relatório final de estágio

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Instituto Politécnico de Santarém Escola Superior de Educação de Santarém Licenciatura em Educação Social 3.º Ano 2.º Semestre Unidade Curricular: Estágio IV Relatório Final Projeto de Intervenção: “Oficina Social” Docentes: Leonor Teixeira Lia Pappamikail Marta Tagarro Discente: Ana Chíxaro, n.º110243017 Santarém, 17 de junho de 2014 Fonte: http://portaldoenvelhecimento.org.br/uploads/images/Junho2013/pesquisa-propoe-recursos-para- ajudar-adultos-e-idosos-a-usarem-a-internet-fotodestaque.jpg.

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Autoria: Ana Fílipa ChíxaroES 2014 | ESES

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  • RELATRIO FINAL

    Instituto Politcnico de Santarm

    Escola Superior de Educao de Santarm

    Licenciatura em Educao Social 3. Ano 2. Semestre

    Unidade Curricular: Estgio IV

    Relatrio Final

    Projeto de Interveno: Oficina Social

    Docentes:

    Leonor Teixeira

    Lia Pappamikail

    Marta Tagarro

    Discente:

    Ana Chxaro, n.110243017

    Santarm, 17 de junho de 2014

    Fonte: http://portaldoenvelhecimento.org.br/uploads/images/Junho2013/pesquisa-propoe-recursos-para-

    ajudar-adultos-e-idosos-a-usarem-a-internet-fotodestaque.jpg.

  • RELATRIO FINAL i

    Agradecimentos

    Em primeiro lugar, gostaria de agradecer Dr.

    Maria Alice Rodrigues e ao Sr. Provedor Manuel

    Joo Frazo pela ajuda e disponibilidade que

    sempre demonstraram ao longo do estgio

    curricular.

    Agradeo tambm a toda a restante equipa

    multidisciplinar aos e utentes da Santa Casa da

    Misericrdia de Pernes por todo o apoio e

    colaborao prestada.

    Por ltimo, e no menos importante, agradeo s

    docentes responsveis pelos estgios,

    nomeadamente Leonor Teixeira, Lia Pappamikail

    e Marta Tagarro e equipa do Projeto Cidadania

    Ativa Avs 2.0 da Escola Superior de Educao

    de Santarm.

  • RELATRIO FINAL ii

    Pensamento

    Promover o envelhecimento activo significa

    criar melhores oportunidades para que as

    mulheres e os homens mais velhos desempenhem

    o seu papel no mercado de trabalho, combater a

    pobreza, sobretudo das mulheres, e a excluso

    social, encorajar o voluntariado e a participao

    activa na vida familiar e na sociedade, e

    incentivar o envelhecimento com dignidade.

    Governo de Portugal (2012, p.9).

  • RELATRIO FINAL iii

    ndice Geral

    Agradecimentos ........................................................................................................................... i

    Pensamento ................................................................................................................................. ii

    ndice Geral ............................................................................................................................... iii

    ndice de Tabelas ....................................................................................................................... iv

    ndice de Anexos ........................................................................................................................ v

    Introduo ................................................................................................................................... 1

    Captulo I .................................................................................................................................... 2

    1.1.Breve apresentao do contexto de estgio ...................................................................... 2

    1.2.Apresentao do projeto Oficina Social ......................................................................... 2

    1.3.O isolamento social, quebra nas relaes familiares como problema de interveno ...... 4

    1.3.1.O envelhecimento ...................................................................................................... 5

    1.3.2.O isolamento social e a solido na velhice ................................................................ 6

    1.3.3. As novas tecnologias como combate ao isolamento social e solido .................... 7

    Captulo II ................................................................................................................................ 10

    2.1.Plano de avaliao do projeto Oficina Social ............................................................. 10

    2.2.Processo de implementao e avaliao das atividades e do projeto ............................. 11

    2.3.Apreciao global do projeto Oficina Social .............................................................. 17

    2.3.1.Apreciao da participao ...................................................................................... 17

    2.3.2.Apreciao da satisfao dos beneficirios .............................................................. 18

    2.3.3.Apreciao da adequao do projeto ....................................................................... 18

    2.3.5.Apreciao da eficincia das atividades .................................................................. 20

    2.3.6.Apreciao da eficincia do projeto ......................................................................... 20

    2.3.7. Apreciao da equidade do projeto ......................................................................... 21

    2.3.8. Apreciao do impacto do projeto .......................................................................... 21

    2.4.Apresentao terica e discusso crtica dos resultados obtidos .................................... 22

    Captulo III ............................................................................................................................... 26

    3.1. Percurso formativo do processo de estgio ................................................................... 26

    Concluso ................................................................................................................................. 30

    Bibliografia ............................................................................................................................... 31

  • RELATRIO FINAL iv

    ndice de Tabelas

    Tabela 1.1: Apresentao do Projeto..4

    Tabela 2.1: Apreciao da Pertinncia do Projeto Oficina Social.19

    Tabela 2.2: Apreciao da Pertinncia do Projeto Oficina Social.20

  • RELATRIO FINAL v

    ndice de Anexos

    Anexo 1: Tabela de Indicadores de Avaliao..35

    Anexo 2: Grelha de Anlise de Contedo dos Dirios de Bordo e das Grelhas de

    Observao38

    Anexo 2: Grelha de Anlise de Contedo da Tcnica de Debrifing realizada aos

    utentes...47

    Anexo 4: Grelha de Anlise de Contedo da Entrevista Realizada Diretora

    Tcnica..52

    Anexo 5: Grelha de Anlise de Contedo da Gelha de

    Autoavaliao....56

    Anexo 6: Fotografias do Cartaz de Divulgao63

    Anexo 7: Fichas Tcnicas das Atividades.65

    Anexo 8: Fotografias da Atividade Oficina Social71

    Anexo 9: Fotografias da Atividade Juntos, Ontem, Hoje e Amanh73

    Anexo 10: Fotografias da Atividade Fotografias com Rotas e Razes .75

    Anexo 11: Fotografias da Atividade Espao @vs na Net...78

    Anexo 12: E-mail da Equipa do Snior +..80

    Anexo 13: E-mail do Projeto Cidadania Ativa | Avs da ESES...82

    Anexo 14: Fotografias da Atividade Snior +...84

    Anexo 15: Recursos Utilizados na Implementao do Projeto.86

    Anexo 16: Oramento do Projeto..88

    Anexo 17: Cronograma do Projeto...91

    Anexo 18: Autorizao e Cedncia de Imagem e Som.94

    Anexo 19: Vdeo da Atividade Snior +...96

  • RELATRIO FINAL 1

    Introduo

    O presente documento denominado por relatrio final pretende apresentar a execuo,

    a implementao e os resultados de avaliao do projeto de interveno socioeducativa

    Oficina Social, desenvolvido no mbito da unidade curricular de estgio IV, lecionada no

    3. ano da licenciatura de Educao Social.

    O relatrio final de estgio tem como objetivo dar a conhecer o processo de

    implementao e avaliao do projeto interveno socioeducativa que teve como finalidade

    responder a uma necessidade do pblico-alvo onde decorreu o processo de estgio III, na

    Valncia Lar de Idosos da Santa Casa da Misericrdia de Pernes/ Fundao Comendador Jos

    Gonalves Pereira (SCMP/FCJGP), o projeto foi implementado no presente semestre na

    instituio j mencionada, no perodo de 20 de maro de 2014 a 8 de abril de 2014 com a

    durao total de 140 horas.

    Este documento est estruturado em vrios captulos sendo o que primeiro rene uma

    breve apresentao do contexto de estgio e do projeto de interveno socioeducativa

    Oficina Social e seguidamente a apresentao do problema de interveno, o isolamento

    social, nomeadamente a quebra nos laos familiares.

    O segundo captulo apresenta o plano de avaliao do projeto, o processo de

    implementao e avaliao das atividades e do projeto, a apreciao global do projeto e

    posteriormente a apresentao e discusso terica dos resultados obtidos face aos objetivos e

    s metodologias adotadas.

    Seguidamente surge o ltimo captulo que apresenta o percurso formativo do processo

    de estgio apontado as dificuldades, as oportunidades e as aprendizagens que resultaram

    deste. Por ltimo, apresentado uma breve concluso e um conjunto de anexos pertinentes

    que apresentam detalhadamente alguns aspetos da execuo, implementao e avaliao

    projeto de interveno socioeducativa.

  • RELATRIO FINAL 2

    Captulo I

    No presente captulo apresentada uma breve caraterizao do contexto de estgio e

    do projeto de interveno socioeducativo denominado por Oficina Social. Seguidamente

    demonstrado e justificado teoricamente e empiricamente o problema de interveno, o

    isolamento social, nomeadamente a quebra nas relaes familiares.

    1.1.Breve apresentao do contexto de estgio

    O contexto de interveno incidiu sobre o envelhecimento, particularmente a

    institucionalizao de idosos. O processo de estgio decorreu na Valncia Lar de Idosos da

    SCMP/FCJGP, esta uma Instituio Particular de Solidariedade Social e segundo o

    Regulamento Interno do Lar de Idosos (1998), destina-se a uma populao alvo com 65 e

    mais anos cuja situao social, familiar, econmica e/ou de sade no lhes permite

    permanecer no seu meio habitual de vida, e a pessoas de idade inferior a 65 anos em

    condies excecionais a considerar caso a caso. O Lar de idosos uma residncia que

    responde globalmente s necessidades dos idosos que no tem possibilidade de se manter no

    seu meio familiar ou social em situao definitiva. E cabe ao lar de idosos garantir ao idoso

    um conjunto de servios que respondam as suas necessidades.

    De acordo com o Relatrio Anual de Actividades da SCMP/ FCJGP (2010), esta

    valncia tem como finalidade proporcionar serenidade, descanso e bem-estar a todos os seus

    utentes nesta sua etapa de vida.

    O principal objetivo/misso desta valncia passa por incutir aos seus utentes o

    sentimento de apoio, proteo, sade e bem-estar de que todos necessitam e tm direito.

    1.2.Apresentao do projeto Oficina Social

    O projeto Oficina Social surgiu aps a anlise do diagnstico de necessidades que

    foi realizado no processo de Estgio III juntamente com a colega de grupo, neste processo

    verificamos que era fundamental intervir no isolamento social, nomeadamente na quebra das

    relaes familiares do utente.

    No processo estgio foi possvel verificar que apesar de os utentes estarem em grupo e

    terem todos os cuidados inerente a satisfao das suas necessidades e at muitos deles

    participarem nas atividades realizadas na valncia alguns revelam sentimentos de solido,

    desmotivao e uma fraca autoestima. Pois muitos dos utentes sentem a falta dos familiares,

    como referido por um elemento da direo tcnica diversos familiares de utentes encontram-

  • RELATRIO FINAL 3

    se emigrados e a ausncia do carinho das famlias agravam os sentimentos que anteriormente

    foram mencionados. possvel constar este facto com uma afirmao referida numa

    entrevista com um utente () no ns falta nada, temos roupa, comer, divertimentos, mas

    faz falta o carinho das famlias (). Esta necessidade encontra-se inerente ao problema do

    isolamento social do idoso, assim foi fundamental que o presente projeto oferecesse

    populao alvo um conjunto de ferramentas, de modo, a que o utente possa desenvolver as

    suas competncias sociais e pessoais.

    Para dar resposta a esta necessidade diagnosticada na populao alvo foi necessrio

    recorrer as tecnologias de informao e comunicao para elaborar e implementar um

    conjunto de atividades. Recorri a atividades deste mbito para promover um envelhecimento

    ativo e desenvolver as competncias sociais e pessoais dos utentes, pois a incluso digital ir

    proporcionar aos utentes formas de aceder informao e outras formas de comunicar,

    principalmente atravs da internet, desta forma possvel ainda colmatar o isolamento social,

    ou seja, minorar as distncias fsicas que separam o utente dos seus familiares.

    O recurso s tecnologias de informao e comunicao, nomeadamente o vdeo e a

    fotografia digital permite que o utente visualize o seu familiar como ainda ser o prprio a tirar

    e publicar fotografias permitindo, assim a sua integrao social na famlia. Desta forma, o

    presente projeto de interveno socioeducativa tinha como finalidade contribuir para a

    melhoria da qualidade de vida e integrao social dos utentes da Valncia Lar de Idosos da

    SCMP/FCJGP.

    Um outro aspeto que contribui para a concretizao do presente projeto foi o apoio do

    Departamento de Tecnologia Educativa e do Curso de Educao Social do Instituto

    Politcnico de Santarm, Escola Superior de Educao que atualmente esta a desenvolver o

    projeto Cidadania Ativa | Avs 2.0, este pretende dotar os cidados seniores com

    competncias ao nvel da literacia digital, principalmente utilizao de redes sociais e

    ferramentas de comunicao online. Foi proposto pelo presente projeto trabalhar em parceria

    revelando, assim uma mais-valia porque apesar de disponibilizar alguns recursos foi possvel

    trocar e adquirir conhecimentos com uma equipa que trabalha no mbito das novas

    tecnologias de informao e comunicao.

    O presente projeto reuniu as seguintes estratgias: desenvolver as atividades em

    pequeno grupo devido s caractersticas dos utentes e tendo em conta que nunca antes

    contactaram com um computador, envolver ativamente os idosos em todo o processo

    recolhendo ideias e questionando sempre a sua opinio sobre o projeto, elaborar as atividades

    no mbito da educao no formal, integrar a equipa da valncia nas atividades do projeto

    para que posteriormente o presente projeto tenha continuidade, recorrer a diversas parcerias

  • RELATRIO FINAL 4

    para reduzir custos e manter conversas informais com os utentes, colaboradores e familiares a

    fim de avaliar as atividades e projeto.

    A tabela apresentada seguidamente demonstra uma breve apresentao do projeto

    Oficina Social, nomeadamente os objetivos gerais e especficos, as atividades propostas e

    implementadas e o objetivo de cada atividade.

    Objetivos Gerais Objetivos especficos Atividades Objetivos das atividades

    - Promover o

    envelhecimento

    ativo.

    - Fomentar a incluso

    digital do idoso;

    Atividade 1: Oficina Social

    Permitir que os utentes

    beneficiem de um espao onde

    possam utilizar o computador e

    explorar a ligao internet.

    Atividade 3: Fotografias com rotas e razes

    Garantir que o utente realize um

    primeiro contacto com

    ferramentas tecnolgicas

    (computador e mquina

    fotogrfica digital).

    Atividade 4: Espao @vs n@ net

    Possibilitar que os utentes

    explorem os diversos servios

    da internet.

    - Combater o

    isolamento social,

    nomeadamente, a

    quebra das relaes

    sociais entre os

    utentes e os

    familiares.

    - Dinamizar a

    sociabilidade do utente

    entre familiares e

    amigos;

    - Promover a

    intergeracionalidade.

    Atividade 2: Juntos ontem, hoje e amanh

    Estabelecer um primeiro

    contacto com internet e as redes

    sociais.

    Atividade 5: Snior +

    Divulgar e dar a conhecer um

    tablet para idosos, desenvolvido

    pela identidade do Snior + (objetivo alterado, dar a dar a

    conhecer a evoluo dos meios

    de comunicao e quais os

    benefcios destes para esta faixa

    etria).

    Tabela 1.1: Apresentao do projeto.

    Fonte: Autoria da aluna.

    Na presente tabela podemos observar uma breve apresentao do projeto de

    interveno socioeducativa, no entanto, importante referir que os principais beneficirios do

    presente projeto foram os familiares e os utentes da Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP,

    estes ltimos tinham uma idade a partir dos 75 anos. A avaliao do presente projeto incidiu

    numa forma mista de avaliao, que consiste numa avaliao de acompanhamento (on going)

    e uma avaliao final (ex- post) e como modelos de avaliao para o projeto Oficina Social

    utilizou-se a avaliao por objetivos e a avaliao orientada para a deciso.

    1.3.O isolamento social, quebra nas relaes familiares como problema de

    interveno

    Como mencionado anteriormente no processo de diagnstico na Valncia Lar de

    Idosos da SCMP/FCJGP foi diagnosticado como problema principal o isolamento social,

    nomeadamente a quebra nas relaes familiares do utente, desta forma, torna-se

  • RELATRIO FINAL 5

    imprescindvel a caraterizao terica e emprica deste fenmeno que afeta em particular a

    populao idosa e como que o recurso s novas tecnologias pode combater este problema.

    Anteriormente j foi possvel constatar este problema com alguns dados empricos do

    processo de Estgio III.

    1.3.1.O envelhecimento

    O processo de envelhecimento habitualmente designado por um conjunto de

    transformaes que de acordo com Martins (n.d.), ocorrem ao nvel fisiolgico e psicolgico e

    consequentemente afeta a vida social do idoso fica mais limitada tende este de recorrer

    maioritariamente ajuda da famlia. Segundo o Instituto Nacional de Estatstica (2002, citado

    por Faria, Oliveira & Simes, 2012), consideraram-se idosos todos os homens e mulheres

    com idade igual ou superior a 65 anos.

    Segundo Figueiredo (2007, citado por Teixeira, 2010), o processo de envelhecimento

    determina-se pela modificao de papis que o idoso desempenhava e por diversas perdas

    como, por exemplo, a perda do estatuto profissional e mudanas nas relaes familiares.

    Neste processo as mudanas so inevitveis uma fase muito intensa de perdas afetivas, a

    perda de papis, os filhos que saem de casa, a reforma, a viuvez e por vezes o processo de

    institucionalizao. Ao longo do processo de estgio foi possvel verificar que

    maioritariamente dos utentes passaram por perdas muito significativas, nomeadamente o

    afastamento da famlia e algumas perdas a nvel de competncias sociais.

    As sociedades modernas desvalorizam os indivduos inativos nomeadamente, os

    idosos seguindo o pensamento de Martins (n.d., p.126), este grupo vulnervel rapidamente

    excludo do trabalho, das funes de aquisio de produo, manuteno e transmisso de

    conhecimentos originando, assim, situaes de isolamento e dependncia. Capucha (n.d.)

    afirma que maioritariamente so as mulheres as mais afetadas pelo isolamento devido sua

    longevidade. Na Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP possvel constatar que

    maioritariamente existe mais mulheres e por norma so estas que participam mais ativamente

    nas atividades da instituio.

    Segundo Martins e Santos (n.d.), parte da populao idosa tem uma representao

    insignificante na sociedade devido ao decrscimo das suas funes e fica maioritariamente

    sujeito a reformas e penses muito baixas, viver muitas vezes em habitaes degradadas e ter

    grandes despesas com sade deste modo, o idoso fica numa situao de fragilidade

    socioeconmica. Para alm de enfrentarem o obstculo de comunicao entre as geraes

    mais novas ou at mesmo com a prpria famlia, a perda da autonomia fsica e funcional

    ainda enfrentam o problema de adaptao s novas tecnologias. Como foi possvel verificar

  • RELATRIO FINAL 6

    no processo de Estgio III para alm de perderem algumas capacidades biopsicossoais,

    encontram-se longe dos familiares e enfrentam ainda o obstculo de adaptao s novas

    tecnologias.

    Capucha (n.d.), acrescenta que nesta fase que se coloca com maior relevncia o

    problema de autonomia na concretizao das tarefas quotidianas, pois muitos idosos tem a

    famlia ausente ou apenas podem contar com o companheiro/a tambm idoso/a. De acordo

    com Martins e Santos (n.d.) e Capucha (n.d.), todas as caractersticas mencionadas

    anteriormente podem levar a populao idosa a usufruir de condies minimamente

    satisfatrias o que pode dificultar o acesso a alguns direitos sociais bsicos.

    De acordo com Costa (1993, citado por Faria, Oliveira & Simes, 2012), a maioria da

    populao idosa rural. Ao longo dos ltimos anos as condies de vida alteraram-se

    claramente, a grande maioria das pessoas tem empregos que as obrigam a ficar muitas horas

    fora de casa e outras encontram-se emigradas, desta forma a famlia dos idosos no tem

    disponibilidade para assegurar as suas necessidades visto que o idoso j no tem autonomia

    para realizar as suas tarefas, logo as famlias tem de recorrer a respostas sociais que garantam

    os cuidados dos seus idosos, neste caso a Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP, e

    imprescindvel iniciavas que fomentem a sua sociabilidade com famlia para os idosos

    sentirem que ainda fazem parte daquela famlia, apesar de estarem institucionalizados.

    1.3.2.O isolamento social e a solido na velhice

    De acordo com Teixeira (2010), o sentimento de solido aparece associado

    diminuio das redes sociais e para Sousa (2004, citado por Teixeira, 2010), a solido

    encontra-se fortemente relacionado com o isolamento social o que desencadeia algumas

    perturbaes na autoestima e qualidade de vida dos idosos. Para Freitas (2011) a solido e o

    isolamento no so sinnimos, no entanto, o isolamento poder influenciar o aparecimento da

    solido, embora esta se relacione mais com aspetos qualitativos. Na perspetiva de Weiss

    (1973, citado por Freitas, 2011, p.22), a solido refere-se a sentimento que consiste no

    isolamento emocional que resulta da perda ou inexistncia de laos ntimos e do isolamento

    social, com a consequente ausncia de uma rede social com os seus pares, no entanto os

    idosos podem ter uma rede social vasta mas sentirem-se ss porque esta pode no adequar-se

    s suas necessidades.

    Segundo Berger e Mailloux-Poirier (1995), o isolamento social consiste numa situao

    em que o indivduo revela a necessidade e o desejo em contactar com outras pessoas, de modo

    a no ser capaz de o fazer. No entanto, esta deve-se dificuldade que o idoso tem em

    controlar e incluir os impulsos nervosos provenientes das modificaes sensoriais, estas criam

  • RELATRIO FINAL 7

    ansiedade no idoso e imobiliza-os, e o isolamento social resultante, intensifica a privao

    sensorial. Na perspetiva de Maia (2002, citado por Freitas, 2011), o isolamento remete para o

    afastamento, este pode fsico, em que idoso vive afastado de algum ou de algo e ainda pode

    ser psicolgico, neste tipo de afastamento o idoso sente-se moralmente s ou perdido.

    O problema da solido que ameaa os idosos pode ser um dos fatores que desencadeei

    o isolamento social, Neto (2000, citado por Pinhel, 2011, p. 8) menciona que a solido

    consiste na ausncia percepcionada de relaes sociais satisfatrias, acompanhada de

    sintomas de mal-estar psicolgico e que ocorre quando uma pessoa sente a falta de pertencer

    comunidade ou de fundar laos sociais e permanece ainda na pessoa sentimentos de

    rejeio, aborrecimento e no-aceitao. Freitas (2011, p.20) garante que a solido consiste

    num sentimento subjectivo, relacionado com a qualidade da interaco social e no com a

    quantidade dos contactos estabelecidos.

    O envelhecimento saudvel para Chau, Soares, Fialho e Sacadura (2012), encontra-se

    direcionado para promoo da autonomia e refere-se a duas premissas, a preveno do

    isolamento social e a solido nas pessoas idosas, de forma, a que estas se sintam diretamente

    ligadas sociabilidade, atividade familiar e se sintam teis. No entanto a Direo Geral de

    Sade (n.d.) defende que a sociabilidade nos idosos fundamental para a preveno de

    diversos problemas das pessoas idosas e para a promoo do envelhecimento saudvel. Todas

    as estratgias que sejam possveis de desenvolver e que promovam o convvio e a

    sociabilidade so de grande importncia para as pessoas idosas pois contribui para a sua

    sade, qualidade de vida e bem-estar.

    1.3.3. As novas tecnologias como combate ao isolamento social e solido

    Para Jantsch, Machado, Behar e Lima (2012), as tecnologias de informao e

    comunicao tem sido uma mais-valia para a difuso do conhecimento atravs de diversas

    ferramentas digitais. Estas para alm de permitirem a realizao de pesquisas tambm

    asseguram servios para que o indivduo pode utilizar para socializar, deste modo, permite

    que as pessoas idosas consigam utilizar as tecnologias com o intuito de diminuir o isolamento

    social e a solido contribuindo para a possibilidade de os idosos manterem contacto com os

    seus familiares e amigos incluindo a sua prpria participao em redes sociais colaborando

    desta forma para um envelhecimento saudvel.

    Segundo Dias (2012), a participao dos idosos nas redes sociais remete para a criao

    de novas sociabilidades, atravs de formaes possvel o idoso obter informao que lhes

    permita aceder as redes sociais e desenvolver novas relaes sociais, os grupos de discusso,

    e-mail e chats so servios que permitem assegurar o contacto com amigos e familiares.

  • RELATRIO FINAL 8

    De acordo com Doll, Pasqualotti e Barone (2007, citado por Dias, 2012), os passeios

    virtuais pelos museus, livrarias e centros comerciais tambm so um dos servios mais

    procurados pelos idosos. E Jantsch et al. (2012) acrescenta que os idosos para alm de

    enviarem correio eletrnico, procuram ainda reunir informaes sobre hobbies, notcias,

    informaes sobre sade e atualizaes sobre a meteorologia.

    Para Jantsch et al. (2012), a interao disponibilizada pela internet permite adotar

    meios de comunicao que asseguram a aproximao com amigos e familiares, mas permite

    ao idoso no s receber notcias destes como ainda podem v-los e ouvi-los, desta forma, o

    idoso sente que faz parte da vida daquelas pessoas mesmo estando longe.

    Os autores anteriormente mencionados referem que o facto de os idosos verem o

    computador como algo longe das suas condies e habilidades, mas frente a um problema

    como a distncia de algum especial, acabam por tentar compreender- lo e quais as vantagens

    que pode retirar do seu uso. O idoso a partir de um ambiente informal e descontrado pode

    comunicar, partilhar e interagir com o objetivo de melhorar sua participao social, de modo a

    quebrar o seu isolamento e interagir de uma forma ativa com os outros.

    Dias (2012) menciona quando o idoso est excludo digitalmente representa no ter

    acesso e no poder executar um conjunto de diversas aes bsicas para garantir as suas

    necessidades dirias, desta forma torna-se imprescindvel a incluso digital do idoso. A

    incluso digital para Dias (2012, p.59) consiste em incluir, tecnologicamente, significa

    apreender o discurso da tecnologia, no apenas na tica de execuo e de qualificao, mas

    tambm na perspetiva de os sujeitos serem capazes de influir sobre a importncia e

    finalidades da prpria tecnologia digital, atravs deste conceito procura-se que os idosos

    consigam obter uma maior autonomia, conhecimentos, participao social, desenvolvimento

    pessoal e fomentar aptides que permitam o relacionamento com os outros.

    Para Dias (2012), o contacto com as novas tecnologias permite ao idoso redefinir a sua

    insero na famlia, estimula interaes entre geraes, ou seja, promove as relaes

    intergeracionais. O uso da internet e do computador permite criar espaos de comunicao e

    interao, quer como uma forma de o idoso resolver uma situao-problema, como por

    exemplo o acesso a servios.

    Torna-se imprescindvel a interveno do educador social no presente problema, de

    acordo com Estatuto Legal da Carreira Tcnicos Superiores de Educao Social (2007, citado

    por Azevedo, 2011), este tcnico baseia a sua interveno no princpio de igualdade tem um

    compromisso no desenvolvimento pessoal e social do seu educando com o intuito de melhorar

    as suas condies de vida.

  • RELATRIO FINAL 9

    O educador social desempenha um papel preponderante na interveno

    socioeducativa, segundo Petrus, Romans e Trilla (2003), este tem como funo informar e

    orientar os indivduos e as suas famlias sobre determinados recursos ou servios sociais que

    se encontram sua disponibilidade, com este projeto pretendi melhorar a qualidade de vida e

    integrao social da populao alvo fornecendo-lhe ferramentas para que estes possam

    desenvolver as suas competncias sociais e pessoais. Estas ferramentas do mbito das novas

    tecnologias de informao e comunicao iro permitir que o idoso no s adquira novos

    conhecimentos atravs de atividades do mbito da educao no formal como permite ainda,

    combater o isolamento social a que muitas das vezes se encontram e sobretudo que

    estabeleam uma relao de proximidade com os familiares, promovendo desta forma um

    envelhecimento ativo.

  • RELATRIO FINAL 10

    Captulo II

    O presente captulo apresenta o plano de avaliao do projeto Oficina Social,

    seguidamente o processo de implementao e avaliao das atividades e do projeto, a

    apreciao geral do projeto resultados e por ltimo, a discusso terica dos resultados obtidos

    face aos objetivos e s metodologias adotadas.

    2.1.Plano de avaliao do projeto Oficina Social

    A avaliao do presente projeto incidiu numa forma mista de avaliao, que consistiu

    numa avaliao de acompanhamento (on-going) e uma avaliao final (ex-post). Como

    modelos de avaliao para o projeto Oficina Social utilizou-se a avaliao orientada pela

    utilizao e avaliao por objetivos, este ltimo modelo de avaliao, permitiu avaliar se os

    objetivos foram atingidos no decorrer da interveno, para cada um dos objetivos especficos

    foi ainda necessrio definir um conjunto de indicadores (ver anexo 1). A avaliao orientada

    para a deciso permitiu avaliar as decises quando ocorreu obstculos sendo necessrio

    posteriormente melhorar a adequao das decises realidade.

    A avaliao de acompanhamento (on-going) consistiu numa autoavaliao e

    heteroavaliao durante e no final de cada atividade. A autoavaliao realizada pela aluna

    consistiu em registar toda a informao revelante sobre a implementao do projeto, esta foi

    realizada atravs da observao direta e participante e conversas informais, no final de cada

    atividade era preenchida uma grelha de autoavaliao (no anexo 5 possvel ver anlise

    dessas mesmas grelhas). Relativamente heteroavaliao utilizou-se a tcnica de debrifing

    que se realizou no final de cada atividade com os participantes do projeto, os utentes a fim de

    recolher diversas informaes, esta procedeu-se atravs de conversas informais,

    posteriormente estas informaes foram registadas numa grelha de observao (no anexo 3

    possvel ver anlise desta tcnica realizada aos utentes), ainda relativamente heteroavaliao

    procedeu-se a conversas informais com os colaboradores. Optei pela tcnica de debrifing,

    porque pareceu-me a forma mais descontrada para os utentes responderem s questes

    colocados e por vezes os utentes no gostam de escrever ou j tem pouca agilidade para

    escrever e posteriormente registava as respostas destes numa grelha. Posteriormente, atravs

    de alguns instrumentos como o dirio de campo e a grelha de observao sistematizou-se toda

    a informao recolhida de todo o processo (no anexo 2 possvel ver anlise dos dirios de

    campo e das grelhas de observao).

    A avaliao interna e a avaliao final (ex-post) realizou-se no final da implementao

    do projeto e teve como base uma entrevista semidiretiva realizada diretora tcnica (no anexo

  • RELATRIO FINAL 11

    4 possvel ver a anlise da mesma), ainda estava planeado realizar uma entrevista

    semidiretiva assistente ocupacional, no entanto, esta no se realizou porque esta no assistiu

    de perto implementao das atividades.

    O presente projeto comtemplou ainda a avaliao dos diversos critrios de avaliao,

    nomeadamente a participao, a satisfao, a adequao, a pertinncia, a eficcia, a eficincia,

    a equidade e o impacto.

    2.2.Processo de implementao e avaliao das atividades e do projeto

    Tendo em conta as caratersticas especficas do grupo-alvo, o espao fsico da

    instituio e os recursos disponveis, foi necessrio definir algumas estratgias de divulgao.

    A divulgao deste projeto consistiu na construo de um cartaz (anexo 6), que foi colocada

    na entrada entrava da Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP, no cantinho da leitura tendo

    como intuito principal de divulgar o projeto de interveno socioeducativo designado por

    Oficina Social. Foi possvel constatar que este foi colocado num local propcio, uma vez

    que muitos utentes e familiares passam diversas vezes por este local e por vezes deslocam-se

    para ver o que h de novo no cantinho da leitura.

    Durante a implementao do projeto Oficina Social foram concretizadas cinco

    atividades, no entanto, possvel verificar a ficha tcnica de cada atividade no anexo 7. A

    concretizao da primeira atividade, Oficina Social representou um grande desafio ao

    incio, pois na instituio ainda no existia nenhum espao com tecnologias de informao e

    comunicao, embora houvesse uma sensibilizao e uma solicitao previamente aos

    colaboradores da necessidade de alguns recursos tcnicos estes no foram disponibilizados

    logo no incio do estgio o que levou alterao do cronograma inicialmente definido.

    Existiu ainda a necessidade de alterar algumas estratgias definidas para a atividade,

    nomeadamente alterar o espao fsico da atividade pois esta iria ter lugar num pequeno ateli

    junto direo tcnica mas devido dinmica da intuio esta atividade teve lugar na sala de

    atividades e tambm no foi possvel envolver os colaboradores na construo da Oficina

    Social devido s tarefas que estes tinham para realizar na instituio. No entanto, a alterao

    do espao fsico da atividade trouxe diversos benefcios e oportunidades pois o facto da

    Oficina Social estar na sala de atividades consistiu numa mais-valia porque o local onde

    os utentes passam mais tempo e como existe sempre colaboradores na sala mais fcil

    envolver os colaboradores e as respetivas famlias.

    Relativamente heteroavaliao da atividade, realizada atravs da tcnica de debrifing

    (anexo 3) importa referir que ao incio os utentes encontravam-se um pouco reticentes

  • RELATRIO FINAL 12

    presena do computador. E alguns utentes afirmavam que devido sua idade avanada j no

    lhes interessava muito aprender a mexer nestas ferramentas foi necessrio sensibilizar o utente

    que estas poderiam ter benefcios, como por exemplo, atravs desta ferramenta podiam passar

    os dias de uma maneira diferente e que sobretudo podiam comunicar com os seus familiares

    atravs das novas tecnologias. S depois desta sensibilizao que os utentes comearam a

    aderir mais positivamente construo do espao e em participar nas atividades seguintes.

    Posteriormente afirmaram ainda que esta ferramenta seria muito para ocupar os dias, pois para

    alm de falarem com os familiares poderiam ainda ouvir msicas, ver notcias, realizar

    pesquisas etc.

    Como possvel verificar na autoavaliao da atividade (anexo 5), existiu diversas

    dificuldades inclusive em motivar os utentes a estarem recetivos e a utilizarem as novas

    tecnologias, pois como referido anteriormente pelos prprios devido idade avanada j

    pouco lhes interessava aprender, uma outra dificuldade consistiu em envolver os

    colaboradores na construo do espao, apesar de estarem recetivos atividade no tinham

    tempo para se dedicarem mesma.

    Foi possvel atingir objetivo da atividade, construir um espao com as novas

    tecnologias de informao e comunicao e o utente reconhecer que estas so primordiais

    nesta etapa de vida no s para ocupar os tempos livres como para estabelecer contacto com

    os familiares e amigos atravs das redes sociais. No anexo 8 possvel visualizar algumas

    fotografias da atividade, nomeadamente a construo da Oficina Social.

    A implementao da atividade Juntos Ontem, Hoje e Amanh, decorreu como

    planeado, embora no tivesse decorrido nas datas previstas, no entanto, teve um resultado

    final bastante positivo e gratificante para os utentes e para as respetivas famlias. Houve a

    necessidade de alterar as estratgias da presente atividade inicialmente estava definido

    trabalhar com dois utentes de cada vez, no entanto, devido s caractersticas dos beneficirios

    foi definido apenas trabalhar com um utente de cada vez. O facto de esta atividade ter

    decorrido na sala de atividades foi uma oportunidade para cativar a ateno de outros

    familiares que por vezes pediam informaes e incentivam os prprios utentes a utilizarem o

    computador. A presente atividade desencadeou uma outra oportunidade, ou seja, a

    socializao em grande grupo pois o utente depois de participar na atividade fazia questo de

    partilhar no grupo, o que sentiu e como se sentiu na concretizao da atividade, o que tambm

    contribui para despertar interesse noutros utentes. No entanto, existiu um obstculo, a

    concretizao desta no horrio laboral das famlias dos utentes e encontrar alguns familiares

    dos utentes nas redes sociais.

  • RELATRIO FINAL 13

    Nesta atividade existiu ainda a oportunidade de trabalhar em parceria com o ATL da

    instituio, foi realizada uma videoconferncia entre os utentes da Valncia Lar de Idosos e as

    crianas do ATL, o grupo de utentes tiveram oportunidade de atravs da videoconferncia

    assistirem realizao de uma atividade do ATL, esta atividade permitiu incluir diversos

    utentes que estavam interessados em participar mas no tinham familiares para interagir nas

    redes sociais.

    Relativamente heteroavaliao da atividade, realizada atravs da tcnica de debrifing

    (anexo 3) os utentes sugeriram algumas alteraes ao nvel material (por exemplo um teclado

    com letras maiores entre outras) mencionaram que gostariam que atividade continuasse e que

    para eles era uma mais-valia porque podiam contactar com as famlias apesarem de estarem

    longe das mesmas e que nada lhes dava tanta alegria como v-los ou simplesmente ouvir a

    voz de um entre querido como se pode verificar atravs dos seguintes excertos, Muito bem

    organizada, gosto bastante, enche-me as medidas porque gosto muito de conviver, em

    particular com a famlia e amigos e desta forma ainda posso encontrar velhos conhecidos,

    Muito bem, no podia estar mais satisfeita no h nada melhor do que ver algum que nos

    especial e tudo muito bem organizado estou maravilha e encantada, fico contente e feliz de

    ver o meu filho e o meu neto mais ainda.

    No que concerne na autoavaliao da atividade (anexo 5), existiu diversas dificuldades

    na execuo da atividade principalmente em transmitir ao utente a informao de como que

    deveria ser utilizado o computador, a internet, o Facebook e o Skype, a construo de diversas

    redes sociais e encontrar alguns dos familiares dos utentes nas redes sociais. importante

    ainda referir que adeso das famlias foi muito positiva. Esta atividade permitiu englobar

    todos os objetivos especficos do projeto e o objetivo da atividade foi alcanado, ou seja, o

    utente estabeleceu contacto com as redes socias e atravs destas conseguiu comunicar com a

    famlia e amigos. Com a implementao desta atividade foi possvel verificar que alguns

    utentes tiveram uma relao mais estreita com os seus familiares o que permitiu ao utente

    sentir-se que faz parte daquela famlia, deste modo, foi possvel favorecer a sua integrao

    social.

    A intencionalidade da atividade foi alcanada pois atravs das redes sociais os utentes

    conseguiram ter uma relao mais estreita como os familiares, reconhecerem importncia que

    estas fazem nesta etapa das suas vidas e que atravs das mesmas podem sentir que esto

    prximos dos seus familiares, apesarem de estarem institucionalizados. No anexo 9 possvel

    visualizar algumas fotografias da atividade, principalmente os utentes a interagirem com os

    familiares nas redes sociais.

  • RELATRIO FINAL 14

    Relativamente atividade Fotografias com Rotas e Razes, apesar dos utentes

    sentiram algum receio em contactar com a mquina fotogrfica digital foi bem-sucedida e

    participaram mais dois utentes do que inicialmente estava planeado. Esta atividade teve

    algumas alteraes, nomeadamente o cronograma no se concretizou na data de definida.

    Foi necessrio readaptar uma das estratgias, ou seja, trabalhar com um utente de cada

    vez devido existncia dos recursos e para explicar todo o processo, deste tirar a fotografia

    at impresso da mesma. A segunda parte da atividade foi alterada, a exposio das

    fotografias no decorreu no ptio penduradas numa rvore como inicialmente estava previsto,

    mas teve lugar no parapeito da janela da sala de atividades junto Oficina Social. O facto

    de a exposio das fotografias se realizar junto Oficina Social foi uma grande

    oportunidade, pois chamava mais ateno dos familiares e facilitava o utente na visualizao

    das mesmas (devido altura que se encontram). Estas fotografias tambm no foram

    partilhadas na pgina do Facebook da instituio como inicialmente estava previsto devido ao

    facto de o tcnico responsvel pelo mesmo nem sempre estar na instituio, alguns dos

    utentes utilizaram as fotografias que tiram para partilhar com as famlias nas redes sociais.

    Atravs da tcnica de debrifing (anexo 3) os utentes realaram que esta atividade os

    transportou at as suas memrias, concretamente s velhinhas mquinas fotogrficas como se

    pode verificar no seguinte excerto fascinante s me faz lembrar a minha velhinha mquina

    de fotografias que tinha rolo e ainda tinha o trip na minha altura j era uma inovao. Estes

    mencionaram que se encontravam muito motivados, satisfeitos, expectantes e curiosos no

    decorrer da atividade e a que a principal dificuldade sentida foi em ter agilidade suficiente

    para carregar no boto para tirar a fotografia.

    Existiu algumas dificuldades nesta atividade como se pode verificar na autoavaliao

    (anexo 5), na concretizao da atividade a principal dificuldade consistiu essencialmente em

    explicar a alguns utentes como funcionava as ferramentas (mquina fotogrfica digital) e todo

    o processo at a fotografia ser impressa, foi necessrio repetir diversas vezes e por palavras

    diferentes para que a mensagem fosse clara, ou seja, adaptar a linguagem a cada um dos

    participantes. No entanto, foi possvel observar que estes demonstraram muito interesse pela

    atividade pois faziam diversas perguntas e alguns utentes recordavam as histrias das suas

    velhinhas mquinas fotogrficas. Os utentes demonstram muita motivao em participar, pois

    assim, que tiravam a primeira fotografia queriam fotografar miais e alguns dos utentes que

    no partilharam as fotos nas redes sociais pediam as fotografias empresas para dar aos

    familiares, pois como mencionado pelos colaboradores eles tm orgulho em demonstrarem o

    que fazem s famlias, desta forma, demonstram que ainda servem para algo e atravs deste

    gesto no ficam esquecidos.

  • RELATRIO FINAL 15

    O objetivo da presente atividade foi alcanado uma vez que os utentes estabelecerem

    contacto com a mquina fotogrfica digital, fotografaram livremente e puderam partilhar as

    mesmas com os amigos e familiares nas redes sociais, desta forma, demonstraram que esto

    recetivos a novas atividades deste mbito, que ainda tem utilidade e so capazes de fazer algo

    apesar da idade. No anexo 10 possvel visualizar algumas fotografias da implementao

    desta atividade.

    A concretizao da atividade Espao @vs na Net, o desenvolvimento da mesma

    foi surpreendente porque se inicialmente estava planeado demonstrar apenas jornais e revistas

    online aos utentes, estes solicitaram, msicas, pesquisas sobre monumentos e cidades, traduzir

    frases entre outros. No entanto, foi necessrio alterar as estratgias porque inicialmente estava

    definido trabalhar em pequeno grupo mas devido ateno que o utente necessitava para

    explicar todo o processo inerente pesquisa realizada nas diversas pginas foi apenas possvel

    trabalhar com um utente de cada vez. Existiu um obstculo que, por vezes, condicionava o

    desenvolvimento da atividade, o rudo existente na sala incomodava o utente na realizao da

    atividade.

    Relativamente heteroavaliao da atividade (anexo 3) os utentes referiram que

    sentiram-se muito bem, motivados, expectantes e curiosos no decorrer da atividade como se

    pode verificar nos seguintes excertos: a procura de informao fascina-me, Estou desejosa

    de ver o que vai aparecer e Sinto-me encantada com esta procura de conhecimento, no

    entanto, os beneficirios da atividade mencionaram que tiveram sobretudo dificuldade em ler

    as letras no ecr e teclado mexer no rato.

    No que concerne autoavaliao da atividade (anexo 5) importante referir que a

    principal dificuldade sentida na concretizao da atividade consistiu em transmitir ao utente a

    informao referente como que deveria ser utilizado o computador e deveria realizar a

    pesquisa. Foi necessrio adaptar a linguagem a cada um dos participantes para que mensagem

    fosse clara e objetiva. Como referido por alguns utentes e familiares dos mesmos esta

    atividade tem vrias oportunidades, ou seja, permite o utente ocupar o seu dia de maneira

    diferente e permite ao utente a procura de informao.

    A intencionalidade da presente atividade foi alcanada pois os utentes estabeleceram

    contacto com a plataforma Google, podendo assim realizarem diversas pesquisas do seu

    interesse, ou seja, a procura de conhecimento e ocuparem o seu tempo livre. No anexo 10

    possvel visualizar algumas fotografias da atividade, nomeadamente os utentes a interagirem

    na plataforma do Google.

    Por ltimo, a atividade Snior +, teve de ser reformulada na ntegra, o objetivo

    inicial da atividade consistia em divulgar e dar a conhecer um tablet desenvolvido para

  • RELATRIO FINAL 16

    idosos. Esta atividade iria ser desenvolvida pela equipa do Snior +, no entanto, mencionou

    que s poderia realizar a partir do ms de maio, desta forma, foi necessrio reconstruir a

    atividade. Foi definido que em grande grupo se iria realizar um pequeno workshop para

    divulgar as novas tecnologias e quais os benefcios que estas poderiam trazer para o seu

    quotidiano, nomeadamente que atravs destas podiam comunicar com a famlia. Este pequeno

    workshop teve lugar na sala de atividades e inicialmente houve uma breve apresentao dos

    meios de comunicao e a visualizao de pequeno e simples vdeo como possvel ver no

    anexo 19, seguidamente foi dada a possibilidade de o utente escrever num pequeno quadro de

    ardosia o seu nome e posteriormente interagir num tablet. Esta comparao permitiu os

    utentes relembrarem os tempos de antigamente e posteriormente observar se estavam

    recetivos e curiosos em interagir com as novas tecnologias de comunicao e informao.

    Existiu diversas alteraes na atividade como j mencionado anteriormente,

    nomeadamente o objetivo da atividade foi alterado pelo seguinte: dar a conhecer a evoluo

    dos meios de comunicao e benefcios destes.

    A indisponibilidade da equipa do Snior + foi um obstculo para a concretizao da

    presente atividade (ver no anexo 12, e-mail da equipa do Snior + a mencionar que no estava

    disponvel para realizar a atividade), no entanto, o facto de trabalhar em parceria com o

    projeto Cidadania Ativa | Avs 2.0 da ESES permitiu arranjar uma alternativa quando foi

    mencionado pela equipa do Snior + que no podia realizar atividade, a coordenadora do

    projeto sugeriu pedir emprestado um tablet para os utentes terem a oportunidade de

    conhecerem e contactarem como o mesmo (ver no anexo 13, e-mail do projeto Cidadania

    Ativa | Avs 2.0 da ESES).

    Nesta atividade Snior +foi utilizada uma tcnica informal para os utentes em

    grande grupo avaliarem toda a atividade foi pedido aos utentes que de 0 a 5 a fim de

    avaliarem a atividade, todos os utentes avaliaram a atividade com 5 valores. Relativamente

    heteroavaliao (anexo 3) os utentes referiram que sentiram-se muito expectantes, curiosos e

    com interesse e recordaram algumas memrias e vivncias, como por exemplo os tempos de

    escola a escrever na ardosia, as cartas que escreviam, telegramas que enviavam at aos dias de

    hoje o telemvel, computador e o tablet. Como se pode ver pelas seguintes citaes: em

    pouco tempo parece que fizemos uma viagem no tempo ate aos tempos de hoje e Podemos

    adquirir muitos valores ao longo da via, bem-haja inovao.

    No que concerne autoavaliao (anexo 5) as principais dificuldades sentidas na

    concretizao desta atividade foi em expressar juntos dos utentes os conceitos inerentes

    evoluo dos meios de comunicao, foi necessrio repetir vrias vezes por diferentes

    palavras para estes entenderem a mensagem que estava a ser transmitida e o facto de esta

  • RELATRIO FINAL 17

    atividade ser realizada em grande grupo por vezes perdia-se o contedo que estava a ser

    transmitido. Esta atividade foi a primeira a ser implementada e consistiu numa mais-valia

    porque foi utilizada como um quebra-gelo sobre a temtica e fez a ligao com as atividades

    seguintes.

    A intencionalidade da atividade foi alcanada uma vez que os utentes reconheceram a

    importncia dos meios de comunicao e que atualmente existem diversos que comtemplam o

    vdeo e a voz, e que atravs destes recursos podem comunicar com os familiares e amigos. No

    anexo 14 possvel visualizar algumas fotografias da implementao da atividade,

    nomeadamente um idoso a interagir num tablet.

    Na implementao das vrias atividades houve diversas alteraes, nomeadamente ao

    nvel dos recursos utilizados (anexo 15), o oramento inicial tambm sofreu diversas

    alteraes (anexo 16), assim como, o cronograma do projeto (anexo 17). Para tirar diversas

    fotografias implementao das atividades foi necessrio pedir uma autorizao de cedncia

    de imagem e som (anexo 18).

    2.3.Apreciao global do projeto Oficina Social

    Depois da implementao do presente projeto torna-se imprescindvel realizar uma

    avaliao final do presente projeto que contempla os seguintes critrios de avaliao a

    participao, a satisfao, a adequao, a pertinncia, a eficcia, a eficincia, a equidade e o

    impacto.

    2.3.1.Apreciao da participao

    Os utentes e os familiares destes participaram ativamente nas atividades propostas

    pelo projeto e apelaram realizao e concretizao de mais atividades deste mbito e ainda

    a continuao das mesmas atividades a fim de poderem manter contacto com os seus

    familiares e amigos. No entanto, como possvel verificar na anlise dos dirios de bordo e

    das grelhas de observao ao incio os utentes estavam um pouco reticentes em participar nas

    atividades pois viam o computador com algo fora das suas capacidades e que devido idade

    avanada j pouco interessava aprender. Posteriormente apelaram continuao do projeto

    como se pode verificar na anlise da tcnica de debrifing realizada aos utentes (anexo 3)

    estas atividades deveriam ter continuidade nada nos da tanta alegria do que ver as pessoas de

    quem mais gostamos.

  • RELATRIO FINAL 18

    2.3.2.Apreciao da satisfao dos beneficirios

    Relativamente satisfao dos utentes foi muito positiva, no entanto, mencionaram

    alguns aspetos que poderiam ser alterados no projeto, nomeadamente mais horas disponveis

    para a atividade, menos rudo no espao e um computador com um ecr maior e um teclado

    com letras maiores devido aos problemas de viso que afeta em particular este grupo alvo.

    Como se pode verificar atravs da anlise da tcnica de debrifing realizada aos utentes (anexo

    3) pode-se verificar que os utentes ficaram satisfeitos com a implementao das atividades,

    Muito bem, no podia estar mais satisfeita. A satisfao dos familiares dos utentes tambm

    foi bastante positiva, por vezes, eram os prprios que pediam informao sobre o projeto,

    sugeriam alteraes e motivavam os utentes neste processo.

    2.3.3.Apreciao da adequao do projeto

    Aps a anlise dos dados que permitem avaliar a adequao do projeto de interveno

    socioeducativo, parece ser possvel afirmar que o projeto Oficina Social se adequou ao

    contexto do problema de interveno, porque a situao inicial foi modificada, atravs dos

    objetivos propostos no projeto e das atividades realizadas, com o fim de atingir esses mesmos

    objetivos.

    Todos os objetivos do projeto foram atingidos, embora alguns objetivos foram

    atingidos mais satisfatoriamente do que outros, atravs atividade Juntos Ontem, Hoje e

    Amanh foi possvel alcanar todos os objetivos especficos do projeto, embora as outras

    atividades tambm contriburam para os alcanar. Em projetos desta rea requer-se algum

    tempo, prtica e continuidade de algumas atividades. No entanto, os beneficirios

    demonstraram-se sempre participativos e motivados e aps o final do projeto houve diversos

    utentes a solicitar a continuidade do mesmo o que pode demonstrar que estas atividades foram

    ao encontro das necessidades e dos interesses dos utentes da Valncia Lar de Idosos da

    SCMP/FCJGP.

    Quanto realizao do inqurito por entrevista diretora tcnica (anexo 4), esta

    afirmou que foi muito positiva a adeso e a participao dos utentes e dos familiares, visto

    que neste perodo de tempo da implementao do projeto existiu uma relao mais estreita

    entre utentes e familiares que beneficiaram do presente projeto e que desta forma foi possvel

    minorar o isolamento social, nomeadamente a quebra nas relaes familiares. Desta forma

    possvel constar que o projeto Oficina Social foi adequado s necessidades dos utentes e foi

    possvel colmatar essas mesmas necessidades.

  • RELATRIO FINAL 19

    2.3.4.Apreciao da pertinncia do projeto

    Na apreciao da pertinncia do projeto de interveno socioeducativo pretende-se

    avaliar se o projeto Oficina Social justificvel e pertinente no contexto das polticas, ou

    seja, nas estratgias e nos objetivos da Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP.

    Deste modo, pode-se verificar na tabela seguinte uma anlise comparativa entre os

    objetivos da instituio, o problema verificado inicialmente e os objetivos do projeto Oficina

    Social.

    Objetivos da Valncia Problema de

    interveno Objetivos Gerais

    Objetivos

    Especficos

    Dar uma resposta global, em

    condies dignas e humanas as

    necessidades dos idosos que no se

    possam manter-se, definitivamente ou

    transitoriamente, no seu meio familiar

    ou social. Para a concretizao dos

    seus fins dever assegurar: - O

    convvio entre os utentes e destes com

    outros grupos, favorecendo e

    estimulando uma participao afetiva

    na vida da comunidade.

    - A concretizao de atividades

    individuais e de grupo, em

    consonncia com os seus interesses.

    - A adoo de regras de

    funcionamento que contribuam para a

    manuteno de uma saudvel vida

    afetiva dos utentes, designadamente

    estimulando a manuteno e, se

    possvel, o reforo dos laos existentes

    entre estes e os seus familiares e

    amigos.

    - Isolamento social,

    nomeadamente quebra

    nas relaes

    familiares.

    - Promover o

    envelhecimento ativo.

    - Fomentar a

    incluso digital do

    idoso.

    - Combater o

    isolamento social,

    nomeadamente a

    quebra nas relaes

    familiares entre os

    utentes e os

    familiares.

    - Dinamizar a

    sociabilidade do

    utente entre

    familiares e amigos.

    - Promover a

    intergeracionalidade

    .

    Tabela 2.1: Apreciao da Pertinncia do Projeto Oficina Social. Fonte: Autoria da aluna e informao adaptada do Regulamento Interno do Lar de Idosos, (1998).

    A confrontao entre os objetivos da Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP e os

    objetivos gerais e especficos do projeto de interveno socioeducativo implementado

    demonstra que o projeto foi pertinente s polticas existentes e s estratgias da valncia

    porque todos os objetivos do projeto Oficina Social eram correspondentes e semelhantes

    aos da Valncia Lar de Idosos.

    Deste modo, pode-se concluir que o presente projeto foi pertinente, justificvel e

    satisfatrio, porque revelou estar de acordo com os objetivos da Valncia Lar de Idosos e

    tambm, porque tentou colmatar uma necessidade sentida no pblico-alvo.

  • RELATRIO FINAL 20

    2.3.5.Apreciao da eficincia das atividades

    Relativamente, eficcia das atividades do projeto Oficina Social, foi necessrio

    analisar se os objetivos propostos foram atingidos e se as atividades foram realizadas. Na

    tabela seguinte possvel visualizar uma comparao entre as atividades programadas e as

    atividades implementadas.

    Atividades Programadas Atividades Implementadas

    Atividade 1: Oficina Social Esta atividade foi realizada.

    Atividade 2: Juntos ontem, hoje e amanh Esta atividade foi realizada com 6 utentes.

    Atividade 3: Fotografias com rotas e razes Esta atividade foi realizada com 8 utentes.

    Atividade 4: Espao @vs na net Esta atividade foi realizada com 5 utentes

    Atividade 5: Snior + Esta atividade foi reformulada e participaram 41

    utentes, 3 diretoras tcnicas, 1 familiar, 2

    colaboradores e 1 animadora.

    Tabela 2.2: Apreciao da Eficincia do Projeto Oficina Social. Fonte: Autoria da aluna.

    Confrontando as atividades programadas com as atividades realizadas, pode-se afirmar

    que o projeto Oficina Social foi eficaz, pois todas, todas as atividades propostas foram

    realizadas, embora com a adaptao e alterao de diversas estratgias que inicialmente

    estavam delineadas. As atividades tiveram os resultados esperados, os meios para

    implementar as mesmas formaram adequados e suficientes, no entanto, se o projeto tivesse

    continuidade haveria a necessidade de ter mais meios.

    No que concerne aos objetivos gerais e especficos, como foi mencionado

    anteriormente, todos os objetivos do presente projeto de interveno foram realizados e

    atingidos. Assim, pode-se afirmar que o projeto Oficina Social parece ter sido eficaz.

    2.3.6.Apreciao da eficincia do projeto

    Relativamente eficincia, com esta pretende-se analisar se o projeto de interveno

    socioeducativo implementado foi eficiente ou no, desta forma, necessrio comparar se os

    recursos utilizados correspondem sua perspetiva econmica, utilizando como indicadores de

    referncia os objetivos atingidos, as atividades concretizadas e os recursos previstos e aqueles

    que realmente foram utilizados.

    No projeto Oficina social foram realizados cinco atividades no mbito das novas

    tecnologias de comunicao e informao, com o objetivo de combater a necessidade

    diagnosticada. Na atividade Oficina Social, foram utilizados recursos existentes na

    instituio, nomeadamente 1 computador, 1 pen de internet, 1 mesa, 2 cadeiras, algumas

    impresses, cola de gel e papel cenrio, esta atividade teve um custo de 3,90. Na

  • RELATRIO FINAL 21

    implementao das atividades Juntos, Ontem, Hoje e Amanh e Espao @vs na net

    foram utilizados os recursos existentes na Oficina Social, desta forma as atividades no

    tiveram quais queres custos, apenas algumas impresses tiveram um custo de 0,74. Na

    atividade Fotografias com Rotas e Razes foram utilizados os recursos tcnicos existentes

    na instituio, foi ainda necessrio algumas impresses e cola de gel, esta atividade teve um

    custo de 3,60 . Por fim, a atividade Snior + teve como principais recursos, 1 computador,

    1 plasma, 1 tablet e um quadro de ardsia estes dois ltimos foram disponibilizados por um

    colaborador, esta atividade no teve quais queres custos. Os recursos que foram necessrios

    comprar, foram adquiridos pela instituio, assim como as impresses foram suportadas por

    esta.

    Inicialmente estavam previstos mais recursos para a implementao das atividades, no

    entanto, os que foram necessrios adquirir foram de baixo custo. Inicialmente tinha previsto

    que o projeto na sua totalidade teria um custo de 19,60, mas afinal teve apenas um custo de

    12,74. Desta forma, pode-se afirmar que o projeto Oficina Social teve um grau de

    eficincia muito satisfatrio, porque com a utilizao de poucos recursos e de baixo custo,

    realizou todas as atividades que estavam delineadas, atingindo os objetivos que estavam

    definidos. No anexo 15 e 16 possvel ver detalhamento os respetivos recursos utilizado e o

    oramento do projeto.

    2.3.7. Apreciao da equidade do projeto

    A equidade do projeto Oficina Social consiste em analisar se atividades foram

    inclusivas e se houve a preocupao de promover e a igualdade de oportunidades entre todos

    os beneficirios do presente projeto. As atividades do presente projeto foram inclusivas,

    porque as mesmas tentaram responder s necessidades dos utentes e importa ainda referir que

    as mesmas tinham tambm o intuito de incluir e fomentar a incluso digital nos idosos. Ao

    longo de toda a implementao tive sempre o cuidado e a preocupao de promover a

    igualdade de oportunidades entre todos os utentes, todo o contedo das atividades que era

    fornecido e a conversa utilizada sempre foi semelhante para todos os idosos e familiares sem

    que houvesse preferncias.

    2.3.8. Apreciao do impacto do projeto

    Relativamente ao impacto do presente projeto no possvel avaliar o mesmo devido

    ao curto prazo em que este foi implementado, possvel referir que a instituio pensa

    assegurar as atividades do projeto mas encontra-se com falta de colaboradores para assegurar

    as mesmas.

  • RELATRIO FINAL 22

    Aps a anlise de todos os dados e critrios de avaliao foi possvel aferir que o

    projeto Oficina Social contribui para a melhoria da qualidade de vida e integrao social do

    utente, permitiu ainda fomentar a sua incluso digital, dinamizar a sociabilidade do utente

    entre amigos e familiares e promover relaes intergeracionais, contribuindo, assim para o

    bem-estar e nimo dos utentes da Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP.

    possvel ainda afirmar que atravs desta avaliao foi possvel recolher ideias para

    futuras atividades na instituio inerentes ao presente projeto, como por exemplo, as

    atividades do presente projeto fazerem parte do plano de atividades da instituio ou este ser

    assegurado por voluntrios.

    2.4.Apresentao terica e discusso crtica dos resultados obtidos

    Com o projeto Oficina Social pretendeu-se responder ao problema diagnosticado, o

    isolamento social, nomeadamente a quebra das relaes sociais entre os utentes e os

    familiares da Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP. Como possvel observar na anlise

    da entrevista realizada diretora tcnica (anexo 4) o problema diagnosticado muito amplo

    s com o presente projeto no seria possvel eliminar o problema e que para atingir na

    totalidade a finalidade do projeto seria necessrio muitos outros vetores de enumeras reas.

    Relativamente aos objetivos especficos estes foram atingidos atravs da realizao

    das atividades de mbito no formal atravs, foi possvel fomentar a incluso digital do idoso,

    dinamizar a sociabilidade do utente entre familiares e amigos e promover a

    intergeracionalidade. Como mencionado no inqurito por entrevista realizado diretora

    tcnica os objetivos responderam ao problema diagnosticado e que atravs das atividades

    implementadas foi possvel contribuir em muito para eliminar o problema.

    No que concerne ao objetivo especfico, fomentar a incluso digital este foi alcanado,

    pois desde logo existiu uma preocupao em comunicar, sensibilizar, envolver e aproximar os

    utentes das tecnologias de informao e das redes sociais. Atravs das atividades do projeto

    Oficina Social foi possvel verificar que estes passeios virtuais tambm tem muita

    importncia para os idosos como se pode verificar no seguinte excerto da grelha de anlise da

    tcnica de debrifing (anexo3), () Sinto-me encantada com esta procura de conhecimento

    () e ainda com excerto da anlise dos dirios de campo e das grelhas de observao

    (anexo2), () esta utente teve sobretudo a ouvir uma msica e a ver um catlogo de moda

    online. Esta estava muito entusiasmada a ver o catlogo de moda pois costuma realizar

    compras atravs deste em formato papel e quando viu uma blusa que tinha adquirido em

    formato digital ficou fascinada. Os seguintes autores, Doll, Pasqualotti e Barone (2007,

  • RELATRIO FINAL 23

    citado por Dias, 2012) afirmam que os passeios virtuais pelos museus, livrarias e centros

    comerciais tambm so um dos servios mais procurados pelos idosos.

    Relativamente ao objetivo especfico, dinamizar a sociabilidade do utente entre

    familiares e amigos este s foi possvel alcanar devido ao recurso s redes sociais, como

    Dias (2012) refere a participao dos idosos nas redes sociais remete para a criao de novas

    sociabilidades e desenvolver novas relaes sociais. Com as atividades implementadas,

    nomeadamente Juntos Ontem, Hoje e Amanh foi possvel os utentes reforarem os laos

    com os seus familiares, como se pode verificar na respetiva anlise dos dirios de campo e

    das grelhas de observao (anexo 2) atravs do seguinte excerto, () Ol padrinho! Fiquei

    muito contente em saber que j tem Facebook. A partir de agora j podemos comear a falar.

    () A partir de agora quero que comesse a dizer-me o que almoou todos os dias. Vou passar

    esta novidade aos primos para que tambm eles possam conversar consigo. ().

    E ainda, atravs do seguinte excerto da anlise da tcnica de debrifing (anexo 3)

    possvel constatar que atravs das atividades implementadas foi possvel dinamizar a

    sociabilidade do utente, enche-me as medidas porque gosto muito de conviver, em particular

    com a famlia e amigos e desta forma ainda posso encontrar velhos conhecidos.

    A adeso e a colaborao das famlias dos utentes nas atividades foi bastante positiva

    apesar de no incio ser um pouco difcil, pois no estavam devidamente informados da

    concretizao do projeto, mas assim, que conheceram a iniciativa colaboraram e mencionaram

    que era uma mais-valia atividades deste mbito pois seria mais fcil de comunicar com os

    utentes atravs das novas tecnologias de informao e comunicao e que, desta forma, estas

    atividades iriam ajudar os utentes no processo de institucionalizao e que tambm promovia

    a sua integrao na famlia. Como refere Dias (2012), o contacto com as novas tecnologias de

    comunicao e informao permite ao idoso redefinir a sua insero na famlia e sentir que

    faz parte da mesma apesar de estar institucionalizado.

    possvel verificar na anlise do inqurito por entrevista realizado diretora tcnica

    (anexo 4) que a participao dos utentes e das famlias superou as expectativas iniciais e que o

    interesse dos utentes foi bastante e at alguns deles ficaram fascinados com a internet e o

    facto de poderem utilizar esta para comunicar com a famlia, pois como mencionado por

    diversos utentes no existe nada melhor do que ver ou ouvir os nossos entre queridos. E a

    diretora tcnica referiu ainda com a seguinte citao na entrevista (anexo 4) () A relao

    dos utentes e das famlias foi mais estreita com este projeto para alguns dos utentes que

    participaram nele (), desta forma, foi ainda possvel promover as competncias sociais dos

    utentes que participaram no projeto.

  • RELATRIO FINAL 24

    A Direo Geral de Sade (n.d.) defende que a sociabilidade nos idosos fundamental

    para a preveno de diversos problemas das pessoas idosas e para a promoo do

    envelhecimento saudvel. Todas as estratgias que sejam possveis de desenvolver e que

    promovam o convvio e a sociabilidade so de grande importncia para as pessoas idosas pois

    contribui para a sua sade, qualidade de vida e bem-estar. A sociabilidade no utente

    primordial como possvel constatar atravs da anlise da entrevista diretora tcnica (anexo

    4), () Cuidar tambm proporcionar estas coisas s pessoas (). Isto da socializao e

    dos afetos to ou mais importante que alimentao, a higiene (). Desta forma, o projeto

    de interveno Oficina Social para alm de combater o isolamento social, nomeadamente a

    quebra nas relaes sociais, atravs da sociabilidade promove ainda um envelhecimento ativo.

    No que concerne ao objetivo especifico, promover a intergeracionalidade, este foi

    possvel alcanar atravs da implementao das atividades do projeto, pois as novas

    tecnologias no utente conseguem redefinir o seu papel na famlia e desenvolver relaes

    intergeracionais, como se pode verificar na anlise dos dirios de campo e das grelhas de

    observao (anexo 2), () depois desta tarefa a utente adicionou familiares (filhos, netos,

    sobrinhos e noras) e amigos e ainda trocou mensagens e comentrios com um neto e com uma

    filha, onde esta realou que foi uma tima ideia implementada no lar e de enorme interesse.

    Ao longo de todo o projeto procurou-se desenvolver uma metodologia participativa,

    pois existiu uma preocupao de envolver os utentes na construo de todas as atividades,

    embora algumas das atividades se realizassem em pequeno grupo, foi fcil envolver os utentes

    nas atividades uma vez que estes estavam permanentemente na instituio e demonstravam

    interesse e motivao em participar nas atividades a fim de falarem com as famlias, nem que

    para isso tivessem de ultrapassar as suas dificuldades perante um computador. No final, das

    atividades os utentes sentiam-se satisfeitos e reconheciam a importncia das novas

    tecnologias de comunicao e informao e as diversas oportunidades que estas lhe

    ofereciam. Como refere Jantsch et al. (2012), o facto de os idosos verem o computador como

    algo longe das suas condies e habilidades, mas frente a um problema como a distncia de

    algum especial, acaba por tentar compreender- lo e quais as vantagens que pode retirar do

    seu uso.

    Existiu ainda a preocupao de envolver os colaboradores neste projeto para que

    posteriormente assegurassem a continuidade do mesmo, esta estratgia no foi fcil de atingir

    e como possvel observar na anlise da entrevista realizada diretora tcnica (anexo 4) foi

    possvel constatar que os recursos humanos da instituio se no se encontram disponveis

    para participar no mesmo quanto gostaria devido s tarefas que tem para realizar.

  • RELATRIO FINAL 25

    Foi ainda, mencionado que presente projeto deveria ter continuidade e poderia ter

    muitos benefcios para os utentes como se pode verificar atravs da anlise da entrevista

    diretora tcnica (anexo 4), uma pena que ele morra () poderia fazer parte do plano de

    atividades, ser mais uma atividade () nvel de ocupao, entretimento, de educao, de

    formao, contacto com as famlias, a socializao deles com a famlia pode ajudar em muito

    a adaptao na instituio.

    Atravs do projeto Oficina Social pretendeu-se promover junto da populao alvo a

    igualdade, a incluso, a participao social de todos, a qualidade de vida dos idosos da

    Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP, existiu ainda a necessidade de ajudar o idoso a

    transformar-se num ser socivel, de modo a que desenvolve-se atitudes, laos afetivos, que

    contribuam para o seu bem-estar biopsicossocial.

    Ao longo do percurso de estgio procurei estabelecer uma relao de proximidade com

    os utentes e com as respetivas famlias dos utentes tendo em conta que, de acordo com

    Azevedo (2011, p.49), que o educador social deve criar relaes pessoais e interpessoais entre

    os seus educandos e que estes so um factor importante para motivar processos de

    mudana, uma vez que so tcnicos de proximidade.

  • RELATRIO FINAL 26

    Captulo III

    O presente captulo apresenta o percurso formativo de estgio apontado as diversas

    dificuldades, oportunidades e aprendizagens que resultaram deste.

    3.1. Percurso formativo do processo de estgio

    Terminado a implementao do projeto de interveno socioeducativo Oficina

    Social torna-se imprescindvel em refletir sobre todo o percurso, nomeadamente o que foi

    feito, o que ficou por fazer, quais as dificuldades, os obstculos, as oportunidades e

    aprendizagens significativas.

    Relativamente aos objetivos propostos inicialmente no projeto de interveno

    socioeducativo e s atividades previstas e implementadas possvel mencionar que os

    objetivos foram alcanados, ou seja, cumpridos e as atividades foram realizadas com sucesso,

    embora umas mais que outras.

    No que concerne implementao do presente projeto surgiu algumas dificuldades e

    contratempos, uma das principais dificuldades sentida foi o facto dos beneficirios do projeto,

    utentes e familiares da Valncia Lar de Idosos da SCMP/FCJGP, se encontrarem pouco

    motivados em participar em atividades inerentes s novas tecnologias de informao e

    comunicao, muitos dos utentes referiam que devido sua idade avanada j pouco lhes

    interessava aprender a mexer nestas novas ferramentas, foi necessrio explicar aos utentes que

    a principal funo das atividades com aquelas ferramentas era para estabelecerem contactos

    com familiares e amigos e que iriam ter ajuda. Posteriormente viram uma primeira utente a

    contactar com os familiares e todos os outros utentes ficaram entusiasmados e as atividades

    acabaram por se divulgar no grande grupo obtendo, posteriormente existiu uma participao

    muito positiva das famlias e dos utentes.

    O facto de os utentes se encontrarem muito abatidos desde o perodo em que foi

    realizado o diagnstico, atualmente enfrentarem o processo de luto de uma utente e o ainda o

    perodo de estgio coincidir com o tempo da quaresma condicionou e dificultou a motivao

    destes nas diversas atividades. Uma outra dificuldade sentida foi em passar ao utente toda a

    informao relativa s atividades, por exemplo explicar como se realizava todo o processo no

    Skype no Facebook, pois foi necessrio adaptar o vocabulrio a cada utente e por vezes

    explicar de maneira diferente para me certificar que a mensagem chegava corretamente ao

    beneficirio.

  • RELATRIO FINAL 27

    Relativamente os recursos materiais serem disponibilizados posteriormente data

    prevista tambm condicionou o desenvolvimento das atividades, levou a que os utentes no

    beneficiassem de tanto tempo para usufrurem das atividades, mas com a ajuda dos

    colaboradores e em concordncia com a dinmica da instituio foi fundamental redefinir um

    cronograma para que estes no fossem prejudicados.

    Existiu ainda, uma outra dificuldade, reorganizar a atividade designada por Snior +,

    pois inicialmente iria ser realizada por uma parceria, uma identidade que desenvolve

    tecnologias de informao e comunicao especficas para idosos, mas devido ao facto de

    essa se encontrar em face de testes dos seus equipamentos no foi possvel concretizar, mas

    em sintonia com o Projeto Cidadania Ativa Avs 2.0 da Escola Superior de Educao de

    Santarm foi possvel arranjar uma soluo, ou seja, arranjar um tablet e demonstrar ao utente

    que era uma outra ferramenta que podia ser utilizada para comunicar com a famlia, embora

    este no fosse adaptado para a terceira idade os utentes tiveram a oportunidade de contactar

    com esta ferramenta e maioritariamente dos utentes nunca antes tinhas visto um tablet nem

    sabiam para que servia.

    O facto de as atividades decorrerem na sala de atividade, por vezes, consistia num

    constrangimento porque existia um grande rudo na sala o que no proporcionava um

    ambiente harmonioso para utente poder usufruir da atividade nem tinha qualquer privacidade

    quando estava a falar com os familiares, na minha perspetiva se projeto tivesse continuidade o

    espao fsico onde se encontra a Oficina Social teria de ser alterado para um stio mais

    reservado para o utente se sentir mais vontade e confiante.

    Foi ainda, sugerido pela instituio fazer uma parceria com uma outra valncia da

    instituio o ATL, o que foi bastante gratificante porque permitiu alargar a atividade Juntos,

    Ontem, Hoje e Amanh e envolver alguns utentes que no tinham familiares que utilizassem

    as novas tecnologias, esta ideia ajudou bastante em incluir utentes que estavam muito

    motivados em participar mas como no tinham familiares era um pouco difcil envolver os

    mesmos na atividade, desta forma, este constrangimento foi ultrapassado. Esta atividade foi

    muito gratificante para idosos pois estavam bastante motivados em perceber como funcionava

    uma videoconferncia e sobretudo estavam interessados em ver a atividade das crianas

    atravs da mesma, desta forma, foi possvel proporcionar um encontro intergeracional.

    No entanto, devido escassez de tempo no foi possvel concretizar algumas ideias,

    nomeadamente realizar uma videoconferncia entre as duas salas de atividades a fim de

    incluir o grande grupo numa videoconferncia para que todos tivessem a oportunidade de

    entenderem que as novas tecnologias so fundamentais para comunicar com os outros, famlia

    e amigos.

  • RELATRIO FINAL 28

    Uma outra ideia que surgiu posteriormente implementao do projeto foi o facto de

    realizar online um questionrio, utilizando o Google Docs, assim as famlias que participaram

    na atividade Juntos Ontem, Hoje e Amanh podiam avaliar a mesma e sugerirem algumas

    alteraes ou algum aspeto que gostariam de incluir na atividade.

    Teria tambm sido interessante trabalhar com um grupo, no apenas com um idoso

    isoladamente, mas como estes revelavam grandes dificuldades e o perodo de tempo era

    escasso no foi possvel, e para trabalhar com um grupo poderia ter solicitado os recursos do

    Projeto Cidadania Ativa Avs 2.0 da Escola Superior de Educao de Santarm. E se

    processo de implementao do projeto socioeducativo no fosse num perodo tempo to curto

    podia-se ter desenvolvido outros aspetos, nomeadamente pedir patrocnios para o

    financiamento de computadores, mquinas fotogrficas digitais e tablets e ainda pedir s

    empresas de telecomunicaes que assegurassem o acesso internet para implementar o

    projeto.

    Uma outra ideia que se poderia ter desenvolvido, era utilizar os recursos do museu da

    instituio e realizar uma outra atividade. O museu da instituio tm uma rea reservada a

    meios de comunicao antigos, podia-se ter realizado uma parceria com a escola local e um

    grupo de utentes da Valncia Lar de Idosos SCMP/FCJGP, estes iriam apresentar os meios de

    comunicao de antigamente s crianas e estas demonstrarem aos utentes os meios de

    comunicao que hoje so utilizados e que so uma mais-valia para comunicar com familiares

    e amigos.

    Relativamente s estratgias de divulgao para divulgar as atividades, estas

    corresponderam aos objetivos propostos, no entanto, a divulgao do projeto poderia ter

    passado pelos meios de comunicao institucionais, nomeadamente o site, pgina do

    Facebook e jornal, atravs destes teria sido mais fcil divulgar o projeto perante as famlias

    uma vez que muitas no se dirigem instituio com regularidade.

    A implementao do presente projeto permitiu ainda diversas oportunidades, como por

    exemplo, as atividades do presente fazerem parte do plano de atividades da instituio. E foi

    ainda proposto aluna assegurar o projeto voluntariamente na instituio individualmente ou

    com colaborao da voluntaria da instituio.

    Foi muito importante no final do estgio ver alguns utentes e familiares a

    mencionarem e a reconhecerem que as atividades propostas eram uma mais-valia para ambos,

    utentes e familiares, porque assim podiam contactar diariamente e os utentes podiam ainda

    sentir-se que fazem parte da sua famlia.

    Deste percurso surgiram diversas aprendizagens significativas, como por exemplo,

    atravs das diversas pesquisas aprendi diversos conceitos inerentes s novas tecnologias de

  • RELATRIO FINAL 29

    informao e comunicao, como lidar com um idoso numa atividade e como comunicar com

    este. Como reorganizar uma atividade e redefinir um cronograma de acordo com a dinmica

    da instituio. O facto de a instituio deixar participar em todas as atividades e em todos os

    processos da rotina diria contribui imenso para retirar conhecimentos prodigiosos para poder

    intervir no futuro nesta rea de interveno como educadora social.

    Com esta experincia pr-profissional julgo que consegui afirmar qual seria o papel de

    um educador social naquela instituio especfica, tive a preocupao de mencionar que o

    nosso papel sobretudo trabalhar com os indivduos, o