Relatório

O presente relatório visa abordar acerca do saneamento (latrinas) do posto administrativo de

Chuiba, geograficamente localiza-se em Moçambique, Cabo Delgado, Pemba e faz fronteira com

os seguintes bairros: a norte Maringanha, a noroeste Eduardo Mondlane, a sul Murebue, a este

oceano índico, a oeste Alto Gingone e a Sudoeste Muxara, está dividido em três unidades

nomeadas A, B e C; A no norte, B no centro e C no sul.

1° Dia

No dia 25 de Agosto de 2015, partimos da nossa faculdade junto com os as nossas três docentes

em direcção ao nosso ponto de trabalho, ou seja, no posto administrativo de Chuiba, chegando lá

fomos recebidos por membros do posto administrativo, nomeadamente: Assumane Mahande

(assistente do chefe do posto), Aquimo Issufo (chefe do posto), Cheia Amade (membro do

comité de Chuiba), Andinane Zubaia (secretario da OJM), contudo, através dos nossos

questionários conseguimos adquirir vários dados, dados sobre o surgimento do bairro até a

situação actual do saneamento do bairro.

Segundo os nossos entrevistados o nome Chuiba surge quando havia carência de agua potável

naquela região e a única fonte de agua era a fonte subterrânea, e para obter era na base de

escavação com enxadas, então ouvia-se em todas as manhas gritos dizendo na língua Emakua

“Chuiba” que traduzindo a português significa “amanheceu enxada” foi assim que surgiu o nome

de Chuiba.

Segundo ainda com os nossos entrevistados, o posto administrativo de Chuiba é habitado por

4300 pessoas de acordo com o ultimo senso, e a religião mais dominante é islâmica, Chuiba

dispõe de onze mesquitas, um posto de saúde, uma escola primária, duas escolinhas uma da SOS

e outra da Arco Ires, onze fontes de água ainda em funcionamento (possui poucos problemas de

falta de agua). Quanto ao tratamento de lixo é feito individualmente, usa-se dois métodos o

primeiro é de amontoar e queimar o segundo é de abrir cova e deitar o lixo lá quando cheio tapar.

O nosso questionário compreendia mais em saber a disposições e disponibilidades das latrinas, a

maior parte da população de Chuiba (70%) tem o hábito da prática do fecalismo ao céu aberto e

os restantes 30% já aderiram o uso de latrinas melhoradas, o que mais causa a permanecia da

população na prática do fecalismo ao céu aberto são os custos para construir uma latrina que para

eles tais custos consideram elevados, Chuiba não dispõe de latrinas públicas, as latrinas mais

frequentes em Chuiba são as melhoradas com fossas, feitas a partir de cimento, é feita in loco, e

a mão-de-obra para construção destas é feita por técnicos pedreiros locais normalmente são

familiares pois a cada três casas têm pelo menos um pedreiro e um carpinteiro.

Quanto a disposição das casas de banho, não há separação na parte de urinar e na parte de fazer

necessidades maiores, a limpeza das latrinas é feita na base de água, cinza e sabão, quanto a

higiene pessoal a lavagem das mãos é feita apenas com água e sabão, questionamos também

acerca de manutenção das latrinas, caso a latrina encha que mecanismos adoptariam? A resposta

foi de tapar a latrina existente e voltar abrir outra noutro local do quintal, e quanto a segurança?

Pelo tipo de latrina adoptado pela população não há riscos de crianças escorregarem ao defecar,

foram apenas estes dados que foram adquiridos nesta data.

2° Dia

No dia 01 de Setembro de 2015, fez-se a segunda visita em Chuiba e desta vez não fomos

acompanhados pelas nossas três docentes, a nossa visita consistia em passar em casas da unidade

A acompanhados pelo chefe de quarteirão e recolhemos dados a partir dos nossos questionários.

Passamos na primeira casa e fomos apresentados pelo chefe do quarteirão na casa do senhor

Yassin, uma casa de referência naquela unidade, casa habitada por oito pessoas, seis

alfabetizados e dois analfabetos, família que vive na base de criação e venda de frangos.

Questionamos acerca da sua casa de banho e obtemos os seguintes dados: possuem uma latrina

melhorada de quatro metros de profundidade, casa de banho vedada com costumeiras (material

adquirido fora de Chuiba), usam a humidade da casa de banho para plantar bananeiras e

papaieiras, ou seja, é uma latrina ecológica, latrina está a funcionar a três anos e ainda não

encheu. Quanto a limpeza é feita com água e um detergente em líquido, a lavagem das mãos é

feita com água e sabão, há pouca frequência de problema de falta de água no máximo três dias

sem sair, e a opção desta família caso a latrina encha seria de esvaziar a fossa e voltar a usar a

mesma.

Na segunda casa fomos recebidos pela senhora Jubeta, casa habitada por quatro pessoas, todas

alfabetizadas questionamos também esta sobre a sua casa de banho e disse-nos: possui uma

latrina melhorada, do tipo latrina de sifão que é a melhor para lugares com água subterrânea

profunda e onde as pessoas usam a água para lavagem anal, vedada por bambus, esta está a

funcionar a um ano e ainda não encheu. Quanto a limpeza é feita com agua, sabão e vassoura e a

lavagem das mãos é com agua e sabão, e qual seria a opção escolhida caso um dia a latrina encha

e ela escolheu a de encerrar a existente e construir uma outra.

E na terceira e última casa que passamos fomos recebidos pela senhora Ciruela, casa habitada

por cinco pessoas, duas alfabetizadas e três analfabetos, questionamos sobre a sua casa de banho

e ficamos a saber o seguinte: possuem latrina melhorada do tipo latrina de sifão, como as latrinas

de sifão bem construídas previnem os cheiros, elas podem ser construídas dentro ou perto da

casa, vedada por palhas e capim e esta a funcionar a dois anos sem encher. Na parte de lavagem

é feita com água e detergente em pó, questionamos também do que ela acha sobre a atitude das

pessoas que ainda praticam o fecalismo ao céu aberto e ela respondeu que considera aquilo

errado mas também defendeu de que tais pessoas não têm condições por isso recorrem a

alternativas mais fáceis, no fim da conversa com esta solicitou-nos uma ajuda de dar-lhe um saco

de cimento para poder fazer acabamento da sua fossa.

Com estas entrevistas domiciliares ficamos a saber também que há um grupo de pessoas que

fazem palestras para mobilizar a população a construir latrinas melhoradas em suas casas, e os

custos sobem porcausa da procura aumentar.

3° Dia

No dia 08 de Setembro de 2015, fez – se a terceira visita, ao Posto de Chuiba, dando

continuidade com as actividades de colecta de dados pelas casa da Unidade-A. Desta vez

acompanhados de duas docentes e fomos encaminhados pelo chefe da Unidade-A.

Na primeira casa fomos recebidos pela senhora Tepia Biata, casa habitada por cinco pessoas,

quatro alfabetizadas questionamos esta sobre a sua casa de banho e disse-nos que não possui e

não tem condições para a construção de uma, e que fazem as necessidade mais para o interior de

Chuiba no mato (num determinado cemitério) e usa folhas de arvores como auxiliar depois e

fazer as necessidades.

A família consome agua de um fontanário, que dista a 7m. E mostrou se disponível em construir

uma latrina melhorada se surgir apoio.

Na segunda casa, fomos recebidos pelo senhor Piaque Uayne, pescador, casa habitada por cinco

pessoas, nenhuma alfabetizada, possuem latrina melhorada, vedada por palhas e capim e esta a

funcionar a três anos sem encher. E se acaso um dia encher ela ira colocar 25 kg de sal, para

que o sal absorva os excrementos. Na parte de lavagem é feita com sabão em liquido ,

questionamos também do que ela acha sobre a atitude das pessoas que ainda praticam o

fecalismo ao céu aberto e ela respondeu que considera aquilo errado mas também defendeu de

que tais pessoas não têm condições por isso recorrem a alternativas mais fáceis.

Na terceira casa fomos recebidos pelo senhor Issa, pescador casa habitada por quatro pessoas,

nenhuma alfabetizada, questionamos este sobre a sua casa de banho e disse-nos que não possui e

não tem condições para a construção de uma, e que fazem as necessidade mais para o interior de

Chuiba no mato (num determinado cemitério) e usa folhas de arvores como auxiliar depois e

fazer as necessidades.

A família consome água de um fontanário, que dista a 10m. E mostrou se disponível em

construir uma latrina melhorada se surgir apoio.

Na quarta casa fomos recebidos pela senhora Lúcia, casa habitada por cinco pessoas, quatro

alfabetizadas questionamos esta sobre a sua casa de banho e disse-nos que não possui e não tem

condições para a construção de uma, e que fazem as necessidade mais para o interior de Chuiba

no mato (num determinado cemitério) e usa folhas de arvores como auxiliar depois e fazer as

necessidades.

A família consome agua de um fontanário, que dista a 4m. E mostrou se disponível em construir

uma latrina melhorada se surgir apoio.

Na quinta e ultima casa do dia, foi a casa do chefe da Unidade-A, Uhaine Ali, Casa habitada por

6 pessoas das quais 4 alfabetizadas, possui uma latrina melhorada, financiada pelo INAS, do

tipo latrina de sifão vedada por bambus, esta está a funcionar a dois anos e ainda não encheu.

Quanto a limpeza é feita com agua, omo e vassoura e a lavagem das mãos é com agua e sabão, e

qual seria a opção escolhida caso um dia a latrina encha e ele escolheu a de encerrar a existente e

construir uma outra. Possue agua potável instalada em seu quintal.

Anexo I

Inquérito feito ao membros do Posto Administrativo de Chuiba

1. Acesso a latrina?

R: 30% da populacao tem acesso

2. Tipos de latrinas ?

R: Melhoradas

3. Material disponível para a construção de latrinas?

R: Cimento

4. Se as latrinas são interiores ou exteriores

R: Exteriores

5. Existência de latrinas públicas

R Não

6. Existe fecalismo ao céu aberto?

R: Sim. 70% da população

7. Que tipo de higiene pessoal existe?

R: Lavar as mão com água e sabão

8. Existe poluição atmosférica?

R: Não

9. Que tipo de mecanismo usam quando a latrina enche?

R: Tapam e constroem outra

10. Há separacao de latrinas (necessidades maioes/menores)

R: Não

11. Há segurança para as crianças e deficientes nas latrinas?

R: Não

12. Qual o lado e as dimensões das latrinas?

R: Por trás da casa 3x3

13. Existência de acidentes na construção ou utilização das latrinas?

R: Não

Fig. UNIDADE-A: Área trabalha nos 3 dias de visita