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  • 7/26/2019 Relaes Parasitas e Hospedeiros_U1

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    Relaes Parasitas e

    Hospedeiros

    LIVRO

    UNIDADE 1

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    Rafaela Benatti De Oliveira

    Conceitos gerais emtodos parasitolgicos

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    2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida

    ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrnico ou mecnico,

    incluindo fotocpia, gravao ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e

    transmisso de informao, sem prvia autorizao, por escrito, da Editora e

    Distribuidora Educacional S.A.

    2015

    Editora e Distribuidora Educacional S. A.

    Avenida Paris, 675 Parque Residencial Joo Piza

    CEP: 86041 -100 Londrina PR

    e-mail: [email protected]

    Homepage: http://www.kroton.com.br/

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    Sumrio

    Unidade 1 | Conceitos gerais e mtodos parasitolgicos

    Seo 1.1 - Conceitos gerais e mtodos parasitolgicos

    Seo 1.2 - Classificao, epidemiologia e profilaxia dos parasitosSeo 1.3 - Mtodos diagnsticos I e II em parasitologia

    Seo 1.4 - Prticas de mtodos diagnsticos em parasitologia

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    Palavras do autor

    Caros alunos, neste momento vamos iniciar o estudo das Relaes Parasitae Hospedeiro, ou seja, da associao por um tempo longo entre seres vivos deduas espcies diferentes. Nela pode existir ou no o desenvolvimento de doenas.Ao longo desta trajetria iremos juntos entender como ocorre essa relao e odesenvolvimento da doena. Voc j parou para pensar em como importanteestudarmos este tipo de associao que ocorre entre dois seres vivos? importante,pois os parasitas habitam a Terra desde o incio dos tempos, causam as doenas

    parasitrias e conseguem manter seu ciclo de vida.

    No decorrer da primeira unidade estudaremos a relao parasita-hospedeiro,fundamentos taxonmicos, morfolgicos e biolgicos pertinentes aos parasitas dohomem e os mtodos diagnsticos em parasitologia.

    Na segunda unidade iremos aprender sobre as parasitoses causadas porprotozorios como a Toxoplasmose, Doena de Chagas, Leishmaniose e a Malria.

    J na terceira unidade abordaremos tambm outras parasitoses causadas por

    protozorios, porm intestinais, como a Amebase, Giardase e Tricomonase.

    E, por fim, na Unidade 4 falaremos sobre as parasitoses causadas por helmintoscomo a Ascaridase (famosa lombriga), Ancilostomase, Tenases, Himenolepase,Tricurase, Estrongiloidase, Esquistossomose mansnica e Enterobiose ou Oxiurase.

    Ao final deste livro didtico voc ser capaz de entender as Relaes Parasitae Hospedeiro, as parasitoses que acometem ns seres humanos e compreendercomo os parasitas causam as doenas e mantm seu ciclo de vida sempre ativo.Vamos comear?

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    Unidade 1

    CONCEITOS GERAIS EMTODOS PARASITOLGICOS

    Por que estudar os conceitos gerais e mtodos parasitolgicos? Oestudo dos conceitos gerais em parasitologia permite a voc, aluno, obter oconhecimento de alguns conceitos bsicos de biologia e ecologia geral darelao entre o parasito e o hospedeiro, podendo assim compreender comoas parasitoses so desencadeadas.

    Deste modo, nesta unidade de ensino, vamos enfatizar os conceitosgerais e mtodos parasitolgicos (incluindo os diagnsticos), alm disso,

    apresentaremos os conceitos que regem a relao parasito-hospedeiro,fundamentos taxonmicos, morfolgicos e biolgicos pertinentes aosparasitos do homem.

    Convite ao estudo

    Competncia Geral:

    Conhecer os princpios bsicos das parasitoses prevalentes na sade

    humana, relacionados atuao do profissional da sade.

    Objetivos: Aprender os conceitos gerais em parasitologia e os mtodos diagnsticos.

    Compreender os fundamentos taxonmicos, morfolgicos e

    biolgicos pertinentes aos parasitas do homem. Conhecer a classicao, epidemiologia e prolaxia dos parasitos.

    Conhecer e compreender as doenas causadas por hemoparasitas,

    enteroparasitas e helmintos, assim como as medidas profilticas decada.

    Aplicar o conhecimento adquirido no estudo em situaes prximas

    da realidade profissional.

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    Para que voc possa assimilar e perceber a importncia do contedoacima, e dessa forma cumprir os objetivos do tema, conceitos gerais e

    os fundamentos taxonmicos, morfolgicos e biolgicos pertinentes aosparasitas do homem, apresentaremos uma situao hipottica para quevoc se aproxime dos contedos tericos juntamente com a prtica.Vamos l!

    Ana Carolina uma jovem, no auge dos seus 26 anos, e adora passearpelo centro de sua cidade onde h uma grande concentrao de lojas.Sua me vive dizendo que no tm mais lugar para guardar tanta roupae sapatos de tanto que compra. Durante uma de suas andanas pelaslojas em buscas de descontos e promoes, ela sentiu muita fome e

    resolveu comer um churrasquinho de rua com salada verde e pozinho.Ao morder a carne percebeu que estava crua e a salada aparentava estarmal lavada, porm estava com muita fome e no se importou com o fato.Passadas algumas semanas, sentiu-se estranha, teve dores abdominais,sensao de fome constante, tonturas, se irritava com facilidade e com otempo comeou a perder peso. Diante desses sintomas a mesma achouprudente procurar um servio mdico e foi ao posto de sade maisprximo de sua residncia. Assim que o mdico a analisou, juntamentecom os sintomas relatados, desconfiou que seria uma parasitose e a

    encaminhou para realizar um exame de fezes.

    Com base nesse caso clnico apresentado voc consegue percebera importncia de conhecer os conceitos gerais e os fundamentostaxonmicos, morfolgicos e biolgicos pertinentes aos parasitas dohomem e aplic-los em nosso dia a dia?

    Neste momento voc comea a sentir a importncia de aplicar essesconceitos em seu cotidiano, em prol de uma melhor qualidade de vidade todos, ento vamos iniciar nossa viagem ao fantstico mundo dos

    parasitos.

    BONS ESTUDOS!

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    Seo 1.1

    Conceitos gerais e mtodos parasitolgicos

    Dilogo aberto

    Caros alunos, sejam bem-vindos! A partir de agora voc iniciar seus estudossobre os conceitos gerais e mtodos parasitolgicos.

    A leitura desta unidade ir ampliar sua compreenso sobre oconceito de parasito, voc conhecer os conceitos gerais e mtodosparasitolgicos no desenvolvimento das parasitoses. Para dar incio aoestudo deste tema necessrio o conhecimento bsico de biologia,pois a compreenso de alguns termos bsicos envolve o conhecimentodesta rea das cincias morfolgicas.

    Dica

    Antes de iniciarmos nossa viagem ao fantstico mundo dos parasitos, vamosvoltar situao hipottica apresentada no convite ao estudo. No caso apresentadoAna Carolina comeu um churrasquinho de rua com salada verde e pozinho,e percebeu que a carne estava crua e a salada aparentava estar mal lavada. Elacomeu a carne e os demais acompanhamentos mesmo assim e, passadas algumassemanas, apresentou uma srie de sintomas.

    Tendo em mente o ato de Ana Carolina, voc saberia dizer qual a relao entre

    o problema de ingerir carne crua e salada verde mal lavada com os sintomasapresentados por ela?

    O que voc precisa conhecer para ser capaz de resolver a situao-problema?

    Voc deve compreender os mecanismos do desenvolvimento dos

    parasitos, onde eles vivem e como conseguem completar seu ciclode vida.

    Reflita

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    No pode faltar

    Voc saberia dizer o que os seres vivos tm em comum?

    Os seres vivos possuem em comum o fato de serem formados por clulas,consumirem matria e energia, se reproduzir, evoluir e se relacionar com outrosseres vivos. atravs de relaes entre seres da mesma espcie (intraespecficas)e de espcies diferentes (interespecficas) que essa cadeia se mantm constante.Esse modo de se relacionar visa aspectos fundamentais obteno de alimentosou proteo.

    Dentre essas relaes alguns tipos so importantes para o entendimento docontedo que ser apresentado, a simbiose e o mutualismo, o comensalismo e o

    parasitismo.

    Em 1879 o alemo Heinrich Anton de Bary, considerado o pai da Fitopatologiae da Moderna Micologia, descreveu o termo simbiose, como a vida conjunta deorganismos diferentes. Essa definio ocasionava uma m interpretao por partedos estudiosos, pois se pensarmos bem quase todos tipos de vida conjunta entreespcies diferentes poderiam ento ser consideradas simbiose. Atualmente o termosimbiosevem sendo utilizado como associao ntima entre dois organismos deespcies diferentes. Na simbiose o benefcio para ambas as partes to grandeque esses seres so incapazes de viver isoladamente. O mutualismo (tambm

    chamado de simbiose por alguns autores) definido como uma relao entre duasespcies, onde ambas sero beneficiadas. J o comensalismoocorre atravs deuma relao entre duas espcies, onde uma ser beneficiada e a outra se manterneutra (sem benefcios ou prejuzos). E no parasitismoh uma relao ntima elonga entre duas espcies, onde uma ser beneficiada e a outra ser prejudicada, ouseja, um benefcio unilateral. Segue abaixo nas imagens exemplos de mutualismo(entre uma alga e um fungo, no tronco de uma rvore), comensalismo (o tubaroe o peixe-rmora, o qual se alimenta dos restos do tubaro) e do parasitismo (opiolho com o ser humano, o primeiro se beneficia do sangue do segundo).

    Figura 1.1 | Relaes entre os seres vivos

    Disponvel em: .

    . . Acessos em: 20 set. 2015.

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    Exemplificando

    Outro exemplo de mutualismo entre o boi e as bactrias queele abriga no estmago, ocorre uma relao mutualstica, pois asbactrias fabricam uma enzima que os bois no possuem para digeriros alimentos ricos em celulose que ingerem. Em troca o boi forneceas bactrias, abrigo e nutrio. A relao entre os abutres e algunsanimais carnvoros, considerada comensalismo, tais como lees eguepardos. Os abutres aguardam silenciosamente que os carnvorosse alimentem. Terminada a refeio, essas aves partem em direo carcaa abandonada e alimentam-se dos restos. Outro exemplo bemconhecido de parasitismo a tnia, que vive no sistema digestriodos seres humanos obtendo abrigo e nutrio (estudaremos melhor arelao da tnia em unidades futuras).

    Aplicando o conceito de parasitismo, um parasito definido como um ser detamanho menor que vive associado a outro ser de tamanho maior (hospedeiro) edepende deste para obter seu abrigo, alimentao e reproduo.

    Com o processo evolutivo ns e outros seres vivos nos adaptamos para melhorsobrevivncia, e o mesmo acontece com os parasitos que sofreram alteraes na

    morfologia e biologia, garantindo melhor eficincia (abrigo, metabolismo, escapedo sistema imune e reproduo) no hospedeiro.

    Dentre as adaptaes morfolgicas dos parasitos h as denominadasregressivas (quando h a perda ou atrofia de rgos locomotores, digestivos, etc.)e hipertrficas (quando um rgo ou organela se desenvolveu para melhor sereproduzir ou fixar no hospedeiro).

    As adaptaes biolgicasesto relacionadas com os processos de reproduo(mecanismos que permitem uma fcil fecundao (encontro de machos e fmeas)

    ou mais segura da espcie), capacidade de resistir a agresso do hospedeiro e otropismo (facilita a propagao, reproduo ou a sobrevivncia).

    Saiba mais sobre a os tipos de associaes entre organismos, conceitose classificaes e a ao dos parasitos sobre os hospedeiros, disponvelem: . Acesso em: 20 set. 2015.

    Pesquise mais

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    Iniciando os conhecimentos sobre a relao do parasito com o hospedeiro relevante termos em mente que pode ou no haver o desenvolvimento da doena,porque para o parasito viver importante que sua agresso (a doena a qual eleprovoque) no mate o hospedeiro e, consequentemente, cause a sua morte. Assim,o parasita e o hospedeiro vivem em equilbrio, j que o sistema imune do segundono permite que o parasito se expanda ou multiplique de maneira acelerada. Sendoassim, existem vrios tipos de parasitos que podem se desenvolver em diferentesespcies, so os:

    Obrigatrios: no sobrevivem sem hospedeiro;

    Facultativos: so espcies de vida livre, mas quando encontram o hospedeiropodem parasit-lo;

    Temporrios: permanece apenas pouco tempo em contato com ohospedeiro;

    Acidentais: quando se hospeda em um hospedeiro diferente do seu usual;

    Oportunistas: quando o parasito permanece em estado de latncia ou deresistncia no hospedeiro e quando h a oportunidade (baixa do sistemaimunolgico) o parasito se reproduz intensamente;

    Estenoxenos: so os que parasitam apenas uma espcie ou espcies muito

    prximas;

    Eurixenos: parasitam e se desenvolvem em qualquer espcie;

    Monoxenos: no necessitam de um hospedeiro intermedirio;

    Heteroxenos: necessitam de um hospedeiro intermedirio;

    Autoxenos: apresentam todas as formas evolutivas em um nico hospedeiro;

    Endoparasitos: vivem dentro do hospedeiro, desencadeando uma infeco;

    Ectoparasitos: vivem na pele do hospedeiro, causando uma infestao.

    Desse modo, as formas de ao do parasito sobre o hospedeiro podemser: mecnica (ao do parasito sobre um rgo, obstruindo ou comprimindoo mesmo), espoliativa (o parasito retira nutrientes do hospedeiro), e, txica ouimunognica(os produtos do metabolismo do parasito so txicos e podem ativaro sistema imune do hospedeiro).

    At o momento vimos os tipos de relaes que ocorrem entre os seres vivos,

    incluindo o parasitismo, como os parasitos de adaptam, os tipos existentes e suasaes sobre o hospedeiro. Mas para que o mesmo encontre o seu hospedeiro ele

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    passa por diversas etapas durante sua vida, o que denominamos ciclo biolgico ouciclo de vida.

    Os parasitos que utilizam apenas um hospedeiro durante o seu ciclo biolgico

    so caracterizados por realizar ciclo monoxnico. J os que utilizam e necessitamde um segundo hospedeiro (hospedeiro intermedirio) sem o qual no se reproduz,so caracterizados por realizar ciclo heteroxnico.

    Assimile

    Como saber se o parasito realiza ciclo monoxnico ou heteroxnico?Quando formos estudar cada parasito, individualmente, devemos

    observar se o mesmo necessita de um ou mais hospedeiros paracompletar o seu ciclo. Se ele utilizar um nico hospedeiro, dizemosque o ciclo monoxnico, j se fizer o uso de mais de um hospedeiro,dizemos que o ciclo heteroxnico. importante sabermos essascaractersticas do parasito para posteriormente trabalharmos com aprofilaxia da doena causada.

    No decorrer do ciclo biolgico dos parasitos ocorrem fases biolgicasdenominados estgios. Dessa forma, todas as moscas e mosquitos (dpteras) passam

    pelos estgios de ovo, larva, pupa e adulto. Porm, a fase de larva pode passar porestgios, que so intervalos entre as mudas que ocorrem naquele estgio.

    Complementando a questo dos ciclos biolgicos, o parasito precisa de umhospedeiro, vamos conhecer ento os diferentes tipos de hospedeiro:

    Hospedeiro definitivo: aquele que apresenta o parasito em sua forma adultaou em fase de atividade sexual, um animal ou o ser humano.

    Hospedeiro intermedirio: eventualmente pode ser um artrpode ou um

    molusco no qual se desenvolvem as fases jovens ou assexuadas de umparasito, ou seja, abriga o parasito em fase larvria ou no qual se reproduzassexuadamente.

    Hospedeiro natural: aquele que determinada espcie de parasito geralmenteencontrada.

    Hospedeiro acidental: aquele que raramente afetado pelo parasito, aindaque este seja capaz de se desenvolver at a fase adulta.

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    Os parasitos durante sua vida em desenvolvimento passam por diversasformas ou fases biolgicas, e essas formas variam de acordo com aespcie do mesmo. As formas apresentadas so: trofozotos (formaativa do protozorio), cistos (forma de resistncia ou de transmissode diversos protozorios, geralmente oriundas da transformaodo trofozoto), oocistos (forma de resistncia ou de transmissode reproduo assexuada e est presente nos protozorios do filoApicomplexa), ovos (resultante da fecundao sexuada, encontradanos helmintos e artrpodes), larvas(originada de um ovo, que evoluirpara a fase adulta, podendo ser infectante (como nos helmintos) ou

    para a fase de pupa (como nos insetos) que ento dar origem aoparasito adulto), adulto(fase reprodutiva do helminto ou artrpode).

    Reflita

    O parasito quando necessita de dois hospedeiros para completar o seu ciclo,faz uso de um veculo capaz de transmiti-lo entre os dois, a esse veculo damos onome de vetores, os quais usualmente podem ser um artrpode, um molusco ououtro. Os vetores so divididos em trs tipos: os biolgicos (o parasito se reproduzno vetor, ou seja, esse vetor o mesmo que hospedeiro intermedirio); mecnicos(o parasito no se reproduz e nem se desenvolve no artrpode ou no molusco);

    inanimados ou fmites (o parasito transportado por objetos).

    Para se manterem vivos, os parasitos precisam se reproduzir e o fazem atravsde duas formas, sexuada e assexuada. Na reproduo sexuada o espermatozoidefecunda o vulo (o que vai variar entre os tipos de parasitos). Por outro lado, naassexuada o parasito se reproduz sem a participao de estruturas reprodutoras,podendo ocorrer por diviso binria ou cissiparidade (a clula me d origem a duasclulas filhas), esquizogonia (o ncleo da clula me se divide rapidamente, juntocom a fragmentao do citoplasma formando os merozotos), partenognese (a

    fmea produz seus descendentes sem a participao do macho) e poliembrionia(o parasito em sua forma jovem se reproduz intensamente, produzindo numerosasformas jovens iguais).

    Aprofundando os seus conhecimentos, cite um exemplo para cadaum dos parasitos existentes que aprendemos nesta unidade. So elesos obrigatrios, facultativos, temporrios, acidentais, oportunistas,estenoxenos, eurixenos, monxenos, heterxenos, autoxenos,endoparasitos e ectoparasitos.

    Faa voc mesmo

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    Os parasitos que iremos estudar durante as unidades so agrupados eclassificados em trs grandes grupos, os protozorios, helmintos e artrpodes.Os protozorios so organismos unicelulares eucariotas, possuem uma nicaclula e diversas organelas vitais especializadas e ncleo definido, j os helmintos,organismos pluricelulares, possuem muitas clulas, apresentando aparelhodigestivo, reprodutor, etc., conhecidos como vermes, e os artrpodes tambmso organismos pluricelulares, com patas articuladas, corpo coberto de quitinae composto por aparelho digestivo, reprodutor, sistema circulatrio, etc. Asmoscas, mosquitos, barbeiros, piolhos, sarnas, carrapatos, aranhas e escorpiesrepresentam esse grupo.

    Antroponose: doena que s ocorre em humanos.

    Antropozoonose: doena primria de animais e que pode sertransmitida aos humanos.

    Zoonose: doena que pode ocorrer tanto em humanos quanto emanimais.

    Vocabulrio

    Conforme pudemos ver nesta seo, cada parasito, ou grupo dele, temcaractersticas muito diferentes, sejam elas morfolgicas ou biolgicas. Dessemodo, para o diagnstico dos parasitos, o exame parasitolgico de fezes utilizadoamplamente para a pesquisa das formas parasitrias eliminadas pelas fezes. Apenascom o auxlio do microscpio podemos identificar nas fezes os ovos e larvas dehelmintos, cistos, trofozotos ou oocistos de protozorios.

    Vale ressaltar que no existe um exame/mtodo capaz de identificar todas asformas parasitrias presentes nas fezes de um indivduo. Alguns mtodos detectamum maior nmero delas, enquanto outros so mais especficos. A escolha do

    melhor mtodo depender da suspeita clnica do paciente, e recomendadoque sempre faa um mtodo mais abrangente e outro mais especfico. Veremosdetalhadamente os mtodos diagnsticos nas prximas sees.

    Pesquise mais sobre as parasitoses intestinais, os mtodos diagnsticose o tratamento e profilaxia das parasitoses intestinais no artigo intitulado

    Parasitoses. Disponvel em: . Pesquise mais sobre a preveno

    Pesquise mais

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    de doenas parasitrias em: e . Acesso em: 21 set. 2015.

    Sem medo de errar

    Aps estudarmos os conceitos gerais e mtodos parasitolgicos, vamosretomar e resolver a situao-problema apresentada no convite ao estudo.

    A situao-problema traz algo frequente no cotidiano de muitas pessoas, comercomidas sem procedncias, na correria, por falta de tempo, opo ou fome.Ana Carolina comeu um churrasquinho de rua com salada verde e pozinho, epercebeu que a carne estava crua e a salada aparentava estar mal lavada, e mesmoassim comeu. Passadas algumas semanas apresentou uma srie de sintomas.

    Os agentes etiolgicos so os causadores ou responsveis por umadoena. Podem ser um vrus, bactria, fungo, protozorio ou helminto(parasitos).

    Lembre-se

    Qual a relao da ingesto dos alimentos mal lavados e crus com o aparecimentodos sintomas em Ana Carolina?

    Ateno!

    As formas parasitrias infectantes podem estar presentes em objetos,utenslios, alimentos, roupas entre outros itens que utilizamos em

    nosso cotidiano, por isso, devemos tomar as precaues devidas e nonos alimentarmos em locais sem precedentes e utilizarmos objetos emgeral emprestados de outras pessoas.

    No decorrer das unidades subsequentes veremos que as formas parasitriaspodem estar presentes em alimentos, objetos, roupas, utenslios, etc., e podem serfontes de infeco em potencial, ou seja, o local onde o parasito passa a infectarum novo hospedeiro.

    O que aconteceu com Ana Carolina que o parasito que ela est abrigandoe lhe causou os sintomas estava presente na carne crua ou na salada verde mal

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    lavada, por isso importante a correta higienizao dos alimentos e cozimento dacarne, para eliminao das formas infectantes parasitrias.

    Avanando na prtica

    Pratique mais

    InstruoDesafiamos voc a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situaes

    que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de

    seus colegas e com o gabarito disponibilizado no apndice do livro.

    A diversidade dos parasitas

    1. Competncia de Fundamentosde rea

    Conhecer os princpios bsicos das parasitoses prevalentes na

    sade humana, relacionados atuao do profissional da sade.

    2. Objetivos de aprendizagem

    Aprender os conceitos gerais em parasitologia e compreender

    os mtodos parasitolgicos.

    Compreender os fundamentos taxonmicos, morfolgicos e

    biolgicos pertinentes aos parasitas do homem.

    3. Contedos relacionados Conceitos gerais e mtodos parasitolgicos.

    4. Descrio da SP

    A doena de Chagas uma parasitose amplamente divulgada

    nas mdias. O parasito Trypanosoma cruzi conhecido porpermanecer em uma fase/estgio de latncia, alm disso, o

    mesmo utiliza de dois hospedeiros para completar o seu ciclo

    biolgico. Com base nessas informaes, consideramos o

    Trypanosoma cruzique tipo de parasito ? E qual tipo de ciclo

    biolgico ele realiza?

    5. Resoluo da SPPara resolver esta situao-problema voc deve ler no item

    No pode faltar deste livro didtico a respeito dos tipos deparasitos e ciclos biolgicos.

    Os diferentes tipos existentes de parasitos e os ciclos biolgicos quepodem realizar.

    Lembre-se

    Agora que voc j capaz de assimilar os conceitos gerais e osfundamentos taxonmicos, morfolgicos e biolgicos pertinentes aosparasitas do homem, descreva uma situao abordando um tema visto

    na seo e relacione com um parasito.

    Faa voc mesmo

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    19/53Conceitos gerais e mtodos parasitolgicos

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    Faa valer a pena

    A seguir, voc tem a oportunidade de testar seus conhecimentos dosprincipais itens desta seo. No deixe de fazer os exerccios abaixoe no desanime frente aos erros e dificuldades. Retome sempre quenecessrio o contedo estudado, especialmente aquele que voc tevemaior dificuldade.

    Dica

    1.Um tipo de associao entre as espcies definido como uma relao

    entre duas espcies, onde uma ser beneficiada e a outra se manterneutra (sem benefcios ou prejuzos).

    Esse tipo de associao conhecido como:

    a) Parasitismo.

    b) Mutualismo.

    c) Comensalismo.

    d) Inquilinismo.

    e) Predatismo.

    2.O piolho um ectoparasito que retira do seu hospedeiro o sangue,alimento fundamental para a sua sobrevivncia. Esse tipo de associao conhecido como:

    a) Parasitismo.

    b) Mutualismo.

    c) Comensalismo.

    d) Inquilinismo.

    e) Predatismo.

    3.O boi no fabrica um tipo de enzima para digesto de alimentos ricosem celulose, para suprir essa falta ele abriga no estmago bactrias quefabricam essa enzima que ele no possui. Em troca o boi fornece sbactrias abrigo e nutrio.

    Esse tipo de associao conhecido como:

    a) Parasitismo.

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    b) Mutualismo.

    c) Comensalismo.

    d) Inquilinismo.

    e) Predatismo.

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    Seo 1.2

    Classificao, epidemiologia e profilaxia dos

    parasitos

    Dilogo aberto

    Caros alunos, sejam bem-vindos! Nesta seo estudaremos a classificao,epidemiologia e profilaxia dos parasitos. O estudo e compreenso desta seo

    facilitar a resoluo da prxima situao-problema que ser apresentada,relacionada aos riscos de ingerir alimentos de procedncia desconhecida.

    Vamos voltar situao realidade apresentada no convite ao estudo desta unidade?

    Ana Carolina, durante uma de suas andanas pelas lojas em buscas de descontose promoes, sentiu muita fome e resolveu comer um churrasquinho de rua comsalada verde e pozinho. Ao morder a carne percebeu que estava crua e a saladaaparentava estar mal lavada, porm estava com muita fome e no se importoucom o fato. Passadas algumas semanas, sentiu-se mal e procurou servio mdico.Assim que o mdico a analisou, juntamente com os sintomas relatados, desconfiouque seria uma parasitose e a encaminhou para realizar um exame de fezes.

    Diante do apresentado mantenha seu foco nas medidas profilticas eepidemiologia dos parasitos em relao aos alimentos ingeridos, apresentaodestes e pense: Corremos alguns riscos ao ingerir carne crua? E salada sem lavar?Qual a forma adequada de apresentao dos alimentos?

    Na seo 1.2 vamos estudar a classificao, medidas profilticas e epidemiologiados parasitos a fim de tomar medidas apropriadas de precauo e proteo contrainfestaes de parasitos.

    No pode faltar

    Iniciaremos nossos estudos tratando sobre a classificao dos seres vivos.Essa classificao se fez necessria, pois, estima-se que existam milhes deorganismos vivos contemplando espcies diferentes. Classificando-os facilitanossa compreenso.

    A primeira diviso separou os seres em dois grupos, o animal e vegetal, deacordo com o modo de vida, evoluo e tipo da organizao de seu corpo.

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    Porm, essa classificao no conseguia compreender muitos organismos. Logo,com o desenvolvimento da microscopia e outras tcnicas, foi possvel observaroutras caractersticas entre os organismos vivos, como a presena de organelase envoltrio nuclear. Dessa forma, criaram trs reinos para compreender essesorganismos os quais no se encaixavam na diviso entre animal e vegetal.

    Os reinos criados foram o Protista, Plantae e Animalia. E os organismos protistaseram aqueles que possuam caractersticas vegetais e animais. Ainda assim no erapossvel agrupar o maior nmero de seres vivos. Muitos estudiosos contriburampara a classificao mais usual hoje em dia, tais estudos se iniciaram com Aristtelespor volta de 384 a.C. e Whittaker em 1969 separou em 5 reinos: Monera, Protista,Plantae, Animalia e Fungi, os quais ainda so utilizados.

    O Reino Monera composto por organismos unicelulares (possuem uma nicaclula) e procariontes (no tm envoltrio nuclear). Compreendem as bactrias ealgas azuis. No Reino Protista esto os seres unicelulares e eucariontes (possuemenvoltrio nuclear), que fazem parte os protozorios e algas inferiores. O Reino Plantaecompreende os seres pluricelulares (possuem mais de uma clula), so revestidas poruma membrana de celulose e so capazes de produzir o prprio alimento (auttrofos).Nesse reino fazem parte: os vegetais inferiores (algas vermelhas, verdes ou marrons),vegetais intermedirios (samambaia) e os vegetais superiores (demais plantas). O ReinoAnimaliacompreende organismos pluricelulares os quais so incapazes de produzirseu prprio alimento (hetertrofos). Nesse encontram-se os animais vertebrados,

    invertebrados, aves e mamferos. J o Reino Fungi composto por seres eucariontesque podem ser unicelulares ou pluricelulares como os fungos.

    Tabela 1.1 | Classificao dos seres vivos conforme Whittaker (1969)

    REINO CRITRIOS DE CLASSIFICAO

    MONERASeres procariontes (a maioria com parede celular) e unicelulares. Podem ser

    auttrofos ou hetertrofos.

    PROTISTASeres eucariontes (com ou sem parede celular) e unicelulares. Podem ser

    auttrofos ou hetertrofos.

    FUNGISeres eucariontes (parede celular com quitina) e a maioria pluricelulares.

    So hetertrofos.

    PLANTAE Seres eucariontes (parede celular celulsica) e pluricelulares. So auttrofos.

    ANIMALIA Seres eucariontes (sem parede celular) e pluricelulares. So hetertrofos.

    Fonte: O autor (2015).

    Alm desse mtodo de classificao, utilizamos de nomenclatura (nomes

    distintos) e taxonomia (princpios, normas e regras). Assim os seres recebemuma designao cientfica, a qual regulada por Regras Internacionais de

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    Nomenclatura Zoolgica. Essa forma de classificao teve incio com Carl vonLinn (Linnaeus), 1758, considerado o fundador do Sistema de ClassificaoBinria ou Nomenclatura Binominal.

    No sistema de classificao binria os seres so classificados de acordo coma espcie (aquelas que se assemelham entre si em decorrncia do patrimniogentico) a qual pertencem ao mesmo gnero (so reunidos com suascaractersticas em comum) formando uma famlia. As famlias que mostram umcerto parentesco so agrupadas em ordem, que reunidas formam uma classe.Dessa classe surgem os filos e, finalmente, estes compem algum dos cincoreinos. Resumindo, essa classificao agrupa os seres em sete nveis: reino, filo,classe, ordem, famlia, gnero, espcie.

    Figura 1.2 | Categorias taxonmicas dos seres vivos

    Fonte: O autor (2015).

    Quando formos falar sobre uma determinada espcie devemos utilizar anomenclatura correta, latina e binominal, ou seja, a espcie designada por duaspalavras: a primeira representa o gnero (deve ser escrita com a primeira letramaiscula), e a segunda a espcie (deve ser escrita com letra minscula). Estaspalavras devem ser sempre grifadas ou escritas em itlico.

    Exemplificando

    A classificao taxonmica dohomem:

    Reino: Animalia (Animal).Filo: Chordata (Cordados).Classe: Mammalia (Mamferos).Ordem: Primates (Primatas).Famlia: Hominidae.Gnero: Homo.Espcie: Homo sapiens.

    A classificao taxonmica docachorro:Reino: Animalia.

    Filo: Chordata.Classe: Mammalia.Ordem: Carnvora.Famlia: Canidae.Gnero: Canis.Espcie: Canis lpus.Subespcie: Canis lpus familiaris.

    Alm do uso da nomenclatura, quando falarmos sobre as doenas parasitrias

    deve-se agregar o sufixo 'ose' ao nome do gnero do agente etiolgico, para designardoena ou infeco. Porm, para algumas parasitoses, o termo j foi consagrado pelo

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    uso, como, por exemplo: amebase/amebose e tripanossomase/tripanossomose.

    Ao tratarmos do desenvolvimento de doenas, como as parasitoses, importante abordarmos sobre a epidemiologia e a profilaxia das mesmas, as quais

    objetivam a promoo da sade, bem-estar, longevidade e melhores condies devida da nossa espcie.

    Por definio a epidemiologia a cincia que estuda a distribuio de doenas ouenfermidades, e os fatores de risco na populao humana. Para melhor compreensodo termo, imagine que h necessidade de realizar um estudo epidemiolgico emuma regio, os itens a serem analisados so: I. Identificar a etiologia ou a causadas enfermidades do local: procura entender como se d o desenvolvimentoe a transmisso das doenas. II. Estudar a histria natural dessas enfermidades:compreende as etapas de desenvolvimento das doenas em relao ao tempo. III.Descrever o estado de sade da populao: atravs de medidas de morbidade emortalidade. IV. Avaliar as intervenes ou programas de sade: se houve mudanasnos indicadores de sade, relacionados com as intervenes realizadas.

    As doenas vm sendo descritas como resultado da trade epidemiolgica,composta por agente, hospedeiro, meio ambiente e vetores.

    Saiba mais sobre a classificao dos seres vivos e taxonomia:

    ;

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    O agente o item fundamental para o desenvolvimento da doena, o hospedeiro o organismo que pode ser infectado por um agente, o meio ambiente os fatoresque interagem com o agente e meio ambiente, e os vetores de doenas podemser os mosquitos, os carrapatos, entre outros, so frequentemente envolvidosno processo de transmisso da doena. Alm disso, para que o agente infecte ohospedeiro necessrio que este esteja suscetvel. Os fatores susceptveis incluemos biolgicos, genticos, nutricionais e imunolgicos.

    Assimile

    So muitos os fatores que aumentam a susceptibilidade do

    hospedeiro desenvolver uma doena. Alm dos j citados h osfatores demogrficos, que incluem o sexo, idade, grupo tnico, e ossociais, como a dieta, exerccio fsico, ocupao, acesso aos serviosde sade. Ou seja, existem muitos fatores que podem favorecer odesenvolvimento de doenas.

    Aps conhecermos algumas caractersticas importantes sobre os parasitos, valeressaltar que as maneiras de os eliminar devem ser direcionadas em interromperseu ciclo epidemiolgico (de transmisso). Para isto necessrio implantar aesque minimizem as infeces parasitrias. Dentro desse contexto a profilaxia pordefinio a cincia que estabelece medidas preventivas para a preservao da sade.

    Figura 1.4 | Trade Profiltica

    Fonte: O autor (2015).

    Em decorrncia disso, e sabendo que os parasitos e outros agentes soveiculados atravs dos alimentos, gua, roupas e objetos em geral interessanteconhecer as medidas profilticas. As principais formas de se contaminar por umparasito so atravs da ingesto de alimentos, gua contaminada e tambm atravs

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    da pele por pequenos ferimentos.

    A grande maioria das doenas parasitrias est presente nos pasessubdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Porm, no existe esforodas indstrias farmacuticas para a criao de medicamentos para essasinfeces parasitrias. Voc sugere algum motivo para esse desinteresse?Ser que isso tem a ver com o fato dessas doenas acometerem maisos pases subdesenvolvidos/em desenvolvimento e esses apresentarembaixo poder aquisitivo? E como agir para mudar essa situao?

    Reflita

    Ento as medidas profilticas so voltadas para a educao, saneamento etratamento das pessoas infectadas. Deste modo, dentro dessas medidas, seroabordados o tratamento da gua, o saneamento bsico para todos e a educaosanitria, a educao da populao que inclui lavar as mos com frequncia, emespecial antes de preparar alimentos e antes das refeies, lavar bem e tratar todosos alimentos crus, no defecar ao ar livre, e sim em ambiente apropriado, protegeros alimentos contra moscas e baratas, usar gua devidamente tratada ou ferv-laantes de beber, o destino adequado do lixo e a identificao e tratamento dosdoentes para impedir maior proliferao da doena.

    Considerando os seguintes organismos parasitas humanos: Ascarislumbricoides(lombriga), Trypanosoma cruzi(agente causador da doenade Chagas) e Pediculus humanus capitis(piolho humano), agrupe-os deacordo com as possveis classificaes apresentadas nessa seo.

    Faa voc mesmo

    Fmite: objetos que podem veicular o parasito entre hospedeiros.

    Infeco: entrada, desenvolvimento e proliferao de um agenteinfeccioso dentro do organismo de humanos ou animais.

    Infestao: a instalao, desenvolvimento e reproduo de

    artrpodes na superfcie do corpo ou vestes.

    Vocabulrio

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    Sem medo de errar

    Agora que estudamos a classificao, epidemiologia e profilaxia dos parasitos,

    vamos voltar situao-problema apresentada no incio da unidade e resolv-la?

    A situao-problema mostrou algo frequente em nosso cotidiano, o de comercomidas sem procedncias. Ana Carolina comeu um churrasquinho de rua comsalada verde e pozinho, e percebeu que a carne estava crua e a salada aparentavaestar mal lavada, e mesmo assim comeu. Passadas algumas semanas apresentouuma srie de sintomas.

    Analisando a situao-problema vamos pensar: Corremos alguns riscos aoingerir carne crua? E salada sem lavar? Qual a forma adequada de apresentao

    dos alimentos?

    Ateno!

    A melhor maneira de eliminar os parasitos deve ser direcionada eminterromper seu ciclo de transmisso.

    Ao ingerir alimentos de forma geral, como a carne crua e saladas de folha semlavar, corre-se o risco de contaminao com diversos tipos de patgenos, comobactrias, fungos e os parasitos, que veremos em unidades futuras e tambm deingerir substncias txicas. Em relao s carnes devemos sempre cozinhar bemantes de ingeri-las, a fim de matar as formas parasitrias presentes, assim comoas bactrias e fungos que podem estar nesse alimento. J as saladas, legumese frutas devem ser higienizados corretamente e deixados de molho em agentessanitizantes (promovem a limpeza, diminuem a carga de microrganismos e deixamresduos mnimos) se ingeridos de forma crua.

    As principais formas de contaminao por bactrias, fungos e parasitosso atravs da ingesto de alimentos, gua contaminada e tambmatravs da pele por pequenos ferimentos, dessa forma as medidasprofilticas so de extrema importncia para erradicao das doenas.

    Lembre-se

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    Avanando na prtica

    Pratique mais

    InstruoDesafiamos voc a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situaesque pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de

    seus colegas.

    Parasitas Protozorios

    1. Competncia de Fundamentosde rea

    Conhecer os princpios bsicos das parasitoses prevalentes na

    sade humana, relacionados atuao do profissional da sade.

    2. Objetivos de aprendizagem Conhecer a classificao, epidemiologia e profilaxia dos parasitos.

    3. Contedos relacionados Classificao, epidemiologia e profilaxia dos parasitos.

    4. Descrio da SP

    Alguns protozorios so conhecidos por parasitar os seres

    humanos e desencadear doenas. Esses so unicelulares e

    eucariontes. So exemplos de protozorios Trypanosoma cruzi,

    Toxoplasma gondi, Giardia lamblia, entre outros. Com base

    nessas informaes a qual reino pertencem os protozorios?

    D a classificao taxonmica desses 3 protozorios.

    5. Resoluo da SPPara resolver esta situao-problema voc deve ler no itemNo pode faltar deste livro didtico a respeito da classificao

    dos seres vivos.

    Da classificao dos seres vivos.

    Lembre-se

    Agora que voc j aprendeu sobre a classificao, epidemiologia e

    profilaxia dos parasitos, descreva uma situao abordando medidasepidemiolgicas e profilticas vistas na seo e relacione com um parasito.

    Faa voc mesmo

    Faa valer a pena

    1. Whittaker em 1969 separou os seres vivos em 5 reinos para melhoridentific-los.

    Os reinos criados so:

    a) Eubactria, Arqueobactria, Fungi, Plantae, Animalia.

    b) Eubactria, Protista, Eucariotos, Plantae, Animalia.

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    c) Monera, Protista, Fungi, Plantae, Animalia.

    d) Bactria, Arquea, Fungi, Plantae, Animalia.

    e) Monera, Protista, Fungi, Eucariotos, Procariotos.

    2. Os reinos foram criados para separar e auxiliar na identificao dosseres vivos. Aqueles que so compostos por organismos unicelulares eprocariontes pertencem ao reino:

    a) Monera.

    b) Protista.

    c) Fungi.

    d) Plantae.e) Animalia.

    3. Os reinos foram criados ao longo dos tempos para melhorar a formade identificao e separao dos seres vivos. Aqueles que compreendemos seres pluricelulares, revestidos por uma membrana de celulose e socapazes de produzir o prprio alimento, pertencem ao reino:

    a) Monera.

    b) Protista.

    c) Fungi.

    d) Plantae.

    e) Animalia.

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    Seo 1.3

    Mtodos diagnsticos I e II em parasitologia

    Dilogo aberto

    Sejam bem-vindos alunos! Nesta seo estudaremos os mtodos diagnsticosem parasitologia I e II. O estudo desta seo facilitar o entendimento da escolha dosmtodos diagnsticos e da situao-problema que ser apresentada, relacionada

    com a escolha do melhor mtodo de acordo com o caso apresentado.

    Agora vamos voltar situao realidade apresentada no convite ao estudo daprimeira seo?

    Ana Carolina, durante suas compras, sentiu muita fome e resolveu comer algorpido. Optou por um churrasquinho de rua com salada verde e pozinho. Aomorder a carne percebeu que estava crua e a salada aparentava estar mal lavada eno se importou com o fato. Passadas algumas semanas, sentiu-se estranha, tevedores abdominais, sensao de fome constante, tonturas, se irritava com facilidade

    e com o tempo comeou a perder peso e procurou servio mdico. Assim que omdico a analisou, juntamente com os sintomas relatados, desconfiou que fosseuma parasitose e a encaminhou para realizar um exame de fezes.

    Diante do apresentado, nesse momento, se atente desconfiana do mdico epense: Qual a relao dos sintomas apresentados com os alimentos ingeridos e aescolha do mtodo diagnstico?

    Na seo 1.3 vamos estudar os mtodos diagnsticos em parasitologia I e II afim de compreender todas as etapas para obteno de um diagnstico preciso.

    No pode faltar

    Os sintomas causados em decorrncia das doenas parasitrias no soespecficos, ou seja, podem ser encontrados em outras doenas, como febre,dor, calafrios, diarreia, fadiga ou perda da vitalidade. Logo, o diagnstico final dasparasitoses depende de localizar e identificar a fase diagnstica do parasito, almdisso, o entendimento dos ciclos de vida dos parasitos imprescindvel para a escolhado tipo de amostra biolgica, aumentando a chance de acerto no diagnstico.

    Como amostra para identificao dos parasitos podemos utilizar fezes, escarro,

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    aspirados, sangue e tecidos. Atualmente existem testes imunolgicos paraidentificao dos parasitos, mas ainda uma rea em expanso. Em um laboratriode parasitologia os testes mais comuns so de fezes e sangue.

    A amostra fecal solicitada quando h suspeita de infeco por parasitosintestinais que podem ser identificados durante o exame microscpico por examedireto, corado ou concentrado.

    A de sangue quando a suspeita de infeco se d por parasitos do sangue.Amostras de escarro (secreo de muco das vias respiratrias) para identificar oparasito Paragonimus, parasitose que afeta geralmente os pulmes. A secreovaginal solicitada quando h suspeita de Trichomonas. Os diferentes tipos detecidos so solicitados geralmente quando a suspeita de infeco ocorre porhemoparasitos que do sangue se alojam nos tecidos.

    Ao manusear amostras para exame parasitolgico ficamos expostos avrios perigos potenciais. Dentre os perigos esto a exposio a cistos,oocistos, ovos ou larvas, formas infecciosas parasitrias e patgenosno parasitas.

    Reflita

    O momento da coleta e apresentao das amostras so essenciais para umdiagnstico preciso. Para isso, so necessrios alguns cuidados, veremos nessaseo os procedimentos e cuidados de coleta das amostras de fezes.

    Os procedimentos e cuidados para coleta so:

    Coleta antes da interveno com medicamentos antiparasitrios;

    Processamento rpido para manter a morfologia do parasito;

    O exame microscpico de amostras sem conservantes devem ser feitos entre

    30 minutos e 1 hora aps a coleta, para aumentar as chances de localizar asformas mveis;

    O recipiente precisa ser de boca larga, deve estar limpo, seco e com tampa

    ajustada;

    No contaminar as fezes com gua ou urina;

    Esperar uma semana para coleta aps o uso de medicamentos antidiarreicos

    e leos laxantes.

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    Entregar a amostra em at duas horas aps a coleta, caso haja a necessidade

    de um tempo maior deve-se adicionar conservantes.

    Figura 1.5 | Coletor universal de fezes

    Fonte: Disponvel em: ; . Acessos em: 15out. 2015.

    Alm dos procedimentos de coleta, o processamento, a preservao etransporte da amostra so fundamentais. Em relao ao processamento, este deveocorrer dentro de 30 minutos a 1 hora, pois algumas formas parasitrias podemse deteriorar. No momento do processamento devemos analisar a consistncia eregistr-la. Classificamos a consistncia em aquosa, pastosa, macia ou formada.Ainda se houver a presena de helmintos, como a lombriga e as tnias, necessrio

    informar no laudo, se tiver muco ou sangue, pores dessas reas precisam seranalisadas. A preservao das amostras pode ser feita em refrigerao (2-8 C)em recipiente prprio ou com conservantes prprios base de zinco e cobre. Epara o transporte adicionar conservante, etiquetar adequadamente, colocar emrecipiente ou bolsa prova de vazamento.

    Exemplificando

    Ao receber a amostra de um paciente para diagnstico, o clnico realizapelo menos dois mtodos diagnsticos. Um mtodo de pesquisa maisabrangente e outro mais especfico, de acordo com a suspeita clnica,e dessa forma garante um resultado exato.

    Agora vamos focar nos mtodos diagnsticos das parasitoses atravs daamostra de fezes. Primeiramente, ao receber as fezes do paciente no laboratrioo clnico realiza uma anlise macroscpica, anotando o aspecto geral, forma,volume, consistncia, cor, cheiro, presena de elementos estranhos (como fibras

    de celulose, parasitos, sangue, etc.). As fezes de um adulto normal geralmentetm a consistncia pastosa, cor castanho-clara, cheiro sui generis e no pesa

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    mais que 150 gramas. Aps a anlise macroscpica, a prxima etapa a anlisemicroscpica da amostra fecal, composta pela preparao do espcime de acordocom o mtodo diagnstico escolhido e visualizao em microscpio. A anlisemicroscpica composta pelo exame direto a fresco, tcnicas de concentrao eesfregao com colorao.

    O exame direto a fresco utilizado para a pesquisa de trofozotos de protozoriosem fezes diarreicas recm-emitidas, e para pesquisa de cistos de protozorios elarvas de helmintos. Esse exame, como o nome j diz, se faz com as fezes frescas(sem o uso de conservantes) e no mximo aps 30 minutos. Em uma lminacoloque 2-3 gotas de soluo salina a 0,85%, com o auxlio de uma ala em anel(platina ou descartvel) ou palito de madeira toque em vrios lugares das fezese transfira uma pequena poro lmina. Espalhar as fezes e corar com lugol.

    Observar em microscpio ptico.

    O exame parasitolgico de fezes classificado em quantitativo ou qualitativo.Os mtodos quantitativos so utilizados para avaliao da carga parasitria, os maisconhecidos so o mtodo de Stoll e o Kato-Katz.

    O mtodo Kato-Katz permite de forma simples e eficaz detectar de formaquantitativa os ovos de helmintos, principalmente do parasito Schistosoma, sendocontraindicado para identificar outras formas parasitrias. Para a realizao desteexame, as fezes devem estar frescas e sem uso de conservantes. So necessrias

    algumas solues especficas, como a soluo aquosa de verde de malaquita a3% (m/v) 1 mL, soluo aquosa de fenol a 6% (m/v) 100 mL e glicerina 100 mL.Alm disso, alguns materiais especficos como lamnula de celofane molhvelde espessura mdia, tela de metal ou de nilon ou carto retangular com umorifcio central. Aps providenciar os materiais, coloque a amostra de fezes sobre opapel absorvente e comprimir a tela metlica ou de nilon sobre as fezes, fazendocom que parte passe atravs das malhas. Remova as fezes que passam atravsdas malhas e transfira-as para o orifcio do carto, sobre a lmina. Aps enchero orifcio central, remova com cuidado o carto, deixando as fezes na lmina.

    Cubra as fezes com a lamnula de papel celofane, invertendo e pressionando almina sobre o papel absorvente. Deixe a preparao em repouso (processo declarificao) durante 30 minutos e examine ao microscpio. O clculo aproximadodo nmero de ovos presentes por grama no material fecal obtido depois demultiplicado por um fator.

    J os mtodos qualitativos so utilizados para apontar a presena das formasparasitrias por menor que seja. Os principais mtodos qualitativos so os:

    Mtodo de Hoffmann, Pons e Janer ou Mtodo de Lutz, atravs da sedimentao

    espontnea, pesquisa de ovos e larvas de helmintos e cistos de protozorios.Mtodo de Blagg, MIFC; Ritchie, ou Coprotest, partem do princpio da

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    sedimentao por centrifugao, para a pesquisa de cistos de protozorios e deovos e larvas de helmintos.

    Mtodo de Willis, atravs da flutuao, para pesquisa de cistos e oocistos de

    protozorios e ovos leves.

    Mtodo de Faust, atravs da centrfugo-flutuao para pesquisa de cistos eoocistos de protozorios e de ovos leves.

    Mtodo de Baermann-Moraes e o de Rugai, so mtodos de concentrao delarvas de helmintos usados para pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis.

    Mtodo de Graham (ou fita adesiva): utilizado na pesquisa de ovos de Enterobiusvermicularis, Taenia saginata eTaenia solium, j que os ovos ficam na regio perianal.

    Assimile

    Ao receber uma amostra de fezes e suspeitar que a forma infectantedo parasito a ser analisado um cisto de protozorio, os mtodosdiagnsticos escolhidos para encontrar essa forma parasitria so: Mtodode Hoffmann, Pons e Janer ou Mtodo de Lutz ou Mtodo de Blagg,conhecido por MIFC, Mtodo de Ritchie, Coprotest e o mtodo de Faust.

    Saiba mais sobre os mtodos diagnsticos Faust; Baermann-Moraes e omtodo de Kato-Katz no artigo Avaliao da presena de protozoriosintestinais em Hospital Universitrio, de Silva e Camello. Disponvelem: . Acesso em: 19 out. 2015.

    Pesquise mais

    O Mtodo de Blagg, MIFC, Ritchie, ou Coprotest, de sedimentao porcentrifugao um mtodo mais complexo, para realizao deste:

    Adicionar lquido conservante MIF nas fezes; filtrar a amostra em filtroparasitolgico ou gaze dobrada, transferir o filtrado para tubo cnico e centrifugar;adicionar ter sulfrico (agitar vigorosamente); centrifugar e aps desprezartodo o lquido; acrescentar ao sedimento salina e/ou lugol e inverter o tubo emuma lmina, deixando escoar todo o sedimento; cobrir a lmina com lamnula eexaminar em microscpio.

    O Mtodo de Willis parte do princpio da flutuao, para realizao deste:

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    37/53Conceitos gerais e mtodos parasitolgicos

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    Homogeneizar aproximadamente 10 gramas de fezes com soluo saturadade sal (NaCl) ou de acar; completar o volume at a borda do frasco; na bocado frasco colocar uma lmina em contato com o lquido; deixar em repouso por5 minutos e aps retirar rapidamente a lmina, deixando a parte molhada voltadapara cima; corar com lugol, cobrir com lamnula e examinar no microscpio.

    O Mtodo de Faust parte do princpio da centrfugo-flutuao em sulfato dezinco, para realizao deste necessrio:

    Em 20 mL de gua diluir 10 gramas de fezes, homogeneizar, filtrar em filtroparasitolgico ou gaze e transferir para um tubo cnico; centrifugar por umminuto; desprezar todo o lquido e suspender o sedimento em gua; repetir esseprocesso de centrifugao e lavagem at que o sobrenadante fique claro; desprezaro sobrenadante claro e suspender o sedimento com uma soluo de sulfato dezinco a 33%, densidade de 1,18 g/ml; centrifugar por um minuto; os cistos e osovos leves presentes ficam na superfcie; pesque o material da superfcie, coloquenuma lmina com lugol e coloque lamnula.

    O Mtodo de Baermann-Moraes e o de Rugai so utilizados para concentraode larvas de helmintos:

    Envolver as fezes com gaze simulando pequena trouxa; colocar o materialpreparado anteriormente num clice de sedimentao, com uma pequena

    abertura para baixo, com gua aquecida (45 C), em contato com as fezes; deixarem repouso por uma hora; coletar o sedimento do fundo do clice, com ajuda deuma pipeta; corar as larvas com lugol e observ-las com o maior aumento paraidentific-las.

    O Mtodo de Graham (ou fita adesiva) para pesquisa de ovos de Enterobiusvermicularis, Taenia saginata e Taenia solium, necessrio para a realizao deste:

    Um swab ou fita gomada, a amostra da regio perianal obtida abrindo asndegas e pressionando a fita adesiva, o teste deve ser feito noite ou de manh.

    O Mtodo de Hoffmann, Pons e Janer ou Mtodo de Lutz ser detalhado naprxima seo desta unidade.

    Faa voc mesmo

    Conhecendo os mtodos parasitolgicos e sabendo que eles somelhores empregados de acordo com a forma parasitria presentenas fezes, separe quais mtodos podem ser empregados na pesquisa

    de cistos e oocistos de protozorios, ovos e larvas de helmintos, ovosleves e larvas de helmintos.

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    Swab: material com extremidade de algodo que tem a funcionalidadede coletar amostras clnicas.

    MIFC: lquido conservante composto por Merthiolate-Iodo-Formol.

    Vocabulrio

    Sem medo de errar

    Aps estudarmos os mtodos parasitolgicos I e II, vamos retomar e resolver asituao-problema apresentada no convite ao estudo.

    A situao-problema traz algo habitual para muitas pessoas, como ingerir carnecrua e a salada mal lavada. Alimentos de procedncia duvidosa so fontes perigosasde contaminao. Passadas algumas semanas da ingesto dos alimentos, AnaCarolina sentiu-se estranha, teve dores abdominais, sensao de fome constante,tonturas, se irritava com facilidade e com o tempo comeou a perder peso eprocurou servio mdico. Assim que o mdico a analisou, juntamente com ossintomas relatados, desconfiou que seria uma parasitose e a encaminhou pararealizar um exame de fezes.

    Ateno!

    Alguns sintomas causados em decorrncia das doenas parasitriasno so especficos, ou seja, deve-se realizar anlise clnica e examespara confirmar o diagnstico.

    Diante do apresentado, nesse momento, se atente desconfiana do mdicoe pense: Qual a relao dos sintomas apresentados com os alimentos ingeridos ea escolha do mtodo diagnstico?

    Os alimentos sem procedncia, como a carne crua e a salada sem lavar, podemconter parasitas e outros agentes patgenos. Com a ingesto da carne sem o devidocozimento e a salada sem lavar, ela ingeriu um parasita, o qual desencadeou umasrie de sintomas como dores abdominais, sensao de fome constante, tonturas,irritao e perda de peso. Aps anlise dos sintomas e o relato da paciente, omdico solicitou um exame de fezes, j que a suspeita de um parasito intestinal,pois a ingesto de carne sem o devido cozimento e os sintomas relatados so

    semelhantes a uma doena causada por um parasito.

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    Os mtodos parasitolgicos no so capazes de identificar todas asformas parasitrias presentes nas fezes de um indivduo.

    Lembre-se

    Avanando na prtica

    Surto de parasitoses

    1. Competncia de Fundamentosde rea

    Conhecer os princpios bsicos das parasitoses prevalentes na

    sade humana, relacionados atuao do profissional da sade.

    2. Objetivos de aprendizagemAprender os conceitos gerais em parasitologia e os mtodos

    diagnsticos.

    3. Contedos relacionados Mtodos diagnsticos I e II em parasitologia.

    4. Descrio da SP

    Uma determinada regio do norte brasileiro ainda no conta

    com saneamento bsico e tratamento de gua. Nessa regio

    houve o surto de uma parasitose, cujos sintomas relatadospelos indivduos foram azia e nusea, clicas seguidas de

    diarreia, perda de apetite e irritabilidade. O mdico suspeitou

    de um parasito intestinal cuja transmisso se d pela ingesto

    de cistos maduros, veiculado atravs da gua, alimentos

    contaminados e por meio de mos contaminadas. Sendo

    assim, ele solicitou um exame de fezes. Ao receber as

    amostras no laboratrio, quais mtodos parasitolgicos so

    eficazes para o diagnstico desse parasito?

    5. Resoluo da SPPara resolver esta situao-problema voc deve ler no item

    No pode faltar deste livro didtico a respeito dos mtodos

    diagnsticos e as formas parasitrias que so detectadas.

    Pratique mais

    InstruoDesafiamos voc a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situaes

    que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a deseus colegas.

    Dos mtodos parasitolgicos e quais formas parasitrias aquelesdetectam.

    Lembre-se

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    Aps estudar os mtodos parasitolgicos e as amostras utilizadaspara a deteco dos parasitos, descreva uma situao abordando ummtodo parasitolgico, um tipo de amostra biolgica e relacione comum parasito.

    Faa voc mesmo

    Faa valer a pena

    1. Dentre os vrios mtodos parasitolgicos, um deles utilizado napesquisa de ovos de Enterobius vermicularis, Taenia saginata e Taenia

    solium, visto que os ovos desse parasita se localizam na regio perianal.Esse mtodo conhecido como:

    a) Mtodo de Hoffmann, Pons e Janer ou Mtodo de Lutz.

    b) Mtodo de Willis.

    c) Mtodo de Faust.

    d) Mtodo de Baermann-Moraes e o de Rugai.

    e) Mtodo de Graham (ou fita adesiva).

    2.Um dos mtodos diagnsticos parasitolgicos amplamente utilizado partedo princpio da sedimentao espontnea, na pesquisa de ovos e larvas dehelmintos e cistos de protozorios. Esse mtodo conhecido como:

    a) Mtodo de Hoffmann, Pons e Janer ou Mtodo de Lutz.

    b) Mtodo de Willis.

    c) Mtodo de Faust.

    d) Mtodo de Baermann-Moraes e o de Rugai.

    e) Mtodo de Graham (ou fita adesiva).

    3. A coleta e apresentao das amostras so essenciais para um diagnsticopreciso. Para isso, so necessrios alguns cuidados. Analise as afirmaesabaixo e assinale a alternativa correta:

    I. Coleta aps interveno com medicamentos antiparasitrios.

    II. Processamento rpido para manter a morfologia do parasito.III. No contaminar as fezes com gua ou urina.

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    Esto corretas as afirmativas:

    a) I.

    b) II.

    c) III.

    d) I e II.

    e) II e III.

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    Seo 1.4

    Prticas de mtodos diagnsticos em parasitologia

    Dilogo aberto

    Caros alunos, sejam bem-vindos! Nesta ltima seo da Unidade 1 estudaremoso Mtodo de Hoffman, Pons e Janer ou Lutz de anlise parasitolgica das fezes, eem relao pesquisa de parasitos no sangue veremos o esfregao sanguneo e

    gota espessa.

    O estudo desta seo facilitar o entendimento da escolha de um mtododiagnstico difundido amplamente e relacionado com o caso apresentado. Almdisso estudaremos a pesquisa de parasitos no sangue.

    Agora vamos voltar situao realidade apresentada no convite ao estudodesta unidade?

    Ana Carolina, durante suas compras sentiu muita fome e resolveu comer algo

    rpido. Comeu um churrasquinho de rua com salada verde e pozinho. Ao mordera carne percebeu que estava crua e a salada aparentava estar mal lavada e no seimportou com o fato. Passadas algumas semanas, sentiu-se estranha, teve doresabdominais, sensao de fome constante, tonturas, se irritava com facilidade ecom o tempo comeou a perder peso e procurou servio mdico. Assim que omdico a analisou, juntamente com os sintomas relatados, desconfiou que fosseuma parasitose e a encaminhou para realizar um exame de fezes.

    Diante do apresentado, nesse momento, se atente aos mtodos parasitolgicosde fezes estudados anteriormente e os que veremos nessa unidade e pense: De

    acordo com a descrio da paciente e sintomas apresentados, qual mtodoparasitolgico ser mais bem aplicado e realizado para identificar o parasito?

    Na seo 1.4 vamos estudar as prticas de mtodos diagnstico em parasitologiaa fim de obter um diagnstico preciso.

    No pode faltar

    Relembrando o contedo visto na seo anterior (1.3), vimos que em relao ao

    exame parasitolgico de fezes, primeiramente realiza-se o exame macroscpico eaps o exame microscpico.

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    Na anlise macroscpica deve-se avaliar o aspecto geral, forma, volume,consistncia, cor, cheiro e presena de elementos estranhos. J na anlisemicroscpica realiza-se o exame direto a fresco, tcnicas de concentrao eesfregao com colorao.

    Assimile

    A consistncia das fezes (anlise macroscpica) foi associada aosestgios morfolgicos dos parasitos intestinais. Nas fezes lquidas, naspastosas ou com muco e/ou sangue so usualmente encontradostrofozotos, nas fezes formadas ou semiformadas os cistos, e podemosencontrar em todos os tipos de amostras fecais os ovos e as larvasde helmintos apesar de serem mais dificilmente encontrados emespcimes lquidos e, se presentes, em pequeno nmero.

    Aps relembrarmos os tipos de anlises realizadas com as amostras de fezes,vamos falar sobre a tcnica de sedimentao mais utilizada na rotina clnica, oMtodo de Hoffmann, Pons e Janer ou Mtodo de Lutz.

    Essa tcnica se baseia no princpio da sedimentao espontnea em gua,aonde h a combinao da gravidade e da sedimentao. So indicadas para a

    pesquisa de ovos, larvas e cistos.

    Diferentemente das tcnicas de flutuao onde os cistos e oocistos flutuam,nessa tcnica os cistos, oocistos, ovos e larvas sedimentam com a fora dagravidade e so retidos no fundo do tubo, enquanto os detritos ficam na superfcie,e no interferem no diagnstico final.

    Uma desvantagem do mtodo os detritos fecais que se acumulam emgrande quantidade, dificultando a identificao dos parasitos. J a vantagem estrelacionada com o fato de que o uso da gua para a anlise utiliza poucas vidrarias,

    sendo dispensvel o uso de reagentes e da centrifugao.

    Para realizao desse mtodo, separe 2 a 5 gramas da amostra de fezes(retire de vrias partes da amostra), e coloque em um copo graduado ou bquerde 250 mL. Complete com 50-60 mL de gua corrente e misture. Prepare umasuspenso juntando mais 100 mL de gua corrente. Filtre a suspenso com filtroparasitolgico ou com gaze dobrada (em dois ou em quatro), coloque o filtradoem copo cnico. Se necessrio, adicione gua corrente at completar 3/4 dovolume do copo cnico. A suspenso dever ficar em repouso de uma a duashoras. Aps esse perodo em repouso, com o auxlio de uma ala microbiolgica(de platina ou descartvel), colete uma poro pequena do sedimento inferior edeposite-o em uma lmina. Caso a preparao esteja muito espessa, dilua com

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    uma gota de soluo salina a 0,85% ou gua corrente. Examine ao microscpio seh a presena de parasitos (Figura 1.6).

    Figura 1.6 | Mtodo de Hoffmann, Pons e Janer ou Mtodo de Lutz.Sedimentao espontnea

    Legenda: A) copo cnico de sedimentao com filtro descartvel parasitolgico; B) fezes emsuspenso; C) sedimentao aps duas horas.Fonte: Carli (2008, p. 59).

    Um nico mtodo parasitolgico de diagnstico em amostras de fezesno capaz de detectar todas as formas parasitrias, dessa forma necessrio associar mais de um mtodo diagnstico.

    Reflita

    Conforme j citado na seo 1.3, apesar das amostras de fezes serem as maissolicitadas para diagnstico parasitolgico, as amostras de sangue sero solicitadasquando a suspeita de infeco ocorrer por parasitos que ali infectem. Dentre essesparasitos esto includos protozorios e helmintos.

    Para o diagnstico desses parasitos, utilizam-se dois tipos de esfregaossanguneos, os estirados (ou delgados) e os espessos (gota espessa). O sanguecapilar o material ideal para os esfregaos, por no necessitar de anticoagulantesque podem alterar a morfologia e caractersticas da colorao do parasito.Entretanto, o sangue pode ser obtido por puno venosa, mas desaconselha-se ouso de anticoagulantes. Alm disso, realizar os esfregaos em duplicata e analisar omais rpido possvel, visto que a morfologia do parasito se deteriora com o tempo.

    importante ressaltar que o diagnstico dos hemoparasitos no pode serconsiderado negativo quando analisada apenas uma amostra de sangue, e se noforem encontrados na primeira amostra, solicitar uma nova em intervalos de 6 a 12horas, at o diagnstico conclusivo ou a ausncia de infeco (usualmente 3 a 5

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    dias). Em casos onde houver suspeita de malria, devido a periodicidade do parasito,o momento de coleta essencial, e devem ser feitas em um perodo de 2 a 3 dias.

    Vrios corantes e mtodos so utilizados para corar esfregaos sanguneos,

    porm para corar os parasitos nos esfregaos sanguneos, o mais utilizado a deGiemsa. Esse tipo de colorao leva de 20 minutos a 2 horas, de acordo com adiluio dos corantes.

    Os esfregaos estirados (ou delgados) so utilizados na rotina clnica paraanlise de eritrcitos, contagem diferencial de leuccitos e plaquetas, alm disso,so empregados para o diagnstico de hemoparasitos, nesse tipo de esfregao amorfologia do parasito se mantm ntida, embora apresente desvantagens quandoa carga parasitria baixa.

    Para realizar o esfregao estirado, primeiro certifique-se que a lmina est limpae se houver necessidade limpe com lcool 70%. Em uma das extremidades dalmina coloque uma gota de sangue fresco (coletado por puno venosa ou polpadigital). Com auxlio de outra lmina, estirar a gota de sangue, em direo ao ladocontrrio da gota. Fazer um ngulo de 30-45 entre a segunda lmina e a gota desangue e estirar. Deixe a lmina secar em temperatura ambiente e se necessriofixe o esfregao antes da colorao (Figura 1.7).

    Figura 1.7 | Tcnica do esfregao sanguneo

    Fonte: Disponvel em: . Acesso em: 28out. 2015.

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    Pesquise mais sobre as tcnicas de sedimentao em: . Acessoem: 28 out. 2015.

    Pesquise mais

    Os esfregaos espessos (gota espessa) so recomendados como exames detriagem por conter de 10 a 30 vezes mais sangue por campo do que o estirado. Enecessitam de grandes quantidades de sangue em pequena rea.

    Exemplificando

    Em algumas suspeitas de infeces por hemoparasitos, necessriauma combinao dos esfregaos (estirado e espesso) para chegar aum diagnstico conclusivo.

    Para realizar o esfregao espesso colocar de trs a quatro gotas de sangue fresco(coletado por puno venosa ou polpa digital) na lmina. Com a ponta de outralmina, realize movimentos circulares reunindo as gotas, criando um dimetro

    de aproximadamente 2 cm, repetir esses movimentos circulares, do centro paraa periferia por 30 segundos, para evitar a formao de fibrina, que dificulta odiagnstico. Deixe secar e mergulhe a preparao em gua corrente ou em soluosalina a 0,85%, para que se produza a hemlise. Secar temperatura ambiente.

    Figura 1.8 | Preparao de esfregao sanguneo espesso

    Fonte: Adaptada de Markell, Voge e John (1992).

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    Faa voc mesmo

    Revise os procedimentos de como realizar um esfregao estirado eespesso, explique passo a passo desde o momento da coleta at acolorao.

    Hemlise: destruio das hemcias, com liberao do contedointracelular.

    Macroscpico e Microscpico: o primeiro significa que a anlise serfeita a olho nu, o segundo com o auxlio do microscpio.

    Vocabulrio

    Sem medo de errar

    Depois de estudarmos as prticas de mtodos diagnsticos em parasitologia,retomaremos a situao-problema apresentada no convite ao estudo.

    A situao-problema traz como foco a ingesto de carne crua e a salada mal

    lavada. Alimentos de procedncia duvidosa so fontes perigosas de contaminao.Aps algumas semanas da ingesto dos alimentos, Ana Carolina sentiu-se estranha,teve dores abdominais, sensao de fome constante, tontura, se irritava comfacilidade e com o tempo comeou a perder peso e procurou servio mdico.Assim que o mdico a analisou, juntamente com os sintomas relatados, desconfiouque fosse uma parasitose e a encaminhou para realizar um exame de fezes.

    Ateno!

    Para o diagnstico de um parasito nas fezes, necessrio associar doismtodos parasitolgicos a fim de ampliar as buscas.

    Diante do apresentado, nesse momento, se atente aos mtodos parasitolgicosde fezes estudados e citados anteriormente e pense: De acordo com a descrioda paciente e sintomas apresentados, qual mtodo parasitolgico ser mais bemaplicado e realizado para identificar o parasito?

    Conforme j citado em sees anteriores, nenhum mtodo parasitolgico capaz de identificar todas as formas parasitrias presentes nas fezes de um

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    indivduo. Na rotina clnica, fazem-se duas tcnicas com princpios diferentes paraampliar as buscas das formas parasitrias. Alm disso, o relato de Ana Carolina,que comeu carne crua e salada verde mal lavada, poderia sugerir ao mdico eao laboratrio que h possibilidade da presena de dois parasitos, embora ossintomas tendam a um. O exame amplamente utilizado, barato e simples, omtodo de Hoffmann que possibilita a busca de cistos, oocistos, ovos e larvas.Este habitualmente associado outra tcnica de acordo com a suspeita. No casode Ana Carolina, seu ato ao ingerir carne crua e seus sintomas sugere que alm datcnica de Hoffmann seja feita a tcnica de Kato-Katz, mtodo quantitativo, quepossibilita a determinao de ovos de helmintos por gramas de fezes.

    Os mtodos parasitolgicos devem ser escolhidos com base nasuspeita clnica e relato do paciente, buscando sempre realizar ummtodo de amplo espectro (como exemplo o Hoffmann) e outromtodo especfico.

    Lembre-se

    Avanando na prtica

    Mtodos diagnsticos

    1. Competncia de Fundamentosde rea

    Conhecer os princpios bsicos das parasitoses prevalentes na

    sade humana, relacionados atuao do profissional da sade.

    2. Objetivos de aprendizagem Aprender os conceitos gerais em parasitologia e compreenderos mtodos diagnsticos.

    3. Contedos relacionadosConceitos gerais e mtodos parasitolgicos (prticas de

    mtodos diagnsticos em parasitologia).

    4. Descrio da SP

    Bruno um bilogo que adora estudar novas espcies de

    plantas. Em suas frias resolveu viajar para a Amaznia em

    uma regio endmica de malria. Aps trs semanas que

    retornou das frias se queixou de episdio de tremores, febre

    e suador. Procurou atendimento mdico e foi encaminhado

    ao laboratrio para coleta de sangue. Quais os mtodos

    diagnsticos e de colorao devem ser realizados? Qual a

    periodicidade do exame caso negativo?

    Pratique mais

    InstruoDesafiamos voc a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situaes

    que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de

    seus colegas.

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    5. Resoluo da SP

    Para o diagnstico de malria realizam-se dois tipos de

    esfregaos sanguneos, os estirados (ou delgados) e os

    espessos (gota espessa), corados com Giemsa. Caso o exame

    seja negativo, deve-se solicitar um novo em intervalos de 6

    a 12 horas, at o diagnstico conclusivo ou a ausncia deinfeco. Em casos onde houver suspeita de malria, devido

    periodicidade do parasito, o momento de coleta essencial, e

    deve ser feita em um perodo de 2 a 3 dias.

    necessrio seguir as medidas de proteo e segurana ao manusearqualquer tipo de amostra biolgica.

    Lembre-se

    Procure saber porque outros tipos de colorao no so empregadosna busca de hemoparasitos e sobre no utilizar anticoagulantes.

    Faa voc mesmo

    Faa valer a pena

    1.A anlise macroscpica das fezes foi associada aos estgios morfolgicosdos parasitos intestinais, a fim de auxiliar na busca das formas parasitrias.Nas fezes lquidas, nas pastosas ou com muco e/ou sangue so usualmenteencontrados:

    a) Cistos.

    b) Oocistos.

    c) Ovos.

    d) Ovos e larvas de helmintos.

    e) Trofozotos.

    2.A anlise macroscpica das fezes foi associada aos estgios morfolgicosdos parasitos intestinais, a fim de auxiliar na busca das formas parasitrias.Nas fezes formadas ou semiformadas so usualmente encontrados:

    a) Cistos.

    b) Oocistos.

    c) Ovos.

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    d) Ovos e larvas de helmintos.

    e) Trofozotos.

    3.A anlise macroscpica das fezes foi associada aos estgios morfolgicosdos parasitos intestinais, a fim de auxiliar na busca das formas parasitrias.Em todos os tipos de amostras fecais podemos encontrar:

    a) Cistos.

    b) Oocistos.

    c) Ovos.

    d) Ovos e larvas de helmintos.

    e) Trofozotos.

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    Referncias

    CARLI, Geraldo Attilio de. Parasitologia Clnica. Cap. 2, 2. ed. Rio de Janeiro:Atheneu, 2008.

    MARKELL, Edward K.; VOGE, Marietta; JOHN, David T. Medical Parasitology. 7thed. Philadelphia (PA): W.B. Saunders Co., 1992.

    NEVES, David Pereira; FILIPPIS, Thelma de. Parasitologia Bsica. 3. ed. So Paulo:Atheneu, 2014.

    NEVES, David Pereira; MELO, Alan Lane de; LINARDI, Pedro Marcos; VITOR, RicardoW. Almeida. Parasitologia Humana. 12. ed. So Paulo: Atheneu, 2011.

    REY, Luis. Bases da Parasitologia Mdica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2011.

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