recreação magazine vol. 02
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A maior revista de recreação e educação do Brasil totalmente eletrônica e totalmente gratuita! Ano I - Volume 02 - Novembro 2009TRANSCRIPT
Recreação Magazine Novembro de 2009 - Ano I - Número 02
Índice de assuntos
Editorial .......................................................................... 03 Nossa segunda vitória!
CELEIRO ....................................................................... 04 O Centro de Estudos do Lazer, Educação, Integração, Recreação e Ócio apresenta suas atividades e propos- tas educacionais.
Rodas Cantadas ............................................................. 05 Aprenda com o Celeiro a roda cantada "Talharim" para usar com seus alunos ou recreandos. Vídeo gravado na Escola Mu- nicipal União em Diadema apresenta passo a passo como ensi- nar as crianças.
Palestras Celeiro .................................................................................................................................................. 06 Programa de palestras gratuitas realizadas pelo Celeiro no intuito de formar, capacitar ou reciclar professores para o
trabalho com rodas cantadas.
A Importância do Brincar ................................................................................................................................... 05 Um texto que aborda didaticamente as diversas contribuições do brincar no desenvolvimento humano. Em especial,
a seção de novembro fala sobre o brincar e o trabalho.
O Brincar dentro da Escola ................................................................................................................................ 06 O professor Fernando Grandeza falando de sua prática escolar e o uso do brincar no contexto educativo.
Origami ............................................................................................................. 07
Aprenda a fazer um coração-bilhete de amor em dobradura.
Maquiagem Infantil ........................................................................................ 08
Leia entrevista com Tinácio, introdutor da arte de maquiagem infantil
no Brasil, conheça um pouco de sua história e ainda acompanhe um
passo a passo de uma linda borboleta.
. Escultura de Balões .......................................................................................... 09 Partindo do início, nesta edição resolvemos ensinar separadamente técnicas que podem auxiliar nas figuras de maneira
geral. Aprenda também nesta edição a fazer um "coração", figura simples mas que encanta. Por Tiago Mazza.
Jogos ..................................................................................................................................................................... 10 Qual a brincadeira ou jogo da sua infância. O Tio Pudim conta sobre suas lembranças e um pouco sobre o jogo de "taco".
Danças Circulares ............................................................................................................................................... 11 Conheça um pouco sobre esta prática que une tradição, arte, ritmo, movimento e muita diversão.
Jogos Cooperativos ............................................................................................................................................. 12 Leia entrevista com o professor Sebastião e conheça a bela história da introdução dos "Jogos Cooperativos" na
Prefeitura Municipal de Diadema e suas conseqüências no processo de ensino.
Mercado de Trabalho ......................................................................................................................................... 13 Conheça um pouco mais sobre a ABRE, Associação Brasileira de Recreadores e sua presidência atual.
Cursos, Encontros e Congressos ....................................................................................................................... 14 Encontro Nacional de Recreação e Lazer - ENAREL. Sua XXI edição acontece agora em novem- bro, em Santa Catarina.
Livros e Publicações ............................................................................................................................................ 15 Confira as dicas de livros de nossos colaboradores.
Trabalhos Científicos .......................................................................................................................................... 16 Leia os resumos e encontre o contato dos autores.
Passeios ................................................................................................................................................................. 17 Uma programação gratuita de teatro do Sesi. Confira.
Loja do Lazer ...................................................................................................................................................... 18 Produtos ligados à recreação e lazer, dicas, sugestões e itens a venda pela internet.
Classificados ........................................................................................................................................................ 19 Compre, venda ou troque produtos com outros leitores.
Parceiros .............................................................................................................................................................. 20 Encontre informações completas sobre nossos colaboradores, entrevistados, etc.
Imprensa .............................................................................................................................................................. 21 Release do grupo, trabalhos, fotos e logotipos em alta definição.
Contato ................................................................................................................................................................ 22 Fale conosco ou simplesmente acompanhe nosso trabalho a distância.
A Recreação Magazine é uma
realização do Centro de Estudos do
Lazer, Educação, Integração,
Recreação e Ócio – CELEIRO, e tem
como objetivo proporcionar a difusão
de temas relacionados à recreação e
ao lazer sobre uma ótica educacional.
Com um número crescente de
leitores, a Recreação Magazine se
apresenta como a maior revista
totalmente eletrônica e totalmente
gratuita sobre recreação e educação
do Brasil.
Leia, reflita, opine, participe... esta é
uma obra feita a muitas mãos.
Envie idéias, criticas e elogios para:
Editorial
Lançar nossa segunda edição é um sonho duplamente realizado. Parece fácil criar uma maluquice, mas manter esta
maluquice funcionando já é algo especial! Bom nossa maluquice segue em frente.
Colocar a recreação como algo sério, com objetivos próprios, com fundamentação educacional, como algo que deve ser
vivido em todas as idades é algo que acreditamos e que levaremos a frente.
Desta forma estamos aqui, com nossa segunda edição e trazendo um espaço democrático para a difusão de informação
de qualidade.
Nas seções práticas trouxemos Tinácio para comentar o início da Maquiagem infantil no Brasil, o Celeiro apresentando a
canção "Talharim" para você aprender e ensinar para sua turma, explorando objetivos importantes do desenvolvimento
humano. Bruno Ferraz traz um pouco do universo dos origamis orientais, Tiago Mazza mostra o iniciação na técnica das
bexigas e o professor Sebastião o encantador mundo dos jogos cooperativos. E ainda atividades com sucata, danças
circulares, jogos. Queremos sempre trazer sugestões que possam instrumentalizar e enriquecer sua prática recreativa-
educacional.
Como fundamentação trazemos mais algumas reflexões e ensaios sobre o brincar e o uso da recreação na escola.
Também sugestões de livros, cursos, congressos e resumos de pesquisas.
Também, seguindo em nossa luta da afirmação da recreação como área do conhecimento e de atuação profissional, em
"mercado de trabalho" trazemos um pouco da história e referências da ABRE, parceira no caminho e nos objetivos de ver
o reconhecimento desta área tão importante.
Leia a revista, opine, participe, faça sugestões e críticas. Estamos construindo um caminho juntos. Dezembro estamos de
volta, com mais idéias, mais conteúdo, mais dicas e mais vontade de atender as expectativas de nossos leitores.
Centro de Estudos do Lazer, Educação, Integração, Recreação e Ócio
Rua Joana Angélica, 254 - Barcelona - São Caetano do Sul. São Paulo - Brasil
CEP: 09551-050
Tel: +55 11 4221-4845
Recreação Magazine – Outubro de 2009 Ano I - Volume 02 - página 03
Centro de Estudos do Lazer,
Educação, Integração,
Recreação e Ócio – CELEIRO
O "Celeiro" é um centro de estudos que pretende,
através do estudo e pesquisa, sistematização e
publicação, cursos e palestras, ampliar o corpo de
conhecimentos sobre a recreação, o lazer e o ócio
dentro do contexto educacional e inter-relacional do
indivíduo, principalmente no que tange seu
desenvolvimento emocional e as relações deste com o
desenvolvimento social, físico e cognitivo.
Nossas pesquisas partem da observação de que o
desenvolvimento emocional dentro de um ponto de
vista educacional passa por uma etapa de exercitação e
amadurecimento dentro do grupo social, e situações
reais, que só é possível através do treino, ou seja, da
exposição controlada às ações que disparam os
mecanismos emocionais e da correta interpretação,
orientação e acomodação das respostas geradas, ainda
dentro do ambiente das relações interpessoais.
Para tanto acreditamos nas atividades recreativas como
instrumento de estimulação emocional, através do
lúdico, da brincadeira, do jogo, da competição e da
cooperação, como processo social de treino e
aprendizagem.
Acreditamos assim, uma vez que consideramos as
variáveis da emoção educáveis - pode-se aprender
através de um processo de ensino-aprendizagem, e que
a aprendizagem de qualquer variável (não só
emocional, mas física e cognitiva, também) ocorre
através do treinamento, da repetição, da sofisticação
obtida através da análise dos fatores que me levam ao
"erro" ou "acerto", consideramos a recreação como a
área de concentração ideal para "treinar" a emoção!
Baseados na afirmação de que o equilíbrio da emoção é
essencial para o sucesso pessoal e profissional, a auto
estima seria a base para qualquer atitude de
crescimento em todos os campos, consideramos de
fundamental importância uma abordagem sobre este
assunto dentro de qualquer ambiente educacional.
O Centro de Estudos está em festa e celebra os resultados de nosso projeto "Rodas Cantadas".
São 34 cidades atendidas, em 12 estados brasileiros. Confira a relação:
Araçatuba/SP, Balneário Camburiú/SC, Cabreúva/SP, Campinas/SP, Cesário Lange/SP, Codó/MT, Curitiba/PR,
Diadema/SP, Fortaleza/CE, Franco da Rocha/SP, Iperó/SP, Itapira/SP, Lins/SP, Londrina/PR, Macapá/AP,
Malhada dos Bois/SE, Marilia/SP, Porto Alegre/RS, Riacho Fundo/DF, Ribeirão Pires/SP, Santa Rita do Passa
Quatro/SP, Santo André/SP, São Bernardo do Campo/SP, São Caetano do Sul/SP, São Carlos/SP, São João do Rio
Peixe/PB, São José do Rio Preto/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP.
Agradecemos a todos que se interessaram e que expressaram seu apoio ao nosso projeto... Nossa lista cresce a cada
dia. Obrigado.
Recreação Magazine – Outubro de 2009 Ano I - Volume 02 - página 04
Recreação Magazine – Outubro de 2009 Ano I - Volume 02 - página 05
Trabalhando com Roda Cantada
A roda cantada é uma prática educacional que permite exercitar vários aspectos do desenvolvimento humano. Nesta edição daremos atenção especial ao treinamento e
amadurecimento da emoção através da prática lúdica do cantar em grupo. Acompanhe em www.projetoceleiro.com.br/11rodascantadas.htm um vídeo uma prática que ilustra o trabalho educacional com a roda cantada "Talharim" e leia no texto
abaixo um pouco de como usar esta ferramenta para educar a emoção.
Rodas Cantadas... educando a emoção!
Você lembra de quando freqüentava a escola, as aulas que o prepararam para uma
vida emocional equilibrada? Eu também não! Acho que poucos tiveram esta
possibilidade desenvolvida dentro da proposta curricular de sua escola.
As escolas acabam se preocupando mais em desenvolver os aspectos cognitivos, as
expertises para o trabalho. Mas como desenvolver estes temas em um aluno
emocionalmente desestabilizado? Como preparar para o trabalho um aluno que
não tem perspectivas de longo prazo, que não aprendeu a sonhar?
Nosso grupo de alunos, não só no Brasil, mas em todo o mundo, apresenta uma
quantidade cada vez maior de quadros de transtornos ligados à emoção... e cada
vez de maneira mais precoce. Encontramos cada vez mais, e com maior
intensidade, crianças passando por depressões, fobias, intolerâncias, insegurança,
baixa perseverança, pouca solidariedade, incapacidade de se sociabilizar, de fazer
amigos, instabilidades de humor, agitação, agressividade, baixa auto-estima, entre
outros.
Um aluno com algumas destas características terá problemas em sua vida escolar e
em sua capacidade de aprender e utilizar o conhecimento recebido da escola, por
melhor que sejam os professores e métodos de ensino. Agitado, em atrito com
outros colegas, acuado, com medo, intimidado ou sem perspectivas... seja lá em
que estado de desequilíbrio se encontre, este aluno não aprenderá bem.
O trabalho com o corpo, com o movimento, com os gestos dotados de significado,
o ritmo e a música, propiciam uma série de estímulos que ajudam no
desenvolvimento e amadurecimento dos aspectos emocionais do indivíduo.
Claro que também propiciam incrementos em outras área como o
desenvolvimento físico, cognitivo e social, mas neste ensaio analisaremos com
ênfase os incrementos emocionais.
Gostaríamos ainda de ressaltar que o desenvolvimento humano ocorre de maneira
integrada e é indivisível e que nossa segmentação ocorre apenas sob aspectos
didáticos, facilitando a análise e observação.
Iniciamos então analisando o fato das crianças serem excessivamente agitadas e
pouco concentradas no processo de ensino aprendizagem escolar. Isto está em
grande parte relacionado ao crescente número de estímulos que nossas crianças
recebem hoje em dia, quase que simultaneamente, da televisão, que concentra
imagem, movimento, som, informações em uma sucessão de quadros e assuntos,
diferentemente dos livros. O computador também, que traz o mundo todo até
você em alguns cliques. Isto combinado a um grande número de outdoors e
luminosos, a velocidade do transporte motorizado, que nos permite ver muito
mais rapidamente o mundo, em se comparando com o andar. Também o número
de brinquedos eletrônicos, que fazem muita coisa quase sem a participação da
criança, mas com muito movimento, som e luzes.
Dentro deste universo se desenvolve uma mente acostumada à velocidade e a
pouca profundidade. "Sabemos sobre quase tudo, mas quase tudo mal" diz a
canção. Isto propicia a ansiedade e o baixo envolvimento, ou comprometimento.
Nossos alunos começam cada atividade pensando em qual será a próxima, no que
faremos depois. Não há entrega.
Quando trabalhamos com música e movimento conseguimos desacelerar este
pensamento. O cantar e mover-se, independentemente da intensidade dos gestos
e altura da voz, promove uma canalização do pensar, ocupando todos os canais do
cérebro, não sobrando espaço para pensamentos paralelos. Experimente você,
cantar, dançar e pensar em outras coisas.
Esta característica do trabalho é capaz de desacelerar o pensamento simultâneo,
que é prejudicial ao desenvolvimento, treinando assim a concentração, o
envolvimento, a participação integral da atividade e do grupo.
O corpo sente então o prazer da integralidade. Se o aluno é exposto com
constância a esta situação pode desenvolver aos poucos um maior poder de
observação, notar detalhes, se concentrar, aumentar seu comprometimento com o
fazer presente.
Isto pode gerar uma segunda conseqüência. Com o aumento do envolvimento
surgem sinais de maior estabilidade emocional. Participar de algo, integralmente,
fazendo parte de um grupo, promove uma maior segurança, uma sensação de
proteção por parte do grupo, possibilitando o aumento gradual de exposição e a
diminuição do medo quanto a julgamentos.
Nesta questão a prática de rodas cantadas também auxiliará bastante. Como a
atividade é complexa e envolve muitos setores da inteligência da criança, esta não
tem muito tempo de observar detalhadamente o outro, tendo poucas
possibilidades de julgar o movimento ou a performance deste outro. Não julgando
e não se sentindo julgado o aluno vai pouco a pouco aumentando sua coragem de
expressar-se. Como o processo se dá de maneira coletiva, esta segurança se
desenvolve no seio do grupo, permitindo um incremento social. A socialização
permite maiores amizades, maior contato, enquanto que o não julgamento gera, a
longo prazo, cooperação e tolerância.
Como as canções envolvem personagens, animais, histórias impossíveis, entre
outros temas divertidos, a criança inicia um processo de representação, onde fará
de conta que é algo, ou algum animal, ou outra pessoa. Sei corpo e suas partes
representarão objetos e formas. Neste exercício, a criança começa a observar o
mundo que está fora de si, observar que existe um outro, se passar por ele,
representar. Com isto desenvolve uma inteligência particular, além de muita
criatividade. Estes elementos juntos possibilitam um maior possibilidade de
apreciação do que existe no mundo, de como as coisas são belas, e aumenta o
poder de sonhar. Vivendo um personagem o indivíduo pode se deparar com novas
emoções e entender o processo de ser o que se quer ser.
Canções infantis muitas vezes envolvem ainda um grande desafio, na letra, nos
gestos, nas longas seqüências de palavras que devem ser lembradas e repetidas
em ordem. Como há um prazer em cantar e participar, o aluno tenta vencer,
continuamente os desafios das canções, sendo motivado pelo profissional que
conduz a atividade e/ou por seus companheiros, treinando sua perseverança e
tolerância ao erro. Nesta atividades errar é engraçado. Todos erram, uma vez que
os desafios são difíceis mesmo. Muitas vezes até o condutor erra, e se desculpa, e
ri, e mostra como errar é normal!
Uma atividade de roda cantada bem conduzida nos levará a um aumento
crescente da auto estima do participante, uma vez que une características
artísticas, de canto e representação, que causam exposição das crianças a
situações fora de suas zonas de conforto. A dança quebra barreiras de
preconceitos. O bom profissional saberá como conduzir estas quebras de
paradigmas passo a passo, aumentando gradativamente a exposição do aluno,
com dificuldades crescentes, permitindo que todos se soltem, se permitam
participar, mesmo que timidamente, da dinâmica, e se tornem seguros de seus
corpos, gestos, olhares, postura. Permitindo que se relacionem dentro do grupo
de maneira leve e descontraída, permitindo a sociabilização, a estabilidade, a
tolerância. Em um próximo nível permitirá a afirmação do fazer livre de
julgamento criando segurança e, por fim, incrementando a auto estima da criança,
que se torna capaz de agir, falar e olhar o mundo de frente.
Este é o processo que acreditamos e que queremos difundir, a partir da prática
pedagógica das rodas cantadas no ambiente educacional como estratégia de apoio
para um programa de fortalecimento dos aspectos emocionais de nossos alunos e
recreandos, seja nas esferas formais ou informais de ensino.
Ronaldo Tedesco Silveira
Recreação Magazine – Outubro de 2009 Ano I - Volume 02 - página 06
Palestras, work shop, oficinas, inserções em congressos e simpósios...
O Centro de Estudos do Lazer, Educação, Integração,
Recreação e Ócio - CELEIRO é um pólo de divulgação
e difusão de conhecimentos. Sendo assim tem como
objetivo que os programas de pesquisa, estudos e
registros cheguem ao maior número possível de
pessoas. Temos realizado palestras, encontros, oficinas,
entre outras formas de participação em diversos
eventos. Este ano nosso foco de pesquisa e
sistematização de informações está ocorrendo sobre o
tema das rodas cantadas. Temos aberto vários sitios de
troca de experiências e informações sobre o tema, em
sites de relacionamento, fóruns educacionais,
comunidades recreativas, escolas, secretarias municipais
e estaduais de ensino, entre outros. Com isto visamos
ampliar a compreensão e o arsenal instrumental sobre o
assunto. Temos conversado com professores,
recreadores e animadores e recebido um excelente
retorno sobre a importância da utilização deste
conhecimento e desta prática cultural no ambiente
recreativo e educacional.
As palestras realizadas pelo CELEIRO são gratuitas,
tentado alcançar um objetivo de democratização do
conhecimento. O projeto se torna auto-sustentável
economicamente através da venda dos DVDs da
"Coleção Rodas Cantadas", um material de apoio
pedagógico que visa facilitar ainda mais o processo
de aprendizagem e posterior ensino das rodas
cantadas, uma vez que o profissional tem a
possibilidade de assistir várias vezes uma
determinada canção até fixar bem o ritmo, a letra (que
está no encarte) e os gestos, ficando então fácil de
ensinar para seu alunos ou recreandos.
A compra do material de apoio é facultativa, sendo
que a palestra já ensina as dinâmicas e
instrumentaliza o profissional para trabalhar com o
tema.
O Centro procura agora um patrocinador (ou vários)
que possibilitem que além da palestra, possamos
distribuir gratuitamente o material de apoio também,
democratizando ainda mais nosso trabalho de difusão
do conhecimento educacional.
Destaques de Outubro
Em comemoração ao dia dos professores o Centro de Estudos realizou diversas palestra mas gostaríamos
de dar especial destaque a algumas equipes pela recepção carinhosa e o interesse com que nos receberam,
muito obrigado.
À Prefeitura Municipal de São Carlos, pelas atividades em comemoração ao dia dos professores das quais
tivemos a oportunidade maravilhosa de participar com nossa palestra.
À Universidade Luterana de São Paulo - Curso de Pedagogia
À Prefeitura Municipal de Iperó/SP - Secretaria Municipal de Ensino
Recreação Magazine – Outubro de 2009 Ano I - Volume 02 - página 07
Conheça Melhor
Sebastião de Oliveira
Coelho
Nascido em Silveirânea – MG,
Sebastião migra para São
Bernardo em 1975. Trabalha
como operário nas indústrias
da região por alguns anos. Em
1987 ingressa na Prefeitura de
Diadema como Professor de
Educação de Jovens e Adultos.
Vivencia várias experiências
em vários cargos na Rede
Municipal de Educação de
Diadema tais como: Chefia da
Educação de Jovens e Adultos,
Vice- Diretor de Creche,
Diretor de Escola de Ensino
Fundamental e Pré-Escola,
Diretor de Creche, Diretor
Presidente da Fundação
Florestan Fernandes
(Formação Profissional ).
Participou do
desenvolvimento de vários
projetos de Formação de
Professores com Oficinas de
Jogos Cooperativos , Danças
Circulares, Tecelagem em
Tear Manual, Palestras sobre
Emotologia, Programação
Neurolinguística e
Desenvolvimento Humano.
Formação Acadêmica:
Magistério; Pedagogia; Pós-
Graduação em Jogos
Cooperativos.
Jogos Cooperativos
O cooperar vem sendo trazido a tona por vários estudiosos da atualidade como ponto de escape e equilíbrio à
competição excessiva que é criado pelo nosso ritmo de vida, nosso sistema social e financeiro. Dentro deste
universo, surge os jogos cooperativos como possibilidade de experimentação e vivência de conceitos,
sensações, resultados da cooperação, objetivando a aplicação deste conceitos, posteriormente, na vida
cotidiana na direção de uma sociedade melhor.
Para falar mais sobre este
assunto a Recreação
Magazine convidou o
professor Sebastião de
Oliveira Coelho para um
bate papo, acompanhe:
Recreação Magazine: Seja muito
bem vindo professor Sebastião.
É um imenso prazer recebê-lo
para este bate papo sobre os
jogos cooperativos.
Sebastião: Ronaldo, é um prazer e
uma alegria muito grande poder
estar aqui conectado com os
leitores de Recreação Magazine e
poder contar um pouquinho da
minha história de vida, vivida nos
últimos anos com muita
intensidade, dedicação,
entusiasmo, superação, cooperação
e muito “encantamento pelo ser
humano”. Cada ser humano tem o
poder de construir a sua própria
história de vida e ter a vida que
deseja ter. É nesta perspectiva que
venho atuando ultimamente.
Ronaldo agradeço muito por esta
oportunidade de expressar o que
penso sobre os Jogos Cooperativo,
numa sociedade que tem valorizado
demais a competição. Os desafios
apresentados no cotidiano da
educação me levaram a buscar
informações e formação para agregar
maior valor ao fazer pedagógico
cotidiano. Confesso aqui que sempre
tive uma grande inquietação na busca
de encontrar novas ferramentas que
pudessem contribuir para um ação
pedagógica mais produtiva e mais
prazerosa e foi nesta busca que
encontrei muitas outras
possibilidades, dentre as quais vou
destacar quatro : “Os Jogos
Cooperativos”; “As Danças
Circulares”; “A Programação
Neurolinguística” ( PNL ) e a
“Emotologia” (A Verdadeira Ciência
do Ser Humano). Estas têm sido as
principais ferramentas que venho
utilizando no meu trabalho de
consultoria Educacional e
Empresarial, com resultados
surpreendentes.
Recreação Magazine: Professor,
conte para nós um pouco de sua
carreira e como você se encontrou
com os jogos cooperativos.
Sebastião: Descobri os Jogos
Cooperativos no ano de 2000. Eu
trabalhava como Professor de Ensino
Outras Formação: Curso de
Danças Circulares pela Triom;
Master Practitioner em
Programação Neurolinguística
pelo Instituto Saber em São
Paulo; Formação Básica e Inter-
Avançada em Emotologia (a
verdadeira ciência do ser
humano ) pela Cidade do
Cérebro em Campinas; Curso
de Palestrante pela Academia
do Palestrante em São Paulo e
outros.
Atuação Profissional: Além
das relatadas acima foi
professor de Ensino
Fundamental na Prefeitura
Municipal de São Bernardo de
1999 a 2004;
Atualmente atua como
Assistente Pedagógico na
Fundação Florestan Fernandes
em Diadema; ministra palestras,
Cursos, Seminários e Oficinas
em Escolas, Empresas, ONGs...
Atua como Consultor em
Programação Neurolinguística
com foco na Educação no
Instituto Saber em São Paulo.
"Sou um praticante de
atividades físicas, adoro
brincar com crianças, jovens e
adultos. Pratico corrida de
longas distâncias pelo menos
três vezes por semana. Sou um
verdadeiro apaixonado pelo ser
humano e tenho como Missão
Contribuir para o
Desenvolvimento das
Potencialidades Humanas."
Sebastião de Oliveira
Coelho
Me coloco à sua disposição
para CON-TATO pelo e-mail:
Recreação Magazine – Outubro de 2009 Ano I - Volume 02 - página 08
Fundamental na Rede Municipal de
Educação do Município de São
Bernardo do Campo e neste ano foi
oferecido para os professores uma
Oficina de Jogos Cooperativos que
seria realizada em um Sábado o dia
todo. Como eu já estava pesquisando
o tema, esta era a minha grande
oportunidade de vivenciá-los na
prática. Outro dado fundamental, esta
oficina seria coordenada por aquele
que era o responsável pela introdução
dos Jogos Cooperativos no Brasil e a
maior autoridade no assunto, o Prof.
Fábio Otuzi Brotto. Me inscrevi nesta
oficina e confesso a todos vocês que
estão lendo esta matéria: “foi amor à
primeira vista”. Fiquei tão apaixonado
que alguns meses depois fui um dos
primeiros alunos matriculado no
Curso de Pós – Graduação em Jogos
Cooperativos na Universidade Monte
Serrat, em Santos. Em Março de
2001 iniciei aquele que foi o melhor
curso realizado até então em minha
vida. Daí pra frente foi uma mudança
de paradigma na minha vida, passei a
ter novas atitudes no processo
educacional. Enriqueci minha ação
pedagógica com os Jogos
Cooperativos em sala de aula com os
alunos e fui deixando de lado todas
aquelas práticas de jogos que só
instigavam a competição. Com isto
criamos em sala de aula um ambiente
mais produtivo, solidário e
harmonioso.
Recreação Magazine: Como foi a
introdução deste conceito de jogos
cooperativos na Prefeitura de
Diadema?
Sebastião: De posse do conhecimento
teórico e das vivencias no curso de
pós-graduação, me habilitei a
oferecer oficinas de Jogos
Cooperativos para quem tivesse
disposto a experimentá-los. No final
do ano de 2001, a Secretaria da
Educação, da Prefeitura Municipal
de Diadema, lança um Programa de
Formação para os professores da rede
que recebeu o nome de “Pratas da
Casa”, cujo objetivo era valorizar os
profissionais do quadro que quisesse
compartilhar sua expertise com os
demais colegas da rede Municipal.
Com esta oportunidade organizei
uma oficina com 12 horas,
distribuídas em três encontros de
quatro horas cada e ofereci para a
rede. As vagas foram preenchidas
rapidamente e a oficinas foi um
verdadeiro sucesso, despertando o
interesse de muitos outro
professores. As informações sobre
esta primeira oficina correu a rede
e no ano de 2002, fui convidado
pela Secretaria de Educação para
desenvolver um Programa de
Formação para todos os
Professores e Educadores que
trabalhavam nas Creches
Municipais ao longo de todo o ano,
aceitei o desafio e daí em diante os
Jogos Cooperativos e as Danças
Circulares passaram a fazer parte
de todos os segmentos da
Educação e nos anos seguintes tive
a oportunidade de realizar várias
Formações. Através destas ações
os Jogos Cooperativos passaram a
fazer parte do trabalho dos
professores, educadores, não só na
Rede Municipal de educação, foi
também levado para outras
segmentos como Secretaria de
Esportes, Cultura, Educação
Comunitária, Escola Aberta,
Adolescente Aprendiz,
Movimentos Populares, em fim em
todos os segmentos onde existam
pessoas se relacionando em grupos.
Tudo isto tem como meritórios,
aqueles que participaram das
oficinas e se tornavam
multiplicadores. Para mim é
extremamente gratificante ver toda
esta expansão dos Jogos
Cooperativos em Diademas e
outras cidades vizinhas. Aproveito
esta oportunidade para de público
agradecer ao Universo por ter
proporcionado tudo isto na minha
vida. Tenho consciência que nada
teria acontecido se eu não tivesse
tido a atitude de ir em busca de
algo inovador e prazeroso na
Educação. Isto me permite
afirmar: “tenho plena convicção
que quando você toma consciência
Recreação Magazine – Outubro de 2009 Ano I - Volume 02 - página 08
da sua Missão, você pode fazer a
diferença na sociedade, e este é um
poder que está ao alcance de todos,
desde que façam esta escolha”.
Recreação Magazine: O que
podemos esperar das crianças
que convivem com as práticas
dos Jogos Cooperativos?
Sebastião: É da natureza das
crianças serem receptivas à aquilo
que lhes é apresentado. Elas têm
uma grande sede de aprender e
aquilo que é lúdico faz parte deste
processo, aliás foi Johan Huizinga
quem trouxe este conceito, na
década de trinta, quando publicou
o livro “Homo Ludens”. Nesta
obra ele mostra que o ser humano é
lúdico por natureza quando afirma:
“é no jogo e pelo jogo que a
civilização surge e se desenvolve”.
Portanto às crianças que lhes
forem apresentados atividades de
Jogos Cooperativos, vai contribuir
na formação de um indivíduo que
criará novas conexões “neurais”,
permitindo-as estabelecer relações
mais solidárias e de cooperação
com aqueles que conviverão no
dia-a-dia.
Hoje é sabido que o processo de
apreender se dá pela passo a passo
das vivências e das repetições.
Portanto, quanto mais atividades
com características Cooperativas
eu desenvolver com meus alunos,
mais solidários eles se tornarão
hoje e amanhã, e levarão consigo o
aprendizado de que podemos viver
melhor “Jogando uns com os
outros, ao invés de uns contra os
outros”.
Quando você apresenta à criança
os jogos Cooperativos, elas ficam
um pouco receosos no início, pois
só conhecem os Jogos, onde
alguém vence alguém e nos Jogos
Cooperativos isto não acontece, na
há vencedor, isto causa espanto e aí
pode haver uma mudança de
paradigma, aos poucos os alunos
vão percebendo que é possível
jogar e sentir prazer no jogo, onde
todos ganham e conseqüentemente
não havendo perdedores há um
fortalecimento da solidariedade no
grupo que podem aprofundar seus
laços de companheirismo e mais
cooperação.
Este processo todo será possível
quando o focalizador das atividades é
um profissional com grande
competência, bem qualificado e que
acredita e vivencia a cooperação em
sua vida. Aqui vale uma
generalização, em tudo que vamos
realizar na vida, se não transpirarmos
aquilo que acreditamos, teremos
resultados insatisfatórios no que
fazemos.
Recreação Magazine: Qual a
origem destas práticas
cooperativas, de onde elas surgem e
como vieram parar aqui no Brasil?
As práticas cooperativas surgiram há
milhares de anos. Tem suas origens
nos povos primitivos que se uniam
para celebrar as conquistas que a vida
e a natureza lhes proporcionavam.
Nestas festividades todos jogavam,
brincavam e dançavam uns com os
outros. Na época atual essas
experiências foram estudadas e
sistematizadas, pelo americano Ted
Lentz, na década de cinqüenta. Mais
tarde o Canadense Terry Orlik, da
Universidade de Ottawa, se torna um
dos maiores estudiosos dos Jogos
Cooperativos e em 1978 publica o
livro “Vencendo a Competição”, que
serve de referencia no nosso tempo e
é a obra mais completa que aborda
com profundidade os fundamentos
dos Jogos Cooperativos. Esta obra
“Vencendo a Competição”, foi
lançada no Brasil em 1989 pela
Editora Círculo do Livro.
No Brasil o pioneiro dos Jogos
Cooperativos foi o Prof. de Educação
Física, Fábio Otuzi Brotto, que no
início dos anos 90 iniciou o seu
trabalho com a primeiras
experiências de Jogos Cooperativas.
Em 1995, o Professor Fábio Brotto
lança no Brasil o primeiro livro
sobre Jogos Cooperativos com o
título
“Se o Importante e Competir o
Fundamental é Cooperar”. Este
livro passou a ser a referencia do
tema no Brasil e passou também a
figurar nas bibliografias de
concursos públicos para
profissionais da Educação,
recreação e outros. Em pouco
tempo os Jogos Cooperativos
estavam presentes nos vários
segmentos da sociedade tais como,
educacional, empresarial, no campo
da saúde, nos segmentos
administrativos e muitos outros.
Recreação Magazine: Comente
um pouco conosco sobre o
cooperar e o competir. Acredita
que são conceitos que se opõem
ou se completam? Devíamos
substituir o competir pelo
cooperar?
A humanidade quando foi
evoluindo na organização social ao
longo da história, foi distanciando
daquele jeito primitivo de viver em
Comum-Unidade, foram criando
cercas, regras para a Com-
Vivência com foco no indivíduo,
gerando assim uma cultura
individualista, onde os interesses
passam a ser de alguns que dão
ordens aos outros, e não do
coletivo. Este novo paradigma gera
nas pessoas o comportamento de
Com-Petir umas com as outras e
esta se torna a ação prioritária de
todos, um novo valor que é
ensinado de geração a geração a
competição, daí o bordão “você tem
que competir com os outros, em
tudo, para ser o melhor”.
“Cooperar ou Competir”, são
formas de agir e ser no mundo,
portanto, no meu entender, pode ser
uma escolha consciente buscarmos
ações que no dia-a-dia nos levem a
ter um comportamento cooperativo
ou competitivo. Creio que pode ser
muito saudável você viver numa
sociedade onde o valor primordial
possa ser a solidariedade, a
harmonia, que são princípios da
Cooperação. Acredito também que
é nosso papel apresentar às pessoas
que convivem conosco que existe
este dois jeitos de viver na
sociedade, Cooperando ou
Competindo, cada um deles vai
gerar um resultado diferente do
outro. Quero ressaltar que podemos
construir um novo paradigma a
partir do mito de que “é a
competição que nos faz evoluir”.
Apresento a seguir uma definição
de Cooperação e Competição
descrita por Fábio Brotto em 1999,
“Cooperação é um processo de
interação social, em que os
objetivos são comuns, as ações são
compartilhadas e os benefícios são
distribuídos por todos”.
“Competição é um processo de
interação social, em que os
objetivos são mutuamente
exclusivos, as ações são isoladas ou
em oposição umas às outras, e os
benefícios são destinados somente
para alguns”.
Recreação Magazine: Como se
dá a prática dos jogos
cooperativos no ambiente
escolar? Quais os principais
benefícios que posso extrair de
sua prática?
A prática Cooperativa no ambiente
escolar passa pela ressignificação de
valores que o professor poderá fazer
se sua escolha for atuar com os Jogos
Cooperativos. É imprescindível que o
professor tenha um profundo
conhecimento do que são os Jogos
Cooperativos e seus fundamentos.
Sem o devido preparo há um risco de
distorção que poderá comprometer o
entendimento dos Jogos Cooperativos
e sua eficácia no processo
educacional. De posse dessas
informações e “sem medo de ser
feliz” é só apresentá-los aos alunos,
através de atividades em sala de aula
ou em atividades extra-classe,
formando grupos de ação sempre, e
estabelecendo regras claras de
participação. Estas práticas irão
gradativamente gerando novos
comportamentos nos participantes dos
grupos que passam a conviver de
forma mais harmoniosa uns com os
outros. O resultado deste processo
será um prazer maior na ação
pedagógica do professor para o
consecução dos objetivos de
aprendizagem com seu grupo de
alunos. Esta experiência prazerosa, eu
tive a oportunidade de vivenciar em
sala de aula com alunos durante
alguns anos.
Recreação Magazine: Queria
encerrar agradecendo mais uma
vez sua importante participação...
(comentários sobre as respostas) e
pedir para que se despeça
deixando umas palavras
"cooperativas", para nossos
leitores.
Quero finalizar esta minha
participação em Recreação
Magazine, agradecendo de coração,
primeiramente ao Ronaldo, que tive
o privilégio de conhecer em uma
Oficina de Jogos Cooperativos
ministrada por mim em Diadema
nos mês de Outubro de 2009, pelo
convite para esta entrevista. Em
segundo lugar quero agradecer de
coração a você leitor que dedicou
alguns minutos do seu precioso
tempo para ler esta matéria,
obrigado.
Encerro deixando a todos uma
mensagem do nosso mestre da
Cooperação Fábio Otuzi Brotto:
“Minha intenção é fazer a parte que
me cabe: comunicar quem SOU.
Fazer “CON-TATO” com quem
VOCÊ É. Para encontrar quem
somos NÓS... Por isso, confio que
partilharemos desta jornada
essencial de resgate da nossa
possibilidade de SER e VIVER em
COMUM-UNIDADE”.
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