redução da maioridade penal - trabalho kleyton

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  • 8/4/2019 Reduo da maioridade penal - trabalho Kleyton

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    A reduo da maioridade penal assunto recorrente entre os brasileiros,

    principalmente quando ocorre algum crime brbaro no qual o responsvel pelo ato

    infracional menor de idade. Sob influncia da mdia, na maioria das vezes

    sensacionalista, e no calor da emoo o brasileiro defende a reduo da maioridade

    penal, em contraposio a juristas e socilogos que entendem no ser essa a melhor

    forma de reduzir a delinqncia infanto-juvenil, faz-se mister, por obvio, dizer que

    existem juristas de peso que tambm so favorveis a reduo da maioridade penal.

    Primeiro devemos destacar a impossibilidade da reduo da maioridade penal

    pelo fato dela ser direito e garantia fundamental, portanto, clausula ptrea da

    constituio, isso significa que o poder constituinte derivado no tem poderes para

    alter-la, atribuio que cabe somente ao poder constituinte originrio. O que

    explicitado pelo art. 60 4 IV CRFB/88.

    4. No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a

    abolir:

    IV - os direitos e garantias individuais.

    H estudiosos do direito que negam ao art. 228 CRFB/88, que dispe que os

    menores de dezoito anos so inimputveis, a qualidade de direito e garantia

    fundamental, isso pelo fato da reduo da menoridade penal no estar no rol de direitosfundamentais do art. 5 da CRFB/88. Contudo, importante lembrar que os direitos e

    garantias fundamentais no so apenas aqueles elencados nos incisos do art. 5

    CRFB/88. Logo eles podem ser encontrados ao longo do texto constitucional ou fora

    dele. O que fica explicito no 2 do art. 5 da CRFB/88:

    2. Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem

    outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dostratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja

    parte.

    Com isso torna-se inegvel a classificao da menoridade penal como direito e

    garantia fundamental, o que pode ser reforado pelas experientes palavras de Eugnio

    Couto Terra:

    Trata-se, portanto, de garantia individual, com carter de

    fundamentabilidade, pois diretamente ligada ao exerccio do direito deliberdade de todo cidado menor de dezoito anos. E no se pode

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    olvidar que a liberdade sempre est vinculada ao princpio

    fundamental da dignidade da pessoa humana, especialmente em

    relao s crianas e adolescentes, pois foram reconhecidos como

    merecedores de absoluta prioridade da ateno da famlia, da

    sociedade e do Estado, em face da peculiar condio de seres humanos

    em desenvolvimento. (Eugnio Couto Terra)

    Mesmo porque, conforme assevera Damsio de Jesus, um dos maiores penalistas

    de nosso pas, no devemos nos esquecer que mesmo que a idia da reduo da

    menoridade penal fosse boa, ela inconveniente para o Brasil hodierno, dada as

    condies precrias e desumanas de nosso sistema prisional, considerando que o

    objetivo da pena no a vingana para com ru, mas sim a sua ressocializao, o que na

    realidade no acontece.

    H celas cuja lotao mxima seria de dez pessoas, mas que esto com quarenta,cinqenta ou mais detentos. Destarte reduzir a menoridade seria conceder a esses jovens

    um passaporte sem retorno para o mundo do crime, o que a longo prazo s piora os

    ndices de criminalidade. Portanto, antes de militar a favor da reduo da menoridade

    deve-se lutar pela reforma de nosso sistema penitencirio, que uma das medidas, longe

    de ser a nica, que realmente trar resultados duradouros no que tange a violncia de

    uma forma geral.

    Outro problema que deve ser sanado a morosidade no judicirio, h processos

    que levam anos a fio para terem um desfecho, fato que quanto mais tempo um crime

    demora a ter uma resposta do judicirio,quando tem, maior o sentimento de anomia

    pela sociedade e maiores so os ndices de criminalidade, pois a certeza da pena faz com

    se pense muito mais o cometer ou no o crime. Por ltimo e talvez o mais importante

    seja o investimento na educao, vendo-o no como um gasto, mas sim como um

    investimento a mdio e longo prazo, j que ela tem o incrvel poder de possibilitar

    queles que, possivelmente, no teriam nenhuma perspectiva de vida a possibilidade de

    sonhar e o mais e o mais extraordinrio que a possibilidade de alcanar esses sonhos.

    Referncias bibliogrficas

    Ferreira Mendes, Gilmar; Mrtires Coelho, Inocncio; Gonet Branco, Paulo

    Gustavo; Curso de Direito constitucional.

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    http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.31379&seo=1. Acesso em:

    28 set. 2011.

    http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/36317.shtml. Acesso em 28 set. 2011

    http://jij.tj.rs.gov.br/jij_site/docs/DOUTRINA/ARTIGO+EUG%CANIO+-

    +CL%C1USULA+P%C9TREA.HTM.Acesso em 28 set. 2011

    http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.31379&seo=1http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.31379&seo=1http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/36317.shtmlhttp://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/36317.shtmlhttp://jij.tj.rs.gov.br/jij_site/docs/DOUTRINA/ARTIGO+EUG%CANIO+-+CL%C1USULA+P%C9TREA.HTMhttp://jij.tj.rs.gov.br/jij_site/docs/DOUTRINA/ARTIGO+EUG%CANIO+-+CL%C1USULA+P%C9TREA.HTMhttp://jij.tj.rs.gov.br/jij_site/docs/DOUTRINA/ARTIGO+EUG%CANIO+-+CL%C1USULA+P%C9TREA.HTMhttp://jij.tj.rs.gov.br/jij_site/docs/DOUTRINA/ARTIGO+EUG%CANIO+-+CL%C1USULA+P%C9TREA.HTMhttp://jij.tj.rs.gov.br/jij_site/docs/DOUTRINA/ARTIGO+EUG%CANIO+-+CL%C1USULA+P%C9TREA.HTMhttp://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/36317.shtmlhttp://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.31379&seo=1