relatório de aplainamento

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ESCOLA DE ENGENHARIA DE PIRACICABA Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba Curso de Engenharia Mecânica Turma 1 – Noturno 200080100 César Henrique Durer 200080124 Rodolfo da Silva B. Granelli 200080134 Jocilene Cristina Durer 200080261 Valter Bonifácio Costa 204080020 Tiago Tavolari Processo de Aplainamento RELATÓRIO DE PROCESSO DE USINAGEM DOS MATERIAIS

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Page 1: Relatório de Aplainamento

ESCOLA DE ENGENHARIA DE PIRACICABA Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba

Curso de Engenharia Mecânica Turma 1 – Noturno

200080100 César Henrique Durer200080124 Rodolfo da Silva B. Granelli200080134 Jocilene Cristina Durer200080261 Valter Bonifácio Costa

204080020 Tiago Tavolari

Processo de AplainamentoRELATÓRIO DE PROCESSO DE USINAGEM DOS MATERIAIS

Piracicaba 14/08/2010.

Page 2: Relatório de Aplainamento

ESCOLA DE ENGENHARIA DE PIRACICABA Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba

Curso de Engenharia Mecânica Turma 1 – Noturno

200080100 César Henrique Durer200080124 Rodolfo da Silva B. Granelli200080134 Jocilene Cristina Durer200080261 Valter Bonifácio Costa

204080020 Tiago Tavolari

Processo de AplainamentoRELATÓRIO DE PROCESSO DE USINAGEM DOS MATERIAIS

Relatório da Aula Prática de Aplainamento

apresentado para avaliação da Disciplina Processos

de Usinagem dos Materiais do 6º semestre do

Curso de Engenharia Mecânica da Fundação

Municipal de Ensino de Piracicaba sob orientação

do Prof. Erivelto Marino.

Piracicaba 14/08/2010.

Page 3: Relatório de Aplainamento

Sumário

1.0 Objetivo42.0 Fundamentos teóricos 42.1 - Movimentos 4

2.2 - Componentes da plaina limadora 5

2.2.1 - Cabeçote..............................................................................................................52.2.2 - Acionamento principal.........................................................................................62.2.3 - Acionamento do avanço......................................................................................7

2.3 - Ferramentas de corte 8

2.4- Velocidade de corte 9

2.5 - Determinação do avanço e profundidade de corte 9

2.6 - Determinação do tempo de aplainamento 10

2.7 - Cálculo de gpm em função da velocidade de corte 11

3.0 Descrição da Prática 12

3.1 Equipamentos e materiais 12

3.2 – Procedimento 12

4 Questões: 15

5.0 Conclusão 19

6.0 Referências Bibliográficas 19

Anexo .................................................................................................20

Page 4: Relatório de Aplainamento

Lista de figuras

Figura 1: Plaina limadora ................................................................................................................4

Figura 2: Movimentos da plaina limadora .....................................................................................4

Figura 3: Funcionamento da placa com charneira; a: curso útil; b: curso em vazio.......................5

Figura 4: Espera ajustável ..............................................................................................................6

Figura 5: Acionamento principal .....................................................................................................6

Figura 6: Ajuste do tamanho do curso através da castanha deslizante .........................................7

Figura 7: Ferramentas para desbaste .............................................................................................8

Figura 8: Ferramentas para acabamento ........................................................................................8

Figura 9: Ferramentas para outras aplicações ................................................................................8

Figura 10: Diagrama das velocidades no mecanismo do acionamento principal ............................9

Figura 11: Esquemático para a determinação do valor de L ............................................................9

Figura 12: Seção do cavaco .............................................................................................................10

Figura 13: Esquema para a determinação do valor de B ................................................................10

Figura 14: Ferramentas utilizadas na usinagem do V(1) e do canal (2)............................................12

Figura 15: Traçagem ........................................................................................................................12

Figura 16: Fixação e regulagem do curso.........................................................................................13

Figura 17: Desbaste do perfil ...........................................................................................................13

Figura 18: Peça com o perfil em V acabado ....................................................................................14

Figura 19: Peça acabada .................................................................................................................14

Page 5: Relatório de Aplainamento

1.0 Objetivo

Este trabalho tem o objetivo de apresentar os princípios básicos do

funcionamento da plaina limadora e os tipos de movimentos e operações que

podem ser realizadas.

Introdução

2.0 Fundamentos teóricos

A plaina limadora é uma maquina ferramenta que consiste em realizar as

operações de aplainamento, rasgos, chavetas, estrias, rebaixos e chanfros através

do movimento retilíneo alternativo da ferramenta sobre a superfície a ser usinada.

Normalmente utilizada para operações de desbaste.

Figura 1: Plaina limadora

2.1 - MovimentosA plaina limadora apresenta três tipos de movimentos durante suas

operações: O movimento principal, o movimento de avanço e o movimento de

ajuste (demonstrados na Figura 2).

Figura 2: Movimentos da plaina limadora; a-b: movimento principal, c:movimento de avanço e d: movimento de ajuste

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Page 6: Relatório de Aplainamento

O movimento principal é o movimento executado pela ferramenta,

subdividido em curso útil e curso em vazio. O cavaco é retirado da peça durante o

curso útil e a ferramenta volta para o início do curso sem retirar cavaco durante o

curso em vazio.

O movimento de avanço é movimento realizado pela mesa, onde a peça

esta fixada, perpendicular ao movimento principal.

E o movimento de ajuste é um movimento vertical feito pela ferramenta ou

pela mesa e serve para regular a espessura do cavaco.

2.2 - Componentes da plaina limadora A base da máquina suporta a mesa, o cabeçote e os mecanismos de

acionamento principal e de avanço.

2.2.1 - CabeçoteO cabeçote da plaina limadora é o componente onde esta localizada o

porta-ferramenta que esta sobre uma placa com charneira (duas peças com eixo

comum em torno do qual uma pelo menos é móvel). Isto significa que em uma

operação qualquer, no curso útil a placa articulada é comprimida pelo esforço de

corte contra o suporte enquanto no curso em vazio, a placa é levantada um pouco

em função da sua articulação com charneira, assim, evitando qualquer dano à

ferramenta e à superfície que esta sendo usinada.

Figura 3: Funcionamento da placa com charneira; a: curso útil; b: curso em vazio

No cabeçote também esta localizada a espera do porta-ferramenta que é

ajustável para o aplainamento de superfícies inclinadas e com esta finalidade esta

dotada de uma escala graduada.

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Page 7: Relatório de Aplainamento

Figura 4: Espera ajustável

2.2.2 - Acionamento principalO acionamento principal é responsável por produzir o movimento retilíneo

alternativo do movimento principal. O movimento de rotação do motor é

transformado para movimento retilíneo alternativo através de um balancim

oscilante com uma castanha deslizante.

Figura 5: Acionamento principal

O motor imprime ao volante e a manivela, através de um mecanismo de

engrenagens um movimento de rotação uniforme, no volante esta localizado uma

manivela onde se encontra o pino da manivela, com uma porca que pode

deslocar-se em direção ao centro por meio de um fuso, este pino transporta a

castanha deslizante. A castanha desliza na guia do balancim, em função do

movimento de rotação do volante, o balancim, que tem seu centro de rotação a

base a maquina oscila com o seu extremo livre para um lado e para outro

(movimento retilíneo alternativo), uma articulação transmite ao cabeçote este

movimento oscilante.

Então é possível ajustar o comprimento do curso e a velocidade de corte

por meio do deslizamento da porca com o pino da manivela. Devido a este

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Page 8: Relatório de Aplainamento

mecanismo do acionamento principal, a velocidade do curso útil é menor do que a

velocidade do curso em vazio, isto é uma vantagem porque no curso em vazio não

se retira cavaco, é um movimento passivo, por isso este mecanismo é chamado

de mecanismo de retorno rápido.

Figura 6: ajuste do tamanho do curso através da castanha deslizante

A figura 6 representa dois casos do ajuste do tamanho do curso

influenciando nas velocidades do curso útil e do curso em vazio. Na situação “a”

temos um curso mais longo implicando um aumento do ângulo α que é

inversamente proporcional à velocidade do curso útil, quanto maior o ângulo α

menor a velocidade do curso útil, isto também implica que a velocidade do curso

em vazio será maior, pois o ângulo β esta diminuindo. Enquanto na situação “b” os

valores dos ângulos α e β estão próximos, implica que as velocidades do curso útil

e do curso em vazio também estão próximas e também se pode destacar que

quanto menor a diferença entre os valores destes ângulos, menor é o tamanho do

curso.

2.2.3 - Acionamento do avançoComandado intermitentemente antes de cada curso útil, quando acionado

manualmente pode produzir superfícies imperfeitas, em função do avanço regular.

Porém isto pode ser evitado por meio do avanço forçado regulado.

Então o avanço é regulado por meio do deslocamento da cavilha e seu

valor mínimo é dado pela razão entre o passo do fuso da mesa e o número de

dentes da roda de catraca, este valor de avanço mínimo é o valor do avanço se

apenas um dente da roda de catraca fosse avançado, enquanto o valor do avanço

para mais dentes é dado pelo valor de avanço mínimo multiplicado pelo número

de dentes avançados. Para operações de desbaste o trinquete deve avançar

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Page 9: Relatório de Aplainamento

vários dentes, enquanto para operações de acabamento recomendase apenas um

dente.

Também se deve destacar que girando o trinquete 180º pode-se inverter o

sentido avanço.

2.3 - Ferramentas de corteAs ferramentas de aplainar são fabricadas normalmente de aço rápido. A

forma do gume da ferramenta é escolhida de acordo com o trabalho a ser

executado.

Há ferramentas para desbaste, que devem retirar em curto tempo a maior

quantidade possível de cavaco, ferramentas para acabamento que devem produzir

uma superfície aplainada com aspecto perfeito, por esta razão os seus gumes são

arredondados ou chatos e as ferramentas especiais que são necessárias para

aplainamento de peças com formas variadas, como perfis inclinados, rasgos entro

outras.

Figura 7: Ferramentas para desbaste

Figura 8: Ferramentas para acabamento

Figura 9: Ferramentas para outras aplicações

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Page 10: Relatório de Aplainamento

2.4-Velocidade de corteDurante qualquer operação utilizando a plaina limadora, a velocidade de

corte não é constante devido ao mecanismo do acionamento principal. Sendo

assim, deve-se trabalhar com velocidades médias (comprimento do curso/tempo).

Figura 10: Diagrama das velocidades no mecanismo do acionamento principal

A velocidade de corte que normalmente aparece nas tabelas fornecidas

pelos fabricantes ou em tabelas técnicas é dada pela equação:

V c = 2.L.n

Onde “L” é o comprimento do curso e “n” é dado pelo número de cursos

duplos por minuto ou pela rotação do volante em rpm. O comprimento do curso é

representado pela figura abaixo e dado pela equação:

L= La +Lp + L

Figura 11: Esquemático para a determinação do valor de L

2.5 - Determinação do avanço e profundidade de corteO avanço e a profundidade de corte são escolhidos em função do tipo de

operação que será feito, para desbaste recomenda-se uma profundidade de corte

de 3 a 5 vezes maior do que o avanço e no acabamento ambos devem ser

reduzidos. Também seguem uma proporção em função da seção do cavaco dado

pela equação:

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Page 11: Relatório de Aplainamento

Seção do Cavaco = a.p

Figura 12: Seção do cavaco

2.6 - Determinação do tempo de aplainamentoConsiderando que estamos trabalhando com velocidades médias de corte e

de retorno, não é possível calcular o tempo exato de usinagem, mas sim um

tempo aproximado. Sendo assim, o tempo de aplainamento é dado pela equação:

Tp = Z* t

Onde “t” é o tempo que leva para completar um curso duplo e Z é o número

de cursos duplos necessários para usinar a peça, obtido pela equação:

Z = B/a

“B” é representado pelo seguinte esquema:

Figura 13: Esquema para a determinação do valor de B

E dado pela equação:

B = b + 2.b1

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Page 12: Relatório de Aplainamento

2.7 Cálculo de gpm em função da velocidade de corteQuando o trabalho de usinagem é feito por aplainamento o movimento da

máquina é linear, então se calcula o gpm, ou seja, o número de golpes que a ferramenta dá por minuto.

Para esse cálculo usa-se a fórmula:

EQ. 1

C: é o curso da máquina, ou seja, o espaço que ela percorre em seu movimento linear. O curso é igual ao comprimento da peça mais a folga de entrada e saída da ferramenta.

Vc: o valor da velocidade de corte é tabelado.

Tabela 1: Tabela para seleção da velocidade de corte

Esse valor é multiplicado por 2 porque o movimento é de vaivém.

A plaina deverá ser regulada para o gpm inferior mais próximo.

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Page 13: Relatório de Aplainamento

3.0 Descrição da Prática

3.1 Equipamentos e materiais

Plaina;

Ferramenta;

Paquímetro.

peça de aço 1020, conforme desenho anexo.

(1) (2)

Figura 14: Ferramentas utilizadas na usinagem do V(1) e do canal (2).

3.2 – Procedimento

Inicialmente deve-se traçar a peça conforme desenho do anexo 1.

Figura 15: Traçagem

Em seguida é necessário preparar a máquina para a usinagem. Para isso

limpar a morsa e fixar a peça, utilizando se necessário um calço e certificar-se que

esteja bem apoiada no calço ou na base da morsa.

Colocar a ferramenta (1) para usinagem do perfil inclinado no porta-

ferramenta. Atentar para que o balanço da ferramenta não deve exceder de duas

a três vezes a espessura da ferramenta.

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Page 14: Relatório de Aplainamento

Figura 16: Fixação e regulagem do curso

Aproximar a ponta da ferramenta, deixando aproximadamente 5mm acima

da superfície a aplainar.

Regular o curso da ferramenta lembrando que:

Curso = comprimento da peça + La +Lp

Curso = 92 + 20+10

Curso = 122mm

Selecionar o número de Golpes por minuto.utilizando a equação 1.

Como a máquina não disponibiliza esse número de golpes foi selecionado

52 golpes/min.

Regular o avanço automático. A ferramenta deve ser aproximada até obter

o contato com a peça e então zera-se o anel graduado que será utilizado para dar

a profundidade de corte. Desbastar o perfil da peça tomando como referência o

perfil final traçado.

Figura 17: Desbaste do perfil

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Page 15: Relatório de Aplainamento

Em seguida deve-se inclinar o porta ferramentas até obter o ângulo de 30°.

Referenciar novamente a ferramenta na peça e dar acabamento na superfície

inclinada.

A peça ficara conforme figura 18:

Figura 18: Peça com o perfil em V acabado

Finalizado o acabamento do perfil deve-se voltar a inclinação do porta

ferramentas a 0° e fixar a ferramenta número 2 (bedame) para executar a

usinagem do canal.

Referenciar a ferramenta na peça e dar a profundidade de corte até obter a

dimensão indicada no desenho.

Figura 19: Peça acabada

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Page 16: Relatório de Aplainamento

4 Questões:

4.1 - Nesse tipo de máquina o retorno da ferramenta é mais rápido. Explicar

como isso acontece e calcular os tempos proporcionais de ida e retorno da

ferramenta em uma operação prática.

De acordo com as dimensões medidas na máquina pode-se fazer o

esquema abaixo que representa a trajetória do balancim.

Calculando o raio

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Page 17: Relatório de Aplainamento

Utilizando o teorema de Pitágoras pode-se calcular o ângulo α:

α = 2 . γ

α = 168,74°

Calculando o perímetro

Perímetro = π x Ø

Perímetro = π x 50

Perímetro = 157,08mm

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Page 18: Relatório de Aplainamento

O ângulo total de 360° corresponde ao perímetro calculado acima. Pode-se

portanto associar o movimento de avanço e recuo em relação ao grau calculado e

o perímetro.

Retorno da ferramenta (α)

Avanço da ferramenta (β)

β = 360 – α

β = 360 – 168,74

β = 191,26°

Como foi utilizado 52golpes / min

= 1,15s / golpe

Um golpe corresponde ao perímetro, assim:

Tempo de retorno

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Page 19: Relatório de Aplainamento

Tempo de avanço

4.2 Qual(is) a(s) diferença(s) entre a ferramenta usada na plaina e a usada

no torno?

A principal diferença é que nas plainas é mais utilizada ferramenta de aço

rápido (HSS), devido aos constantes choques que a ferramenta deve suportar e

no torno são utilizados insertos ou pastilhas de metal Duro. Além disso, no

aplainamento geralmente a ferramenta sofre um esforço de corte maior, pois duas

arestas da ferramenta estão sujeitas a pressão de corte e no torno geralmente

uma.

4.3 Explicar o procedimento para execução de superfícies inclinadas (por

exemplo um chanfro em uma chapa grossa) na plaina.

1-Fixar a peça

2-Fixar a ferramenta

3-Regular o curso do comprimento e do avanço

4- Traçagem do perfil final da peça

5-Aplainamento (desbaste)

6- Inclinação do porta-ferramenta , no caso de chapas grossas pode-se

inclinar a mesa.

4.4 – É possível a fabricação da peça esquematizada abaixo na máquina da

prática? Se possível explicar o procedimento.

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Page 20: Relatório de Aplainamento

É possível. Deve-se primeiramente traçar a peça com o perfil final a ser

usinado. Em seguida fixar a peça na máquina selecionar o avanço e regular o

curso. Posteriormente desbastar de acordo com o perfil traçado.

Com uma ferramenta com perfil raiado dar acabamento e conferir com o

calibrador de raio.

5.0 Conclusão

Conclui-se que o objetivo deste trabalho de apresentar os princípios básicos

do funcionamento da plaina limadora e os tipos de movimentos e operações que

podem ser realizadas foi alcançado.

Pode-se analisar também que a plaina é um equipamento ultrapassado

dentro de grandes metalúrgicas devido à alta rugosidade decorrente do processo

e ao tempo de usinagem ser alto em relação a outras máquinas que

desempenham as mesmas funções como a fresadora que utiliza ferramentas

multicortantes. No entanto ainda é utilizada para aplicações especificas como

rasgos de chaveta e em pequenas metalúrgicas.

6.0 Referências Bibliográficas

GERLING,Heinrich. Mecânica Industrial Ilustrada: À volta da máquina-Ferramenta.

1° Edição. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1967.

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Page 21: Relatório de Aplainamento

Anexo 1

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