relatório de estágio juan rafael

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA DE ENERGIA JUAN RAFAEL FILGUEIRA GUERRA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO. MOSSORÓ-RN 2015

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Relatório apresentado a UFERSA

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-RIDO DEPARTAMENTO DE CINCIAS AMBIENTAIS E TECNOLGICAS CURSO DE ENGENHARIA DE ENERGIA

    JUAN RAFAEL FILGUEIRA GUERRA

    RELATRIO DE ESTGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO.

    MOSSOR-RN 2015

  • JUAN RAFAEL FILGUEIRA GUERRA

    RELATRIO DE ESTGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO. Relatrio de estgio apresentado Universidade Federal Rural do Semi-rido UFERSA, Departamento de Cincias Ambientais e Tecnolgicas para obteno do ttulo de Engenheiro de Energia. Orientador: Prof.: Dr. Humberto Dionsio de Andrade UFERSA Supervisores: Eng. Jos Wilson Paula Nunes PETROBRAS.

    MOSSOR-RN

    2015

  • Ficha catalogrfica preparada pelo setor de classificao e catalogao da Biblioteca Orlando Teixeira da UFERSA

    Bibliotecria:

  • JUAN RAFAEL FILGUEIRA GUERRA

    RELATRIO DE ESTGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO. Relatrio de estgio apresentado Universidade Federal Rural do Semi-rido UFERSA, Departamento de Cincias Ambientais e Tecnolgicas para obteno do ttulo de Engenheiro de Energia.

    APROVADA EM: ____/____/____

    BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________

    Prof. Dr. Humberto Dionsio de Andrade - UFERSA Orientador

    ________________________________________________________ Msc. Isaac Barros Tavares da Silva - UFERSA

    Primeiro Membro da Banca

    ________________________________________________________

    Eng. Jussier Sousa de Araujo PETROBRAS Representante Petrobras

  • RESUMO

    Este relatrio apresenta algumas das atividades acompanhadas no perodo de Agosto/2014 a Janeiro/2015, correspondente ao estgio curricular obrigatrio, realizado pelo aluno de engenharia de Energia da Universidade Federal Rural do Semi-rido UFERSA, realizado na empresa PETROBRAS Petrleo Brasileiro S/A. As atividades foram desenvolvidas nas locaes da Unidade de Operao do Rio Grande do Norte e Cear, na Base 34 em Mossor, na gerncia de Suporte Operacional, Oficina de Manuteno UO-RNCE/SOP-OM, localizada na regio de Mossor. Para que um processo industrial qualquer no seja deficiente ou ineficaz, se faz necessrio que sempre seja investido no desenvolvimento de atividades que garantam a qualidade e durabilidade dos equipamentos utilizados no campo, assim, necessariamente a empresa deve investir na manuteno dos seus equipamentos. O setor de Suporte Operacional responsvel em realizar servios que atendam a demanda de manuteno, correo e testes exigida pelos clientes que solicitam algum tipo de servio, auxiliar assim, a manuteno das condies operacionais dos campos de produo, atravs das tcnicas de manuteno preditiva, preventiva e corretiva. As atividades elaboradas durante o estgio consistiram no acompanhamento das atividades de reviso dos padres de execuo, manuteno de motores, geradores e transformadores, comissionamento de sistemas de bombas submersas, elaborao de escopo de reparo de gerador, na definio de projetos aplicados na oficina, uso de sistemas de monitoramento, parametrizao de equipamentos utilizados para testes, execuo de testes, anlise e cadastro de produtos no sistema de registro, anlise de projetos de Sistemas de Proteo de Descargas Atmosfricas SPDA e outras atividades. O Estgio foi supervisionado pelos engenheiros de equipamentos pleno e engenheiros de equipamentos snior lotados na gerncia do Suporte Operacional, Oficina Manuteno.

    Palavras chave: PETROBRAS, Manuteno, Problemas de engenharia, equipamentos eltricos.

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 CIRCUITO EQUIVALENTE DO TRANSFORMADOR ....................................................... 10

    FIGURA 2 - DISPOSIO FUNDAMENTAL DOS COMPONENTES DE GERADOR ROTATIVO. ............. 13

    FIGURA 3 - PARTES CONSTRUTIVAS DE UMA MQUINA SNCRONA GERADORA DE CORRENTE

    CONTNUA. ......................................................................................................................... 14

    FIGURA 4 - BLOCOS QUE COMPE UM INVERSOR DE FREQUNCIA. ............................................ 21

    FIGURA 5 - MULTMETRO DIGITAL COMERCIAL. ........................................................................ 27

    FIGURA 6 ORGANOGRAMA PETROBRAS. ................................................................................. 34

    FIGURA 7 - PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS QUE INTEGRAM O SISTEMA DE BOMBA SUBMERSA. ....... 40

  • SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................................. 7

    2 REVISO DE LITERATURA .......................................................................................... 8

    2.1 CONCEITO DE MANUTENO ............................................................................. 8

    2.2 MQUINAS ELTRICAS ......................................................................................... 9

    2.2.1 Mquinas estticas ................................................................................................ 9

    2.2.2 Mquinas rotativas .............................................................................................. 12

    2.3 ELETRNICA DE POTNCIA APLICADA OFICINA DE MANUTENO . 20

    2.3.1 Inversor de frequncia ........................................................................................ 20

    2.4 INSTRUMENTAO E MEDIDAS ELTRICAS ................................................. 25

    2.4.1 Equipamentos de medio de medidas eltricas................................................. 26

    2.4.2 Sensores .............................................................................................................. 32

    3 ATIVIDADES ACOMPANHADAS E REALIZADAS DURANTE O ESTGIO ....... 33

    3.1 CORREO E EDIO DE PADRES DE EXECUO (PE) ........................... 35

    3.2 AES ADMINISTRATIVAS E GERENCIAIS .................................................... 37

    3.3 PROBLEMAS DE ENGENHARIA .......................................................................... 38

    3.4 UNIDADE ESPECIALIZADA EM BOMBAS CENTRIFUGAS SUBMERSAS

    (BCS) 39

    3.4.1 Deteco de falhas (DF) ..................................................................................... 41

    4 CONCLUSO .................................................................................................................. 43

    BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 44

  • 7

    1 INTRODUO

    Para que um processo industrial qualquer no seja deficiente ou ineficaz, se faz

    necessrio que sempre seja investido no desenvolvimento de atividades que garantam a

    qualidade e durabilidade dos equipamentos utilizados no campo, assim, necessariamente

    a empresa deve investir na manuteno dos seus equipamentos, e para que essa seja

    tambm realizada de forma satisfatria, imprescindvel que a empresa se comprometa

    com investimentos em equipamentos e pessoal com conhecimento e estrutura tcnica

    para realizar um bom servio (THOMAS, 2004).

    A manuteno se tornou algo essencial para que a empresa possa estar sempre apta

    a manter sua produo e seu crescimento positivo, para isso, necessrio um complexo

    industrial que atenda as principais necessidades das plantas produtoras. A oficina de

    manuteno do Suporte Operacional (SOP) da Unidade Operacional do Rio Grande do

    Norte e Cear (UO-RNCE), realiza atividades de manuteno corretivas e preditivas em

    mquinas eltricas, bombas centrfugas submersas, unidades de bombeio e outros

    equipamentos. As atividades realizadas nas oficinas so extremamente tcnicas e so

    realizadas somente por pessoal qualificado, assim, se faz necessrio que haja uma

    quantidade considervel de tcnicos e engenheiros trabalhando nos processos

    executados (KARDEC, 2001).

    Atendendo aos campos de produo da regio, a Oficina Manuteno (OM) da base

    34 composta por setores especficos que atendem cada um s competncias a elas

    exigidas, desde o setor de triagem que recebe o material a ser analisado e logo aps

    enviado ao setor responsvel, at as oficinas que realizam o trabalho de manuteno

    e/ou correo (THOMAS, 2004).

    A filosofia empreendida na empresa reflexo de um crescimento da conscincia

    social e da responsabilidade com o produto de qualidade e com a manuteno da sade

    de seus funcionrios (WYREBSKI, 1997).

    A PETROBRAS representa no s uma empresa do segmento petrolfero, mas um

    grande agente social que atua enquanto empresa com preocupaes e atividades

    relacionadas proteo dos aspectos socioambientais presentes nas cidades brasileiras.

    Para tanto, h investimentos massivos e onerosos em desenvolvimento de projetos

    sociais e ambientais (THOMAS, 2004).

  • 8

    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 CONCEITO DE MANUTENO

    As mquinas e equipamentos utilizados em todo o processo desde a extrao e

    refino do petrleo at a entrega ao mercado consumidor devem receber manuteno ou

    mesmo tratamento para que suas funcionalidades no sejam perdidas e/ou prejudicadas

    (NISKIER, 2008).

    A manuteno engloba prticas de carter preservativo e corretivo, com o intuito de

    manter o bom funcionamento e de reverter estados de inutilidade do objeto a sofrer a

    manuteno. notria a importncia de se manter um processo de forma eficiente, para

    tanto, necessrio que os componentes que estejam presentes no processo, sejam como

    pivs ou auxiliares, estejam em pleno funcionamento, para que se mantenham em bom

    estado necessrio que hajam sempre verificaes peridicas nas mquinas, assim,

    diminuindo a chance de que o equipamento venha a ser danificado ou danifique outrem

    (KARDEC, 2001).

    A classificao dos tipos de manutenes leva em considerao o perodo, a

    urgncia e a natureza da falha. Assim, pode ser dividida basicamente em:

    (i) Manuteno preditiva: manuteno que ocorre de acordo com um perodo de

    tempo, seja baseado em datas, ou considerando o tempo de funcionamento

    do equipamento (WYREBSKI, 1997);

    (ii) Manuteno preventiva: ocorre mediante a necessidade de inspecionar os

    equipamentos visando reduo da possibilidade de uma falha que danifique

    o processo (KARDEC, 2001);

    (iii) Manuteno corretiva: ocorre quando o equipamento apresentou falha, ou

    seja, foi danificado de alguma maneira e necessita de reparos (THOMAS,

    2004).

  • 9

    Para a manuteno, o trabalho completo e responsvel da equipe que a executa to

    essencial, portanto, deve-se compor um sistema bem organizado de informaes

    condizentes ao andamento do processo do equipamento analisado, ou seja, utilizar-se de

    tabelas, documentos, fichas, relatrios e outras formas de registros que facilitem o

    reconhecimento do andamento do processo de manuteno do equipamento em questo.

    Isto porque, dependendo do tipo de produto ou da quantidade dele enviados oficina,

    fica cada vez mais complexo a gesto de informaes (THOMAS, 2004).

    2.2 MQUINAS ELTRICAS

    Um dos principais equipamentos utilizados em toda a cadeia produtiva a mquina

    eltrica, ela pode ser construda para exercer diversas funes, desde converso de nvel

    de tenso at convertes potncia eltrica em mecnica ou vice-versa (DEL TORO,

    1994).

    As mquinas eltricas sejam elas de quais tipos forem, apresentam alguns conceitos

    fsicos iguais, geralmente ligados induo eletromagntica. Seja na converso de

    nveis de tenso ou mesmo da natureza da potncia (FITZGERALD, 2006).

    2.2.1 Mquinas estticas

    As mquinas eltricas estticas so chamadas de transformadores, equipamentos

    estticos, ou seja, no h movimento cintico de suas partes construtivas que

    transformam sinais de tenso, elevando-os ou reduzindo-os, depende basicamente de

    aonde ele alimentado e aonde se colhe o sinal (KOSOW, 1982).

    Esse tipo de mquina opera baseada no princpio fsico da tenso induzida

    devido a uma variao do fluxo concatenado em uma bobina por um perodo de tempo,

    assim, definida a Lei de Faraday (Equao 1), essa tenso induzida depende da

    quantidade de espiras que compe a bobina, ou seja, para um mesmo fluxo, se a

    quantidade de espiras aumentar, aumentar ento a tenso produzida nela, se esta tenso

    for maior do que a da outra bobina que foi responsvel pela variao do fluxo

    magntico, ento o transformador elevador. Caso o mesmo transformador for

  • 10

    alimentado no lado com maior tenso, ento naturalmente a tenso colhida no outro

    terminal ser menor, assim, o transformador passar a ser abaixador (DEL TORO,

    1994).

    Ei d

    dt

    (1)

    Onde:

    Ei - Tenso induzida. (V)

    - Fluxo que passa em uma rea arrodeada por um condutor. (Wb)

    T - Tempo medido em segundos. (s)

    A seguir, segue a Figura 1 que retrata o circuito equivalente ao de um

    transformador.

    Figura 1 Circuito equivalente do transformador

    Fonte: FITZGERALD, 2006.

    A Figura 1 demonstra como descrito um circuito equivalente de um

    transformador. O lado esquerdo representa o lado primrio do transformador, nele esto

    a resistncia da bobina (r), a reatncia indutiva da bobina (jx) e o ncleo do

    transformador, nele esta contido em paralelo, a resistncia do ncleo (r) e a reatncia

    indutiva (j). No secundrio esto a impedncia indutiva da bobina (j) e a resistncia

    da bobina (r) (FITZGERALD, 2006).

  • 11

    Assim como todas as mquinas eltricas, a potncia de um transformador

    medida de acordo com a Equao 2, alm disso, percebe-se que no h ligao eltrica

    entre o primeiro enrolamento com o secundo, havendo somente uma relao devido ao

    fluxo magntico produzido, sendo assim, o tipo de ligao no terminal dos dois lados do

    transformador ir dizer como se relaciona a relao de transformao. (NISKIER, 2008)

    P VIcos (2)

    Onde:

    P - Potncia em Watts. (W)

    V Tenso aplicada. (V).

    I - Corrente resultante. (A).

    - ngulo de defasamento entre a corrente e a tenso. (rad)

    Para se estabelecer a relao entres as grandezas de um transformador,

    necessrio definir o tipo de ligao dos terminais, analisa-se de acordo com a Tabela 1

    que relaciona os tipos de ligaes terminais e sua relao de transformao. O

    transformador de potncia, ou seja, construdo para suprir grandes quantidades de

    cargas ligado por trs fases em cada terminal (primrio e secundrio), o que necessita

    ento de trs bobinas para cada terminal, essas bobinas ento, necessitam ser

    dimensionadas para suportar o fluxo das correntes nominais (KOSOW, 1982).

    Tabela 1 Relao de ligaes possveis dos transformadores trifsicos

    Combinaes possveis

    Primrio Secundrio

    Y

    Y Y

    Y

    Fonte: Adaptado de KOSOW, 1982.

    2.2.1.1 Partes construtivas de uma mquina esttica.

  • 12

    Os transformadores de forma geral so compostos de:

    (i) Ncleo macio ou composto de placas compactadas de um metal que tenha

    alta permeabilidade magntica (DEL TORO, 1994);

    (ii) Bobinas compostas geralmente de cobre, nelas passam uma corrente eltrica

    que produzem um campo magntico variante que atua na bobina secundria,

    produzindo uma tenso induzida (KOSOW, 1982);

    (iii) Isolante eltrico, um produto de alta rigidez dieltrica que reduz a chance da

    ocorrncia de arcos eltricos, tal produto, pode ser leo, ar, vcuo (pequeno

    volume de ar), pequenos volumes de leo, alguns tipos de gases inertes como

    o SF6 e outros tipos (FITZGERALD, 2006);

    (iv) Carcaa, o transformador feito de material metlico, e por isso deve haver

    um isolamento eficiente com a carcaa do transformador, alm de um bom

    aterramento para evitar correntes induzidas (DEL TORO, 1994);

    (v) Taps, os transformadores contm dispositivos que ajustam a qual espira o

    terminal, seja ele primrio ou secundrio v ser ligado, podendo assim,

    alterar os nveis de tenso tanto do primrio e do secundrio. Alguns tipos de

    taps so ajustados manualmente e outros automticos sejam por comandos

    telecomandados ou por sensoriamento (KOSOW, 1982).

    2.2.2 Mquinas rotativas

    As mquinas eltricas estticas somente conseguem utilizar energia eltrica, ou

    seja, no garante a converso das formas de energia. As mquinas eltricas que

    conseguem efetuar essa converso so as mquinas rotativas, elas utilizam os princpios

    eletromagnticos para efetuar a converso (FITZGERALD, 2006).

  • 13

    De forma bsica, existem dois tipos de mquinas rotativas: mquinas geradoras,

    que convertem energia mecnica em energia eltrica e motores, que convertem energia

    eltrica em mecnica. A Figura 2 demonstra a disposio de forma fundamental dos

    componentes necessrios para se construir um gerador rotativo (DEL TORO, 1994).

    Figura 2 - Disposio fundamental dos componentes de gerador rotativo.

    Fonte: www.educacao.uoul.com.br

    De acordo com a Figura 2, pode-se perceber que a dependncia da converso se

    d devido ao princpio da tenso induzida de acordo com a Lei de Faraday e a relao

    de fora que atua em um condutor percorrido por uma corrente e imerso em um campo

    magntico (NISKIER, 2008).

    Para explanar mais detalhadamente os dois tipos principais de mquinas eltricas

    rotativas, necessrio definir alguns aspectos convencionais da construo desses tipos

    de mquinas (DEL TORO, 1994).

    (i) Enrolamento da armadura, o conjunto de bobinas que so responsveis por

    colher a tenso gerada, no caso de um gerador ou aplicar tenso no caso de

    um motor (KOSOW, 1982);

  • 14

    (ii) Enrolamento de campo, o conjunto de bobinas que so responsveis por

    produzir o campo magntico no caso de um gerador ou responsvel por ser

    nele aplicado torque eletromagntico que resulta na rotao do rotor

    (FITZGERALD, 2006);

    (iii) Estator, parte construtiva da mquina que fica fisicamente esttica,

    dimensionada para receber as bobinas de campo ou da armadura (DEL

    TORO, 1994);

    (iv) Rotor, parte construtiva da mquina que efetua o movimento de rotao,

    pode conter o enrolamento de campo ou da armadura (FITZGERALD,

    2006).

    A Figura 3 relaciona essas principais partes construtivas.

    Figura 3 - Partes construtivas de uma mquina sncrona geradora de corrente

    contnua.

    Fonte: FITZGERALD, 2006

  • 15

    Apesar de a construo ser para um gerador de corrente contnua, possvel

    notar a existncia dos principais componentes que definem o funcionamento do gerador

    (FITZGERALD, 2006).

    2.2.2.1 Geradores

    Esse tipo de mquina rotativa transforma energia mecnica em energia eltrica,

    por meio de induo eletromagntica, uma mquina primria produz um torque que atua

    no rotor, de forma que nele passa uma corrente eltrica que produz um campo

    magntico, esse campo atua no enrolamento da armadura que est localizado no estator,

    como o campo girante devido rotao do rotor, h uma variao da intensidade do

    campo, o que produz ento uma tenso induzida nas bobinas da armadura, esta tenso

    ento colhida e ir alimentar a carga. (KOSOW, 1982).

    Este resumo do fenmeno envolvido na gerao da energia eltrica o mais

    comum e compe a gerao utilizando geradores sncronos, mas, existem tambm os

    geradores de induo e os de corrente contnua, sendo o primeiro primordialmente

    motores de induo, que comeam a girar (motor) e aps o inicio do funcionamento

    adicionado torque mecnico ao rotor que tem o mesmo sentido do eletromagntico, de

    tal forma que o torque resultante acaba por produzir uma tenso induzida na armadura

    de maneira que ela seja maior do que a tenso aplicada aos terminais do enrolamento da

    armadura, assim, o motor passa a fornecer potncia em vez de absorver, colocando

    assim, o motor em um estado de gerador. O segundo tipo compreende os geradores de

    corrente contnua. Este tipo de gerador na verdade um gerador sncrono acoplado a um

    sistema de comutadores que efetuam uma converso de tal forma que a tenso passa a

    ser contnua, nesse caso, necessariamente o enrolamento da armadura est no rotor e

    como consequncia, o enrolamento de campo estar no estator, isso ocorre devido

    necessidade do chaveamento dos comutadores, logo, utilizado a prpria rotao do

    rotor para que haja o chaveamento logo ento, a converso (KOSOW, 1982).

    O enrolamento de campo est no estator e da armadura esta no rotor, devido

    alguns motivos de engenharia, o gerador comercial construdo com o enrolamento de

    campo no rotor e o da armadura no estator (DEL TORO, 1994).

  • 16

    Os geradores, assim como qualquer mquina eltrica, necessitam de um projeto

    satisfatrio para sua criao e aplicao, assim, aspectos bsicos como a potencia

    exigida, o tipo de fonte primria, a disponibilidade de recurso e o tipo de tenso a ser

    entregue, alternada ou contnua. No mbito industrial, os geradores geralmente so de

    pequeno porte, devem ser mveis, utilizam como fonte primria combustvel fssil e

    entregam tenso alternada (FITZGERALD, 2006).

    A gerao de energia eltrica a partir de geradores eltricos rotativos depende

    diretamente da magnitude do torque mecnico aplicado ao rotor, sendo assim, a equao

    que rege a relao eletrodinmica desse tipo de mquina demostrada na Equao 3

    (KOSOW, 1982).

    Tr Tmc + Te (3)

    Onde:

    Tr - Torque resultante. (N.m)

    Tmc - Torque mecnico realizado pelo rotor. (N.m)

    Te - Torque eltrico exercido pelo campo magntico. (N.m)

    Percebe-se que em um estado estacionrio, o torque resultante zero, ou seja, o

    que garante a rotao do rotor nesse estado estacionrio to somente a inrcia, assim,

    se houver um aumento do torque do rotor, a tenso eltrica aumentar ao ponto que o

    torque eletromagntico contrrio seja igual ao mecnico, o que far com que o sistema

    volte a um estado estacionrio. No caso do torque eletromagntico ser maior do que o

    torque mecnico, o gerador entra em um estado de motorizao, passando ento a

    absolver potncia em vs de gerar, geralmente isso ocorre rapidamente em regime

    transitrio devido a distrbios no sistema, ou quando a tenso do barramento de entrega

    maior do qu a gerada, isso acontece geralmente quando h vrios geradores em

    paralelo. Essa ltima condio pode ser percebida de acordo com a Equao 4, onde

    possvel notar a relao entre as tenses de um gerador (FITZGERALD, 2006).

    Eg Ve + Vb (4)

  • 17

    A tenso Vb a tenso na barra que o gerador entrega a tenso, a tenso Eg, a

    tenso gerada e a tenso Ve, a tenso perdida nos enrolamentos (DEL TORO, 1994).

    2.2.2.2 Motores

    Uma das mais importantes mquinas eltricas rotativas da indstria, atuando

    desde pequenas mquinas at grandes fornos, guindastes, em bombas que movem

    grandes colunas de fludos e outras aplicaes (FITZGERALD, 2006).

    O motor converte energia eltrica em energia mecnica, para isso, o enrolamento

    de campo submetido a um campo magntico fornecido pelo enrolamento da armadura,

    esse campo alterna devido tenso aplicada armadura ser alternada, assim a

    frequncia do campo obriga que o rotor gire mesma, o que garante a rotao do rotor

    o fato da corrente que percorre uma espira est sob o efeito de um campo magntico, o

    resultado a produo de uma fora atuando sob este condutor, com isso h um torque

    que resultar no movimento do rotor (DEL TORO, 1994).

    O sistema descrito acima corresponde a motores sncronos, para motores de

    induo, a bobina de campo no alimentada por nenhum tipo de fonte, logo, a corrente

    no rotor devido ao efeito indutivo produzido pelo campo alternado do enrolamento da

    armadura, esse campo produz uma corrente induzida, esta ento, sofre ao do campo

    magntico tambm produzido pela armadura e ento ocorre o surgimento da e uma

    fora atuando no condutor (espira), essa fora causa um torque que ir fazer o rotor

    girar. Devido ao princpio fsico envolvido na converso, h um atraso da velocidade do

    rotor em relao velocidade do campo girante que produz a corrente, assim, existe

    uma condio de escorregamento, este escorregamento (Equao 5) definido de

    acordo com o quo a velocidade do rotor prxima a do campo girante (KOSOW,

    1982).

    Escorregamento Wsncrono Wmecnico

    Wsncrono

    (5)

    O motor de induo apresenta um circuito mais simples, que implica menos

    manuteno e mais durabilidade, isso se deve a vrios motivos ligados a aspectos

  • 18

    construtivos. Por exemplo, ao fato dos motores sncronos exigirem que haja alimentao

    do enrolamento de campo, o que acarreta o uso de anis deslizantes e escovas e ao fato

    do rotor construdo para motores de induo serem bem mais simples, pois necessitam

    de enrolamentos mais simples, exemplo disso o rotor de gaiola de esquilos. Devido a

    esses fatores, o motor de induo utilizado em equipamentos mais robustos, aonde no

    h a necessidade da velocidade de rotao ser sncrona (FITZGERALD, 2006).

    Existem dois tipos de enrolamentos de campo para motores de induo, o

    enrolamento bobinado ou gaiola de esquilo, o primeiro feito com diversas bobinas

    ligadas em srie alojadas em ranhuras, o segundo tipo feito com uma estrutura de

    condutores fundidos de tal forma que se assemelha a uma gaiola de esquilo, para

    preencher os espaos vazios so utilizados chapas macias de metais ferromagnticos

    prensadas, dando um preenchimento macio de alta permeabilidade magntica

    (NISKIER, 2008).

    Alm dos motores de induo e sncrono, existe o motor de corrente contnua. ele

    opera de forma inversa ao do gerador de corrente contnua, ou seja, o enrolamento da

    armadura (rotor) e o enrolamento de campo (estator) so alimentados, sendo essa

    alimentao corrente contnua. Quando o enrolamento da armadura percorrido pela

    corrente, as espiras do rotor sofrem ao de uma fora eletromagntica, produzindo um

    torque tal que ir alinhar o condutor com as linhas de campo produzidas no enrolamento

    de campo, nesse momento o comutador chaveia e o sentido da corrente do enrolamento

    da armadura alterado, mas o que garante que o rotor continue a girar mesmo quando a

    fora aplicada sobre ele seja zero a inercia, assim, a velocidade que o rotor ir girar

    determinada to somente pela magnitude do torque produzido, sendo este dependente

    diretamente da fora aplicada, essa fora demonstrada na Equao 6, na qual pode-se

    notar que o aumento do campo magntico ou da corrente iro aumentar a fora, haja

    vista que o comprimento do condutor fixo, portanto, a velocidade ir depender da

    tenso aplicada no enrolamento da armadura (NISKIER, 2008).

    Fr i. |l|. |B|. sen (6)

    Na forma vetorial,

  • 19

    Fr)))* i. (l))*xB)))))* (6.1)

    Onde, em ambos os casos:

    Fr - Fora resultante (N).

    I - Corrente (A).

    B - Densidade de campo (T).

    A dependncia que a velocidade tem da tenso aplicada garante que em um

    processo onde necessite variar a velocidade de rotao, o motor de corrente contnua o

    mais adequado, e isso tornou essa mquina muito popular. Contudo, os sistemas

    inversores de frequncia utilizados na atualidade acabaram por solucionar este

    problema, pois eles garantem uma variao da frequncia da alimentao, alterando

    ento a velocidade dos motores de corrente alternada (DEL TORO, 1994).

    Assim como o gerador apresenta uma condio de limite de operao como

    gerador, o motor tambm apresenta uma condio de limite para operao como motor.

    Para a operao de motor, o rotor seja ele bobinado ou gaiola de esquilo percorrido

    por uma corrente. Por definio, os condutores que compe o enrolamento esto

    cortando linhas de campo (produzido pelo enrolamento da armadura), ou seja, haver

    uma tenso gerada nesse rotor, essa tenso se ope a tenso que a gerou, isso

    observado na lei de Lenz, que afirma que A corrente induzida em um circuito aparece

    sempre com um sentido tal que o campo magntico que ele cria tende a contrariar a

    variao do fluxo magntico atravs da espira, essa reao se traduz na tenso gerada

    que chamada de fora contra eletromotriz (fcem). Portanto, a tenso aplicada nos

    terminais do enrolamento da armadura pode ser escrita de acordo com a Equao 7

    (DEL TORO, 1994).

    Va Ve + fcem (7)

    Onde:

    Ve - Tenso perdida. (V)

  • 20

    Va - Tenso aplicada. (V)

    Fcem Fora contra eletromotriz. (V)

    Fcem a tenso produzida pelo fenmeno de induo devido ao movimento do

    rotor relativo ao campo magntico. Nota-se, que se a fcem for maior do que Va, o motor

    passar a ser um gerador, sendo assim que opera um gerador de induo, mas para que

    isso ocorra, necessrio que um torque adicional seja somado ao torque devido ao

    efeito motor (KOSOW, 1982).

    2.3 ELETRNICA DE POTNCIA APLICADA OFICINA DE MANUTENO

    Devido necessidade constante de mudanas de nveis de tenses, tratamentos

    dos sinais, converses e acionamentos, a eletrnica de potncia est presente em

    praticamente todo sistema que opera no mbito industrial, seja de pequeno ou grande

    porte (AHMED, 2000).

    Dentro da perspectiva da indstria petrolfera, existe equipamentos da eletrnica

    de potncia que se sobressaem devido a sua quantidade, assim, na oficina de

    manuteno, esses equipamentos so constantemente condicionados, reparados e

    testados (AHMED, 2000).

    2.3.1 Inversor de frequncia

    A velocidade de um motor de corrente contnua esta ligada diretamente a tenso

    aplica, ou seja, com um simples reostato, possvel alterar a velocidade dessas

    mquinas. Para motores de corrente alternada, seria necessrio alterar o valor da

    frequncia, para ento alterar a velocidade do rotor, baseado nisso, foi desenvolvido um

    circuito bastante complexo que consegue converter um sinal alternado e chave-lo

    uma frequncia desejada, ou seja, a frequncia correspondente velocidade exigida

    (RASHID, 1999).

  • 21

    Um inversor de frequncia um dispositivo capaz de gerar uma tenso e

    frequncia trifsicas ajustveis, com a finalidade de controlar a velocidade de um motor

    de induo trifsico. A Figura 4 a seguir mostra os blocos que compe o inversor de

    frequncia (AHMED, 2000).

    Figura 4 - Blocos que compe um inversor de frequncia.

    Fonte: AHMED, 2000.

    A partir da Figura 4, pode-se explanar de forma direta a funo de cada bloco:

    (i) Seo Retificadora: os seis diodos retificadores situados no circuito de

    entrada do inversor, retificam a tenso trifsica da rede de entrada (a, b e c).

    A tenso DC resultante filtrada pelo capacitor C e utilizada como entrada

    para a Seo Inversora (MOHAN, UNDELAND, & ROBBINS, 1994);

    (ii) Seo Inversora: na seo inversora, a tenso retificada DC novamente

    convertida em Trifsica AC. Os transistores chaveiam vrias vezes por ciclo,

    gerando um trem de pulsos com largura varivel de forma senoidal (PWM).

    Esta sada de tenso pulsada, sendo aplicada em um motor (carga indutiva),

    ir gerar uma forma de onda de corrente bem prxima da senoidal atravs do

    enrolamento do motor (AHMED, 2000).

  • 22

    2.3.1.1 Blocos do processo de funcionamento

    Pode-se dividir o tratamento que o inversor exerce sobre o sinal de entrada de

    acordo com processos bem divididos

    (i) Armazenamento de parmetros e gerao de pulsos de disparo, Unidade

    Central de Processamento (CPU). A CPU de um inversor de frequncia pode

    ser formada por um micro processador ou por um micro controlador

    (Programmable Logic Controller PLC). nesse processo que todas as

    informaes (parmetros e dados do sistema) esto armazenadas, visto que

    tambm uma memria est integrada a esse conjunto. A CPU no apenas

    armazena os dados e parmetros relativos aos equipamentos, como tambm

    executa a funo mais vital para o funcionamento do inversor: Gerao dos

    pulsos de disparo, atravs de uma lgica de controle coerente. Esses pulsos

    iro atuar no controle dos IGBTs (Insulated Gate Bipolar Transistor) O

    IGBT um semicondutor de potncia que alia as caractersticas de

    chaveamento dos transistores bipolares com a alta impedncia dos

    MOSFETs apresentando baixa tenso de saturao e alta capacidade de

    corrente. O IGBT destaca-se por possuir alta eficincia e rpido

    chaveamento. Atualmente muito utilizado em equipamentos modernos

    como carros eltricos ou hbridos, trens, aparelhos de ar condicionado e

    fontes chaveadas de alta potncia. Devido a seu projeto que permite rpido

    chaveamento (liga/desliga), encontra aplicao tambm em amplificadores e

    geradores que necessitam sintetizar formas de onda complexa atravs de

    PWM e filtros passa-baixa (MOHAN, UNDELAND, & ROBBINS, 1994);

    (ii) Insero dos parmetros Interface Homem Mquina (IHM). Atravs do

    IHM que se pode visualizar o que est ocorrendo no inversor (display), e

    ajusta-lo de acordo com a aplicao (teclas). Alm da IHM, a maioria dos

    inversores podem ser parametizados por meio da descargar de cdigos

    computacionais que o inversor consiga reconhecer, exemplo disso, a

    linguagem ladder (AHMED, 2000);

  • 23

    (iii) Atuao do LPC no controle do inversor. A maioria dos inversores pode ser

    comandada atravs de dois tipos de sinais: Analgicos ou digitais.

    Normalmente, quando se quer controlar a velocidade de rotao de um motor

    AC no inversor, utiliza-se uma tenso analgica de comando. Para inverter o

    sentido de rotao basta inverter a polaridade do sinal analgico. Esse

    sistema mais utilizados em maquinas-ferramenta automticas, sendo que a

    tenso analgica de controle proveniente do Controle Numrico

    Computadorizado (CNC), ou seja, ele convertido por um conversor D/A

    Digital Analgico, o sinal ento enviado para as entradas analgicas do

    inversor. Alm da interface analgica, o inversor possui entradas digitais,

    estas garantem o controle de forma discreta, ou seja, aplicvel para

    processos onde exig este tipo de varivel (RASHID, 1999);

    (iv) Tratamento do sinal de controle e do de potncia Inversor. Neste processo

    ocorre a converso do sinal de potncia por meio de um conversor AC/DC

    Alternate current to Direct Current, essa converso ocorre com o uso de um

    circuito retificador, tal pode ser composto por diodos, tiristores e outros

    semicondutores. Aps a converso, o sinal de controle proveniente do Logic

    Progrmmable Controller (LPC), por meio das entradas analgicas ou

    digitais atua no conversor DC/AC Direct Current to Alternate current, mas

    essa converso feita por meio do IGBT, como j explanado, ele modula o

    sinal de acordo com o sinal de controle, possibilitando que o sinal de

    potncia seja modulado da maneira que foi desejada (AHMED, 2000).

    2.3.1.2 Observaes sobre a operao de um inversor de frequncia

    Os inversores exigem que o operador tenha um mnimo de conhecimento tcnico

    para garantir que todas as funes e capacidades do inversor sejam alcanadas,

    assim, necessrio definir alguns aspectos importantes frente ao funcionamento do

    inversor (MOHAN, UNDELAND, & ROBBINS, 1994).

  • 24

    (i) Relao entre a frequncia e a tenso. Um motor sncrono tem a relao da

    sua velocidade demostrada na Equao 8, apesar da equao remeter a

    motores sncronos, para motores de induo existe um escorregamento tal

    que a velocidade do rotor menor do que essa velocidade, assim, para

    determinar a velocidade do rotor basta tomar a potncia de sada, essa

    potncia pelo princpio de conservao da energia convertida em energia

    mecnica, essa potncia descrita na Equao 9, conclui-se ento, que a

    velocidade da mquina de induo depende do torque necessrio, ou seja,

    caso o torque aumente a velocidade ir diminuir (KOSOW, 1982);

    Velocidade(rpm) 120. f

    p

    (8)

    Onde:

    f - Frequncia do sinal aplicado. (Hz)

    P - Nmero de polos.

    A relao entre a potncia mecnica, velocidade angular e o torque de uma mquina

    de induo descrita dessa forma:

    Pmc Tmc. Wrotor (9)

    Onde:

    Pmc - Potncia mecnica. (W)

    Tmc - Troque mecnico. (N.m)

    Wrotor - Velocidade angular do rotor. (rad/s)

    O torque eletromagntico aplicado ao rotor depende da tenso aplicada ao

    enrolamento da armadura de tal forma que se a tenso for elevada, o torque ento

    aumentar, pois quanto maior a tenso, maior ser a corrente e logo o torque ser maior,

    assim, caso haja uma carga acoplada ao rotor tal que a velocidade do rotor diminua, a

    tenso deve ser aumentada para que o torque aumente, e o motor volte a funcionar na

    velocidade nominal. Assim, necessrio que a carga a ser acoplada ao motor entre

  • 25

    tambm no dimensionamento do projeto, assim, tambm seja parametrizada (DEL

    TORO, 1994).

    (i) Inversores escalares e vetoriais. Pode-se classificar os inversores em dois

    tipos: inversores escalares e vetoriais. Eles possuem os mesmos aspectos

    construtivos, a diferena esta no modo em que o torque controlado

    (MOHAN, UNDELAND, & ROBBINS, 1994). Nos inversores escalares, a

    curva relao entre a tenso e a frequncia fixa (parametrizada). H uma

    condio problemtica que inerente aos inversores escalares, as baixas

    rotaes. Caso, o motor tenha uma sobrecarga, a rotao ir diminuir e

    devido reduo da velocidade o torque ir diminuir e o motor entrar em

    colapso, o rotor ir ficar preso e toda potncia ir ser dissipada no

    enrolamento, fazendo com que a temperatura aumente podendo ento

    danificar o motor. O sistema AC no consegue um bom torque com

    velocidades baixas, devido ao prprio rendimento do motor AC (RASHID,

    1999);

    (ii) O inversor de frequncia vetorial funciona com uma relao da frequncia e

    tenso no pr-fixada (parametrizada). Ele varia a frequncia e a tenso de

    modo a otimizar o torque para qualquer condio de rotao (baixa ou alta).

    O inversor vetorial controla a tenso e a frequncia atravs das correntes de

    magnetizao e rotrica do motor, para isso, utiliza-se um tacmetro, ou um

    encoder como sensores de velocidade, formando uma "malha fechada" de

    controle de velocidade. Esses sensores indicam a velocidade do rotor e

    determina como o sistema de controle deve variar as correntes para que o a

    velocidade seja mantida. (AHMED, 2000).

    2.4 INSTRUMENTAO E MEDIDAS ELTRICAS

    Um dos aspectos mais relevantes do trabalho da manuteno, correo e teste dos

    equipamentos a instrumentao, pois necessrio antes de tudo, que o equipamento

    utilizado para executar as atividades de manuteno sejam definidos de forma correta e

    estejam bem calibrados (NISKIER, 2008).

  • 26

    Alguns equipamentos se destacam por serem mais utilizados, isso pois, ocorre

    devido prpria natureza dos trabalhos desenvolvidos na oficina.

    2.4.1 Equipamentos de medio de medidas eltricas

    Todo o processo industrial repleto de processos que precisam ser controlados,

    para isso, utilizam-se ferramentas que garantam uma boa preciso e exatido da

    medio da varivel, para que seja tomada a ao correta, seja ela corretiva ou no. Os

    instrumentos de medio ento devem ser aplicados para a finalidade correta bem como

    estarem em boas condies para o uso (NISKIER, 2008).

    Um erro de uma medida pode provocar efeitos severos a qualquer sistema,

    assim, para garantir uma boa medio existem alguns aspectos padres para serem

    analisados antes do uso do instrumento (MEDEIROS FILHO, 1981).

    (i) Calibrao: antes de o instrumento ser utilizado deve-se atentar s faixas e

    ajustes que o equipamento deve seguir, para que o valor medido no esteja

    incoerente. Geralmente o ajuste ocorre de forma mecnica quando o instrumento

    analgico, logo depois testado para medir variveis conhecidas, verificando

    assim se est dentro da faixa de aceitao. Quando o instrumento digital, a

    parte construtiva de medio mecnica, o que implica tambm algum ajuste

    mecnico, sendo que algumas alteraes e calibraes podem ser feitas

    ajustando eletronicamente (VASSALO, 1999);

    (ii) Aplicao: o instrumento deve ser utilizado para medir a varivel

    correspondente a sua capacidade e, alm disso, deve medir dentro da faixa de

    magnitude correta. Para auxiliar o operador, estabelecido geralmente um ou

    uns smbolos indicativos no produto com o fim de definir caractersticas

    construtivas relevantes (MEDEIROS FILHO, 1981);

  • 27

    (iii) Operador: o utilizador do instrumento deve ter um conhecimento no mnimo

    bsico de como o equipamento funciona e do processo, pois caso haja alguma

    medio que entre em alguma faixa de emergncia, o operador ento deve

    proceder de forma correta (VASSALO, 1999).

    Os principais equipamentos utilizados em escala industrial so explanados a

    seguir:

    2.4.1.1 Multmetro

    Um dos instrumentos mais utilizados, ele o conjunto de funcionalidades

    provindas de outros instrumentos. A figura a seguir representa um multmetro

    comercial. (MEDEIROS FILHO, 1981).

    Figura 5 - Multmetro digital comercial.

    Fonte: www.leetools.com.br

  • 28

    (i) Ohmmetro, instrumento capaz de medir a resistncia em Ohms, ele tem

    diversas tipologias, pode utilizar um circuito com resistncia em shunt

    para garantir uma proporcionalidade que refletida em um nvel de

    corrente que indicara ento a resistncia, vrios circuitos em ponte, como

    a ponte Kelvin e Wheatstone. O componente a ser medido deve se

    possvel ser retirado do circuito com o fim de medir somente a

    resistncia desse componente (MEDEIROS FILHO, 1981);

    (ii) Ampermetro, instrumento capaz de medir a corrente que passa em um

    condutor, existem vrios tipos de tecnologias que permitem que o

    equipamento execute a medio, mas, todos partem do princpio que a

    corrente percorrendo um condutor capaz de produzir um campo

    magntico dando o efeito de um eletrom, assim, uma agulha ponteira

    sofrer a ao de uma fora que resultar em uma posio da agulha,

    executando assim a medio. Devido o circuito de medio ser somente

    uma bobina, ele deve ser colocado sempre em srie no circuito. fato

    que a tecnologia aplicada ao ampermetro pode ser aplicada para medir

    tenso e resistncia, basta que o nvel de corrente seja traduzido para a

    varivel condizente (VASSALO, 1999);

    (iii) Voltmetro, instrumento capaz de medir o nvel de tenso, utiliza tambm

    diversos tipos de arranjos, sendo o mais fundamental, o uso de eletrom

    assim como o ampermetro. Muitos voltmetros, na verdade, no so

    nada mais do que ampermetros com alta resistncia interna. O projeto

    dos voltmetros tal que, com sua alta resistncia interna, introduzam o

    mnimo de alteraes no circuito que est sendo monitorado. Assim

    como um ampermetro indica a corrente que passa por ele, um voltmetro

    indica a tenso entre seus terminais. Ele deve ser colocado em paralelo

    ao circuito para evitar alteraes (MEDEIROS FILHO, 1981);

  • 29

    (iv) Medidor de continuidade, equipamento composto por um diodo que

    polarizado somente quando o circuito fechado, assim, emite um efeito

    sonoro tal que indica que o condutor analisado no est partido, caso o

    condutor esteja partido, o diodo no polariza, assim no emitido o

    efeito sonoro. O circuito deve estar desligado para que seja utilizado o

    medidor de continuidade. (VASSALO, 1999);

    (v) Capacmetro, funcionalidade que mede o nvel de capacitncia em

    Faradays de um capacitor, o jeito mais comum de se medir capacitncia

    usando circuitos em ponte. De forma geral, circuitos em ponte usam

    resistores, capacitores e indutores para comparar a grandeza

    desconhecida (neste caso, capacitncia) com os valores j conhecidos

    presentes no circuito. As mais comuns, no caso de capacitncia, so as

    pontes de resistncia-capacitncia em srie, pontes de resistncia-

    capacitncia em paralelo, ponte de Wien e ponte de Shering A medio

    realizada quando a diferena de potencial medida entre os ramos da

    ponte nula, caso em que se diz que o circuito est balanceado. Nesta

    situao, o valor da grandeza a ser medida proporcional ao valor

    conhecido (NEWTON);

    (vi) Termmetros, eles so capazes de medir a temperatura ambiente,

    utilizando tecnologia de termostatos, infra vermelho, mercrio e outras.

    Aplicado geralmente para determinar a temperatura ambiente

    (MEDEIROS FILHO, 1981).

    Estes instrumentos de forma geral compe o multmetro, ou seja, ele representa um

    conjunto de funcionalidades que so utilizadas constantemente, principalmente quando

    o equipamento esta sendo testado (VASSALO, 1999).

  • 30

    2.4.1.2 Equipamentos especficos.

    Alm do multmetro, existem diversos tipos de instrumentos a serem utilizados de

    forma mais especfica, geralmente isso ocorre devido a natureza da varivel ou a

    magnitude.

    (i) Megmetro, aparelho utilizado para medir resistncias muito altas, em torno de

    102 (Megas) ou 103 (Gigas), funciona como o Ohmmetro, mas dimensionado

    para altos valores de resistncia, o que torna impraticvel ele ser utilizado em

    um multmetro (MEDEIROS FILHO, 1981);

    (ii) Ponte Kelvin, circuito utilizado para medir resistncias pequenas, ou seja, um

    Ohmmetro que contm uma alta faixa de sensibilidade, ou seja, mede

    resistncias com pequenos valores. A maior aplicao deste instrumento na

    medio da resistncia de enrolamentos das mquinas eltricas (NEWTON);

    (iii) Medidor de relao de espiras, um instrumento bastante utilizado em

    transformadores, ele mede a relao de espiras, aplicando uma tenso em um

    terminal do transformador e obtendo o valor transformado no outro terminal,

    dividindo-se a tenso do secundrio pela do primrio o medidor aponta a relao

    de transformao daquela ligao (FITZGERALD, 2006);

    (iv) Osciloscpio: um instrumento de medida eletrnico que cria um grfico

    bidimensional visvel de uma ou mais diferenas de potencial. O eixo horizontal

    do ecr (monitor) normalmente representa o tempo, tornando o instrumento til

    para mostrar sinais peridicos. O eixo vertical comumente mostra a tenso. O

    monitor constitudo por um "ponto" que periodicamente "varre" a tela da

    esquerda para a direita. Com isso, possvel analisar como o sinal se comporta

    ao passar do tempo, aspectos como magnitude, frequncia, formato, perodo e

  • 31

    outros parmetros podem ser retirados da leitura de um osciloscpio

    (VASSALO, 1999);

    (v) Wattmetro, equipamento utilizado para medir a potncia de um componente, ele

    mede ao mesmo tempo a corrente e a tenso aplicada, de tal forma que

    possvel medir a potncia cedida quela carga. Ele geralmente utilizado para

    medir a potncia de sistemas polifsicos. De acordo com o arranjo e anlise das

    variveis possvel definir as potncias ativas e reativas dos circuitos

    (NEWTON);

    Esses instrumentos so utilizados costumeiramente para realizar medies

    necessrias no mbito industrial.

    2.4.1.3 Equipamentos utilizados para executar os testes

    Alm desses equipamentos de medio, existem instrumentos utilizados que no

    so para medio e sim para prover condies de teste. Os mais utilizados so:

    (i) Gerador de sinal, utilizado principalmente para verificar a resposta do circuito

    mediante ao sinal aplicado, ou seja, como o circuito atua em condies pr-

    determinadas. Este tipo de instrumento muito til no perodo de testes de certo

    equipamento, o gerador utilizado em conjunto com um osciloscpio, de tal

    maneira que se possibilita um estudo bem apurado de como se d a resposta

    daquele circuito (AHMED, 2000);

    (ii) Inversor de frequncia, como j citado, utilizado para controlar a velocidade de

    motores de induo (AHMED, 2000);

  • 32

    (iii) Regulador de tenso: instrumento amplamente utilizado para aplicar nveis de

    tenses desejados com o objetivo de efetuar um teste, assim, possibilitando de

    acordo com a potncia e tenso nominal, conseguir atender uma faixa de teste de

    uma carga qualquer. Basicamente composto por um transformador que tem a

    tenso no secundrio ajustvel (MOHAN, UNDELAND, & ROBBINS, 1994);

    2.4.2 Sensores

    Uma das ferramentas mais utilizadas em qualquer processo industrial so os

    sensores, tais dispositivos auxiliam o processo de forma autnoma, ou seja, no

    necessita de um operador executando o servio de medio, o operador passa a ser um

    observador das condies variveis durante o processo, possibilitando ento uma

    atuao programada, ou devido atuao do observador (NEWTON).

    Existem circuitos sensores especficos para praticamente todas as variveis

    provenientes de fenmenos fsicos, assim, pode-se garantir um controle completo do

    estado do processo. O uso dos sensores implica na leitura e na resposta, para processar

    essas informaes utilizado PLCs, que leem a informao e atualiza o estado do

    sistema e consequentemente efetua uma ao resposta. A seguinte lista relaciona os

    principais tipos de sensores encontrados comercialmente (NEWTON).

    Sensores de luz: clulas solares, fotodiodos, fototransistores, tubos foto-

    eltricos, CCDs, radimetro de Nichols, sensor de imagem;

    Sensores de som: microfones, hidrofone, sensores ssmicos;

    Sensores de temperatura: termmetros, termopares, resistores sensveis a

    temperatura (termstores) e termostatos;

    Sensores de calor: bolometro, calormetro;

    Sensores de radiao: contador Geiger, dosmetro;

    Sensores de partculas subatmicas: cintilmetro, cmara de nuvens, cmara de

    bolhas;

    Sensores de resistncia eltrica: ohmmetro;

  • 33

    Sensores de corrente eltrica: galvanmetro, ampermetro;

    Sensores de tenso eltrica: electrmetro, voltmetro;

    Sensores de potncia eltrica: wattmetro;

    Sensores magnticos: compasso magntico, compasso de fluxo de porta,

    magnetmetro, dispositivo de efeito Hall;

    Sensores de presso: barmetro, bargrafo, pressure gauge, indicados da

    velocidade do ar, varimetro.

    Industrialmente, h sempre a necessidade de haver sistemas que indiquem o

    estado do sistema, esses sistemas geralmente so softwares chamados de supervisrios.

    Os supervisrios so importantes ferramentas utilizadas para garantir que o observador

    do processo tenha noo do estado dele (NEWTON).

    3 ATIVIDADES ACOMPANHADAS E REALIZADAS DURANTE O ESTGIO

    As atividades foram desenvolvidas nas locaes da Unidade de Operao do Rio

    Grande do Norte e Cear, na Base 34 em Mossor, na gerncia de Suporte Operacional,

    Oficina de Manuteno UO-RNCE/SOP-OM, localizada na regio de Mossor. Como

    mostra o organograma na Figura 6.

  • 34

    Figura 6 Organograma Petrobras.

    Fonte: Adaptado de www.petrobras.com

  • 35

    Diversas atividades foram executadas durante o perodo de estgio, todas elas

    voltadas a Oficina de Manuteno (OM), desde anlises de Padres de Execues (PE),

    anlise de contratos de servios e de prestao de servios, gerao de nmeros de

    matrculas (NM), resoluo de problemas de engenharia no mbito do reparo de

    equipamentos defeituosos e outras atividades desenvolvidas. Contudo, se faz necessrio

    discutir amplamente algumas das atividades desenvolvidas.

    3.1 CORREO E EDIO DE PADRES DE EXECUO (PE)

    A Petrobras adota um sistema de gesto de padres de execuo, esses padres so

    documentos que resumem uma sequencia de aes com o fim de padronizar uma

    atividade especfica, de forma que seja fornecido aos funcionrios informaes de como

    proceder em um servio qualquer. Para que um servio tenha um padro, ele necessita

    ser cotidiano e que envolva caractersticas relevantes de complexidade e periculosidade,

    sendo necessrio ento que haja um planejamento completo de como organizar em

    arquivo que contenha os passos e aspectos relevantes na execuo do servio.

    A criao, edio e publicao ficam a cargo da gerncia que utilizar o padro, ou

    seja, cada gerncia utiliza seus prprios padres, mas as gerncias tem acesso aos

    padres de outra gerncia por meio do sistema Sistema Integrado de Padronizao

    Eletrnica - SINPEP, logo, o acesso informao fica facilitado e o resultado que

    praticamente todos os servios condizentes tem seu prprio padro. Alguns servios no

    so contemplados com padres, por isso, alguns padres ainda devem ser elaborados.

    Durante o estgio, o padro referente manuteno das mquinas de corrente contnua

    estava em fase de planejamento. como esse tipo de servio passou a ser mais constante e

    exigir assim uma maior demanda, se tornou necessrio que houvesse a criao desse

    padro de execuo.

    Os padres ficam armazenados no SINPEP. Nele possvel pesquisar os padres

    bem como saber quem o criou, se est em edio, se sim, quem o editor e os pedidos

    de reviso. Esses pedidos so feitos pelas gerncias, sempre o pedido acompanhado

  • 36

    por uma justificativa. Quando o padro entra para a reviso, ele enviado para o gerente

    respectivo ao tipo de servio e l ser revisado e editado por um responsvel.

    A reviso do padro tem como objetivo solucionar alguma modificao pedida pela

    por alguma gerncia, alm disso, se necessrio ele sofre mais mudanas, pois

    aproveitada a oportunidade para que o pessoal tcnico que realiza o servio d sua

    opinio sobre o padro.

    Os padres geralmente so baseados em manuais de fabricantes, livros e

    conhecimento baseado na experincia dos funcionrios. Cada padro tem suas

    particularidades, e uma delas so os anexos, todos apresentam arquivos em anexo que

    geralmente so procedimentos e tabelas, estas ltimas so utilizadas para memorizar as

    caractersticas do equipamento reparado ou da atividade a ser realizada, alm disso, os

    anexos devem conter o resultado do servio, aprovando ou no o procedimento, sendo

    sempre necessrio que o executante registre sua assinatura e ento o documento passa a

    ser um registro. Alm dos procedimentos padres para se produzir os padres, eles

    devem seguir o conjunto de exigncias do ISO 9001, esta certifica os padres e

    procedimentos executados por empresas que seguem suas exigncias.

    International Organization for Standardization (ISO), ou Organizao Internacional

    para Padronizao, em portugus. A ISO uma entidade de padronizao e

    normatizao, e foi criada em Genebra, na Suia, em 1947. Existem diversos conjuntos

    de normas dessa organizao, tais conjuntos so divididos com o objetivo de certificar

    uma empresa que segue um ou uns desses (NBR, 2006).

    ISO 9001 um conjunto de normas de padronizao para um determinado servio

    ou produto. O ISO 9001 tem como objetivo melhorar a gesto de uma empresa e pode

    ser aplicado em conjunto com outras normas de funcionamento, como normas de sade

    ocupacional, de meio ambiente e de segurana. Essa melhoria da gesto parte dos

    mtodos sugeridos pelo conjunto de normas ISSO 9001, este estruturado com

    informaes tcnicas ligadas ao conceito de gerncia, metodologias para execuo de

    um servio, gesto das atribuies, compromissos e competncias de cada setor, bem

    como funcionrios, mtodos de padronizao e outras atribuies (NBR, 2006).

    Para que a ISO certifique uma empresa, esta precisa sofrer uma inspeo feita por

    profissionais autorizados pela organizao. Essa inspeo ter o objetivo de analisar a

  • 37

    quais itens do conjunto de normas a empresa esta consonante. Quando a empresa

    consegue um certificado, ela pode utilizar-se dele para garantir ao cliente que aqueles

    mtodos esto sendo utilizados, mas este certificado tem um prazo de validade, o que

    obrigar a empresa a passar por um processo de renovao (NBR, 2006).

    3.2 AES ADMINISTRATIVAS E GERENCIAIS

    A unidade atua em vrias atividades, sendo que algumas delas so realizadas por

    empresas terceirizadas. Para acompanhar e fiscalizar estas atividades contratadas, a

    Petrobras possui o gerente de contrato, que o empregado encarregado pela

    organizao em administrar o contrato de forma a garantir o cumprimento das

    obrigaes nele contidas. As atividades mais comuns a serem citadas esto a seguir:

    (i) Contratao de uma empresa terceirizada: o gerente responsvel por definir

    entre outras coisas, os tipos de servios, o valor estimado de tempo de cada

    servio para a oramentao interna e a quantidade de servios, concluindo

    assim o nmero estipulado de funcionrios necessrios e a formao deles. O

    contrato vai ser submetido a um edital onde as empresas concorrem para que

    seja definida qual das ser a contratada;

    (ii) Contratao de um servio especfico: costumeiramente necessrio que seja

    enviado algum equipamento para servio externo devido esse no ser aplicvel

    Petrobras. Geralmente as empresas que executaro o servio so as prprias

    fabricantes dos produtos, que possuem o conhecimento sobre o prprio

    equipamento;

  • 38

    (iii) Anlise de desempenho: de forma frequente os gerentes atentam para o

    desempenho de um servio realizado pelos funcionrios, o que provoca essa

    anlise uma constatao de se o desempenho esta sendo satisfatrio. ndices de

    retrabalho, acidentes, tempo que um servio est durando em comparao ao

    estipulado e opinies dos clientes da empresa;

    (iv) Projetos: apesar de haver uma gerncia especializada na criao e execuo de

    projetos, o Desenvolvimento da Produo (DP), muitas vezes necessrio que o

    gerente desenvolva ou mesmo execute alguns pequenos projetos;

    (v) Acompanhamento de aes especficas: algumas aes especiais que ocorrem de

    forma no frequente necessita do acompanhamento do gerente, situaes nas

    quais o conhecimento tcnico do gerente crucial para que a atividade seja

    concluda de forma correta e satisfatria. Exemplo disso, quando h mudanas

    de unidades, problemas complexos, testes extraordinrios e outras situaes.

    Em resumo, o gerente da unidade SOP-OM (Suporte Operacional, Oficina de

    Manuteno) deve atuar em diversas reas e mesmo ele tendo conhecimento tcnico

    especfico, ele necessita tratar e trabalhar com aspectos que envolvam outra rea de

    conhecimento, mesmo que seja superficial.

    3.3 PROBLEMAS DE ENGENHARIA

    Durante a execuo das atividades dirias ocorrem algumas situaes aonde

    exigido um conhecimento tcnico aplicado pelos engenheiros da gerncia, estas

    situaes so resolvidas por meio de anlises e consultorias dos membros da gerncia

    ou com ajuda de uma consultoria externa.

    Os problemas mais comuns envolvem situaes aonde h mal funcionamento dos

    equipamentos, mas, geralmente a tentativa de soluo do problema j passou pela

  • 39

    tentativa de acerto da equipe executante, do tcnico responsvel e finalmente enviada

    para a gerncia em busca de soluo.

    Os problemas mais comuns so resumidos em:

    (i) Indeciso dos testes: quando o equipamento reprovado por um teste, e este no

    aprovado pelo lder da equipe, consequentemente ele refeito, caso ainda haja

    dvidas sobre a confiabilidade do teste, o gerente pode ser chamado para auxiliar

    na verificao;

    (ii) Problemas excepcionais: muitas vezes, ocorrem situaes inditas que

    necessitam do conhecimento de todos os nveis. Implica ento a ajuda do

    gerente, de tal forma que ele se torna vital para a soluo do problema.

    3.4 UNIDADE ESPECIALIZADA EM BOMBAS CENTRIFUGAS SUBMERSAS

    (BCS)

    Apesar de o estgio ter englobado diversas atividades gerais, a unidade na qual

    ocorreu a permanncia fsica do estagirio foi unidade especializada em Bombas

    Centrifugas Submersas. Esta condio implicou que o estagirio passou a vivenciar os

    problemas e desafios que envolvem a manuteno e reparos realizados na oficina.

    A elevao artificial de fludos realizada por meio de diversas tecnologias, seja

    pelo uso de bombeio mecnico, de bombas submersas, injeo de gs ou gua e outras

    tecnologias. A bomba submersa representa um conjunto de componentes que quando

    esto funcionando em conjunto, conseguem fazer com que o sistema realize a elevao

    artificial. A Figura 6 apresenta os principais componentes do sistema da bomba

    submersa. Figura 7 Principais equipamentos que integram o sistema de bomba

    submersa.

  • 40

    Figura 7 - Principais equipamentos que integram o sistema de bomba submersa.

    Fonte: THOMAS, 2014

    O sistema geralmente composto por cinco equipamentos, da superfcie para a

    regio que est o fluido:

    (i) Bomba: a bomba tambm tem um comprimento prolongado longitudinalmente e

    um dimetro reduzido, ela a responsvel por transferir energia mecnica da

    rotao do rotor e converte-la no movimento cintico do fludo ascendente

    superfcie. Para a bomba realizar esse processo, ela utiliza vrios conjuntos de

    impelidores e difusores. Esses conjuntos so chamados de estgios, estes tem a

    funo de converter o movimento do rotor em movimento cintico do fludo,

    para isso o difusor agita o fludo que bate nas paredes do impelidor, neste

    momento a quantidade do fludo sobe para outro estgio. Esse processo se repete

    at que o fludo suba para a superfcie;

  • 41

    (ii) Intake: estrutura localizada entre a bomba e o protetor, ela uma estrutura

    metlica repleta de furos que possibilitam a passagem do fluido a ser elevado, ou

    seja, pelo intake que o fludo entra na bomba para ser elevado;

    (iii) Protetor: componente localizado entre o intake e o motor, ele utilizado para

    proteger o motor do contato com o fluido que esta sendo elevado;

    (iv) Motor: o motor que proporciona que o sistema de bombeio funcione um motor

    de induo, ele transfere o torque do rotor para o eixo da bomba. Os motores so

    especficos para ambientes que haja fludos, logo, so isolados e devido ao

    formato condicional dos tubos de perfurao, eles tem um maior comprimento

    longitudinal, enquanto seu dimetro reduzido;

    (v) Sensor de fundo: o sensor de fundo responsvel por medir a presso do fluido,

    a temperatura do ambiente e do motor. Alm dos equipamentos principais que

    contemplam o sistema submerso, existem outros dispositivos que fazem parte do

    controle do sistema, tais como filtros, inversores, transformadores, rels de

    backspin e outros. As atividades realizadas na unidade envolveram manutenes,

    testes, anlises de condies de operao, dimensionamentos e

    comissionamentos. Em vrios aspectos, a experincia nessa unidade aumentou e

    aprimorou o conhecimento aplicado e terico do estagirio.

    3.4.1 Deteco de falhas (DF)

    Todos os equipamentos ligados ao bombeio centrfugo submerso que

    encaminhado oficina da UE-BCS passa primeiramente por um setor especial da

    unidade. Esse setor responsvel por tomar o equipamento e analisar o seu estado, essa

    anlise deve resultar na obteno das primeiras informaes condizentes com os passos

    a serem seguidos pela equipe da oficina. Esse tipo de servio garante uma objetivao

    contundente da equipe. Para constatar uma falha o equipamento sofre uma anlise

  • 42

    prvia, em seguida desmontado para anlise de seus componentes separadamente,

    aps a identificao da(s) parte(s) delituosa(s), h o reparo. Caso o reparo tenha xito,

    montado o conjunto do bombeio, depois testado e por fim condicionado.

    Alm da deteco de falhas, esse setor especial tambm executa emenda de cabos

    de potncia utilizados no bombeio. Os cabos utilizados no sistema de bombeio so

    especiais, pois devem ser condutores de grandes blocos de potncia e serem colocados

    num ambiente imerso, por isso que eles so construdos com materiais isolantes

    especiais e a eles devem ser adicionadas camadas protetoras. Essas caractersticas fazem

    com que o processo de emenda seja muito meticuloso e complicado, logo, se faz

    necessrio que a unidade tenha suporte tcnico e operacional para isso, para contemplar

    este ltimo, h equipamentos especiais para solda, pintura, limpeza, secagem e teste.

  • 43

    4 CONCLUSO

    A experincia profissional possibilita ao trabalhador aplicao direta dos conceitos

    e ensinamentos obtidos de forma terica durante seu curso de formao. Isto ocorre de

    maneira espontnea durante o dia-a-dia das atividades. A partir dessa prerrogativa,

    possvel que o funcionrio se empenhe ao mximo para obter cada vez mais

    conhecimento aplicado e consiga se tornar um empregado mais hbil e experiente.

    Apesar do fato do estgio no ser uma experincia profissional completa, dito

    isso pois no atribudo ao estagirio responsabilidades exigidas ao funcionrio de

    cargo correspondente, mas, mesmo havendo esta diferenciao, o estgio pode ser mais

    proveitoso haja vista que o estagirio pode atentar para medidas ligadas ao aprendizado,

    ou seja, alm da experincia profissional, pode-se obter conhecimentos alm das tarefas

    programadas. Este conhecimento adquirido parte desde relacionamentos com os

    funcionrios executantes at os gerentes.

    Um dos aspectos mais importantes da experincia do estagirio o primeiro

    contato com a dinmica do mercado de trabalho no setor ao qual o estagirio esta se

    formando, alm disso, naturalmente o estagirio se deparar com problemas que

    envolve conhecimentos de outras reas, isso faz com que ele adquira conhecimentos

    gerais do processo a que ele esta envolvido, como resultado, o estagirio passar a ter

    uma maior gama de conhecimento aplicado.

    A dinmica da Petrobras provou ser muito eficiente e organizada, haja vista o

    uso de diversos sistemas gerenciais e distribuio de cargos e atribuies feitas na

    cadeia hierrquica, alm do uso notrio de ferramentas de qualidade e segurana do

    trabalho, o que se reflete no melhoramento da qualidade do trabalho dos funcionrios e

    garante a reduo de danos ergonmicos e a probabilidade da ocorrncia de acidentes.

    Contudo, fica claro que a experincia decorrente no perodo do estgio foi

    extremamente proveitosa e gratificante, dito isso, pode-se afirmar que as experincias

    obtidas no processo sero utilizadas como ensinamentos para toda a vida profissional.

  • 44

    BIBLIOGRAFIA

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