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PwC Relatórios empresariais 1 A alta administração está sendo obrigada a reavaliar constantemente suas estratégias de negócios por causa da forte incerteza econômica e das mudanças na dinâmica do mercado. Os investidores também estão tendo que dar bastante atenção a suas estratégias de investimento. Entender essas questões e adotar uma estratégia clara para reagir a essas mudanças de dinâmica – sejam elas causadas pela crise financeira, pelo aumento da concorrência global ou pela escassez de recursos – é essencial para a sobrevivência. Não é de se estranhar, portanto, que a capacidade de obter informações corretas para a tomada de decisões ocupe uma posição de destaque na agenda de todos os que têm interesse no desempenho da empresa – da equipe gerencial e do conselho de administração até os investidores, as autoridades econômicas e os organismos de regulamentação. As empresas brasileiras passaram por um momento vitorioso em 31 de dezembro de 2010: a implementação dos IFRS/CPCs na contabilidade e a apresentação de demonstrações financeiras consolidadas segundo as normas do Internacional Accounting Standards Board (IASB). O caminho começou a ser trilhado com a Lei 11.638, sancionada em dezembro de 2007. Depois foram dados alguns primeiros tímidos e bem direcionados passos em 2008. O ano de 2009 foi caracterizado pela estabilidade das normas contábeis, e o mercado teve um tempo para entender os seus primeiros efeitos. O último grande salto foi dado em 2010, e hoje já estamos em plena safra de balanços preparados de acordo com as sofisticadas normas dos IFRS/CPC. As informações e os relatórios empresariais de hoje estão sob o fogo cruzado de empresas, investidores, governos e organismos de regulamentação. Nesse estudo, apresentamos nossa visão sobre por que eles são insuficientes, o que está determinando as mudanças, o que precisa de mais explicações e como as empresas podem agir. Relatórios empresariais Da conformidade à vantagem competitiva

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PwC Relatórios empresariais 1

A alta administração está sendo obrigada a reavaliar constantemente suas estratégias de negócios por causa da forte incerteza econômica e das mudanças na dinâmica do mercado. Os investidores também estão tendo que dar bastante atenção a suas estratégias de investimento. Entender essas questões e adotar uma estratégia clara para reagir a essas mudanças de dinâmica – sejam elas causadas pela crise financeira, pelo aumento da concorrência global ou pela escassez de recursos – é essencial para a sobrevivência.

Não é de se estranhar, portanto, que a capacidade de obter informações corretas para a tomada de decisões ocupe uma posição de destaque na agenda de todos os que têm interesse no desempenho da empresa – da equipe gerencial e do conselho de administração até os investidores, as autoridades econômicas e os organismos de regulamentação.

As empresas brasileiras passaram por um momento vitorioso em 31 de dezembro de 2010: a implementação dos IFRS/CPCs na contabilidade e a apresentação de demonstrações financeiras consolidadas segundo as normas do Internacional Accounting Standards Board (IASB). O caminho começou a ser trilhado com a Lei 11.638, sancionada em dezembro de 2007. Depois foram dados alguns primeiros tímidos e bem direcionados passos em 2008. O ano de 2009 foi caracterizado pela estabilidade das normas contábeis, e o mercado teve um tempo para entender os seus primeiros efeitos. O último grande salto foi dado em 2010, e hoje já estamos em plena safra de balanços preparados de acordo com as sofisticadas normas dos IFRS/CPC.

As informações e os relatórios empresariais de hoje estão sob o fogo cruzado de empresas, investidores, governos e organismos de regulamentação. Nesse estudo, apresentamos nossa visão sobre por que eles são insuficientes, o que está determinando as mudanças, o que precisa de mais explicações e como as empresas podem agir.

Relatórios empresariaisDa conformidade à vantagem competitiva

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Uma abordagem limitada aos relatórios financeiros, baseada na conformidade, está começando a parecer arriscada.

Esperamos mudanças radicais nos relatórios empresariais.

O Brasil se antecipou a outras grandes economias, como o Canadá, a Índia e o Japão, e hoje é uma referência de mercado na implementação de projetos de convergência contábil. O país concluiu um difícil processo de transição com coragem e paciência. O mais impressionante foi o fato de termos abraçado o IFRS não somente para as grandes companhias abertas, mas para todas as empresas brasileiras. Com isso, nossa legislação societária incorporou conceitos contábeis bastante sofisticados. Para se ter uma ideia dos avanços feitos pelo Brasil, basta comparar nossa realidade com a do mercado europeu (a origem do IFRS é a Grã-Bretanha): eles não implementaram o IFRS para a contabilidade estatutária no primeiro momento - só agora o UK GAAP está em processo de extinção.

Como é natural, porém, na adoção de novos padrões, pecamos pelo excesso, talvez por nervosismo. Muitas demonstrações financeiras foram elaboradas com base em modelos padrão. Assim, as notas explicativas foram redigidas e apresentadas de maneira padronizada - o chamado ‘boiler plate’ - e mal adaptadas à realidade das empresas. A complexidade e o excesso de informações apresentadas em formato pesado, com repetições e pouca adaptação à realidade da empresa foram criticados nos relatórios divulgados “a quilo”.

De qualquer modo, a adoção tranquila desse “esperanto contábil” reflete a competência dos profissionais brasileiros e demonstra a modernidade e a agilidade da nossa economia. Teria sido lamentável se o país não tivesse feito a transição naquele momento. Os balanços de 2010 abriram a nossa economia para as perspectivas de um desenvolvimento sustentável. Haverá desafios pela frente – será necessário saber conviver com os novos balanços e os reflexos nos resultados. O mercado (analistas e usuários das demonstrações financeiras) cobrará clareza nas divulgações financeiro-contábeis do contador. É o momento de rever os relatórios para aperfeiçoar as vantagens competitivas alcançadas. Entender e respeitar as necessidades do leitor será parte dessa fórmula vitoriosa.

Contudo, ninguém deseja apenas mais informações: elas devem ser pertinentes, compreensíveis e confiáveis. Os relatórios financeiros, embora constituam a espinha dorsal das informações, são, por sua própria natureza, retrospectivos e já estão desatualizados há meses quando são divulgados. Depender apenas deles para entender a qualidade e a sustentabilidade do desempenho de uma empresa pode ser perigoso.

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Esta publicação foi originalmente lançada pela PwC Londres e discute por que os relatórios corporativos estão sendo tão criticados. Embora o foco deste estudo seja principalmente as companhias abertas britânicas, as questões aqui discutidas são igualmente importantes nos outros países, inclusive o Brasil.

No momento em que as empresas começam a questionar alguns aspectos de suas operações comerciais, inclusive a resiliência do modelo de negócios, as necessidades de informação e os relatórios também ficam na linha de fogo.

Está começando a parecer excessivamente arriscado para a administração assumir na apresentação de relatórios externos uma abordagem limitada, direcionada pela conformidade e que não mostre uma reação às mudanças no contexto da empresa. As partes interessadas no bom desempenho da empresa estão buscando nos relatórios a comprovação da qualidade e da credibilidade da administração e perguntando: “O que esse relatório diz sobre a empresa, sua administração, governança, ambições e perspectivas?”

Já há menos pessoas nos perguntando: “Por que devo aprimorar as informações que divulgo?” E mais pessoas perguntam: “Como posso conseguir as informações de qualidade de que necessito para gerir a Para ajudar a responder a essas questões, as conclusões de nossa ampla análise dos relatórios empresariais (ver páginas 4 a 8) destacam áreas maduras a serem melhoradas e sugerem outras que exigem mudanças mais fundamentais.

Não há dúvida de que a regulamentação continuará a afetar o nível das informações divulgadas e a estrutura dos relatórios, mas seus efeitos imediatos sobre a transparência são menos claros. Entretanto, a regulamentação tende a aumentar a atenção de todos em relação a determinadas áreas, o que, por sua vez, leva a melhorias efetivas na qualidade e na coerência das principais informações divulgadas.

A velocidade das mudanças nos relatórios é algo que cada empresa deve determinar por si só, segundo as ambições da administração e o apetite para realizar a tarefa. No entanto, será difícil ignorar a necessidade de responder às crescentes pressões externas das partes interessadas na empresa, que dificilmente diminuirão em um futuro previsível.

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A inovação está acumulando forças para a mudança

Estamos entrando em um período de inovações significativas na apresentação de relatórios. Mercados, organismos de regulamentação, empresas e um grupo cada vez mais amplo de interessados estão exigindo mudanças. Já estão sendo tomadas medidas importantes para superar o desafio.

Acreditamos que as práticas que estão surgindo nas empresas com visão de futuro têm o potencial de transformar os relatórios empresariais na próxima década.

Empresas com visão de futuro, investidores, governos e organismos de regulamentação: todos estão impulsionando a mudança

Alguns organismos internacionais estão promovendo um aumento de qualidade dos relatórios financeiros, com destaque para: (i) o Financial Reporting Council (FRC), que é o órgão regulador independente do Reino Unido responsável por promover alta qualidade na governança corporativa e nos relatórios destinados a investidores; (ii) o International Integrated Reporting Council (IIRC), que é formado por líderes de diversos países na área de relatórios corporativos, entre eles, dois do Brasil: o professor Nelson Carvalho, da Universidade de São Paulo (USP) e Maria Helena Santana, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); e (iii) o Department for Business, Innovations and Skills (BIS), órgão do governo do Reino Unido responsável por incentivar as empresas por meio de iniciativas que vão desde o estabelecimento de legislação coerente, para incentivar a atuação das empresas, até o suporte a organismos locais e internacionais que de alguma forma apoiam este objetivo.

Os organismos mencionados acima estão promovendo a necessidade de mudanças e oferecendo mecanismos para atingi-las, por meio da experimentação com a estrutura e o conteúdo dos relatórios.

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A aspiração: criar um modelo de preparação de relatórios que transmita as informações necessárias para entender a qualidade e a sustentabilidade da empresa hoje

Iniciativas recentes estão estimulando claramente a inovação.

• O Laboratório de Relatórios Financeiros do FRC está reunindo administradores e investidores para

• A audiência pública do BIS sobre a proposta de uma nova estrutura de relatórios visa a abordar a extensão e complexidade dos relatórios atuais, de forma a permitir que as principais informações sejam encontradas mais facilmente. Ele propõe dividir o relatório anual em um Relatório Estratégico, com as principais mensagens sobre a empresa (incluindo estratégia, resultados, riscos e remuneração) e uma Declaração Anual da Diretoria, publicada on-line, com as informações detalhadas que alicerçam o Relatório Estratégico. O prazo final dessa audiência pública foi 25 de novembro de 20111.

• Inovação entre as principais empresas – um exemplo é a pioneira conta de lucros e perdas ambientais da empresa de material esportivo Puma, que atribui um custo ao uso de carbono e água em todas as suas operações (inclusive a totalidade de sua cadeia de suprimentos). A administração da Puma considera essa informação essencial para fundamentar sua estratégia futura, do desenvolvimento de produtos ao formato de seu modelo de negócios. Essa é também a primeira fase de seu plano de inovar em todos os relatórios e de avaliar o impacto econômico e social da empresa de forma similar.

Embora essas iniciativas empreguem abordagens diversas e concentrem-se em áreas diferentes do modelo de preparação de relatórios, todas têm a mesma ambição: criar um modelo de apresentação de relatórios que forneça as informações necessárias para entender a qualidade e a sustentabilidade da empresa no século XXI.

1. Escreva (em inglês) para [email protected] a fim de receber informações diretamente da PwC sobre este tópico, ou entre em contato, no Brasil, com Ivan Clark ([email protected]).

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Os relatórios anuais – um retrato atualComo as empresas estão reagindo a esse ambiente dinâmico de apresentação de relatórios? As melhorias são generalizadas ou estão limitadas a uma pequena quantidade de empresas com visão de futuro?

Para entender a eficiência dos relatórios atuais, comparamos relatórios de empresas com nosso modelo de relatórios integrados (ver "Relatórios integrados – significado", na página 5).

Analisamos a eficiência com a qual as empresas comunicam a qualidade e a sustentabilidade de seu desempenho e as perspectivas futuras. Examinamos como elas explicam suas prioridades estratégicas, sua abordagem em relação à governança e aos riscos, o funcionamento do modelo de negócios e seu desempenho – tanto financeiro quanto operacional.

Uma vez que o contexto também é importantíssimo, verificamos como a empresa apresenta vínculos e dependências críticos entre os diversos conjuntos de informações e o quanto o quadro geral é completo e coerente.

Este ano, nossa revisão das práticas de relatórios descritivos dos componentes do FTSE 3502 mostra uma tendência geral de melhoria na qualidade e eficiência (ver gráficos abaixo), mas que essa melhoria não é universal.

Nosso indicador geral de eficiência de relatórios mostra que algumas empresas componentes dos índices FTSE 100 e FTSE 250 atingem padrões bastante elevados de apresentação de relatórios. Os melhores relatórios do FTSE 250 são tão bons quanto os do FTSE 100, mas nenhuma empresa de qualquer dos grupos atingiu a mais alta qualidade em todas as áreas de seus relatórios descritivos.

Observamos sinais ligeiros, mas contínuos, de melhoria em todas as empresas componentes do FTSE 100. Isso é demonstrado pela redução no percentual de empresas com classificação baixa na escala de eficiência no primeiro gráfico, bem como pelo aumento na extremidade de classificação mais elevada.

Entre os componentes do FTSE 250, que, presumivelmente, precisam gritar mais alto que seus concorrentes do FTSE 100 para se fazer ouvir pelos investidores, é estimulante observar uma subida geral na escala, de baixa/média para média/alta (ver segundo gráfico). Entretanto, a proporção das empresas constantes do FTSE 250 com eficiência baixa em seus relatórios ainda oscila ao redor de 25%, refletindo, talvez, um grupo central de empresas que continua a adotar a abordagem de atender apenas ao mínimo necessário em termos de conformidade.

Há uma defasagem significativa de eficiência entre as empresas com os piores e os melhores relatórios. Com efeito, as empresas mais importantes parecem estar se destacando do rebanho, o que pode indicar que a oportunidade de abraçar a mudança e transformá-la em uma vantagem competitiva ainda não foi percebida por muitas empresas.

2. Analisamos 298 relatórios referentes a exercícios encerrados entre 1º de abril de 2010 e 31 de março de 2011: 100 de empresas do FTSE 100 e 198 do FTSE 250. Todos os relatórios foram comparados com mais de 80 pontos de dados relacionados a nosso modelo de relatórios integrados. As empresas de investimento foram excluídas da análise, já que seus relatórios mais padronizados poderiam distorcer os resultados.

Qual a eficiência dos relatórios das empresas do FTSE 100?A curva normal mostra a proporção de empresas em cada estágio da jornada rumo a relatórios eficientes

Qual a eficiência dos relatórios das empresas do FTSE 250?A curva normal mostra a proporção de empresas em cada estágio da jornada rumo a relatórios eficientes

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Classificação de eficiência de relatórios da PwC- FTSE 100 2011 - FTSE 100 2010

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Classificação de eficiência de relatórios da PwC- FTSE 250 2011 - FTSE 250 2010

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Um relatório integrado é conseguido quando mostra como a governança se relaciona com a remuneração e os riscos, quando a estratégia é projetada para explorar um ambiente de mercado em transformação e quando as prioridades estratégicas estão alinhadas com os principais recursos, relacionamentos e indicadores-chave de desempenho.

Os “relatórios integrados” estão em moda, mas mesmo assim é extremamente difícil encontrar duas pessoas que concordem exatamente com sua definição. Em nosso ponto de vista, um relatório integrado é mais do que simplesmente uma coletânea de demonstrações que abrangem estratégia empresarial, resultados comerciais e financeiros e questões ambientais, sociais e de governança.

Para nós, um relatório integrado fornece uma visão estratégica de uma empresa, que explica como ela cria e preserva valor, agora e no futuro. Ele reconhece que relatórios significativos devem incluir mais do que apenas a gestão do capital financeiro e abranger também a gestão do capital intelectual, natural, social ou de outra natureza, quando eles são importantes para a empresa.

Um relatório integrado pode informar também os riscos e as oportunidades em todas as operações da empresa, inclusive de seus fornecedores, clientes e outros elementos críticos além da própria pessoa jurídica. Esse tipo de relatório deve oferecer um quadro mais completo e unificado do desempenho e das perspectivas da empresa.

Um relatório integrado é conseguido quando mostra como a governança se relaciona com a remuneração e os riscos, quando a estratégia é projetada para explorar um ambiente de mercado em transformação e quando as prioridades estratégicas estão alinhadas com os principais recursos, relacionamentos e indicadores-chave de desempenho.

A figura desta página ilustra nossa estrutura de relatórios integrados. Ela mostra como os principais elementos fluem e estão conectados.

O que mais é diferente nos “relatórios integrados”? Em seu documento para discussão, o IIRC descreve algumas das principais diferenças em relação ao modelo atual (ver tabela).

Relatórios integrados – significado

Para obter informações adicionais sobre o modelo de relatórios integrados da PwC, solicite uma cópia de “Relatórios integrados: o que seus relatórios dizem sobre você?” ou, envie um e-mail (em inglês) para [email protected] a fim de receber exemplos detalhados de relatórios eficientes em áreas específicas.

Modelo atual Relatórios integrados/ modelo futuro

Foco Passado, financeiro

Futuro, conectado, estratégico

Prazo Curto prazo Curto, médio e longo prazo

Detalhamento Longo e complexo

Conciso e relevante

Conformidade Preso a regras Suscetível às circunstâncias

Apresentação Baseado em papel

Baseado em tecnologia

Confiança Informações limitadas

Maior transparência

Raciocínio Silos Integrado

Responsabilidade Capital financeiro Todo o capital (humano, intelectual, social, natural etc.)

Fonte: IIRC (International Integrated Reporting Council)

2. Estratégia

3. Recursos e R

elacio

nam

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s

4. Desempenho

1. In

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Tecnológicos

EconômicoSociais

Geopolíticos Competitivos

Ambientais

Governança

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Modelo de negócioContribuição da empresa

Est

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Consumo

Contribuição social

Financiamento

Criação de renda

Recursos não financeiros

Relacionamento

s

Recursos financeiros

Principaisindicadores dedesempenho

Estratégiae

Objetivos

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Constatações de nossa análise das empresas do FTSE 350

84% Discutem tendências futuras do mercado

25% Explicam o que o futuro significa para as escolhas estratégicas

94% Incluem prioridades estratégicas 16% Baseiam os relatórios na estratégia

97% Informam os principais riscos 45% Explicam claramente os efeitos dos riscos e sua atenuação

74% Discutem os principais relacionamentos/recursos gerenciais

33% Identificam claramente seu modelo de negócios

93% Identificam explicitamente os KPIs 35% Alinham os KPIs com a estratégia

78% Informam indicadores não previstos nos GAAP

27% Explicam claramente os fatores que alavancam a receita

74% Apresentam KPIs relacionados à sustentabilidade

15% Vinculam a sustentabilidade à estratégia

92% Apresentam descrições consistentes com as notas de segmentos

7% Comunicam com modelo de relatórios por segmento

Alguns elementos dos relatórios das empresas do FTSE 350 estão melhorando. Quais são os catalisadores da mudança? Onde ocorreram as melhorias? Onde continuam a existir desafios?

As mudanças regulamentares estão tendo forte efeito sobre os relatórios empresariais. Por exemplo, revisões no Código de Governança do Reino Unido determinam agora que as empresas apresentem informações sobre seu modelo de negócios3. Embora essa alteração não estivesse totalmente em vigor no período abrangido por nossa revisão, ela constatou que 33% das empresas componentes do FTSE 350 apresentam agora uma descrição explícita de seu modelo de negócios, indicando a adoção antecipada dessa norma.

Juntamente com as regras e os regulamentos, as partes interessadas e os organismos de regulamentação também estão ajudando a aprimorar as práticas de apresentação de relatórios, estimulando as empresas a abordar áreas importantes. O foco do Painel de Revisão de Relatórios Financeiros (FRRP) nos relatórios de risco3 no início deste ano teve um efeito visível sobre a divulgação de informações, com 45% das empresas (em comparação com apenas 18% no ano passado) explicando claramente a natureza de seus principais riscos, seus efeitos sobre o negócio e a forma de atenuá-los.

O que melhorou?

Mas e quanto à qualidade?

Até o momento, os efeitos globais das mudanças e pressões regulamentares foram constantes, mas não espetaculares: o conteúdo

está presente, mas a qualidade das informações apresentadas ainda tem um longo caminho a percorrer. Por exemplo, enquanto 97% das empresas informam agora seus principais riscos e incertezas, 60% delas apresentam riscos genéricos, que não são específicos da empresa e de seu modelo de negócios, suas prioridades e seus mercados. Da mesma forma, embora 33% das empresas incluam uma descrição explícita de seu modelo de negócios, e a maioria delas cite os principais recursos e relacionamentos como parte essencial de seus modelos de negócios, apenas 7% sustentam essa informação com indicadores ou comentários detalhados.

Falta de reflexão

A ausência de profundidade e reflexão nas descrições de muitos elementos contextuais importantes dos negócios é um sinal revelador de uma mentalidade voltada para a conformidade com a legislação ou indica que os benefícios de uma abordagem mais informativa ainda não foram integralmente avaliados.

Inexiste, por exemplo, uma reflexão sobre as tendências externas e os fatores futuros que provavelmente afetarão o desempenho. Enquanto 84% apresentam uma visão prospectiva em sua discussão do mercado, apenas 25% este ano (e 13% no ano passado) a sustentam com uma descrição quantitativa mais detalhada.

4. Para receber um estudo da PwC sobre este tópico, envie um e-mail (em inglês) para [email protected].

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São compromissos e não checklists, que gerarão melhorias efetivas na qualidade e pertinência das informações apresentadas nos relatórios das empresas.

Os indicadores de desempenho contam uma história similar: 93% das empresas (em comparação com 88% no ano passado) identificam explicitamente seus indicadores chave de desempenho (KPIs, sigla em inglês), mas apenas 22% delas apresentam sua definição clara e seus fundamentos.

As informações por segmento, também objeto da atenção das autoridades regulamentadoras e uma área de muito interesse para os investidores, apresentam qualidade variável. Do total, 92% das empresas componentes do FTSE 350 apresentam uma visão homogênea dos segmentos, mas apenas 63% definem suas prioridades e 47% explicam como tais prioridades contribuem para os objetivos do grupo como um todo.

Também existem variações na qualidade dos relatórios sobre desempenho. Apenas 27% deles explicam claramente os fatores que alavancam as receitas e a rentabilidade (por exemplo, preço x volume, interno x adquirido) e 36% (em comparação com 12% no ano passado) apresentam um conjunto detalhado de indicadores para monitorar o progresso no atingimento das prioridades estratégicas.

E a integração4?

Após o conteúdo e a qualidade das informações, a última peça dos quebra-cabeças para relatórios eficientes é a forma como elas se unem – dentro de cada seção e entre elas.

É encorajador que nossa revisão mostre algum progresso, ainda que em relação a uma base baixa, rumo à apresentação de um quadro mais integrado por parte das empresas4. Por exemplo, 35% das empresas (em comparação com 25% em 2010) alinham claramente os KPIs com as prioridades estratégicas. Mas ainda existem dificuldades: apenas 16% delas integram claramente temas e intenções estratégicos em seus relatórios e apenas uma em cada cinco (19%) demonstra o vínculo entre as oportunidades e os fatores externos e suas opções estratégicas.

As questões de sustentabilidade figuram em 97% dos relatórios das empresas, mas apenas 15% integram completamente as prioridades relacionadas em sua estratégia global – uma área que está atraindo o interesse de alguns grupos interessados. Dois terços das empresas não descrevem qualquer vínculo entre os relatórios de risco e outros aspectos, como prioridades estratégicas, tendências externas e desempenho.

Uma mensagem clara extraída dessas constatações é que a regulamentação pode fornecer as bases para o desenvolvimento da apresentação de relatórios, mas não fornece, de imediato, mais transparência ou relatórios de melhor qualidade. Entretanto, os regulamentos parecem ter efeitos indiretos positivos, aumentando a atenção de todos para as áreas afetadas, o que, em última análise, melhora a qualidade. Por exemplo, quando as informações sobre KPIs passaram a ser obrigatórias, era frequente apresentá-las de forma isolada das prioridades estratégicas. Contudo, ao longo do tempo, a atenção dos interessados contestou essa defasagem, que foi eliminada gradualmente.

Dessa forma, melhorias fundamentais nos relatórios acontecerão apenas quando a administração e outros interessados questionarem o conteúdo. É o compromisso, e não algum tipo de checklist, que produzirá melhorias efetivas na qualidade e na pertinência das informações apresentadas nos relatórios das empresas.4. Para receber um estudo da PwC sobre este tópico, envie um e-mail (em inglês) para

[email protected].

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Culpe a forma de comunicação, não os mensageiros

Uma visão limitada do relatório anual pode ser um erro, particularmente se outros relatórios on-line não suprirem suas deficiências.

Se nossas constatações apontam para dificuldades em termos de qualidade e alinhamento das principais informações dos relatórios anuais, uma possível explicação poderia ser a alteração do papel do relatório anual como veículo de comunicação na era digital, caracterizada por notícias e comentários instantâneos.

Para muitos, o relatório anual atende a um requisito regulamentar, tem um foco tradicional e figura no site da empresa ao lado de alguns anúncios intermediários e links para relatórios de analistas de mercado.

Nossa experiência com as empresas confirma que essa visão limitada do relatório anual é comum e geralmente inclui opiniões como: “trata-se de um documento regulamentar”, “é complicado demais para mudar” e “damos informações extras aos investidores em nossas apresentações”. Contudo, algumas empresas parecem saber, de fato, como usar de modo eficiente todos os canais.

Para verificar se a culpa é realmente da forma de comunicação, analisamos também os anúncios e as apresentações preliminares de todos os componentes do FTSE 350. Nossas constatações são uma leitura interessante. Longe de fornecer informações adicionais ou de melhor qualidade, muitas vezes essas outras comunicações de fim de ano apresentam as mesmas deficiências que o relatório anual.

Isso sugere que o problema está menos na forma de comunicação e mais na qualidade e disponibilidade de informações e no interesse da administração em proporcionar transparência.

Em nosso ponto de vista, a comunicação eficiente e sistemática em todos os meios, particularmente o relatório anual, faz diferença na forma como os interessados percebem sua organização.

Os indicadores tradicionais de desempenho financeiro dominam as apresentações preliminares das empresas componentes do FTSE 350 aos investidores, mas alguns outros aspectos do modelo de relatórios mal são abordados. Por exemplo, apenas 10% abrangem os riscos e 12% discutem o desempenho e os riscos ambientais e sociais; ainda menos empresas abordam essas áreas em seus relatórios anuais. A grande maioria delas não apresenta em seus relatórios preliminares mais informações do que no relatório anual. Por exemplo, enquanto 71% apresentam informações sobre a estratégia, apenas 15% dão mais informações do que as fornecidas no relatório anual. De forma similar, 66% apresentam análises sobre fatores externos, mas apenas 16% incluem mais informações, frequentemente na forma de projeção de tendências de mercado.

Em nossas discussões com investidores, constatamos que eles ainda dão muita importância ao relatório anual como fonte de informações, de forma que pode ser arriscado supor que eles não o utilizam.

Em nosso ponto de vista, a comunicação eficiente e sistemática em todos os meios, particularmente o relatório anual, faz diferença na forma como os interessados percebem sua organização. Mas, como sabemos, falar é fácil. As equipes gerenciais interessadas em informações de melhor qualidade para sua própria tomada de decisão apresentam maior probabilidade de avançar no sentido de uma comunicação mais eficiente com grupos interessados externos.

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O caminho a percorrer

Os benefícios externos decorrentes da comunicação ao mercado das informações relevantes são importantes, mas nem sempre são tangíveis ou mensuráveis. Os benefícios intangíveis podem incluir a inexistência de problemas levantados pelos organismos de regulamentação, maior confiança de todas as partes interessadas, aumento do prestígio da empresa (redução do risco de reputação) e diálogo produtivo com as partes interessadas no bom desempenho da empresa.

Contudo, presumivelmente, os benefícios mais fundamentais decorrem da disciplina imposta à empresa quando se lança luz sobre seu funcionamento interno. As empresas estão nos dizendo que o que realmente catalisa melhorias é encontrar formas de ter acesso a informações de melhor qualidade para apoiar a tomada de decisões por parte da administração, a análise pelo conselho de administração e a conscientização dos funcionários.

Certamente, o “pensamento integrado” é o princípio central do documento para discussão do IIRC, e identificar oportunidades de otimizar os processos gerenciais parece ser um fator de motivação especial para que as empresas participem de seu programa piloto. Os relatórios externos coerentes virão a seguir, mas o objetivo central é uma empresa mais bem administrada.

Nossos contatos com empresas, usuários e organismos de regulamentação destacam o reconhecimento crescente de que o aprimoramento da eficiência dos relatórios não pode ser atingido por meio da conformidade e da engenhosidade na apresentação. O debate atual está corretamente centrado na necessidade de informações confiáveis e de qualidade, que reflitam a realidade atual da empresa e exponham suas perspectivas futuras.

A crise financeira valorizou a divulgação de informações, a gestão de riscos, o planejamento de cenários e a boa governança corporativa. Sob esse ponto de vista, as experiências do Laboratório de Relatórios do FRC e o programa piloto do IIRC, juntamente com as consultas ao BIS, são forças práticas para aprimorar a administração das empresas e são mecanismos para aprimorar os relatórios empresariais.

A chave para que as empresas transformem seus relatórios em uma fonte de vantagem competitiva reside nas medidas tomadas internamente.

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Onde você se encontra na jornada dos relatórios?

Acreditamos que existem opções atraentes para todas as empresas que buscam formas de melhorar seus relatórios. As opções corretas dependerão de onde cada uma delas se encontra em sua jornada de emissão de relatórios. Algumas podem optar por tentar influenciar o futuro, participando do debate, experimentando e inovando. Outras podem preferir esperar para ver, reagindo quando as práticas de emissão de relatórios estiverem mais consolidadas.

Em nosso ponto de vista, não existe desculpa para a inação. As opções para as empresas que analisam medidas concretas na emissão de relatórios são apresentadas no quadro abaixo.

Acreditamos que existem opções atraentes para que todas as empresas aprimorem seus relatórios.

Diferencie-sePense além dos relatórios atuais. Tente conquistar uma vantagem competitiva com relatórios integrados:• Apresente no relatório a administração

de todas as formas de capital – humano, social, natural, além do financeiro.

• Pense além da definição contábil de “controle”, considerando os riscos e as oportunidades em todas as suas operações.

• Adote ideias de vanguarda de empresas que se inscreveram no programa piloto do IIRC.

• Assuma uma visão de prazo mais longo na preparação de seus relatórios.

• Forneça seu conteúdo com uma visão prospectiva.

• Combine informações financeiras, operacionais, ambientais e de governança de maneira concisa e coerente.

InoveConteste os relatórios atuais. Faça experiências com o conteúdo, a estrutura e a integração:• Verifique qual poderia ser a aparência

de um Relatório de Estratégia (BIS) e como você poderia agrupar as informações.

• Entenda as preocupações dos investidores e encontre formas inovadoras de solucioná-las – inscrição no Laboratório de Relatórios do FRC?

• Avalie o conteúdo de seu relatório anual e verifique se ele é “relevante”.

• Inove em seu relatório anual e crie um fluxo narrativo mais claro.

• Faça experiências com a estrutura e os canais – colocar on-line os dados permanentes?

CorrijaMantenha-se atualizado com as práticas atuais e os novos requisitos. Concentre-se em realizações rápidas e elimine deficiências significativas:• Mantenha-se atualizado com as tendências de

relatórios do setor e com o que as empresas de seu grupo de pares estão fazendo.

• Busque formas de evitar repetições e reduza o tamanho para melhorar o fluxo narrativo.

• Verifique se as descrições de riscos podem refletir melhor seu setor e suas circunstâncias específicas.

• Consolide o conteúdo existente para montar uma imagem de seu modelo de negócios – está faltando alguma informação importante?

• Use indicações mais claras e referências cruzadas para demonstrar os vínculos entre as informações mais importantes.

• Explique por que seus “indicadores-chave de desempenho” são pertinentes.

Inspire-se Aprenda com as melhores e mais novas práticas para relatórios:• Use sua estratégia para alicerçar seus relatórios.• Demonstre um vínculo claro entre suas

prioridades estratégicas, seus KPIs e a remuneração.

• Discuta o perfil de risco do grupo e suas alterações.

• Explique os fatores que caracterizam seus mercados e como eles influenciam suas opções estratégicas.

• Inclua o modelo de negócios e a responsabilidade empresarial em suas discussões de estratégia e desempenho.

• Apresente mais KPIs operacionais/não financeiros para ilustrar a discussão dos principais recursos e relacionamentos.

• Verifique os relatórios vencedores dos prêmios Building Public Trust Awards ou exemplos de práticas recomendadas em www.corporatereporting.com

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Como você pode avançar com seus relatórios?

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PwC Relatórios empresariais 13

Outras perspectivasA PwC tem mais publicações sobre Corporate Reporting. Entre em contato conosco para receber uma cópia destas publicações (ou um link para baixá-las): [email protected] (e-mail em inglês)

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Destaca as questões que estão despertando mais atenção em relação aos relatórios e onde estão faltando mais informações nos relatórios atuais

www.corporatereporting.com

Fonte de análises da PwC sobre relatórios, bem como de pesquisas, manuais práticos e exemplos de boas práticas

O que seus relatórios dizem sobre você?

Assume uma visão estratégica dos relatórios e das áreas onde você deve investir esforços para obter valor, vantagens competitivas e atender a suas necessidades de relatórios internos e externos.

World Watch – revista sobre relatórios empresariais e governança corporativa

Nossa publicação mais importante, que circula duas vezes por ano, destina-se a compartilhar reflexões sobre os acontecimentos relacionados a relatórios financeiros e não financeiros, sustentabilidade, auditoria e governança.

Blog Corporate Reporting

Atualizado duas vezes por mês com assuntos em destaque no campo de relatórios empresariais, o blog é direcionado aos responsáveis por divulgar e analisar o desempenho empresarial.

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