relatório 1 microbiologia

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DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Transferência de caldo nutritivo previamente esterilizado. Figura 1 – Tubos contendo caldo nutritivo enumerados de 1 a 5. Neste experimento deveríamos avaliar a transferência de caldo nutritivo de maneira gradativa entre cinco tubos. O objetivo deste experimento era avaliar a capacidade de transferência desse caldo nutritivo de maneira asséptica, evitando contaminações e consequentemente crescimento bacteriano. Para isso, as técnicas de flambagem da pipeta utilizada e também dos tubos, antes e depois da transferência do caldo nutritivo, foram empregadas. Além disso, o manuseio das vidrarias e equipamentos atrás da chama do bico de Bunsen. O manuseio correto e adequado dos equipamentos pode evitar contaminação e proliferação bacteriana. Observa-se nesta etapa que a posição dos dedos e a forma como as vidrarias são abertas e fechadas são primordiais para um resultado satisfatório. O bico de Bunsen é utilizado para evitar a contaminação do manipulador, do material esterilizado ou das culturas de microrganismos. Ele cria uma área de segurança (estéril) ao seu redor, porque o ar frio chega (com microrganismos em suspensão) e ao esquentar, se dispersa, dispersando com ele os microrganismos. As manipulações devem ser feitas,

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Page 1: Relatório 1 microbiologia

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:

Transferência de caldo nutritivo previamente esterilizado.

Figura 1 – Tubos contendo caldo nutritivo enumerados de 1 a 5.

Neste experimento deveríamos avaliar a transferência de caldo nutritivo de maneira gradativa entre cinco tubos. O objetivo deste experimento era avaliar a capacidade de transferência desse caldo nutritivo de maneira asséptica, evitando contaminações e consequentemente crescimento bacteriano.

Para isso, as técnicas de flambagem da pipeta utilizada e também dos tubos, antes e depois da transferência do caldo nutritivo, foram empregadas. Além disso, o manuseio das vidrarias e equipamentos atrás da chama do bico de Bunsen. O manuseio correto e adequado dos equipamentos pode evitar contaminação e proliferação bacteriana. Observa-se nesta etapa que a posição dos dedos e a forma como as vidrarias são abertas e fechadas são primordiais para um resultado satisfatório. O bico de Bunsen é utilizado para evitar a contaminação do manipulador, do material esterilizado ou das culturas de microrganismos. Ele cria uma área de segurança (estéril) ao seu redor, porque o ar frio chega (com microrganismos em suspensão) e ao esquentar, se dispersa, dispersando com ele os microrganismos. As manipulações devem ser feitas, preferencialmente, por trás da chama do bico de Bunsen. Além disso, o ele é empregado na flambagem dos materiais.

Realizando os devidos procedimentos, obtivemos os seguintes resultados (Tabela 1):

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Tabela 1 – Aspecto dos tubos após 48-72 horas

Tubo Aspecto

Tubo 1 Límpido

Tubo 2 Límpido

Tubo 3 Límpido

Tubo 4 Límpido

Tubo 5 Turvo

O aspecto do caldo nutritivo (turvo ou límpido) indica a presença ou não de contaminação durante o processo de transferência. A solução contida no tubo A era esterilizada e tinha um aspecto límpido. Observando-se os resultados obtidos, os tubos 1, 2, 3 e 4 apresentaram aspecto límpido. Comparando-se os aspectos desses tubos com o tubo A, concluímos que estes estavam livres de contaminação e consequentemente sem proliferação bacteriana. Já o tubo 5 foi contaminado propositalmente por E. Coli e apresentou um aspecto turvo. Este procedimento proposital de contaminação foi realizado para obter-se um padrão de controle, com a finalidade de comparação. Isso reforça o resultado dos tubos 1, 2, 3 e 4, livres de contaminantes.

Eficácia da luz ultravioleta sobre microrganismos

A luz ultravioleta (UV) causa danos ao DNA das células expostas, produzindo ligações entre as bases pirimídicas adjacentes, normalmente timinas nas cadeias de DNA, inibindo a replicação correta do DNA durante a reprodução da célula. Os comprimentos de onda UV mais eficazes para matar os microrganismos são os de cerca de 260 nm, pois são absorvidos especificamente pelo DNA celular. A desvantagem desse método é que a radiação não é muito penetrante, assim, os microrganismos a serem mortos devem ser expostos diretamente aos raios. Organismos protegidos por sólidos e coberturas como papel, vidro e tecidos não são afetados ou são pouco afetados.

Esses resultados podem ser visualizados nas figuras 2 e 3. Na figura 2 observamos um grande crescimento bacteriano (E. coli), representado pelas manchas castanhas. O crescimento é possível devido à proteção de vidro e o baixo poder de penetração da luz ultravioleta. Na figura 3 o crescimento bacteriano é menos pronunciado, pois a luz ultravioleta atinge diretamente as bactérias. Entretanto, um resultado não esperado é observado – crescimento bacteriano na porção central da placa de Petri. Este resultado pode ser explicado pelo tempo de exposição inadequado, assim como interferências na incidência da luz UV.

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Figura 2 – E. coli exposta à luz UV em uma placa de Petri fechada (tampa de vidro)

Figura 3 – E. coli exposta à luz UV em uma placa de Petri aberta

Antissepsia de mãos: experimento de Price

Neste experimento o objetivo era visualizar a presença de microrganismos existente nas mãos e a eficácia da lavagem das mãos e o uso de antisséptico na redução de microrganismos da pele.

Os sabões e detergentes possuem pouco valor como antisséptico, mas tem uma importante função na remoção mecânica dos microrganismos. A pele possui células, mortas, pó, suor seco, microrganismos e óleos. O sabão rompe o filme oleoso em pequenas gotículas, denominadas emulsificação, que juntamente com a água, removem os resíduos à medida que a pele é lavada. Já o mecanismo de ação do álcool é a desnaturação de proteínas, mas também pode romper membranas e

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dissolver lipídeos. Agem efetivamente contra as bactérias, fungos, mas não contra endósporos e vírus envelopados.

Os resultados obtidos ficaram distantes do esperado (Figura 4). Para um resultado adequado a área mais contaminada da placa de Petri deveria ser a identificada com os dizeres “Mãos sem lavar”. A área “mãos lavadas” deveria apresentar pouca contaminação e a área “mãos com antissepsia” deveria apresentar pouca ou nenhuma contaminação (Figura 5). Algumas explicações para o resultado são o manuseio incorreto das vidrarias e materiais, principalmente a placa de Petri; antissepsia incorreta das mãos, utilização incorreta do bico de Bunsen, solução salina contaminada e abertura da placa de Petri fora da chama.

Figura 4 – Placa de Petri divida em 3 partes: mãos sem lavar, mãos lavadas e mãos com antissepsia

Figura 5 – Resultado experimental esperado para o experimento de Price. A) Mãos sem lavar; B) Mãos lavadas e C) Mãos com antissepsia

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Preparo de meios de cultura e vidraria utilizadas em rotina de microbiologia, esterilização e técnicas de manipulação asséptica:

Neste experimento diversas técnicas utilizadas em laboratórios de microbiologia são empregadas, tais como: preparo e acondicionamento dos meios de cultura e materiais de laboratório, esterilização por autoclave (calor úmido) e manipulação asséptica. A manipulação e realização correta desses procedimentos garante um resultado satisfatório e longe de contaminações.

As manipulações assépticas são um conjunto de procedimentos que visa a manutenção de culturas, de meios de cultura ou de soluções estéreis isento de contaminação (microrganismos estranhos) enquanto é manipulado, ou seja, são técnicas laboratoriais usadas para minimizar contaminações. Assim, a manipulação de meios estéreis ou de culturas puras devem ser feitas em condições que minimizem a possibilidade de contaminação do objeto em estudo. As técnicas de manipulação asséptica incluem: lavar as mãos e fazer antissepsia com álcool 70% ou iodado, limpar e desinfetar a superfície da bancada de trabalho, manipular perto da chama do bico de Bunsen; esterilizar previamente qualquer material que entre em contato com o meio em estudo; manter fechado os recipientes com culturas ou soluções estéreis – flambar à chama sempre que for abrir e fechar os recipientes; pipetar esterilmente – flambar extremidades das pipetas estéreis; evitar contato do material estéril com superfícies não-estéreis.

A técnica de autoclave (calor úmido) visa matar os microrganismos principalmente pela coagulação proteica (desnaturação), que é causada pela ruptura de ligações de hidrogênio que mantêm as proteínas em sua estrutura tridimensional. É um método utilizado para esterilizar meios de cultura, instrumentos, vestimentas, aplicadores, soluções e diversos outros itens que podem suportar altas temperaturas e pressões.

Como observado na Figura 6, os meios de cultura apresentaram algumas contaminações e consequentemente proliferação bacteriana. Os motivos para a contaminação pode ser explicada pela falha em algum dos processos de manipulação asséptica (fatores mencionas anteriormente) ou esterilização.

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Figura 6 – Meio de cultura LB sólido em Placa de Petri

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BIBLIOGRAFIA

TORTORA, Gerard J. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p 193, 194, 416 e 871.

MURRAY, Patrick R. Microbiologia Médica. 6. ed. São Paulo: Elsevier, 2008. p 264. 265 e 280.