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Secretaria Federal de Controle Interno
Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações
presumidamente irregulares, ocorridas em GOIANIA PREFEITURA MUNICIPAL
GABINETE DO PREFEITO, apontadas à Controladoria-Geral da União - CGU, que deram
origem ao Processo nº 00208.000500/2015-18.
A fiscalização teve como objetivo atender demanda da Procuradoria da República em Goiás,
encaminhada por meio do Ofício PR/GO Nº 7205/2015, de 11 de novembro de 2015,
solicitando fiscalização a fim de apurar possíveis irregularidades na aplicação de recursos do
Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, pela Prefeitura Municipal de
Goiânia/GO, atentando para os seguintes questionamentos:
a) As licitações realizadas respeitaram os estritos limites fixados pela Lei nº 8.666/93?
b) Há evidência de restrição à concorrência, superfaturamento na aquisição dos gêneros
alimentícios, pagamento por produtos não entregues, ou de algum outro tipo de
fraude nas licitações ou na execução dos contratos?
c) Os produtos adquiridos foram efetivamente entregues à Secretaria Municipal de
Educação?
d) Há comprovação de que os produtos alimentícios foram encaminhados às
instituições de ensino locais? Se não, qual a destinação dos alimentos?
e) Quem eram os agentes responsáveis pelo recebimento e entrega dos alimentos às
escolas?
1. Introdução
Unidade Examinada: GOIANIA PREFEITURA
MUNICIPAL GABINETE DO PREFEITO
Relatório Externas
de Demandas
Número do relatório: 201601558
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 24/06/2016 a 05/08/2016 sobre a
aplicação de recursos federais do programa 2030 - Educação Básica / 8744 - Apoio à
Alimentação Escolar na Educação Básica no município de Goiânia/GO, nos seguintes
processos:
Nº Processo Licitação Objeto
55070318/2013 Chamada Pública 002/2014 Aquisição de Queijo Tipo Mussarela, Bebida Láctea,
Manteiga, Requeijão Cremoso e Polpa de Frutas
57550805/2014 Pregão Eletrônico 184/2014 Aquisição de Carne Bovina, Suína e Frango
59895711/2014
Chamada Pública 001/2015
Aquisição de Filé de Pescado, Proteína de Soja, Queijo
tipo Mussarela, Iogurte de Coco e Morango, Manteiga,
Leite em Pó, Polpa de Frutas, Requeijão Cremoso e
Rapadurinha.
60070369/2014 Pregão Presencial 005/2015 Aquisição de Pão de Milho e Bolo de Baunilha
62455156/2015 Dispensa de Licitação Aquisição de Sal Refinado Iodado e Tempero Alho e
Sal
63126128/2015 Dispensa de Licitação Aquisição de Arroz
Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao
Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e
registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de
questionários.
Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,
tendo se manifestado em 29/08/2016, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos
pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas,
bem como à apuração das responsabilidades.
Ordem de Serviço: 201601558
Número do Processo: 00208.000500/2015-18
Município/UF: Goiânia/GO
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: GOIANIA PREFEITURA MUNICIPAL GABINETE DO
PREFEITO
Montante de Recursos Financeiros: Não se aplica.
2. Resultados dos Exames
1.1. Informações sobre a Ação de Controle
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela
tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela
existência de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
Nesta parte, a competência primária para adoção de medidas corretivas dos fatos
apresentados a seguir pertence ao executor do recurso federal descentralizado. Esclarece-
se que as situações relatadas são decorrentes de levantamentos necessários à adequada
contextualização das constatações relatadas na primeira parte.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas
ministeriais. Destinam-se, ainda, para ciência dos Órgãos de Defesa do Estado com vistas à
tomada de providências no âmbito das respectivas competências. Esta Controladoria não
realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas
constatações.
2.2.1. O procedimento licitatório foi precedido de requisição aprovada pela
autoridade competente.
Fato
Foram analisados os seguintes procedimentos licitatórios:
Nº Processo Licitação Objeto
55070318/2013 Chamada Pública 002/2014 Aquisição de Queijo Tipo Mussarela, Requeijão
Cremoso e Polpa de Frutas
57550805/2014 Pregão Eletrônico 184/2014 Aquisição de Carne Bovina, Suína e Frango
59895711/2014
Chamada Pública 001/2015 Aquisição de Proteína de Soja, Queijo tipo Mussarela,
Iogurte de Coco e Morango, Manteiga, Leite em Pó,
Polpa de Frutas, Requeijão Cremoso e Rapadurinha.
60070369/2014 Pregão Presencial 005/2015 Aquisição de Pão de Milho e Bolo de Baunilha
62455156/2015 Dispensa de Licitação Aquisição de Sal Refinado Iodado e Tempero Alho e
Sal
63126128/2015 Dispensa de Licitação Aquisição de Arroz
Verificou-se que os procedimentos licitatórios em questão foram precedidos de requisição
aprovada pela autoridade competente.
2.2.2. Impropriedades encontradas nos processos de pagamento.
Fato
2.2 Parte 2
2.1 Parte 1
Com o objetivo de verificar a regularidade dos pagamentos, foram solicitados os processos
referentes aos seguintes procedimentos licitatórios:
Licitação Contrato nº Objeto (Aquisição de)
Chamada Pública 002/2014
082/2014 Queijo Tipo Mussarela, Bebida Láctea e Manteiga
083/2014 Requeijão Cremoso
084/2014 Polpa de Frutas
085/2014 Polpa de Frutas
Pregão Eletrônico 184/2014
013/2015 Carne Bovina
014/2015 Carne de Frango
015/2015 Carne Suína
Chamada Pública 001/2015
051/2015 Filé de Pescado
052/2015 Proteína de Soja, Queijo Mussarela, Iogurte de Coco e
Morango e Manteiga
053/2015 Leite em Pó
054/2015 Polpa de Frutas
055/2015 Polpa de Frutas
056/2015 Requeijão Cremoso
057/2015 Rapadurinha
Pregão Presencial 005/2015 044/2015 Pão de Milho e Bolo de Baunilha
Dispensa de Licitação Sem contrato Sal Refinado Iodado e Tempero Alho e Sal
Dispensa de Licitação Sem contrato Arroz
Também foram visitadas 5 escolas para verificar o recebimento dos gêneros alimentícios
referentes aos contratos nºs 084 e 085/2014 (Polpas de Frutas), 013/2015 (Carne bovina) e
051/2015 (Filé de Pescado).
Entre as impropriedades encontradas, estão a divergência de datas de entrega, com prazo
superior ao estabelecido no edital e contrato, a ausência de identificação do assinante, a
ausência de carimbo da escola/instituição, a existência de recebedores variados (merendeira,
cozinheira, auxiliar de cozinha, secretária, coordenadora, diretora, auxiliar de secretaria,
gestora educacional, assistente administrativa e porteiro), o preenchimento errado do recibo
(Guia de Recebimento), e a existência de recibos pré-datados de recebimento e de recibos
sem data de recebimento.
Vale ressaltar que constam nos referidos contratos que “A Comissão de Recebimento de
Objeto deverá atestar a qualidade e quantidade dos produtos, mediante recibo (§1º do art.
73 da Lei 8.666/93), devendo rejeitar qualquer produto que esteja em desacordo com o
especificado no Edital.”
Constam ainda dos processos analisados, Comunicados de Entregas, os quais estabelecem
que as empresas deverão devolver “todas as guias constantes deste Comunicado de Entrega,
datadas e assinadas pelas Instituições recebedoras até dois (02) dias úteis a partir da data
preestabelecida a ser cumprida por este Comunicado de Entrega.”
Verificou-se, ainda, nos processos analisados, que a Controladoria-Geral do Município
emite, em cada processo, Certificados, versando sobre a liberação das Notas de Empenho em
favor das empresas vencedoras e as respectivas Liquidações de Despesas. Com base nos
recibos constantes dos processos, os certificados concluem, no último parágrafo, o seguinte:
“Destarte, em conformidade ao estabelecido pelo art. 2º do Decreto Municipal nº
2391/2009, observada a veracidade ideológica presumida da documentação apresentada,
emitimos o presente Certificado de Verificação, opinando pela liberação da despesa”.
A análise dos recibos leva a concluir que não há circularização, nem amostral, da idoneidade
das informações contidas no processo e não existem pessoas responsáveis formalmente pelo
recebimento dos alimentos, embora haja a previsão contratual de uma “Comissão de
Recebimento”.
Cabe salientar que, em visita às escolas, por amostragem aleatória, onde foram realizadas
entrevistas com as diretoras e as merendeiras, verificou-se que as impropriedades aqui
relatadas não ocasionaram atraso ou falta de merenda nas escolas.
Manifestação da Unidade Examinada
Em atenção ao Ofício nº 15124/2016/DIAC3/CGU-Regional/Goiás, de 19 de agosto de
2016, o qual encaminhou o Relatório Preliminar, a Secretaria Municipal de Educação e
Esporte de Goiânia encaminhou o Ofício nº 2514/2016/SME, de 29 de agosto de 2016, com
as seguintes justificativas:
“Inicialmente, no que diz respeito ao item 2 (Impropriedades encontradas nos processos de
pagamento), explicamos que em relação às divergências de datas de entrega, com prazo
superior ao estabelecido no edital e no contrato, tão logo foi detectado o atraso na entrega
dos gêneros alimentícios adquiridos, a Diretoria de Administração Educacional e a titular
desta Pasta tomaram as providências no sentido de notificar a contratada para o
cumprimento dos prazos estabelecidos. Esclarecemos que em relação às notificações
realizadas, as empresas sempre apresentaram justificativas plausíveis quanto aos atrasos
ocorridos, tais como: dificuldade de encontrar as unidades educacionais (uma vez que boa
parte delas localizam-se em regiões periféricas da Capital), no momento da entrega não
havia qualquer dos servidores autorizados a receber os gêneros alimentícios na instituição
entre outros. Ressalte-se que, após justificados os atrasos, as entregas ocorreram,
atendendo devidamente as unidades da Rede Municipal de Educação.
No que se refere à ausência de identificação do assinante, ausência do carimbo da
escola/instituição, preenchimento errado do recibo e a existência de recibos pré-datados de
recebimento e de recibos sem data de recebimento, esclarecemos que a Diretoria de
Administração Educacional por intermédio da Gerência do Programa de Alimentação
Educacional tem, constantemente, orientado as instituições e os fornecedores quanto à
necessidade do devido e correto preenchimento das guias de recebimento dos gêneros
alimentícios fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME), conforme
resta comprovado nos documentos juntados no Anexo I.
Cumpre ressaltar que a SME, atendendo a determinação da Controladoria-Geral do
Município, nos termos do Relatório Geral de Auditoria, tem realizado um severo controle
das guias no que se refere aos itens obrigatórios de identificação e a data de recebimento.
Avulta informar, por sua vez, que o volume de guias emitidas é considerável, já que existem
em torno de 400 (quatrocentas) unidades educacionais atendidas, e dessa forma, é razoável
que um número muito pequeno delas possam ter sido recebidas sem algum dos itens
obrigatórios. A título de exemplificação seguem em anexo cópias das guias de um dos
processos que demonstra tal situação (Anexo II). Conforme verificado, em todo processo de
573 páginas, para aquisição de carne suína (n° 62170166/2015), referente ao contrato n°
015/2015 - empresa Ápia Indústria de Carne Ltda., apenas as guias das páginas 211 e 406,
não possuem carimbo da instituição.
No que diz respeito ao questionamento da existência de recebedores variados, explicamos
que vários servidores poderiam receber os alimentos no âmbito das unidades educacionais,
tais como o próprio diretor, o secretário-geral, os coordenadores de turno, os auxiliares de
secretaria, e as merendeiras, conforme podemos perceber no Regimento Escolar que
normatiza as atribuições dos servidores lotados nas Escolas Municipais, senão vejamos:
‘Art. 12 - São competências do(a) Diretor(a), além de outras que lhe foram delegadas, respeitado
a legislação pertinente: (...)
XIV - delegar atribuições dentro da escola;
(...)
XXIII - realizar outras atividades que contribuam para o bom funcionamento da Escola,
observada a legislação vigente.’
No mesmo sentido, também é atribuído ao coordenador de turno (Art. 15, inciso VII) e ao
secretário-geral (Art. 18, inciso XII) a competência de “executar outras atividades que
contribuam para o bom funcionamento da escola”.
Aos detentores do cargo de auxiliar de secretaria também é estabelecida a competência de
“executar as demais atribuições que lhe forem delegadas pelo(a) diretor(a) e/ou secretário-
geral, respeitada a legislação e normas vigentes”.
Da mesma forma, tal disposição é feita aos merendeiros e porteiros serventes, nos termos
dos arts. 22, inciso VII e 24, inciso VII, do mesmo Regimento.
Dessa maneira, não procede o questionamento apresentado no Relatório Preliminar de que
não há circularização, nem amostral, da idoneidade das informações contidas nos
processos. Uma vez que ficou demonstrado que as guias podem ser recebidas por um rol
expresso de servidores, que estes servidores tem fé pública ao assinar os referidos
documentos, bem como outras informações contidas nas guias comprovam tal idoneidade,
tal como identificação da instituição por meio de carimbo oficial e registro do cargo/função
do recebedor.
Vale ressaltar ainda que, no que tange à análise dos recibos dos alimentos, a idoneidade
das informações contidas nas guias de recebimento são analisadas no momento em que a
equipe de apoio técnico da Diretoria de Administração Educacional/Gerência do Programa
de Alimentação Educacional, que acompanha a execução do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE), visita as instituições educacionais para a devida conferência
dos demonstrativos mensais de consumo de alimentos e das próprias guias (recibos),
conforme disposto no art. 37 do Regimento Interno da Secretaria Municipal de Educação o
Esporte:
‘Art. 37. Compete à Gerência do Programa de Alimentação Escolar, unidade
integrante da estrutura da Diretoria de Administração Educacional, e ao seu Gerente:
(...)
XIII - verificar, conferir e controlar os estoques dos produtos alimentícios armazenados nas
instituições educacionais municipais e conveniadas;
XIV - orientar as instituições educacionais municipais e conveniadas quanto à aplicação das
normas de recebimento e armazenamento, consumo e data de validade dos alimentos;
XV - verificar as condições de higiene e organização dos espaços utilizados no
armazenamento, preparação e distribuição da alimentação nas instituições educacionais
municipais e conveniadas;
XVI - orientar o uso correto da per capita bem como a preparação de novos produtos
inseridos no cardápio;
(...)
XVIII - conferir o demonstrativo mensal de consumo de alimentos nas instituições
educacionais municipais e conveniadas e elaborar relatórios mensais nas atividades
realizadas;’
No que se refere ao apontado de que não existem pessoas responsáveis formalmente pelo
recebimento dos alimentos, embora haja previsão contratual de uma “Comissão de
Recebimento”, é preciso esclarecer que a referida previsão refere-se, de fato, à cláusula
padrão de constituição de comissões de recebimento provisório e definitivo do objeto do
contrato.
Tal comissão não atua no âmbito de cada uma das unidades educacionais, e sim no interior
da Diretoria de Administração Educacional/Gerência do Programa de Alimentação
Educacional.”
Análise do Controle Interno
Após o encaminhamento das justificativas ao Relatório Preliminar, esta equipe entendeu que
a Secretaria Municipal de Educação – SME tem tomado as providências cabíveis no sentido
de evitar a ocorrência das impropriedades encontradas. Foram também apresentados
documentos que comprovam que as pessoas responsáveis nas Escolas pelo recebimento dos
gêneros alimentícios são orientadas quanto ao recebimento dos mesmos e as empresas
responsáveis pela distribuição são notificadas quando necessário.
2.2.3. Compatibilidade entre os valores de mercado com os preços dos itens que
compõem os itens liquidados.
Fato
Em análise dos processos de licitação, foram selecionados os seguintes contratos firmados
entre as empresas/cooperativas citadas na tabela a seguir e a Secretaria Municipal de
Educação da Prefeitura de Goiânia:
Licitação Contrato nº Empresa Fornecedora
Chamada Pública
nº 002/2014
082/2014 Cooperativa Mista do Rio Doce - COPARPA
083/2014 Cooperativa Agropecuária Integrada dos Produtores Familiares
Tijuqueiros - COOPERFAT
084/2014 Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga –
COOPERAFI
085/2014 Cooperativa Agropecuária dos Produtores Rurais e Agricultores
Familiares de Jaraguá e Região - COOPERFAMILIAR
Pregão Eletrônico
nº 184/2014
013/2015 Isenilda Maria Chaves Uto - EPP
014/2015 Badauê Alimentos Ltda - EPP
015/2015 Ápia Indústria de Carnes Ltda - ME
Chamada Pública
nº 001/2015
051/2015 Cooperativa Mista Agropecuária de Paraúna – COOMPAR
052/2015 Cooperativa Mista Agropecuária do Rio Doce – COPARPA
053/2015 Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Pontalina -
COMAFAP
054/2015 Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga –
COOPERAFI
055/2015 Cooperativa Agropecuária dos Produtores Rurais e Agricultores
Familiares de Jaraguá – COOPERFAMILIAR
056/2015 Cooperativa dos Agricultores Familiares de Morrinhos –
COOPERFAT
057/2015 Cooperativa Mista de Produção Agropecuária Familiar –
COOMPRAF
Pregão Presencial
nº 005/2015 044/2015 Sabor Essencial Indústria e Comércio de Alimentos - EIRELI
Dispensa de Licitação
nº 3720/2015 S/ contrato
Comercial Distribuidora de Secos e Molhados Ômega Ltda. (sal
tempero, alho e sal)
Dispensa de Licitação
nº 3866/2015 S/ contrato Comercial de Produtos Alimentícios RW Ltda. (Arroz)
Da análise dos contratos acima, foi observada compatibilidade entre os valores dos itens
constantes dos documentos de liquidação da despesa e dos comprovantes da execução das
aquisições com os valores praticados no mercado, resultando em ausência de
superfaturamento.
2.2.4. Compatibilidade entre os valores de mercado com os preços dos itens que
compõem a planilha de custo da proposta apresentada no edital da Licitação ou
Contrato.
Fato
Também da análise dos contratos citados no item anterior, foi observada a compatibilidade
dos valores dos itens constantes na planilha de preços das licitantes vencedoras com os
valores praticados no mercado, resultando em ausência de sobrepreço.
2.2.5. Contratos celebrados em 2014 e 2015 sem designação de representante da
Administração para acompanhamento e fiscalização da execução de seu objeto.
Fato
No que diz respeito à aquisição de gêneros alimentícios visando atender ao PNAE, foram
selecionados para análise 18 contratos, dos 31 celebrados nos exercícios de 2014 e 2015, no
montante de R$ 28.402.670,08. Dos 18 contratos analisados, verificou-se que 7 deles (39%
da amostra selecionada) não possuem representante da Administração especialmente
designado para efetuar o acompanhamento e fiscalização da sua execução, em dissonância
ao estabelecido no artigo 67 da Lei nº 8.666/93. O somatório do valor dos contratados sem
fiscal designado é de R$ 7.433.650,08. Tal falha foi constatada nos seguintes contratos:
Contrato nº Empresa Contratada Valor do
Contrato
083/2014 Cooperativa Agropecuária Integrada dos Produtores Familiares
Tijuqueiros – COOPERFAT 630.000,00
084/2014 Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga – COOPERAFI 408.000,00
085/2014 Cooperativa Agropecuária dos Produtores Rurais e Agricultores
Familiares de Jaraguá e Região - COOPERFAMILIAR 408.000,08
116/2014 Cooperativa de Comércio e Reforma Agrária Avante Ltda. - COANA 1.014.600,00
117/2014 Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares de Pontalina - COMAFAP 566.400,00
119/2014 Cooperativa Mista Agropecuária do Rio Doce - COPARPA 522.250,00
013/2015 Isenilda Maria Chaves Uto - EPP 3.884.400,00
Total 7.433.650,00
Manifestação da Unidade Examinada
Em atenção ao Ofício nº 15124/2016/DIAC3/CGU-Regional/Goiás, de 19 de agosto de
2016, o qual encaminhou o Relatório Preliminar, a Secretaria Municipal de Educação e
Esporte de Goiânia encaminhou o Ofício nº 2514/2016/SME, de 29 de agosto de 2016, com
as seguintes justificativas:
“Quanto ao item 5 (Contratos celebrados em 2014 e 2015 sem designação de representante
da Administração para acompanhamento e fiscalização da execução de seu objeto),
informamos que não havia ato próprio designando tal representante, pelo fato de que o
Regimento Interno da SME estabelecia tal função como sendo uma competência natural do
diretor do extinto Departamento de Alimentação Educacional (DALE).
Além disso, avulta noticiar que a partir do segundo semestre do ano de 2015, após a
realização da reforma administrativa no âmbito do Município de Goiânia, por meio da Lei
Complementar n° 276, de 03 de junho de 2015, a SME tem indicado gestores com o fito de
acompanhar e fiscalizar todos os contratos vigentes relativos ao PNAE.”
Análise do Controle Interno
Quanto aos esclarecimentos apresentados, cumpre salientar que não havia, em nenhum dos
processos analisados, a informação de que o acompanhamento e fiscalização da execução
dos objetos dos contratos era competência estabelecida no Regimento Interno ao Diretor do
Departamento de Alimentação Educacional. Entretanto, a equipe acata as justificativas em
função dos novos contratos terem designação formal de representantes da Administração
para acompanhamento e fiscalização dos contratos firmados.
2.2.6. Inadequações no armazenamento dos gêneros alimentícios no depósito central.
Fato
O depósito central da Secretaria Municipal de Educação – SME é constituído de dois
galpões, sendo um maior e mais utilizado e um menor que serve mais de apoio ao depósito
principal, e apresenta sistema de arquivos que permite o controle administrativo dos
produtos ali estocados. O local possui mobiliário adequado à sua administração. No controle
de estoque do armazém central, os lotes e pilhas contém produtos da mesma partida
(origem) ou da mesma data de fabricação, com fichas de arquivo com acompanhamento de
entrada e saída, que permite perfeita administração dos produtos existentes no armazém.
Há anotações diárias (fichas de arquivo) dos quantitativos distribuídos às escolas para o
preparo das refeições, bem como há um funcionário responsável pelo armazém, que
acompanha as entradas e saídas de produtos.
A SME possui controle de pragas, roedores e animais realizado por programa preventivo e
periódico, e as áreas imediatamente externas ao armazém estavam limpas e isentas de
entulho ou material que pudesse propiciar o alojamento de pragas ou animais que tragam
risco de infestação ou contaminação aos alimentos armazenados.
Nos depósitos, verificou-se que o local está dotado de janelas e portas suficientes para
permitir boa ventilação aos produtos, mas a luminosidade é eficiente apenas em pontos
específicos. Não se constatou a existência de produtos vencidos ou deteriorados em estoque.
Quanto ao depósito principal, a edificação é aparentemente íntegra, mas apresentava
problemas de infiltrações e trincas que expõem a ferragem da estrutura. O forro apresentava
acúmulo de teias de aranhas em alguns pontos. A altura permitia boa ventilação e
temperatura adequada aos alimentos, mas as janelas não dispunham de telas milimétricas
que impedissem a entrada de insetos, possuindo apenas telas de ferro com malha que
impedia a entrada de roedores maiores e aves.
O piso era de cerâmica e apresentava falhas de cerâmica arrancada, preenchidas com
cimento áspero, que dificultava a higienização. Os produtos estavam empilhados em paletes
de madeira velhos e sujos, com espaços entre pilhas por vezes inexistentes, dificultando a
ventilação e a movimentação entre os alimentos.
O depósito secundário apresentava condições mais precárias, com forro de gesso
deteriorando, porta danificada e diversos paletes estocados, todos de madeira velhos e sujos.
Detalhes dos depósitos vistoriados podem ser vistos nas fotos que seguem:
Quadro 01 - Depósito Central
Foto 01: infiltrações próximas ao chão Foto 02: trincas nos tetos
Foto 03: janelas sem tela milimétrica Foto 04: teias de aranha no teto
Foto 05: falhas no piso de cerâmica. Foto 06: estado dos paletes de madeira.
Quadro 02 – Depósito Secundário
Foto 07: estado da porta Foto 08: teto de gesso com rachaduras
Foto 09: paletes de madeira velhos Foto 10: estado do piso de cerâmica
Manifestação da Unidade Examinada
Em atenção ao Ofício nº 15124/2016/DIAC3/CGU-Regional/Goiás, de 19 de agosto de
2016, o qual encaminhou o Relatório Preliminar, a Secretaria Municipal de Educação e
Esporte de Goiânia encaminhou o Ofício nº 2514/2016/SME, de 29 de agosto de 2016, com
as seguintes justificativas:
“Em relação ao item 6 (Inadequações no armazenamento dos gêneros alimentícios no
depósito central), informamos que a Diretoria de Administração Educacional/Gerência do
Programa de Alimentação Educacional está realizando todas as adequações necessárias
apontadas, no sentido de melhor acondicionar os gêneros alimentícios recebidos pela SME.
Assim, importante verificar que as adequações referentes à parte elétrica já estão em
execução; a colocação de telas milimétricas e de pontos de captação de água pluvial já
estão concluídas (Anexo III e IV); a colocação de piso antiderrapante em escada também já
foi concluído; os reparos em pisos, forros, portas de aço, alvenarias e pintura geral estão
em execução; a instalação de paletes novos e laváveis estão dependendo da realização de
processo licitatório; o empilhamento dos alimentos está seguindo as normas técnicas e
orientações do fabricante e a higienização do armazém está sendo feita de forma frequente
e cotidiana, uma vez que a titular da Pasta autorizou a lotação de dois servidores no turno
vespertino para substituir aqueles que haviam sido removidos.”
Análise do Controle Interno
A SME encaminhou relatório fotográfico demonstrando as providências tomadas visando a
adequação das instalações do almoxarifado central.
2.2.7. Condições das Escolas para acondicionamento e fornecimento da merenda.
Fato
Com o objetivo de verificar a atuação da escola na execução da Ação Apoio à Alimentação
Escolar na Educação Básica - PNAE, foram visitadas 5 escolas da rede municipal de ensino,
a saber:
- Centro Municipal de Educação Infantil – CMEI Professora Iacy Alba Rocha Ferreira;
- Centro Municipal de Educação Infantil – CMEI Setor Aeroviário I;
- Escola Municipal – EM de Tempo Integral Setor Grajaú;
- Escola Municipal – EM Itamar Martins Ferreira; e
- Escola Municipal – EM Pedro Costa de Medeiros.
Na visita in loco foi avaliada a execução do PNAE pelas escolas em relação ao atendimento
às normas do Programa, quanto às instalações, equipamentos, recebimento e estocagem dos
gêneros alimentícios, condições higiênico-sanitárias, controle de desinfestação de insetos ou
pragas, bem como à produção – forma de preparo dos alimentos e fornecimento da merenda
escolar. O quadro a seguir resume a situação encontrada nas escolas:
Critérios
avaliados
CMEI Profª
Iacy Alba
CMEI Setor
Aeroviário I
EM Setor
Grajaú
EM Itamar
Martins
EM Pedro
Costa
Condições do local de
Armazenagem
Faltam telas
milimétricas
Faltam telas
milimétricas
Adequadas Faltam telas
milimétricas
Adequadas
Condições do
local de Preparo
(*)
Faltam telas
milimétricas.
Faltam telas
milimétricas.
Adequadas
Adequadas Faltam telas
milimétricas.
Equipamentos nos
locais de
armazenagem
Adequados e
suficientes
Produtos
estocados
próximos à
parede
Adequados e
suficientes
Produtos
estocados
próximos à
parede
Paredes sujas
e com tinta
não lavável
Condições
Higiênico-
Apresenta
sujidade no
Apresenta
sujidade no
Apresenta
sujidade no
Apresenta
sujidade no
Apresenta
sujidade no
sanitárias (*) teto teto teto teto teto
Controle de
Desinfecção Existe Existe Existe Existe Existe
Controle de
Estoque Adequado Adequado Adequado Adequado Adequado
Mapa/
Cronograma
de acordo
com cardápio
de acordo
com cardápio
de acordo
com cardápio
de acordo
com cardápio
de acordo
com cardápio
Refeitório Adequado Adequado Adequado Não tem Não tem
Quantidade dos
alimentos
Suficiente e
adequada
Suficiente e
adequada
Suficiente e
adequada
Suficiente e
adequada
Suficiente e
adequada
Qualidade dos
alimentos
Suficiente e
adequada
Suficiente e
adequada
Suficiente e
adequada
Suficiente e
adequada
Suficiente e
adequada
Com relação à situação encontrada nas escolas, vale salientar o seguinte:
Telas milimétricas: garantem a segurança dos gêneros alimentícios estocados e impedem a
infestação ou contaminação dos produtos também durante o preparo dos alimentos.
Condições Higiênico-sanitárias (*): trata-se de verificar se o ambiente é mantido com o
devido asseio, sem sujeiras, mofo, fezes de insetos/roedores, entre outras. No caso das
escolas visitadas, foram encontradas sujeiras no teto e em ventiladores devido à gordura no
preparo dos alimentos. As demais condições nas áreas de preparo dos alimentos foram
consideradas satisfatórias.
Refeitório: cabe salientar que, nas duas escolas onde não existe refeitório, tal situação não
prejudica o fornecimento da merenda, pois os alunos são servidos na sala de aula sobre suas
mesas e devidamente sentados.
Foto 11: Sujidades no teto. CMEI Iacy Alba. Foto 12: Refeitório. CMEI Iacy Alba.
Foto 13: Refeitório. CMEI Setor Aeroviário I. Foto 14: Sujidades no teto. CMEI Setor Aeroviário I.
Foto 15: Sujidades no teto. EM Setor Grajaú. Foto 16: Refeitório. EM Setor Grajaú.
Foto 17: Sujidades no teto. EM Itamar Martins. Foto 18: Fornecimento da merenda. EM Itamar Martins.
Foto 19: Sujidades no teto. EM Pedro Costa. Foto 20: Parede do local de armazenamento. EM Itamar
Martins.
A Foto nº 20 demonstra que a parede não apresenta acabamento liso, impermeável e
lavável.
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta, por meio do Ofício nº 2514/2016/SME, de 29 de agosto de 2016, a SME
respondeu que “no que se refere ao item 7 (Condições das Escolas para acondicionamento e
fornecimento da merenda), informamos que a Diretoria de Administração
Educacional/Gerência do Programa, de Alimentação Educacional realizou reunião com as
direções das unidades educacionais citadas no relatório da CGU, no sentido de orientá-los
quanto aos problemas apontados e quanto ao estabelecimento de providências para a
solução imediata dos mesmos, conforme pode-se perceber na Ata de Reunião (Anexo V).”
Análise do Controle Interno
A SME apresentou cópia de Ata de Reunião realizada no dia 26 de agosto de 2016 na
Gerência de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia, com a
presença da Diretora de Administração Educacional e Gerentes de Alimentação Escolar
responsáveis pelas escolas visitadas e a Gerente de Planejamento e Gestão Educacional.
Conforme a referida Ata, foram repassadas todas as informações constantes do Relatório
Preliminar e foram apresentadas algumas informações das respectivas escolas de
providências que já haviam sido tomadas, especialmente quanto à colocação de telas
milimétricas, pintura das paredes com tinta lavável e outras providências quanto ao
recebimento dos gêneros alimentícios.
Com base nos exames realizados, estritamente no âmbito do escopo da fiscalização, não
foram encontradas situações que demandem providências de regularização por parte dos
gestores federais.
Com relação aos questionamentos constantes na introdução deste Relatório, tem-se o que
segue:
a) As licitações realizadas respeitaram os estritos limites fixados pela Lei nº 8.666/93.
b) Não foram encontradas evidências de restrição à concorrência, superfaturamento na
aquisição dos gêneros alimentícios, pagamento por produtos não entregues, ou de
algum outro tipo de fraude nas licitações ou na execução dos contratos.
c) Em visita ao almoxarifado central e a 5 escolas da Rede Municipal, constatou-se que
os produtos adquiridos foram efetivamente entregues à Secretaria Municipal de
Educação.
d) Da análise das Guias de Recebimento referentes às escolas visitadas, ficou
comprovado que os produtos alimentícios foram encaminhados às instituições de
ensino constantes da amostra.
e) Os agentes responsáveis pelo recebimento e entrega dos alimentos às escolas são
servidores municipais, os quais estão autorizados pelo Regimento Escolar.
3. Consolidação de Resultados