTRIBUICcedilAtildeO E LOGIacuteSTICA
u Transporte de cargasu Mobilidade urbanau Gestatildeo de impactosu Oportunidades
de inclusatildeo e ampliaccedilatildeo de acesso
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ORGANIZACcedilAtildeO DESTA PUBLICACcedilAtildeOO primeiro deles (p 15) traccedila um panorama do contexto e delineia a importacircncia das atividades logiacutesticas do ponto de vista da competitividade e do equiliacutebrio nas relaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses e regiotildees
O capiacutetulo seguinte (p 23) aborda algumas das principais questotildees que decorrem de uma avalia-ccedilatildeo dos processos logiacutesticos das empresas agrave luz da sustentabilidade O texto ressalta oportunidades e desafios relacionados agrave sustentabilidade em logiacutesti-ca com base em uma abordagem de riscos para as atividades empresariais
Em seguida outros dois capiacutetulos enfocam respectivamente os resultados do diagnoacutestico realizado com as empresas-membro de ISCV (p 33) e da chamada de casos para pequenas e meacutedias empresas (p 43) realizados neste ciclo de atividades do projeto
Por fim o uacuteltimo capiacutetulo (p 53) apresenta as prin-cipais consideraccedilotildees e aprendizados desta imersatildeo de ISCV e das empresas-membro no tema da sus-tentabilidade na logiacutestica
Ao longo dos capiacutetulos de acordo com o tema abordado boxes trazem contribuiccedilotildees de alguns dos especialistas que participaram deste ciclo de ISCV
Participaram das atividades do ciclo 2015 as seguintes empresas-membro
Contribuiacuteram com as oficinas aleacutem da equipe do GVces os seguintes especialistas convidados David Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil) Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
Contexto de distribuiccedilatildeo
e logiacutestica no Brasil desafios e oportunidades
de inovaccedilatildeo para sustentabilidade
Gestatildeo de impactos nas redes
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
instrumentos de monitoramento
e relato
Praacuteticas inovadoras para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade
nos processos de distribuiccedilatildeo e
logiacutestica e tendecircncias
OFICINA 01 OFICINA 02 OFICINA 03FOacuteRUM ANUAL
CHAMADA DE CASOS PMEs
O CICLO
2015METODOLOGIA
A cada ciclo anual o grupo de grandes empresas-membro de ISCV eacute convidado a participar de uma seacuterie de encontros nos quais se busca construir coleti-vamente referecircncias relevantes para a gestatildeo empresarial e aprendizados a partir de desafios comuns Um diagnoacutestico de sustentabilidade na gestatildeo voltado para o tema de cada ciclo eacute formulado para que as empresas possam
visualizar seu desempenho em relaccedilatildeo aos demais e conhecer os diferentes niacuteveis de comple-xidade e maturidade com que o tema pode ser tratado
A interaccedilatildeo com pequenos negoacutecios se daacute por meio de uma chamada puacuteblica de casos para pequenos e meacutedios empreendimentos inovadores com potencial de contribuir na busca de soluccedilotildees para os desafios da sustentabilidade em grandes cadeias de valor Ao final de cada ciclo espera-se que a experiecircncia inspire parcerias e negoacutecios que propaguem as soluccedilotildees inovadoras dos pequenos empreendimentos selecionados com desdobramentos relevantes na cadeia das grandes empresas em benefiacutecio de toda a sociedade
GT FORNECEDORESDesde 2013 ISCV conta ainda com um grupo de trabalho em questotildees relacionadas agrave gestatildeo de fornecedores (GT Fornecedores) O grupo formado pelos representantes das empresas-membro de ISCV e apoiado pela equipe do GVces vem desenvolvendo uma agenda proacutepria de encontros que daacute sequecircncia ao trabalho iniciado no primeiro ciclo do projeto No decorrer desses anos o GT vem construindo referecircn-cias importantes para a integraccedilatildeo de sustentabilida-de nos processos de compras e relacionamento com fornecedores das empresas todas detalhadamente descritas em publicaccedilotildees especiacuteficas
O CICLO 2015A proposta da iniciativa no ciclo de 2015 retomou o objetivo central de ISCV de promover a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade a partir de pequenos e meacute-dios empreendimentos no contexto da cadeia de valor das grandes empresas mas agora com foco nos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Durante o ano as atividades do projeto explora-ram os seguintes pontosI Contexto impactos e os desafios dos processos de
distribuiccedilatildeo e logiacutestica no BrasilII Inovaccedilotildees para gestatildeo de impactos econocircmicos
sociais e ambientais da logiacutesticaIII Distribuiccedilatildeo e logiacutestica como meio para geraccedilatildeo
de oportunidades de inclusatildeo social com base no empreendedorismo e em negoacutecios envolvendo micros pequenas e meacutedias empresas
IV Sustentabilidade como vantagem competitiva nas redes de distribuiccedilatildeoSeguindo a mesma loacutegica adotada nos anos ante-
riores o ciclo 2015 de ISCV foi desenvolvido a partir de trecircs encontros especiacuteficos entre os quais se realizou o processo de diagnoacutestico da gestatildeo das empresas -membro e uma chamada de casos para PMEs aleacutem da participaccedilatildeo no Foacuterum Anual das Iniciativas Em-presariais do GVces evento no qual se promove o compartilhamento dos resultados e integraccedilatildeo das diferentes abordagens e temas
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADOo desafio da eficiecircncia e da superaccedilatildeo das desigualdades
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CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000
6000
8000
10000
12000
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
30
0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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Retornar ao sumaacuterio
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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IZA
CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
RELA
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS MEMBRO DE ISCVbull Perfil e representatividade
do grupo de empresasbull Estrutura das aacutereas de logiacutesticabull Estrateacutegia e operaccedilatildeo logiacutesticabull Desafios para a operaccedilatildeo logiacutesticabull Integraccedilatildeo de sustentabilidade
aos processos e decisotildees envolvendo logiacutestica
bull Aspectos de sustentabilidade considerados e accedilotildees desenvolvidas
REFEREcircNCIAS
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO
NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS
CADEIAS DE VALORbull Iniciativas selecionadas
na chamada de casosCourrieros
LoteboxLogPyx
IntelipostGrupo carteiro amigo
GoFreteTruckPad
Resolution
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO
GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA
SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
CARTA CITIQUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCVCONECTANDO ELOS
METODOLOGIAbull GT Fornecedoresbull O ciclo 2015bull Organizaccedilatildeo desta publicaccedilatildeo
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEUM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIAbull Desafios da mobilidade e distribuiccedilatildeo urbanabull Caminhoneiros e as condiccedilotildees de trabalho
nas rodoviasbull Exploraccedilatildeo sexual nas estradasbull Logiacutestica reversabull Acesso na base da piracircmide
APRESENTACcedilAtildeOISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO
PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
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SUMAacuteRIO INTERATIVO
Clique no toacutepico que
deseja acessar
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8 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 9
CARTA CITI QUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
Em 2015 concluiacutemos um ciclo de quatro anos de apoio ao programa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) Durante esse periacuteodo o ISCV atuou energicamente no sentido de
fortalecer o desenvolvimento de micro pequenas e meacutedias empresas com atributos de inovaccedilatildeo e susten-tabilidade fomentou relaccedilotildees inovadoras em diferen-tes cadeias de valor e apoiou o empreendedorismo ao conectar pequenos empreendimentos a potenciais grandes clientes
A parceria entre a Citi Foundation e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV por meio desse e de outros programas vem possibilitando que peque-nos empreendedores tenham acesso a um ambiente de inovaccedilatildeo e interaccedilatildeo essencial para que negoacutecios prosperem nos dias de hoje O apoio para que o mi-croempreendedorismo se desenvolva sobre bases sus-tentaacuteveis e para que o relacionamento com grandes organizaccedilotildees se decirc de forma justa eacute fundamental para o desenvolvimento da economia do Brasil e o patro-ciacutenio aos projetos liderados pelo o GVces nos viabiliza endereccedilar essa causa
A Citi Foundation foca seus investimentos sociais em trecircs grandes aacutereas financcedilas inclusivas oportunida-des econocircmicas para jovens e transformaccedilatildeo urbana A fim de ampliar a capacidade de escala e transformaccedilatildeo a Fundaccedilatildeo que estaacute sediada nos Estados Unidos apoia iniciativas de organizaccedilotildees que tecircm atuaccedilatildeo e conheci-mento local e avaliam as necessidades da comunidade para determinar os serviccedilos e benefiacutecios puacuteblicos ofere-cidos Os projetos apoiados impactam positivamente indiviacuteduos de comunidades de baixa renda
No decorrer dos quatro anos do ISCV direcionamos esforccedilos para 1 produccedilatildeo e disseminaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras de Sustentabilidade 2 reconhecimento e incentivo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenas e meacutedias empresas que atuam nas cadeias de grandes empresas 3 mobilizaccedilatildeo de grandes em-presas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias sustentaacuteveis e 4 criaccedilatildeo de ambiente propiacutecio agrave interaccedilatildeo e troca de experiecircncias em torno do tema inovaccedilatildeo e sustentabi-lidade na cadeia de valor Com base nesses objetivos norteadores o ICSV trabalhou temas como a gestatildeo de fornecedores o poacutes-consumo a inovaccedilatildeo em de-senvolvimento local e por fim a distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Neste uacuteltimo ciclo ao tratar da integraccedilatildeo de sus-tentabilidade na logiacutestica a partir da atuaccedilatildeo de peque-nas e meacutedias empresas inovadoras pudemos ainda convergir nosso objetivo de inclusatildeo financeira com outro tema de grande relevacircncia em nossa atuaccedilatildeo a necessidade de pensar e apoiar o desenvolvimen-to e a transformaccedilatildeo das cidades incluindo aspectos como a mobilidade o uso de energia e a adaptaccedilatildeo agraves mudanccedilas do clima
Os resultados dessa parceria com o GVces ndash que se manteacutem ao longo de 2016 por meio do programa Bota na Mesa que vem apoiando a aproximaccedilatildeo do peque-no produtor rural com o distribuidor de alimentos e o consumidor final de grandes centros urbanos ndash con-tribuiacuteram tambeacutem para demonstrar quatildeo profiacutecuas podem ser as relaccedilotildees entre pequenos e meacutedios em-preendimentos nas cadeias de valor de grandes em-presas apoiando a inovaccedilatildeo melhorando a gestatildeo dos impactos e externalidades em negoacutecios de diferentes portes e gerando grandes ganhos para a sociedade
PRISCILA CORTEZZESuperintendente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Citi Brasil
APRESENTACcedilAtildeO ISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
Lanccedilada em dezembro de 2011 a ini-ciativa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) coordenada pelo Programa Inovaccedilatildeo na Criaccedilatildeo de Valor (ICV) do GVces busca promover
soluccedilotildees para sustentabilidade com base no poten-cial inovador de micros pequenos e meacutedios em-preendimentos no contexto das redes comerciais associadas a grandes empresas
A motivaccedilatildeo central partiu da ideia de conectar dinacircmicas de oferta e demanda algo latentes De um lado as grandes corporaccedilotildees satildeo muito cobra-das por novas praacuteticas produtos e serviccedilos alinha-dos agrave sustentabilidade e reuacutenem as melhores condi-ccedilotildees para conferir escala a essas inovaccedilotildees embora a complexidade de suas operaccedilotildees e os ativos por elas mobilizados frequentemente atuem como li-mitadores para experimentaccedilotildees De outro micros pequenas e meacutedias empresas tecircm a flexibilidade necessaacuteria para criar e testar novas propostas de va-lor mas enfrentam grande dificuldade para acessar mercados cujas exigecircncias de desempenho estejam limitadas a preccedilo prazo e qualidade em detrimento
de atributos relacionados a benefiacutecios sociais e am-bientais de produtos e processos produtivos
Era preciso entatildeo fomentar novas praacuteticas de compras no acircmbito de empresas acircncora e ao mes-mo tempo criar condiccedilotildees para que parceiros co-merciais de menor porte pudessem implementar e propagar soluccedilotildees inovadoras em sustentabilidade no interior das cadeias Ao propiciar espaccedilos para troca de experiecircncias e fortalecimento do relacio-namento entre esses distintos atores a iniciativa ISCV aborda cadeias de valor como parte de ecos-sistemas de inovaccedilatildeo plataformas por meio das quais conhecimentos e capacidades possam fluir de onde mais naturalmente germinam para onde sejam mais necessaacuterias
Eacute impossiacutevel predizer novos paradigmas de responsabilidade no campo dos negoacutecios sem o elemento-chave da inovaccedilatildeo e da mesma forma eacute impensaacutevel enfrentar os desafios do desenvolvi-mento sustentaacutevel de forma individual e isolada Assim eacute que a iniciativa ISCV encontra na inovaccedilatildeo sua principal mateacuteria-prima e no fomento a relacio-namentos e parcerias a forma de dar-lhe escala
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
u Produzir e disseminar conhecimento sobre praacuteticas inovadoras de sustentabilidade
u Reconhecer e incentivar a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenos e meacutedios empreendimentos nas cadeias de valor de grandes empresas
u Mobilizar grandes empresas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias inovadoras de sustentabilidade em suas proacuteprias cadeias
u Criar espaccedilos para troca de experiecircncias e formaccedilatildeo de rede articulando atores sociais em torno dos temas inovaccedilatildeo e sustentabilidade
INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE
NA CADEIA DE VALOR
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PALAVRA DE ESPECIALISTA
O DESAFIO DE INOVAR NA CADEIA ESTENDIDA DE VALOR
Eacute relativamente bem conhecida a ne-cessidade da inovaccedilatildeo intramuros nas organizaccedilotildees mesmo que ainda natildeo se faccedila isso com desenvoltura na maioria das empresas privadas e muito rara-
mente nos oacutergatildeos puacuteblicos Poreacutem o maior desafio hoje eacute harmonizar um processo inovador que abranja a cadeia de valor como um todo tal qual uma onda que energiza e alimenta todos os elos dessa cadeia
Depois de mais de 100 anos de investimento e evoluccedilatildeo na otimizaccedilatildeo de processos empresariais fazemos bem o que se espera de uma organizaccedilatildeo No entanto toda esta conquista ocorreu segundo uma loacutegica de estruturaccedilatildeo fragmentada dos atores econocircmicos cada organizaccedilatildeo cuida bem somente do seu umbigo Haacute enormes pepitas de ouro fora dos muros das organizaccedilotildees e quem as estaacute capturando satildeo os novos empreendedores as startups aqueles que natildeo se ajustaram ao modelo hieraacuterquico de Co-mando e Controle com o qual as organizaccedilotildees atin-giram seu oacutetimo local
Um dos conceitos mais pujantes atualmente eacute a construccedilatildeo da economia da abundacircncia em contra-posiccedilatildeo ao desafio claacutessico da otimizaccedilatildeo de recursos escassos que dominou todo o pensamento econocircmi-co ocidental desde sua formulaccedilatildeo com Adam Smith A abundacircncia de leitos vazios em milhotildees de residecircn-
cias foi a pepita de ouro do Airbnb A abundacircncia de assentos vazios em veiacuteculos particulares rodando na cidade foi a pepita do Uber A abundacircncia de cami-nhotildees contecircineres e navios trafegando com espaccedilos vazios gerou algumas das empresas premiadas nes-ta publicaccedilatildeo que aleacutem do proacuteprio negoacutecio novo trazem uma importante contribuiccedilatildeo ambiental ao minimizar a queima de petroacuteleo que natildeo produz be-nefiacutecio econocircmico nem social
Novos tempos se apresentam agraves grandes empre-sas Em resposta agrave necessidade de ambidestria isto eacute a capacidade de produzir com eficiecircncia e inovar com pujanccedila os ldquocorporate garagerdquo atraem jovens empreendedores para operar em suas instalaccedilotildees acessando seus dados e respondendo agraves oportuni-dades de negoacutecio que os proacuteprios departamentos de PampD natildeo conseguem abranger
Esse modelo aberto e difuso de exploraccedilatildeo de oportunidades integrando corporaccedilotildees e startups deveraacute nos levar a novas estruturas organizacionais mais dinacircmicas e com respostas mais eficientes aos grandes desafios desta eacutepoca da histoacuteria humana Portanto mais do que empresas nascentes de base tecnoloacutegica de pequeno porte as startups satildeo os principais atores que traratildeo a poacutes-modernidade ao mundo econocircmico por meio da inovaccedilatildeo e de novos modelos de negoacutecio
WILSON NOBRE
Mestre em administraccedilatildeo de empresas fundador e pesquisador do Foacuterum de Inovaccedilatildeo da EAESPFGV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCV CONECTANDO ELOS
Desde seu lanccedilamento ISCV desenvolveu ciclos anuais de atividades planejadas com base na estrutura geral da cadeia de valor das empresas A cada ano a ini-ciativa abordou aspectos ligados a um
dos principais elos da cadeia gestatildeo de fornecedores
(2012) resiacuteduos e poacutes-consumo (2013) e desenvolvi-mento local nos territoacuterios em que operam (2014) Em 2015 ISCV encerra esse primeiro ciclo de planejamento discutindo questotildees de sustentabilidade relacionadas a atividades que tangenciam e integram os diferentes elos da cadeia os processos logiacutesticos
A descriccedilatildeo detalhada e os resultados do trabalho realizado em cada um dos ciclos de ISCV foram contemplados em publicaccedilotildees especiacuteficas que estatildeo disponiacuteveis no website da iniciativa fgvbrcesinova
2014
INOVACcedilAtildeO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL
u Mapeamento de fornecedores locaisu Capacitaccedilatildeo de matildeo de obra local
u Responsabilidade empresarial sobre direitos e qualidade de vida
nos territoacuterios em que atuam2013
RESIacuteDUOS E POacuteS-CONSUMOu Gestatildeo de resiacuteduosu Logiacutestica reversau Ecologia industrialu Empreendimentos de economia solidaacuteria
2012
GESTAtildeO DE FORNECEDORESu Alinhamento entre
aacutereas de sustentabilidade e de suprimentosu Mapeamento
das cadeias e identificaccedilatildeo de fornecedores criacuteticos
u Compras verdes
2015
DISTRIBUICcedilAtildeO E LOGIacuteSTICA
u Transporte de cargasu Mobilidade urbanau Gestatildeo de impactosu Oportunidades
de inclusatildeo e ampliaccedilatildeo de acesso
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ORGANIZACcedilAtildeO DESTA PUBLICACcedilAtildeOO primeiro deles (p 15) traccedila um panorama do contexto e delineia a importacircncia das atividades logiacutesticas do ponto de vista da competitividade e do equiliacutebrio nas relaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses e regiotildees
O capiacutetulo seguinte (p 23) aborda algumas das principais questotildees que decorrem de uma avalia-ccedilatildeo dos processos logiacutesticos das empresas agrave luz da sustentabilidade O texto ressalta oportunidades e desafios relacionados agrave sustentabilidade em logiacutesti-ca com base em uma abordagem de riscos para as atividades empresariais
Em seguida outros dois capiacutetulos enfocam respectivamente os resultados do diagnoacutestico realizado com as empresas-membro de ISCV (p 33) e da chamada de casos para pequenas e meacutedias empresas (p 43) realizados neste ciclo de atividades do projeto
Por fim o uacuteltimo capiacutetulo (p 53) apresenta as prin-cipais consideraccedilotildees e aprendizados desta imersatildeo de ISCV e das empresas-membro no tema da sus-tentabilidade na logiacutestica
Ao longo dos capiacutetulos de acordo com o tema abordado boxes trazem contribuiccedilotildees de alguns dos especialistas que participaram deste ciclo de ISCV
Participaram das atividades do ciclo 2015 as seguintes empresas-membro
Contribuiacuteram com as oficinas aleacutem da equipe do GVces os seguintes especialistas convidados David Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil) Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
Contexto de distribuiccedilatildeo
e logiacutestica no Brasil desafios e oportunidades
de inovaccedilatildeo para sustentabilidade
Gestatildeo de impactos nas redes
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
instrumentos de monitoramento
e relato
Praacuteticas inovadoras para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade
nos processos de distribuiccedilatildeo e
logiacutestica e tendecircncias
OFICINA 01 OFICINA 02 OFICINA 03FOacuteRUM ANUAL
CHAMADA DE CASOS PMEs
O CICLO
2015METODOLOGIA
A cada ciclo anual o grupo de grandes empresas-membro de ISCV eacute convidado a participar de uma seacuterie de encontros nos quais se busca construir coleti-vamente referecircncias relevantes para a gestatildeo empresarial e aprendizados a partir de desafios comuns Um diagnoacutestico de sustentabilidade na gestatildeo voltado para o tema de cada ciclo eacute formulado para que as empresas possam
visualizar seu desempenho em relaccedilatildeo aos demais e conhecer os diferentes niacuteveis de comple-xidade e maturidade com que o tema pode ser tratado
A interaccedilatildeo com pequenos negoacutecios se daacute por meio de uma chamada puacuteblica de casos para pequenos e meacutedios empreendimentos inovadores com potencial de contribuir na busca de soluccedilotildees para os desafios da sustentabilidade em grandes cadeias de valor Ao final de cada ciclo espera-se que a experiecircncia inspire parcerias e negoacutecios que propaguem as soluccedilotildees inovadoras dos pequenos empreendimentos selecionados com desdobramentos relevantes na cadeia das grandes empresas em benefiacutecio de toda a sociedade
GT FORNECEDORESDesde 2013 ISCV conta ainda com um grupo de trabalho em questotildees relacionadas agrave gestatildeo de fornecedores (GT Fornecedores) O grupo formado pelos representantes das empresas-membro de ISCV e apoiado pela equipe do GVces vem desenvolvendo uma agenda proacutepria de encontros que daacute sequecircncia ao trabalho iniciado no primeiro ciclo do projeto No decorrer desses anos o GT vem construindo referecircn-cias importantes para a integraccedilatildeo de sustentabilida-de nos processos de compras e relacionamento com fornecedores das empresas todas detalhadamente descritas em publicaccedilotildees especiacuteficas
O CICLO 2015A proposta da iniciativa no ciclo de 2015 retomou o objetivo central de ISCV de promover a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade a partir de pequenos e meacute-dios empreendimentos no contexto da cadeia de valor das grandes empresas mas agora com foco nos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Durante o ano as atividades do projeto explora-ram os seguintes pontosI Contexto impactos e os desafios dos processos de
distribuiccedilatildeo e logiacutestica no BrasilII Inovaccedilotildees para gestatildeo de impactos econocircmicos
sociais e ambientais da logiacutesticaIII Distribuiccedilatildeo e logiacutestica como meio para geraccedilatildeo
de oportunidades de inclusatildeo social com base no empreendedorismo e em negoacutecios envolvendo micros pequenas e meacutedias empresas
IV Sustentabilidade como vantagem competitiva nas redes de distribuiccedilatildeoSeguindo a mesma loacutegica adotada nos anos ante-
riores o ciclo 2015 de ISCV foi desenvolvido a partir de trecircs encontros especiacuteficos entre os quais se realizou o processo de diagnoacutestico da gestatildeo das empresas -membro e uma chamada de casos para PMEs aleacutem da participaccedilatildeo no Foacuterum Anual das Iniciativas Em-presariais do GVces evento no qual se promove o compartilhamento dos resultados e integraccedilatildeo das diferentes abordagens e temas
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADOo desafio da eficiecircncia e da superaccedilatildeo das desigualdades
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16 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 17
CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000
6000
8000
10000
12000
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
30
0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 23
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
2
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 27
2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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28 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 29
Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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30 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 31
Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
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COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
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REFEREcircNCIAS
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CARTA CITI QUATRO ANOS DE PARCERIA EM ISCV
Em 2015 concluiacutemos um ciclo de quatro anos de apoio ao programa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) Durante esse periacuteodo o ISCV atuou energicamente no sentido de
fortalecer o desenvolvimento de micro pequenas e meacutedias empresas com atributos de inovaccedilatildeo e susten-tabilidade fomentou relaccedilotildees inovadoras em diferen-tes cadeias de valor e apoiou o empreendedorismo ao conectar pequenos empreendimentos a potenciais grandes clientes
A parceria entre a Citi Foundation e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV por meio desse e de outros programas vem possibilitando que peque-nos empreendedores tenham acesso a um ambiente de inovaccedilatildeo e interaccedilatildeo essencial para que negoacutecios prosperem nos dias de hoje O apoio para que o mi-croempreendedorismo se desenvolva sobre bases sus-tentaacuteveis e para que o relacionamento com grandes organizaccedilotildees se decirc de forma justa eacute fundamental para o desenvolvimento da economia do Brasil e o patro-ciacutenio aos projetos liderados pelo o GVces nos viabiliza endereccedilar essa causa
A Citi Foundation foca seus investimentos sociais em trecircs grandes aacutereas financcedilas inclusivas oportunida-des econocircmicas para jovens e transformaccedilatildeo urbana A fim de ampliar a capacidade de escala e transformaccedilatildeo a Fundaccedilatildeo que estaacute sediada nos Estados Unidos apoia iniciativas de organizaccedilotildees que tecircm atuaccedilatildeo e conheci-mento local e avaliam as necessidades da comunidade para determinar os serviccedilos e benefiacutecios puacuteblicos ofere-cidos Os projetos apoiados impactam positivamente indiviacuteduos de comunidades de baixa renda
No decorrer dos quatro anos do ISCV direcionamos esforccedilos para 1 produccedilatildeo e disseminaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras de Sustentabilidade 2 reconhecimento e incentivo de inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenas e meacutedias empresas que atuam nas cadeias de grandes empresas 3 mobilizaccedilatildeo de grandes em-presas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias sustentaacuteveis e 4 criaccedilatildeo de ambiente propiacutecio agrave interaccedilatildeo e troca de experiecircncias em torno do tema inovaccedilatildeo e sustentabi-lidade na cadeia de valor Com base nesses objetivos norteadores o ICSV trabalhou temas como a gestatildeo de fornecedores o poacutes-consumo a inovaccedilatildeo em de-senvolvimento local e por fim a distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Neste uacuteltimo ciclo ao tratar da integraccedilatildeo de sus-tentabilidade na logiacutestica a partir da atuaccedilatildeo de peque-nas e meacutedias empresas inovadoras pudemos ainda convergir nosso objetivo de inclusatildeo financeira com outro tema de grande relevacircncia em nossa atuaccedilatildeo a necessidade de pensar e apoiar o desenvolvimen-to e a transformaccedilatildeo das cidades incluindo aspectos como a mobilidade o uso de energia e a adaptaccedilatildeo agraves mudanccedilas do clima
Os resultados dessa parceria com o GVces ndash que se manteacutem ao longo de 2016 por meio do programa Bota na Mesa que vem apoiando a aproximaccedilatildeo do peque-no produtor rural com o distribuidor de alimentos e o consumidor final de grandes centros urbanos ndash con-tribuiacuteram tambeacutem para demonstrar quatildeo profiacutecuas podem ser as relaccedilotildees entre pequenos e meacutedios em-preendimentos nas cadeias de valor de grandes em-presas apoiando a inovaccedilatildeo melhorando a gestatildeo dos impactos e externalidades em negoacutecios de diferentes portes e gerando grandes ganhos para a sociedade
PRISCILA CORTEZZESuperintendente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Citi Brasil
APRESENTACcedilAtildeO ISCV E AS CADEIAS DE VALOR COMO PARTE DE ECOSSISTEMAS DE INOVACcedilAtildeO
Lanccedilada em dezembro de 2011 a ini-ciativa Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor (ISCV) coordenada pelo Programa Inovaccedilatildeo na Criaccedilatildeo de Valor (ICV) do GVces busca promover
soluccedilotildees para sustentabilidade com base no poten-cial inovador de micros pequenos e meacutedios em-preendimentos no contexto das redes comerciais associadas a grandes empresas
A motivaccedilatildeo central partiu da ideia de conectar dinacircmicas de oferta e demanda algo latentes De um lado as grandes corporaccedilotildees satildeo muito cobra-das por novas praacuteticas produtos e serviccedilos alinha-dos agrave sustentabilidade e reuacutenem as melhores condi-ccedilotildees para conferir escala a essas inovaccedilotildees embora a complexidade de suas operaccedilotildees e os ativos por elas mobilizados frequentemente atuem como li-mitadores para experimentaccedilotildees De outro micros pequenas e meacutedias empresas tecircm a flexibilidade necessaacuteria para criar e testar novas propostas de va-lor mas enfrentam grande dificuldade para acessar mercados cujas exigecircncias de desempenho estejam limitadas a preccedilo prazo e qualidade em detrimento
de atributos relacionados a benefiacutecios sociais e am-bientais de produtos e processos produtivos
Era preciso entatildeo fomentar novas praacuteticas de compras no acircmbito de empresas acircncora e ao mes-mo tempo criar condiccedilotildees para que parceiros co-merciais de menor porte pudessem implementar e propagar soluccedilotildees inovadoras em sustentabilidade no interior das cadeias Ao propiciar espaccedilos para troca de experiecircncias e fortalecimento do relacio-namento entre esses distintos atores a iniciativa ISCV aborda cadeias de valor como parte de ecos-sistemas de inovaccedilatildeo plataformas por meio das quais conhecimentos e capacidades possam fluir de onde mais naturalmente germinam para onde sejam mais necessaacuterias
Eacute impossiacutevel predizer novos paradigmas de responsabilidade no campo dos negoacutecios sem o elemento-chave da inovaccedilatildeo e da mesma forma eacute impensaacutevel enfrentar os desafios do desenvolvi-mento sustentaacutevel de forma individual e isolada Assim eacute que a iniciativa ISCV encontra na inovaccedilatildeo sua principal mateacuteria-prima e no fomento a relacio-namentos e parcerias a forma de dar-lhe escala
OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
u Produzir e disseminar conhecimento sobre praacuteticas inovadoras de sustentabilidade
u Reconhecer e incentivar a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade em pequenos e meacutedios empreendimentos nas cadeias de valor de grandes empresas
u Mobilizar grandes empresas para a elaboraccedilatildeo de estrateacutegias inovadoras de sustentabilidade em suas proacuteprias cadeias
u Criar espaccedilos para troca de experiecircncias e formaccedilatildeo de rede articulando atores sociais em torno dos temas inovaccedilatildeo e sustentabilidade
INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE
NA CADEIA DE VALOR
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PALAVRA DE ESPECIALISTA
O DESAFIO DE INOVAR NA CADEIA ESTENDIDA DE VALOR
Eacute relativamente bem conhecida a ne-cessidade da inovaccedilatildeo intramuros nas organizaccedilotildees mesmo que ainda natildeo se faccedila isso com desenvoltura na maioria das empresas privadas e muito rara-
mente nos oacutergatildeos puacuteblicos Poreacutem o maior desafio hoje eacute harmonizar um processo inovador que abranja a cadeia de valor como um todo tal qual uma onda que energiza e alimenta todos os elos dessa cadeia
Depois de mais de 100 anos de investimento e evoluccedilatildeo na otimizaccedilatildeo de processos empresariais fazemos bem o que se espera de uma organizaccedilatildeo No entanto toda esta conquista ocorreu segundo uma loacutegica de estruturaccedilatildeo fragmentada dos atores econocircmicos cada organizaccedilatildeo cuida bem somente do seu umbigo Haacute enormes pepitas de ouro fora dos muros das organizaccedilotildees e quem as estaacute capturando satildeo os novos empreendedores as startups aqueles que natildeo se ajustaram ao modelo hieraacuterquico de Co-mando e Controle com o qual as organizaccedilotildees atin-giram seu oacutetimo local
Um dos conceitos mais pujantes atualmente eacute a construccedilatildeo da economia da abundacircncia em contra-posiccedilatildeo ao desafio claacutessico da otimizaccedilatildeo de recursos escassos que dominou todo o pensamento econocircmi-co ocidental desde sua formulaccedilatildeo com Adam Smith A abundacircncia de leitos vazios em milhotildees de residecircn-
cias foi a pepita de ouro do Airbnb A abundacircncia de assentos vazios em veiacuteculos particulares rodando na cidade foi a pepita do Uber A abundacircncia de cami-nhotildees contecircineres e navios trafegando com espaccedilos vazios gerou algumas das empresas premiadas nes-ta publicaccedilatildeo que aleacutem do proacuteprio negoacutecio novo trazem uma importante contribuiccedilatildeo ambiental ao minimizar a queima de petroacuteleo que natildeo produz be-nefiacutecio econocircmico nem social
Novos tempos se apresentam agraves grandes empre-sas Em resposta agrave necessidade de ambidestria isto eacute a capacidade de produzir com eficiecircncia e inovar com pujanccedila os ldquocorporate garagerdquo atraem jovens empreendedores para operar em suas instalaccedilotildees acessando seus dados e respondendo agraves oportuni-dades de negoacutecio que os proacuteprios departamentos de PampD natildeo conseguem abranger
Esse modelo aberto e difuso de exploraccedilatildeo de oportunidades integrando corporaccedilotildees e startups deveraacute nos levar a novas estruturas organizacionais mais dinacircmicas e com respostas mais eficientes aos grandes desafios desta eacutepoca da histoacuteria humana Portanto mais do que empresas nascentes de base tecnoloacutegica de pequeno porte as startups satildeo os principais atores que traratildeo a poacutes-modernidade ao mundo econocircmico por meio da inovaccedilatildeo e de novos modelos de negoacutecio
WILSON NOBRE
Mestre em administraccedilatildeo de empresas fundador e pesquisador do Foacuterum de Inovaccedilatildeo da EAESPFGV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCV CONECTANDO ELOS
Desde seu lanccedilamento ISCV desenvolveu ciclos anuais de atividades planejadas com base na estrutura geral da cadeia de valor das empresas A cada ano a ini-ciativa abordou aspectos ligados a um
dos principais elos da cadeia gestatildeo de fornecedores
(2012) resiacuteduos e poacutes-consumo (2013) e desenvolvi-mento local nos territoacuterios em que operam (2014) Em 2015 ISCV encerra esse primeiro ciclo de planejamento discutindo questotildees de sustentabilidade relacionadas a atividades que tangenciam e integram os diferentes elos da cadeia os processos logiacutesticos
A descriccedilatildeo detalhada e os resultados do trabalho realizado em cada um dos ciclos de ISCV foram contemplados em publicaccedilotildees especiacuteficas que estatildeo disponiacuteveis no website da iniciativa fgvbrcesinova
2014
INOVACcedilAtildeO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL
u Mapeamento de fornecedores locaisu Capacitaccedilatildeo de matildeo de obra local
u Responsabilidade empresarial sobre direitos e qualidade de vida
nos territoacuterios em que atuam2013
RESIacuteDUOS E POacuteS-CONSUMOu Gestatildeo de resiacuteduosu Logiacutestica reversau Ecologia industrialu Empreendimentos de economia solidaacuteria
2012
GESTAtildeO DE FORNECEDORESu Alinhamento entre
aacutereas de sustentabilidade e de suprimentosu Mapeamento
das cadeias e identificaccedilatildeo de fornecedores criacuteticos
u Compras verdes
2015
DISTRIBUICcedilAtildeO E LOGIacuteSTICA
u Transporte de cargasu Mobilidade urbanau Gestatildeo de impactosu Oportunidades
de inclusatildeo e ampliaccedilatildeo de acesso
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ORGANIZACcedilAtildeO DESTA PUBLICACcedilAtildeOO primeiro deles (p 15) traccedila um panorama do contexto e delineia a importacircncia das atividades logiacutesticas do ponto de vista da competitividade e do equiliacutebrio nas relaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses e regiotildees
O capiacutetulo seguinte (p 23) aborda algumas das principais questotildees que decorrem de uma avalia-ccedilatildeo dos processos logiacutesticos das empresas agrave luz da sustentabilidade O texto ressalta oportunidades e desafios relacionados agrave sustentabilidade em logiacutesti-ca com base em uma abordagem de riscos para as atividades empresariais
Em seguida outros dois capiacutetulos enfocam respectivamente os resultados do diagnoacutestico realizado com as empresas-membro de ISCV (p 33) e da chamada de casos para pequenas e meacutedias empresas (p 43) realizados neste ciclo de atividades do projeto
Por fim o uacuteltimo capiacutetulo (p 53) apresenta as prin-cipais consideraccedilotildees e aprendizados desta imersatildeo de ISCV e das empresas-membro no tema da sus-tentabilidade na logiacutestica
Ao longo dos capiacutetulos de acordo com o tema abordado boxes trazem contribuiccedilotildees de alguns dos especialistas que participaram deste ciclo de ISCV
Participaram das atividades do ciclo 2015 as seguintes empresas-membro
Contribuiacuteram com as oficinas aleacutem da equipe do GVces os seguintes especialistas convidados David Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil) Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
Contexto de distribuiccedilatildeo
e logiacutestica no Brasil desafios e oportunidades
de inovaccedilatildeo para sustentabilidade
Gestatildeo de impactos nas redes
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
instrumentos de monitoramento
e relato
Praacuteticas inovadoras para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade
nos processos de distribuiccedilatildeo e
logiacutestica e tendecircncias
OFICINA 01 OFICINA 02 OFICINA 03FOacuteRUM ANUAL
CHAMADA DE CASOS PMEs
O CICLO
2015METODOLOGIA
A cada ciclo anual o grupo de grandes empresas-membro de ISCV eacute convidado a participar de uma seacuterie de encontros nos quais se busca construir coleti-vamente referecircncias relevantes para a gestatildeo empresarial e aprendizados a partir de desafios comuns Um diagnoacutestico de sustentabilidade na gestatildeo voltado para o tema de cada ciclo eacute formulado para que as empresas possam
visualizar seu desempenho em relaccedilatildeo aos demais e conhecer os diferentes niacuteveis de comple-xidade e maturidade com que o tema pode ser tratado
A interaccedilatildeo com pequenos negoacutecios se daacute por meio de uma chamada puacuteblica de casos para pequenos e meacutedios empreendimentos inovadores com potencial de contribuir na busca de soluccedilotildees para os desafios da sustentabilidade em grandes cadeias de valor Ao final de cada ciclo espera-se que a experiecircncia inspire parcerias e negoacutecios que propaguem as soluccedilotildees inovadoras dos pequenos empreendimentos selecionados com desdobramentos relevantes na cadeia das grandes empresas em benefiacutecio de toda a sociedade
GT FORNECEDORESDesde 2013 ISCV conta ainda com um grupo de trabalho em questotildees relacionadas agrave gestatildeo de fornecedores (GT Fornecedores) O grupo formado pelos representantes das empresas-membro de ISCV e apoiado pela equipe do GVces vem desenvolvendo uma agenda proacutepria de encontros que daacute sequecircncia ao trabalho iniciado no primeiro ciclo do projeto No decorrer desses anos o GT vem construindo referecircn-cias importantes para a integraccedilatildeo de sustentabilida-de nos processos de compras e relacionamento com fornecedores das empresas todas detalhadamente descritas em publicaccedilotildees especiacuteficas
O CICLO 2015A proposta da iniciativa no ciclo de 2015 retomou o objetivo central de ISCV de promover a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade a partir de pequenos e meacute-dios empreendimentos no contexto da cadeia de valor das grandes empresas mas agora com foco nos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Durante o ano as atividades do projeto explora-ram os seguintes pontosI Contexto impactos e os desafios dos processos de
distribuiccedilatildeo e logiacutestica no BrasilII Inovaccedilotildees para gestatildeo de impactos econocircmicos
sociais e ambientais da logiacutesticaIII Distribuiccedilatildeo e logiacutestica como meio para geraccedilatildeo
de oportunidades de inclusatildeo social com base no empreendedorismo e em negoacutecios envolvendo micros pequenas e meacutedias empresas
IV Sustentabilidade como vantagem competitiva nas redes de distribuiccedilatildeoSeguindo a mesma loacutegica adotada nos anos ante-
riores o ciclo 2015 de ISCV foi desenvolvido a partir de trecircs encontros especiacuteficos entre os quais se realizou o processo de diagnoacutestico da gestatildeo das empresas -membro e uma chamada de casos para PMEs aleacutem da participaccedilatildeo no Foacuterum Anual das Iniciativas Em-presariais do GVces evento no qual se promove o compartilhamento dos resultados e integraccedilatildeo das diferentes abordagens e temas
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADOo desafio da eficiecircncia e da superaccedilatildeo das desigualdades
1
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CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000
6000
8000
10000
12000
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
30
0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 27
2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
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40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
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44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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50 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 51
TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
ao sumaacuterioRetornar
ao sumaacuterio
52 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 53
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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REFEREcircNCIAS
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PALAVRA DE ESPECIALISTA
O DESAFIO DE INOVAR NA CADEIA ESTENDIDA DE VALOR
Eacute relativamente bem conhecida a ne-cessidade da inovaccedilatildeo intramuros nas organizaccedilotildees mesmo que ainda natildeo se faccedila isso com desenvoltura na maioria das empresas privadas e muito rara-
mente nos oacutergatildeos puacuteblicos Poreacutem o maior desafio hoje eacute harmonizar um processo inovador que abranja a cadeia de valor como um todo tal qual uma onda que energiza e alimenta todos os elos dessa cadeia
Depois de mais de 100 anos de investimento e evoluccedilatildeo na otimizaccedilatildeo de processos empresariais fazemos bem o que se espera de uma organizaccedilatildeo No entanto toda esta conquista ocorreu segundo uma loacutegica de estruturaccedilatildeo fragmentada dos atores econocircmicos cada organizaccedilatildeo cuida bem somente do seu umbigo Haacute enormes pepitas de ouro fora dos muros das organizaccedilotildees e quem as estaacute capturando satildeo os novos empreendedores as startups aqueles que natildeo se ajustaram ao modelo hieraacuterquico de Co-mando e Controle com o qual as organizaccedilotildees atin-giram seu oacutetimo local
Um dos conceitos mais pujantes atualmente eacute a construccedilatildeo da economia da abundacircncia em contra-posiccedilatildeo ao desafio claacutessico da otimizaccedilatildeo de recursos escassos que dominou todo o pensamento econocircmi-co ocidental desde sua formulaccedilatildeo com Adam Smith A abundacircncia de leitos vazios em milhotildees de residecircn-
cias foi a pepita de ouro do Airbnb A abundacircncia de assentos vazios em veiacuteculos particulares rodando na cidade foi a pepita do Uber A abundacircncia de cami-nhotildees contecircineres e navios trafegando com espaccedilos vazios gerou algumas das empresas premiadas nes-ta publicaccedilatildeo que aleacutem do proacuteprio negoacutecio novo trazem uma importante contribuiccedilatildeo ambiental ao minimizar a queima de petroacuteleo que natildeo produz be-nefiacutecio econocircmico nem social
Novos tempos se apresentam agraves grandes empre-sas Em resposta agrave necessidade de ambidestria isto eacute a capacidade de produzir com eficiecircncia e inovar com pujanccedila os ldquocorporate garagerdquo atraem jovens empreendedores para operar em suas instalaccedilotildees acessando seus dados e respondendo agraves oportuni-dades de negoacutecio que os proacuteprios departamentos de PampD natildeo conseguem abranger
Esse modelo aberto e difuso de exploraccedilatildeo de oportunidades integrando corporaccedilotildees e startups deveraacute nos levar a novas estruturas organizacionais mais dinacircmicas e com respostas mais eficientes aos grandes desafios desta eacutepoca da histoacuteria humana Portanto mais do que empresas nascentes de base tecnoloacutegica de pequeno porte as startups satildeo os principais atores que traratildeo a poacutes-modernidade ao mundo econocircmico por meio da inovaccedilatildeo e de novos modelos de negoacutecio
WILSON NOBRE
Mestre em administraccedilatildeo de empresas fundador e pesquisador do Foacuterum de Inovaccedilatildeo da EAESPFGV
A TRAJETOacuteRIA DE ISCV CONECTANDO ELOS
Desde seu lanccedilamento ISCV desenvolveu ciclos anuais de atividades planejadas com base na estrutura geral da cadeia de valor das empresas A cada ano a ini-ciativa abordou aspectos ligados a um
dos principais elos da cadeia gestatildeo de fornecedores
(2012) resiacuteduos e poacutes-consumo (2013) e desenvolvi-mento local nos territoacuterios em que operam (2014) Em 2015 ISCV encerra esse primeiro ciclo de planejamento discutindo questotildees de sustentabilidade relacionadas a atividades que tangenciam e integram os diferentes elos da cadeia os processos logiacutesticos
A descriccedilatildeo detalhada e os resultados do trabalho realizado em cada um dos ciclos de ISCV foram contemplados em publicaccedilotildees especiacuteficas que estatildeo disponiacuteveis no website da iniciativa fgvbrcesinova
2014
INOVACcedilAtildeO EM DESENVOLVIMENTO LOCAL
u Mapeamento de fornecedores locaisu Capacitaccedilatildeo de matildeo de obra local
u Responsabilidade empresarial sobre direitos e qualidade de vida
nos territoacuterios em que atuam2013
RESIacuteDUOS E POacuteS-CONSUMOu Gestatildeo de resiacuteduosu Logiacutestica reversau Ecologia industrialu Empreendimentos de economia solidaacuteria
2012
GESTAtildeO DE FORNECEDORESu Alinhamento entre
aacutereas de sustentabilidade e de suprimentosu Mapeamento
das cadeias e identificaccedilatildeo de fornecedores criacuteticos
u Compras verdes
2015
DISTRIBUICcedilAtildeO E LOGIacuteSTICA
u Transporte de cargasu Mobilidade urbanau Gestatildeo de impactosu Oportunidades
de inclusatildeo e ampliaccedilatildeo de acesso
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ORGANIZACcedilAtildeO DESTA PUBLICACcedilAtildeOO primeiro deles (p 15) traccedila um panorama do contexto e delineia a importacircncia das atividades logiacutesticas do ponto de vista da competitividade e do equiliacutebrio nas relaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses e regiotildees
O capiacutetulo seguinte (p 23) aborda algumas das principais questotildees que decorrem de uma avalia-ccedilatildeo dos processos logiacutesticos das empresas agrave luz da sustentabilidade O texto ressalta oportunidades e desafios relacionados agrave sustentabilidade em logiacutesti-ca com base em uma abordagem de riscos para as atividades empresariais
Em seguida outros dois capiacutetulos enfocam respectivamente os resultados do diagnoacutestico realizado com as empresas-membro de ISCV (p 33) e da chamada de casos para pequenas e meacutedias empresas (p 43) realizados neste ciclo de atividades do projeto
Por fim o uacuteltimo capiacutetulo (p 53) apresenta as prin-cipais consideraccedilotildees e aprendizados desta imersatildeo de ISCV e das empresas-membro no tema da sus-tentabilidade na logiacutestica
Ao longo dos capiacutetulos de acordo com o tema abordado boxes trazem contribuiccedilotildees de alguns dos especialistas que participaram deste ciclo de ISCV
Participaram das atividades do ciclo 2015 as seguintes empresas-membro
Contribuiacuteram com as oficinas aleacutem da equipe do GVces os seguintes especialistas convidados David Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil) Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
Contexto de distribuiccedilatildeo
e logiacutestica no Brasil desafios e oportunidades
de inovaccedilatildeo para sustentabilidade
Gestatildeo de impactos nas redes
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
instrumentos de monitoramento
e relato
Praacuteticas inovadoras para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade
nos processos de distribuiccedilatildeo e
logiacutestica e tendecircncias
OFICINA 01 OFICINA 02 OFICINA 03FOacuteRUM ANUAL
CHAMADA DE CASOS PMEs
O CICLO
2015METODOLOGIA
A cada ciclo anual o grupo de grandes empresas-membro de ISCV eacute convidado a participar de uma seacuterie de encontros nos quais se busca construir coleti-vamente referecircncias relevantes para a gestatildeo empresarial e aprendizados a partir de desafios comuns Um diagnoacutestico de sustentabilidade na gestatildeo voltado para o tema de cada ciclo eacute formulado para que as empresas possam
visualizar seu desempenho em relaccedilatildeo aos demais e conhecer os diferentes niacuteveis de comple-xidade e maturidade com que o tema pode ser tratado
A interaccedilatildeo com pequenos negoacutecios se daacute por meio de uma chamada puacuteblica de casos para pequenos e meacutedios empreendimentos inovadores com potencial de contribuir na busca de soluccedilotildees para os desafios da sustentabilidade em grandes cadeias de valor Ao final de cada ciclo espera-se que a experiecircncia inspire parcerias e negoacutecios que propaguem as soluccedilotildees inovadoras dos pequenos empreendimentos selecionados com desdobramentos relevantes na cadeia das grandes empresas em benefiacutecio de toda a sociedade
GT FORNECEDORESDesde 2013 ISCV conta ainda com um grupo de trabalho em questotildees relacionadas agrave gestatildeo de fornecedores (GT Fornecedores) O grupo formado pelos representantes das empresas-membro de ISCV e apoiado pela equipe do GVces vem desenvolvendo uma agenda proacutepria de encontros que daacute sequecircncia ao trabalho iniciado no primeiro ciclo do projeto No decorrer desses anos o GT vem construindo referecircn-cias importantes para a integraccedilatildeo de sustentabilida-de nos processos de compras e relacionamento com fornecedores das empresas todas detalhadamente descritas em publicaccedilotildees especiacuteficas
O CICLO 2015A proposta da iniciativa no ciclo de 2015 retomou o objetivo central de ISCV de promover a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade a partir de pequenos e meacute-dios empreendimentos no contexto da cadeia de valor das grandes empresas mas agora com foco nos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Durante o ano as atividades do projeto explora-ram os seguintes pontosI Contexto impactos e os desafios dos processos de
distribuiccedilatildeo e logiacutestica no BrasilII Inovaccedilotildees para gestatildeo de impactos econocircmicos
sociais e ambientais da logiacutesticaIII Distribuiccedilatildeo e logiacutestica como meio para geraccedilatildeo
de oportunidades de inclusatildeo social com base no empreendedorismo e em negoacutecios envolvendo micros pequenas e meacutedias empresas
IV Sustentabilidade como vantagem competitiva nas redes de distribuiccedilatildeoSeguindo a mesma loacutegica adotada nos anos ante-
riores o ciclo 2015 de ISCV foi desenvolvido a partir de trecircs encontros especiacuteficos entre os quais se realizou o processo de diagnoacutestico da gestatildeo das empresas -membro e uma chamada de casos para PMEs aleacutem da participaccedilatildeo no Foacuterum Anual das Iniciativas Em-presariais do GVces evento no qual se promove o compartilhamento dos resultados e integraccedilatildeo das diferentes abordagens e temas
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADOo desafio da eficiecircncia e da superaccedilatildeo das desigualdades
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CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000
6000
8000
10000
12000
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
30
0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 23
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
2
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24 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 25
Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 27
2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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30 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 31
Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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50 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 51
TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
ao sumaacuterioRetornar
ao sumaacuterio
52 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 53
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
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CcedilAtildeO
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RNA
PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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ORGANIZACcedilAtildeO DESTA PUBLICACcedilAtildeOO primeiro deles (p 15) traccedila um panorama do contexto e delineia a importacircncia das atividades logiacutesticas do ponto de vista da competitividade e do equiliacutebrio nas relaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses e regiotildees
O capiacutetulo seguinte (p 23) aborda algumas das principais questotildees que decorrem de uma avalia-ccedilatildeo dos processos logiacutesticos das empresas agrave luz da sustentabilidade O texto ressalta oportunidades e desafios relacionados agrave sustentabilidade em logiacutesti-ca com base em uma abordagem de riscos para as atividades empresariais
Em seguida outros dois capiacutetulos enfocam respectivamente os resultados do diagnoacutestico realizado com as empresas-membro de ISCV (p 33) e da chamada de casos para pequenas e meacutedias empresas (p 43) realizados neste ciclo de atividades do projeto
Por fim o uacuteltimo capiacutetulo (p 53) apresenta as prin-cipais consideraccedilotildees e aprendizados desta imersatildeo de ISCV e das empresas-membro no tema da sus-tentabilidade na logiacutestica
Ao longo dos capiacutetulos de acordo com o tema abordado boxes trazem contribuiccedilotildees de alguns dos especialistas que participaram deste ciclo de ISCV
Participaram das atividades do ciclo 2015 as seguintes empresas-membro
Contribuiacuteram com as oficinas aleacutem da equipe do GVces os seguintes especialistas convidados David Tsai (Iema) Elder Cerqueira-Santos (Childhood Brasil) Eva Dengler (Childhood Brasil) Hudson Lima de Mendonccedila (Finep) Leise Kelli de Oliveira (UFMG) Leonardo Julianelli (Ilos) Manoel de Andrade e Silva Reis (FGV-EAESP|GVcelog) Priscila Laczynski de Souza Miguel (FGV-EAESP|GVcelog) Wilson Nobre (FGV-EAESP)
Contexto de distribuiccedilatildeo
e logiacutestica no Brasil desafios e oportunidades
de inovaccedilatildeo para sustentabilidade
Gestatildeo de impactos nas redes
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
instrumentos de monitoramento
e relato
Praacuteticas inovadoras para incorporaccedilatildeo da sustentabilidade
nos processos de distribuiccedilatildeo e
logiacutestica e tendecircncias
OFICINA 01 OFICINA 02 OFICINA 03FOacuteRUM ANUAL
CHAMADA DE CASOS PMEs
O CICLO
2015METODOLOGIA
A cada ciclo anual o grupo de grandes empresas-membro de ISCV eacute convidado a participar de uma seacuterie de encontros nos quais se busca construir coleti-vamente referecircncias relevantes para a gestatildeo empresarial e aprendizados a partir de desafios comuns Um diagnoacutestico de sustentabilidade na gestatildeo voltado para o tema de cada ciclo eacute formulado para que as empresas possam
visualizar seu desempenho em relaccedilatildeo aos demais e conhecer os diferentes niacuteveis de comple-xidade e maturidade com que o tema pode ser tratado
A interaccedilatildeo com pequenos negoacutecios se daacute por meio de uma chamada puacuteblica de casos para pequenos e meacutedios empreendimentos inovadores com potencial de contribuir na busca de soluccedilotildees para os desafios da sustentabilidade em grandes cadeias de valor Ao final de cada ciclo espera-se que a experiecircncia inspire parcerias e negoacutecios que propaguem as soluccedilotildees inovadoras dos pequenos empreendimentos selecionados com desdobramentos relevantes na cadeia das grandes empresas em benefiacutecio de toda a sociedade
GT FORNECEDORESDesde 2013 ISCV conta ainda com um grupo de trabalho em questotildees relacionadas agrave gestatildeo de fornecedores (GT Fornecedores) O grupo formado pelos representantes das empresas-membro de ISCV e apoiado pela equipe do GVces vem desenvolvendo uma agenda proacutepria de encontros que daacute sequecircncia ao trabalho iniciado no primeiro ciclo do projeto No decorrer desses anos o GT vem construindo referecircn-cias importantes para a integraccedilatildeo de sustentabilida-de nos processos de compras e relacionamento com fornecedores das empresas todas detalhadamente descritas em publicaccedilotildees especiacuteficas
O CICLO 2015A proposta da iniciativa no ciclo de 2015 retomou o objetivo central de ISCV de promover a inovaccedilatildeo para a sustentabilidade a partir de pequenos e meacute-dios empreendimentos no contexto da cadeia de valor das grandes empresas mas agora com foco nos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica
Durante o ano as atividades do projeto explora-ram os seguintes pontosI Contexto impactos e os desafios dos processos de
distribuiccedilatildeo e logiacutestica no BrasilII Inovaccedilotildees para gestatildeo de impactos econocircmicos
sociais e ambientais da logiacutesticaIII Distribuiccedilatildeo e logiacutestica como meio para geraccedilatildeo
de oportunidades de inclusatildeo social com base no empreendedorismo e em negoacutecios envolvendo micros pequenas e meacutedias empresas
IV Sustentabilidade como vantagem competitiva nas redes de distribuiccedilatildeoSeguindo a mesma loacutegica adotada nos anos ante-
riores o ciclo 2015 de ISCV foi desenvolvido a partir de trecircs encontros especiacuteficos entre os quais se realizou o processo de diagnoacutestico da gestatildeo das empresas -membro e uma chamada de casos para PMEs aleacutem da participaccedilatildeo no Foacuterum Anual das Iniciativas Em-presariais do GVces evento no qual se promove o compartilhamento dos resultados e integraccedilatildeo das diferentes abordagens e temas
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADOo desafio da eficiecircncia e da superaccedilatildeo das desigualdades
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CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000
6000
8000
10000
12000
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
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2006
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2008
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2012 2025
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5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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20 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 21
Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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30 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 31
Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
CIO
NA
MEN
TO E
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NO
PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADOo desafio da eficiecircncia e da superaccedilatildeo das desigualdades
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CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000
6000
8000
10000
12000
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
30
0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 27
2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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CLASSIFICACcedilAtildeO DOS PAIacuteSES DE ACORDO COM O IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO (Fonte Banco Mundial)
IacuteNDICE DE DESEMPENHO LOGIacuteSTICO
10 eacute o resultado baixo 50 o mais alto
334 - 50
275 - 327
248 - 275
10 - 247
ND
Mesmo nos mercados nacionais ou regionais os fluxos logiacutesticos tecircm se intensificado de maneira significativa No Brasil esse processo eacute marcado pelo avanccedilo nas uacuteltimas deacutecadas da agropecuaacuteria nas re-giotildees Norte e Centro-Oeste assim como da induacutestria de base e de bens de consumo no Nordeste o que se chama de ldquointeriorizaccedilatildeo da agroinduacutestriardquo Apesar disso o Brasil ainda manteacutem bastante concentrados o desenvolvimento de infraestrutura e os mercados consumidores no Sul e Sudeste
Tem-se aiacute um famoso gargalo configurado pelo uso intensivo do modal rodoviaacuterio que atende mais de 60 dos fluxos de mercadorias no paiacutes e suas externa-lidades Ineficiente para longas distacircncias o transporte sobre rodas representa custos evitaacuteveis significativos quando utilizado em situaccedilotildees inadequadas Segundo estimativa do Instituto de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa em Administraccedilatildeo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead ndash UFRJ) cerca de R$ 118 bilhotildees de excesso de estoque satildeo mantidos pelas empresas bra-sileiras ao longo das cadeias produtivas como forma de se proteger das ineficiecircncias do transporte con-sequecircncia de atrasos acidentes e roubos de carga
Do ponto de vista socioambiental como veremos mais adiante os acidentes de tracircnsito estatildeo entre os principais problemas de sauacutede puacuteblica no Brasil De acordo com o Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 - 2020 os custos sociais dos acidentes em rodovias satildeo da ordem de R$ 30 bilhotildees anuais Concorrem desafios tambeacutem relacio-nados ao uso intensivo de combustiacuteveis foacutesseis ndash com desdobramentos sobre as mudanccedilas climaacuteticas assim como agrave poluiccedilatildeo do ar ao risco de derramamentos e
acidentes ambientais agraves condiccedilotildees inadequadas de trabalho no setor de transportes com baixa possibili-dade de controle e agrave exposiccedilatildeo de comunidades locais a riscos diversos ao longo das rotas logiacutesticas
Bastante relacionados agraves condiccedilotildees da infraestru-tura disponiacuteveis na regiatildeo os custos logiacutesticos satildeo mais elevados em regiotildees de desenvolvimento econocircmico e industrial mais recentes Estimativas da Armstrong amp Associates Inc mostram indicadores dos custos logiacutesti-cos em relaccedilatildeo ao PIB que chegam a 123 e 172 no continente sul-americano e na China respectivamente e 88 e 92 na Europa e Ameacuterica do Norte respecti-vamente (Armstrong amp Associates Inc 2014) Em 2012 o custo logiacutestico total da economia brasileira era de 115 do PIB sendo o transporte correspondente agrave maior fatia de 7 em relaccedilatildeo ao PIB
As operaccedilotildees logiacutesticas natildeo satildeo criacuteticas somente do ponto de vista do custo que implicam agraves operaccedilotildees das empresas mas tambeacutem nas condiccedilotildees e garantia de continuidade da operaccedilatildeo para suprimento dos insumos necessaacuterios e distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo para clientes e consumidores Nesse sentido a eficiecircncia da logiacutestica eacute fator fundamental que tambeacutem impacta sobremaneira a competitividade das organizaccedilotildees
Segundo o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico do Banco Mundial (2014) que apresenta ranking de 192 paiacuteses com notas que vatildeo de 1 (pior resultado) a 5 (melhor resultado) apenas cinco paiacuteses obtiveram notas acima de 4 e 67 acima de 3 pontos A Alemanha aparece em primeiro lugar com o melhor resultado (412 pontos) seguida de Holanda (405 pontos) e Beacutelgica (404 pontos) O Brasil aparece na 65ordf posiccedilatildeo com 294 pontos
O amadurecimento e a vertiginosa intensificaccedilatildeo da globalizaccedilatildeo trou-xeram importantes reflexos para os fluxos de mercadoria ao redor do planeta O aumento e a facilitaccedilatildeo
das interaccedilotildees comerciais entre diversos paiacuteses amplia-ram de forma antes inimaginaacutevel as possibilidades de busca por novos insumos produtos e mercados para as empresas Fundamentalmente organizaccedilotildees de varia-dos portes e tipos tecircm hoje condiccedilotildees realistas de atuar no mercado internacional Segundo dados da Unctad mesmo considerando o cenaacuterio de lenta recuperaccedilatildeo da crise econocircmica internacional desencadeada em
2008 o comeacutercio mundial de mercadorias continua a apresentar crescimento ano a ano Ainda que longe da meacutedia de 7 de crescimento alcanccedilada no periacuteodo 2003-2007 o volume de transaccedilotildees comerciais entre os paiacuteses expandiu-se no ritmo de 2 ao ano entre 2012 e 2014 (UNCTAD 2014)
O modal mariacutetimo de grande expressividade no contexto dos transportes internacionais de mercado-rias serve tambeacutem de ilustraccedilatildeo para o aumento dos fluxos de mercadorias nas uacuteltimas deacutecadas De 1980 a 2013 o total de cargas transportadas mais que dobrou representando um aumento de mais de 58 bilhotildees de toneladas transportadas anualmente (Unctad 2014)
LOGIacuteSTICA NO MUNDO GLOBALIZADO O DESAFIO DA EFICIEcircNCIA E DA SUPERACcedilAtildeO DAS DESIGUALDADES
2000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000
6000
8000
10000
12000
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL - em milhotildees de toneladas carregadas (Fonte UNCTAD)
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18 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 19
Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
30
0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 23
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
2
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24 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 25
Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 27
2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
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COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
1
3
2
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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Apesar do meacuterito de definir um planejamento estrateacutegico de meacutedio a longo prazo para a rede de transportes de carga no Brasil as accedilotildees recomen-dadas no PNLT pouco avanccedilaram nos uacuteltimos anos Quando o PAC foi lanccedilado a expectativa era de que essa situaccedilatildeo melhorasse e o Brasil conseguisse ver a sua eficiecircncia logiacutestica aumentar significativamente com a oferta de modais variados integraccedilatildeo entre rodovias ferrovias e hidrovias eliminaccedilatildeo dos con-
gestionamentos nos portos e melhoria da qualidade das estradas o que explicaria inclusive a melhoria do Brasil no ranking do Connecting to Compete entre 2007 e 2011 apresentado na Figura 1 No entanto o que se vecirc apenas eacute a demanda por transporte aumentar e as obras natildeo saiacuterem do papel com um atraso meacutedio de 48 meses em relaccedilatildeo aos cronogra-mas apresentados no PAC e PAC 2 deteriorando a percepccedilatildeo do empresariado nacional
FIG 02 - MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL (TKU) (Fonte Ilos)
FIG 03 - MATRIZ DE TRANSPORTES BRASILEIRA PROPOSTA PELO PNLT PARA 2025 (Fonte PNLT)
2004
184
105
35
0
676
2006
203
111
38
0
648
2008
199
116
35
01
649
2010
195
114
34
01
656
2012 2025
182
114
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0
674 30
35
29
5
1
Soacutecio Executivo do Instituto de Logiacutestica e Supply Chain (Ilos)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES NO BRASIL
Em marccedilo de 2014 o Banco Mundial di-vulgou a 4ordf ediccedilatildeo do Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy um relatoacuterio que avalia a lo-giacutestica de 160 paiacuteses e leva em conta a
percepccedilatildeo de mais de 1000 empresaacuterios de todo o mundo em relaccedilatildeo agrave eficiecircncia da infraestrutura de transporte das naccedilotildees Com relaccedilatildeo ao ranking an-terior divulgado em 2012 o Brasil caiu 20 posiccedilotildees passando a ocupar o 65ordm lugar e ficando atraacutes de ou-tros paiacuteses da Ameacuterica Latina como Chile Meacutexico e Argentina Trata-se da pior colocaccedilatildeo do paiacutes desde que o ranking foi lanccedilado em 2007 como pode ser visto na Figura 1
O mais recente Global Competitiviness Report ndash 20142015 do Foacuterum Econocircmico Mundial cor-robora esses resultados e apresenta uma situaccedilatildeo ainda mais dramaacutetica colocando a infraestrutura de transportes brasileira na 120ordf posiccedilatildeo entre as 144 naccedilotildees avaliadas
A situaccedilatildeo eacute agravada pelo desbalanceamento entre os modais de transporte conforme a Figura
1 com uma grande parcela da carga concentrada no modal rodoviaacuterio o que eacute inadequado tendo em vista o perfil da carga e as dimensotildees do paiacutes
Essas distorccedilotildees produzem significativo impacto nas emissotildees de gases do efeito estufa (GEE) A ati-vidade de transportes eacute responsaacutevel hoje por cerca de 65 das emissotildees de GEE o que deve aumen-tar nos proacuteximos anos sendo o modal rodoviaacuterio responsaacutevel por 876 dessas emissotildees Apenas para efeito de comparaccedilatildeo se tiveacutessemos a mesma matriz de transportes dos EUA poderiacuteamos reduzir em 11 as emissotildees de GEE com essa atividade Se nossa matriz fosse similar agrave da China essa reduccedilatildeo poderia ser de ateacute 59
Como resposta a essa situaccedilatildeo foi elaborado o Plano Nacional de Logiacutestica e Transportes (PNLT) lanccedilado pelo governo federal em abril de 2007 que subsidiou o Programa de Aceleraccedilatildeo do Cresci-mento (PAC) Esse plano projetou uma nova matriz de transportes para 2025 conforme Figura 3 com o objetivo de aumentar a eficiecircncia eliminar gargalos e reduzir custos
LEONARDO JULIANELLI FERREIRA
2007 2010 2012 2014
61
41
21
1
FIG 01 - EVOLUCcedilAtildeO DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DE LOGIacuteSTICA (Fonte Connecting to Compete Trade Logistics in the Global Economy (ARVIS et al 2014)
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 23
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
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24 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 25
Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 27
2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
RELA
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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Engenheiro naval PhD pelo MIT coordena o GVcelog - Centro de Excelecircncia em Logiacutestica e Supply Chain da FGV-EAESP
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHOS E DESCAMINHOS DA COMPETITIVIDADE
A forte desregulamentaccedilatildeo das ati-vidades nas trocas internacionais ocorrida a partir da deacutecada de 80 trouxe consigo uma aceleraccedilatildeo exponencial da globalizaccedilatildeo
Esse fato abriu cada vez mais o caminho para que compradores busquem seus insumos e produtos nas fontes mais atraentes em qualquer local do glo-bo aumentando a representatividade das fronteiras econocircmicas em detrimento das fronteiras fiacutesicas no comeacutercio internacional Em termos de custos para os compradores isso eacute positivo mas a parte perversa satildeo os riscos para os paiacuteses em vista da concorrecircn-cia exacerbada e muitas vezes desleal praticada por alguns paiacuteses
Por um lado isso estimula o aumento da com-petitividade dos paiacuteses o que tem ocorrido de forma lenta e pouco ordenada Por outro num processo mais veloz esses fatores trazem desin-dustrializaccedilatildeo reduzindo o nuacutemero de postos de trabalho e a renda Aleacutem disso diminui a capacida-de de as empresas produzirem e exportarem bens de maior valor agregado de maior lucratividade
e reduz a disponibilidade de recursos para que as empresas controlem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente
Adicionalmente hoje no Brasil apesar da exis-tecircncia de planos adequados e coerentes para a implantaccedilatildeo de novas infraestruturas logiacutesticas o ritmo das realizaccedilotildees tem sido lento muito aqueacutem das reais necessidades do paiacutes o que se verifica es-pecialmente em ferrovias hidrovias portos e siste-mas de armazenagem Isso tem causado aumento dos tempos e dos custos das operaccedilotildees e provo-cado uma produccedilatildeo excessiva de gases de efeito estufa em grande parte em razatildeo da utilizaccedilatildeo ina-dequada do transporte rodoviaacuterio para cargas de grandes quantidades em longas distacircncias Essas consequecircncias negativas do ponto de vista socio-ambiental jaacute bastante aparentes no Brasil exigem uma concentraccedilatildeo de esforccedilos no sentido de gerir esses riscos buscando identificar e implantar com presteza infraestruturas e processos inovadores na busca de nichos que permitam aumentar a renda e a competitividade do paiacutes e controlar os impactos ambientais das atividades
MANOEL DE ANDRADE E SILVA REIS
Nas anaacutelises realizadas com base nos dados co-letados para a consolidaccedilatildeo do indicador o Banco Mundial indica uma melhora lenta mas perceptiacutevel no desempenho global logicamente com diferenccedilas significativas entre os paiacuteses Entre 182 paiacuteses que tecircm dados histoacutericos coletados do indicador des-de a ediccedilatildeo de 2012 116 apresentaram resultados melhores em 2014
Aleacutem disso o Banco Mundial aponta um movi-mento de gradual convergecircncia na performance logiacutestica mundial (The World Bank 2014) Essa afir-maccedilatildeo eacute baseada na verificaccedilatildeo de uma evoluccedilatildeo mais acentuada do indicador nos paiacuteses de pior desempenho quando comparados aos de melhor desempenho no iacutendice Obviamente a grande dis-tacircncia entre esses grupos de paiacuteses relativizam essa avaliaccedilatildeo indicando um desequiliacutebrio que deve perseverar ainda por muitos anos
A anaacutelise dos componentes do iacutendice mostra que a melhoria das condiccedilotildees de infraestrutura de apoio ao comeacutercio ndash em maior grau ndash e de alfacircndegas e fronteiras ndash em menor grau ndash aacute a responsaacutevel pela aproximaccedilatildeo dos iacutendices de paiacuteses de menor renda daqueles dos de renda mais alta Mais uma vez o movimento de convergecircncia eacute interessante e indica algum sucesso de parte dos paiacuteses em desenvolvi-mento no esforccedilo de reduzir a grande lacuna existen-te entre a infraestrutura de transporte disponiacutevel em seus territoacuterios e a existente nos paiacuteses de economia mais desenvolvida
Como era previsto haacute forte correlaccedilatildeo tambeacutem entre a qualidade da infraestrutura logiacutestica disponiacute-vel e o Iacutendice de Desempenho Logiacutestico dos paiacuteses Como ilustraccedilatildeo a tabela abaixo apresenta o ranking dos iacutendices de desempenho e de qualidade da infra-estrutura lado a lado
DESEMPENHO LOGIacuteSTICO E QUALIDADE DA INFRAESTRUTURA (Fonte Banco Mundial)
PAIacuteSDESEMPENHO
LOGIacuteSTICOQUALIDADE DA
INFRAESTRUTURA
ALEMANHA 1ordm
2ordm
3ordm
4ordm
5ordm
9ordm
28ordm
54ordm
65ordm
90ordm
1ordm
3ordm
9ordm
6ordm
2ordm
5ordm
26ordm
67ordm
63ordm
91ordm
REINO UNIDO
IacuteNDIA
HOLANDA
CINGAPURA
BRASIL
BEacuteLGICA
CHINA
ESTADOS UNIDOS
RUacuteSSIA
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LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
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40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADEum olhar para riscos e oportunidades na cadeia
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
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RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
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CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
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Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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Aleacutem da adequaccedilatildeo das matrizes e do melhor equiliacutebrio entre os modais as diferentes condiccedilotildees da infraestrutura as tecnologias e veiacuteculos utiliza-dos e os combustiacuteveis usados nas frotas existentes satildeo fatores que condicionam decisivamente o im-pacto desses processos sobre o ambiente tanto local quanto globalmente
A busca por eficiecircncia no transporte seja por diversificaccedilatildeo de modais ou de combustiacuteveis seja por meio da integraccedilatildeo de cadeias de suprimento e distribuiccedilatildeo eacute um dos exemplos mais evidentes da iacutentima relaccedilatildeo entre a forma como satildeo realizados os processos logiacutesticos e os resultados socioambientais das mais diversas atividades econocircmicas trazendo implicaccedilotildees diretas agrave gestatildeo dos riscos e oportuni-dades nos negoacutecios
Diferentes avaliaccedilotildees de cenaacuterios futuros consi-derando-se por exemplo o fator mudanccedila do clima apontam tendecircncias tanto de taxaccedilatildeo pelo sobreuso como de bonificaccedilatildeo pela reduccedilatildeo da utilizaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis aspectos diretamente relacio-nados agraves decisotildees envolvendo os processos logiacutes-ticos das empresas A mesma dinacircmica de risco e oportunidade pode ser esperada em relaccedilatildeo agrave desti-naccedilatildeo adequada de resiacuteduos ou ainda agrave criaccedilatildeo de al-ternativas de reutilizaccedilatildeo de materiais e embalagens usados no transporte de mercadorias por exemplo
Um olhar atento sobre as tendecircncias em susten-tabilidade e de regulaccedilatildeo no mundo globalizado evidencia quanto a gestatildeo de riscos pode ser um caminho promissor para induzir a integraccedilatildeo da res-ponsabilidade socioambiental ao core dos negoacutecios
Uma abordagem ampla dos riscos dos processos logiacutesticos envolveria a consideraccedilatildeo de aspectos criacuteti-cos de sustentabilidade no setor aleacutem das emissotildees de gases do efeito estufa as condiccedilotildees de trabalho nos diversos elos da cadeia de suprimentos e distri-buiccedilatildeo o impacto das rotas nas condiccedilotildees de mobi-lidade urbana e na qualidade de vida das comunida-des por elas atravessadas a utilizaccedilatildeo de materiais e o impacto sobre o estoque de recursos naturais natildeo renovaacuteveis entre outros
Mais do que uma ampliaccedilatildeo dos aspectos con-siderados nas anaacutelises tradicionais a integraccedilatildeo de sustentabilidade na abordagem de risco das organi-zaccedilotildees exige uma ampliaccedilatildeo do horizonte temporal e o frequente desenho e teste de cenaacuterios diversifica-dos Temas como a influecircncia das mudanccedilas do clima ou da disponibilidade de recursos naturais para as operaccedilotildees das empresas satildeo exemplos de aspectos
com dinacircmicas variaacuteveis no decorrer do tempo cuja integraccedilatildeo agrave gestatildeo dos negoacutecios deve considerar re-sultados de longo prazo De modo geral entretanto a progressiva responsabilizaccedilatildeo do setor empresarial por suas externalidades e por consequecircncia a valo-rizaccedilatildeo de soluccedilotildees de mercado voltadas para o con-trole e o monitoramento de seus impactos satildeo eixos que devem nortear a atuaccedilatildeo empresarial
A grande capilaridade e a conexatildeo das redes e processos logiacutesticos impedem poreacutem que a ava-liaccedilatildeo dos riscos seja feita isoladamente por cada organizaccedilatildeo sem considerar as implicaccedilotildees e im-pactos que compartilham com outros atores Em grande parte dos casos a dimensatildeo interorgani-zacional acaba por ser significativamente mais re-levante do que os processos geridos e controlados dentro dos limites de cada organizaccedilatildeo fato que se torna ainda mais relevante quando se considerado o alto niacutevel de terceirizaccedilatildeo da maior parte das ati-vidades de logiacutestica das empresas
A gestatildeo de risco portanto exige abordagem de cadeia e o estabelecimento muitas vezes de planos de controle contenccedilatildeo e mitigaccedilatildeo compartilhados entre clientes fornecedores e outros intermediaacuterios dos processos
A utilizaccedilatildeo da abordagem de riscos para induzir a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos logiacutes-ticos pode ser fonte de grandes oportunidades para as empresas Alguns aspectos trabalhados durante o ciclo 2015 de ISCV e melhor descritos a seguir indi-cam dimensotildees a serem consideradas nesse sentido
DESAFIOS DA MOBILIDADE E DISTRIBUICcedilAtildeO URBANASegundo dados da ediccedilatildeo de 2014 do relatoacuterio ldquoPers-pectivas da Urbanizaccedilatildeo Mundialrdquo (World Urbaniza-tion Prospects) da ONU 54 da populaccedilatildeo mundial vive em centros urbanos e projeccedilotildees apontam para 65 ateacute 2050 As estatiacutesticas apresentadas na publi-caccedilatildeo mostram que o aumento acelerado da popula-ccedilatildeo urbana eacute uma tendecircncia mundial mas ocorre de forma mais acentuada na Aacutefrica e Aacutesia continentes que possuem atualmente os menores percentuais de concentraccedilatildeo de pessoas em cidades
No Brasil os centros urbanos concentram mais de 85 da populaccedilatildeo (ONU 2014) Sem planejamen-to o raacutepido crescimento populacional e espacial das cidades traz uma seacuterie de impactos para a mobilida-de urbana Recente relatoacuterio da Organizaccedilatildeo Mun-dial da Sauacutede (Global Status Report on Road Safety
D e extrema importacircncia econocircmica social e ambiental os processos logiacutesticos estatildeo no centro dos fatores que condicionam ou viabilizam o desenvolvimento Sem estrutura para transporte estocagem e distribuiccedilatildeo qualquer atividade produtiva ficaria paralisada fadada ao fracasso Por natildeo ser um bem ou serviccedilo importaacutevel ndash ao menos diretamente ndash a infraestrutura logiacutestica eacute um ativo que
deve ser cuidadosamente planejado implantado e mantido por toda naccedilatildeo considerando suas caracteriacutesticas econocircmicas ambientais e sociais
Assim como sua indiscutiacutevel importacircncia as am-plas externalidades configuram outra caracteriacutestica representativa do setor Eacute transversal agraves diferentes cadeias produtivas com desdobramentos que impac-tam diretamente os mais diversos setores da econo-mia a qualidade de vida a seguranccedila da populaccedilatildeo e as condiccedilotildees de preservaccedilatildeo do meio ambiente
Qualquer anaacutelise mais aprofundada sobre os desafios do setor de logiacutestica no mundo reforccedila a evidecircncia de que as condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios caminham juntas lado a lado
Em relaccedilatildeo ao transporte de cargas por exem-
plo a distribuiccedilatildeo dos volumes entre os diferentes modais apresenta configuraccedilotildees ou matrizes que nem sempre refletem as melhores possibilidades de desempenho eficiecircncia e adequaccedilatildeo agraves poten-cialidades ou caracteriacutesticas de cada regiatildeo A parti-cipaccedilatildeo do modal rodoviaacuterio de reduzida eficiecircncia sobretudo para transporte de cargas em grandes volumes por grandes distacircncias eacute bastante expres-siva em vaacuterios paiacuteses aleacutem do Brasil caso emble-maacutetico dessa configuraccedilatildeo Como mostra a figura o modal rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela metade ou mais do volume de cargas transportado tambeacutem em paiacuteses como China e Austraacutelia
LOGIacuteSTICA E SUSTENTABILIDADE UM OLHAR PARA RISCOS E OPORTUNIDADES NA CADEIA
40
20
RUacuteSSIA CANADAacute
Rodoviaacuterio
Ferroviaacuterio
Aquaviaacuterio
80
60
100
CARGAS NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO INTERNACIONAL (Fonte Ministeacuterio dos Transportes | dados de 2011)
AUSTRAacuteLIA EUA CHINA BRASIL
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2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
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40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
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CcedilAtildeO
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
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REFEREcircNCIAS
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2015) revela que acidentes nas estradas satildeo a maior causa de morte potencialmente evitaacutevel e o Brasil eacute o quinto paiacutes com mais mortes de tracircnsito no mundo com cerca de 45 mil viacutetimas ao ano Dados do Minis-teacuterio da Sauacutede mostram que nos uacuteltimos seis anos as internaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de mais de 100 e o custo com o atendimento a esses pacien-tes de 1708
Aleacutem dos acidentes de tracircnsito outro problema enfrentado pela mobilidade urbana recai na lenti-datildeo do traacutefego A meacutedia dos congestionamentos em quilocircmetros nos horaacuterios de pico (manhatilde e tar-de) dos dias uacuteteis em Satildeo Paulo foi cerca de 100 quilocircmetros em 2013 (Rede Nossa Satildeo Paulo 2015) e em Campinas no interior do estado de SP de 282 quilocircmetros em 2014 (PCS 2015)
Somada aos desafios da locomoccedilatildeo de pessoas a mobilidade urbana tambeacutem enfrenta dificuldades de outras naturezas como a distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias O aumento de atividades logiacutesticas para responder agraves demandas do e-commerce e de-mais entregas em domiciacutelio faz crescer o nuacutemero de veiacuteculos em circulaccedilatildeo nas cidades e traz consigo vaacute-rios impactos negativos como consumo de energia emissotildees de GEE e outros poluentes congestiona-mento e acidentes de tracircnsito Apesar de natildeo ser um aspecto novo a intensificaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias muitas vezes natildeo eacute considerada no planejamento urbano das cidades e as decisotildees em-presariais acabam por desconsiderar seus impactos nessa dinacircmica
CAMINHONEIROS E AS CONDICcedilOtildeES DE TRABALHO NAS RODOVIASRealizada em 2005 e atualizada em 2010 a pesquisa ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo conduzida pelos nuacutecleos de poacutes-graduaccedilatildeo em Psicologia das univer-sidades federais de Sergipe e do Rio Grande do Sul para a Childhood Brasil mostra quem satildeo e como vivem esses profissionais
Em relaccedilatildeo ao perfil dos entrevistados os dados coletados mostram que 344 possuem baixa esco-laridade com ensino fundamental incompleto Mais de 50 dos entrevistados satildeo casados a meacutedia do nuacutemero de filhos eacute de 24 Apesar de a maioria dos caminhoneiros declarar-se satisfeita com a profissatildeo o niacutevel de satisfaccedilatildeo cai em relaccedilatildeo agrave jornada de tra-balho e mais ainda quando se trata da oferta de car-gas e da qualidade das estradas Esses profissionais
passam em meacutedia 19 dias em tracircnsito e cerca de 58 horas no mecircs agrave espera de cargas A meacutedia da renda mensal familiar eacute de R$ 294423
Entre os principais problemas da profissatildeo foram mencionados a inseguranccedilaviolecircncia os riscos de acidentes a distacircncia da famiacutelia a baixa remuneraccedilatildeo e a desuniatildeo da classe Apesar de o nuacutemero de cami-nhoneiros contratados por empresas ter aumentado e o de autocircnomos ter diminuiacutedo de 2005 para 2010 a liberalidade ainda eacute marcante ndash 35 trabalham por conta proacutepria
Accedilotildees empresariais que visam a melhorar as con-diccedilotildees de trabalho dos caminhoneiros tecircm impactos muito aleacutem da responsabilidade inclusive legal nas relaccedilotildees com empregados e prestadores de serviccedilo Por um lado o aprimoramento do conforto e da se-guranccedila gera reflexos diretos na eficiecircncia previsibi-lidade e desempenho do transporte rodoviaacuterio Por outro a inadequaccedilatildeo da infraestrutura disponiacutevel (como pontos para parada e descanso) e as condi-ccedilotildees de trabalho tecircm sido bastante associadas a problemas como a graviacutessima situaccedilatildeo da explora-ccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas rodovias brasileiras e os altos iacutendices de acidentes no tracircnsito
EXPLORACcedilAtildeO SEXUAL NAS ESTRADASA exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes eacute um grave problema que ganha caracteriacutesticas especiais e mais criacuteticas ao longo das rodovias e nos pontos de espera e descanso das estradas brasileiras Haacute muitos anos organizaccedilotildees como a Childhood Brasil apontam a situaccedilatildeo como uma questatildeo que requer grande atenccedilatildeo e precisa ser endereccedilada pelo poder puacuteblico setor empresarial e sociedade civil
De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial do Traba-lho - OIT 100 mil jovens satildeo explorados sexualmente por ano no Brasil e dados da Poliacutecia Rodoviaacuteria Fede-ral registram 1819 pontos de risco nas rodovias fede-rais Entre os fatores que levam agrave exploraccedilatildeo sexual infantil destacam-se aspectos sociais como as con-diccedilotildees de pobreza e a falta de oportunidade em que vivem muitas famiacutelias e culturais como machismo e preconceito soacutecio-racial
Mais uma vez a pesquisa realizada pela Child hood aponta correlaccedilatildeo entre a precariedade dos pontos de parada e o comportamento de risco dos caminhoneiros Assim destaca-se o papel de em-barcadores nos esforccedilos necessaacuterios para reduzir os tempos de carga e descarga e para melhoria da infraestrutura nesses pontos
PALAVRA DE ESPECIALISTA
TRANSPORTE E MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS
A partir da necessidade de dissemi-naccedilatildeo de instrumentos para estru-turar a gestatildeo de carbono nas or-ganizaccedilotildees o Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008
com o objetivo de desenvolver meios para que esses atores comuniquem suas emissotildees de gases de efei-to estufa (GEE) a seus parceiros e agrave sociedade Seus membros atualmente mais de 130 organizaccedilotildees do setor privado poder puacuteblico e terceiro setor volunta-riamente divulgam suas emissotildees diretas e indiretas no Registro Puacuteblico de Emissotildees
Esses instrumentos ampliam o potencial dos setores da economia de atuar de forma proativa e possibilitam a adoccedilatildeo de accedilotildees para a transiccedilatildeo para uma economia menos intensiva em carbono Com a antecipaccedilatildeo desse movimento antes do surgimento de obrigaccedilotildees legais e pressotildees do poder puacuteblico para tal o setor privado pode realizar investimentos progressivos e tornar menos abrupta a transiccedilatildeo
No Brasil as emissotildees de GEE relacionadas aos transportes satildeo um dos principais impactos ambien-tais dessa atividade representando em 2014 o equi-valente a 220 milhotildees de toneladas de CO2 O modal rodoviaacuterio por sua vez eacute responsaacutevel por 92 das emissotildees causadas pelo consumo de combustiacutevel no paiacutes segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissotildees de Gases de Efeito Estufa (SEEG) Das emissotildees do setor 62 estatildeo relacionadas ao con-sumo de oacuteleo diesel por veiacuteculos de carga e ocircnibus
o que demonstra a importacircncia da logiacutestica como parte da soluccedilatildeo para as mudanccedilas climaacuteticas
Do novo acordo climaacutetico global firmado em Paris (2015) ndash em vigor a partir de 2020 ndash emerge um grande leque de oportunidades para inovaccedilatildeo pesquisa e desenvolvimento e principalmente co-operaccedilatildeo entre empresas para o desenvolvimento de soluccedilotildees menos intensivas em emissotildees de GEE
No caso brasileiro seratildeo construiacutedos os planos setoriais para a mitigaccedilatildeo das emissotildees de GEE para os setores mais intensivos Esses planos deveratildeo contar com metas de emissatildeo para cada setor e certamente o setor logiacutestico teraacute sua parcela de contribuiccedilatildeo no cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil
Eacute essencial que as empresas brasileiras absor-vam esses sinais como catalisadores de oportuni-dades ndash natildeo apenas como novas obrigaccedilotildees a se-rem cumpridas ndash pois o mercado tambeacutem priorizaraacute produtos e serviccedilos menos intensivos em carbono
No setor logiacutestico satildeo imprescindiacuteveis para con-solidar a transiccedilatildeo para uma economia de baixo car-bono a diversificaccedilatildeo e integraccedilatildeo da matriz logiacutestica brasileira com especial relevacircncia do transporte de cargas ndash que deveraacute aumentar a utilizaccedilatildeo de modais menos emissores de GEE como hidroviaacuterio e ferrovi-aacuterio o investimento em biocombustiacuteveis de segunda e terceira geraccedilotildees e sua ampla adoccedilatildeo e a inovaccedilatildeo na gestatildeo de frotas por parte do setor privado ati-vando-se mais iniciativas de integraccedilatildeo e comparti-lhamento com benefiacutecios para a eficiecircncia do setor
GEORGE MAGALHAtildeES
Coordenador do Programa Brasileiro GHG ProtocolGVCes
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
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ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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Exemplos de veiacuteculos de baixa emissatildeo de poluentes (ACERVO DO AUTOR)
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
dos No Brasil a cidade de Satildeo Paulo durante a Copa do Mundo Fifa 2014 realizou testes que indicaram melhoria no desempenho das entregas Contudo a seguranccedila mostrou-se um desafio Nesse caso natildeo apenas o setor logiacutestico precisa adequar-se agrave nova forma de entrega urbana como a cidade precisa es-tar preparada para que ocorra eficientemente sem prejuiacutezo para operadores logiacutesticos e varejistas
Finalmente as faixas exclusivas para o transpor-te de carga consistem numa soluccedilatildeo recentemente investigada que tem por objetivo segregar os veiacutecu-los de carga do traacutefego comum Para os transporta-dores os benefiacutecios incluem a reduccedilatildeo do conflito automoacutevel-caminhatildeo o aumento da eficiecircncia dos veiacuteculos de carga a reduccedilatildeo de custos maior con-fiabilidade na movimentaccedilatildeo de cargas reduccedilatildeo dos tempos de viagem e aumento da produtivida-de Para veiacuteculos de passageiros os benefiacutecios estatildeo associados diretamente agrave reduccedilatildeo do conflito auto-
moacutevel-caminhatildeo que gera aumento da seguranccedila reduccedilatildeo eou eliminaccedilatildeo do desconforto causado aos automoacuteveis pelos veiacuteculos de carga
A melhoria das operaccedilotildees logiacutesticas eacute pautada em soluccedilotildees de logiacutestica urbana que permitam a consolidaccedilatildeo das entregas a reduccedilatildeo dos custos de transporte com consequentes benefiacutecios para a mobilidade urbana Importante salientar que tais soluccedilotildees precisam vir acompanhadas de estudos de viabilidade para sua implementaccedilatildeo em cidades brasileiras que deve envolver todos os agentes da entrega urbana (transportadores varejistas poder puacuteblico populaccedilatildeo) Neste novo cenaacuterio em que pessoas e mercadorias devem ter livre circulaccedilatildeo em aacutereas urbanas modos de transporte natildeo moto-rizados devem ser priorizados Assim torna-se um grande desafio para empresas pensar em soluccedilotildees que viabilizem o business core aleacutem de promover o transporte urbano sustentaacutevel
PALAVRA DE ESPECIALISTA
A CARGA URBANA PENSANDO ALEacuteM DA MOBILIDADE DE PESSOAS
A tualmente muito se discute sobre mobilidade urbana contudo para muitos o foco eacute apenas a mobili-dade de pessoas e pouco esforccedilo tem se observado para a melhoria
da distribuiccedilatildeo urbana de mercadorias (DUM)Quanto mais desenvolvida e dinacircmica eacute uma
economia maior o fluxo de mercadorias e conse-quentemente de veiacuteculos de carga em uma cidade Por exemplo na Europa os veiacuteculos de carga satildeo responsaacuteveis por 10 do traacutefego (Civitas 2010) De acordo com dados do Banco Mundial os fluxos de carga ocu-pam 25 do traacutefego viaacuterio de uma cidade tiacutepica representam entre 20 e 30 do nuacutemero de veiacuteculos num quilocircmetro e en-tre 16 e 50 das emissotildees de poluentes numa cidade Aleacutem disso por serem maiores e mais pesados os veiacuteculos de carga encontram dificuldades para circular em meio ao elevado nuacute-mero de veiacuteculos que trafegam pelos centros urbanos situaccedilatildeo agravadas pela ausecircncia de in-fraestrutura adequada para essa atividade Assim a falta de espa-ccedilos para a carga e descarga de mercadorias transfe-re a operaccedilatildeo para as faixas de traacutefego e ocasiona congestionamentos
Na direccedilatildeo de soluccedilotildees para minimizar os pro-blemas e melhorar a distribuiccedilatildeo urbana de mer-cadorias surgiu o conceito de logiacutestica urbana pro-cesso que visa a otimizar as atividades de logiacutestica considerando fatores como traacutefego congestiona-
mento e consumo de energia na estrutura do mer-cado econocircmico aleacutem de uma compreensatildeo que integra custos de distribuiccedilatildeo sociais e ambientais
Os centros de distribuiccedilatildeo urbana satildeo locais designados para a consolidaccedilatildeo de cargas de di-ferentes embarcadores e transportadoras Estes podem estar associados a espaccedilos logiacutesticos ur-banos (ELU) que permitem que a entrega seja rea-lizada com baixa emissatildeo de poluentes por meio de veiacuteculos eleacutetricos eou natildeo motorizados como bicicletas Na Franccedila a Chronopost e La Petite Rei-
ne satildeo exemplos nesse sentido Importante salientar que tais sistemas podem promover a cooperaccedilatildeo do transporte de carga com parcerias entre em-presas para reduccedilatildeo dos custos de distribuiccedilatildeo
Os pontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocirc-nico conhecidos como pick-up points tambeacutem satildeo soluccedilotildees importantes principalmente para as entregas domiciliares uma vez que esse serviccedilo con-vive com elevado nuacutemero de entregas natildeo realizadas que resulta em custos extras mais
quilocircmetros percorridos e emissatildeo de poluentes A entrega noturna ou fora-pico surge como
uma inovadora alternativa para mitigar os proble-mas enfrentados pelos transportadores na comple-xidade do traacutefego dos centros urbanos A cidade de Nova York iniciou os testes-piloto em 2005 e hoje a entrega noturna tornou-se uma poliacutetica nacional para o transporte de carga urbana nos Estados Uni-
LEISE KELLI DE OLIVEIRA
ALGUMAS SOLUCcedilOtildeES QUE PERMITEM A MELHORIA DAS ATIVIDADES LOGIacuteSTICAS NO MEIO URBANO SAtildeO AS SEGUINTES
Centros de distribuiccedilatildeo urbana e espaccedilos logiacutesticos urbanosEntregas urbanas utilizando modos natildeo motorizados como bicicletasSistema cooperativo de entregasPontos de entrega de produtos do comeacutercio eletrocircnicoEntrega noturnaFaixas exclusivas para o transporte de carga urbana
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30 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 31
Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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36 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 37
83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
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44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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56 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 57
sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
CIO
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MEN
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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3
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58 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 59
ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
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Gerente de Programas e Relaccedilotildees Empresariais da Childhood Brasil
PALAVRA DE ESPECIALISTA
CAMINHONEIROS ALIADOS Agrave PROTECcedilAtildeO DA INFAcircNCIA
A gestatildeo de impactos do transporte rodoviaacuterio de carga eacute um campo repleto de desafios Haacute dentro deste modal um grande estig-ma com relaccedilatildeo aos motoristas
de caminhatildeo Esses profissionais satildeo muitas vezes taxados equivocadamente de vilotildees quando levado em conta o tema da exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes nas estradas brasileiras
Sendo um problema ainda amplamente natu-ralizado e invisiacutevel no Brasil eacute considerado uma das piores violaccedilotildees dos direitos humanos universais e dos direitos de crianccedilas e adolescentes pessoas em fase de desenvolvimento
Ao considerar esse cenaacuterio a Childhood Brasil atua desde 2006 por meio do Programa Na Matildeo Cer-ta no assessoramento a empresas participantes nas suas operaccedilotildees com foco em direitos humanos e com ecircnfase na educaccedilatildeo continuada de caminhoneiros para que atuem como agentes de proteccedilatildeo nas rodo-vias do paiacutes Nesse periacuteodo mais de 1500 empresas e entidades empresariais aderiram voluntariamente ao Pacto Empresarial Contra a Exploraccedilatildeo Sexual de Crianccedilas e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras
Aleacutem disso para avanccedilar com estrateacutegias mais efetivas de enfrentamento a Childhood Brasil vem reforccedilando sua parceria com a Poliacutecia Rodoviaacuteria
Federal para propor e cobrar accedilotildees do governo em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo de pontos de parada e des-canso que considerem a proteccedilatildeo da infacircncia utili-zando instrumentos como o Projeto Mapear uma ferramenta de mapeamento de pontos vulneraacuteveis agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e adolescentes em rodovias federais
Acreditamos que um caminhoneiro sensibili-zado e com melhores condiccedilotildees de trabalho eacute um potencial agente de proteccedilatildeo dos direitos de crian-ccedilas e adolescentes nas rodovias do paiacutes Entre 2005 e 2015 a Childhood Brasil vem estudando as ten-decircncias de ldquoO Perfil do Caminhoneiro no Brasilrdquo Jaacute em 2015 identificou que apenas uma minoria ainda afirma realizar programa sexual com uma crianccedila ou adolescentes nos uacuteltimos cinco anos Isso tudo eacute o resultado de um grande esforccedilo coletivo de cons-cientizaccedilatildeo e inclusatildeo do profissional no processo de proteccedilatildeo da infacircncia
O cotidiano dessa categoria eacute extremamente vulneraacutevel Portanto o programa investe na educa-ccedilatildeo continuada por meio dos multiplicadores das empresas participantes mas sobretudo fomen-tando melhores condiccedilotildees de vida e trabalho para esse valioso profissional que eacute uma peccedila-chave no enfrentamento do problema que ainda aflige meni-nos e meninas no entorno das estradas brasileiras
EVA CRISTINA DENGLER
LOGIacuteSTICA REVERSADiscutida por mais de duas deacutecadas e sancionada em agosto de 2010 a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) tem por objetivo criar condiccedilotildees para que o paiacutes avance em relaccedilatildeo aos principais problemas ambientais socioeconocircmicos poliacuteticos e culturais decorrentes do manejo inadequado dos resiacuteduos soacutelidos
Diferentemente das legislaccedilotildees da Uniatildeo Euro-peia que utilizam o princiacutepio da responsabilidade estendida do produtor a PNRS traz para discussatildeo o princiacutepio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos desde o processo produ-tivo ateacute a etapa poacutes-consumo incluindo fabricantes importadores distribuidores e comerciantes consu-midores poder puacuteblico e catadores de material re-ciclaacutevel A responsabilidade compartilhada desafia governos empresas e cidadatildeos a mudar sua forma de compreender e relacionar-se com os processos geradores de resiacuteduos soacutelidos aleacutem de mostrar que as soluccedilotildees dependem da colaboraccedilatildeo ativa entre esses atores
Um importante instrumento estabelecido pela poliacutetica a ser viabilizado sob o princiacutepio da respon-sabilidade compartilhada recai nos sistemas de lo-giacutestica reversa Esses sistemas devem conter accedilotildees procedimentos e meios para viabilizar a coleta e a restituiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos ao setor empresarial visando ao reaproveitamento ou agrave destinaccedilatildeo final ambientalmente adequada
A lei exige a implantaccedilatildeo obrigatoacuteria de sistemas de logiacutestica reversa para a cadeia produtiva dos se-guintes insumos eletroeletrocircnicos embalagens de oacuteleos lubrificantes lacircmpadas de vapor de soacutedio e mercuacuterio medicamentos embalagens em geral O principal meio previsto pela PNRS para viabilizar a logiacutestica reversa dessas cadeias produtivas satildeo os acordos setoriais firmados entre o poder puacuteblico e fabricantes importadores distribuidores ou comer-ciantes Indo aleacutem da loacutegica tradicional de comando--e-controle das poliacuteticas puacuteblicas este modelo oferece uma oportunidade para o setor privado apresentar de maneira coletiva projetos de logiacutestica reversa numa dinacircmica mais colaborativa e propositiva
Esse eacute um desafio presente para algumas cadeias produtivas como a de eletroeletrocircnicos e embala-gens de medicamentos Esses setores tecircm avanccedila-do em articulaccedilotildees que espera-se possam gerar acordos e processos que viabilizem a atividade de logiacutestica reversa com ampla abrangecircncia A demora
na regulamentaccedilatildeo dos acordos setoriais leva agrave ine-xistecircncia de metas estruturantes e quantitativas para definiccedilatildeo da distribuiccedilatildeo geograacutefica e do volume de resiacuteduos a serem coletados nas redes de descarte
A falta de padratildeo e processos internos para orientar e gerenciar tal operaccedilatildeo faz com que as empresas ainda demandem serviccedilos nos moldes da logiacutestica tradicional de distribuiccedilatildeo sem levar em conta a inexistecircncia de pontos estruturados e divul-gados de coleta a inexatidatildeo das informaccedilotildees que leva agrave dificuldade na definiccedilatildeo das rotas e da periodi-cidade da coleta e a necessidade de rastreabilidade do material coletado
ACESSO NA BASE DA PIRAcircMIDEO desenvolvimento de novos produtos processos e empreendimentos que ampliem os resultados socio-ambientais aliados ao retorno econocircmico-financeiro dos investimentos tem ganhado espaccedilo e chamado atenccedilatildeo de empresas de diferentes portes e setores Do ponto de vista da participaccedilatildeo das empresas na ampliaccedilatildeo do acesso da populaccedilatildeo de baixa renda a produtos e serviccedilos essa possibilidade tornou-se ain-da mais relevante quando anaacutelises passaram a evi-denciar de forma recorrente que o mercado de baixa renda representa uma grande oportunidade de am-pliaccedilatildeo de negoacutecios e rendimentos para empresas dispostas a repensar seus modelos de negoacutecio
Esse movimento que estimulou a criaccedilatildeo de uma seacuterie de iniciativas e estrateacutegias empresarias nos uacutelti-mos anos desenvolve-se em torno de argumentos como o que o economista indiano CK Prahalad aponta em sua obra A Riqueza na Base da Piracircmide indicando que enquanto o mercado voltado para as classes de maior poder aquisitivo estaacute saturado haacute um mercado demandante a ser explorado na base da piracircmide Empresas que desenvolvem serviccedilos e produtos para a populaccedilatildeo de menor poder aquisiti-vo podem entatildeo gerar receita ao mesmo tempo em que ampliam o acesso a direitos baacutesicos e qualidade de vida por meio do consumo
A abordagem de BoP (Base of the Pyramid) cres-ceu e constitui uma ampla rede de apoio ao redor do mundo que busca contribuir para que essas iniciati-vas empresariais tenham comprometimento efetivo com a melhoria das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo de baixa renda com a criaccedilatildeo de valor social e am-pliaccedilatildeo das capacidades nessas comunidades
Por traacutes da demanda latente e das grandes opor-tunidades de negoacutecio identificadas estaacute uma situa-
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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34 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 35
PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
Retornar ao sumaacuterio
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48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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50 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 51
TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
CIO
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MEN
TO E
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 3332 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
PRAacuteTICAS EMPRESARIAISsustentabilidade e logiacutestica no acircmbito das empresas-membro de ISCV
3
ccedilatildeo de desigualdade comumente observada como externalidade da loacutegica de organizaccedilatildeo do mercado capitalista globalizado Como indica a BoP Global Network a habitual desconsideraccedilatildeo do mercado de baixa renda pelas empresas acaba por configu-rar uma situaccedilatildeo de baixa concorrecircncia o que gera a chamada ldquopenalidade da pobrezardquo a populaccedilatildeo mais pobre acaba tendo de pagar mais caro por bens e serviccedilos de baixa qualidade
As atividades de distribuiccedilatildeo e logiacutestica satildeo ba-silares para o desenvolvimento de novas soluccedilotildees no acircmbito dos negoacutecios sociais As regiotildees e co-munidades mais desfavorecidas invariavelmente impotildeem desafios ligados agrave fragilidade da infraes-trutura e a riscos de violecircncia em eventuais rotas de distribuiccedilatildeo A gestatildeo da informaccedilatildeo desponta como uma carecircncia estruturante haja vista que aacutere-as de ocupaccedilatildeo informal demandam mapeamento espacial adequado que frequentemente fogem aos registros puacuteblicos
Seja por meio de operaccedilotildees comerciais dire-tamente voltadas para esses consumidores seja em projetos de parceria com a gestatildeo puacuteblica de
modo a garantir acesso a bens e serviccedilos essen-ciais de cidadania o olhar proacuteprio dos negoacutecios sobre viabilidade e eficiecircncia eacute profiacutecuo para ino-vaccedilotildees que aliam oportunidades de negoacutecios com desenvolvimento social
Em linhas gerais o campo de atuaccedilatildeo em BoP requer antes de tudo profundo conhecimento dos territoacuterios em que se pretende atuar Em ambientes nos quais a atuaccedilatildeo do Estado e das empresas eacute es-cassa populaccedilotildees locais desenvolvem loacutegicas muito proacuteprias para suplantar essas lacunas o que se reco-nhece como ldquoinovaccedilatildeo reversardquo Assim a inventivida-de empresarial soacute pode chegar a bom termo se partir de reais necessidades detectadas in locu e inevitavel-mente contar com parceiros locais que possam apor-tar conhecimento praacutetico
Diferentes inovaccedilotildees no mundo dos negoacutecios tecircm surgido dessa interaccedilatildeo evidenciando grandes oportunidades que ainda devem residir no espaccedilo possiacutevel para a interlocuccedilatildeo entre o conhecimento de mercado a tecnologia a cultura as demandas sociais e o conhecimento local acumulado em terri-toacuterios e comunidades
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
Retornar ao sumaacuterio
44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
Retornar ao sumaacuterio
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46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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50 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 51
TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
ao sumaacuterioRetornar
ao sumaacuterio
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
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PRAacuteTICAS EMPRESARIAIS SUSTENTABILIDADE E LOGIacuteSTICA NO AcircMBITO DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
A conjuntura discutida nos capiacutetulos anteriores evidencia a necessida-de de se buscar novas condiccedilotildees de integraccedilatildeo compartilhamen-to e cooperaccedilatildeo entre empresas e
organizaccedilotildees desafios de tal magnitude dificilmen-te poderatildeo ser enfrentados isoladamente Do ponto de vista da gestatildeo nas empresas esse cenaacuterio reforccedila a importacircncia da inovaccedilatildeo nos processos como for-ma natildeo soacute de viabilizar essa integraccedilatildeo mas tam-beacutem de responder ou se antecipar agraves cada vez mais raacutepidas transformaccedilotildees do ambiente de negoacutecios e dos mercados consumidores
Ao oferecer elementos que orientam a avaliaccedilatildeo sobre as tendecircncias dessas transformaccedilotildees os as-pectos de sustentabilidade parecem ter se tornado ingredientes importantes na estruturaccedilatildeo de pro-cessos e praacuteticas de gestatildeo tambeacutem das aacutereas de logiacutestica das empresas
Para melhor compreender esse movimento a ISCV realizou durante o ciclo 2015 um diagnoacutesti-
co de aspectos de sustentabilidade na gestatildeo de logiacutestica das empresas-membro A anaacutelise consolidada dos resultados desse diagnoacutestico oferece um panorama sobre como os desafios abordados ao longo desta publicaccedilatildeo tecircm sido enfrentados por diferentes organizaccedilotildees O mate-rial traz ainda um conjunto de informaccedilotildees sobre a estrutura e organizaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica das empresas
PERFIL E REPRESENTATIVIDADE DO GRUPO DE EMPRESASEmbora a amostra seja reduzida ndash as informaccedilotildees baseiam-se em respostas de oito grupos empresa-riais ao questionaacuterio ndash ela eacute composta de grandes empresas de vaacuterios setores muito representativas em sua aacuterea de atuaccedilatildeo e significativas no contexto nacional em razatildeo de sua magnitude a maior parte delas estaacute presente em todas as regiotildees do paiacutes e somado o investimento em logiacutestica dessas empre-sas ultrapassa R$ 27 bilhotildees anuais
S E T O R D E A T I V I D A D E D A S E M P R E S A S
RESULTADOS DO DIAGNOacuteSTICO DE SUSTENTABILIDADE EM LOGIacuteSTICA DAS EMPRESAS-MEMBRO DE ISCV
FABRICACcedilAtildeO DE ALIMENTOS
E BEBIDAS
8 158 816 1515 15TRANSPORTES
ARMAZENAGEM E LOGIacuteSTICA
FABRICANTES DE PRODUTOS
FARMACEcircUTICOS E COSMEacuteTICOS
MINERACcedilAtildeOAGRICULTURA PECUAacuteRIA E PRODUCcedilAtildeO FLORESTAL
SIDERURGIATELECOMU-NICACcedilOtildeES
OUTROS
REGIAtildeO DE OPERACcedilAtildeO
DISTRIBUICcedilAtildeO DO ORCcedilAMENTO POR PROCESSO LOGIacuteSTICO
GASTO ANUAL DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
100SUDESTE
89SUL
78CENTRO-
OESTE
78NORTE
78NORDESTE
R$ 279600000000
DISTRIBUICcedilAtildeO DE PRODUTOS ACABADOS
27
ESTOCAGEM DE PRODUTOS ACABADOS
14
ARMAZENAMENTO DE MATEacuteRIA-PRIMA
10
TRANSPORTE DE PESSOAS
6
LOGIacuteSTICA REVERSA3
TRANSPORTE DE MATEacuteRIA-PRIMA
17
EMBALAGEM12
TRANSPORTE INTERNO OU ENTRE UNIDADES
DE PRODUTOS SEMIACABADOS
7
OUTROS4
ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS
SEMIACABADOS
3
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83
8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
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44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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50 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 51
TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
CIO
NA
MEN
TO E
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NO
PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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58 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 59
ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
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8
2
1
7
PARTICIPACcedilAtildeO DE CADA MODAL NO VOLUME TOTAL TRANSPORTADO
20
10
76-100
Percentual nuacutemero de respostas em cada faixa em relaccedilatildeo ao total de empresas respondentes
51-75
26-50
0-25
40
30
50
GRAU DE TERCEIRIZACcedilAtildeO DAS ATIVIDADES DE LOGIacuteSTICA
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES VOLTADAS AOS FORNECEDORES DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Auditoria
Treinamento
Accedilotildees com foco em sauacutede e seguranccedila do trabalho de trabalhadores terceirizados
Accedilotildees voltadas agrave gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
40
20
80
60
100
ESTRATEacuteGIAS PRAacuteTICAS E SISTEMAS UTILIZADOS ( de empresas)
Integraccedilatildeo com os sistemas de TI dos fornecedores e clientes
Compartilhamento de recursos
Sistemas avanccedilados de monitoramento da distribuiccedilatildeo
SRM
CPFR
VMI
Postponement
Supply Chain Finance
Outros
processos parecem ser caminhos encontrados pelas empresas para lidar com os desafios vivenciados em suas atividades logiacutesticas
Neste aspecto desafios de negoacutecio misturam-se com impactos e questotildees criacuteticas do ponto de vista
da sustentabilidade Mais uma vez reforccedila-se a tese discutida anteriormente nessa publicaccedilatildeo de que condiccedilotildees de competitividade e de melhor gestatildeo dos impactos socioambientais dos negoacutecios cami-nham juntas
ESTRUTURA DAS AacuteREAS DE LOGIacuteSTICAA avaliaccedilatildeo das aacutereas de logiacutestica e de suas posiccedilotildees na estrutura organizacional das empresas indica a grande relevacircncia assumida pelos processos logiacutesti-cos para o desempenho dos negoacutecios Em mais de 65 das respostas do diagnoacutestico o setor de logiacutes-
tica tem posiccedilatildeo de diretoria ou vice-presidecircncia e participaccedilatildeo em atividades centrais para os negoacutecios como planejamento estrateacutegico e anaacutelise de riscos A gestatildeo e a contrataccedilatildeo centralizadas eacute outra ca-racteriacutestica da maior parte das aacutereas de logiacutestica das empresas participantes
ESTRATEacuteGIA E OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICAQuando observadas a forma de operaccedilatildeo e algu-mas estrateacutegias que orientam a gestatildeo dos proces-sos logiacutesticos vecirc-se claramente o reflexo de vaacuterias das questotildees discutidas nos capiacutetulos anteriores desde a concentraccedilatildeo das operaccedilotildees no modal ro-doviaacuterio ateacute a ampla terceirizaccedilatildeo das atividades
Quanto a praacuteticas e sistemas utilizados para melhorar o desempenho em logiacutestica grande par-te das empresas indica iniciativas de integraccedilatildeo de sistemas e compartilhamento de recursos logiacutesticos
com fornecedores parceiros e clientes apesar de poucas citarem o uso de estrateacutegias de Vendor Ma-naged Inventory (VMI) e Collaborative Planning Fo-recasting and Replenishment (CPFR) Essas informa-ccedilotildees evidenciam que apesar de majoritariamente ainda natildeo contarem com uma estrutura pronta para apoiar a integraccedilatildeo na cadeia as empresas parecem estar de alguma forma preparando-se para isso
O investimento em novas tecnologias e a im-plementaccedilatildeo de estrateacutegias que se utilizam de Tec-nologia da Informaccedilatildeo para ampliar a eficiecircncia de
Vice-presidente11
Gerecircncia33
Suprimentos22
Operaccedilotildees
Centralizada
Mista
Descentralizada
Natildeo respondeu
33
44
33 67 11
11
11
Financcedilas
Outra
22
22
Diretoria56
POSICcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NA ESTRUTURA OPERACIONAL
SUBORDINACcedilAtildeO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA
ESTRUTURA DE CONTRATACcedilAtildeO E GESTAtildeO DE AacuteREA
ENVOLVIMENTO DA AacuteREA DE LOGIacuteSTICA NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO DA EMPRESA
78 67Planejamento estrateacutegico
Anaacutelise de riscos
Gestatildeo da demandaplanejamento da produccedilatildeo
Outros
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PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
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COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
56 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 57
sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
CIO
NA
MEN
TO E
XTER
NO
PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
1
3
2
4
Retornar ao sumaacuterio
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58 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 59
ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
Retornar ao sumaacuterio
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
38 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 39
PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA DA EMPRESA INTEGRAM ASPECTOS
DE SUSTENTABILIDADE
SIM
100
INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS E DECISOtildeES ENVOLVENDO LOGIacuteSTICACom relaccedilatildeo aos aspectos de sustentabilidade o diagnoacutestico aponta a inserccedilatildeo inequiacutevoca do tema nas estrateacutegias das aacutereas de logiacutestica embora ainda haja bastante espaccedilo para avanccedilo nos processos de tomada de decisatildeo que considerem criteacuterios de sus-tentabilidade como centrais e natildeo apenas adicionais ou experimentais Satildeo indutores para a integraccedilatildeo de sustentabilidade aos processos de logiacutestica na visatildeo das empresas o alinhamento agrave identidade e estrateacute-gia e a melhoria dos relacionamentos na cadeia aleacutem do aprimoramento da gestatildeo de custos e riscos
ESTAacuteGIO DE INTEGRACcedilAtildeO DA SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS DA EMPRESA ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
Cumpre a legislaccedilatildeo
Realiza accedilotildees de sustentabilidade tendo como principal objetivo reduzir custos
Tem poliacuteticas e accedilotildees especiacuteficas relacionadas agrave sustentabilidade
Sustentabilidade estaacute amplamente inserida na estrateacutegia
OS ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE SAtildeO CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO E INFLUENCIAM AS TOMADAS DE DECISAtildeO AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS ( de empresas)
20
10
40
30
50
1ordm estaacutegio 2ordm estaacutegio 3ordm estaacutegio 4ordm estaacutegio
As decisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos natildeo consideram aspectos de sustentabilidade
Alguns aspectos de sustentabilidade comeccedilaram a ser introduzidos de forma experimental entre os criteacuterios analisados no planejamento das atividades e dos processos de logiacutestica
Os aspectos de sustentabilidade satildeo considerados como criteacuterios adicionais nas tomadas de decisatildeo desde que natildeo impactem nos objetivos centrais de custo e prazo
Os aspectos de sustentabilidade satildeo mapeados e analisados no planejamento das atividades e representam criteacuterios significativos nos processos de tomada de decisatildeo
PRINCIPAIS INDUTORES PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
322Alinhamento agrave
identidade e agrave estrateacutegia de sustentabilidade
da empresa
311Ampliaccedilatildeo e melhoria dos relacionamentos
na cadeia de valor da empresa
30Reduccedilatildeo de custos
267Reduccedilatildeo de riscos
267Melhoria na gestatildeo
de impactos (econocircmicos sociais
e ambientais) dos processos
40
20
80
60
100
PROCESSO LOGIacuteSTICO TERCEIRIZADO ( de empresas)
Distribuiccedilatildeo de produtos acabados
Logiacutestica reversa
Estocagem de produtos acabados
Transporte interno ou entre unidades de produtos semiacabados
Embalagem
Transporte de mateacuteria-prima
Armazenamento de produtos semiacabados
Transporte de pessoas
Armazenamento de mateacuteria-prima
Gestatildeo da demandaPlanejamento da produccedilatildeo
DESAFIOS PARA A OPERACcedilAtildeO LOGIacuteSTICADo ponto de vista dos desafios da logiacutestica para os negoacutecios lado a lado com a jaacute citada dificuldade imposta pela insuficiecircncia da infraestrutura dis-poniacutevel outras questotildees foram evidenciadas pe-las empresas como a estruturaccedilatildeo e operaccedilatildeo da logiacutestica reversa e as especificidades da legislaccedilatildeo ao redor do paiacutes
PRINCIPAIS IMPACTOS DA INSUFICIEcircNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA AS ATIVIDADES DA EMPRESA
Percentual de empresas que indicaram cada impacto no total de respondentes
ROUBO DE CARGA
100 71100 57100 4386 14AVARIAS E PERDA DE CARGAS
CUSTOS MAIS ALTOS
INVIABILIZACcedilAtildeO DE NOVOS
NEGOacuteCIOS E INVESTIMENTOS
AUMENTOS DOS TEMPOS DE ENTREGA
PERDA DE VENDAS
AUMENTO DE
ESTOQUES
OUTROS
PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIOR DESAFIO | 00 - MENOR DESAFIO)
INFRAESTRUTURA LOGIacuteSTICA Eacute SUFICIENTE E SATISFATOacuteRIA
32
28
Logiacutestica reversa (Estruturaccedilatildeo
e operacionalizaccedilatildeo)
Infraestrutura
30
28
Aspectos legaisregulatoacuterios
Atendimento de prazos
29
26
Otimizaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo
de cargas
Gestatildeo de impactos socioambientais
29
23
Gestatildeo de fornecedores e contratos
Falta de padronizaccedilatildeo da legislaccedilatildeo no
territoacuterio nacional
28
SIM
22NAtildeO
78
22
Compartilhamento de recursos e
operaccedilotildees logiacutesticas
Aspectos tributaacuterios
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
40 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 41
40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
Retornar ao sumaacuterio
Retornar ao sumaacuterio
GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
4
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44 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 45
COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
Retornar ao sumaacuterio
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46 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 47
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
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CcedilAtildeO
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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40
20
80
60
100
ACcedilOtildeES DESENVOLVIDAS PARA DAR ENCAMINHAMENTO A ASPECTOS E IMPACTOS DE SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS DE LOGIacuteSTICA ( de empresas)
Otimizaccedilatildeo de uso da capacidade de carga disponiacutevel em suas frotas ou serviccedilos contratados de transporte
Uso de combustiacutevel mais eficiente e menos poluente
Estruturaccedilatildeo de centrais de coleta
Uso de veiacuteculos mais eficientes e menos poluentes
Uso de teacutecnicas de ecoeficiecircncia nos centros de distribuiccedilatildeo e locais de armazenagem
Iniciativas para gestatildeo do relacionamento com fornecedores e pequenos transportadores
Realizaccedilatildeo de melhorias nos veiacuteculos utilizados
Realizaccedilatildeo de accedilotildees para minimizaccedilatildeo do tracircnsito nas cidades
Compartilhamento de recursos de transporte e logiacutestica com outras empresas
Realizaccedilatildeo de entregas a peacute ou de bicicleta
Outros
PRINCIPAIS BARREIRAS PARA INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE AOS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS (40 - MAIS SIGNIFICATIVO | 00 - MENOS SIGNIFICATIVO)
333Custo das iniciativas
Investimento necessaacuterio
144Falta de
tecnologia
289Falta de incentivos
financeiros
111Desconhecimento
sobre sustentabilidade aplicada agrave logiacutestica
289Falta de incentivos
governamentais
10Falta de apoio da alta-gestatildeo
156Falta de prioridade
estrateacutegica
10Falta de
conhecimento
167Dificuldade de
equacionar qualidade e quantidade entre
oferta e procura
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE CONSIDERADOS E ACcedilOtildeES DESENVOLVIDASEntre as questotildees que compotildeem o olhar das em-presas-membro sobre o tema observa-se a prima-zia da gestatildeo de emissotildees de GEE e realccedilam-se as oportunidades de aprofundamento e inovaccedilatildeo em aacutereas menos evidentes como o tracircnsito nos meios urbanos e impactos sociais ao longo das rotas logiacutesticas
O processo de diagnoacutestico mostrou grande co-nexatildeo com outras frentes de trabalho de ISCV du-rante este ciclo Muitas das questotildees evidenciadas exemplificam ou ilustram os desafios abordados pelos especialistas nas oficinas da iniciativa e dis-cutidos nos capiacutetulos anteriores Algumas soluccedilotildees para tais desafios satildeo propostas pelas PMEs selecio-nadas na chamada de casos cujos produtos e servi-ccedilos inovadores estatildeo descritos no proacuteximo capiacutetulo
JAacute MAPEOU OS PRINCIPAIS ASPECTOS E IMPACTOS RELACIONADOS
A SUSTENTABILIDADE EM SEUS PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
SIM
100
40
20
80
60
100
SE SIM O MAPEAMENTO CONSIDEROU ( de empresas)
Emissatildeo de GEE relacionados aos processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica (incluindo Escopo 3 do GHG)
Condiccedilotildees de trabalho tanto de empregados quanto de trabalhadores terceirizados contratados pela empresa
Participaccedilatildeo no combate agrave exploraccedilatildeo sexual nas estradas
Condiccedilotildees de seguranccedila nas estradas
Outros
Impactos no tracircnsito sobretudo em centros urbanos
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GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 43
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
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COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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52 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 53
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeOnovas soluccedilotildees e oportunidades nas cadeias de valor
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COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcourrieroscombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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COURRIEROS
LOGIacuteSTICA URBANA UNE BAIXO CARBONO E EFICIEcircNCIA
Idealizada e fundada pelos soacutecios e amigos de infacircncia Victor Castello Branco e Andreacute Biselli a Courrieros eacute uma empresa que contribui para uma maior sustentabilidade na logiacutestica urbana ao utilizar bicicletas e outros modais
eleacutetricos para realizar entregas Apoacutes tomarem contato com o serviccedilo de ldquobike
deliveryrdquo (ou ldquoecoliveryrdquo) em uma viagem a Nova York em 2012 os empresaacuterios resolveram abrir o negoacutecio em Satildeo Paulo pautado por valores que ambos compartilham e que natildeo viam no mundo empresarial onde ateacute entatildeo se inseriam como o foco nas pessoas e nos relacionamentos Tais valo-res refletem o diferencial da empresa que consiste na riacutegida seleccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos entregadores em aspectos de seguranccedila preparo fiacutesico senso de localizaccedilatildeo e no trato com o cliente
A Courrieros presta seus serviccedilos por meio de e-commerce programado de forma esporaacutedica e fixos Atualmente possui mais de 30 entregadores atua tambeacutem no Rio de Janeiro e conta com gran-des empresas na carteira de clientes como NetShoes Nike e Walmart Em Satildeo Paulo a empresa cobre os
principais centros financeiros como as avenidas Pau-lista Faria Lima e Berrini aleacutem de outras localidades
Um dos maiores desafios enfrentados pelo ne-goacutecio consiste na quebra do paradigma da eficiecircn-cia do motoboy Muitos potenciais clientes eram resistentes por natildeo acreditarem ser possiacutevel uma al-ternativa ainda mais aacutegil que a motocicleta em dis-tacircncias de ateacute 10 quilocircmetros Preocupadas com a sustentabilidade algumas empresas comeccedilaram a testar e constataram a eficiecircncia o preccedilo e o tempo meacutedio da entrega com bicicleta satildeo equivalentes aos realizados com moto
A empresa natildeo soacute eacute uma alternativa de baixo carbono no serviccedilo de entregas uma vez que cada ciclista Courrieros evita que 113 gramas de CO2 se-jam emitidos a cada quilocircmetro percorrido mas tambeacutem contribui com o fluxo logiacutestico urbano nas grandes cidades em que atua que apresentam seacuterios problemas de mobilidade Com o crescente investimento em planejamento integrado na cida-de de Satildeo Paulo (destaque para as ciclovias e ciclo-faixas) a perspectiva da empresa eacute de multiplicar o seu faturamento nos proacuteximos anos
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
A melhoria das condiccedilotildees que via-bilizam processos logiacutesticos de qualidade exige a convergecircncia da atuaccedilatildeo de inuacutemeros atores mesmo considerando a inevitaacutevel
dependecircncia do setor de recursos e planejamento estritamente governamentais Sobretudo em ca-sos como o brasileiro em que o atraso nos inves-timentos em infraestrutura logiacutestica gera extrema desvantagem no cenaacuterio global a busca por inova-ccedilotildees que possibilitem a multiplicaccedilatildeo do efeito dos investimentos eacute condiccedilatildeo fundamental para que se possa imaginar um futuro com melhores condiccedilotildees de competitividade
No contexto de atuaccedilatildeo das empresas a inovaccedilatildeo em logiacutestica tem sido fundamental tambeacutem como forma de lidar com a crescente demanda do mercado por maior eficiecircncia com prazos cada vez mais redu-zidos para os processos de suprimento e distribuiccedilatildeo
Entre os esforccedilos do setor empresarial a maior in-tegraccedilatildeo nas cadeias de suprimentos tem sido uma saiacuteda para lidar com um mercado de ciclos raacutepidos e de grande volatilidade Sistemas baseados em loacutegi-cas de produccedilatildeo ldquopuxadas pela demandardquo (demand driven) tecircm aparecido como alternativa para res-ponder a situaccedilotildees de excesso de estoque rupturas frequentes e baixa qualidade de serviccedilo aos clientes Com apoio de sistemas integrados uso de tecnolo-gia e plataformas de produccedilatildeo mais aacutegeis e flexiacuteveis cria-se uma situaccedilatildeo em que a demanda real pode orientar a cadeia de suprimentos e o planejamento de produccedilatildeo Sem duacutevida os ganhos de eficiecircncia advindos desse tipo de estrateacutegia podem tambeacutem gerar resultados na reduccedilatildeo de externalidades so-
cioambientais negativas reforccedilando a necessidade de atuaccedilatildeo conjunta dos diferentes atores na cadeia
Pesquisa do Ilos ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain ndash apresentada em uma das oficinas deste ci-clo de ISCV mostra que a busca de convergecircncia no interior das cadeias de valor ainda pode ser aprimo-rada Os dados apresentados muito alinhados ao diagnoacutestico das empresas-membro datildeo conta de que em 50 das empresas brasileiras os gestores e vendedores natildeo tecircm metas claras para reduccedilatildeo de picos de demanda que cerca de 25 das empresas natildeo tecircm processo estruturado de planejamento de vendas e operaccedilotildees e que entre as que tecircm 36 natildeo dividem as informaccedilotildees com outros elos da ca-deia As informaccedilotildees da pesquisa vatildeo aleacutem e mos-tram que 87 das empresas natildeo tecircm Planejamento Colaborativo da Demanda e Ressuprimento (CPFR)
Muitas soluccedilotildees para esse desafio de integraccedilatildeo e convergecircncia tecircm sido viabilizadas tanto com apoio da tecnologia da informaccedilatildeo (TI) quanto por novas tecnologias sociais e iniciativas voltadas para a melhoria da qualidade dos relacionamentos esta-belecidos na cadeia
ISCV busca atuar como catalisador desse pro-cesso facilitando o ganho de escala de inovaccedilotildees no interior das redes de negoacutecios ao conectar PMEs que oferecem produtos e serviccedilos inovadores com grandes empresas
As iniciativas selecionadas por meio da chama-da de casos deste ciclo de ISCV apresentadas a se-guir satildeo exemplos de negoacutecios que de diferentes maneiras buscam aliar melhores resultados comer-ciais com reflexos positivos na gestatildeo de impactos socioambientais na cadeia
CONVERGEcircNCIA E INTEGRACcedilAtildeO NOVAS SOLUCcedilOtildeES E OPORTUNIDADES NAS CADEIAS DE VALOR
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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Retornar ao sumaacuterio
56 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 57
sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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58 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 59
ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOGPYX
AGILIDADE E EFICIEcircNCIA NO PAacuteTIO REDUCcedilAtildeO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO TRANSPORTE
A LogPyx eacute uma empresa de Belo Horizonte especializada em ges-tatildeo de paacutetios e na otimizaccedilatildeo das cadeias de suprimentos Seu fun-dador Eros Viggiano identificou
na morosidade dos processos de carga e descarga que grandes induacutestrias e distribuidores enfrenta-vam uma oportunidade de negoacutecio
Tal gestatildeo eacute comumente caracterizada por grande ineficiecircncia operacional O monitoramen-to e controle de veiacuteculos empilhadeiras e reboques dentro das instalaccedilotildees tornam-se complexos sem o apoio de um mecanismo profissional e com infor-maccedilotildees em tempo real Esse cenaacuterio faz com que os veiacuteculos gastem tempo excessivo no embarque e desembarque de mercadorias provocando a for-maccedilatildeo de filas de veiacuteculos parados em paacutetios de espera e em acostamentos de rodovias
Para resolver tais desafios a empresa desen-volveu o Revolog uma plataforma para otimiza-ccedilatildeo de fluxos logiacutesticos internos ancorada em trecircs principais aspectos Localizaccedilatildeo em Tempo Real (Real Time Location System - RTLS) do veiacuteculo por meio de uma rede de sensores sem fio como uma espeacutecie de GPS indoors automaccedilatildeo de elementos
logiacutesticos como balanccedilas rodoviaacuterias portotildees e cancelas o que minimiza a intervenccedilatildeo humana por fim inteligecircncia computacional que toma de-cisotildees operacionais de forma automaacutetica e subsidia decisotildees taacuteticas
A plataforma desenvolvida tambeacutem contribui no combate agrave exploraccedilatildeo sexual de crianccedilas e ado-lescentes nas rodovias uma vez que as filas de car-regamento em beira de estrada satildeo pontos criacuteticos para ocorrecircncia dessas situaccedilotildees Ao reduzir o tem-po de espera do caminhatildeo o Revolog minimiza as paradas em locais com infraestrutura inadequada onde costuma ser mais frequente o envolvimento de caminhoneiros com o problema
Com pouco mais de 2 anos de atuaccedilatildeo a LogPyx jaacute foi vencedora de diversos concursos nacionais e regionais como o Startup Brasil do Programa Na-cional de Aceleraccedilatildeo de Startups o Inovativa Brasil do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Co-meacutercio (MDIC) o Corporate Venture Foacuterum promo-vido pela Apex-Brasil e o Venture Foacuterum da Asso-ciaccedilatildeo Brasileira de Private Equity e Venture Capital Jaacute conquistou grandes empresas sideruacutergicas e de mineraccedilatildeo para sua carteira de clientes e busca ago-ra expandir os negoacutecios para outros setores
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwlogpyxcomMAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwloteboxcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
LOTEBOX
INTELIGEcircNCIA PARA O COMPARTILHAMENTO NO TRANSPORTE MARIacuteTIMO DE CARGAS
A Lotebox eacute uma empresa funda-da por jovens empreendedores de Recife que atua na logiacutestica mariacutetima para otimizar a pro-dutividade operacional nesse
modal especiacutefico Apoacutes observar as operaccedilotildees no transporte de mercadorias em diversos paiacuteses e identificar padrotildees e os mesmos gargalos a em-presa resolveu investir no desenvolvimento de um sistema de gestatildeo no fluxo de venda para operar no cenaacuterio mundial
Empresas que exportam seus produtos muitas vezes deparam com situaccedilotildees de baixo custo-be-nefiacutecio tais como transportar um contecirciner de um porto para outro pagando o valor do frete cheio mesmo com carga parcial Praacuteticas como essas se tornam ainda mais desafiadoras para empreendi-mentos de menor porte que estatildeo iniciando suas operaccedilotildees no exterior Devido ao alto custo para transportaacute-los vazios dois terccedilos dos contecircineres fabricados anualmente natildeo satildeo reutilizados pela se-gunda ou terceira vez o que traz seacuterias implicaccedilotildees em termos de produccedilatildeo de resiacuteduos e desperdiacutecio
O compartilhamento de espaccedilos ainda eacute larga-mente viabilizado de forma manual demandando papeacuteis planilhas telefonemas e e-mails para acon-tecer Ou seja eacute um processo muito ineficiente e
tem se tornado uma missatildeo ingrata para operado-res ao redor do mundo
Assim a Lotebox desenvolveu um sistema web que conecta os diversos atores tais como importado-res traders e agentes de cargas calcula a disposiccedilatildeo dos itens no contecirciner e controla toda movimenta-ccedilatildeo de cargas simplificando a anaacutelise o empacota-mento e a consolidaccedilatildeo de pequenos volumes
A trajetoacuteria dessa pequena empresa ilustra um movimento interessante de startups que jaacute nascem internacionalizadas e que vem crescendo cada vez mais no Brasil A ideia de negoacutecio surgiu no Startup Weekend Recife evento apoiado pelo Google para que empreendedores concebessem o modelo de negoacutecio de uma empresa a partir de rodadas de pi-tching seguidas de avaliaccedilatildeo por pares e mentores Em dezembro de 2013 a Lotebox foi selecionada para o Startup Chile programa criado para fomen-tar o ecossistema empreendedor daquele paiacutes e acelerar empresas de todo o mundo
Com base nessas experiecircncias e apoacutes algumas via-gens prospectivas para China e Alemanha a empresa atraiu a atenccedilatildeo de investidores internacionais como a Plug and Play uma das maiores aceleradoras do Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Hoje com menos de um ano no mercado a Lotebox jaacute conquistou 15 do merca-do atuando no Brasil EUA Panamaacute Chile e China
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48 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 49
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GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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50 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 51
TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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54 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 55
Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwcarteiroamigocombr
GRUPO CARTEIRO AMIGO
SERVICcedilO DE CORRESPONDEcircNCIA EM COMUNIDADES CARENTES JAacute GERA FRANQUIAS
O Grupo Carteiro Amigo nasceu com o intuito de prover aos moradores de comunidades do Rio de Janeiro um dos direitos baacutesicos de cidada-nia o de receber correspondecircncia
A empresa foi fundada no ano 2000 pelos soacutecios Car-los Pedro Eliane Ramos e Silas Viera todos nascidos e criados na Comunidade da Rocinha em Satildeo Conrado zona sul do Rio de Janeiro
A falta de serviccedilos de entrega de correspondecircncia eacute um problema que afeta quase todas as favelas em vaacuterias regiotildees do paiacutes Aleacutem das dificuldades impostas pela infraestrutura urbaniacutestica inadequada geralmen-te agravada por condiccedilotildees geograacuteficas que dificultam o acesso essas comunidades tecircm de lidar com o fato de natildeo terem seus territoacuterios mapeados com logra-douros definidos pelo poder puacuteblico o que pratica-mente inviabiliza o acesso aos serviccedilos de distribuiccedilatildeo existentes em outras regiotildees das cidades
A inovaccedilatildeo social desenvolvida pelo Carteiro Amigo consiste na criaccedilatildeo de um mapa loacutegico natildeo visual O primeiro passo foi estabelecer e alinhar uma classificaccedilatildeo para os diversos tipos de moradia (tais como casas preacutedios sobrados e lajes) e vias de acesso (como rua travessas becos e vilas) Assim os soacutecios e moradores criaram um serviccedilo de entrega de corres-
pondecircncia em localidades sem logradouro nem nu-meraccedilatildeo eou cadastro na prefeitura
Depois de definida a categorizaccedilatildeo da via esta-belece-se o sentido de iniacutecio e fim da mesma sempre partindo de uma rua principal para que as moradias e outras estruturas fixas (tais como pedras e aacutervores) sejam registradas e numeradas no mapa sequencial Como as transformaccedilotildees do espaccedilo urbano satildeo muito dinacircmicas o mapa eacute constantemente atualizado pelos entregadores ao distribuir as correspondecircncias
Os serviccedilos prestados pelo Grupo Carteiro Amigo satildeo pagos por mensalidade cobrada por famiacutelia e natildeo residecircncia Os clientes tambeacutem podem utilizar o ende-reccedilo do escritoacuterio da empresa para entrega e retirada de produtos por conta proacutepria Outro serviccedilo prestado eacute a aplicaccedilatildeo de questionaacuterios com os moradores para pesquisas de mercado ou levantamento de informa-ccedilotildees para oacutergatildeos puacuteblicos como jaacute realizado para a Secretaria Municipal de Habitaccedilatildeo do Rio de Janeiro
A empresa foi o primeiro estabelecimento nascido em uma comunidade a abrir franquias Atualmente o Grupo Carteiro Amigo possui franquias em mais de 10 comunidades na cidade do Rio de Janeiro com pers-pectivas de iniciar serviccedilos em comunidades de outras cidades como Satildeo Paulo e cidades-sateacutelites que com-potildeem os nuacutecleos urbanos do Distrito Federal
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwintelipostcom
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
INTELIPOST
GESTAtildeO DA INFORMACcedilAtildeO REDUZ EMISSOtildeES DE CARBONO E MELHORA RELACcedilAtildeO COM CONSUMIDORES
A Intelipost eacute uma empresa que desenvolve soluccedilotildees de tecno-logia para gestatildeo de processos logiacutesticos com foco em carga fra-cionada O negoacutecio surgiu com
a tendecircncia de crescimento das vendas on-line no Brasil e o desafio de realizar com pontualidade com qualidade e custos baixos entregas pulverizadas num paiacutes de dimensotildees continentais com sistema fiscal complexo e de transporte fragmentado
Assim apoiados pelo fundo alematildeo Project-A Ventures os soacutecios Stefan Rehm e Gabriel Drum-mond fundaram a empresa em 2014 a partir do de-senvolvimento de um software baseado na nuvem voltado para logiacutestica incluindo a logiacutestica reversa poacutes-venda (troca e devoluccedilatildeo de produtos) que otimiza os custos de frete e facilita a gestatildeo para empresas de diversos portes Para isso a ferramen-ta integra o fluxo de informaccedilotildees entre consumidor fornecedor e transportadora
Entre os serviccedilos oferecidos aos clientes embar-cadores antes da entrega destacam-se a cotaccedilatildeo de frete por meio de uma conexatildeo com uma base de
centenas de transportadoras aleacutem da gestatildeo estra-teacutegica de regras de frete Durante a entrega o siste-ma permite o acompanhamento das encomendas em tempo real realiza notificaccedilotildees automatizadas de atraso e ocorrecircncia para o cliente
Ao indicar as melhores transportadoras para cada entrega a ferramenta desenvolvida pela In-telipost incentiva os provedores logiacutesticos mais eficientes o que por sua vez contribui para a redu-ccedilatildeo das emissotildees de gases de efeito estufa O uso do software tambeacutem otimiza os custos de coleta e melhora a experiecircncia do consumidor pois garan-te maior agilidade na realizaccedilatildeo dos processos de trocadevoluccedilatildeo e na gestatildeo de prazos conferindo assim maior transparecircncia
Em relaccedilatildeo agraves perspectivas futuras a empresa aposta que seu know-how em logiacutestica reversa poacutes-venda poderaacute ser tambeacutem aplicado na logiacutes-tica reversa poacutes-consumo pois ambos os serviccedilos apresentam as mesmas caracteriacutesticas centrais O cenaacuterio torna-se ainda mais interessante mediante as diretrizes e metas da Poliacutetica Nacional de Resiacute-duos Soacutelidos
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50 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 51
TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
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INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
1 2
3
Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
Retornar ao sumaacuterio
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
AN
IZA
CcedilAtildeO
INTE
RNA
PROCESSOS DE APOIO
RELA
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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TRUCKPAD
INCLUSAtildeO DIGITAL POR MELHORES OPORTUNIDADES AOS CAMINHONEIROS E EMPRESAS CONTRATANTES
Com experiecircncia de 30 anos traba-lhando no setor de transportes Carlos Mira teve a ideia de montar a TruckPad apoacutes viagem ao Vale do Siliacutecio na Califoacuternia onde observou
o surgimento de aplicativos digitais que substituem de forma mais eficiente diversas funccedilotildees e processos como uma tendecircncia de mercado
Para viabilizar o negoacutecio de um aplicativo que conecta o caminhoneiro agrave demanda de carga Mira montou uma equipe e realizou estudos sobre o com-portamento do caminhoneiro para assim testar sua aderecircncia no meio digital
A concretizaccedilatildeo de seu negoacutecio passa por promover a inclusatildeo digital de um puacuteblico histoacuterica e majoritaria-mente off-line O uso do aplicativo oferece ao caminho-neiro mais oportunidade de trabalho a um melhor pre-ccedilo pois elimina contratantes intermediaacuterios e permite ofertar serviccedilos de forma independente em qualquer lugar do Brasil De acordo com dados levantados pela TruckPad os caminhoneiros usuaacuterios do aplicativo chegam a faturar ateacute 50 mais do que em serviccedilos equivalentes executados via agecircncias de cargas
A empresa contabiliza atualmente mais de 280 mil usuaacuterios diaacuterios Aleacutem dos benefiacutecios listados acima a ferramenta oferece uma seacuterie de facilidades ao usuaacute-rio como a indicaccedilatildeo de melhores rotas e paradas
O maior desafio tem sido engajar as empresas contratantes A informalidade do trabalho intensifica
os riscos e impactos relacionados ao setor de logiacutestica o que torna as empresas corresponsaacuteveis portanto atores imprescindiacuteveis para mudar esse cenaacuterio Para a TruckPad poucas investem em inovaccedilotildees e ateacute enfrentam resistecircncias internas para implementar mudanccedilas Ainda assim os ganhos oferecidos pelo aplicativo tecircm sido capazes de driblar a resistecircncia O sistema na web por exemplo substitui os antigos TMSs (Transportation Management Systems) por uma plataforma mais automatizada e dinacircmica na gestatildeo de transporte Aleacutem disso o aplicativo permite o mo-nitoramento da carga em movimento o que produz maior transparecircncia e reduz riscos nesse elo da cadeia de valor da empresa embarcadora
Outra externalidade positiva atrelada ao aplicativo recai na reduccedilatildeo da movimentaccedilatildeo de caminhotildees va-zios em estradas e centros urbanos Por consequecircncia a induacutestria diminui as emissotildees de poluentes e gases de efeito estufa
Por fim a TruckPad eacute fruto desse ecossistema de inovaccedilatildeo e empreendedorismo que vem ganhando corpo no paiacutes A empresa iniciou um processo de pro-totipaccedilatildeo e aprimoramento do modelo de negoacutecios por meio de eventos como o Startup Weekend e passou a ser investida pela Plug and Play No iniacutecio de 2015 recebeu a primeira rodada de investimento da Movile empresa de desenvolvimento de plataformas de comeacutercio e conteuacutedo moacutevel e vislumbra agora ex-pansatildeo internacional
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwtruckpadcombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOS
GOFRETE
FRETE COMPARTILHADO PROMOVE ECONOMIA COLABORATIVA
A Lucapi Tecnologia eacute uma empresa catarinense especializada no de-senvolvimento de sistemas para a logiacutestica com foco em gestatildeo de fretes Instalado no Polo Tecnoloacutegi-
co de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo da Regiatildeo de Blu-menau ndash Blusoft o negoacutecio nasceu em 2009 apoacutes seu fundador Luiz Carlos Pivesso ter cursado MBA da FGV em logiacutestica empresarial e deparado com a dificulda-de vivenciada por grandes empresas para gestatildeo da contrataccedilatildeo de fretes em planilhas de Excel
A ideia de desenvolver uma ferramenta de tecno-logia da informaccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores foi uma das ganhadoras do Precircmio Sinapse da Inovaccedilatildeo em 2010 O precircmio oferecido em dinheiro viabilizou a concretizaccedilatildeo do projeto e a abertura da empresa
A empresa possui dois softwares de gestatildeo de frete Um deles o GoFrete eacute uma interface de con-trole que permite ao cliente fazer simulaccedilotildees dos fretes para enviar suas mercadorias comparar ser-viccedilos comprar produtos e gerenciar seus pagamen-tos aleacutem de dar indicadores e acompanhamento de cargas em tempo real entre outras utilidades Ou seja oferece controle de todas as fases da operaccedilatildeo logiacutestica de transportes negociaccedilatildeo contrataccedilatildeo e entrega da mercadoria
Jaacute a Parceiro do Frete outro software desenvol-vido pela Lucapi eacute um portal de frete colaborativo para viabilizar transportes de forma otimizada e a um menor custo com o uso de tecnologia de infor-maccedilatildeo para aproximar prestadores de serviccedilos de transportes rodoviaacuterios e embarcadores A praacutetica de frete compartilhado entre empresas requer uma mudanccedila no paradigma atual de mercado individu-alista para mercado colaborativo onde a interaccedilatildeo entre todos os atores na cadeia de distribuiccedilatildeo lo-giacutestica propicie ganhos compartilhados
Apesar de a mudanccedila de paradigma para uma abordagem que se aproxima da economia colabo-rativa ser um desafio a ferramenta de frete compar-tilhado apresenta muitos benefiacutecios para a empresa cliente Aleacutem de ser mais viaacutevel economicamente o portal integra todos os modais de fretes do Brasil auxilia na reduccedilatildeo de emissotildees de gases de efeito estufa e outros poluentes de desgastes de pneus e pavimentaccedilatildeo e ainda minimiza custos com horas perdidas por falta de frete contratado
Por fim a ferramenta tambeacutem melhora o rela-cionamento entre oferta e demanda pelo serviccedilo pois permite aos transportadores terem acesso agrave tecnologia por meio de aplicativos em smartpho-nes para administrar seus serviccedilos e compartilhar essas informaccedilotildees com clientes
MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwgofretecombr
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
ao sumaacuterioRetornar
ao sumaacuterio
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
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Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
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influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
Retornar ao sumaacuterio
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3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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CcedilAtildeO
INTE
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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58 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 59
ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
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CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
5MAIS INFORMACcedilOtildeES EM wwwresolutionecobr
RESOLUTION
A LOGIacuteSTICA A SERVICcedilO DO POacuteS-CONSUMO
A Resolution oferece soluccedilotildees em logiacutestica reversa por meio de uma plataforma desenvolvida para conectar o ponto gerador de produtos inserviacuteveis ou resiacute-
duos com o ponto de tratamento ambientalO negoacutecio surgiu estimulado pela promulgaccedilatildeo
e regulamentaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos ndash PNRS Os fundadores da empresa que jaacute atuavam na induacutestria eletroeletrocircnica e no setor de transportes decidiram focar na operaccedilatildeo logiacutestica de coleta e movimentaccedilatildeo de produtos poacutes-consu-mo diante da carecircncia de soluccedilotildees que ateacute hoje se observa para atendimento de fabricantes comer-ciantes e consumidores
A empresa desenha implementa e operaciona-liza processos logiacutesticos em acircmbito local regional ou nacional levando em consideraccedilatildeo o interesse comum de compartilhar custos O desafio foi de-senvolver soluccedilotildees logiacutesticas para conciliar os di-ferentes e agraves vezes conflitantes interesses de trecircs elos da cadeia de responsabilidade compartilhada fabricantesimportadores comerciantes e consumi-dores Esse desafio se torna ainda mais complexo ao elo intermediaacuterio devido aos consumidores que descartam diferentes produtos que por sua vez exi-gem diversos tratamentos e que seratildeo destinados a variadas induacutestrias devidamente homologadas por fabricantes e importadores
Cabe ao comeacutercio receber os produtos conside-rados inserviacuteveis pelo consumidor e a ReSolution atua como a parte uacutenica de contato com esse elo na interface com os demais Como a responsabilidade atribuiacuteda ao consumidor eacute descartar corretamen-te os produtos considerados por ele inserviacuteveis a ReSolution oferece a possibilidade da coleta resi-dencial triagem e entrega de cada produto para o respectivo fabricante
Fabricantes e importadores que tecircm a respon-sabilidade pelo tratamento adequado de seus pro-dutos e o desafio de atingir metas de tratamento estabelecidas pelos governos contam com a Re-Solution para coleta e transporte dos produtos descartados
As accedilotildees e projetos viabilizados pela empresa sinalizam a melhor opccedilatildeo logiacutestica para otimizar o deslocamento de veiacuteculos e dessa forma reduzir o impacto de emissotildees por tonelada transportada aleacutem de tambeacutem realizar triagem para movimentar os produtos seja por tipo marca ou destino de tra-tamento ambiental
Em 2012 a ReSolution Ecologiacutestica Reversa foi oficialmente constituiacuteda e iniciou suas operaccedilotildees com o foco no mercado eletroeletrocircnico Em 2015 expande sua aacuterea de atuaccedilatildeo visando o segmento de lacircmpadas pilhas e baterias e estaacute atualmente desenvolvendo uma inovadora soluccedilatildeo para o pro-blema dos resiacuteduos orgacircnicos de restaurantes
INICIATIVAS SELECIONADAS NA CHAMADA DE CASOSRetornar
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54 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 55
Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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60 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES
54 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 55
Essas proposiccedilotildees ndash trabalhadas pelos parti-cipantes da iniciativa na uacuteltima oficina do ciclo e posteriormente sistematizadas pela equipe do GVces ndash estatildeo sinteticamente descritas a seguir e registradas no quadro final deste capiacutetulo Satildeo ba-seadas na experiecircncia e na atuaccedilatildeo profissional de cada um dos integrantes do grupo no conteuacutedo trazido e discutido nas oficinas e nos resultados do diagnoacutestico aplicado agraves grandes empresas
Natildeo se pretende esgotar a discussatildeo mas sim compartilhar a experiecircncia com as atividades deste ciclo do projeto e iniciar o desenvolvimento de reco-mendaccedilotildees que espera-se possam ser aprimoradas por outras organizaccedilotildees com objetivos similares
A sistematizaccedilatildeo organiza-se em duas dimen-sotildees A primeira delas toma como referecircncia o limite ou a fronteira da empresa Essa referecircncia orienta a segmentaccedilatildeo das proposiccedilotildees em dois grupos
I) as que dizem respeito aos aspectos de gestatildeo e organizaccedilatildeo internos agrave empresa e
II) aquelas que tratam dos relacionamentos estabelecidos externamente e da influecircncia da empresa junto a outros A segunda dimensatildeo orienta-se a partir do foco nos processos logiacutesticos das empresas Esse foco segmenta mais uma vez as proposiccedilotildees dividindo-as em
I) as diretamente relacionadas aos processos e etapas da atividade logiacutestica da empresa e
II) processos de apoio relacionamentos que contribuem indiretamente para as atividades de logiacutestica e para os aspectos de sustentabilidade nelas envolvidos
O cruzamento dessas duas dimensotildees define entatildeo quatro blocos com proposiccedilotildees de accedilotildees ou recomendaccedilotildees para que as empresas avancem na integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus processos de distribuiccedilatildeo e logiacutestica considerando-se os de-safios advindos do contexto em que operam os impactos socioambientais das operaccedilotildees os riscos e oportunidades para os negoacutecios
1) ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOSEm um primeiro bloco de estrateacutegias e processos internos figuram ideias relacionadas agrave gestatildeo dos processos logiacutesticos dentro do limite das empresas As recomendaccedilotildees partem da necessidade de um planejamento estrateacutegico para logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio em sustentabilidade Aleacutem dos fundamentos e diretrizes da organizaccedilatildeo esse planejamento logiacutestico deve partir da compreensatildeo da realidade da cadeia logiacutestica tendo como base um diagnoacutestico que considere os impactos riscos e oportunidades relacionados agrave sustentabilidade
Accedilotildees de otimizaccedilatildeo da rede e melhoria do desempenho dos processos logiacutesticos seguiriam o planejamento estabelecido criando e priorizando oportunidades de integraccedilatildeo com outros atores na cadeia O fortalecimento de accedilotildees compartilha-das com outras organizaccedilotildees na cadeia (parceiros fornecedores clientes e concorrentes) teria como fundamento a ampliaccedilatildeo do fluxo de informaccedilotildees a melhoria de sistemas e o desenvolvimento de pro-cessos e tecnologias de apoio agrave tomada de decisatildeo
Todo o processo de gestatildeo estaria amparado por orccedilamento atrelado ao plano estrateacutegico aleacutem de metas indicadores e processos de monitora-mento definidos e legitimados junto agraves outras aacutereas
da empresa que satildeo impactadas ou que tomam de-cisotildees relacionadas aos processos logiacutesticos
2) FACILITADORESAs proposiccedilotildees que compotildeem o bloco de facilita-dores estatildeo relacionadas agraves pessoas estruturas re-cursos e ao contexto da gestatildeo de outras aacutereas da empresa que apoiam indiretamente os processos de logiacutestica
Tem papel de destaque nesse bloco a recomen-daccedilatildeo por um comitecirc aacuterea ou profissional de susten-tabilidade atento agraves questotildees relacionadas aos pro-cessos logiacutesticos com funccedilatildeo de orientar decisotildees de negoacutecio que considerem a melhoria da gestatildeo dos impactos socioambientais seja com accedilotildees de eficiecircn-cia seja por meio de inovaccedilotildees como o compartilha-mento de recursos e informaccedilotildees na cadeia
Indica-se aqui tambeacutem a importacircncia de que as accedilotildees propostas pelas aacutereas de logiacutestica estejam alinhadas ao contexto mais amplo de accedilotildees de sus-tentabilidade da empresa Nesse sentido incluem--se accedilotildees relacionadas agrave ampliaccedilatildeo do diaacutelogo entre aacutereas implicadas pelas decisotildees de logiacutestica e pela maior participaccedilatildeo das equipes de logiacutestica em algumas atividades estrateacutegicas para os negoacutecios Satildeo exemplos participaccedilatildeo de logiacutestica nos proces-
A s diferentes experiecircncias compartilhadas durante as atividades do ciclo 2015 de ISCV ge-raram aprendizados relevantes sobre os aspectos de sustentabilidade relacionados aos processos logiacutesticos das empresas e seus impactos socioambientais positivos e negativos Com base nesse acuacutemulo o grupo de participantes da iniciativa comeccedilou o desenvolvi-mento de algumas recomendaccedilotildees como contribuiccedilotildees para que as empresas avancem
rumo a maior integraccedilatildeo de sustentabilidade na logiacutestica
CONSIDERACcedilOtildeES E APRENDIZADOS
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Estrateacutegias processos etapas e atividades
de distribuiccedilatildeo e logiacutestica na empresa
Pessoas estruturas recursos e contexto
da gestatildeo da empresa que apoiam indiretamente
os processos de logiacutestica
Relacionamentos e influecircncia nos
processos de logiacutestica da cadeia
de valor da empresa
4Relacionamento
influecircncia no ambiente de negoacutecios
LOacuteGICA DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES
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Retornar ao sumaacuterio
56 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 57
sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
ORG
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PROCESSOS DE APOIO
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICACADEIA DE VALOR
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58 | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | GVCES GVCES | INOVACcedilAtildeO E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE VALOR | 59
ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
REFEREcircNCIAS
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sos de mapeamento e gestatildeo de riscos do negoacutecio e de anaacutelise de materialidade na cadeia
3) CADEIA DE VALORReforccedila-se aqui a importacircncia das iniciativas de-senvolvidas em parceria com outros elos da ca-deia considerando-se sobretudo fornecedores clientes e parceiros Essa orientaccedilatildeo ndash e as accedilotildees que a viabilizam ndash estabelece a base para a con-cretizaccedilatildeo de uma cadeia mais integrada aacutegil e flexiacutevel como discutida nos capiacutetulos anteriores desta publicaccedilatildeo
Accedilotildees conjuntas ao longo da cadeia devem ser estimuladas por poliacuteticas e iniciativas da empresa com destaque para o desenvolvimento de forne-cedores o estabelecimento de parcerias para ino-vaccedilatildeo tecnoloacutegica e o estudo de possibilidades de compartilhamento de recursos
4) AMBIENTE DE NEGOacuteCIOS E POLIacuteTICA PUacuteBLICAEm outra frente de accedilatildeo externa mais distante da cadeia de processos logiacutesticos o grupo reuniu uma seacuterie de proposiccedilotildees que podem orientar accedilotildees das empresas no sentido de influenciar seu ambiente de negoacutecios
Entre as recomendaccedilotildees de accedilotildees nesse bloco destaca-se a participaccedilatildeo das empresas na propo-siccedilatildeo de melhorias no contexto regulatoacuterio e das
poliacuteticas puacuteblicas ligadas ao tema iniciativas de comunicaccedilatildeo que podem envolver a prestaccedilatildeo de contas sobre o desempenho aleacutem de accedilotildees educati-vas e de sensibilizaccedilatildeo e a busca por referecircncias de mercado e benchmark
Conforme jaacute destacamos em publicaccedilotildees an-teriores de ISCV os caminhos percorridos pelas empresas para integraccedilatildeo de sustentabilidade aos seus negoacutecios assumem caracteriacutesticas muito par-ticulares Essa constataccedilatildeo certamente vale tam-beacutem para o contexto da logiacutestica Entretanto ao olharmos os resultados do ciclo 2015 de ISCV um aspecto chama atenccedilatildeo no universo da logiacutestica integraccedilatildeo e compartilhamento satildeo palavras--chave para pensarmos sustentabilidade
Trata-se de um diagnoacutestico muito recorrente nas discussotildees envolvendo sustentabilidade mas que fica ainda mais evidente quando analisamos cadeias com tantos elos e conexotildees como a de logiacutestica Parece haver um caminho certo de bons resultados para as empresas que se aventurarem a fortalecer viacutenculos estabelecer parcerias duradou-ras e modelos de relacionamento que possibilitem o uso compartilhado e mais eficiente das estruturas e recursos necessaacuterios agraves suas atividades
Resultado tatildeo promissor natildeo pressupotildee entre-tanto a existecircncia de uma foacutermula ou receita Ao contraacuterio esse percurso exigiraacute inovaccedilatildeo e apren-dizado contiacutenuo
u Plano de logiacutestica alinhado agrave estrateacutegia do negoacutecio integrando sustentabilidade
u Mapeamento e diagnoacutestico da cadeia logiacutestica
u Avaliaccedilatildeo e gestatildeo de impactos na cadeiau Otimizaccedilatildeo da rede ndash
eficiecircncia na roteirizaccedilatildeo utilizaccedilatildeo de estruturas e recursos
u Compartilhamento de informaccedilotildees e integraccedilatildeo de processos ao longo da cadeia de logiacutestica
u Aprimoramento de sistemas com geraccedilatildeo de informaccedilatildeo qualificada e inteligecircncia para apoio agrave tomada de decisatildeo
u Gestatildeo do desempenho com indicadores sensiacuteveis para diferentes aacutereas
u Orccedilamento atrelado agraves orientaccedilotildees do plano estrateacutegico
u Metas compartilhadas entre diferentes aacutereas da empresa
u Estrutura de governanccedila Comitecirc de sustentabilidade
u Engajamento de lideranccedilasu Sustentabilidade apoiando
engajamento e alinhamento entre as aacutereas da empresa
u Foacuterum interno para diaacutelogo entre aacutereas envolvidas
u Mapeamento e gestatildeo de riscos para o negoacutecio
u Anaacutelise de materialidade (negoacutecio e cadeia)
u Estrateacutegia ambiente e cultura de apoio agrave inovaccedilatildeo
u Processos estruturados de contrataccedilatildeo gestatildeo de fornecedores
u Integraccedilatildeo de iniciativas de treinamento e SSMA
u Comunicaccedilatildeo das accedilotildees e resultados
u Sugestotildees regulatoacuteriasu Contribuiccedilotildees para poliacutetica puacuteblicau Comunicaccedilatildeo e transparecircnciau Parcerias e colaboraccedilatildeo (associaccedilotildees
setoriais academia poder puacuteblico)u Exemplos casos benchmark
u Accedilotildees compartilhadas e incentivos para fornecedores e clientes
u Auditoria e desenvolvimento de fornecedores
u Avaliaccedilatildeo conjunta e revisatildeo de poliacuteticas e processos
u Aproximaccedilatildeo de parceiros melhoria de relacionamento consolidaccedilatildeo de diferenciais competitivos na cadeia
u Parcerias para desenvolvimento e adaptaccedilatildeo tecnoloacutegica
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PROCESSOS LOGIacuteSTICOS
QUADRO DE SISTEMATIZACcedilAtildeO DAS PROPOSICcedilOtildeES DOS PARTICIPANTES DE ISCV COMO CONTRIBUICcedilOtildeES PARA QUE AS EMPRESAS AVANCEM RUMO A MAIOR INTEGRACcedilAtildeO DE SUSTENTABILIDADE NA LOGIacuteSTICA
ESTRATEacuteGIAS E PROCESSOS FACILITADORES
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ARMSTRONG amp ASSOCIATES INC Global and Regional Infrastructure Logistics Costs and Third‐Party Logistics Market Trends and Analysis Madison p 81 2014
BRASIL Lei ndeg 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos altera a Lei ndeg 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e daacute outras providecircncias Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia DF 3 de agosto de 2010 2
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2012 - Gestatildeo de fornecedores Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 83 2012
FUNDACcedilAtildeO GETULIO VARGAS - FGVCES Inovaccedilatildeo e Sustentabilidade na Cadeia de Valor - Ciclo 2013 - Resiacuteduos e poacutes-consumo Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Satildeo Paulo p 74 2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGIacuteSTICA E SUPPLY CHAIN Panorama Ilos - Custos Logiacutesticos no Brasil ILOS Rio de Janeiro p 110 2014
MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
Naccedilotildees Unidas World Urbanization Prospects Department of Economic and Social Affairs Nova York 2014
THE WORLD BANK Connecting to Compete 2014 - Trade Logistics in the Global Economy The World Bank Washington p 72 2014
UNCTAD El transporte mariacutetimo Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 131 2014
UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
VILACcedilA Rodrigo Infraestrutura e competitividade logiacutestica 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwtecnologisticacombrartigosinfraestrutura-e-competitividade-logisticagt Acesso em 05092014
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MINISTEacuteRIO DAS CIDADES Plano Nacional de Reduccedilatildeo de Acidentes e Seguranccedila Viaacuteria para a Deacutecada 2011 ndash 2020 ndash Proposta preliminar Brasiacutelia 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwdenatrangovbrdownloadPlano20Nacional20de20ReduC3A7C3A3o20de20Acidentes20-20Comite20-20Proposta20Preliminarpdfgt Acesso em 05092014
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UNCTAD Informe sobre el comercio y el desarrollo 2014 Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre Comeacutercio e Desenvolvimento Nova York e Genebra p 236 2014
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