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Processos Legais referentes à Referenciação e Encaminhamento de alunos sinalizados com Necessidades Educativas EspeciaisTRANSCRIPT
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Referenciação e Avaliação dos alunos com Necessidades
Educativas Especiais
Ana Alpuim
Aplicação ao abrigo do Decreto-Lei nº3/2008
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1. Organização e Funcionamento da Educação Especial;
2. Fases inerentes ao processo de referenciação e avaliação;
3. Procedimentos de referenciação e avaliação;
4. Avaliação com recurso à CIF;
4.1 Contributos da CIF para a avaliação das NEE
5. Elaboração do Programa Educativo Individual;
5.1 Fases de elaboração e implementação do Programa
Educativo Individual;
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Decreto-Lei nº 3/2008, de 7 de Janeiro, tem como premissa a qualidade
do ensino orientado para o sucesso de todos os alunos. Um aspeto
determinante dessa qualidade é o desenvolvimento de uma escola
inclusiva, consagrando princípios, valores e instrumentos fundamentais
para a igualdade de oportunidades.
Um sistema de educação inclusivo deve estruturar-se e desenvolver-se
atendendo à diversidade de caraterísticas das crianças e jovens, às
diferentes necessidades ou problemas e, portanto, à diferenciação de
medidas.
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► Define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário dos setores público, particular, cooperativo ou solidário.
► Visa a criação de condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com deficiências ou incapacidades.
► Define como objetivos da educação especial a inclusão educativa e social,
o acesso e o sucesso educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, bem como a promoção da igualdade de oportunidades, a preparação para o prosseguimento de estudos ou para uma adequada preparação para a vida pós-escolar ou profissional.
► Toda a informação resultante da intervenção técnica e educativa está sujeita aos limites constitucionais e legais.
► Define os direitos e deveres dos pais/encarregados de educação no exercício do poder paternal e introduz os procedimentos a ter no caso em que estes não exerçam o seu direito de participação.
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Princípios orientadores
• Todos os alunos, nomeadamente os alunos com NEE, têm o direito
a ser educados em ambientes inclusivos;
• Todos os alunos com NEE poderão contribuir para a sociedade em
que estão inseridos;
• Todos os alunos com NEE deverão ter acesso a serviços de apoio
especializados, quando assim necessitem.
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Princípios orientadores
• Todos os alunos deverão ser ensinados a aceitar e valorizar as
diferenças e semelhanças do ser humano;
• Todos os alunos devem ter acesso a um currículo diversificado;
• Todos os alunos com NEE deverão ter a oportunidade de trabalhar em
grupo, participar em atividades extra-curriculares e em eventos
sociais, comunitários e recreativos.
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As escolas ou agrupamentos de escolas devem contemplar nos seus Projetos
Educativos as adequações relativas ao processo de ensino e aprendizagem,
de caráter organizativo e de funcionamento, necessárias à resposta educativa
aos alunos que se enquadram na educação especial.
Nos Projetos Educativos da escola deverão estar registadas entre outras, as
ações e respostas específicas a implementar, as parcerias a estabelecer, as
acessibilidades físicas a efetuar, assegurando assim a participação dos alunos
com NEE de caráter permanente nas atividades de cada grupo/turma e da
comunidade educativa em geral.
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Um número significativo de alunos com NEE de carater permanente
necessita de respostas educativas muito específicas, que exigem
equipamentos e especializações profissionais de díficil generalização. Nesse
sentido, podem concentrar-se num agrupamento de escolas de referência
alunos de escolas e agrupamentos limitrofes, possibilitando-lhes, desta
forma, o acesso a uma resposta educativa mais adequada.
Compete ao Conselho Executivo identificar os alunos que necessitam de
respostas específicas diferenciadas e caso o seu número se justifique deve,
depois de ouvido o conselho pedagógico, propor à respetiva Direção Regional
de Educação a criação de unidades especializadas.
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Criação de escolas de referência para a educação bilingue de alunos
surdos e para a educação de alunos cegos e com baixa visão.
Criação de unidades de ensino estruturado para a educação de alunos com
perturbações do espetro do autismo.
Criação de unidades de apoio especializado para alunos com
multideficiência e surdocegueira congénita.
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Criação de agrupamentos de escolas de referência, no âmbito da
intervenção precoce, para a colocação de docentes.
Criação de instituições de educação especial.
No âmbito do serviço docente, os processos de referenciação e de
avaliação assumem um carácter prioritário e obrigatório, devendo os
docentes priorizar a sua execução sobre toda a atividade docente,
integrando-a na componente não letiva do seu horário de trabalho.
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FASES INERENTES AO PROCESSO
DE REFERENCIAÇÃO E AVALIAÇÃO
Referenciação
Avaliação
O aluno não necessita de
uma avaliação especializada
O aluno não necessita de
respostas educativas no âmbito da
educação especial
Outros apoios disponibilizados
pela escola
O aluno necessita de
uma avaliação especializada
por referência à CIF-CJ
O aluno necessita de respostas educativas
no âmbito da Educação Especial
Elaboração de um PEI
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1. Referenciação e Avaliação
Quem pode efetuar a referenciação?
A quem é feita a referenciação?
2. Processo de Avaliação
Como se planifica o processo de recolha de informação?
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Consiste na comunicação/formalização de situações que possam indiciar a
existência de NEE de caráter permanente.
Num 1º momento, devem ser indicados quais os problemas detetados. Em
termos gerais, a referenciação deve espelhar o conjunto de preocupações
relativas à criança ou jovem referenciado.
Quem pode efetuar a referenciação?
Pais ou Encarregados de Educação
Serviços de Intervenção Precoce
Docentes
Serviços da comunidade, tais como:
Serviços de saúde
Serviços da Segurança Social
Serviços de Educação
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A quem é feita a referenciação?
É feita aos orgãos de gestão das escolas ou agrupamentos de escolas da
área de residência.
A formalização da referenciação é feita através do preenchimento de um
formulário no qual se regista o motivo da referenciação, informações
sumárias sobre a criança ou jovem e se anexa toda a documentação que se
considere importante para o processo de avaliação.
O Conselho Executivo do agrupamento de escolas ou da escola solicita ao
departamento de Educação Especial e aos serviços tecnico-pedagógicos de
apoio aos alunos a avaliação das crianças e jovens referenciados e a
elaboração do respetivo relatório tecnico-pedagógico.
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A avaliação tem como objetivo recolher informação que permita:
Verificar se se está perante uma situação de NEE de caráter
permanente;
Dar orientações para a elaboração do Programa Educativo Individual
e identificar os recursos adicionais a disponibilizar.
► Caso se considere a necessidade de uma avaliação especializada, o
Conselho Executivo poderá solicitar a intervenção de outros técnicos
especializados para que em conjunto se constitua uma equipa
pluridisciplinar que avalie as necessidades específicas de cada aluno.
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Como se planifica o processo de recolha de informação?
Uma vez constituída a equipa, a primeira etapa consiste na análise da
informação disponível para posteriormente se decidir o que é preciso avaliar,
quem vai avaliar e como se avalia.
A avaliação, tendo a CIF-CJ como quadro de referência, deve contemplar
vários fatores (componentes da funcionalidade e da incapacidade e fatores
contextuais) e as interações que se estabelecem entre eles.
Deverão ser selecionadas as categorias relativas às quais se considere ser
necessário obter nova ou mais informação, de acordo com a condição
específica de cada criança/jovem.
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Identificados os aspetos em que vai incidir a avaliação, é necessário definir
quem vai avaliar as diferentes categorias e que instrumentos vão ser
utilizados.
Depois de uma análise conjunta dos dados de avaliação, com a ajuda da
Checklist é elaborado um relatório técnico-pedagógico onde se identifica o
perfil de funcionalidade do aluno, tendo em conta a atividade e participação,
as funções e estruturas do corpo e a descrição dos facilitadores e barreiras
que a nível dos fatores ambientais influenciam essa mesma funcionalidade.
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O relatório deverá ainda explicar as razões que determinam as NEE e a sua
tipologia (intelectual, emocional, sensorial, comunicação…), bem como as
respostas e medidas educativas a adotar que servirão de base à elaboração
do PEI.
Confirmada a anuência do Encarregado de Educação, o relatório técnico-
pedagógico será homologado pelo Conselho Executivo. Este relatório fará
parte integrante do processo individual do aluno.
O processo de avaliação deverá ficar conhecido 60 dias após a
referenciação com a aprovação do Programa Educativo Individual pelo
Conselho Executivo.
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Contributos da CIF-CJ para a avaliação das NEE:
• Linguagem neutra da CIF conduz a maior aceitação de pais, professores
e alunos;
• Sistema de qualificação da CIF permite à equipa de avaliação especificar
o grau de capacidade, necessidades, barreiras e facilitadores, bem como
sua possibilidade de mudança;
• A CIF é integradora ao incorporar não só aspetos médicos, mas também
os fatores psicológicos e sociais da incapacidade;
• É um instrumento concebido para descrever as funcionalidades
humanas e não apenas as incapacidades.
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Contributos da CIF-CJ para a avaliação das NEE:
• A CIF considera a incapacidade como um a “interação dinâmica entre a
pessoa e fatores contextuais”;
• A CIF é parte integrante de um sistema de classificação que inclui a
Classificação Internacional de Doenças, permitindo uma integração
entre o CID 10 e a CIF;
• A CIF permite sistematizar não só a capacidade funcional do aluno mas
também as suas limitações na realização de atividades.
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A CIF está dividida em duas partes, cada uma com duas componentes:
• Parte 1: Funcionalidade e Incapacidade
a) Funções e estruturas do corpo
b) Atividade e Participação
• Parte 2: Fatores Contextuais
a) Fatores ambientais
b) Fatores Pessoais (não quantificáveis)
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• Cada componente contém diferentes capítulos e domínios. Em cada
domínio existem várias categorias e subcategorias que constituem as
unidades de classificação.
A CIF utiliza o seguinte sistema alfa-numérico:
b – funções do corpo
s - estruturas do corpo
d – atividade e participação
e – fatores ambientais
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• Os 3 componentes classificados na CIF são quantificados através de
uma escala genérica. Um problema pode significar uma deficiência,
limitação, restrição ou barreira dependendo do construto.
xxx.0 – Não há problema (0 a 4%)
xxx.1 - Problema LIGEIRO (5-24%)
xxx.2 – Problema MODERADO (25-49%)
xxx.3 - Problema GRAVE (50-95%)
xxx.4 - Problema COMPLETO (96-100%)
xxx.8 – não especificado
xxx.9 - não aplicável
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• Funções do corpo:
• São funções fisiológicas dos sistemas orgânicos, incluíndo as
funções psicológicas. Esta componente possui 8 capítulos.
Funções do corpo
Capítulo 1 Funções mentais
Capítulo 2 Funções sensoriais e dor
Capítulo 3 Funções da voz e da fala
Capítulo 4 Funções do aparelho cardiovascular , dos
sistemas hematológicos e imunológicos e do
aparelho respiratório.
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Funções do corpo (cont.).
Capítulo 5 Funções do aparelho digestivo e dos sistemas
metabólico e endócrino
Capítulo 6 Funções genitourinárias e reprodutivas
Capítulo 7 Funções neuromusculoesqueléticas e funções
relacionadas com o movimento
Capítulo 8 Funções da pele e estruturas relacionadas
• Para as deficiências que nem sempre podem ser observadas
diretamente (e.g., funções mentais), o utilizador pode inferir a
partir da observação do comportamento.
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• Atividade e Participação:
• Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo;
• Participação é o envolvimento numa situação de vida. Esta
componente está dividida em 9 capítulos.
Atividade e Participação
Capítulo 1 Aprendizagem e aplicação de
conhecimentos
Capítulo 2 Tarefas e exigências gerais
Capítulo 3 Comunicação
Capítulo 4 Mobilidade
Capítulo 5 Auto-cuidados
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Atividade e Participação
Capítulo 6 Vida doméstica
Capítulo 7 Interacções e relacionamentos
interpessoais
Capítulo 8 Áreas principais de vida
Capítulo 9 Vida comunitária, social e cívica
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Exemplo 1: d1661. 3
• Componente: d – atividade e participação
• Capítulo/domínio: capítulo 1 – aprendizagem e aplicação dos
conhecimentos
• Categoria: 66 – ler
• Subcategoria: 1 – Compreender a linguagem escrita
• Qualificador: 3 problema GRAVE
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Exemplo 2: d7500.1
• Componente: d – atividade e participação
• Capítulo/domínio: Capítulo 7 – interacções e
relacionamentos interpessoais
• Categoria: 50 – relacionamentos sociais informais
• Subcategoria: 0 – relacionamentos informais com amigos
• Qualificador: 1 – problema LIGEIRO
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• Fatores Ambientais
• Constituem o ambiente físico, social e atitudinal no qual as pessoas
vivem e conduzem a sua vida. Esses fatores externos podem ter uma
influência positiva ou negativa sobre o desempenho social, sobre a sua
capacidade para executar ações ou tarefas, ou sobre as funções e
estruturas do corpo.
• As influências positivas são consideradas facilitadores, as influências
negativas constituem barreiras. Um coeficiente (0 a 4) separado por um
ponto (.) indica uma barreira, enquanto que se estiver separado do
código por um sinal (+) indica um facilitador.
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Fatores Ambientais
Capítulo 1 Produtos e tecnologia
Capítulo 2 Ambiente natural e mudanças ambientais
feitas pelo homem
Capítulo 3 Apoio e relacionamentos
Capitulo 4 Atitudes
Capítulo 5 Serviços, sistemas e políticas
![Page 32: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013111/558ea8891a28ab06128b46f8/html5/thumbnails/32.jpg)
Exemplo 3: e1250+2
• Componente: e – fatores ambientais
• Capítulo/domínio: capítulo 1 – produtos e tecnologias
• Categoria: 25 – produtos e tecnologias para a comunicação
• Subcategoria: 0 – produtos e tecnologias gerais para a comunicação
• Qualificador: + 2 Facilitador MODERADO
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Programa Educativo Individual
► Constitui um documento que assume a maior importância para os alunos
com NEE de carater permanente, bem como para todos os intervenientes no
seu processo educativo;
► Trata-se de um instrumento fundamental no que se refere à
operacionalização e eficácia da adequação do processo de ensino e de
aprendizagem.
Um PEI é:
► Um documento formal que garante o direito à equidade educativa
dos alunos com NEE de carater permanente;
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Um PEI é:
Um instrumento de trabalho que descreve o perfil de funcionalidade por
referência à CIF-CJ do aluno e estabelece as respostas educativas específicas
requeridas por cada aluno em particular.
Um documento que responsabiliza a escola e os Encarregados de Educação
pela implementação de medidas educativas que promovam a aprendizagem e
a participação dos alunos com NEE de carater permanente.
Um instrumento dinâmico que deve ser regularmente revisto e reformulado,
uma vez que se fundamenta numa avaliação compreensiva e integrada do
funcionamento do aluno, passível de sofrer alterações.
![Page 35: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013111/558ea8891a28ab06128b46f8/html5/thumbnails/35.jpg)
Recolher informações
Reformular o PEI
Implementar o PEI
Monitorizar o
processo Estabelecer o PEI
![Page 36: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013111/558ea8891a28ab06128b46f8/html5/thumbnails/36.jpg)
O modelo de PEI deve incluir os seguintes dados:
Identificação do aluno;
Resumo da história escolar e outros antecedentes relevantes;
Indicadores de funcionalidade e fatores ambientais que funcionam como
facilitadores ou como barreiras à participação e á aprendizagem;
Definição das medidas educativas a implementar;
Descriminação dos conteúdos, dos objetivos gerais e específicos a atingir
e das estratégias e recursos humanos e materiais a utilizar;
Nível de participação do aluno nas atividades educativas da escola;
Distribuição horária das diferentes atividades previstas;
Definição do processo de avaliação da implementação do PEI;
Data e assinatura dos participantes envolvidos na sua elaboração e dos
responsáveis pelas respostas educativas a aplicar.
![Page 37: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013111/558ea8891a28ab06128b46f8/html5/thumbnails/37.jpg)
► O PEI é elaborado, conjunta e obrigatoriamente pelo docente responsável
pelo grupo ou turma ou pelo Diretor de Turma, pelo docente de Educação
Especial e pelo Encarregado de Educação, ou seja, por quem melhor
conhece o aluno e por quem trabalha diretamente com ele.
A elaboração do PEI no âmbito de um trabalho em equipa permite:
Partilha de informação relativa ao funcionamento do aluno em
vários contextos;
Uma compreensão comum, por parte de todos os
intervenientes, dos facilitadores e barreiras no desempenho do
aluno;
Uma implicação mais ativa e responsável, por parte de todos,
incluindo os Pais ou Encarregados de Educação.
Uma intervenção contextualizada e concertada.
![Page 38: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013111/558ea8891a28ab06128b46f8/html5/thumbnails/38.jpg)
Medidas educativas previstas no Decreto-Lei n.º 3/2008:
a) Apoio Pedagógico Personalizado
b) Adequações Curriculares Individuais
c) Adequações no Processo de Matrícula
d) Adequações no Processo de Avaliação
e) Currículo Específico Individual
f) Tecnologias de Apoio
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Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:
Apoio Pedagógico Personalizado
i. Reforço de estratégias ao nível da organização, do espaço e das
atividades;
ii. Estímulo e reforço de determinadas competências e aptidões
necessárias à aprendizagem;
iii. Antecipação e reforço da aprendizagem de conteúdos lecionados no
âmbito do grupo ou da turma;
iv. Reforço e desenvolvimento de competências específicas.
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Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:
Adequações Curriculares Individuais
i. Traduz-se em adequações de âmbito curricular, que não colocam
em causa o currículo comum;
ii. Poderão ser introduzidas disciplinas ou áreas currículares
específicas, designadamente Língua Gestual Portuguesa (L1) e
Língua Portuguesa/Português segunda língua, para alunos surdos
(LP2), leitura e escrita em braille, orientação e mobilidade, treino
de visão e atividade motora adaptada;
iii. Introdução de objetivos e conteúdos intermédios ou na dispensa
de atividades sempre que o nível de funcionalidade do aluno
dificulte acentuadamente, ou impossibilite , a sua execução.
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Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:
Adequações no Processo de Matrícula
i. Alunos surdos, cegos, ou com baixa visão, têm prioridade na
matrícula em escolas de referência;
ii. Alunos com perturbações do espetro do autismo, multideficência,
ou surdocegeuira congénita, podem matricular-se e frequentar
escolas com unidades de ensino especializado
independentemente da sua área de residência;
iii. Aos alunos com NEE de carater permanente pode ser concedido o
adiamento da matrícula no 1.º ano de escolaridade apenas por um
ano, não sendo possível a renovação.
![Page 42: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013111/558ea8891a28ab06128b46f8/html5/thumbnails/42.jpg)
Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:
Adequações no Processo de Avaliação
i. Tipo de prova;
ii. Instrumentos de avaliação e certificação;
iii. Condições de avaliação (formas e meios de comunicação,
periodicidade, duração e local da mesma);
Currículo Específico Individual
i. Prevê alterações significativas no currículo comum ;
ii. Priorização de áreas curriculares ou determinados conteúdos em
detrimento de outros;
iii. Eliminação de objetivos e conteúdos;
iv. Introdução de conteúdos e objetivos complementares referentes a
aspetos bastante específicos;
v. Eliminação de áreas curriculares.
![Page 43: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013111/558ea8891a28ab06128b46f8/html5/thumbnails/43.jpg)
Pretende-se que estes currículos:
i. Tenham um cariz funcional, ou seja, as atividades propostas têm
que ser úteis para a vida presente e futura (pós escolar) do aluno;
ii. A seleção das competências a desenvolver deve ter como critério
a sua aplicabilidade nos diferentes contextos de vida do aluno;
iii. A aprendizagem das competências definidas deve ser, sempre
que possível, realizada nos contextos reais por forma a dar-lhes
significado;
iv. As atividades devem estar relacionadas, na medida do possível,
com a idade cronológica e com os interesses do aluno.
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Medidas educativas previstas no Decreto-Lei nº 3/2008:
Tecnologias de Apoio
i. Conjunto de dispositivos e equipamentos que têm por objetivo
compensar uma limitação funcional e facilitar um modo de vida
independente;
ii. Elementos facilitadores do desempenho de atividades e da
participação dos alunos com NEE em diferentes domínios
(aprendizagem, vida social e profissional);
iii. Podem ser utilizadas em diferentes áreas como:
a) Cuidados pessoais e de higiene;
b) Mobilidade;
c) Adaptações para mobiliário e espaço físico;
d) Comunicação, informação e sinalização;
e) Recreação.
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Acompanhamento do Programa Educativo Individual
i. O PEI deve ser revisto a qualquer momento e, obrigatoriamente, no
final de cada nível de educação e ensino e no fim de cada ciclo do
ensino básico;
ii. A avaliação da implementação das medidas educativas deve assumir
um caráter de continuidade, sendo obrigatória pelo menos em cada
um dos momentos de avaliação interna da escola;
iii. No final do ano deve ser elaborado um Relatório Circunstanciado
relativo às medidas aplicadas e aos resultados obtidos;
![Page 46: Referenciação e encaminhamento de alunos com Necessidades Educativas Especiais - Decreto-Lei nº3/2008](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013111/558ea8891a28ab06128b46f8/html5/thumbnails/46.jpg)
Acompanhamento do Programa Educativo Individual
iv. O relatório explicita a existência da necessidade de o aluno continuar a
beneficiar de adequações no processo de ensino e de aprendizagem,
propõe as alterações necessárias ao programa educativo individual e
constitui parte integrante do processo individual do aluno;
v. O Relatório referido nos números anteriores, ao qual é anexo o programa
educativo individual, é obrigatoriamente comunicado ao estabelecimento
que receba o aluno, para prosseguimento de estudos ou em resultado de
processo de transferência.
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• Correia, L. M. (2003). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. Porto:Porto
Editora.
• Correia, L. M. (2008). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais, um Guia
para Educadores e Professores. Porto: Porto Editora.
• DGIDC (s/d). Avaliação e Intervenção na Área das NEE. Ministério da Educação.
• DGIDC (2008). Educação Especial, Manual de Apoio à Prática. Lisboa: Ministério
da Educação.
• OMS (2001). Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF). Lisboa: DirecçãoGeral de Saúde.
• Madureira, I. & Leite, T. (2003). Necessidades Educativas de Educação. Lisboa:
Universidade Aberta.