realização - institutovotorantim.org.br€¦ · marias e curvelo, muitas indústrias da região...
TRANSCRIPT
Nos 25 municípios participantes do Programa ReDes, pessoas de diversos setores, idades e grupos se engajam em favor do desenvolvimento local
Jorn
alRealização
Ano
I –
nº
2 –
Set
embr
o 2011
Participação ativa
páginas 4 e 5
Empreender para transformar
página 7
Gerações sintonizadas
página 6Um giro pelos municípios
página 8
Participação ativa
2
O engajamento de todos os setores é essencial para o desenvolvimento local sustentável.Fazer junto pode significar fazer diferente. No Programa ReDes, somente por meio de sólidas parcerias será possível atingir os resultados esperados. Confira exemplos de articulações que potencializam o desenvolvimento
Jorn
al
Obrigado! O Programa ReDes está completando
oito meses de atividade nos municípios.
Os aprendizados dessa primeira fase de
trabalho são muitos. Foram centenas
de entrevistas, muito trabalho de
campo, pesquisas, reuniões, relatórios e
conquistas de parceiros importantes em
cada uma das 25 cidades participantes.
Pelos resultados obtidos até aqui,
cabe agradecer aos representantes
do poder público, de empresas locais
e da sociedade civil que aceitaram o
convite à participação. Agora, com as
instâncias participativas ou conselhos
comunitários constituídos, novos
desafios estão no radar. Os diagnósticos
socioeconômicos realizados mostraram
os potenciais produtivos que podem
ser trabalhados em cada município,
e, assim, o programa avança para a
próxima etapa.
Que projetos poderão ser desenvolvidos
nas cadeias produtivas reconhecidas
como mais promissoras? Quais
organizações terão interesse em
desenvolver esses projetos? Como extrair
o melhor resultado econômico e social
dos investimentos? Na nova etapa que
se iniciará para dar respostas a essas
questões, a participação das pessoas
tem um papel central e continua a ser
essencial para o programa.
é um informativo do Programa ReDes, uma iniciativa do BNDES e Ins-tituto Votorantim Coordenação: Instituto Votorantim Apoio: BNDES Projeto editorial e realização: FMF - Serviços Edito-riais Redação: Gabriela Moulin, Josiane Lopes e Rodrigo Bueno Colaboração: Alessandra Effori Edição/jornalista res-
ponsável: Fátima Falcão (MTb 14.011) Projeto gráfico e diagramação: D’Lippi Comunicação Integrada Ilustrações: Veridiana Scarpelli Fotos: Lucas Pontes; consultorias Aliança Empreendedora, Gaia Social, Giral, Myrá e Sustainability Lab; acervo pessoal Wéllida Vieira; e acervo Instituto Votorantim Impressão: D’Lippi Print Site: www.programaredes.org.br
Email: [email protected]
Iniciativa privada A partir da compreensão das demandas locais, as empresas
são parceiras decisivas na formação de uma rede capaz de
construir a visão de futuro de cada município. “No Território
Sertão de Minas, que compreende os municípios de Três
Marias e Curvelo, muitas indústrias da região já sinalizaram
interesse em contribuir, como é o caso da Gerdau”, conta o
facilitador Fernando Antônio Cláudio Júnior, da Votorantim
Metais. Em outras localidades mineradoras, prestadoras de
serviços, comércio e demais segmentos da iniciativa privada
demonstram a mesma disposição.
Poder públicoO alinhamento com políticas públicas
é premissa do programa e uma boa
articulação faz muita diferença. É o que
tem acontecido no Território Goiano,
que compreende os municípios de
Colinas do Sul, Niquelândia e Uruaçu,
onde as instâncias participativas
contam com a presença do poder
público. Naquele território, o
consórcio que reúne 15 prefeituras
da região tem sido atuante e seu
corpo técnico foi fundamental na
identificação de agentes-chave,
na mobilização das pessoas e na
qualificação dos debates.
ComunidadeAs comunidades têm se mostrado parceiras desde
o início do Programa ReDes. Exemplo disso são os
municípios no Território Bico do Papagaio, no Estado do
Tocantins. Tanto o conselho comunitário de Xambioá
quanto o de Araguaína apresentam boa cobertura de
diversos segmentos da sociedade civil, assegurando
sua representatividade. “Formamos um fórum muito
representativo e isso tem enriquecido a discussão sobre
o desenvolvimento local”, diz a facilitadora Débora da
Silva Luz, da Votorantim Cimentos.
reunidosreunidosreunidosreunidosreunidosreunidosreunidosreunidosreunidos Parceiros
UniversidadeA comunidade acadêmica aderiu ao
programa em diversos municípios
participantes do programa. As
contribuições vão desde a disponibilização
de espaços para reuniões, até o
compartilhamento de estudos e pesquisas
e a participação nos conselhos. No
Território da Baixada Cuiabana (Nobres
e Várzea Grande), a parceria com a
Universidade Federal do Mato Grosso foi
fundamental na mobilização de agentes
locais para as reuniões de formação da
instância participativa.
3
A qualificação de organizações sociais para a construção de projetos transformadores é um dos objetivos do ReDes
Como em um jogo de damas, no qual se
avança uma casa por vez, o Programa ReDes
vai vencendo cada fase. Após o período de
diagnóstico nos municípios e de constituição das
instâncias participativas, o próximo movimento
é a etapa de capacitação de organizações
sociais para elaboração de projetos, conforme o
potencial produtivo do município.
Depois de priorizadas as cadeias produtivas
mais promissoras para o desenvolvimento local,
serão identificadas as organizações locais aptas
a desenvolver projetos no foco definido para
atuação do Programa ReDes. Organizações sociais,
como associações e cooperativas, receberão
capacitação durante os próximos meses para
elaboração de projetos que tenham por objetivo
gerar benefícios sociais e econômicos para a
população atendida por eles.
Organizações fortalecidas“Projetos apresentados de acordo com os
potencias produtivos previstos em cada município
serão avaliados por um comitê gestor, formado
por representantes do BNDES e do Instituto
Ganhos da
Na mira de novas soluções Conhecimento e qualificação de projetos fazem
parte do ReDes desde o primeiro momento. Na
etapa de identificação dos potencias produtivos
a serem apoiados, as respostas estavam, algumas
vezes, além das divisas do município. Para entender
como gerar oportunidades de emprego e renda a
partir de uma usina hidrelétrica, por exemplo, a
equipe de consultores de Três Marias, no território
Sertão de Minas, visitou Itaipu, no Paraná.
“Nosso desafio era entender como a usina de Três
Marias poderia ser um ativo em favor de projetos
locais, por isso, fomos a Itaipu”, conta o consultor
técnico Fernando Assad. A equipe conheceu várias
iniciativas, incluindo um gerador de biogás que usa
resíduos de porcos, em propriedades à beira do lago
Leia mais no siteConfira no site do ReDes (www.programaredes.org.br) um projeto sociocultural
sergipano, que se fortaleceu pelo apoio recebido na qualificação da sua equipe.
capacitaçãocapacitaçãocapacitaçãocapacitaçãocapacitaçãocapacitaçãocapacitaçãocapacitaçãoVotorantim. Isso deve acontecer após o período
de capacitação das organizações locais, que vai
culminar na escolha de iniciativas a serem apoiadas
com recursos para execução dos projetos e
acompanhamento técnico nos próximos anos”,
explica Ana Bonimani, coordenadora do Programa
ReDes, no Instituto Votorantim.
A capacitação constitui um investimento significativo,
qualificando os proponentes em questões como
formalização, estruturação de objetivos e metas do
projeto, de captação de outras fontes financiadoras
e processos de gestão, entre outros.
da usina. “Muitas vezes, a solução não é óbvia
e precisamos inovar. E ideias boas estão aí para
serem aproveitadas”, diz Fernando.
Conheça o relato completo desta visita à Itaipu
no site do ReDes.
4
Laranjeiras - SE
Itabaiana - SE
Itaperuçu - PR Alcobaça - BA
O primeiro grande resultado do Programa ReDes foi o engajamento de mais de 600 pessoas em quase todos os estados brasileiros nas instâncias participativas ou conselhos comunitários. Todas elas estão dispostas a contribuir na identificação de oportunidades de apoio a projetos e na articulação para o desenvolvimento de seus municípios.
A atuação do ReDes tem por princípio o alinhamento com políticas públicas e a
participação efetiva da sociedade na construção de caminhos para o desenvolvimento.
A constituição de uma instância participativa – chamada na maioria das cidades de
Conselho Comunitário – é parte fundamental da evolução do programa.
Todos representadosEstas instâncias já estão articuladas em todos os 25 municípios participantes e são
compostas por lideranças comunitárias e representantes de instituições que ajudam a
construir a história e os rumos de cada localidade. O processo de constituição destes
grupos foi aberto e democrático. O principal esforço foi garantir a representatividade
dos diversos setores da sociedade no conselho. Com integrantes do 1º, 2º e 3º setor,
as instâncias participativas agregam representantes do poder público, de organizações
sociais locais, de associações de bairro, de câmaras de comércio, de cooperativas
rurais, das unidades do Grupo Votorantim, de escolas, de pequenas, médias e grandes
empresas e de conselhos municipais, entre outros.
Conselhos
açãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoaçãoem
Uruaçu - GO
Três Lagoas - MS
Araguaína - TO
4
Rio Branco do Sul - PR
5
Nova Viçosa - BA
5
Niquelândia - GO
Vazante - MG
João Pinheiro - MG
Vila Valério - ES
Várzea Grande - MT
Coube às instâncias participativas, na primeira
fase do ReDes, recomendar as linhas de ação
que orientarão a proposição de projetos e
serão avaliadas pelo programa. O desafio
daqui para frente é manter uma agenda
permanente de discussão das questões
.relevantes do município e promover novas
articulações para o engajamento mais
amplo da sociedade, contribuindo para
a identificação de oportunidades para o
desenvolvimento local.
Confira os registros de algumas reuniões dos
conselhos nas cidades participantes.
Agendapara o futuro
Conceição da Barra - ES
Caravelas - BA
Nobres - MT
Paracatu - MG
Colinas do Sul - GO
Xambioá - TO
Três Marias - MG
São Mateus - ES
Nossa Senhora do Socorro - SE
Brasilândia - MS
Curvelo - MG
6
A diferença de 42 anos entre Wéllida Vieira,
30 anos, de João Pinheiro (MG), e Wilson
Mayer, 72 anos, de Rio Branco do Sul (PR),
praticamente desaparece diante das muitas
afinidades na atuação desses dois integrantes
dos conselhos dos municípios participantes
do Programa ReDes. Com uma trajetória de
participação social em suas comunidades,
a dupla é exemplo de como duas gerações
podem contribuir para o desenvolvimento
de suas cidades.
Agente de mudançaWéllida é técnica da Agência de
Desenvolvimento Local de João Pinheiro.
A cidade compõe o território Noroeste de
Minas, juntamente com Paracatu e Vazante,
sedes de unidades da Votorantim Metais
e da Votorantim Siderurgia. Wéllida, que
está se formando em Serviço Social, vem
se dedicando à ação social. “Gosto do
trabalho junto com as pessoas”, diz ela, que
sintonizadassintonizadassintonizadassintonizadassintonizadassintonizadassintonizadasGerações
sintonizadas
Leia mais no site
Todas as gerações têm muito a contribuir para o desenvolvimento de suas comunidades
já atuou no Bolsa Família e no Programa
de Erradicação de Trabalho Infantil e, hoje,
trabalha no projeto social Educando para a
Vida, que atende adolescentes, e num comitê
do Conselho do Idoso da sua cidade.
Toda essa disposição, Wéllida percebe
também nos jovens de João Pinheiro:
“se a gente trabalhar com eles, vão dar
frutos muitos bons.” O desafio é evitar
o envolvimento juvenil com as drogas,
problema apontado no diagnóstico do
ReDes. “Isso se faz com geração de emprego
e renda, mas também com promoção social”,
afirma. Essa convicção levou o Conselho
Comunitário da cidade a sugerir a juventude
como prioridade nos projetos a serem
apoiados pelo Programa ReDes.
Vigor socialNo Paraná, “seu” Wilson esbanja vigor na
ação social. Presidente do Conselho do Idoso,
ele integra o Conselho Comunitário de Rio
Branco do Sul, no território Vale do Ribeira,
onde opera uma unidade da Votorantim
Cimentos. Técnico em eletrônica aposentado,
ele já foi secretário municipal de Meio
Ambiente e de Ação Social, conselheiro tutelar
e ainda atua na Associação do Bairro Portal.
Como conselheiro, ele alerta para as
dificuldades dos idosos, a começar pela falta
de trabalho, embora eles sejam produtivos e
experientes. Há ainda a parcela que necessita
de mais cuidados de saúde. E faltam áreas de
lazer e entretenimento, o que afeta também
os jovens. “Não temos espaços culturais,
lúdicos, para reuniões. Os moços acabam
indo pros bares.”
Para Wilson, as soluções exigem uma cultura
de participação. Neste sentido, a própria
estruturação do ReDes, com instâncias
participativas, abre oportunidades para que os
cidadãos debatam seus problemas e potenciais.
Confira no site do ReDes (www.programaredes.org.br) a entrevista exclusiva com Ana
Amélia Camarano, pesquisadora do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,
autora de estudos sobre as formas de transição dos jovens para a vida adulta e sobre
a população brasileira acima de 65 anos.
7
Senso de oportunidade e perseverança são requisitos
para construir novos negócios
Pessoas empreendedoras transformam
situações triviais em oportunidades de trabalho
e geração de renda. Às vezes, a aposta no novo
negócio vira atividade profissional principal,
capaz até de gerar novos postos de trabalho,
ou envolve grupos de pessoas, transformando-
se em um negócio social. De um modo ou
de outro, com uma ideia na cabeça, força de
vontade e criatividade, pessoas com senso de
oportunidade fazem a diferença.
Feira de OportunidadesCom seus salgadinhos, tortas e bolos feitos no
capricho, dona Sônia Maria Santos garante sua
clientela. É ela quem gerencia a lanchonete Mão
na Massa, na cidade de Laranjeiras (SE), onde o
ReDes está presente. Com o empreendimento,
a ex-dona de casa tem a garantia de
poder cumprir com os gastos
previstos no orçamento doméstico.
”Dobrei a renda mensal e estou
abrindo mais um ponto de venda”,
comemora. A ideia surgiu com a Feira
de Oportunidades da Votorantim
Cimentos, uma iniciativa que
seleciona e qualifica fornecedores
nas localidades onde a empresa
atua. “Foi ali que tive a ideia
de investir nesse sonho. Essa
feira mudou a minha vida”,
conta a microempresária.
Além do talento culinário,
dona Sônia busca ser uma boa
administradora e está sempre de
olho no mercado. Recentemente,
começou a prestar serviço de bufê
para eventos. “Devagarzinho, vamos
crescendo”, conta.
Ensinando a pescarAtingir escala com um empreendimento é tarefa
das mais difíceis. Quando o negócio tem cunho
social, o desafio é ainda maior. As dificuldades
parecem não assustar Benedito Matias Porto,
também conhecido como seu Biu. Ele, que vem
de uma família de pescadores, sempre teve no
mar o seu ganha-pão.
Em 2002, disposto a organizar a sua atividade
– e a de seus muitos colegas – ajudou a criar
a Associação de Maricultores de Conceição da
Barra (ES). “Nosso objetivo final é gerar trabalho
e renda. Mas, em paralelo a isso, queremos
oferecer educação às famílias dos pescadores,
ajudá-los a se desenvolver”, explica. Atualmente,
são 94 associados, que vivem da pesca de
moluscos, crustáceos e peixes.
O empreendimento começou pequeno e
vem crescendo aos poucos. Hoje, estão
instalados no Entreposto de Pesca, e
compartilham a gestão do espaço
com a Associação de Camaroeiros.
“Buscamos parceria com várias
instâncias do governo.
Também procuramos
apoio nas empresas e
marcamos presença
em diversos
conselhos
do município.
Temos uma
boa articulação
na região”,
afirma seu Biu.
Empreender para
transformartransformartransformartransformartransformartransformar
O maior desafio, segundo o seu Biu, é manter
o grupo unido e motivado. “Não temos, em
nosso país, a cultura do associativismo e nem
do empreendedorismo social. Minha função
é manter os associados engajados com o
trabalho. Mas não é fácil”, completa ele.
As conquistas vão chegando aos poucos.
Por meio de uma parceria com o governo do
Estado, a associação recebeu uma biblioteca e
um laboratório de informática. “Formamos
270 pessoas da comunidade no curso de
inclusão digital no ano passado e, este
ano, vamos repetir o feito. Além de gerar
trabalho pro nosso povo, estamos oferecendo
conhecimento para as pessoas. Esse trabalho
é muito recompensador.”
O Programa ReDes mobilizou diferentes ações nos 25 municípios participantes. Confira o que aconteceu por aí, com todos rumo à próxima fase do programa
Foco na comunicaçãoEquipe de consultores
distribui materiais de
comunicação no 2º
Workshop de Formalização
da Instância Participativa
em São Mateus (ES).
Diálogo com a comunidadeAdilson Marques dos Santos, facilitador local em Nobres
(MT) pela Votorantim Cimentos, apresenta os objetivos do
Programa ReDes em oficina de diagnóstico participativo.
Um giro pelos
Pedra fundamentalRepresentantes de vários
setores da sociedade
de Vazante (MG) registram
em foto a primeira
reunião do Conselho do
Programa ReDes.
Descobrindo talentosArtesão, Ademar Lima, esculpe suas peças em espaço
dedicado à arte e ao artesanato em Laranjeiras (SE).
Cidade é considerada destino turístico no Sergipe.
Sonhando o amanhãSecretário de Agricultura de Itabaiana
(SE), Valtênis Braga Silva, participa da
atividade “Visão de Futuro” em evento
realizado no município.
Setores integradosRepresentantes de organizações sociais,
universidade, empresas e poder público assistem a
apresentação do Programa ReDes em Curvelo (MG).
Diagnóstico participativoRepresentantes do conselho de Brasilândia (MS)
conversaram sobre
potenciais
produtivos do
município.
Integração territorialRio Branco do Sul e Itaperuçu (PR) formam o
Território Vale do Ribeira do Programa ReDes.
A proximidade das duas cidades e suas
características em comum permitem o
fortalecimento dos fluxos entre elas.
municípiosmunicípiosmunicípiosmunicípiosmunicípios municípios municípiosmunicípios
8