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Rede São Paulo de Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP Ensino Fundamental II e Ensino Médio São Paulo 2011

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Rede So Paulo de

Cursos de Especializao para o quadro do Magistrio da SEESP

Ensino Fundamental II e Ensino Mdio

So Paulo

2011

UNESP Universidade Estadual PaulistaPr-Reitoria de Ps-GraduaoRua Quirino de Andrade, 215CEP 01049-010 So Paulo SPTel.: (11) 5627-0561www.unesp.br

Governo do Estado de So Paulo Secretaria de Estado da EducaoCoordenadoria de Estudos e Normas PedaggicasGabinete da CoordenadoraPraa da Repblica, 53CEP 01045-903 Centro So Paulo SP

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ficha sumrio tema

SumrioVideo da Semana ...................................................................... 2

Poluentes do solo. ..........................................................................2

5.1 - Solo Poludo e Solo Contaminado .....................................................2

5.2 - Poluentes. ...........................................................................................3

5.3 - Poluio do solo rural .........................................................................4

5.4 - Poluio do Solo Urbano ................................................................ 10

5.5 - Resduos Slidos Urbanos ............................................................... 11

5.6 - Os Resduos como Poluentes do Solo: ............................................ 12

Classificao de Resduos ABNT .............................................13

5.7 - Fontes da Poluio do Solo. ............................................................ 15

5.8 - Formas de contaminao do solo .................................................... 16

5.9 - Recuperao do Solo ....................................................................... 16

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edefor Mdulo IV

Disciplina 08 Tem

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Video da Semana

Poluentes do solo.Para fecharmos os estudos acerca da influncia da litosfera e as questes ambientais envol-

vidas, nessa semana a abordagem ser mais direcionada aos poluentes do solo e conseqncias de um solo poludo ou contaminado.

Dentre todos os elementos e compostos que formam ou compe um solo natural, temos substncias que, pela sua natureza podem ser considerados contaminantes ou poluentes, no o fato de se encontrar em quantidades nfimas ou em nvel de trao que uma substncia pode ser definida como poluente.

5.1 - Solo Poludo e Solo Contaminado

Solo poludo quando este contm qualquer tipo de substncia que altera suas caracters-ticas, tornando-o desfavorvel ao seres vivos. As substncias que promovem esta alterao so denominadas poluentes. Dos poluentes, os que mais afetam o solo so de origem de atividades industriais, atividades agrcolas e o lixo domstico.

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Lixo o conjunto de resduos produzidos pelo homem como papel, restos de alimentos, embalagens plsticas, madeira, garrafas, resduos industriais, entre outros. O lixo possui uma parte que denominada biodegradvel, esta parte constituda por restos de animais, de ali-mentos e de plantas que denominado lixo orgnico, este lixo orgnico decomposto no solo formando substncias teis a este. O lixo tambm possui uma parte que no facilmente de-composta e que pode ficar depositada no solo por muito tempo como dcadas ou at sculos para se decompor.

Solo contaminado quando este contm agentes causadores de doenas, como substncias txicas, vrus, bactrias, micrbios, vermes, protozorios, entre outros. As substncias txicas quando em baixa concentrao podem existir no solo e no causar doenas, mas sero conside-radas agentes de contaminao quando a sua concentrao atingir certo valor que possa causar qualquer tipo de doena no seres vivos.

5.2 - Poluentes.

A poluio do ambiente ou qualquer modificao ou alterao, como o desmatamento, so situaes que implicam em um desequilbrio que afeta todas as caractersticas do solo e altera todos os processos que ocorrem alterando a fertilidade do solo.

Uma definio de solo : uma poro definida de terra (superficial ou subterrneo), cujas caractersticas originais foram modificadas pela ao humana ao incorporar algum agente de contaminao. Os agentes de contaminao podem ser classificados em:

Contaminaofsica:Quando ocorrem alteraes nos parmetros como temperatura e radioatividade.

Contaminaobiolgica: Quando ocorrem alteraes como a putrefao de espcies patognica.

Apoluioqumica:Quando ocorre a incorporao de elementos ou de compostos em concentraes que alterem a composio original do solo.

O critrio para definir um limite mximo de concentrao para potenciais contaminantes no solo leva em considerao a capacidade do solo em degradar estas espcies sem perder suas caractersticas originais sem, portanto gerar um risco de dano ao meio ambiente.

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A variedade e quantidade de poluentes no solo so imensas nesse trabalho iremos discutir apenas contaminantes qumicos mais caractersticos e perigosos:

Contaminantes inorgnicos:

Os materiais inorgnicos tambm se encontram presente de forma natural no solo. A quan-tidade desses compostos inorgnicos regulada pelos ciclos biolgicos associados a cada um no solo. O desequilbrio acontece quando ocorre um aumento da concentrao de alguns destes compostos dentro do ciclo, o que considerado como contaminao, alterando assim o ciclo e a capacidade regulatria do solo.

Metais pesados:

Esses tipos de metal se encontram presentes naturalmente no solo, mas sempre se apresen-tam em pequenas quantidades. O risco ocorre quando estes se acumulam em grandes quanti-dades no solo.

Poluentes orgnicos:

o maior grupo de poluentes, pois so inmeras substncias que na maioria so produ-zidas pelo homem. Estas substncias tm efeitos diferentes sobre o meio ambiente e muitos deles altamente txicos.

5.3 - Poluio do solo rural

Atualmente, comum, em reas rurais, o emprego de substncias qumicas no solo em busca de fertilizao ou para evitar o ataque de pragas. Por este motivo que, nesta seo, voc vai estudar os efeitos dessas substncias qumicas no solo e tambm o efeito de salinizao devido ao mau uso da prtica de irrigao do solo.

O uso exagerado e abusivo de fertilizantes sintticos e defensivos leva a uma srie de impac-tos ambientais imediatos e a outros, que dependem do fator tempo para se manifestar (anos ou dcadas) e ser avaliadas as suas conseqncias finais.

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O uso de fertilizantes sintticos e defensivos at pode ser justificado por muitos para asse-gurar os nveis de produo, principalmente de alimentos, para o atendimento de uma popula-o que continua a crescer em taxas elevadas, da qual cerca de dois teros tm graves problemas de desnutrio.

Mas devemos pensar com respeito aos riscos do uso desses fertilizantes. Se no possvel abolir o uso desses fertilizantes em curto prazo, ento, preciso limitar seu uso ao estrita-mente indispensvel, cortando os desperdcios geradores de resduos poluidores, usando tcnicas de preparo, controlando o descarte de embalagens e frascos, restringindo o emprego dos defensivos aos ambientalmente mais seguros e empregando tcnicas de aplicao que reduzam os acmulos e propagao pela cadeia alimentar.

As principais substncias que interferem na qualidade do solo e prticas que levam a im-pactos ambientais nas reas rurais so o uso de fertilizantes e defensivos agrcolas que se des-tacam como substncias interferentes e poluidoras dos solos.

Retorne ao BOX 4 para maiores informaes acerca dos poluentes. orgnicos recalcitrantes ou persistentes

Fertilizantes sintticos

Os fertilizantes mais usados eram os compostos de origem natural, tais como, restos de vegetais decompostos e dos excrementos de animais (estrume) e o Salitre do Chile.

Sendo todos produtos naturais, sua biodegradao e incorporao ocorrem mais facilmen-te no solo, diminuindo os riscos de desequilbrio ou danos ao meio ambiente, levando em considerao a quantidade de emprego desses.

Desde a produo do adubo artificial, acabaram as barreiras que limitava sua disponibili-dade, ocasionando assim o crescimento de riscos de sua acumulao ambiental at a concen-trao txica, desde nutrientes essenciais at de outros elementos.

A adio de fertilizantes ao solo visa atender a demanda de nutrientes das culturas. Em ordem decrescente das quantidades exigidas pela planta, so cerca de dezesseis os elementos suas formas minerais ou mineralizadas encontradas em soluo nos solos. Esses nutrientes so ditos macronutrientes principais e secundrios e micronutrientes.

http://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/39958/17/qui_m4d8_tm03_box4.pdfhttp://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/39958/17/qui_m4d8_tm03_box4.pdf

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Os macronutrientes principais so: o nitrognio, fsforo e potssio. Em seguida, esto os macronutrientes secundrios: o clcio, magnsio e enxofre. Por fim, os micronutrientes como o ferro, mangans, cobre, zinco, boro, molibdnio e cloro.

Como em qualquer processo fsico, qumico e biolgico, mesmo quando o fertilizante aplicado com a melhor tcnica e de modo que seja mais facilmente assimilvel pelo vegetal, a eficincia nunca de 100%. Assim, provoca em conseqncia, um excedente que passa a incorporar-se ao solo, fixando-se sua poro slida ou solubilizando-se e movimentando-se em conjunto com sua frao lquida ou ainda sendo acumulado na cadeia trfica.

A eficincia dessa aplicao, alm de depender da tcnica utilizada (modo e local da apli-cao, momento da aplicao e ocorrncia ou no de agentes que o carreguem e lixiviem etc.) depende tambm das quantidades adotadas. Essa dependncia expressa pela conhecida lei econmica dos rendimentos decrescentes. Por essa lei, a eficincia cai e quantidades crescen-tes de fertilizantes incorporam-se ao ambiente, e no planta. fcil prever que alguns dos fertilizantes podero vir a integrar-se a corpos de gua e outros ficaro no solo, prximos superfcie em que ocorrem os cultivos. Os fertilizantes que atingem os corpos de gua podero elevar os teores com que naturalmente se apresentam nas guas, ocasionando diferentes for-mas de poluio, que so: contaminao e eutrofizao.

Defensivos agrcolas

Entende-se por defensivos agrcolas ou tambm chamados de agrotxicos quaisquer pro-dutos de natureza biolgica, fsica ou qumica que tm a finalidade de exterminar pragas ou doenas que ataquem as culturas agrcolas, prejudicando seu desenvolvimento saudvel. Clas-sificam-se os agrotxicos em grupos de acordo com o tipo de praga que combatem:

pesticidas ou praguicidas combatem insetos em geral)

fungicidas (atingem os fungos)

herbicidas (que matam as plantas invasoras ou daninhas)

Outro tipo de classificao dos agrotxicos utiliza os seguintes critrios:

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Quanto finalidade:

ovicidas (atingem os ovos dos insetos),

larvicidas (atacam as larvas), acaricidas (especficos para caros),

formicidas (atacam formigas).

Quanto maneira de agir:

atravs de ingesto ( a praga deve ingerir a planta com o produto),

microbiano (o produto contm microorganismos que atacaro a praga ou o agente cau-sador da doena)

por contato ( ao tocar o corpo da praga o produto j faz efeito).

Quanto origem:

inorgnicos: Os pesticidas inorgnicos foram muito usados no passado, atualmente re-presentam ~10% do total de pesticidas em uso. So produtos base de arsnico e flor e outros compostos minerais.

orgnicos: Os pesticidas orgnicos compreendem os de origem vegetal e os organo--sintticos. Os primeiros so de baixa toxicidade e de curta permanncia no ambiente (como o piretro contido no crisntemo e a rotenona extrada do timb). J os organo--sintticos, so persistentes e se mantm muitos anos nos ecossistemas.

A caracterstica que tornou a prtica dos defensivos agrcolas popularizada foi sua resistn-cia no ambiente. O uso com sucesso do DDT em programas de sade pblica e na contribui-o para o aumento da produtividade agrcola foi ocasionado pela resistncia em decompor-se no ambiente, impedindo o desenvolvimento de organismos indesejados.

O DDT (sigla de Dicloro-Difenil-Tricloroetano) o primeiro pesticida moderno foi sin-tetizado em 1939. Ele sintetizado pela reao entre o cloral e o clorobenzeno, usando-se o cido sulfrico como catalisador. O estado qumico do DDT slido em condies de tem-peratura entre 0 a 40 C. insolvel em gua, mas solvel em compostos orgnicos como a gordura e o leo e tem um odor suave.

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DDT foi utilizado no combate malria, ao tifo, febre amarela, dengue entre outras doenas transmitidas por insetos. Mas sua permanncia no ambiente amplia a sua dissemi-nao pela biosfera, seja por meio de fenmenos fsicos (como a movimentao das guas e a circulao atmosfrica), seja por cadeias alimentares dos ecossistemas presentes no local de sua aplicao original

O DDT foi detectado nas calotas polares e em tecido celular de animais e aves com habitat bastante afastado dos locais de sua aplicao costumeira.

Na circulao das guas e da atmosfera em conjunto com os deslocamentos dos organismos ligados s cadeias alimentares, justificavam a disseminao dos defensivos em escala mundial, as concentraes elevadas so conseqncia da biomagnificao ou amplificao biolgica.

A biomagnificaoocorre quando substncias persistentes ou cumulativas, como os com-postos organoclorados, migram do mecanismo da nutrio de um organismo para os seguintes da cadeia alimentar.

Os defensivos agrcolas presentes no solo transferem-se, parcialmente, para o tecido celular da planta, mas so dependentes principalmente das concentraes existentes no solo e do tipo de planta. Essas transferncias levam a efeitos ambientais diretos ou indiretos que podem ser resumido em:

Mortandade inespecfica: mesmo quando sintetizada na tentativa de se combater especifi-cadamente certa praga por meio da propagao pela cadeia alimentar, essa mortandade pode tornar-se inespecfica.

Reduo da natalidade e da fecundidade de espcies: mesmo naquelas que s longinquamen-te e apenas por meio da cadeia alimentar se ligam praga combatida. A severidade dos efeitos indiretos depende tambm da quantidade aplicada e do modo pelo qual essa aplicao feita.

Quando aplicado 0,19 ppm de heptacloro no solo, detectado na cenoura a presena de concentrao no vegetal de 0,140 ppm enquanto que a batata apresenta uma concentrao no vegetal de 0,050 ppm.

Dificilmente a adoo de um nico mtodo (controle biolgico, manejo de pragas, as mu-danas no padro de plantio, as plantas geneticamente modificadas e o uso de agrotxico)

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soluciona os diversos problemas envolvidos na reduo populacional da praga. A seguir, os principais grupos de defensivos agrcolas sintticos:

A partir de 31 de dezembro de 2009 com a execuo global do Codex Alimentarius pela FAO e OMC, organizaes subordinadas a ONU, o DDT est para ser autorizado novamente no comrcio mundial de alimentos, onde sero liberadas margens mnimas de concentrao do DDT nos alimentos.

Maiores informaes disponveis em: CodexAlimentarius.

Inseticidas

Clorados: grupo qumico dos agrotxicos compostos por um hidrocarboneto clorado que tem um ou mais anis aromticos. Mesmo que sua toxicidade seja menor (se fosse aguda ocasionava morte imediata) que outros organo-sintticos, so mais persistentes no corpo e no ambiente, ocasionando efeitos patolgicos a longo prazo. Estes agrotxicos agem no sistema nervoso, causando interferncia nas transmisses dos impulsos nervosos. Compe este grupo o DDT, Aldrin, Dieldrin, Heptacloro etc. Estes so extremamente persistentes (DDT perma-nece 40% aps 15 anos da aplicao).

Cloro-fosforados: grupo qumico dos agrotxicos que tm um stere de cido fosfrico e outros cidos base de fsforo, possuindo em um dos radicais da molcula um ou mais tomos de cloro. Possui toxidez aguda, podendo de provocar morte imediata, e age sobre uma enzima colinesterase, importante no sistema nervoso e nas transmisses de impulsos nervosos.

Fosforados: grupo qumico formado apenas por steres de cido fosfrico e outros cidos base de fsforo. Quando comparados com os agrotxicos clorados e carbamatos, os orga-nofosforados so mais txicos, mas se degradam rapidamente e no se acumulam nos tecidos gordurosos. Sua atuao ocorre na inibio da enzima colinesterase na transmisso dos im-pulsos nervosos. Parathion, Malathion, Phosdrin etc. So compostos orgnicos derivados do cido fosfrico e seus homlogos (cido fosfrico, tiofosfrico, ditiofosfrico e fosfnico) e tambm seletivos para os insetos e se degradam mais rapidamente que os organoclorados. Os compostos organofosforados so os utilizados mundialmente, e infelizmente so tambm os que mais causam intoxicaes e at morte.

http://www.codexalimentarius.net/

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Carbamatos: so praguicidas sintticos do grupo qumico dos agrotxicos compostos por steres de cido metilcarbnico ou dimetilcarbnico possuem alta eficincia praguicida, espe-cialmente, atividade inseticida, baixa ao residual e baixa toxicidade em longo prazo. Quan-do comparados aos pesticidas organoclorados e organofosforados, os carbamatos podem ser classificados como tendo toxicidade aguda mdia, sendo degradados de maneira rpida e no se acumula em tecidos gordurosos. Tem tambm papel fundamental na inibio da enzima colinesterase, que tem funo importante na transmisso dos impulsos nervosos cerebrais. Os pesticidas organofosforatos tambm inibem essa enzima, mas de forma irreversvel, o que causa a forma mais severa de envenenamento. Muitos desses produtos foram proibidos em diversos pases tambm em virtude de seu efeito altamente cancergeno.

Fungicidas

Saisdecobre- mais comumente usados.

Organomercuriais- uso restrito s sementes.

Herbicidas

Derivadosdoarsnico- uso decrescente e limitado.

Derivadosdocidofenoxiacetico- 2,4D; 2,4,5T; Pichloram. Os dois primeiros fo-ram utilizados no Vietn em dosagens muito elevadas (superiores s mximas recomenda-das na agricultura) e provocam efeitos catastrficos sobre a fauna, a flora e as populaes, esse herbicida ficou conhecido pelo nome de agente laranja.

5.4 - Poluio do Solo Urbano

A poluio do solo urbano proveniente de resduos diversificados, todos gerados pelas atividades tpicas das cidades, como a indstria, o comrcio, a residencial e os servios.

Os resduos urbanos quando lanados ou expostos nos limites do territrio urbano, intensi-ficam os problemas de poluio do solo, e tambm causam o empobrecimento nas reas onde origina-se a matria e a energia que, aps a utilizao no meio urbano, transformam-se em resduos.

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Provoca-se a poluio do solo por resduos nas fases slida, lquida e gasosa, ou seja, os resduos lquidos que atingem o solo urbano e que so provenientes dos efluentes lquidos de processos industriais e, principalmente, dos esgotos sanitrios que no so lanados nas redes pblicas de esgoto.

Os esgotos sanitrios, e s vezes os de processos industriais, completamente irregulares, so desprezados sobre o terreno superficial, vias pblicas, sarjetas etc., gerando problemas graves no s provenientes da poluio que agride o olfato e a viso, mas, tambm, podendo gerar ocorrncias de sade pblica, endmicas e epidmicas, quando esses materiais esto contami-nados por substncias patognicas e txicas.

O efeito poluidor dos resduos gasosos sobre o solo se d atravs da precipitao nas reas urbanas, que podem chegar ao solo na forma de poluentes em soluo, trazidos, por exemplo, pelas chuvas cidas.

A poluio por resduos slidos o problema de poluio de solo urbano mais comum, por isso, deve ser estudado com maior ateno nesse momento.

A gerao de resduos slidos destaca-se principalmente por duas razes, que so:

1. As quantidades geradas; e,

2. As caractersticas de imobilidade ao seu transporte no meio ambiente.

5.5 - Resduos Slidos Urbanos

Os resduos slidos de uma rea urbana so constitudos por desde o que comumente se denomina de lixo at resduos especiais, provenientes de processos industriais e de atividades mdico-hospitalares.

Lixo pode ser entendido como toda mistura de resduos produzidos nas residncias, co-mrcio e servios, e nas atividades pblicas, na preparao de alimentos, no desempenho de funes profissionais e na varrio de logradouros.

De maneira mais especfica e prtica, a norma brasileira NBR 10.004 caracteriza como res-duos slidos todos os [...] resduos, nos estados slido e semi-slido, que resultam de ativida-

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des da comunidade de origem: industrial, domstica, hospitalar, comercial, agrcola, de servios e de varrio. Um exemplo disso so os lodos provenientes de sistemas de tratamento de gua.

O denominado lixo, em funo de sua provenincia variada, apresenta tambm constituin-tes bastante diversos, e o volume de sua produo varia de acordo com sua procedncia, com o nvel econmico da populao e com a prpria natureza das atividades econmicas na rea onde gerado.

Os estudos arqueolgicos valorizam os resduos como fonte de conhecimento dos costumes e da civilizao de povos mais antigos. Os resduos coletados nos aglomerados urbanos h certo grau de similaridade em sua composio. Tem-se trabalhado no sentido de organizar os servios pblicos ou privados e a orientar e educar a populao para manusear, acondicionar, coletar, transportar e dispor, de maneira diferenciada, os resduos slidos conforme a classe (NBR 10.004) em que se enquadram.

Nos centros urbanos uma organizao pblica que considere como prioridade a limpeza de logradouros, da coleta, disposio e tratamento do lixo que acabe com os riscos de sade pblica e elimine ou reduza a nveis aceitveis os demais impactos sobre o ambiente vinculados ao lixo.

5.6 - Os Resduos como Poluentes do Solo:

O homem tem uma proximidade fsica muito grande com o solo, tornando este o local mais provvel parar deposito de resduos originados da atividade humana. Estes so rapidamente incorporados ao solo atravs de processos de degradao.

Esses resduos inicialmente eram facilmente metabolizados e assimilados pela natureza, mas com o crescimento da sociedade e da indstria, os resduos gerados so cada vez mais perigosos. A poca atual marcada por uma sociedade de consumo, e o agravante que a quantidade diria de resduos gerada no planeta a partir de todos os tipos de atividades, no podem mais ser degradados naturalmente, pois o tempo necessrio para isso muito grande e esses resduos ento so fontes potenciais de contaminao.

O resultado deste aumento na quantidade de resduos gerado a reduo da oferta de matrias-primas e o aparecimento de srios problemas ambiental devido ao descarte destes

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resduos de forma inadequada e descontrolado. Isso leva a uma disperso de poluentes e, com isso, uma ampliao do problema.

Cabe ressaltar que se entende por resduo somente aqueles produtos gerados nas atividades de produo e consumo e no aqueles no contexto em que so produzidos.

Podemos estender ainda que resduo aquele que no possui nenhum valor econmico agregado devido falta de tecnologia apropriada para seu aproveitamento ou como a falta de mercado para os possveis produtos recuperados.

Classificao de Resduos ABNTA Norma Tcnica Brasileira (NBR 10.004) traz o conceito de periculosidade de um resduo:

Periculosidade a caracterstica apresentada por um resduo, que, em funo de suas propriedades fsicas, qumicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar: a) risco sade pblica, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade por incidncia de doenas, e ou;b) riscos ao meio ambiente, quando o resduo manuseado ou destinado de forma inadequada.

No Brasil, os resduos so classificados quanto periculosidade, segundo a Norma Tcnica NBR 10.004, da seguinte maneira:

Resduo Classe I - Perigosos

So os resduos que em funo de suas caractersticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar riscos sade pblica, provocando ou contribuindo para o aumento de mortalidade ou incidncia de doenas, e que apresentam riscos ao meio ambiente, quando manejados ou dispostos de forma inadequada. Ex.: Solventes usados, fludos dieltricos, resduos de tintas, entre outros

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Resduo Classe II - No Inertes

Podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, po-rm no se enquadram como resduo I ou III.

Ex.: Resduos de gesso, areia de fundio, borra de fundio.

Caractersticas: Combustibilidade, biodegradabilidade, solubilidade.

Resduos inertes Classe III

Estes resduos no representam qualquer risco para o meio ambiente. So resduos com cer-tas caractersticas que no necessitam de qualquer tipo de tratamento para o devido descarte no meio ambiente. Quando submetidos a teste de solubilidade nenhum de seus constituintes solubilizados se encontram em concentraes superiores aos padres de potabilidade de gua, excetuando-se os padres de aspecto, cor, turbidez e sabor. Exemplos, rochas, tijolos, vidros, certos plsticos e borrachas que no so decompostos prontamente.

Para maiores informaes acesse:

http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/residuos/res06a.html

Resduos radioativos.

Rejeito Radioativo definido como qualquer material resultante de atividades humanas, que contenha radionucldeos em quantidades superiores aos limites de iseno especificados na Norma CNEN-NE-6.02 - Licenciamento de Instalaes Radioativas, e para o qual a reu-tilizao imprpria ou no prevista. Esta propriedade apresenta os ncleos atmicos de algu-mas espcies um decaimento espontneo do mesmo, com emisses de partculas e radiao eletromagntica.

Estes resduos radioativos podem ser classificados pelos seguintes itens.

estado fsico: slido, lquido ou gs.

A meia-vida: de grande importncia tendo em vista um armazenamento final.

http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/residuos/res06a.html

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atividade especfica: o nmero de desintegraes nucleares por unidade de tempo e massa de material radioativo.

a natureza da radiao determina as barreiras.

a toxicidade dos resduos radioativos: este parmetro reside nas radiaes ionizantes emi-tidas por radionucldeos nele contidas.

a quantidade de radioatividade contida nos resduos por unidade de volume ou de massa.

Para maiores informaes acesse:

Licenciamento de Instalaes Radiativas

5.7 - Fontes da Poluio do Solo.

O abandono ou o depsito de todos os tipos de materiais no solo uma prtica comum que tem sido utilizada por dcadas sendo uma soluo eficaz e barata de se livrar dos resduos.

Infelizmente, so jogados no solo muitos compostos qumicos sintticos, no existentes naturalmente no ambiente, chamados Xenobiticos, em que xeno tem origem grega e significa estranho e bitico, vida.

O solo recebe grandes quantidades de uma variedade imensa de compostos qumicos sint-ticos, no existentes naturalmente no ambiente, chamados Xenobiticos (originado do grego xeno, significa estranho e bitico, vida).

Nas ltimas dcadas tem-se observado que est pratica traz severas conseqncias para o homem, tendo inmeros casos em diversos pases de casos de contaminao por intoxicao da populao com resduos enterrados durante anos.

No Brasil e em muitos outros pases no existem meios adequados para o tratamento de descarte de resduos industriais de substncias txicas e perigosas atualmente mesmo com um grande investimento no h capacidade suficiente de atender a demanda e a j existente muito inferior s necessidades reais.

http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/mostra-norma.asp?op=602

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5.8 - Formas de contaminao do solo

So vrias as Formas de contaminao do solo com origem antrpicas comuns entre elas podem ter (no excludentes):

Superficial: Devido ao acmulo de resduos descarregados acidentalmente ou voluntaria-mente na superfcie do solo.

Subterrnea:Corresponde ao acumulo de resduos em aterros. A contaminao muito complexa, e o indicio de uma contaminao fica evidenciada apenas como uma aparente mu-dana na textura da superfcie do solo.

Descargaclandestina:Consiste em um derramamento ou descarga de qualquer produto de forma ilegal. uma das formas mais perigosas de poluio devido presena de substncias perigosas e do no conhecimento do foco poluente.

Descargaacidental:So aqueles em que a fonte da contaminao acidental, principal-mente por falta de conhecimento ou por negligncia na gesto dos poluentes. So os casos de vazamento de substncias txicas de tanques, em acidentes, com a liberao do contedo no meio ambiente.

5.9 - Recuperao do Solo

Mtodos de recuperao dos solos

Atualmente h diversas tcnicas para que seja realizada a recuperao de solos e tambm de guas subterrneas contaminadas. A seleo da tcnica apropriada um processo muito completo e envolve o conhecimento de diversas e detalhadas caractersticas do local e do po-luente, alm disso, deve-se ter um estudo da viabilidade econmica e da viabilidade tcnica da aplicao do processo adequado ou das vrias alternativas para o local e o poluente especfico.

Para aplicao de qualquer mtodo de recuperao deve-se atentar para todos os aspectos de ordem institucional, legal e poltica. Inicialmente, necessrio uma remediao adequada proteo da sade dos seres humanos e tambm do meio ambiente. Assim importante considerar:

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incertezas quanto disposio do poluente no terreno;

persistncia, toxidez, mobilidade e tendncia bioacumulao das substncias;

riscos sade humana a curto e longo prazo;

risco potencial sade e meio ambiente associado com escavao, transporte, disposi-o ou confinamento.

custos de manuteno;

caso de a remediao no funcione, custos de limpeza e procedimentos adequados.

Tecnologias de tratamento

Existem diversas tecnologias para o tratamento de solos contaminados, mas deve-se consi-derar que existem vantagens e desvantagens de cada um. Alguns problemas encontrados para uma dada tecnologia so difceis de contornar, pois so muitos os fatores que podem prejudicar o tratamento. Alguns exemplos so as emisses gasosas, a produo de grandes quantidades de resduos contaminados e o elevado custo do tratamento.

Dentre alguns mtodos de descontaminao do solo a incinerao permite a eliminao ambiental dos poluentes orgnicos, atravs da sua mineralizao. Abaixo temos a descrio de tcnicas disponveis para tratamento de solos contaminados:

Tratamento Trmico

Para o tratamento trmico a altas temperaturas necessrio um grande consumo de ener-gia, que pode ser contornado em determinados situaes, com temperaturas mais baixas e con-sequentemente diminuindo o consumo de energia. Nesse processo sempre h a possibilidade de emisses gasosas de contaminantes perigosos, mas se realizado de forma adequado, com o tratamento das emisses pode-se minimizar ou eliminar outros tipos de poluio ambiental, outro fator onde depositar os resduos slidos. O material necessrio para a acomodao deste tipo de tratamento pode ser semimvel, sendo que os custos financeiros dependem do processo em geral e tambm do teor de umidade, tipo de solo e concentrao de poluentes,

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bem como de medidas de segurana e das regulamentaes ambientais em vigor. A aplicabi-lidade deste sistema adequada a muitos poluentes, por exemplo, leos e petrleo, solventes clorados e no-clorados, cianetos e outros.

Tratamento Fsico-Qumico

Os mtodos atualmente mais usados baseiam-se na lavagem do solo (Extrao, ou lixivia-o do solo). Estes mtodos se baseiam no princpio da transferncia de um contaminante do solo para um outro meio, que pode ser uma fase lquida ou gasosa. O principal produto obtido com a tcnica o solo tratado e os poluentes concentrados. O processo de tratamento depende das caractersticas do contaminante, ou mais especificamente no tipo de interao do contami-nante com o solo e do contaminante com a fase adequada. Outros fatores a se considerar para a utilizao deste sistema de tratamento so as caractersticas do solo, a quantidade de solo a ser tratado, as variaes na concentrao do contaminante, o destino do solo tratado e tratamento e eliminao de guas residuais.

Um exemplo so as argilas que possuem elevada afinidade por grande parte das substn-cias poluentes, para a separao dos contaminantes desse tipo de local necessrio romper as possveis ligaes entre estes e as partculas do solo e a transferncia para outra fase, ou ainda extrair as partculas do solo que esto contaminadas.

Nessa tcnica outros processos e mecanismos podem ser necessrios como filtros para tra-tamento de lquidos e do ar para evitar novas formas de contaminao. Este tratamento no vivel quando a frao de argila do solo for superior a 30%, devido ao custo elevado e quan-tidade de resduo contaminado gerada.

Tratamento Biolgico

Nos mtodos biolgicos utilizam-se microorganismos para metabolizar compostos qu-micos. O solo possui um grande nmero de microorganismos que se adaptam as fontes de energia e carbono disponveis. No tratamento biolgico, os microorganismos naturais e j presentes naquele ambiente, so estimulados a degradar os contaminantes. A estimulao realizada com a criao de uma ambiente propcio, com controle de temperatura, pH, umida-

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de, fornecimento de oxignio, nutrientes, etc. Em certas situaes adequado o uso de micro-organismos especficos ou a microorganismos geneticamente modificados para metabolizar poluentes muito persistentes conseguir uma otimizao da biodegradao.

Atualmente as principais tcnicas biolgicas de tratamento incluem:

Landfarming - (sistema de tratamento de resduos atravs de um processo biotecnol-gico, que utiliza a populao microbiana do solo para a degradao destes).

Compostagem: decomposio aerbia (sob presena de oxignio) ou decomposio (sob ausncia de oxignio), em resduos orgnicos por populaes microbianas in situ, sob condies total ou parcialmente controladas, que produzem um material parcial-mente estabilizado.

Reatores biolgicos - unidades onde ocorre a remoo da matria orgnica pela ao de microorganismos aerbios submetidos aerao, presena constante de ar.

O tratamento biolgico do solo diminui os riscos para a sade pblica, bem como para o ecossistema e, ao contrrio da incinerao ou dos mtodos qumicos, no interfere nas proprie-dades naturais do solo.

Biorremediao

Biorremediao a utilizao de organismos vivos, especialmente microorganismos, para degradar ou transformar poluentes ambientais em substncias de menor toxidade. uma tcnica mais utilizada para substncias orgnicas, como combustveis e solventes orgnicos, podendo tambm ser aplicada em substncias inorgnicas.

Na biorremediao de substncias orgnicas, geralmente os poluentes so degradados a CO2 ou CH4 e H2O, dependendo das condies do meio, podendo ocorrer em condies aer-bicas e anaerbicas. Em condies aerbicas, os micro-organismos usam oxignio atmosfrico disponvel para oxidar os poluentes em CO2 e H2O. Em condies anaerbicas, as substncias formadas pela degradao do composto original, geralmente, estaro nas suas formas mais reduzidas, o carbono, por exemplo, na forma CH4. A estrutura qumica dos poluentes org-

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nicos tem uma grande influncia na habilidade dos micro-organismos metabolizarem essas molculas, especialmente com respeito s taxas e extenso da biodegradao. De modo geral, compostos ramificados polinucleados so mais difceis para degradar que molculas mono aromticas ou com cadeias simples, e aumentando o grau de halogenao da molcula, dimi-nui-se a biodegradabilidade. Ainda considerando poluentes orgnicos, os micro-organismos utilizam o catabolismo e o cometebolismo como principais rotas para a degradao destes contaminantes.

As principais vantagens da biorremediao o baixo custo, o baixo consumo de energia e principalmente que este processo provoca poucas mudanas nas caractersticas fsicas, qumi-cas e biolgicas do meio.

Biorremediao de solos contaminados por petrleos e derivados

O petrleo um dos maiores contaminantes do solo, os vazamentos so a fonte mais comum dessa contaminao, esses ocorrem por vrios motivos, principalmente por derrame incidental.

Quando o solo encontra-se contaminado por petrleo ou derivado possvel fazer o trata-mento por processos biolgicos, fsicos, qumicos, fsico-qumicos ou trmicos.

Os processos biolgicos visam reduzir ou eliminar diversos tipos de compostos orgni-cos que se acumulam no ambiente. Quando se trata do petrleo, parte dos componentes so evaporados ou biodegradados de maneira fcil, enquanto outros persistem recalcitrantes na natureza. O petrleo constitudo por vrias centenas de compostos orgnicos como hidro-carbonetos alifticos e hidrocarbonetos aromticos, variando da simples molcula do metano a molculas com alto peso molecular.

A Agncia de Proteo Ambiental (Environmental Protection Agency EPA) dos Estados Unidos da Amrica lista hidrocarbonetos como carcinognicos, mutagnicos, teratognicos, alm de terem a capacidade de se bioacumularem nas diferentes cadeias alimentares.

Landfarming

Esta um tipo de tcnica de biorremediao bastante utilizada no tratamento de solos contaminados com hidrocarbonetos. Utiliza-se de microrganismos heterotrficos da camada

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superficial do solo, aos quais so fornecidas condies adequadas para estimulao com o pro-psito de degradar os contaminantes ali presentes, transformando-os em substncias inertes, como a gua e o dixido de carbono (CO2). As condies para estimulao podem ocorrer simplesmente atravs do revolvimento mecnico do solo em operaes de arao e gradagem, nesse processo ocorre a aerao e a homogeneizao das camadas com diferentes concentra-es de contaminantes, outras condies so a adio de corretivos para o solo ou o uso de fertilizantes e, se necessrio, de gua atravs da biorremediao.

Catabolismo

Catabolismo um processo de biorremediao em que se usa a parte do metabolismo re-ferente ao processamento de qualquer material para obteno de energia. O processo comea a partir de molculas grandes, que contm grandes quantidades de energia e termina com a gerao molculas pequenas, com pouca energia (H2O, CO2, NH3), durante a degradao o organismo se aproveita da energia resultante liberada no processo.

Biosoro

Compostos inorgnicos, como metais e metalides, no podem ser degradados biologica-mente. Entretanto, podem ser transformados ou imobilizados, sendo a biosoro, a bioacumu-lao e a oxi-reduo os processos mais utilizados pelos micro-organismos.

A biosoro ocorre quando certos tipos de biomassa microbianas que esto inativas ou mor-tas se ligam a metais txicos. Esse tipo de biomassa age como um trocador inico de origem biolgica. A estrutura da parece celular de certas algas, fungos e bactrias so o agente respon-svel por esse fenmeno (formao de complexos metal-orgnico), podendo-se acumular um excesso de 25% de seu peso seco ou mais, como chumbo, cdmio, zinco, cromo, urnio e outros.

Bioacumulao

A bioacumulao ocorre principalmente na cadeia alimentar de uma espcie para outra, mas tambm pode ser resultado do metabolismo de metais essenciais em muitos micro-organismos que possuem diversas formas para complexar metais. A bioacumulao intracelular ocorre numa faixa muito menor do que a atingida por adsoro. Reaes de oxidao e reduo com

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metais txicos podem ocorrer via micro-organismos, aumentado assim a disponibilidade de diversas espcies metlicas, que podem diminuir sua toxidade. Alguns micro-organismos tm a capacidade de metilar e, em alguns casos, a forma metilada menos txica, em outros casos a forma metilada potencialmente mais txica como o caso do mercrio.

Os principais fatores que influenciam na biorremediao so condies ambientais como tipo de solo, quantidade de gua, nvel da gua, concentrao de nutrientes, potencial redox, pH e temperatura. Para a execuo de um projeto de biorremediao, inicialmente deve-se avaliar natureza e a extenso das substncias qumicas do solo; levando em conta a necessidade de reabilitao e as opes disponveis. Uma estratgia adequada de biorremediao pode ser ento desenvolvida e implementada. Esta avaliao importante para que se possa reconhecer se os solos afetados possuem substncias que no so adequadas para a biorremediao.

A gesto da biorremediao depender da natureza e da concentrao das substncias qu-micas, assim como a proximidade do processo de biorremediao de ambientes sensveis e garantias adequadas para a sade humana e ao ambiente.

Fitorremediao

A fitorremediao uma tcnica nova e o seu uso vem crescendo nos ltimos anos, nesse processo se utiliza plantas para remediar o solo contaminado. Pode ser utilizado em solos con-taminados com os mais diversos poluentes como por metais pesados, compostos orgnicos e radionucldeos. Para o uso com metais pesados, os trabalhos envolvendo fitorremediao pro-curam estudar a utilizao de plantas hiperacumuladoras, ou seja, plantas que tenham a capaci-dade de estocar grandes quantidades de metais pesados sem um uso aparente no metabolismo.

No estudo desta tcnica biolgica procura-se estudar e compreender os mecanismos de defesa e tolerncia das plantas. O acumulo na planta pode ocorre como mecanismo de defesa, para tentar evitar ou diminuir a entrada do metal, a planta pode acumular por excluso, pode produzir protenas fitoquelatinas que podem complexar com os metais e assim poder elimin-los, ou ainda pode transformar o resduo txico em outros menos txicos. Um ex-perimento conduzido pelos Pesquisadores do Laboratrio Nacional de Pesquisa em Fitor-remediao da Coria conseguiu criar uma planta transgnica na qual um gene da levedura

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Saccharomyces cerevisiae foi transferida para o DNA da Arabidopsis thaliana, planta modelo em pesquisas genticas. O gene aumentou a capacidade de tolerar metais pesados, como o chum-bo e o cdmio dessa espcie vegetal. Deste procedimento resulta em uma planta transgnica capaz de absorver esses poluentes da terra e de prevenir a contaminao de humanos, princi-palmente em regies industriais.

Compostagem

Pode ser definida como um processo de tratamento auxiliado por micro-organismos em que h uma decomposio controlada de matria orgnica, o produto dessa transformao se apresenta como um material umidificado, de cor escura, odor de terra denominado composto e pode ser utilizado como adubo orgnico sendo benfico para o solo e para as plantas. Na compostagem os micro-organismos presentes transformam a matria orgnica, como estrume, folhas, papel e restos de comida.

Esse processo realizado utilizando-se dos prprios micro-organismos presentes nos re-sduos, e acertando-se outras condies como a temperatura, aerao e umidade. A maneira como se controla o processo pode ser simples ou complexa onde os diversos fatores so muito bem controlados. Os sistemas de compostagem agrupam-se em trs categorias:

Sistemasdeleirasrevolvidas(Windrow): Nesse sistema os resduos so misturados entre si e a mistura obtida disposta em leiras, que passam por um revolvimento mec-nico o que promove a aerao da mistura.

Sistemadeleirasestticasaeradas(Staticpile): Como no mtodo anterior a mistura obtida colocada sobre uma tubulao perfurada com a finalidade de promover a aera-o desta. Neste processo no ocorre o revolvimento mecnico das leiras.

Sistemasfechadosoureatoresbiolgicos(In-vessel): Nesse sistema toda matria or-gnica colocados em um recipiente fechados, esse sistema permitem um timo con-trole das condies utilizadas na compostagem.

ficha sumrio tema

Ficha da Disciplina:

A Qumica da Biosfera

Ida Aparecida Pastre

Rosebelly Nunes Marques

http://lattes.cnpq.br/5468171932996244http://lattes.cnpq.br/7921735904003583

ficha sumrio tema

Estrutura da DisciplinaSemana Temas

1/ago a 7/ago

Resumo Introduo

1. Atmosfera - Importncia da Qualidade do Ar para a Manuteno da Vida no Planeta

8/ago a 14/ago2. A Hidrosfera - gua que Lquido Esse? Por Que

Devemos Cuidar?

15/ago a 21/ago3. Poluio das guas

4. Litosfera: A Qumica da Parte Slida da Terra

22/ago a 28/ago 5. Poluentes do Solo

29/ago a 4/set6. Relevncia da Qumica para uma

Sociedade Sustentvel

Pr-Reitora de Ps-graduaoMarilza Vieira Cunha Rudge

Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schlnzen

Coordenadora Pedaggica

Ana Maria Martins da Costa SantosCludio Jos de Frana e Silva

Rogrio Luiz Buccelli

Coordenadores dos CursosArte: Rejane Galvo Coutinho (IA/Unesp)

Filosofia: Lcio Loureno Prado (FFC/Marlia)Geografia: Raul Borges Guimares (FCT/Presidente Prudente)

Antnio Cezar Leal (FCT/Presidente Prudente) - sub-coordenador Ingls: Mariangela Braga Norte (FFC/Marlia)

Qumica: Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

Equipe Tcnica - Sistema de Controle AcadmicoAri Araldo Xavier de Camargo

Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

Secretaria/AdministraoMrcio Antnio Teixeira de Carvalho

NEaD Ncleo de Educao a Distncia(equipe Redefor)

Klaus Schlnzen Junior Coordenador Geral

Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

Coordenador de Grupo

Andr Lus Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski

Marcos Roberto GreinerPedro Cssio Bissetti

Rodolfo Mac Kay Martinez Parente

Produo, veiculao e Gesto de materialElisandra Andr Maranhe

Joo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

Pamela GouveiaRafael Canoletti

Valter Rodrigues da Silva

Marcador 1Video da SemanaPoluentes do solo.5.1 - Solo Poludo e Solo Contaminado5.2 - Poluentes.5.3 - Poluio do solo rural5.4 - Poluio do Solo Urbano5.5 - Resduos Slidos Urbanos5.6 - Os Resduos como Poluentes do Solo:

Classificao de Resduos ABNT5.7 - Fontes da Poluio do Solo.5.8 - Formas de contaminao do solo5.9 - Recuperao do Solo

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Boto 65: Pgina 4: OffPgina 5: Pgina 6: Pgina 7: Pgina 8: Pgina 9: Pgina 10: Pgina 11: Pgina 12: Pgina 13: Pgina 14: Pgina 15: Pgina 16: Pgina 17: Pgina 18: Pgina 19: Pgina 20: Pgina 21: Pgina 22: Pgina 23: Pgina 24: Pgina 25:

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