relatório medicina 2014 (2)

5
FACULDADES INTEGRADAS APARÍCIO CARVALHO - FIMCA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA CURSO: MEDICINA DISCIPLINA: PARASITOLOGIA HUMANA ANO: 2º 2014 PROFESSOR: JUÇARA M. R. CODÁ MIYAI ACADÊMICO (A): Geisinale Rubia Dias DATA: 21/05/2014 PRÁTICA: Nº 02 1) Título: VISUALIZAÇÃO DAS FORMAS AMASTÍGOTA E PROMASTÍGOTA DA Leishmania amazonensis 2) Relatório: Objetivo: Visualizar microscopicamente as formas amastígotas e promastígota da Leishmania amazonensis, de forma que identifique, principalmente, os macrófagos e leishmanias presentes nas lâminas. Leishmaniose Tegumentar Americana No Brasil, a leishmaniose era conhecida por Cerqueira desde 1855, através do encontro de lesões de pele similares ao botão-do-oriente. Em 1908, durante a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em São Paulo, ocorreram numerosos casos, principalmente na cidade de Bauru, ficando a doença conhecida por úlcera de Bauru. Os parasitos causadores foram nominados por Gaspar Vianna, em 1911, como Leishmania braziliensis. Este genial cientista brasileiro introduziu o tártaro emético como tratamento inédito das leishmanioses, em 1912. Durante muito tempo esta foi a

Upload: geisi-dias

Post on 22-Jun-2015

10 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatório Medicina 2014 (2)

FACULDADES INTEGRADAS APARÍCIO CARVALHO - FIMCA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA CURSO: MEDICINADISCIPLINA: PARASITOLOGIA HUMANA ANO: 2º 2014PROFESSOR: JUÇARA M. R. CODÁ MIYAIACADÊMICO (A): Geisinale Rubia DiasDATA: 21/05/2014 PRÁTICA: Nº 02

1) Título:

VISUALIZAÇÃO DAS FORMAS AMASTÍGOTA E PROMASTÍGOTA DA Leishmania amazonensis

2) Relatório: Objetivo: Visualizar microscopicamente as formas amastígotas e promastígota da Leishmania amazonensis, de forma que identifique, principalmente, os macrófagos e leishmanias presentes nas lâminas.

Leishmaniose Tegumentar Americana

No Brasil, a leishmaniose era conhecida por Cerqueira desde 1855, através do encontro de lesões de pele similares ao botão-do-oriente. Em 1908, durante a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em São Paulo, ocorreram numerosos casos, principalmente na cidade de Bauru, ficando a doença conhecida por úlcera de Bauru. Os parasitos causadores foram nominados por Gaspar Vianna, em 1911, como Leishmania braziliensis. Este genial cientista brasileiro introduziu o tártaro emético como tratamento inédito das leishmanioses, em 1912. Durante muito tempo esta foi a única droga utilizada como agente terapêutico das leishmanioses tegumentares.Segundo estimativas recentes da Organização Mundial da Saúde em 2010, a prevalência das diferentes formas de leishmaniose (tegumentar e visceral) ultrapassou 12 milhões de casos. Em todo o mundo um total de 350 milhões de pessoas encontra-se em áreas de risco para aquisição da infecção. Dos 2 milhões de casos novos de leishmanioses que são estimados anualmente, apenas 600 mil são oficialmente declarados. Estes dados mostram a ocorrência de uma

Page 2: Relatório Medicina 2014 (2)

elevada taxa de subnotificação decorrente do descaso das autoridades públicas em todo o mundo com relação a essas enfermidades. A notificação obrigatória ocorre apenas em 32 dos 88 países onde as leishmanioses são prevalentes. Com relação à incidência da leishmaniose tegumentar no mundo, estima-se 1,5 milhões de casos novos a cada ano. A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença causada por diferentes espécies de parasitos do gênero Leishmania Ross, 1903 pertencentes aos subgêneros Viannia e Leishmania. Este é um protozoário digenético que tem seu ciclo biológico realizado em dois hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado (ciclo heteroxeno). Atualmente são conhecidas várias espécies de Leishmania que causam a leishmaniose tegumentar e um elevado número de amostras deste parasito ainda não estão caracterizadas. As espécies que provocam a leishmaniose tegumentar em humanos, particularmente no Brasil são: Leishmania (Vianna) braziliensis, Leishmania (Viannia) guyanensis, Leishmania (Vianna) lainsoni, Leishmania (Vianna) shawi, Leishmania (Vianna) naiffi e Leishmania (Leishmania) amazonensis.

Em relação à morfologia, há 3 formas: 1) Amastígota: Apresenta-se tipicamente, ovoide ou esféricas. Distingue-se a membrana citoplasmática, o citoplasma que se cora de azul-pálido pelos corantes derivados de Romanovsky (Giemsa ou Leishman) onde pode-se encontrar vacúolos, um único núcleo que se apresenta esférico ou ovoide disposto em geral em um dos lados da célula. O núcleo se cora de vermelho-púrpura, e o cinetoplasto em forma de um bastão pequeno, situado na maioria das vezes próximo do núcleo, também corado de vermelho-púrpura. Não há flagelo livre, mas apenas um rudimento que está presente na bolsa flagelar, uma pequena invaginação da superfície do parasito. O tamanho varia de acordo com a espécie, medindo entre 1,5-3,0 x 3,0-6,5mm. 2) Promastígota: É uma forma alongada em cuja região anterior emerge em flagelo livre. No citoplasma observam-se granulações azurófilas e pequenos vacúolos. O núcleo assemelha-se ao existente na forma amastigota e está localizado na porção média do corpo. O cinetoplasto situa-se na região anterior, podendo variar sua posição. O tamanho é variável, mesmo dentro de uma mesma espécie, seja no tubo digestivo do inseto vetor ou em cultura, medindo entre 16,0-40,0 (comprimento) x 1,5-3,0mm (largura), incluindo o flagelo que frequentemente é maior que o corpo. 3) Paramastígota: Apresenta-se ovais ou arredondadas com o cinetoplasto margeando o núcleo ou posterior a este e um pequeno flagelo livre. Seu tamanho varia entre 5,0-10,0 x 4,0-6,0mm. É encontrada aderida ao epitélio do trato digestivo do vetor pelo flagelo através de hemidesmossomasDurante a aula, visualizamos as formas promastigota, amastigota e também macrófagos. As lâminas foram coradas com corante de Giemsa.

Page 3: Relatório Medicina 2014 (2)

Macrófago rompido (forma amastigota)

Forma Promastigota

Page 4: Relatório Medicina 2014 (2)

Corante GIEMSA utilizado na visualização

No Brasil existem atualmente 7 espécies de Leishmania responsáveis pela doença humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão. Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos. Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Em Portugal existe principalmente a leishmaniose visceral e alguns casos (muito raros) de leishmaniose cutânea. Esta raridade é relativa, visto que na realidade o que ocorre é uma subnotificação dos casos de leishmaniose cutânea. Uma razão para esta subnotificação é o fato de a maioria dos casos de leishmaniose cutânea humana serem autolimitados, embora possam demorar até vários meses a resolverem-se.