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Relatório da avaliação do Agrupamento de Escolas de PinhelTRANSCRIPT
Relatório
Agrupamento de Escolas
de Pinhel
PINHEL
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
14 a 16 nov.
2011
Delegação
Regional
do Centro
da IGE
Agrupamento de Escolas de Pinhel – PINHEL
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A Inspeção-Geral da Educação (IGE) foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a IGE está a
desenvolver esta atividade consignada como sua
competência no Decreto Regulamentar n.º 81-
B/2007, de 31 de julho.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas de
Pinhel – Pinhel, realizada pela equipa de
avaliação, na sequência da visita efetuada entre
14 e 16 de novembro de 2011. As conclusões
decorrem da análise dos documentos
fundamentais do Agrupamento, em especial da
sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou a escola-sede do Agrupamento, as Escolas Básicas do 1.º ciclo e os
Jardins de Infância de Pala e de Pinhel e a Escola Básica de Pinhel (2.º ciclo).
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com o valor esperado na melhoria das aprendizagens e dos
resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A
escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos
em análise, em resultado de práticas organizacionais
eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório do Agrupamento e o eventual contraditório apresentado(s) no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2011-2012 serão disponibilizados na página da IGE.
Agrupamento de Escolas de Pinhel – PINHEL
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2 – Caracterização do Agrupamento
O Agrupamento de Escolas de Pinhel, criado em Julho de 2009, é constituído por 13 estabelecimentos de
educação e ensino: Escola Secundária c/3.º ciclo de Pinhel (escola-sede), Escola Básica de Pinhel (2.º
ciclo), quatro escolas básicas com 1.º ciclo e sete jardins de infância. No 1.º ciclo existem, ainda, quatro
salas de apoio, distribuídas por outras tantas localidades. Todos os estabelecimentos oferecem, em geral,
boas condições de conforto, segurança e habitabilidade, sendo de salientar as oferecidas pelo Jardim de
Infância de Pinhel. A escola-sede apresenta uma estrutura envelhecida, com alguns espaços
deteriorados e desadequados às funções a que se destinam. A população escolar tem sofrido um
decréscimo progressivo, tendo-se verificado nos últimos quatro anos uma diminuição de 165 alunos.
No presente ano letivo (2011-2012) o Agrupamento acolhe 956 crianças e alunos: 111 crianças da
educação pré-escolar (nove grupos), 292 alunos do 1.º ciclo (vinte e uma turmas), 141 do 2.º ciclo (oito
turmas), 214 do 3.º ciclo (doze turmas), 149 alunos do ensino secundário (dez turmas), 23 alunos de dois
cursos de educação e formação e 26 alunos de dois cursos profissionais. No âmbito da Ação Social
Escolar, 53,0% dos alunos não recebem auxílios económicos (51,0% no ensino básico e 63,0% no ensino
secundário). Relativamente à utilização das tecnologias de informação e comunicação, 53,0% dos alunos
possuem computador. São conhecidas as habilitações académicas de 88,0% dos pais. Destes, 65,7% têm
uma formação académica igual ou inferior ao 3.º ciclo do ensino básico, 13,3% o ensino secundário e 8,4%
o ensino superior. Estão identificadas as profissões de 62,0% dos encarregados de educação, sendo que
destes 17,6% exercem atividades profissionais de nível superior e intermédio. O corpo docente
compreende 129 educadores e professores, dos quais 84,5% pertencem aos quadros, 58,0% têm 20 ou
mais anos de serviço e 72,0% situam-se numa faixa etária entre os 40 e 60 anos de idade. O pessoal não
docente é formado por 71 elementos, dos quais 91,5% têm mais de 10 anos de serviço e 80,3% têm entre
40 e 60 anos de idade.
No ano letivo de 2010-2011, ano para o qual há referentes nacionais calculados, os valores das variáveis
de contexto do Agrupamento indicam que o número médio de alunos por turma e a percentagem de
alunos sem ASE situam-se abaixo dos valores medianos nacionais, enquanto que as habilitações dos
pais de nível superior e secundário e as profissões de nível superior e intermédio ficam próximo da
mediana nacional e a percentagem de professores dos quadros acima da mediana nacional.
3- AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
Na educação pré-escolar é realizada trimestralmente a avaliação e registo das aprendizagens de cada
criança por áreas de conteúdo, conhecendo-se o sucesso nas diversas competências. Esta informação é
divulgada aos pais através da ficha de registo criada para o efeito.
No último triénio (2008-2009 a 2010-2011) verifica-se que as taxas de conclusão no 1.º e 2.º ciclos do
ensino básico têm-se mantido acima das médias nacionais. Já no 3.º ciclo situaram-se sempre abaixo das
nacionais e no ensino secundário têm oscilado de ano para ano, tendo descido em 2010-2011.
Agrupamento de Escolas de Pinhel – PINHEL
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Tendo como referência os valores observados no ano letivo de 2009-2010 (ano para o qual há referentes
nacionais relativos ao valor esperado), conclui-se que o desempenho do Agrupamento, em termos da
taxa de conclusão, foi igual ao valor esperado no 4.º e 12.º anos e inferior ao esperado no 6.º e 9.º anos.
As taxas de sucesso nas provas de aferição do 4.º e 6.º anos, apesar de algumas oscilações, têm-se
situado, globalmente, abaixo das médias nacionais. Em 2009-2010 a percentagem de níveis positivos
observada nas provas de aferição de Língua Portuguesa e de Matemática revela que o desempenho do
Agrupamento foi igual ao valor esperado no 4.º ano e inferior ao valor esperado na disciplina de Língua
Portuguesa no 6.º ano. Nos exames nacionais do 9.º ano de escolaridade é de registar a oscilação dos
resultados da avaliação externa na disciplina de Língua Portuguesa e a sucessiva descida na de
Matemática. Em 2009-2010 o desempenho dos alunos foi acima do esperado no exame de Língua
Portuguesa e igual ao valor esperado no caso da Matemática. No entanto, é de registar a descida
verificada na percentagem de níveis positivos na disciplina de Língua Portuguesa em 2010-2011, que foi
de cerca de menos 40% relativamente a 2009-2010. Nos exames nacionais do ensino secundário, os
resultados nas várias disciplinas têm sido globalmente positivos, sendo que em 2010-2011 as disciplinas
de Geometria Descritiva A, Geografia A, Matemática A e Desenho A tiveram uma média de exame
inferior a 10 valores.
Os valores das taxas de conclusão dos cursos profissionais evidenciam um sucesso elevado, apesar da
existência de um número significativo de anulações de matrícula nestes cursos. No que respeita aos
cursos de educação e formação, o sucesso tem sido quase pleno.
Nos últimos três anos não se registaram situações de abandono/desistência no ensino básico.
Os resultados académicos são objeto de acompanhamento e avaliação regulares pelos órgãos de direção,
administração e gestão e pelas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica. A reflexão
efetuada tem permitido identificar progressos e dificuldades nas diferentes áreas e implementar
algumas estratégias de remediação e melhoria. As dinâmicas de análise dos resultados apenas incluem
a comparação com os de outras escolas do distrito ao nível dos exames nacionais.
RESULTADOS SOCIAIS
O desenvolvimento cívico das crianças e alunos é fomentado, nomeadamente através do seu
envolvimento em atividades e projetos e na participação dos seus delegados nas reuniões dos conselhos
de turma. No entanto, não existem reuniões de delegados com a direção que permitam a auscultação dos
alunos sobre os seus problemas e funcionamento geral dos serviços escolares. A aplicação de
questionários aos alunos para a avaliação interna do Agrupamento, o conhecimento dos critérios de
avaliação e o exercício da autoavaliação das aprendizagens em cada disciplina contribuem para o reforço
do sentido da responsabilidade.
Os alunos constituíram recentemente uma Associação de Estudantes, de forma democrática e
participada, que se propõe elaborar um plano de atividades próprio. No entanto, não são envolvidos na
elaboração e discussão dos documentos organizativos e, com exceção dos direitos e deveres constantes do
regulamento interno, revelam apenas o conhecimento da sua existência. De uma forma geral, cumprem
as regras estabelecidas e os níveis de indisciplina são baixos, não tendo havido qualquer processo
disciplinar nos últimos anos, verificando-se um bom relacionamento entre todos, o que se traduz num
ambiente educativo favorável ao desenvolvimento das relações interpessoais e à efetivação das
aprendizagens.
O Agrupamento tem investido na diversificação da oferta educativa (criação de cursos de educação e
formação e cursos profissionais, além dos cursos científico-humanísticos de ciências e tecnologias,
línguas e humanidades e de artes visuais) que, para além de se revelar adequada, tem sido
determinante no aumento das expetativas da comunidade face à escola.
Agrupamento de Escolas de Pinhel – PINHEL
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RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
A avaliação da comunidade educativa sobre o serviço prestado pelo Agrupamento, realizada através de
questionários de satisfação elaborados pela IGE e aplicados no âmbito do presente processo de
avaliação, é globalmente positiva.
Os alunos do 1.º ciclo apontam como aspetos mais positivos o gosto pela escola, incluindo a satisfação
com as amizades realizadas, as aprendizagens e as atividades de expressão plástica, física e desportiva.
Revelam-se menos satisfeitos com os espaços de recreio e a pouca utilização dos computadores em sala
de aula. Os alunos do 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário destacam como aspetos mais positivos as
relações de amizade entre pares, as aprendizagens com as experiências realizadas, o conhecimento dos
critérios de avaliação e as regras de comportamento. Os aspetos menos positivos estão relacionados com
os espaços, alguns serviços escolares (almoço; higiene e limpeza da escola), a participação em clubes e
projetos, a pouca utilização dos computadores em sala de aula e da biblioteca para leitura e realização
de trabalhos.
Os pais das crianças da educação pré-escolar mostram-se globalmente muito satisfeitos com o
funcionamento dos jardins de infância, salientando a satisfação com a frequência do jardim-de-infância
e o desenvolvimento dos filhos, a boa comunicação entre jardim e pais e a informação que lhes é
transmitida. Como menos favorável apontam a qualidade dos almoços. Por sua vez, os encarregados de
educação dos alunos do ensino básico valorizam a disponibilidade dos diretores de turma. Como menos
favorável apontam a justiça das avaliações, o serviço de refeitório e as instalações da escola.
Os docentes realçam como positivo a liderança, a disponibilidade da direção e a partilha de
competências e responsabilidades, o funcionamento dos serviços (biblioteca; serviços administrativos), a
circulação da informação, a limpeza e segurança, o bom ambiente de trabalho, o gosto de trabalhar no
Agrupamento e a abertura ao exterior. Como menos favorável apontam o comportamento e respeito dos
alunos para com o pessoal não docente. O pessoal não docente destaca como positivo a disponibilidade
da direção, a partilha de competências e responsabilidades, a gestão de conflitos, a abertura ao exterior,
a limpeza e segurança e o gosto por trabalhar no Agrupamento. As percentagens de insatisfação não são
significativas.
O esforço e o sucesso dos alunos são valorizados. No entanto, apesar de previstos no regulamento
interno recentemente aprovado, não foram instituídos prémios de mérito para distinguir os alunos que
se destaquem pelos resultados escolares e pelo desenvolvimento de ações de solidariedade.
A ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com o valor esperado na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. O Agrupamento
apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam, neste domínio, a atribuição da classificação de
BOM.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
A articulação entre ciclos surge como um dos aspetos que necessita de maior investimento, sendo mais
visível entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo e nos projetos e nas atividades com carácter aglutinador.
Nesta matéria, ao nível do 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário prevalece ainda uma lógica de ciclos de
escolaridade.
Agrupamento de Escolas de Pinhel – PINHEL
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A gestão das orientações curriculares e dos programas concretiza-se nos departamentos respetivos,
constatando-se que a articulação intra e interdepartamental é, na generalidade, mais evidente nas
ações constantes do plano anual de atividades do que na gestão do currículo. E, embora se reconheça um
esforço dos docentes em investir nesse sentido, não é visível um trabalho sistemático e estruturado. A
interdisciplinaridade é uma dimensão pouco trabalhada, procurando-se, recentemente, implementar um
trabalho mais planeado e consistente.
O projeto educativo enuncia objetivos gerais/finalidades e respetivas estratégias para ultrapassar as
situações problemáticas também aí descritas. Não é, no entanto, visível uma ligação clara com os
restantes documentos organizativos, concretamente com o plano anual de atividades (ainda muito
sectorial), com o projeto curricular de agrupamento, onde não se espelha a gestão contextualizada e
diferenciada do currículo, e com os projetos curriculares de grupo e de turma que, apesar de extensos,
dão particular atenção ao contexto e às especificidades das crianças e alunos.
A educação pré-escolar assegura a continuidade educativa através de um documento normalizado,
preenchido no final do ano letivo pelos educadores, sobre a evolução das aprendizagens das crianças e
que é entregue aos professores do 1.º ciclo. A presença das educadoras em reuniões de departamento do
1.º ciclo funciona como uma articulação que se reforça nas atividades conjuntas. Na gestão vertical do
currículo entre o 1.º e o 2.º ciclos não se evidenciam estratégias consolidadas de articulação, apesar da
existência de algumas reuniões ao nível da Língua Portuguesa e da Matemática. No 2.º e 3.º ciclos
subsiste ainda uma lógica de separação, onde o informal prevalece sobre procedimentos comuns e
intencionais, como é o caso, por exemplo, da avaliação diagnóstica que, só este ano, se assumiu como
obrigatória no Agrupamento.
A dinâmica de trabalho colaborativo (planificação da atividade letiva) é sectorial e depende do
departamento ou mesmo dos grupos disciplinares. Assim, se na educação pré-escolar e no 1.º ciclo se
assume como aspeto consolidado, o mesmo não acontece nos outros departamentos onde as práticas,
desse mesmo trabalho são díspares. O grupo de Filosofia desenvolve um projeto, “Pensar +”, com alunos
do 1.º ciclo na EB1 de Pinhel e que, entre outros objetivos, visa reforçar a identidade do Agrupamento.
O planeamento de médio e longo prazo é alvo de monitorização periódica nos departamentos
curriculares/grupos disciplinares e nos conselhos de turma. Também os resultados escolares são
analisados a partir dos relatórios elaborados pelas coordenadoras dos diretores de turma no final de
cada período escolar e apresentados no Conselho Pedagógico. No entanto, este trabalho é realizado de
uma forma pouco consistente e com ausência de procedimentos comuns ao nível do Agrupamento.
PRÁTICAS DE ENSINO
O carácter inclusivo do Agrupamento é uma marca importante do seu trabalho, tendo em conta o
elevado número de crianças/alunos com necessidades educativas especiais apoiados, a existência de uma
unidade de multideficiência e um trabalho planeado e consistente entre professores de educação
especial, psicóloga e titulares de grupo. Há também uma boa articulação com diversas instituições:
Centro de Saúde, CERCIG, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e o núcleo de Intervenção
Precoce, o que fomenta a rentabilização de recursos e a maximização dos apoios. São disponibilizadas
diferentes modalidades de apoio para dar respostas diferenciadas às crianças e alunos (p. ex.:
hidroterapia e hipoterapia). Os pais são participantes ativos no desenvolvimento das aprendizagens
consideradas nucleares.
A adequação do ensino às capacidades e aos ritmos das aprendizagens é um aspeto relevante que se
reflete nas medidas de diferenciação pedagógica, nos planos de recuperação e acompanhamento, bem
como nos apoios existentes para os alunos. Salientam-se algumas práticas com recurso a metodologias
ativas, bem como a promoção de exercícios de pesquisa. A atividade experimental é uma dimensão pouco
aprofundada, apesar da existência de algumas iniciativas, como a que é desenvolvida pelos alunos do
Agrupamento de Escolas de Pinhel – PINHEL
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10.º ano em conjunto com os do 4.º ano de escolaridade. A valorização da dimensão artística reflete-se no
embelezamento dos espaços com obras dos alunos que lhes trazem cor e alegria. Também o ensino da
Música desde a educação pré-escolar, numa aposta da Câmara Municipal, favorece esta dimensão.
Aliás, a Autarquia assume um papel preponderante no desenvolvimento das Atividades de
Enriquecimento Curricular e na Componente de Apoio à Família (quer na educação pré-escolar, quer no
1.º ciclo), com uma oferta que inclui um projeto de “Literatura Infantil” para o 1.º ciclo, ainda que
abranja, apenas, a EB1 de Pinhel. Os docentes usam os equipamentos informáticos do Agrupamento e
existem algumas práticas de utilização dos computadores no 1.º ciclo em contexto de sala de aula.
Os mecanismos de monitorização da prática letiva são limitados, sendo que a verificação do
cumprimento dos programas se faz, essencialmente, no final de cada período, ao nível dos
departamentos/grupos disciplinares e conselhos de turma, não havendo procedimentos comuns para a
supervisão pedagógica da ação dos docentes em sala de aula, numa perspetiva de promover a partilha
de experiências e o desenvolvimento profissional.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
A definição e divulgação dos critérios de avaliação são já um aspeto assumido no Agrupamento que
concorre para a confiança na avaliação interna. Contudo, não é uma prática a conceção conjunta de
matrizes comuns para os instrumentos de avaliação. A avaliação diagnóstica, sendo um procedimento
recente, ainda não ajuda à (re)definição de estratégias. E, se ao nível da educação pré-escolar e do 1.º
ciclo existem instrumentos comuns, nomeadamente uma ficha de avaliação de competências das
crianças e instrumentos de avaliação construídos em departamento no 1.º ciclo, o mesmo não acontece
nos restantes níveis de escolaridade. No 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário há uma diversificação de
atuações que dependem dos departamentos e grupos disciplinares. A esta dispersão de práticas
avaliativas está subjacente a dificuldade da realização de uma análise e reflexão sobre os resultados
escolares, numa perspetiva sequencial (p. ex.: disparidade entre classificações internas e de exame).
Ainda assim, os percursos educativos são avaliados contínua e periodicamente, mediante instrumentos
diversificados.
São também práticas regulares a avaliação trimestral dos projetos curriculares de grupo/turma, bem
como a aferição da aplicação dos critérios de avaliação e das informações relativas ao percurso escolar
dos alunos. Ao nível da autoavaliação dos alunos, as práticas são diferenciadas, não se evidenciando
instrumentos nem procedimentos uniformizados.
A avaliação dos alunos com necessidades educativas especiais está bem estruturada, tendo por base a
elaboração dos relatórios técnico-pedagógicos, o desenvolvimento dos programas e dos currículos
educativos individuais, congregando a participação dos pais e encarregados de educação e dos técnicos,
sendo que a avaliação ocorre periodicamente com todos os intervenientes.
É monitorizado o abandono escolar, não se tendo registado nos últimos três anos situações de
abandono/desistência no ensino básico, resultado do investimento na deteção e acompanhamento das
situações de risco, da intervenção eficaz dos diretores de turma e da oferta dos cursos de educação e
formação.
O predomínio de pontos fortes que caracterizam o desempenho do Agrupamento neste domínio, em
resultado de práticas organizacionais eficazes, tem proporcionado um impacto positivo na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos, o que justifica a atribuição da classificação de BOM.
Agrupamento de Escolas de Pinhel – PINHEL
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3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO ESCOLAR
LIDERANÇA
A visão estratégica do Agrupamento plasma-se no projeto educativo cujo tema é “Saber Ser; Saber
Fazer”, que elenca os problemas, define as metas, os objetivos e as estratégias que procuram responder
às prioridades estabelecidas. Há uma clara sintonia entre as metas existentes e as definidas pelo
“Programa Educação 2015” do Ministério da Educação. O plano anual de atividades agrega um leque de
iniciativas que operacionalizam algumas das áreas de intervenção mencionadas no projeto educativo.
Constata-se que, embora esteja subjacente a mobilização da comunidade, não é evidente uma
articulação plena entre os diversos estabelecimentos e as atividades transversais aos diferentes níveis
de educação e de ensino. Apesar de não constarem do plano anual de atividades do Agrupamento, a
Associação de Pais promove e dinamiza algumas ações da sua iniciativa, com impacto na mobilização
dos pais.
A visão estratégica de liderança, suportada por uma equipa coesa e dinâmica, aberta ao diálogo com a
comunidade educativa, revela-se na capacidade de concretização de parcerias e protocolos com entidades
públicas e privadas, constituindo-se estas como rede importante de diversas áreas, como a social, técnica
e financeira, com impacto no serviço educativo prestado. A manutenção e a melhoria dos diferentes
espaços do Agrupamento têm sido uma preocupação dos responsáveis, mobilizando os recursos
necessários e a intervenção de parceiros, nomeadamente a Câmara Municipal.
GESTÃO
A direção conhece e rentabiliza as competências de cada profissional na atribuição das tarefas. A
distribuição do serviço docente é realizada segundo critérios definidos, privilegiando a continuidade
pedagógica dentro de cada ciclo, contemplando o número de níveis atribuídos e o perfil de cada
profissional. Também a constituição dos grupos e das turmas obedece a critérios estabelecidos. O
pessoal não docente é gerido com flexibilidade, de forma a colmatar as faltas imprevistas e tendo em
conta o perfil de cada um para as funções que lhes são atribuídas. O envolvimento dos profissionais na
execução das tarefas é significativo, nomeadamente no acompanhamento das crianças e alunos. Os
serviços respondem globalmente às necessidades dos utentes.
São identificadas pelos departamentos curriculares as necessidades de formação, mas a resposta do
centro de formação tem sido muito limitada, não correspondendo às reais necessidades do Agrupamento.
Internamente são promovidas algumas ações, embora sejam consideradas insuficientes para garantir a
atualização profissional do pessoal docente e não docente. Os responsáveis fazem uma gestão adequada
dos recursos materiais, adaptando-os às necessidades curriculares e formativas. Os recursos e apoios
disponíveis estão acessíveis e organizados, no sentido de proporcionar idênticas condições de
aprendizagem. Existe alguma capacidade para a captação de receitas próprias, que têm sido utilizadas,
prioritariamente, na conservação e remodelação de espaços e no apoio às atividades dos alunos.
Existem circuitos de comunicação interna e externa e estes são valorizados para a divulgação dos
documentos e atividades e para a gestão pedagógica. No entanto, a sua eficácia junto dos elementos não
docentes, pais e alunos, mostra-se limitada. A segurança é objeto de preocupação e de atuação
preventiva, mas o controlo de entradas e saídas nem sempre é o mais eficaz (p. ex., não está
implementado o sistema de controlo por cartão eletrónico).
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
A autoavaliação, enquanto instrumento para a melhoria do serviço educativo prestado e dos resultados,
encontra-se em fase de desenvolvimento. Em Março de 2010 foi nomeado um grupo de trabalho,
constituído apenas por docentes, e definida uma estratégia de autoavaliação assente na análise
Agrupamento de Escolas de Pinhel – PINHEL
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documental, na recolha e tratamento dos resultados académicos e na elaboração e aplicação de
questionários ao pessoal docente, não docente, alunos e encarregados de educação (elaborados com base
no quadro de referência do anterior ciclo de avaliação externa das escolas da Inspeção-Geral da
Educação). O desenvolvimento desta metodologia permitiu aos responsáveis o conhecimento dos pontos
fortes e fracos do Agrupamento.
O trabalho efetuado pela equipa foi apresentado à comunidade escolar em reunião realizada no final do
anterior ano letivo e elaborado um relatório final (Outubro de 2011). Com base nesse conhecimento, está
prevista a elaboração de um plano de melhoria para responder aos principais problemas identificados.
Mesmo assim, o Agrupamento tem introduzido estratégias pontuais de aperfeiçoamento decorrentes da
autoavaliação, como sejam o investimento numa melhor divulgação de documentos, no funcionamento
do refeitório e no trabalho cooperativo entre docentes.
A falta de uma estratégia que promova o envolvimento dos pais, dos alunos e do pessoal não docente
pode condicionar o desenvolvimento do processo de avaliação interna, tornando-o pouco sustentado e
comprometer a intencionalidade dos planos estratégicos de melhoria.
O Agrupamento apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais eficazes, pelo que a classificação deste domínio é de BOM.
4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:
A diversificação da oferta educativa, que tem contribuído para o aumento das expectativas dos
alunos e das famílias;
A inexistência de abandono escolar ao nível do ensino básico obrigatório, em resultado do
investimento realizado na deteção e acompanhamento das situações de risco, da intervenção
eficaz dos diretores de turma e da oferta de cursos de educação e formação;
Os bons níveis de disciplina, propiciadores de um bom ambiente educativo e das condições para
o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem;
A oferta ajustada aos alunos com necessidades educativas especiais, com a inclusão escolar e a
promoção de oportunidades para todos;
A capacidade de estabelecer parcerias eficazes, sobretudo com a Câmara Municipal de Pinhel,
recurso fundamental na concretização do projeto educativo.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:
Os resultados académicos obtidos pelos alunos nos exames e provas nacionais, nomeadamente
nas provas de aferição do 4.º e 6.º anos e exames do 9.º ano;
O reforço do trabalho cooperativo entre os docentes dos vários grupos disciplinares, como forma
de promover a articulação curricular, a interdisciplinaridade e a sequencialidade das
aprendizagens;
A supervisão da prática letiva numa lógica de desenvolvimento profissional dos docentes;
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A valorização da participação efetiva dos pais e encarregados de educação, dos alunos e do
pessoal não docente na definição e discussão das prioridades, na elaboração dos documentos
estruturantes e nos processos de autoavaliação do Agrupamento.
A Equipa de Avaliação Externa:
Carlos Heitor, Isabel Gonçalves, Luísa Branco