relatÓrio de qualidade ambiental do municÍpio de porto velho residuos
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RELATRIO DE QUALIDADE AMBIENTAL DO MUNICPIO
DE PORTO VELHO 2011
Lucinara Camargo Araujo Souza1
3. ARCABOUO LEGAL
3.1. Legislao Ambiental Federal aplicvel aos resduos slidos:
Resoluo CONAMA n 6, de 19/09/1991 Dispe sobre o tratamento de resduos
slidos provenientes de estabelecimentos de sade, portos e aeroportos.
Resoluo CONAMA n 257, de 30/06/1999 Estabelece a obrigatoriedade de
procedimentos de reutilizao, reciclagem, tratamento ou disposio final
ambientalmente adequada para pilhas e baterias que contenham em suas
composies chumbo, cdmio, mercrio e seus compostos.
Resoluo CONAMA n 275, de 25/04/2001 Estabelece o cdigo de cores para os
diferentes tipos de resduos, a ser adotado na identificao de coletores e
transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
Resoluo CONAMA n 307, de 05/07/2002 Estabelece diretrizes, critrios e
procedimentos para a gesto dos resduos da construo civil.
Resoluo CONAMA n 358, de 29/04/2005 Dispe sobre o tratamento e a
disposio final dos resduos dos servios de sade e da outras providencias.
Decreto n 5.940, de 25/10/2006 Institui a separao dos resduos reciclveis
descartados pelos rgos e entidades da administrao pblica federal direta e
indireta, na fonte geradora, e a sua destinao as associaes e cooperativas dos
catadores de materiais reciclveis, e da outras providencias.
1Chefe de Diviso de Monitoramento da Qualidade Ambiental - 1 Relatrio de Qualidade Ambiental do Municpio de Porto
Velho - RQA/PVH 2010/2011
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Lei n 11.445, de 05/01/2007 Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
bsico; altera as Leis no 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de
1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Leino 6.528, de 11 de maio de 1978; e da outras providencias.
Resoluo CONAMA n 404, de 11/11/2008 Estabelece critrios e diretrizes para o
licenciamento ambiental de aterro sanitrio de pequeno porte de resduos slidos
urbanos.
Lei n 12.305, de 02/08/2010 Institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos; alteraa Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e da outras providencias.
Decreto n 7.404, de 23/12/2010 Regulamenta a Lei n 12.305, de 2 de agosto de
2010, que institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos, cria o Comit
Interministerial da Poltica Nacional de Resduos Slidos e o Comit Orientador para
a Implantao dos Sistemas de Logstica Reversa, e da outras providencias.
3.2. Legislao Ambiental Estadual aplicvel aos resduos slidos:
Lei n 429, de 21/07/1992 Dispe sobre normatizao, fiscalizao, padronizao e
classificao de produtos de origem vegetal, seus subprodutos e resduos de valor
econmico, e da outras providencias.
Lei n 506, de 03/08/1993 Dispe sobre a obrigatoriedade da coleta seletiva de lixo
em todas as escolas publicas e particulares no estado de Rondnia.
Lei n 592, de 05/10/1994 Dispe sobre os resduos slidos provenientes de
servios de sade, e da outras providencias.
Lei n 1.101, de 06/08/2002 Dispe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final
dos resduos slidos potencialmente perigosos e da outras providencias.
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Lei n 1.145, de 12/12/2002 Institui a Poltica, cria o Sistema de Gerenciamento de
Resduos Slidos do Estado de Rondnia, e da outras providencias.
PLO 447 2008 - Projeto de Lei Ordinria Dispe sobre a obrigatoriedade da
implantao da coleta seletiva de lixo nos condomnios residenciais e comerciais, nosestabelecimentos comerciais e industriais e rgos pblicos estaduais e municipais
no mbito do Estado de Rondnia, e da outras providencias.
3.3. Legislao Ambiental Municipal aplicvel aos resduos slidos:
Lei Orgnica do Municpio de Porto Velho, de 27/03/1990 Destacando-se na Lei
Orgnica, os seguintes aspectos: o objetivo da poltica de desenvolvimento urbano ea ordenao do pleno desenvolvimento das funes da cidade e dos seus bairros,
dos distritos, das vilas, dos aglomerados humanos, bem como a garantia do bem-
estar de seus habitantes; o instrumento bsico da poltica de desenvolvimento e de
expanso urbana e o Plano Diretor (PLANO DIRETOR DE PORTO VELHO, 2008),
devidamente aprovado pela Cmara Municipal; o Programa Anual de Saneamento
Bsico e elaborado pelo municpio em convenio com o estado e a Unio; as aes de
saneamento bsico sero precedidas de planejamento com vistas ao atendimento
dos critrios de avaliao do quadro da rea a ser beneficiada de forma a reverter e
melhorar o perfil epidemiolgico; o Poder Pblico e responsvel pelo
desenvolvimento de mecanismos institucionais que venham a compatibilizar as aes
de saneamento bsico, habitao, desenvolvimento urbano, preservao ao meio
ambiente e gesto aos recursos hdricos e, caso exista a exigncia de aes
conjuntas, o municpio dever buscar a integrao em outros municpios (EIA DOS
APRO VEITA MENTO S HIDRELETRICOS DO RIO MADEIRA, 2006).
Lei complementar n 138, de 28/12/2001 Institui o Cdigo Municipal de Meio
Ambiente e da outras providencias.
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4. CONSIDERAES GERAIS SOBRE RESDUOS SLIDOS
4.1. Classificao de resduos slidos
Os resduos slidos de um municpio so constitudos por desde aquilo que
vulgarmente se denomina lixo (mistura de resduos produzidos nas residncias,
comercio, servios e nas atividades publicas, na preparao de alimentos, no
desempenho de funes profissionais e na varrio de logradouros) ate resduos
especiais, e quase sempre mais problemticos e perigosos, provenientes de
processos industriais e de processos mdico-hospitalares (BRAGA et al., 2005).
A norma brasileira NBR 10.004 caracteriza como resduos slidos todos os ...resduos nos estados solido e semi - slido, que resultam das atividades da
comunidade de origem: industrial, domestica, hospitalar, comercial, agrcola, de
servios e de varrio.
Ficam includos nesta definio os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de gua, aqueles gerados em equipamentos e instalaes de controle de
poluio, bem como determinados lquidos cujas particularidades tornem invivel o
seu lanamento na rede publica de esgotos ou corpos de gua, ou exijam para isso
solues tcnicas e economicamente inviveis em face a melhor tecnologia
disponvel (ABNT, 2004).
O denominado lixo, em funo de sua provenincia variada, apresenta
tambm constituintes bastante diversos, e o volume de sua produo varia de acordo
com sua procedncia, com o nvel econmico da populao e com a prpria natureza
das atividades econmicas na rea onde e gerado (BRAGA et al., 2005). Existem
varias maneiras de se classificar os resduos slidos, em funo da origem e de sua
possvel degradabilidade, sendo que as mais comuns esto relacionadas quanto aos
riscos potenciais de contaminao do meio ambiente e quanto natureza ou origem
destes resduos. Quanto aos riscos potenciais de contaminao do meio ambiente, a
ABNT elaborou e vinculou a NBR 10.004 as NBRs 10.005, 10.006 e 10.007, criando
um conjunto de critrios e ensaios para classificao dos resduos slidos, que
podem ser enquadrados em Classe I ou perigosos e Classe II ou no perigosos, que
se subdivide em Classe II A ou no-inertes e Classe II B ou inertes, sendo suas
principais caractersticas expostas na Tabela 4.1.
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Tabela 4.1. Classificao dos resduos slidos de acordo com os riscos potenciais de
contaminao do meio ambiente.
CLASSIFICAO DOS RESDUOS PRINCIPAIS CARACTERSTICAS
CLASSE I OU PERIGOSO
So aqueles que, em funo de suascaractersticas intrnsecas de inflamabilidade,corrosividade, reatividade, toxicidade oupatogenicidade, apresentam riscos sadepblica atravs do aumento da mortalidade ou damorbidade, ou ainda provocam efeitos adversosao meio ambiente quando manuseados oudispostos de forma inadequada. Exemplo:solventes usados, borra cida de processos derefino de leos, resduos de tintas e outros.
CLASSE II A OU NO - INERTE
So aqueles que podem apresentarcaractersticas de combustibilidade,biodegradabilidade ou solubilidade, com
possibilidade de acarretar riscos sade ou aomeio ambiente, no se enquadrando nasclassificaes de resduos classe I Perigososou de resduos classe II B - Inertes. Os resduosclasse II A no inertes podem ter propriedadestais como: biodegradabilidade, combustibilidadeou solubilidade em gua. Esto includos nessaclasse os papis, o papelo, a matria vegetal eoutros.
CLASSE II B OU INERTE
So aqueles que, por suas caractersticasintrnsecas, no oferecem riscos sade e aomeio ambiente e que, quando amostrados deforma representativa, segundo a norma NBR
10.007, e submetidos a um contato dinmico eesttico com gua destilada ou desionizada, temperatura ambiente, conforme teste segundo aNBR 10.006, no tm nenhum de seusconstituintes solubilizados a concentraessuperiores aos padres de potabilidade de gua,excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza esabor, conforme anexo G da NBR 10.004. So asrochas, tijolos, vidros e certos plsticos eborrachas que no so decompostos facilmente.
Fonte: NBR 10.004 da ABNT (2004).
Quanto natureza ou origem, principal elemento para a caracterizao de
resduos slidos, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados em: lixo de fontes
especiais (industrial, radioativo, de portos, aeroportos e terminais rodoferrovirios, lixo
agrcola, resduos de servios de sade); lixo domstico ou residencial; lixo
comercial; lixo publico; lixo domiciliar especial (entulho de obras, pilhas e baterias,
lmpadas fluorescentes, pneus), sendo as suas caractersticas apresentadas na
Tabela 4.2 (IBAM, 2001).
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Tabela 4.2. Classificao dos resduos slidos de acordo com sua origem.
TIPO DE LIXO CONFORME SUA ORIGEM CARACTERSTICAS
Lixo domstico ou residencialSo os resduos gerados nas atividades diriasem casas, apartamentos, condomnios e demaisedificaes residenciais.
Lixo comercial So os resduos gerados em estabelecimentoscomerciais, cujas caractersticas dependem daatividade ali desenvolvida.
Lixo pblico
So os resduos presentes nos logradourospblicos, em geral resultantes da natureza, taiscomo folhas, galhadas, poeira, terra e areia, etambm aqueles descartados irregular eindevidamente pela populao, como entulho,bens considerados inservveis, papis, restos deembalagens e alimentos.
Lixo domiciliar especial
Grupo que compreende os entulhos de obras,pilhas e baterias, lmpadas fluorescentes epneus. Observe que os entulhos de obra,
tambm conhecidos como resduos daconstruo civil, s esto enquadrados nestacategoria por causa da grande quantidade de suagerao e pela importncia que sua recuperaoe reciclagem vm assumindo no cenrio nacional.
Lixo de fontes especiais
So resduos que, em funo de suascaractersticas peculiares, passam a merecercuidados especiais em seu manuseio,acondicionamento, estocagem, transporte adisposio final. Dentro da classe de resduos defontes especiais, merecem destaque o lixoindustrial, lixo radioativo, lixo de portos,aeroportos e terminais rodoferrovirios, lixo
agrcola e resduos de servios de sade.Fonte: Adaptado de IBAM (2001).
4.2. Principais etapas envolvidas no manejo de resduos slidos urbanos
De acordo com a Lei de Saneamento, no 11.445/07, a definio adequada
para limpeza urbana e manejo de resduos slidos e o conjunto de atividades,
infraestruturas e instalaes operacionais de coleta, transporte, transbordo,
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tratamento e destino final do lixo domstico e do lixo originrio da varrio e limpeza
de logradouros e vias publicas.
Na sequencia e apresentado breve detalhamento das principais etapas do servio de
limpeza urbana e manejo de resduos slidos urbanos de acordo com o Ministrio doMeio Ambiente (2009):
I. Limpeza de logradouros pblicos: um dos mais graves problemas do
acumulo de lixo nas ruas e o entupimento dos aparelhos que compem o sistema de
drenagem de guas pluviais. Em termos de segurana, manter as ruas limpas previne
danos a veculos, causados por impedimentos ao trafego, como galhadas e objetos
cortantes, reduz o risco de derrapagens de veculos devido poeira e a terra ediminui a possibilidade de incndios por causa de folhas e capim secos. Sobre os
aspectos estticos, a limpeza de logradouros pblicos e forte colaboradora nas
polticas e aes de incremento da imagem das cidades. Ruas limpas previnem
doenas resultantes da proliferao de vetores em depsitos de lixo nas ruas ou em
terrenos baldios e evitam danos sade, resultantes de poeira em contato com os
olhos, os ouvidos, o nariz e a garganta.
II. Coleta e transporte: significa recolher o lixo acondicionado por quem o
produz para encaminha-lo, mediante transporte adequado, a uma possvel estao
de transferncia (transbordo), tratamento ou disposio final. Nessa etapa, o intervalo
entre as coletas e sua regularidade so importantes atributos do servio.
III. Estao de transferncia ou de transbordo: so unidades instaladas
prximas ao centro de massa de gerao de resduos, quando necessrio, para que
os caminhes de coleta, aps cheios, faam a descarga e retornem rapidamente para
complementar o roteiro de coleta. O transporte para o aterro sanitrio dos resduos
descarregados nas estaes de transbordo e feito por veculos de maior porte, com
carga de pelo menos trs vezes a de um caminho de coleta, reduzindo o custo
unitrio de transporte.
IV. Tratamento dos resduos slidos urbanos: procedimentos destinados a
reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resduos slidos, transformando-os
em material inerte ou biologicamente estvel. Entre as alternativas de tratamento, a
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b) Maximizao de praticas de reutilizao e reciclagem ambientalmente
corretas;
c) Promoo de sistemas de tratamento e disposio de resduos compatveis
com a preservao ambiental;d) Extenso da cobertura dos servios de coleta e destino final.
Porm, no ha como ignorar as diferenas fundamentais de capacidade
econmica, disponibilidade de qualificao tcnica, caractersticas ambientais e
demandas por necessidades bsicas entre os pases desenvolvidos e os em
desenvolvimento (FERREIRA, 2000).
Tais diferenas tambm so notadas entre as grandes cidades e os municpiosde pequeno e mdio porte, municpios estes que vem se deparando com problemas
que envolvem aspectos sociais, econmicos, sanitrios, ambientais e de sade
publica relacionados gesto inadequada dos seus resduos slidos, gesto esta que
se caracteriza por:
Ausncia ou deficincia de planejamento, que a partir de um diagnostico da
situao estabelea princpios, metas e prioridades;
Baixa qualificao do corpo tcnico para realizar o planejamento das etapas de
gesto de modo a atender satisfatoriamente as necessidades urbanas;
Inexistncia de histrico e de banco de dados que fornea subsdios para as
tomadas de deciso;
Insuficincia de recursos financeiros para cobertura dos investimentos e
custeio das atividades do sistema de limpeza urbana;
Diminuio, em alguns municpios, de locais adequados para a disposio final
dos resduos slidos, e que tem como causas o aumento do custo de
implantao, a rejeio dos moradores quanto ao local, e imposies
ambientais mais restritas relativas localizao e operao dos aterros
(Massukado & Zanta, 2004).
O gerenciamento integrado de resduos slidos urbanos nada mais e que o
envolvimento de diferentes rgos da administrao publica e da sociedade civil com
o objetivo de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento e a disposio final do
lixo, elevando assim a qualidade de vida da populao e promovendo o asseio da
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cidade, levando em considerao as caractersticas das fontes de produo, o
volume e os tipos de resduos (para que haja tratamento diferenciado e disposio
final ambientalmente correta), as caractersticas sociais, culturais e econmicas dos
cidados e as peculiaridades demogrficas, climticas e urbansticas locais (IBAM,2001). A Tabela 4.3 traz os responsveis pelo gerenciamento para cada classe de
resduos slidos.
Tabela 4.3. Responsabilidade pelo gerenciamento de resduos slidos urbanos.
Tipo de lixo Responsvel pelo gerenciamento at a destinao final
Domiciliar Prefeitura municipal
Comercial Prefeitura municipal (at 100 L/dia)
Pblico Prefeitura municipal
Hospitalar Gerador (hospitais etc.)
Especial (entulhos etc.) Gerador
Industrial Gerador (indstria)
Agrcola Gerador (agricultor)
Fonte: Adaptado de GRIPPI (2001)
4.4. Manejo de resduos slidos no Brasil
No Brasil, constitucionalmente, e de competncia do poder publico local o
gerenciamento dos resduos slidos produzidos em suas cidades. Segundo a
Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico realizada em 2008, 61,2% das
prestadoras dos servios de manejo dos resduos slidos eram entidades vinculadas
administrao direta do poder publico; 34,5%, empresas privadas sob o regime de
concesso publica ou terceirizao; e 4,3%, entidades organizadas sob a forma de
autarquias, empresas publicas, sociedades de economia mista e consrcios (PNSB,
2010).
Dados mostraram que a regio Norte concentrou o maior contingente de
municpios com servios de manejo dos resduos slidos gerenciados por entidades
da administrao direta do poder publico. Os estados do Acre e de Rondnia foram
os destaques extremos, contrastando a maior e a menor proporo de municpios
com entidades prestadoras dessa natureza: 95,7% e 60,7%, respectivamente (PNSB,2010).
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Quanto destinao final dos resduos, 50,8% dos municpios brasileiros
utilizam os vazadouros a cu aberto ou lixes como forma de destino final dos
resduos slidos. A Tabela 4.4 mostra que houve uma reduo na quantidade de
municpios que utilizam este mtodo de destinao final entre o perodo de 1989 e2008, principalmente nas regies Sudeste e Sul do pais. Ainda assim a situao se
configura como um cenrio de destinao reconhecidamente inadequado, que exige
solues urgentes e estruturais para o setor.
Contudo, independente das solues e/ou combinaes de solues a serem
pactuadas, isso certamente ira requerer mudanas social, econmica e cultural da
sociedade (PNSB, 2010).
Tabela 4.4. Destino final dos resduos slidos, por unidades de destino dos resduos,
Brasil 1989/2008.
ANODESTINO FINAL DOS RESDUOS SLIDOS, POR UNIDADES DE DESTINO DOS RESDUOS (%)
VAZADOURO A CU ABERTO ATERRO CONTROLADO ATERRO SANITRIO
1989 88,2 9,6 1,1
2000 72,3 22,3 17,3
2008 50,8 22,5 27,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Populao e Indicadores Sociais. Pesquisa Nacional deSaneamento Bsico, 2008.
A Figura 4.1 mostra que os municpios situados nas regies Nordeste e Norte
registraram as maiores propores de destinao desses resduos aos lixes
89,3% e 85,5%, respectivamente enquanto os localizados nas regies Sul e
Sudeste apresentaram, no outro extremo, as menores propores 15,8% e 18,7%,
respectivamente. Observa-se que na maioria dos municpios de Rondnia a
disposio final de resduos e realizada em vazadouros a cu aberto (lixo).
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Figura 4.1. Municpios, segundo a destinao final dos resduos slidos domiciliares
e/ou pblicos - Brasil 2008.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Populao e Indicadores Sociais. Pesquisa Nacional de
Saneamento Bsico, 2008.
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5. GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS NO MUNICPIO DE PORTO
VELHO (RO)
O presente tpico de discriminao do sistema atual de coleta consolida odiagnostico da situao atual de gerenciamento de resduos slidos no municpio de
Porto Velho, tendo como referencia o chamado gerenciamento integrado, o qual
pressupe um conjunto de aes, normas e planejamento a serem implementados
para:
Educar os cidados quanto aos aspectos de manuteno da limpeza urbana,
de minimizao da gerao e dos cuidados necessrios para com os resduos
slidos por eles gerados; Coletar e transportar todos os resduos slidos gerados nas residncias e
estabelecimentos comerciais com caractersticas residenciais;
Tratar os resduos anteriormente citados, de modo a reduzir-lhes o volume e a
periculosidade, bem como propiciar o aproveitamento dos materiais reciclveis
neles contidos;
Dispor adequadamente, em aterro sanitrio a ser implantado em rea
desapropriada pelo municpio, todos os rejeitos das atividades citadas.
5.1. Sistema de limpeza urbana
Os servios de limpeza urbana do municpio so de responsabilidade do
Departamento de Limpeza Publica, subordinado a Secretaria Municipal de Servios
Bsicos (SEMUSB), sendo os servios de varrio, limpeza de terrenos baldios,
limpeza de vias publicas e outros, a cargo da Prefeitura, que acondiciona os resduos
em recipientes estacionrios. J a coleta e transporte de resduos domiciliares
urbanos e resduos slidos especiais urbanos so terceirizados a empresas
particulares. A cobertura dos servios de limpeza alcana 98% dos domiclios. Os
resduos slidos domiciliares e de comrcios so coletados atravs de empresa
particular, diariamente ou em dias alternados dependendo da localidade.
A tcnica utilizada para recolhimento e destinao do lixo domestico segue o
padro nacional aderido por quase todos os municpios do Brasil onde a coleta e feita
atravs caminhes que visitam em perodos pre-determinados as residncias dos
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muncipes, onde passam por procedimento de pesagem e armazenamento e so
destinados lixeira publica da cidade.
Tal procedimento e adotado pela empresa terceirizada da Prefeitura
ECOPORTO, contratada para realizar a coleta dos resduos slidos urbanos (RSU)em Porto Velho, onde seus servios sero prestados pelo perodo de vinte anos,
segundo contrato assinado recentemente.
A coleta de metralha e entulhos e realizada em separado no tendo programa
especifico, apenas o DiskCaamba, servio prestado por cinco empresas
particulares.
Estes resduos so dispostos sem tratamento especial na lixeira publica do
municpio.A coleta dos resduos de servio de sade dos quatro hospitais estaduais, um
Hemocentro estadual e uma Policlnica, tambm estadual, segundo a Secretaria de
Sade do estado, e realizada por empresa particular, totalizando cerca de 2,36
ton/dia.
No existe gerenciamento dos resduos slidos dentro das unidades
hospitalares, por isso sua separao e precria e todo este resduo e incinerado.
5.2. Acondicionamento do lixo domiciliar
Na etapa que precede a coleta externa, os resduos so colocados em locais e
recipientes adequados para serem confinados, evitando acidentes, proliferao de
insetos (moscas, baratas, ratos), animais indesejveis e perigosos.
A forma de acondicionamento de lixo e determinada por sua quantidade,
composio, movimentao; os recipientes devem ser estanques, resistentes e
compatveis com o equipamento de transporte. As formas de acondicionamento
devem acontecer em pequenos volumes atravs de cestos coletores, recipientes
basculantes de calcadas, tambores e sacos plsticos; para os grandes volumes de
resduos gerados, existem contineres.
No lixo domiciliar, a utilizao de sacos plsticos tem a vantagem de evitar o
furto do recipiente rgido (Figura 4.2). Requer menos esforos dos coletores, reduz o
tempo de coleta, impede a reteno da gua de chuva, e diminui a poluio sonora.
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5.3. Coleta de lixo
Segundo informaes do IBGE, os servios de coleta direta ou indireta de lixo
atingiram 95% dos domiclios nas zonas urbanas do Brasil, no ano de 2001, perodoem que o Norte tinha a menor cobertura dentre as regies brasileiras, com pouco
mais que 70% dos domiclios beneficiados. No mesmo perodo, Rondnia coletava
diretamente cerca de 82% do lixo e outros 3% eram coletados indiretamente; pouco
mais que 12% do total eram queimados ou enterrados e 2,0% recebiam outro destino
(EIA UHE SANTO ANTONIO).
Com base nos resultados preliminares do Censo Demogrfico de 2010, do
total de 116.863 domiclios particulares permanentes existentes no municpio dePorto Velho, 104.644 (89,54%) possuem coleta de lixo, 10.649 (9,11%) queimam o
lixo na propriedade, 505 (0,43%) enterram o lixo na propriedade, 474 (0,40%) jogam
em terreno baldio ou logradouro e 202 (0,17%) jogam os resduos domiciliares em
rios (Figura 4.3).
Figura 4.3. Domiclios permanentes com coleta de lixo no municpio de Porto Velho.
Fonte: Departamento de Gesto de Polticas Publicas Ambientais, SEMA (2011).
Verifica-se que, enquanto em 1991 menos de 60% dos domiclios tinham
coleta de resduos, em 2000, 80% dos domiclios contavam com esse servio,
aumentando para 89,54% no ano de 2010. Evoluo positiva nesse aspecto dosaneamento ambiental local e da qualidade de vida urbana. Como consequncia,
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houve diminuio na proporo de outros procedimentos, como queima ou
enterramento de resduos (Tabela 4.5).
Tabela 4.5. Comparao entre as porcentagens de domiclios com coleta de lixo nosanos de 1991, 2000 e 2010 no municpio de Porto Velho
COLETA DE LIXO 1991 2000 2010
Coletado 59,2 80,8 89,54
Queimado 22,4 13,5 9,11
Enterrado 0,7 0,5 0,43
Descartado em terrenos baldios - - 0,40
Descartados em rios - - 0,17
Fonte: IBGE, Censo demogrfico.
Embora os dados preliminares do Censo 2010 apontem para as estatsticas
acima descritas, dados da SEMUSB mostram que apenas 2,0% das residncias de
Porto Velho no so atendidas com o servio de coleta de lixo urbano feito pela
Prefeitura da capital, sendo que a cobertura dos servios de limpeza e coleta
domiciliar alcana 98% dos lares (EIA DO ATERRO SANITARIO DE PORTO VELHO,
2011).
A quantidade coletada corresponde a aproximadamente 250 toneladas/dia de
resduos. A quilometragem media percorrida para a coleta e transporte do lixo
domiciliar e de 1.916,42 km/dia util. Com relao coleta e ao transporte de resduos
de construo e demolio, o servio e feito por particulares, quando de origem
particular.
O entulho depositado em via e logradouro publico ou de origem publica e
removido pela Prefeitura, que detm equipamentos apropriados para a remoo e
transporte deste material. Para uma melhor utilizao do lixo proveniente da
construo civil (entulho) a Prefeitura tem a previso de instalar uma usina de
reciclagem deste material para a produo de agregados com posterior utilizao em
obras publicas sem fins estruturais (EIA DO ATERRO SANITARIO DE PORTO
VELHO, 201).
Os servios de coleta e transporte dos servios de sade existentes na cidade
de Porto Velho so feitos por empresas terceirizadas pela Prefeitura e pelo estado.
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As duas empresas coletam e transportam, diariamente, aproximadamente 2,63
toneladas de resduos, sendo que a terceirizada da Prefeitura e responsvel pela
coleta e transporte dos resduos gerados pelos postos de sade e policlnicas
municipais, que geram aproximadamente 360 kg por dia (MOREIRA et al., 2008).O Plano de Trabalho proposto pela Construtora Marquise atende as exigncias
do Edital de Pr - Qualificao quanto s frequncias e turnos de coleta. Com isso, a
setorizao das reas de coleta seguira a programao definida no Quadro 4.1.
Quadro 4.1. Programao para coleta de resduos slidos pela Construtora
Marquise.
Existe um projeto para implantao da coleta mecanizada, que ser realizada
atravs do fornecimento e instalao de contineres fabricados em polietileno de alta
densidade. O plano de conteinerizao devera considerar o potencial das fontes
geradoras e as condies de acesso s reas de coleta, distribuindo os contentores
em locais estratgicos da cidade de Porto Velho, em conformidade com exigncias
da Prefeitura Municipal.
O s locais de alocao de cada caixa coletora devero considerar as
condicionantes urbanas municipais, instalando-os em reas que no interfiram no
sistema de trafego e na livre circulao de pedestres. Alem disso, ser preservada a
paisagem urbanstica da cidade, por meio da manuteno dos aspectos visuais, tais
como pintura e adesivao.
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Como proposta para a realizao da coleta conteinerizada, atendendo a
capacidade instalada estipulada, a Construtora Marquise planeja implantar a seguinte
quantidade de contineres:
82 contineres fabricados em polietileno de alta densidade (PEAD) de 1.200
litros;
37 contineres metlicos de 5.000 litros, que sero instalados apenas em
ncleos de difcil acesso;
Capacidade total instalada: 283.400 litros.
Quadro 4.2. Quantidade de contineres a serem instalados no municpio de PortoVelho.
Fonte: Plano Definitivo, Construtora Marquise (2011).
5.4. Caracterizao dos resduos slidos
Com relao ao qualitativo do total de lixo coletado, 50,62% so matrias
orgnicas, enquanto que 16,5% referem-se a resduos slidos como vidro (3,50%),
papelo (3,71%), papel (4,1%), plstico rgido (1,27%), plstico pet (1,55%), alumnio
(0,47%) e material ferroso (1,90%). Todo esse material tem grande potencial de
reciclagem. Outros tipos de materiais correspondem a 31,65% do lixo que e recolhido
em Porto Velho (Figura 4.4). O municpio no possui programas de coleta seletiva,
bem como no dispe de industrial de transformao de material reciclvel; desta
forma, o material coletado, principalmente por catadores, e enviado para So Paulo
PET, metais e vidros e Manaus papel e papelo (EIA DO ATERRO SANITARIO
DE PORTO VELHO, 2011).
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Figura 4.4. Caracterizao qualitativa de resduos slidos do municpio de Porto
Velho.
Fonte: Diviso de Monitoramento da Qualidade Ambiental, SEMA (2011).
Em relao ao quantitativo de gerao de resduos slidos, na Tabela 4.5 e
apresentado um resumo do quantitativo da gerao de resduo por tipo de material,
dados referentes ao ano de 2002.
Tabela 4.5. Resumo do quantitativo da gerao de resduos por tipo de material em
2002.
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5.5. Destinao final
Em Rondnia, o maior problema do lixo refere-se destinao final, uma vez
que no existe nenhum municpio com um sistema de eliminao adequada dosresduos; a maior parte das prefeituras recolhe o lixo com caminho comum ou
caambas, colocando-o a cu aberto ou utilizando sistema de aterro sanitrio, porem
sem tecnologia apropriada. Ressalta-se que o IBGE considera destino adequado ao
lixo a sua disposio final em aterros sanitrios, estaes de triagem, reciclagem e
compostagem, e sua incinerao por meio de equipamentos e procedimentos
prprios para esse fim (EIA DOS APROVEITAMENTOS HIDRELETRICOS DO RIO
MADEIRA, 2006).Atualmente, o destino final dos resduos slidos urbanos coletados no
municpio e uma rea total de 51,00 hectares e uma rea til de 25 hectares,
denominado lixeira publica de Porto Velho, localizado no Km 13 da BR-364,
margem direita, sentido Porto Velho/Rio Branco, cerca de 12 km, distante do
permetro urbano, sob as coordenadas geogrficas S08o5040,29 W63o557,79 W
S08o5106,41 W63o5628,39 (MOREIRA et al., 2008).
O lixo e depositado sem nenhuma forma de tratamento (compostagem,
reciclagem, incinerao ou manta impermeabilizante) sendo, portanto, caracterizado
como lixo.
A inexistncia de estruturas apropriadas e de procedimentos adequados para o
controle do local possibilita: a presena de catadores no local e a entrada de
estranhos para a descarga de resduos (os vrios tipos de materiais so depositados
aleatoriamente no lixo, sem que haja qualquer zoneamento orientativo); a constante
queima dos resduos depositados com gerao de grande quantidade de fumaa, que
causa srios incmodos populao vizinha, sobretudo no perodo noturno;
instalao de moradias em rea externa contigua ao lixo, no setor leste (entre o
lixo e a BR-364); o excesso de vetores (moscas e baratas) potenciais transmissores
de vrus e bactrias, bem como a presena de roedores, que encontram no local
habitatfavorvel em funo da existncia de abrigo, gua e alimento (MOREIRA ET
al., 2008).
No entanto, a cidade de Porto Velho ser contemplada com um aterro
sanitrio, cujo mesmo esta em andamento e ter sua denominao de Central de
Tratamento e Disposio de Resduos de Porto Velho ( CTR Porto Velho) e que ser
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implantada em frente ao atual lixo de Vila Princesa, cujo acesso se da pela rodovia
federal BR-364 (sentido Rio Branco/AC) no km 10.
Segundo o EIA/RIMA 2011 do aterro sanitrio, o CTR Porto Velho esta
projetado com base:Norma Tcnica Brasileira da ABNT, NBR 8.419 - Apresentao de projetos
de aterros sanitrios de resduos slidos urbanos, tendo ento como objetivo o
recebimento dos resduos slidos de origem domiciliar, publica e hospitalar, varrio
de vias publicas, limpeza de feiras, mercados, reas aps eventos e jardins, limpeza
de cemitrios, limpeza de terrenos baldios, de canais e rios, poda de arvores,
remoo de animais mortos, capina e rolagem.
Na rea do CTR Porto Velho devero ser construdos, alm do aterro sanitriode resduos urbanos, as estruturas de apoio como Balana, Guarita, Oficina e Galpo
para Autoclave de Tratamento de Resduos de Sade (Relatrio de Impacto
Ambiental RIMA, 2011).
A gleba onde ser implantado o CTR Porto Velho se encontra dentro da zona
de expanso urbana do setor sul na margem esquerda da rodovia da BR-364 e conta
com caractersticas antropizada que e caracterizada pela presena de terra extrada,
pastagens e mata secundaria.
Ainda de acordo com o estudo citado anteriormente a rea escolhida para a
implantao do aterro esta localizada dentro da rea de Segurana Aeroporturia, e
fora da rea do cone de aproximao e decolagem.
5.6. Especificao dos servios e responsabilidades da empresa contratada
pela Prefeitura Construtora Marquise (ECOPORTO)
Os resduos slidos selecionados para coleta, transporte, tratamento e
destinao final so:
a) Resduos slidos das unidades unifamiliares e multifamiliares em geral,
inclusive os resultantes de pequenas podas de jardins;
b) Resduos slidos originrios de estabelecimentos pblicos, institucionais, de
prestao de servios, comerciais, industriais e de estabelecimentos de sade,
com caractersticas de Classe 2 NBR 10.004 da Associao Brasileira de
Normas Tcnicas (ABNT), cujos volumes produzidos por cada unidade
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geradora sejam compatveis com recipientes adotados de ate 100 litros,
excetuando-se os resduos infectantes da rea de sade e congneres;
c) Entulho, terra e sobra de materiais, resduos inertes Classe 3 NBR 1.004 da
Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), limitando-se a quantidademxima diria de 50 quilos por unidade geradora, desde que devidamente
acondicionado;
d) Restos de mobilirio, utenslios, mudanas e outros similares desde que
devidamente acondicionados em recipientes de ate 100 litros;
e) Resduos slidos originrios de feiras livres e mercados, desde que
corretamente acondicionados.
f) No so compreendidos na conceituao de resduos slidos domiciliares paraefeito de remoo: terra, areia, entulho de obras publicas ou particulares, cuja
quantidade exceda a 100 litros por dia.
5.7. Resduo industrial
So provenientes de construo, reformas, reparos e demolies de obras de
construo civil e os resultantes de preparao e da escavao de terrenos, tais
como: tijolos, blocos cermicos, concreto, solos rocha, metais, resina, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros argamassa, gesso, telhas, pavimento asfaltico,
vidros plsticos, tubulaes, afiao eltrica, entulho de obras etc.
A disposio inadequada pode provocar a proliferao de vetores e insetos
causadores de doenas, aumento no custo de limpeza urbana, provocando impactos
ambientais e sanitrios. A RESOLUCAO CONAMA no 307, de 05/07/2002,
estabelece diretrizes, critrios e procedimentos para a gesto dos resduos da
construo civil e dispe ainda sobre a determinao de que os resduos no
podero ser dispostos em aterros de resduos domiciliares, em reas de bota-fora,
em encostas, corpos dgua, lotes vagos e em reas protegidas por lei.
Entretanto o que se observa e que na ausncia do aterro sanitrio (projeto de
execuo iniciado), os resduos provenientes da construo civil na cidade de Porto
Velho so dispostos na lixeira publica, onde todo resduo e despejado junto com
outros materiais.
Segundo a legislao vigente, e de responsabilidade do gerador tomar as
devidas providencias sobre os resduos gerados por seu empreendimento. Portanto
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os comerciantes devem contratar servios particulares de empresas que fazem a
coleta, transporte, e destinao final.
5.8. Resduo hospitalar ou de servios de sade
No Brasil, a maior parte dos resduos slidos gerados e disposta de forma
inadequada no ambiente, o que, do ponto de vista sanitrio e epidemiolgico, e o
grande responsvel pela transmisso de doenas, tais como as salmoneloses, febre
tifoide, clera, leptospirose, giardase, diarreias, dentre outras. Esta situao gera
riscos a sade publica e degrada o meio ambiente. O Brasil produz cerca de 228.413
toneladas de lixo por dia, sendo que 1,0 a 3,0% desse total e produzido nosestabelecimentos de sade e, deles, 25% a 10% representam risco. Com a
destinao correta do resduo, e possvel tambm reduzir o risco de contaminao do
lixo comum.
Segundo relatrios da Secretaria Municipal de Servios Bsicos (SEMUSB) a
media anual de coleta hospitalar em 2010 chegou a 214,56 (t/ano), e do comeo do
ano ao presente momento, 195,84 t/ano. A Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria
estabeleceu, por meio da Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) no 33, de 25 de
fevereiro de 2003, a regulamentao tcnica para o gerenciamento de resduos
gerados pelos servios de sade, determinando tambm as responsabilidades legais
no que se refere ao manuseio, tratamento e destinao final destes resduos. O
destino a ser dado aos resduos gerados pelos servios de sade levanta srios
problemas. Atendendo a sua natureza, uma parte considervel esta contaminada por
via biolgica, outra por via qumica e outra por via radioativa. Perigosa no s por
suas caractersticas, mas tambm em razo do seu volume.
A legislao que regula as normas de controle e destinao destes resduos foi
estabelecida em conjunto com a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT),
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Agencia Nacional de Vigilncia
Sanitria (ANVISA) e os rgos estaduais de proteo ao meio ambiente. A
Resoluo da Diretoria Colegiada n 33, publicada pela ANVISA em 25 de fevereiro
de 2003, condensa toda a legislao referente ao assunto e estabelece os
parmetros para o gerenciamento dos resduos dos servios de sade, assim como
as penalidades aplicadas aos infratores.
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A questo acerca da destinao segura dos resduos gerados assume grande
importncia, em funo da necessidade de salubridade do meio, da preservao
ambiental e em ultima analise, da sobrevivncia do homem.
Diante dos fatos e cientes da correlao entre lixo, degradao, poluioambiental e doena, e de extrema importncia adoo de uma poltica publica que
atenda as necessidades de saneamento bsico da sociedade. Para efeito desta
proposta tcnica, definem-se como geradores de resduos dos servios da sade
todos os estabelecimentos municipais que prestem atendimento a sade humana, os
quais esto relacionados e definidos nesta proposta.
Todas as Unidades de Sade, geradoras de rejeitos hospitalares ou
ambulatoriais, devem adotar um Programa de Gerenciamento de Resduos deServios de Sade (PGRSS), que se constitui num conjunto de procedimentos
elaborados para seu gerenciamento, planejados e implementados com o objetivo de
minimizar a produo dos Resduos dos Servios de Sade e proporcionar uma
destinao segura e eficiente destes resduos, visando preservao da sade
publica, dos recursos naturais, do meio ambiente e do publico interno e externo das
instituies consideradas. Caber, ainda, ao responsvel legal dos estabelecimentos,
a responsabilidade pelo gerenciamento de seus resduos desde a gerao ate a
disposio final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de sade publica.
Uma classificao adequada dos resduos da sade permite que seu manuseio
seja eficiente, econmico e seguro. Ainda, facilita sua apropriada segregao,
reduzindo os riscos sanitrios e tornando mais eficiente o seu processo de
gerenciamento. A classificao dos refugos hospitalares, objetiva destacar a
composio destes resduos de acordo com as suas caractersticas biolgicas,
fsicas, qumicas, estado da matria e origem, para o seu manuseio seguro. A
classificao adotada e baseada na Resoluo CONAMA n 5, de agosto de 1993,
Resoluo CONAMA 283, de julho de 2001, Resoluo CONAMA 358, de abril de
2005, na NBR 10.004 da ABNT Resduos Slidos Classificao, de setembro de
1987 e na NBR 12.808 da ABNT, de janeiro de 1993.
Seguindo a determinao da Resoluo CONAMA No 358/2005, que
estabelece procedimentos mnimos para o gerenciamento de resduos slidos
oriundos de servios de sade, a empresa prestadora de servio para a Prefeitura
prope plano de coleta e transporte de resduos dos servios de sade dos
estabelecimentos municipais localizados na rea urbana do municpio de Porto Velho,
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segundo as NBRs 12.807, 12.808, 12.809 da Associao Brasileira de Normas
Tcnicas (ABNT). Como contrapartida, as unidades de sade seguiro as Normas
Tcnicas da ABNT quanto separao dos resduos, transporte interno,
armazenamento e acondicionamento de resduos infectantes. Os resduos slidosdevem ser acondicionados em sacos plsticos brancos, conforme normas da ABNT
NBR 12.810, 9.190 e 9.191 e disponveis para a coleta externa nos horrios
programados.
Quadro 4.3. Estabelecimentos pblicos de sade no municpio de Porto Velho que
sero contemplados pela coleta de resduos de sade da empresa prestadora de
servios pblicos para a Prefeitura Construtora Marquise.
Os servios de coleta e transporte dos resduos de servios de sade
consistem no recolhimento e remoo dos resduos spticos gerados em
estabelecimentos hospitalares municipais, devidamente acondicionados em sacos
plsticos especiais, conforme NBR 9.190 da ABNT, e executada por veculos leves
exclusivos, de forma a no ocorrer problemas de espalhamento de resduos e
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derramamento de lquidos percolados nas vias publicas. A frequncia de atendimento
de cada estabelecimento relacionado no Quadro 4.3 ser alternada, trs vezes por
semana. Os itinerrios elaborados tomaram como base a otimizao dos trajetos
produtivos, bem como os horrios convenientes para atendimento a cada unidadehospitalar.
A coleta externa ser executada por veiculo tipo furgo, sendo realizada
estritamente de acordo com as determinaes do itinerrio estabelecido pelo sistema
de otimizao de rotas, observando os procedimentos bsicos ora descritos.
Nas operaes de recolhimento, o motorista devera estacionar o veiculo o
mais prximo possvel do estabelecimento. Nesta fase, o motorista do veiculo coletor
ser orientado para verificar as condies em que os resduos estaro dispostos. Emseguida, o coletor devera retirar os sacos plsticos depositados na rea de
armazenamento interno da unidade atendida, um de cada vez, segurando sua borda
acima do ponto de amarrao com os braos ao longo do seu corpo e o mais distante
possvel das pernas.
Os resduos sero transportados e acomodados no ba de carga do veiculo,
colocando os sacos mais densos abaixo dos mais leves.
Os resduos que no se encontrarem devidamente embalados sero ensacados pela
equipe de coleta em sacos plsticos brancos leitosos saco para acondicionamento
de resduos slidos hospitalares/infectantes, constitudo de Polietileno de Alta
Densidade (PEAD) virgem, oferecendo uma perfeita resistncia mecnica e
proporcionando a opacidade necessria aplicao. A solda de fundo de tipo
estrela, contnua, homognea e uniforme vedando completamente e no permitindo a
perda do contedo durante o manuseio contendo o smbolo de resduo infectante,
devendo ser prontamente removido para o ba de carga do veiculo.
Ate a completa implantao do sistema de tratamento, os resduos sero
destinados vala sptica no atual aterro. Os procedimentos de descarrego dos
resduos processar-se-o da seguinte forma:
No momento da chegada a rea de disposio, o veiculo ser pesado e,
posteriormente, direcionado a vala sptica, respeitando o limite de velocidade
das vias de acesso;
O veiculo devera ser disposto de tal forma que a porta traseira da unidade de
acomodao de resduos esteja voltada para o local destinado a disposio
dos rejeitos. Desta maneira, o coletor devera abrir cuidadosamente a porta
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traseira e descarregar, individualmente, os sacos acomodados no ba de
carga. Este procedimento ser realizado ate que todos os materiais sejam
despejados, de modo ordenado, na vala sptica;
Na sequencia, o veiculo (Figura 4.5) seguira novamente para a estao da
balana, onde ser estabelecida a tara de pesagem, permitindo a
determinao do peso liquido dos resduos dispostos, que ser registrado no
Controle Dirio de Coleta (CDC).
Figura 4.5. Modelo de veiculo condutor de resduos de sade.
Fonte: Construtora Marquise.
Todo material de sade recolhido pela empresa prestadora de servio para a
Prefeitura e recolhido por um veiculo com formato de ba, totalmente fechado para
evitar qualquer vazamento, sendo encaminhado para a lixeira publica de Porto Velho
em um espao separado dos outros, porem sem qualquer tratamento adequado como
a incinerao. Os resduos ficam expostos a cu aberto e em contato direto com o
solo podendo ocorrer infiltrao direta do Chorume contaminando as guas
subterrneas, tornando-as imprprias para qualquer utilizao.
5.9. Medidas de reciclagem
Recentemente foi assinado o Decreto no 12.020, de 14 de marco de 2011 que
institui a separao dos resduos reciclveis descartados pelos rgos e entidades
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da administrao publica municipal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua
destinao as associaes e cooperativas dos catadores de materiais reciclaveis, e
da outras providencias, assim a sociedade pode se espelhar nas aes da Prefeitura
para praticar a coleta seletiva em suas prprias casas.A coleta seletiva tem por objetivo reaproveitar materiais descartados pelos
municpios com potencial de reutilizao, tais como papel, papelo, plstico, vidros e
metais. A implantao da coleta seletiva acontece nos conjuntos Alphaville, Rio
Candeias, parte do bairro Ulisses Guimares, Jardim Santana, que esto em fase de
teste e, a partir de agosto de 2011, foram adicionados mais quatro conjuntos
gradativamente, sendo eles os conjuntos Santo Antonio, Marechal Rondon, Odacir
Soares, Chagas Neto, e assim sucessivamente ate que seja implantada em toda acidade.
A separao dos resduos secos ou inertes dos rejeitos midos (matria
orgnica) e fundamental para a implementao da coleta diferenciada. Para isso, a
segregao dos resduos pelas fontes geradoras e seu correto acondicionamento
propiciam a execuo da coleta seletiva com elevado nvel de produtividade, bem
como facilita o desenvolvimento do sistema integrado de coleta.
A ampla participao da populao no que se refere segregao e
acondicionamento dos resduos e ponto fundamental do qual dependera o sucesso
do plano ora descrito.
Desta forma, antes da implantao da coleta seletiva a empresa prestadora de
servios da Prefeitura realizara um programa de conscientizao e esclarecimento da
comunidade atendida, a fim de orientar quanto aos procedimentos de separao e
acondicionamento dos resduos. Os rejeitos orgnicos devem ser dispostos para
coleta regular dos resduos domiciliares, enquanto os materiais passiveis de
reaproveitamento sero recolhidos pela equipe de coleta diferenciada.
A catao e a separao do lixo so realizadas manualmente, diretamente nas
pilhas de lixo, sendo aproveitados os materiais como papelo, plsticos, alumnio,
cobre e bronze. Foi estimada a presena de aproximadamente 20 catadores no dia
da visita a rea. O material selecionado e comercializado pelos prprios catadores no
local.
Em Porto Velho no existe sistema adequado de triagem de material, sendo
esse processo realizado pelas cooperativas da Vila Princesa, bairro localizado junto
lixeira municipal de Porto Velho. A venda de materiais e feita pelos atravessadores,
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sendo esses materiais especficos, que sero citados na Tabela 4.5 na seo
seguinte.
5.10. Cooperativas de reciclagem
Segundo a Coordenadora de Finanas da Cooperativa CATA NORTE , a
senhora Irene da Silva Andre, conta em media com 280 cooperados que se
encontram distribudos em duas associaes de catadores: a Associao de
Catadores de Materiais Reciclaveis da Vila Princesa (ASCAVIP) e a UNIDOS PELA
VIDA . A ASCAVIP conta em media com 220 catadores que trabalham
exclusivamente no lixo da Vila Princesa, sem a necessidade de coletar nas ruas.
Tabela 4.5. Preo estimado dos materiais reciclaveis segundo a Coordenadora de
Finanas da CATA NORTE .
A UNIDOS PELA VIDA conta com cerca de 30 catadores que trabalham nas
ruas e utilizam o interior de suas prprias casas para fazerem de depsitos ate que
acumulem quantidade suficiente para que possam vender aos atravessadores, ondeso explorados recebendo pelo seu material de forma desigual ao valor real de
mercado. Uma pequena parcela dos materiais reciclaveis prev oficialmente da
INFRAERO , onde se pode contar com o material em condies de maneja-lo sem
que seja preciso o tratamento diferenciado, ou seja, limpo e separado, pronto para
prensa e venda. Existe doao informal de algumas instituies como a DYDYO,
COIMBRA, GONCALVES, SADIA, que fornecem materiais de carter reciclvel como
as garrafas tipo PET e sacolas plsticas em um s entulho, sendo necessria separao destes materiais. Esta doao no e registrada oficialmente.
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A coordenadora ainda revela que 100 fardos de garrafas PET prensados
pesam em media 200 kg. Cada carreta carregada transporta em media 14.986 kg.
Mensalmente so carregadas de quatro a cinco carretas de garrafas PET, onde
calcula-se que saem 50 toneladas de garrafas PET para venda fora do estado. Osdemais materiais no so transportados em carretas, mas pelos meios de transportes
dos atravessadores.
A equipe de guarnio que realizara os servios de coleta seletiva ser
constituda por um motorista, trs coletores e um caminho compactador de carga
traseira com 15 m3, devidamente identificado com adesivos e frases educativas que
diferenciem os servios da coleta domiciliar regular, em conformidade com exigncias
da Prefeitura Municipal. Ser providenciada diariamente a lavagem e desinfeco docaminho, deixando-o isento de substancias nocivas a sade humana.
A coleta diferenciada ser realizada apenas no perodo diurno, uma vez por
semana nas reas programadas, em horrio diferente da coleta regular manual. Nos
setores em que a frequncia de coleta for diria ou alternada, ser acrescentada uma
passagem do veiculo para realizar o recolhimento dos materiais reciclaveis.
Os coletores da CAPATA ZIA recolhem os resduos reciclaveis devidamente
acondicionados e os transportam a praa de carga do veiculo compactador. Para
isso, sero dimensionados itinerrios que reduzam os trajetos improdutivos e
otimizem o tempo de trabalho, contemplando todas as vias relacionadas. Aps
completar uma carga, os materiais reciclaveis sero encaminhados a Central de
Triagem, situada na Lixeira Publica Municipal, para que sejam processados e/ou
beneficiados.
5.11. Incinerao empregada
A incinerao e outra forma de tratamento, tem sido usada especificamente
para tratar Resduos de Servio de Sade (RSS) e os de portos e aeroportos. As
poucas usinas de incinerao existentes, em geral, no atendem a legislao
ambiental que estabelece parmetros de emisso para evitar a poluio do ar.
Atualmente, esto em funcionamento no estado de Rondnia dois
incineradores: um no Hospital da Guarnio (Hospital Militar da Forca Area) e outro
de empresa particular com capacidade media de 240 litros/dia, terceirizando servios
para o estado.
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No entanto observa-se que esse servio e exclusivo a esses locais, e quando
requisitado presta assistncia ao governo.
6. AVALIAO DA REA DE DISPOSIO FINAL DOS RESDUOS SLIDOSDOMSTICOS, INDUSTRIAIS E HOSPITALARES DO MUNICPIO DE PORTO
VELHO
Devido forma de disposio final de resduos slidos anteriormente descrita e
a presso antrpica, a rea do lixo tem sofrido considerveis modificaes
ambientais, que vo desde o aumento do desmatamento na rea de entorno ate o
aterramento de nascentes. Neste cenrio, alguns estudos foram desenvolvidosvisando constatar os nveis de contaminao desta rea. Um exemplo e o trabalho
realizado por Martins & Santos (2007), intitulado Avaliao de Impacto Ambiental
na lixeira urbana de Porto Velho/RO atravs de estudos de parmetros fsico-
qumicos, bacteriolgicos e de metais pesados, o qual diagnosticou a
contaminao por metais pesados (Cd, Pb, Fe, Cr, Zn, Co, Hg e Mn) no solo e a
contaminao bacteriolgica em corpos dgua adjacentes ao lixo de Porto Velho.
Os principais resultados obtidos pelas autoras so expostos a seguir.
6.1. Avaliao bacteriolgica
Foram realizadas analises bacteriolgicas da gua por um perodo de um ano,
com coletas bimestrais em seis pontos distintos. Os resultados de coliformes fecais
foram maiores nos meses de janeiro, marco e abril, correspondente ao perodo de
cheia.
No perodo de vazante (setembro e novembro) houve um decrscimo nos
coliformes fecais (Figura 4.6). O ponto 3 correspondente a uma rea alagadia,
comum na regio amaznica, e se destacou independente da sazonalidade. O ponto
6 apresentou baixos ndices de coliformes fecais, devido ao fato deste pequeno
igarap estar isolado. Os nmeros mais provveis (NMP) de coliformes fecais
apresentaram media de 1.460/mL, portanto, se comportando numa posio
intermediaria, no se enquadrando na categoria de satisfatria e nem imprpria para
balneabilidade (Tabela 4.7).
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Figura 4.6. Nveis de coliformes fecais nos perodos de vazante e cheia nos seis
pontos avaliados.
A avaliao bacteriolgica realizada no igarap nos pontos mais prximos ao
lixo apresentou resultados de numero de coliformes fecais por NMP de
colnias/100ml que ultrapassaram a categoria de satisfatria para balneabilidade,
mas que no se enquadrou como imprpria para balneabilidade, sendo o perodo de
cheia o mais critico. Por estar prximo ao igarap fazem-se necessrias medidas
imediatas no lixo que impeam a perda de chorume para o corpo dgua (MARTI NS
& SANTO S, 2007).
6.2. Metais pesados no solo
Foram realizadas analises por espectrofotometria de absoro atmica para
verificar os teores de metais pesados nas matrizes de solo e chorume. O s resultados
mostraram que a concentrao media de todos os elementos foi maior no perodo
chuvoso (com exceo do Fe) do que no de seca (Tabela 4.8). Com o aumento da
pluviosidade os elementos qumicos tendem a tornarem-se mais disponveis no solo,
alem disso, o chorume torna-se mais abundante e acaba carreando esses elementos
com maior intensidade (HYPOLITO & NASCIMENTO , 2004).
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Tabela 4.8. Comparao entre os teores mdios de metais nos perodos seco e
chuvoso no solo do lixo de Porto Velho (RO).
Os teores mais elevados de todos os elementos durante o perodo de seca
foram encontrados em uma das casas da Vila Princesa, exceto no caso do Cr e do
Fe. Esses altos valores exigem que seja realizada uma averiguao mais detalhada
para saber o que esta ocasionando tal concentrao. Tal evento pode estar
associado questo de que o local onde se encontram as casas da Vila Princesa,
tambm j foi utilizado para deposio de lixo no passado, de acordo com relato demoradores. Durante o perodo chuvoso constatou-se uma diminuio nesses valores.
J no perodo de chuva as concentraes mais elevadas de todos os
elementos foram observadas no ponto 6, exceto no caso do Mn. Isso pode ser
facilmente compreendido, uma vez que este ponto compreende uma clula que havia
sido desativada ha pouco tempo, estando ainda sob forte influencia do lixo outrora ali
depositado. Durante o perodo de seca havia muitas latas queimadas no local, e
provvel que com o auxilio dos lquidos percolados tenha havido maiordisponibilizao desses elementos para o solo.
Alguns metais presentes no solo do lixo apresentaram concentraes acima
dos limites propostos pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(CETESB) para uso agrcola, o que causa preocupao, uma vez que os moradores
usam o mesmo solo para o plantio de frutas e tubrculos, que fazem parte do
sustento de suas famlias.
O s resultados obtidos por Martins & Santos (2007) mostraram ainda que o
chorume apresentou elevada contaminao microbiolgica, fato este que contribui
para um agravamento na degradao ambiental e tambm para um
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comprometimento na qualidade de vida da populao residente naquelas
proximidades. Alem disso, ao serem utilizados valores de outros estados como
referencia, foram evidenciadas concentraes de alguns elementos qumicos que
superaram os valores mximos estabelecidos legalmente.A tendncia natural do chorume, atravs do processo de lixiviao, e de se
concentrar na parte inferior do deposito, o que acontece no lixo. O solo deve atuar
como um filtro, sendo indispensvel sua baixa permeabilidade medida que o
chorume se movimenta atravs dele, para reduzir seu poder contaminante.
O solo onde esta instalada a lixeira publica de Porto Velho apresenta de boa a alta
permeabilidade, tendo como principais litologias os lateritos e a formao Jaci
Paran, que apresentam esta particularidade. Sendo assim, levando-se emconsiderao a necessidade de baixa permeabilidade do solo para uma deposio de
resduos mais segura, as caractersticas das litologias presentes na rea de estudo
somado aos resultados obtidos neste estudo, considera-se que o lugar utilizado para
deposio de lixo no e adequado para a finalidade a que se destina, reforando o
alerta registrado por Neubaueret al. (1999).
6.3. Ocupao na vila princesa
Na rea de domnio do deposito e prximo s reas de disposio ocorreu
uma ocupao desordenada por pessoas de baixa renda, que atuavam como
catadores de material reciclvel. O local foi denominado de Vila Princesa. Atualmente
a vila possui luz eltrica e uma escola para alfabetizao de crianas e adultos. Uma
avaliao preliminar indicou a existncia de aproximadamente 30 moradias, sendo
que a maior parte destas construdos diretamente sobre o lixo aterrado.
Segundo moradores a nica fonte de renda desta populao e a coleta de
material reciclvel existente no lixo. A Figura 4.6 representa uma das moradias
existentes na Vila Princesa e na Figura 4.7 e possvel visualizar a atuao dos
catadores de lixo.
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Figura 4.6. Vila princesa (Municpio de Porto Velho).
Fonte: Lucinara Camargo
Figura 4.7. Catadores na vila princesa no interior da lixeira publica de Porto Velho.
Fonte: Lucinara Camargo
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A gua para abastecimento desta comunidade e coletada em baldes por
moradores em uma fonte situada a aproximadamente 1.500 m a jusante do lixo. A
referida fonte da origem a um pequeno igarap que no tem relao direta com a
rea do deposito de lixo. No centro da rea ocupada, onde ocorre um espessoLatossolo, foi escavado um poo tipo amazonas com profundidade de 11 metros.
Entretanto, em funo da profundidade do lenol fretico neste local no foi possvel
coletar gua. A profundidade deste lenol fretico e um dos poucos pontos positivos
verificados para a rea, considerando-se o tipo de uso atual.
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7. CONCLUSO
A rea que serve como deposito de lixo no pode ser considerada como ponto
final para muitas substancias contidas nos resduos. Uma vez atingidos osvrios compartimentos ambientais (solo, gua, ar etc.), tais substancias sero
transportadas para outras reas, podendo, ate mesmo, entrar na cadeia
alimentar e atingir o homem (SISINNO & OLIVEIRA, 2003). Varias dessas
substancias no so biodegradveis e em alguns casos potencializam sua
toxicidade, a exemplo do mercrio que pode se transformar quimicamente em
sua forma mais toxica (metil-mercrio), por ao de micro-organismos (BASTO
S & LACERDA , 2004);
Esta modalidade de disposio final e um dos tipos mais utilizados, devido aos
custos operacionais e aos investimentos de implantao e operao serem
relativamente baixos, no havendo qualquer tipo de separao entre resduos
orgnicos e inorgnicos, os quais so coletados por catadores de forma
conjunta (NEUBAUER et al., 1999 apudMARTI NS & SANTO S, 2007);
Fica evidente que o referido local (lixeira publica)no e adequado para a
disposio dos resduos, considerando-se os critrios constantes na
LegislaoAmbiental Federal no que se refere a distancia de corpos dgua e
a presena de vegetao de preservao permanente. O tipo de solo que
ocorre na rea, do ponto de vista geolgico e geotrmico, no e adequado
para constituir base de deposito de resduos slidos sem devida
impermeabilizao, uma vez que e permevel e permite a infiltrao do
chorume no substrato, fato este que ocasiona a contaminao dos recursos
hdricos subterrneos;
Esta poro do municpio apresenta ainda vegetao nativa parcialmente
preservada, abriga varias reas de nascentes, e seu substrato constitui uma
importante unidade aqufera. Por todos os fatores citados, somando-se o fato
de que a rea possui precrias condies de infraestrutura para
operacionalizao e controle, bem como tambm gera conflitos de uso do solo
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com outras atividades desenvolvidas na regio, recomenda-se a desativao
deste deposito;
Apesar de a prpria SEMA estar tomando providencias com relao reciclagem, coleta seletiva e a implantao do aterro sanitrio, ainda e pouco
para a demanda atual. A populao dos bairros onde j esta sendo aplicada a
coleta passou por um treinamento em suas residncias, que ensina a
manipular seus resduos separando o lixo mido do lixo seco. Segundo
informaes dos prprios catadores, os resduos slidos provindos desses
bairros chegam ao seu destino final ainda sem a separao adequada para o
trabalho de reciclagem;
Embora o programa de coleta seletiva seja considerado como ao inovadora
na cidade de Porto Velho, deve-se levar em conta que o processo de
conscientizao da populao exige tempo, sendo os resultados obtidos a
longo prazo;
Quanto s medidas de incinerao, no existe nenhum sistema instalado no
municpio sob responsabilidade da Prefeitura. Todas as incineraes sorealizadas por empresas terceirizadas quando solicitadas e, ainda assim,
sendo a demanda muito grande, no so atendidas adequadamente.
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8. RECOMENDAES
Aplicar com maior intensidade a educao ambiental com relao aos
procedimentos de separao do lixo mido e seco nas casas dos muncipes. Amaior vinculao e fixao dos procedimentos dar-se-iam por meio televisivo;
Agilizar a efetivao do aterro sanitrio de forma que seja equiparado ao
andamento da conscientizao da populao (educao ambiental) com
relao separao do lixo, para, quando o aterro estiver em pleno
funcionamento, os resduos cheguem prontos para reciclar e o restante para
compostagem e destinao adequada;
Promover pesquisas que possam identificar mais profundamente os altos
teores de metais pesados encontrados no solo das casas da Vila Princesa
(Lixeira Publica Municipal de Porto Velho/RO);
Desenvolver mecanismos de incentivo para tornar digno o trabalho de
catadores dos materiais reciclaveis, assim como produtivo, de forma a diminuir
a demanda de materiais reciclaveis.
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9. REFERNCIAS
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR 10.004, 2004.
Disponvel em < www.abnt.org.br> Acesso em outubro de 2011.
BASTO S, W.R.; LACERDA , L.D. A contaminao por mercrio na Bacia do Rio
Madeira: uma breve reviso. Geochimica Brasiliensis, v.18, p. 99-114, 2004.
BRAGA, B. et al. Introduo Engenharia Ambiental. 2a ed. So Paulo. Pratice
Hall, 2002.
CONFERENCIA DA S NACOES UNIDA S SOBRE O MEIO AMBIENTE E O
DESENVOLVIMENTO (CNUMAD). Agenda 21. 1992. Disponvel em
. Acesso em outubro de 2011.
CONSTRUTORA MARQUISE. Plano de Trabalho Definitivo. Porto Velho,
Rondnia.
FERREIRA, J.A. Resduos Slidos: Perspectivas Atuais. In: SISINNO, C.L.S.;
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de Janeiro: FIOCRU Z, p. 19-40, 2000.
INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRACAO MUNICIPAL (IBAM). Manual de
Gerenciamento Integrado de resduos slidos. Rio de Janeiro: IBAM, 200p, 2001.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT ISTICAS (IBGE). Censo
Demogrfico 2002. Disponvel em Acesso em outubro de 2011.
JGP CONSULTORIA E PARTI CIPACOES LTDA & AMAGGI EXPORTA CAO E
IMPORTA CAO LTDA . Estudo de Impacto Ambiental do Terminal Porturio
Importao Privativo da Amaggi Exportao e Importao. v 1, 161 p, 2011.
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