recuperaÇÃo de espaÇo

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LI F .1111,ilazzca jr-TI , r,r1 C: a L1-0 UNIVERSIDADE 'FEDERAL DE SANTA CATARINA. CENTRO DE CIÊNCIAS 'DA 'SAL:JOE DEPARTAMENTO DE . ESTOMATOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO Rafael Barbosa Palma Orientadora: Prof' Di 1 lzabel Cristina Santos Almeida FLORIANÓPOLIS 2001

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Page 1: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

LI F .1111,ilazzca jr-TI , r,r1

C: a L1-0

UNIVERSIDADE 'FEDERAL DE SANTA CATARINA.

CENTRO DE CIÊNCIAS 'DA 'SAL:JOE

DEPARTAMENTO DE .ESTOMATOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA

RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

Rafael Barbosa Palma

Orientadora: Prof' Di 1 lzabel Cristina Santos Almeida

FLORIANÓPOLIS

2001

Page 2: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA

RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

Rafael Barbosa Palma

Monografia apresentada ao Curso

de Especialização em

Odontopediatria como parte dos

requisitos para obtenção do titulo de

Especialista em Odontopediatria

Orientadora: Prof Dr Izabel

Cristina Santos Almeida

FLORIANÓPOLIS

2001

Page 3: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

Dedico esta obra à Maria Eduarda, cujo

carinho, embora inocente, é confortante a todo momento.

Page 4: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

AGRADECIMENTOS a

Aos meus pais e avôs pela dedicagilo nunca ausenta

Aos amigos pelos momentos de descontragão,

A. Rita pela atenção quase materna

Aos professores pela paciência e arnizade demonstrados de maneira

constante e,

A todos aqueles que de uma foram ou de outra contribuíram para a

elaboragtio deste trabalho,

Page 5: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

SUMARIO

LISTA DE FIGURAS 05

RESUMO 06

ABSTRACT 07

1 INTRODUÇÃO 08

2 REVISÃO DE LITERATURA 10

3 DISCUSSÃO 34

4 CONCLUSÕES 42

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43

Page 6: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 — Molar Distalizing System 23

FIGURA 2 — Componentes do aparelho Jones Jig 24

FIGURA 3 — Vista oclusal do aparelho Jones Jig 24

FIGURA 4 — Lokar Molar Distalizing Appliance 25

FIGURA 5 — Aparelho Pendulum/Pendex (pré-ativação) 26

FIGURA 6 — Vista oclusal do aparelho Pendulum/Pendex 27

FIGURA 7 — Aparelho Pendulum/Pendex 27

FIGURA 8 — Aparelho recuperador de espaço com parafusos sagitais 28

FIGURA 9 — Aparelho recuperador de espaço com molas distalizadoras 29

FIGURA 10 — Aparelho recuperador de espaço com elásticos 29

FIGURA 11 — Placa Lábio Ativa 30

Page 7: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

RESUMO

Este trabalho tem como meta revisar a literatura concernente

recuperação de espaço, as principais causes de perda de espaço são: perdas

precoces de dentes deciduos, lesões de cárie proximais, restaurações

inadequadas, perda de incisivos devido a trauma, agenesias congênitas,

erupção ectópica de dentes permanentes e má-formações dentárias, que têm

como conseqüência uma desarmonia oclusal. O cálculo da quantidade de

espaço necessário para o estabelecimento de uma oclusão normal deve ser

realizado através da análise de dentadura mista. Assim que diagnosticada a

deficiência de espaço, está indicado instalação de um aparelho recuperador.

aparelho pode ser fixo ou removível e a diversidade de modelos e técnicas

possibilitam seu uso tanto na arcada inferior quanto na arcada superior. Porém

a recuperação de espaço muitas vezes não representa o término do

tratamento, já que freqüentemente o espaço precisa ser mantido até a

estabilização da dentição permanente.

Page 8: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

ABSTRACT

The aim of this study is to review the literature relating to space

regaining, The main causes of space loss are: early loss of deciduous teeth,

proximals decay lesions, unfit restorations, loss of incisors due to trauma,

congenital agenesis, ectopic eruption of permanent teeth and anomalies of

thedentition, that create an oclusal disharmony. The amount of space

necessary for the establishment of a normal oclusion must be evaluated by a

mixed dentition analysis. As soon as the space deficiency is diagnosed, it is

indicated the instalation of a space regaining appliance. The appliance can be

fixed or removable and the diversity of models and technics allow its use in the

inferior and superior archs. However the space regaining does not represent the

end of the treatment, since usually the space needs to be keeped till the

estabilisation of the permanent dentition.

Page 9: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

I INTRODUÇÃO

Os dentes decíduos irrompem na cavidade bucal da criança por volta

dos 6 meses de idade. Já nesta época esses dentes merecem atenção no que

diz respeito à higiene e prevenção da doença cárie. Porém nem sempre isto

acontece. Geralmente, a falta de conhecimento dos responsáveis aliado ao

falso conceito popular de que os dentes deciduos não são importantes, pois

serão substituídos, como também a dificuldade no manejo da criança de pouca

idade, por ser considerado trabalhoso, fazem com que estes dentes não

recebam os cuidados que deveriam. Isto associado à uma alimentação rica em

carboidratos, característica principalmente em comunidades mais carentes, faz

com que a doença cárie seja ainda muito prevalente. E uma das

conseqüências desta doença é a perda de espaço, que ocorre seja em virtude

da própria lesão ou, em casos mais graves, da perda precoce do dente.

As migrações dentárias são movimentações fisiológicas que ocorrem

durante o processo de irrompimento dos molares permanentes e esfoliação dos

molares deciduos para a estabilização da chave molar (Baume, 1950) e não

devem ser confundidas com as movimentações dentárias que ocorrem quando

da presença de lesões de cárie proximais ou a perda precoce de dentes

decíduos. Para Chaves Jr. e Carvalho (1996) a permanência dos dentes

decíduos nos arcos até a época correta de sua exfoliação proporciona um guia

de erupção para os dentes permanentes, diminuindo a porcentagem de

rotações.

Os dentes deciduos, além da função mastigatória, estética e da

fonação, são os responsáveis pelo estimulo do desenvolvimento dos maxilares

e pela manutenção de espaço para os dentes permanentes. Eles também

Page 10: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

9

contém os dentes antagonistas no seu devido lugar no plano oclusal, evitando

supra-erupções ou extrusões (Machado, 1982). Também são considerados

verdadeiras barreiras fisiológicas ao deslocamento dos dentes antagonistas e

adjacentes, sendo portanto, considerados mantenedores de espaço ideais para

os dentes permanentes sucessores (Neto et al., 1994).

Quando ocorre a perda precoce, o tratamento ideal, de acordo com o

caso, é a manutenção do espaço. Todavia, muitas vezes quando o profissional

é procurado a perda de espaço já ocorreu, devido a movimentações dos dentes

adjacentes em direção ao espaço criado, logo, tornando-se necessária a

recuperação do espaço, que pode ser realizada por aparelhos recuperadores.

Estes dispositivos são de muita utilidade para o clinico pois, em sua maioria,

são de fácil confecção e instalação, com os quais se consegue grandes

resultados.

Este tipo de tratamento deve na maioria das vezes ser realizado pelo

Odontopediatra, que é o profissional que atende a criança tanto fazendo os

procedimentos restauradores, quanto as extrações, por isso tem que

diagnosticar adequadamente, avaliar a melhor opção para cada situação, e ter

o compromisso e a responsabilidade de minimizar as conseqüências desta

perda. As variações de aparelhos que podem ser utilizados trazem vantagens

para esta técnica, já que pode-se escolher aquela que melhor se adaptar ao

caso e à própria vontade do paciente, cabendo ao profissional indicar as

melhores opções. A relevância desta revisão é a de salientar a importância de

se conhecer as conseqüências da perda de espaço na dentição decidua e

mista e como, enquanto profissionais podermos minimizar os prejuízos

causados, seja indicando a utilização de mantenedor de espaço seja indicando

a utilização de um recuperador.

Page 11: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Perda precoce do dente deciduo

Owen (1971) revisou a literatura a cerca da incidência e características

da perda de espaço após a extração prematura de dentes deciduos e afirmou

que os espaços referentes aos segundos molares deciduos superiores

apresentaram a maior incidência de seu fechamento. Num determinado

período de tempo a região dos segundos molares decíduos superiores

mostram a maior quantidade de perda de espaço, seguidos pelos segundos

molares deciduos inferiores, enquanto que os primeiros molares decíduos

superiores e inferiores apresentam quantidades quase iguais de perda. A

velocidade da perda de espaço no arco superior é maior do que no inferior e

quanto maior o tempo disponível, maior a perda de espaço, principalmente

para extrações anteriores ao irrompimento do primeiro molar permanente.

Quanto a direção do fechamento do espaço, na maxila ocorre

predominantemente movimento mesial dos dentes posteriores ao espaço da

extração. Por outro lado, na mandíbula acontece predominantemente

movimento para distal dos dentes anteriores ao espaço da extração. Para

Eckles e Shulman (1990) a incidência de fechamento de espaço aumenta com

o tempo decorrido da extração prematura, pois 96% dos casos onde a extração

ocorreu há 12 meses, mostraram alguma perda de espaço.

Hoffding e Kisling (1978a) revisaram as fichas clinicas odontológicas de

413 estudantes com idades entre 13 e 14 anos das cidades de Jutland e

Zealand, Dinamarca, com o objetivo de analisar a relação entre perda precoce

e desenvolvimento de má-oclusão. Destes, 231 tinham perda prematura de

dentes deciduos por extração e 182 não haviam perdido dentes precocemente.

Como resultados, encontraram que quando há perda prematura de dente

Page 12: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

1 1

deciduo estabeleceu-se má-oclusão em 90% dos casos e, 48,5%

apresentavam apinhamento em pelo menos um dos seis segmentos dos arcos

dentários. Enquanto que, na ausência de perda precoce a má-oclusão ocorreu

em 79,7% dos casos e, o apinhamento em apenas 29,1%. Como conclusão,

salientaram que a perda prematura de dentes deciduos causa, sem dúvida,

mudanças no espaço e relação molar da dentição permanente.

Como continuação do estudo anterior, Hoffding e Kisling (1978b)

avaliaram as crianças quanto a três hipóteses relacionadas a perda precoce de

dente deciduo: a perda precoce de dentes deciduos, exclusivamente na

mandíbula, aumenta a freqüência de overjet acentuado na dentição

permanente; a perda precoce de molares deciduos superiores, sem perda de

dentes na mandíbula, no mesmo lado, aumenta a freqüência de oclusão molar

com degrau distal e apinhamento no segmento posterior da maxila; e. a perda

precoce de molares deciduos inferiores, sem perda de dentes na maxila, no

mesmo lado, aumenta a freqüência de oclusão molar com degrau mesial e

apinhamento no segmento posterior da mandíbula. Os pacientes foram

comparados com 182 crianças (grupo controle) que não apresentavam perda

precoce de dentes deciduos. Para a primeira hipótese concluíram que a perda

prematura de dentes deciduos inferiores não influencia a prevalência de overjet

acentuado na dentição permanente. A segunda hipótese foi verificada, porém

somente com relação a perda precoce do segundo molar deciduo superior e a

terceira hipótese, foi confirmada com relação a perda do segundo molar

deciduo inferior ou ambos os molares deciduos. A perda precoce do primeiro

molar deciduo confirmou a hipótese somente em relação ao apinhamento.

Em outro estudo, Kisling e Hoffding (1979) analisaram os padrões de

desvio dos dentes avaliando um grupo de 45 crianças, em idade pré-escolar,

onde os primeiros molares deciduos foram extraídos antes da erupção dos

primeiros molares permanentes. Observaram que os molares permanentes

desviaram para mesial em ambas as arcadas. 0 movimento do primeiro molar

permanente superior consiste, em parte, de uma verticalização da rota de

Page 13: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

12

erupção e, em parte, de um desvio para mesial. Os molares permanentes

inferiores inclinam-se mesialmente, contudo podem mover-se também para

lingual e girar. Em geral, os molares permanentes superiores movem-se mais

do que os inferiores, os caninos deciduos desviam em direção distal, com uma

tendência maior para os inferiores. A linha média desvia para o mesmo lado da

perda precoce, desvio mais freqüente na mandíbula do que na maxila. Todos

os dentes superiores tem tendência a sobreerupgão após a perda do

antagonista, especialmente os segundos molares deciduos. Os autores

concluíram que o desvio depende de fatores como: a idade dental no momento

da extração, condições de espaço, rota e época de erupção do permanente

sucessor, intercuspidação e o grupo dental, que é o fator mais decisivo. Além

disso, a extração de molares deciduos antes da irrupção dos primeiros molares

permanentes é mais prejudicial para a dentição (Stewart, 1982), (Carrol; Jones,

1982).

De acordo com Fanning (1963) embora não haja aceleração na

maturação dos dentes permanentes quando os seus antecessores são

extraídos, há um imediato surto de erupção do dente independente da idade

cronológica da criança. Contudo, extrações muito precoce resultam em atraso

na erupção.

Johnsen (1980) avaliou 10 crianças em dentadura mista para observar

a perda prematura de primeiros molares deciduos inferiores. Destes, nove

casos apresentavam perda precoce bilateral. Os casos foram analisados

através da comparação de modelos de gesso confeccionados no inicio e após

1 ano e 9 meses, em média. Observaram que quatro quadrantes apresentavam

o pré-molar irrompido, sem perda de espaço. Em 12 dos outros 15 quadrantes,

não houve perda de espaço entre o primeiro molar permanente e o incisivo

central. Em um caso ocorreu um leve desvio de linha média, contribuindo para

um aumento de espaço de um lado e diminuição do outro. Em um caso foi

observado, perda de espaço de 0,6mm de um lado e 1mm do outro, totalizando

1,6mm. 0 autor chegou a conclusão de que a perda precoce dos primeiros

Page 14: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

13

molares deciduos inferiores durante a dentadura mista, raramente leva a uma

movimentação dos primeiros molares permanentes.

Para Machado (1982) deve-se levar em conta que na dentição decidua

os espaços não se fecham com rapidez pelo fato dos dentes decíduos estarem

implantados perpendicularmente ao osso basal e as forças não terem uma

componente mesial, componente essa que inicia a sua ação tão logo os

primeiros molares permanentes iniciam o seu processo de erupção. A dentição

mista começa a se instalar a partir dos 6 anos de idade e as vezes pode

manter-se sem alterações até os 12 anos de idade e é nesta fase que uma

atenção e observação visual e radiográfica irão colocar o Odontopediatra em

uma posição de responsabilidade fundamental na supervisão e orientação do

desenvolvimento normal da oclusão. Face aos seus conhecimentos

ortodõriticos preventivos, ele será o responsável pelas decisões a serem

tomadas: realizar ele mesmo os procedimentos ortodewiticos preventivos ou

buscar conselho de um colega mais experimentado e enviando os casos mais

complexos para o especialista. 0 Odontopediatra tem, portanto, na

manutenção da integridade funcional do canino, primeiro e segundo molares

decíduos o maior beneficio que poderá ser dado ao paciente nesta fase da

dentição mista porque, além da necessidade de se conservar estes dentes até

a época correta de sua esfoliação, é muito importante a manutenção do

comprimento total do arco e toda perda de substância dentária interproximal

deverá ser recuperada com restaurações corretas.

Loevy (1989) revisou as fichas de pacientes da Universidade de Illinois

com o intuito de avaliar o efeito da extração de molares deciduos na erupção

de seus sucessores. Participaram 33 casos com extrações unilaterais,

deixando os homólogos como controle. Em média, o sucessor do dente

extraído irrompeu 9 meses antes do homólogo, todavia os resultados variaram

de 2 anos e 10 meses antes até 2 anos e 6 meses após o homólogo. Como

conclusão, o autor relatou que o irrompimento do sucessor pode ocorrer mais

cedo quando foi realizada a extração ou pulpotomia do deciduo

Page 15: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

14

independentemente do estágio de formação do sucessor, pois os fatores

ambientais tem pouca influência na maturação do dente.

Posen (1965) desenvolveu um trabalho para analisar os efeitos da

perda precoce de molares deciduos na erupção dos pré-molares e afirmou que

um retardo na erupção do sucessor é mais freqüente quanto mais jovem for a

criança.

Cuoghi et al. (1998) com o intuito de avaliar as mudanças no perímetro

do arco dental, bem como as perdas de espaço após a perda prematura do

primeiro molar deciduo na dentição mista, selecionaram 31 pacientes com

idades entre 6 e 10 anos, que apresentaram-se para a extração do primeiro

molar inferior deciduo. Modelos de gesso foram confeccionados antes da

extração e nos seguintes períodos adicionais: 6, 12 e 18 meses após a

extração. Com relação a perda de espaço, os resultados mostraram redução

de 1,02mm (6 meses) e 1,7mm (12 meses) em 75% dos arcos analisados, e

1,3mm (18 meses) em 60% dos arcos analisados. Já o comprimento do arco

apresentou uma redução média de 0,7mm (6 meses) em 73,6% dos • arcos,

0,8mm (12 meses) em 89,4% dos casos e 0,7mm (18 meses) em 70% dos

arcos estudados. A partir destes resultados concluíram que a perda prematura

do primeiro molar inferior deciduo na dentição mista resulta em maior perda de

espaço no local da extração do que perda de comprimento do arco; que não há

alterações nas relações sagitais dos primeiros molares permanentes; que na

maioria dos casos, o principal movimento que resultou em perda de espaço foi

dos caninos e dos incisivos distalmente rumo ao local do primeiro molar

decíduo; e que a perda prematura do primeiro molar deciduo, durante a

dentição mista, determina e exige o uso de mantenedor de espaço.

Com a finalidade de avaliar as conseqüências de perdas prematuras de

dentes deciduos nas diferentes regiões dos arcos dentários, Korytnicki et al.

(1994) revisaram a literatura, ressaltando que as causas mais comuns de

perdas de espaço nas dentições decídua e mista são: perdas precoces de

Page 16: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

15

dentes deciduos, lesões de cárie proximais, restaurações inadequadas, perda

de incisivos permanentes devido a trauma, agenesias congênitas, erupção

ectópica de dentes permanentes e má-formações dentárias. Quanto aos

incisivos deciduos, no arco superior a perda de espaço é pouco freqüente,

porém quando a perda for muito precoce, e principalmente nos casos de arco

tipo II de Baume, existe uma maior tendência ao fechamento. No arco inferior,

a perda de incisivos freqüentemente traz como conseqüência uma diminuição

do perímetro do arco. Para os caninos deciduos, quando houver perda

prematura no arco superior, deve-se instalar um mantenedor de espaço ou,

dependendo do caso, apenas observar, já que o crescimento do osso alveolar

é significativo nesse arco. No arco inferior, a perda precoce do canino pode

levar a um desvio da linha média. Na perda prematura dos primeiros molares

deciduos, se esta ocorrer durante a atividade eruptiva do primeiro molar

permanente, a possibilidade de fechamento de espaço é maior. Devido a

trajetória eruptiva do primeiro molar inferior descrever uma curva para mesial, a

perda de espaço nesse arco é maior. Na perda prematura dos segundos

molares deciduos, na maxila, devido ao seu próprio movimento eruptivo, o

primeiro molar permanente migrará em direção ao primeiro molar decíduo,

podendo em alguns casos ocupar totalmente o espaço deixado pelo segundo

molar deciduo. Na mandíbula, essa migração não é tão acentuada. A oclusão

dos molares permanentes não evitará a sua mesialização, entretanto a perda

de espaço será menos severa do que a observada durante os seus

movimentos ativos de erupção. Como conclusão, afirmaram que não existe

uma solução padronizada para o problema das perdas precoces, o ideal é

colocar em prática todos os conhecimentos e procedimentos clínicos existentes

para evitar e cárie dentária e poder contar sempre com uma dentição integra.

Na ocorrência de lesões de cárie proximais, há uma tendência dos

dentes posteriores sofrerem um movimento para mesial gerando perda de

espaço (Moyers, 1991), ou promovendo apinhamento, perda de ponto de

contato, contato prematuro, problemas para a ATM e maior susceptibilidade de

problemas periodontais (Guedes-Pinto, 1997).

Page 17: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

16

Yonezu, Machida (1997) com o objetivo de observar longitudinalmente

as mudanças verticais que apresentam os primeiros molares deciduos

superiores que não possuem antagonistas, reuniram 17 crianças cujos

primeiros molares inferiores deciduos tiveram que ser extraídos. Suas idades

variavam entre 3 anos e 10 meses a 7 anos com uma média de 4 anos e 10

meses no momento da extração. Mantenedores de espaço do tipo coroa-alça

foram instalados para prevenir a perda de espaço. Modelos de gesso foram

feitos a cada 4 meses até 16 a 24 meses após a extração para observar as

mudanças. Os resultados indicaram que os primeiros molares deciduos

superiores sem intercuspidação tendem a mover-se rumo ao espaço da

extração. 0 grau de movimento vertical tendeu a tornar-se progressivamente

menor com o tempo, todavia, em alguns casos, as mudanças foram maiores

que um milímetro. A maioria dos casos mostrou valores negativos no lado

oposto, que estava servindo como controle. Assim, os autores afirmaram que o

profissional deveria estar sempre interessado na manutenção de espaço para

prevenir não só perda de comprimento do arco mas também o movimento para

oclusal do dente antagonista.

Quando ocorre perda de tecidos dentários na superfície oclusal dos

dentes, o antagonista tende a extruir, estabelecendo desequilíbrios no plano

oclusal, assim como criando problemas periodontais para este último elemento

(Guedes-Pinto, 1997).

2.2 Perda precoce por trauma

Neto et al. (1994) com o objetivo de esclarecer as conseqüências da

perda precoce de incisivos superiores e caninos deciduos inferiores, baseado

na literatura compulsada, relataram que entre os principais fatores etiológicos

das perdas precoces está o traumatismo dento-alveolar. Este acontecimento é

freqüente em tenra idade e a ação fulminante pode levar a perda de incisivos

superiores. Os dentes mais afetados são os ântero-superiores, em especial os

incisivos centrais, seguidos dos laterais e em última instância os incisivos

Page 18: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

17

centrais e laterais inferiores. A principal conseqüência da perda precoce de

dentes deciduos é a inclinação dos dentes adjacentes para o espaço edêntulo.

Porém ocorre uma variação de indivíduo para indivíduo dependendo do tipo de

oclusão, condição de espaço no arco, influência da musculatura, tipo facial,

número de dentes perdidos, época da perda, tempo decorrido após a perda,

seqüência da erupção dentária, dente extraído e arco envolvido. A intima

relação entre a raiz do dente deciduo com o germe do dente permanente torna

comuns as anomalias de distúrbios na erupção, irrupção e posição, até

distúrbios na formação dos dentes sucessores após um trauma. Nos casos

onde o incisivo permanente não irrompe espontaneamente no seu sitio natural,

a possibilidade de fechamento de espaço nessa região torna-se concreta. A

diferença é que o fechamento ocorre às custas dos dentes permanentes. Do

exposto, os autores concluíram que a perda precoce de incisivos superiores e

caninos inferiores constituem em alguns casos fator etiológico em potencial

para a má-oclusão. Portanto essa perda precoce exige do profissional um

senso clinico para atuar imediatamente em casos selecionados e minimizar o

dano estético e funcional ao paciente.

2.3 Perda precoce por fatores sistêmicos

Conforme Ribeiro et al. (1986), existem várias doenças que podem

levar a perda prematura de dentes deciduos hígidos, sem a reabsorção normal

da raiz, como por exemplo, a osteomielite, a leucemia, a acrodinia (doença

que apresenta fenômenos circulatórios como hipertensão arterial e taquicardia

e fenômenos neurológicos como hipomotilidade, dor nas mãos e nos pés,

apatia e fotofobia), a neutropenia cíclica (baixa do nível de leucócitos

neutrófilos no sangue), a síndrome de Papillon Le Fèvre (periodontite juvenil

precoce com hiperceratose palmo-plantar) (Shafer et al., 1987), o raquitismo

resistente a vitamina D, além da hipofosfatasia. Salientaram que, no caso da

hipofosfatasia, as lesões esqueléticas e dentais parecem melhorar com a idade

do paciente, mesmo sem qualquer tratamento.

Page 19: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

18

2.4 Recuperação de espaço

Segundo Mc Donald e Avery (1995), o dentista freqüentemente

examina crianças cujos primeiros molares permanentes se inclinaram

mesialmente. Se este problema pode ser tratado por meio de procedimento

simples ou precisa de ortodontia mais detalhada, vai depender de muitos

fatores. Isto geralmente acontece porque a criança não recebeu a atenção

odontológica devida e a manutenção do espaço não foi feita no tempo

adequado.

Vários aparelhos tem sido indicados para a recuperação de . espaço,

particularmente quando os primeiros molares se mesialisaram. Quando estes

aparelhos são usados para reposicionar um molar, existe uma força reciproca

exercida nos dentes e estruturas de suporte anteriores ao espaço, o que pode

resultar em um apinhamento anterior. Isto é particularmente verdadeiro no

período de dentadura mista, quando os incisivos permanentes não estão

completamente irrompidos e podem ser facilmente influenciados por pequenas

forças. Além do mais, o movimento para frente dos primeiros molares

permanentes pode ser acompanhado pelo segundo molar não irrompido, e que

qualquer tentativa de reposicionamento do primeiro molar pode produzir

impactação do segundo. (Mc Donald e Avery, 1995)

Para Vigorito (1986), os recuperadores são indicados nos casos de

perda de espaço, principalmente nas más-oclusões onde houve mesialização

dos primeiros molares permanentes por perda precoce dos dentes deciduos

Ngan et al. (1999), revisaram a literatura com o objetivo de atualizar o

clinico com os conhecimentos atuais sobre como lidar com problemas de

espaço. Primeiramente deve-se proceder uma análise de espaço, que pode ser

realizada através da análise convencional proposta por Nance. Esta análise

consiste na comparação entre a quantidade de espaço disponível para o

alinhamento dos dentes e a quantidade de espaço necessária para o

Page 20: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

19

alinhamento. 0 espaço disponível é medido calculando-se o perímetro do arco

a partir da face mesial de um primeiro molar permanente até a face mesial de

seu homólogo. 0 espaço necessário é a soma da largura mésio-distal dos

incisivos permanentes inferiores e a largura mésio-distal dos caninos e pré-

molares não irrompidos, que pode ser conseguida com auxilio de radiografias,

tabelas ou uma combinação de ambas. Outro tipo de análise é o método

proposto por Tanaka e Johnston. Neste método, é considerada a metade da

largura mésio-distal dos quatro incisivos inferiores e somada a 10,5mm para

chegar a largura dos caninos e pré-molares inferiores em um quadrante.

Somando-se 11mm chega-se a largura dos caninos e pré-molares superiores

em um quadrante. Para a resolução de problemas suaves de apinhamento (-

de 2mm) é recomendado o uso de mantenedores de espaço e a utilização do

"leeway space", que é a diferença de tamanho entre os molares deciduos e os

pré-molares sucessores. Para problemas moderados de apinhamento (de 2 a

4mm) recomenda-se o uso de recuperadores de espaço. Quando o

apinhamento é severo (5 a 9mm) as opções ficam entre a expansão do arco ou

a extração de dentes. Os problemas extremamente severos de apinhamento

(10mm ou +) indicam extração seriada de dentes. Os autores concluíram que a

maioria dos problemas de apinhamento de 4,5mm ou menos podem ser

resolvidos com a preservação do "leeway space" ou recuperação de espaço, e

que a época recomendada para encaminhar pacientes com problemas de

apinhamento para um especialista é no final da dentição mista.

Carrapezza (1997), numa revisão de literatura, afirmou que o

tratamento das má-oclusões iniciado precocemente é mais vantajoso quando

comparado com tratamento tardio, como por exemplo, quando iniciado no final

da dentadura mista, pois o apinhamento precoce pode fazer com que os dentes

que estão em erupção, façam seu irrompimento na gengiva não inserida,

gerando problemas irreversíveis sem cirurgias, além de reduzir os casos de

extração para menos de 5% e garantir melhores perfis faciais. 0 autor salientou

ainda como vantagem, o fato de que as crianças que iniciam o tratamento

Page 21: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

20

precocemente, terminam este tratamento antes da adolescência, fase

sabidamente conhecida como de difícil manejo e cooperação dos pacientes.

Almeida et al. (1999) revisaram a literatura visando discutir os aspectos

concernentes ao tratamento precoce das más-oclusões desenvolvidas durante

a dentadura decidua e mista. Salientaram que ás vésperas do terceiro milênio,

não havia um consenso unânime a respeito desta questão. Citaram como

vantagens a simplificação ou eliminação da necessidade de tratamento

corretivo na dentadura permanente, redução do número de casos com

extrações de dentes permanentes, redução da necessidade de cirurgia

ortognática, aumento da estabilidade da correção morfológica, maior

cooperação do paciente, benefícios psicológicos e redução do custo biológico

pois, diminui a ocorrência de reabsorções radiculares, fenestrações ósseas e

recess6es gengivais. Como desvantagens são citadas as dificuldades em

prever o rumo do processo de crescimento e desenvolvimento crânio-facial, o

menor domínio da manipulação ortopédica dento-facial e o prolongamento do

período cronológico de tratamento. Os autores concluíram que a abordagem

preventiva e interceptora das má -oclusões tem demonstrado vantagens

indiscutíveis, e apenas o comodismo ou o desconhecimento são capazes de

ignorá-la.

Ghafari (1986) revisando a literatura sobre manutenção e recuperação

de espaço, relatou entre as causas mais comuns de perda de espaço as

seguintes: perda prematura de dentes deciduos; lesões de cárie proximais não

restauradas; agenesia de incisivos laterais, incisivos centrais e segundos pré-

molares permanentes; erupção ectopica de incisivos, caninos, pré-molares e

primeiros molares permanentes e anomalias de forma como incisivos laterais

conoides. Quando molares deciduos eram perdidos precocemente, a

velocidade de fechamento do espaço estava relacionada com a idade da

criança, principalmente na maxila e não na mandíbula. Em casos de perda

prematura de incisivos deciduos nenhuma perda de espaço tem sido relatada

contanto que os caninos deciduos estejam irrompidos. Perda precoce de

Page 22: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

21

caninos deciduos inferiores em uma dentição decídua completa, pode resultar

em perda de espaço por movimentação mesial dos molares deciduos,

especialmente se os caninos são perdidos próximo da época de erupção dos

primeiros molares permanentes. Além destas, erupção lingual dos incisivos

permanentes também pode fechar espaços de caninos deciduos e se a perda

for unilateral pode ocorrer desvio da linha média para o lado afetado. As

conseqüências da perda precoce dependem de alguns fatores, tais como:

espaço disponível no arco, época e seqüência de erupção dos dentes

permanentes, intercuspidação, forças musculares e forças envolvidas no

crescimento crânio-facial. Para a recuperação de espaço, sugeriu que, alguns

fatores devem ser considerados: a possibilidade de distalização dos primeiros

molares permanentes, movimento que é mais restrito na mandíbula; a

indicação para vestibularização dos incisivos, que depende do perfil facial do

paciente, inclinação dos incisivos, quantidade de apinhamento e estado do

periodonto; e a possibilidade de expansão do arco. A criação de espaço na

dentição decidua deveria ser tentada apenas em casos de apinhamento

mínimo (2 a 4mm).

Os aparelhos recuperadores devem seguir alguns princípios básicos: o

aparelho deve ser construido de maneira que minimize o movimento reciproco

dos dentes suporte, a menos que este movimento seja desejado; a força deve

ser aplicada no ponto e direção corretos para evitar rotações, traumas e

interferências oclusais; movimentos complexos deveriam ser evitados porque

estes não são facilmente tolerados pelos pacientes, especialmente com

aparelhos removíveis; o profissional deve reconhecer as diferenças anatômicas

entre a maxila e mandíbula e tomar vantagem quando possível, salientando

que interferências oclusais deveriam ser removidas através de um plano de

mordida ou desgastes mínimos quando necessários (Ghafari, 1986).

Para Mc Donald e Avery (1995), a recuperação de espaço que requer a

distalização de um primeiro molar permanente inferior é um desafio. No

entanto, se existirem condições favoráveis, é conveniente fazer uma tentativa

Page 23: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

22

para recuperar o espaço. Um aparelho fixo intra-oral com ativação de mola

espiralada aberta vem sendo usado com grande sucesso para esses casos. A

estabilidade bilateral e a ancoragem são garantidas por um arco lingual

soldado. Um bracket estreito é alinhado e soldado á superfície vestibular de

uma banda adjacente ao espaço, antes que o arco lingual seja cimentado.

Além disso uma banda é adaptada ao primeiro molar permanente . a ser

distalizado e um tubo vestibular é propriamente alinhado e unido à banda antes

da cimentação. Um fio redondo é selecionado para permitir sua movimentação

livre dentro do tubo, mas também para ser fixado seguramente ao bracket com

fio de ligadura. 0 fio é cortado no comprimento conveniente e ajustado ao

alinhamento dos dentes, fazendo-se curvaturas quando necessário. Uma mola

aberta, 2mm maior que espaço entre o bracket e o tubo, é colocada em torno

do fio, e o conjunto inteiro é então cimentado. A ativação da mola é feita a cada

4 semanas. 0 mesmo aparelho pode servir como contenção desde que a mola

esteja em uma posição passiva.

Itch et al. (1991) relataram um estudo clinico desenvolvido em 10

pacientes em fase inicial de dentadura mista para medir a distalização de

molares alcançada com imãs. 0 período de tratamento variou de . 39 a 75 dias.

0 aparato utilizado foi o Molar Distalization Sistem (MDS) (FIG. 1) que usa dois

imas de cargas opostas para cada quadrante maxilar. Para montagem do

aparelho, um molar deciduo em boas condições é bandado com um tubo na

vestibular e associado a um arco de Nance, um tubo de aparelho extrabucal é

soldado à bando do primeiro molar permanente, e o MDS instalado entre os

dois tubos. Este aparelho deve ser ativado a cada 2 semanas. A distalização

dos molares atingiu medidas entre 0,5mm até 3,7mm, com uma média de

2,1mm, em períodos de 39 a 75 dias. Os autores afirmaram que a

movimentação observada no estudo foi quase totalmente de corpo, com uma

leve inclinação para distal e rotação.

Page 24: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

23

Figura 1 — Molar Distalizing System

(1 = ima; 2 = fio seccional; 3 = cursor

deslizante; 4 = tubo no primeiro molar).

Objetivando avaliar clinica e cefalométricamente o efeito do aparelho

Jones Jig na distalização unilateral do primeiro molar superior, Freitas et al.

(1995) observaram dois casos clinico que utilizaram este tipo de terapia. 0

aparelho é formado por um botão de Nance fixado nos segundos pré molares

ou nos primeiros pré molares e uma mola aberta posicionada entre o dente

escolhido como suporte para o botão de Nance e o primeiro molar, que possui

um tubo soldado na face vestibular da banda (FIG. 2 e 3). 0 primeiro paciente,

com 10 anos, apresentava o primeiro molar superior esquerdo 5mm em relação

de Classe II. Noventa e sete dias após a instalação do aparelho, sua relação

molar foi corrigida. As movimentações dentais incluíram 4mm de desvio para

distal e inclinação de 11 graus. Se o tubo do molar fosse posicionado mais

próximo do centro de rotação do dente provavelmente esta inclinação não

ocorreria. 0 segundo paciente, com 18 anos e 2 meses, apresentava o molar

superior esquerdo 4mm em relação de Classe II. Após 180 dias de tratamento

o molar distalizou 5nnm e inclinou 6 graus, sendo necessário, durante o

tratamento, uma placa anterior para desoclusão posterior, que facilitou a

movimentação do molar. Os autores concluíram que os molares foram

distalizados com sucesso, num curto período de tempo e sem a colaboração do

paciente.

Page 25: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

24

Figura 2 — Componentes do aparelho

(1 = corpo principal; 2 = mola aberta de

níquel -titanio; 3 = tubo de compressão

(ativação).

Figura 3 — Vista oclusal do sistema de

ancoragem e ativação do aparelho.

Cotta e Totti (1999), em um relato de caso clinico, tiveram por objetivo

avaliar o tratamento de um paciente com o aparelho intra-oral Jones Jig com a

finalidade de promover distalização bilateral de primeiros molares superiores. A

paciente tinha 13 anos de idade, sexo feminino, era portadora de má-oclusão

Classe II, 1' divisão, e os incisivos não apresentavam projeção. A ativação não

foi realizada de uma maneira sistemática, mas a literatura recomenda

intervalos de 4 a 5 semanas. 0 aparelho foi instalado e ativado na mesma

seção. Após 28 dias observaram distalização bilateral de 2mm. Seguiram-se

Page 26: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

mais três ativações e ao final de 3 meses e 20 dias obteve-se uma distalização

de 5mm do lado direito e 3,2mm do lado esquerdo. 0 aparelho intra-oral de

Jones Jig atingiu seus objetivos sem a necessidade de colaboração da

paciente, e obteve distalização com poucas conseqüências na porção anterior

da maxila.

Com a apresentação de três casos clínicos, Scott (1996) afirmou que o

Lokar Molar Distalizing Appliance (FIG. 4) é superior a qualquer outro aparelho

disponível no mercado quando pretende-se distalizar molares superiores. Para

a instalação do aparelho são necessárias duas fases clinicas e uma

laboratorial. Na primeira consulta bandas são ajustadas no primeiro molar

permanente e nos molares deciduos (ou pré-molar). Após é realizada uma

moldagem de transferência. No laboratório, um arco com botão de Nance é

construido e soldado nas bandas dos molares deciduos. Na banda do molar

permanente é soldado um tubo vestibular. Na segunda consulta o arco de

Nance e as bandas dos molares são cimentados e o Lokar Molar Distalizing

Appliance é instalado.

Figura 4 — Lokar Molar Distalizing

Appliance (ativação).

0 paciente deve ser acompanhado a cada 5 ou 6 semanas para

monitoramento e reativação. Geralmente é esperado de 1mm a 3mm de

espaço criado a cada reativação. 0 autor ressaltou que este sistema produz

Page 27: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

26

resultados consistentes e previsíveis, necessitando de pouco "tempo de

cadeira" para chegar-se ao sucesso.

Figueiredo et al. (1999) revisaram a literatura com o objetivo de mostrar

mais uma opção de tratamento para casos em que há necessidade de

distalizar os molares superiores simétrica ou assimetricamente; trata-se do

aparelho Pendulum/Pendex. 0 aparelho é composto basicamente por uma

mola com helicóide fechado que possui uma dobra em uma extremidade que

será encaixada no tubo palatino da banda do molar, enquanto a outra

extremidade é fixada no acrilico de um botão de Nance ou expansor de Haas

adaptado aos molares deciduos (FIG. 5, 6 e 7). São citadas como vantagens

do aparelho a terapia fixa, estética, distalização rápida, mecânica mono-

maxilar, fácil controle, e o fato de a distalização poder ser unilateral. Os autores

concluíram que esta técnica possui uma excelente aplicação pois além de

promover o movimento distal e o giro dos molares, podem promover a

expansão da arcada. Em apenas 3 a 4 meses de terapia, é possível distalizar

os molares em 5mm ou mais.

Figura 5 — Aparelho Pendulum/Pendex

(pré-ativação das molas)

Page 28: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

Figura 6 — Vista oclusal do aparelho

Pendulum/Pendex com os braços

colados e as molas pré-ativadas.

Figura 7 — Aparelho Pendulum/Pendex

(A = imediatamente após a instalação,

B = 5 meses após a instalação).

Page 29: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

28

Almeida (1999) sugeriu uma alteração no aparelho Pendulum/Pendex:

diz respeito as molas distalizadoras que são removíveis e que no aparelho

original encontram-se fixadas no acrílico. A construção do aparelho segue os

passos do aparelho convencional, porém durante a acrilização, duas extensões

de 10mm de tubos telescópicos são posicionados paralelos à sutura palatina

mediana. Ativa-se as molas fora da boca e após à fixação do aparelho são

inseridas nos tubos telescópicos e posteriormente nos tubos linguais dos

primeiros molares. A principal vantagem desta modificação é a remoção das

molas para facilitar a sua ativação. 0 autor finalizou afirmando que o aparelho

Pendulum proporciona uma distalização rápida dos molares superiores em um

período de aproximadamente 4 a 5 meses, empregando-se uma única

ativação. Porém, há situações clinicas que podem exigir a necessidade de

reativações.

Quando a opção de tratamento escolhida incluir a utilização de

aparelhos removíveis, Tenti (1993) sugeriu três alternativas. A primeira utiliza

um aparelho removível superior com grampos de Adams nos molares e pré

molares e parafusos sagitais incluídos no acrílico entre os grampos (FIG. 8).

Figura 8 — Aparelho recuperador de

espaço com parafusos sagitais.

Page 30: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

Figura 9 — Aparelho recuperador de

espaço com molas distalizadoras.

Figura 10 — Aparelho recuperador de

espaço com elásticos.

l()

Page 31: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

3()

A segunda alternativa utiliza um aparelho removível superior com ancoragem

anterior (arco vestibular recoberto de acrílico ou splint parcial) e molas de

distalização adaptadas na face mesial dos molares (FIG. 9). A terceira

alternativa utiliza um aparelho removível superior com ancoragem anterior e

ganchos para aplicação de elásticos (FIG. 10).

Para a recuperação de espaço no arco inferior a terapia mais

comumente realizada é aquela que utiliza um fio contornando por vestibular os

molares permanentes inferiores direito e esquerdo. Trata-se da Placa Lábio

Ativa (PLA) (FIG. 11), e seu mecanismo de ação está baseado na remoção da

influência da musculatura na posição dos dentes, aliviando a pressão que o

tecido mole bucal e labial exerce sobre os dentes inferiores (Graber e

Neumann, 1987).

Figura 11 — Placa Lábio Ativa (PLA).

Na ortodontia interceptora a PLA pode ser utilizado como recuperador

de espaço para a vertilcalização dos primeiros molares inferiores permanentes

quando estes se inclinaram para mesial; como impedidor de interposição labial

nos casos de protrusão dos dentes superiores e retrusão dos dentes inferiores,

condição esta que pode ser agravada pela interposição labial; como impedidor

de pressionamento labial possibilitando que os dentes ântero-inferiores se

Page 32: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

31

movimentem para vestibular diminuindo o seu apinhamento; e como escudo

vestibular para manter a musculatura peribucal afastada dos processos

alveolares e promover uma leve tração do vestíbulo, estimulando assim a

aposição óssea, fato este que propiciaria um estimulo para angariar espaço

nesta região. Já na ortodontia corretiva a sua utilização é destacada como

reforço de ancoragem por ser a ancoragem mais segura, eficiente e simples

para o arco inferior e, para contrapor os efeitos extrusivos dos elásticos de

classe ll pois a PLA minora os efeitos deletérios desta técnica, evitando que os

molares inferiores inclinem-se ou extruam em demasia (Almeida et al., 1991).

Num estudo prospectivo sobre os resultados alcançados com o

tratamento com PLA, Davidovitch et al. (1997) objetivaram eliminar todas as

possíveis variáveis que pudessem influenciar os efeitos clínicos deste aparelho,

tais como: conclusões baseadas somente em modelos de gesso e

cefalometrias; pequenas amostras; períodos inadequados e tratamentos

ortodõnticos realizados na mesma época. Os pacientes (n=30) incluídos neste

estudo tinham as seguintes características: raga branca, deficiência no

comprimento do arco inferior de 3 a 8mm, presença dos segundos molares

deciduos e ma oclusão Classe I — divisão. Os pacientes foram agrupados ao

acaso em um grupo controle (n=18) e um experimental (n=16). A PLA usada foi

posicionada 1,5 a 2mm do terço gengiva) dos incisivos inferiores. 0 aparelho foi

inserido passivamente e o uso continuo foi garantido com a fixação deste nas

bandas dos molares. As mudanças ocorridas foram analisadas por dois

observadores em modelos de estudo, cefalometrias e tomografias após 6

meses de tratamento. Obtiveram como resultados uma diminuição do

apinhamento no grupo tratado que pode ser atribuído ao aumento do perimetro

e comprimento do arco. Estas mudanças eram diferentes das reduções

apresentadas pelo grupo controle. Os aumentos alcançados sob as condições

deste estudo podem ser atribuidos à vestibularização dos incisivos (45% a

55%), distalização e inclinação para distal dos molares (35% a 50%) e aumento

das distancias intercanina e molar deciduo/pré-molar (5% a 10%). Segundo os

Page 33: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

32

autores esta terapia com PLA pode contribuir para a resolução de deficiência

no perimetro do arco durante a dentição mista.

Hodge et al. (1997) realizaram uma pesquisa de campo para avaliar a

força que uma PIA exerce nos molares permanentes inferiores. Participaram

deste estudo 38 pacientes (23 meninas e 15 meninos) com média de idade de

12 anos e 11 meses e sem hábitos bucais. Para medir a força foram

produzidos calibradores especiais adaptados às bandas dos molares. As

medidas foram tomadas na presença e na ausência do anteparo de acrílico e

com a PLA nas posições 2M (2mm à frente dos incisivos e no meio de sua

coroa clinica), 4M (4mm à frente dos incisivos e no meio de sua coroa clinica),

2G (2mm à frente dos incisivos e 4mm abaixo da metade de sua coroa clinica)

e 4G (4mm à frente dos incisivos e 4mm abaixo da metade de sua coroa

clinica). 0 anteparo de acrilico não foi medido na posição 2M e 2G porque sua

espessura já produzia uma distância de 4mm. As forças foram medidas com os

lábios em repouso, falando e na deglutição de 5m1 de Agua. Analisando os

resultados observaram um aumento de 72% na força quando a PLA sem

anteparo foi movida da posição 2M para 4M e 17% de aumento da posição 2G

para 4G. No sentido vertical, houve 150% de aumento na força quando o

aparelho foi movido da posição 2M para 2G e 70% de aumento da posição 4M

para 4G. Isto ocorre porque quando o aparelho é conservado perto do dente,

na metade da coroa clinica, a pressão do lábio contra a PLA pode ser impedida

porque o incisivo superior mantém o lábio afastado. A deglutição apresentou as

maiores forças, porém uma pessoa permanece nessa posição 10 a 15 min por

dia. Logo essas forças tem efeito mínimo na movimentação dental quando

comparado com as forças de repouso. A adição de um anteparo produziu um

aumento de 25% nas forças na posição 4G e 43% de aumento na posição 4M.

Como conclusão, verificaram que a PLA com anteparo produz forças

significantemente maiores, a posição da PLA tem efeito na quantidade de força

produzida, e não há diferença quando compara-se gênero, má-oclusão, padrão

facial ou espessura do lábio.

Page 34: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

33

Segundo Weinstein (1967) uma força de 1,68g além das existentes

naturalmente, já é suficiente para produzir movimento quando aplicada nos

dentes por um período de 52 dias.

Nevant et al. (1991) observaram um movimento para distal 1,5mm

maior quando era adicionado um anteparo de acrílico na PLA.

O'Donnell et al. (1998) desenvolveram um estudo prospectivo com o

intuito de avaliar o movimento dental após 1 ano de tratamento com PLA,

comparar as forças pré e pós tratamento aplicadas por estes dispositivos nos

molares permanentes inferiores e determinar a relação entre as forças do lábio

e o movimento dental. A amostra consistia de 25 adolescentes (15 meninas e

10 meninos) com média de idade de 13 anos. As PLAs foram feitas com fio de

aço inoxidável com loops na mesial dos molares e foram posicionadas 2mm

frente dos incisivos inferiores no nível da margem gengival. 0 aparelho não

possuía o anteparo de acrílico e era fixo nos tubos das bandas dos molares. As

PLAs eram avançadas conforme a necessidade nas consultas de retornõ (3 a 4

semanas) para manter a posição inicial. Como resultados obtiveram que as

forças pré e pós tratamento não tiveram uma diferença significativa, fato que

gerou certa surpresa, já que estudos anteriores afirmaram que há uma

adaptação muscular. Talvez pelo aparelho estar apenas 2mm à frente dos

incisivos o limite biológico da adaptação muscular não tenha sido ultrapassado.

As mudanças mais significativas no arco inferior incluem inclinação para frente

e protrusão dos incisivos, movimentação distal dos molares, aumento na

largura do arco nos pré-molares e caninos e diminuição do apinhamento dos

incisivos. Juntos estes fatores causaram um aumento no comprimento e

perímetro do arco. As conclusões tiradas foram as seguintes: não há diferença

estatística entre as forças pré e pós tratamento pois não há adaptação

muscular e as mudanças dentais citadas anteriormente são maiores quando o

aparelho não pode ser removido pelo paciente

Page 35: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

Biblioteca Universitária UFSC

3 DISCUSSÃO

Embora a sociedade em geral já tenha avaliado melhor os seus

conceitos sobre o valor dos dentes deciduos, a cultura popular insiste em

classificá-los como sem importância, pelo fato de serem transitórios.

desenvolvimento de uma oclusão normal na dentição permanente, depende de

uma harmonia durante a dentição decidua e a dentadura mista. Por isto a

manutenção dos dentes deciduos até a época correta de sua exfoliação é parte

fundamental deste processo, pois estes são os mantenedores de espaço ideais

(Machado, 1982; Neto et al., 1994; Chaves Jr. e Carvalho, 1996).

Quando algum espaço é perdido, seja por perdas precoces de dentes

deciduos, lesões de cárie proximais, restaurações inadequadas, perda de

incisivos permanentes devido a trauma, agenesias congênitas, erupção

ectópica de dentes permanentes ou má-formações dentárias (Ghafari, 1986;

Korytnicki et al., 1994), o equilíbrio necessário para a troca entre as dentições

pode ser quebrado. Sempre que um espaço é criado, há uma tendência natural

para o deslocamento dos dentes adjacentes rumo â este espaço,

consequentemente diminuindo o comprimento do arco (Neto et al., 1994).

Segundo Baume (1950) a ocorrência de lesões de cáries proximais, podem

gerar um movimento para mesial dos dentes posteriores gerando

conseqüências danosas para a oclusão (Moyers, 1991; Guedes-Pinto, 1997).

Quando há perda prematura de dente deciduo a probabilidade de uma

má-oclusão se estabelecer é de 90%, enquanto na ausência deste fato a má-

oclusão ocorre em 79,7% dos casos (Hoffding e Kisling, 1978a). Considerando-

se a perda de espaço por extração, segundo Owen (1971), quanto mais tempo

o espaço da extração estiver presente, maior será o fechamento do espaço,

Page 36: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

35

principalmente se a perda do dente ocorrer antes da irrupção dos molares

permanentes (Kisling e Hoffding, 1979; Johnsen, 1980; Ghafari, 1986), que

podem até, em alguns casos, ocupar todo o espaço do dente deciduo (Stewart,

1982; Carrol e Jones, 1982). 0 estudo de Fanning (1963) mostra que uma

perda muito precoce resulta em um atraso na erupção, confirmado por Posen

(1965), que afirma que quanto mais jovem a criança, mais facilmente poderá

ocorrer atraso na erupção do dente sucessor. Porém Loevy (1989) encontrou

resultados contrários, já que em seu estudo foram usados como controle os

dentes contra-laterais, que haviam recebido algum tipo de tratamento

endodântico ou restaurador, sugerindo que os fatores ambientais podem

influenciar a erupção dos sucessores.

As arcadas superior e inferior e também os grupos dentais têm

comportamentos diferentes frente à uma perda prematura de molar deciduo.

Para Owen (1971), enquanto na arcada inferior a ocupação do espaço da

extração ocorre predominantemente por desvio para distal dos dentes

anteriores, na arcada superior o fechamento do espaço dá-se devido á

movimentação para mesial dos dentes posteriores, além de ocorrer numa

velocidade maior. Por outro lado, Hoffding e Kisling (1978b) afirmam que,

quando acontece perda prematura de decíduos, há uma maior freqüência de

apinhamento dental, tanto na maxila quanto na mandíbula. Contudo, se ambos

os molares deciduos forem perdidos precocemente no mesmo quadrante, na

mandíbula ocorre uma maior movimentação do primeiro molar permanente

para mesial, pois a lingua pode atuar como mantenedor de espaço na arcada

superior.

A movimentação dental depende de alguns fatores, tais como: idade

dental no momento da perda, condições de espaço, rota e época de erupção,

intercuspidação e o grupo dental, que é o fator mais decisivo (Kisling e

Hoffding, 1979). A movimentação dental pode ocorrer também no sentido

cérvico-oclusal, pois a ausência de intercuspidação pode levar a extrusão do

antagonista do dente perdido (Guedes-Pinto, 1997). Todos os dentes

Page 37: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

36

superiores tem tendência a sobreerupção, especialmente os segundos molares

deciduos e os primeiros molares permanentes, fato raramente observado na

mandíbula. Segundo Yonezu e Machida (1997), a sobre-erupção acontece

principalmente nos 8 primeiros meses após a perda do dente.

As perdas de espaço trazem repercussões danosas ao

desenvolvimento normal da oclusão gerando problemas futuros de má-oclusão,

tais como: desvio mesial do molar permanente, diminuição do comprimento do

arco dentário, aumento da sobremordida, impactações, apinhamentos,

assimetria do arco dentário, seqüência de erupção alterada (Chaves Jr. e

Carvalho, 1996) e desvio de linha média (Kisling e Hoffding, 1979; Johnsen,

1980; Korytnicki et al., 1994; Ghafari, 1986). Cuoghi et al. (1998) em um estudo

com 31 crianças verificaram que 18 meses após a extração precoce do

primeiro molar deciduo, 60% dos arcos dentais examinados apresentou uma

redução média de espaço de 1,3mm. Porém, para Johnsen (1980) a perda

precoce dos primeiros molares decíduos durante a dentadura mista raramente

gera como conseqüência um movimento dos primeiros molares permanentes.

Assim como Machado (1982), que afirma que na dentição decidua, pelo fato

dos dentes deciduos estarem implantados perpendicularmente ao osso basal e

as forças não terem uma componente mesial, os espaços não se fecham com

rapidez. As conseqüências da perda precoce dependem de alguns fatores, tais

como: espaço disponível no arco, época e seqüência de erupção dos dentes

permanentes, intercuspidação, forças musculares e forças envolvidas no

crescimento crânio-facial (Ghafari, 1986), tipo facial, número de dentes

perdidos, época da perda, tempo decorrido após a perda, dente extraído e arco

envolvido (Neto et al., 1994)

A perda precoce de dentes deciduos por trauma e por doenças

sistêmicas é mais comum na região ântero-superior. Este local raramente

mostra perda de espaço, salvo em perdas muito precoces, antes mesmo do

irrompimento dos caninos deciduos. Neste caso a probabilidade de fechamento

Page 38: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

37

de espaço aumenta (Ghafari, 1986; Ribeiro et al., 1986; Shafer et al., 1987;

Neto, 1994; Korytnicki et al., 1994).

Outro problema que a perda de espaço pode trazer para a dentição

mista é a impactação de dentes permanentes ou desvio de sua trajetória de

erupção, gerando uma má-oclusão nesta dentição. Para recuperar este espaço

perdido pode-se lançar mão do uso de aparelhos recuperadores de espaço.

Os recuperadores são indicados nos casos de perda de espaço,

principalmente nas más-oclusões onde houve mesialização dos primeiros

molares permanentes por perda precoce dos dentes deciduos (Vigorito, 1986).

Estes aparelhos podem ser utilizados também nos casos onde não . houve

perda de espaço mas, há uma diferença negativa entre o tamanho dos dentes

deciduos e seus sucessores. A maioria dos problemas causados por falta de

espaço de menos de 4,5mm pode começar a ser resolvida no fi m da dentição

mista com a recuperação de espaço e preservação do leeway space, que é a

diferença de tamanho entre os molares deciduos e os pré molares sucessores

(Ngan et al., 1999).

Embora Almeida (1999) afirme que não há uma unanimidade entre os

autores sobre a época certa para o inicio do tratamento das má-oclusões,

parece haver um consenso entre os autores aqui pesquisados que a fase de

dentição mista é a ideal (O'Donnell et al., 1998; Davidovitch et al., 1997;

Almeida, 1999), antes do aparecimento do segundo molar que dificulta sobre-

maneira o tratamento (Figueiredo et al., 1999; Mc Donald e 'Avery, 1995;

Almeida, 1999).

0 planejamento para a recuperação de espaço, segundo Ghafari

(1986), deve levar em consideração a possibilidade de distalização dos

primeiros molares permanentes, a indicação de vestibularização dos incisivos,

e a possibilidade de expansão do arco, para a maxila principalmente.

Page 39: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

38

A quantidade de espaço que precisa ser recuperada também é uma

dúvida freqüente. Ngan et al. (1999) sugerem que este cálculo seja feito

através da análise convencional ou a análise proposta por Tanaka e Johnston.

A sobre-correção está indicada (Figueiredo et al., 1999), já que quando os

aparelhos recuperadores são removidos, os molares rapidamente começam a

retornar a suas posições iniciais (Scott, 1996). Para evitar a recidiva pode-se

manter o aparelho instalado, todavia sem ativação, ou confeccionar um novo

aparelho para manutenção do espaço (Almeida et al., 1991).

O aparelho recuperador de espaço pode ser fixo ou removível, desde

que siga alguns princípios básicos: deve ser construido de maneira a minimizar

o movimento reciproco dos dentes suporte, a aplicação da força deve ser na

direção correta e em pontos de apoio corretos para evitar movimentos

indesejados, movimentos complexos devem ser evitados pois não são bem

tolerados pelos pacientes, o clinico deve reconhecer as diferenças anatômicas

entre os arcos inferior e superior, e as interferências oclusais devem ser

removidas. É importante ressaltar que os aparelhos fixos levam vantagem

sobre os removíveis pois a cooperação do paciente é parte chave do

tratamento (Itoh et al., 1991; Figueiredo et al., 1999).

O Molar Distalization Sistem (MDS) (Itoh et al., 1991) é uma alternativa

de tratamento para a recuperação de espaço no arco superior onde a força de

repulsão dos imãs é a responsável pela movimentação dos dentes. 0 aparelho,

que é reativado a cada 2 semanas, provoca distalizações de 2,1mm, em média.

0 movimento alcançado é quase todo de corpo, com pouca inclinação para

distal e rotação. Devido ao tamanho dos imas, os paciente podem alegar

desconforto na mucosa bucal durante a primeira semana de uso, além de

relatar dificuldade na higienização.

O aparelho Jones Jig é outra opção para distalização de .molares

superiores. Freitas et al. (1995) usaram este recurso e, ativando-o a cada 4

semanas, obtiveram movimentos de até 5mm em 180 dias de uso. Cotta e Totti

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39

(1999), também com o auxilio deste aparelho, porém utilizando-o de maneira

bilateral, conseguiu movimentos de 5mm e 3,2mm em pouco menos de 4

meses. Um sistema semelhante, citado por Scott (1996), chamado de Lokar

Molar Distalizing Appliance, provê resultados semelhantes.

Mais uma alternativa para distalizar os molares superiores é o aparelho

Pendulum/Pendex, utilizado por Figueiredo et al. (1999). Em apenas . 3 a 4

meses de terapia é possível distalizar os molares em 5mm ou mais. Almeida et

al. (1999) sugere uma alteração neste aparelho: durante a acrilização, duas

extensões de lOmm de tubos telescópicos são posicionados paralelos à sutura

mediana. A principal vantagem desta modificação é a remoção das molas para

facilitar a sua ativação.

Tenti (1993) sugere aparelhos removíveis para a recuperação de

espaço. Um deles usa parafusos distalizadores como mecanismo de ação.

Neste caso, o uso de arco vestibular incluído no acrílico, diminui um possível

deslocamento vestibular dos incisivos. Uma outra opção utiliza molas

distalizadoras posicionadas na mesial dos molares. Se os molares deciduos

ainda estiverem presentes, podem ser desgastados distalmente para facilitar a

colocação da mola. Mesmo após este procedimento, a colocação e,

especialmente o ajuste da mola, não é tão fácil. Pode deslizar em direção

oclusal ou para cervical, lacerando a papila. A distalização também pode ser

conseguida com elásticos. Esta opção é mais vantajosa pois os elásticos são

mais facilmente inseridos entre os dentes, além de ser mais fácil ajustar a

altura dos ganchos que a das molas.

No arco inferior a opção para a recuperação de espaço geralmente é a

PLA. Além de recuperador de espaço, este aparelho tem outras funções

(Almeida et al., 1991). A redução do apinhamento dental de pacientes tratados

com PLA, relatada por Davidovitch et al. (1997), foi atribuída a um aumento no

perímetro e comprimento do arco. Estas mudanças podem ser atribuídas

vestibularização dos incisivos (45% a 55%), distalização e inclinação para distal

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40

dos molares (35% a 50%) e aumento das distâncias intercanina e molar

deciduo/pré molar (5% a 10%). A distalização dos molares e o aumento nas

distâncias transversais pareceram contribuir tanto, ou até mais para o aumento

do perímetro do arco, quanto a vestibularização dos incisivos. Segundo Hodge

et al. (1997) uma PLA pode atingir forças de 9 até 12g, sendo que uma força de

1,68g já é suficiente para produzir movimento dental quando aplicada por um

período de 8 semanas (Weinstein, 1967). De acordo com as características do

aparelho, as forças podem ter maiores ou menores valores. Para Hodge et al.

(1997), que mediram as forças produzidas pela PLA, um aumento na distância

entre o aparelho e os incisivos (de 2mm para 4mm) pode provocar até 72% de

aumento na força. Isto, porque quando o aparelho fica perto dos dentes, a

pressão do lábio pode ser impedida pelos incisivos superiores. A posição

vertical da PLA também influencia na quantidade de força. Consegue-se um

aumento de 150% na força quando o aparelho é posicionado ao nível da

margem gengival dos incisivos inferiores, comparado com o aparelho instalado

no meio da coroa clinica dos dentes. A adição de um anteparo de acrilico na

PLA também produz forças maiores, fato que confirma os achados de Nevant

et al. (1991), que encontraram um movimento para distal 1,5mm maior quando

era adicionado um anteparo de acrílico no aparelho. Os resultados do

tratamento com a PLA podem ser calculados através do estudo de O'Donnell et

al. (1998), que utilizaram este aparelho em seus pacientes durante 1 ano. Após

este período as mudanças mais significantes incluíam vestibularização dos

incisivos e protrusão, inclinação para distal dos molares, aumento na largura do

arco e diminuição do apinhamento dos incisivos. Juntos, estes fatores

provocaram aumento no comprimento e perímetro do arco. Também foi

relatado uma expansão do arco, que pode ser explicada pela pressão exercida

pela lingua na superfície lingual dos molares não ter uma força antagonista, já

que a força da musculatura bucal encontra-se anulada.

Todavia alguns autores (Johnsen, 1980; Machado, 1982) afirmam que

em algumas situações a perda precoce de dentes deciduos não representa

problemas quanto a perda de espaço, a experiência clinica mostra ' que a

Page 42: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

41

manutenção de espaço após uma perda precoce parece ser a alternative mais

adequada para estes casos, pois os dentes deciduos possuem outras funções

além de mantenedores de espaço.

A recuperação de espaço exerce relevante papel na clinica diária, já.

que pode amenizar ou até solucionar futuros problemas de má -oclusão,

inclusive em casos onde não houve perda de espaço mas foi verificado uma

diferença negativa entre o espaço presente e o espaço requerido, ou seja um

leeway space insuficiente para mudança harmônica entre as dentições.

Page 43: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

4 CONCLUSÕES

Com base na revisão de literatura conclui-se que:

1) É de fundamental importância a conservação dos dentes deciduos

na sua integridade porque interfere diretamente na estética, mastigação,

fonação estimulação do desenvolvimento dos maxilares, e preservação da

oclusão e do espaço para os sucessores permanentes.

2) As principais causas de perda de espaço são: perda precoce de

dentes deciduos tanto por fatores sistêmicos quanto por fatores locais, lesões

de cárie proximais, restaurações inadequadas, perda de incisivos permanentes

devido a trauma, agenesias congênitas, erupção ectópica de dentes

permanentes e má formações dentárias. Perdas que podem trazer

repercussões danosas ao desenvolvimento normal da oclusão gerando

problemas futuros de má-oclusão.

3) Para diagnosticar a necessidade de recuperação de espaço é

preciso calcular o espaço presente e o espaço requerido através de um dos

métodos de análise da dentadura mista.

4) Há vários modelos de aparelhos recuperadores e técnicas

disponíveis atualmente, sendo capaz de gerar resultados bastante satisfatórios

em intervalos curtos de tempo. Cabe ao profissional indicar o mais adequado

para cada caso.

5) Após alcançada a recuperação, é necessário manter o espaço

conseguido até a estabilização da dentição permanente para garantir uma

oclusão normal.

Page 44: RECUPERAÇÃO DE ESPAÇO

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