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GONVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, MINERAÇÃO E ENERGIA – SEDEME
Relatório Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico do
Xingu
JUNHO 2015
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APRESENTAÇÃO O Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME), em parceria com todos os órgãos do Governo Federal, Governo Municipal e Sociedade Civil membros do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS-XINGU) e PM21 realizou o Seminário em prol do Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu nos dias 16 e 17 de junho de 2015, no Centro de Convenções de Altamira, visando estabelecer um espaço de interação interinstitucional para a criação de novas oportunidades e parcerias entre as entidades presentes, com o objetivo de reunir os principais atores interessados no setor produtivo da Região de Integração do Xingu e elaborar uma agenda de ações e estratégias em favor do desenvolvimento regional.
Foram debatidas as principais atividades econômicas locais com os mais expressivos representantes dos setores produtivos, com vistas a ampliar as oportunidades de negócios, gerar mais renda e emprego e agregar valor aos produtos e serviços da Região de Integração do Xingu.
O evento contou com a participação de representantes de oito municípios da região do Xingu com cerca de 200 participantes de 85 instituições, entre elas 09 do Governo Federal, 18 do Governo Estadual, 12 do Governo Municipal, 32 da sociedade civil organizada e 14 da iniciativa privada.
Gráfico 1: Participação no Seminário
A iniciativa, articulada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração
e Energia (SEDEME), mobilizou um conjunto de órgãos estaduais para discussão da economia regional a fim de subsidiar novos projetos para o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSXingu).
"O que chamou a atenção de todos é o impressionante potencial econômico local. A região tem forte produtividade na agricultura familiar, pecuária de corte e leiteira, além do turismo e do cultivo do cacau orgânico que desponta com foco no exterior, com sucesso”, disse a secretária adjunta da SEDEME, Maria Amélia Enríquez, que está à frente dos trabalhos.
Segundo Maria Amélia, a cultura do cacau é tão promissora na região, que durante as discussões chegou-se a considerar a criação da ‘Rota do Cacau’, iniciativa empreendedora capaz de reunir o turismo no entorno da hidrelétrica de Belo Monte e a produção do cacau, considerando toda a cadeia produtiva, da seleção das sementes ao produto final à venda, conforme já acontece na cidade
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Governo Federal
Governo Estadual
Governo Municipal
Sociedade Civil
Iniciativa Privada
Participação no Seminário
Instituições Participantes
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de Medicilândia com a fábrica de chocolate Cacau Way, instalada no município, no formato de cooperativa sob a administração de 40 associados que já vendem para o exterior.
O diretor de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP), Luiz Pinto, reitera que a região do Xingu concentra 10 municípios cacaueiros que, juntos, já produzem 70% do cacau no Pará. Com isso, o Estado desponta como um grande produtor do Brasil, atrás somente da Bahia.
“A safra do cacau começou em abril, nossa projeção é de que o Pará produzirá 106 mil toneladas este ano. A Bahia projeta 146 mil toneladas em 2015. Dentro de quatro anos, a produção paraense superará a baiana’’, afirmou o diretor da SEDAP. Ele ressaltou ainda que o cacau do sudoeste paraense tem o padrão de mercado mundial, resistindo bem às altas temperaturas.
A SEDAP investe no Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau), financiando boa parte da produção de sementes geneticamente melhoradas pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC). "Atualmente a produção paraense é de 828 quilos de amêndoas secas por hectare, nossa meta é atingir 900 quilos por hectare'', assegurou Pinto.
O Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico realizou seis oficinas setoriais com vistas a elaboração de planos de ação de curto e médio prazos para a dinamização das cadeias produtivas da região. Além da SEDEME, presente com representantes de todas as suas Diretorias (Mercado, Incentivo Fiscais, Desenvolvimento da Indústria, Mineração, Comércio e Serviços). O Estado contou com profissionais da Junta Comercial do Pará, BANPARÁ, EMATER, SEDAP, UEPA, Municípios Verdes, SETUR e SECTET. O evento registrou também a presença de órgãos que já compõem normalmente as Câmaras Técnicas do PDRS Xingu, como FAPESPA, SEPLAN, SESPA, SEMAS, SEGUP, SEASTER, CASA CIVIL, SEDUC E IDEFLOR-BIO.
O presente relatório objetiva apresentar de forma resumida o registro de cada momento deste evento e legitimar as ações propostas pelos participantes com vistas a fortalecer o entendimento e interação interinstitucional para o desenvolvimento socioeconômico da região do Xingu.
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Palestra 1: CENÁRIOS SOCIOECONÔMICOS DO XINGU – PRESENTE, PASSADO E
FUTURO (Maria Amélia Enríquez - SEDEME)
A Secretária Adjunta da SEDEME, Maria Amélia Enríquez falou sobre os objetivos do seminário de
reunir os principais atores interessados no setor produtivo da Região do Xingu para estabelecer uma
agenda de ações e estratégias em prol do desenvolvimento regional com definição de prioridades, de
parcerias e de estratégia de operacionalização, tudo isso com vistas a contribuir para ampliação das
oportunidades de negócios, geração de renda e emprego e agregação valor aos produtos e aos serviços
da Região do Xingu.
Destacou a importância de se contribuir para o fortalecimento do setor produtivo e para a valorização
das pessoas e das riquezas do Xingu, e reforçou que o Seminário se propõe a ser um espaço de
interação e oportunidades de parcerias entre as entidades presentes.
Enríquez ressaltou o desafio de fortalecer o setor produtivo em uma região com baixos índices de
desenvolvimento e grandes áreas de conservação. E destacou a utilização do calcário agrícola como
um insumo estratégico para o fortalecimento da agricultura, pecuária e aquicultura, além do estímulo
ao empreendedorismo nos setores de serviços, comércio e indústria como ação estratégica para o
desenvolvimento sustentável após a conclusão da UHE Belo Monte.
Palestra 2: O PAPEL DA FUNDAÇÃO VIVER, PRODUZIR E PRESERVAR
(Joao Batista Uchôa - FVPP)
Representante da sociedade civil, João Batista Uchôa, disse que há grande diversidade socioprodutiva
na região. “Não estamos falando de vazios geográficas, mas de territórios muito produtivos”. Há mais
de 10 milhões de hectares de floresta é a região que tem o maior estoque de recursos florestais do
Estado.
Disse que falta ação estratégica de governo com o objetivo de gerar alternativas e que é preciso pautar
o governo para resolver os problemas fundiários, “pois sem essa base não poderemos avançar’’,
observou a liderança local.
Uchôa destacou ainda que é preciso regulamentar a economia local. ‘’Os planos de manejos, inclusive
os comunitários, precisam ser efetivados. Isso requer a consolidação da produção familiar rural e
melhoria de renda/verticalização da produção. Porém, o que ocorre, via de regra, é o travamento de
oportunidades pelos canais da política pública da região – uso apenas de instrumentos repressivos e
não de fomento. Não há um estímulo e nem estratégia estadual ou municipal para essa economia. É
preciso assumir os limites que estão colocados’’, ponderou o representante local.
Ele finalizou ressaltando de que há grande expectativa de boa aplicação dos recursos do PDRSX. Ponto
inspirador para apresentar projetos estruturantes ao desenvolvimento da região do Xingu.
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Palestra 3: DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL DA REGIÃO DE
INTEGRAÇÃO XINGU (Geovana Pires - FAPESPA)
A Diretora de Socioeconomia da Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (FAPESPA),
Geovana Pires apresentou dados estatísticos da região destacando que a região do Xingu representa
3% do PIB e 5% dos empregos formais do Estado do Pará. Quanto às atividades econômicas, a região
é a maior produtora de cacau e banana do Estado e a 3ª maior produtora de bovinos, entretanto
apresenta a 5ª maior taxa de pobreza do Pará. O Xingu tem vocações econômicas para a agricultura
familiar, biodiversidade, serviços ambientais, produtos florestais, energia e turismo, aliados aos
principais segmentos produtivos, a exemplo da construção civil, indústria madeireira, pecuária bovina,
fruticultura e cultura industrial com cacau.
As estatísticas oficiais revelam tendências, muito embora elas não sejam totalmente fieis à realidade.
A coleta das informações é também responsabilidade dos municípios, pois são neles que os fatos
ocorrem. Os dados são ponto de partida para o start up (início) das estratégias de desenvolvimento
socioeconômico. É importante que os municípios se apropriem desses dados para traçar estratégias às
ações locais.
Palestra 4: AGENDA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL – ADT
(Luiz Pazos – BNDES)
O representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luis Pazos,
apresentou o processo de construção da Agenda de Desenvolvimento Territorial do Xingu (ADT-Xingu)
como uma ação da Política de Atuação no Entorno para promover as oportunidades de
desenvolvimento econômico e social nas áreas de influência de grandes projetos.
Pazos mostrou os objetivos da ADT-Xingu como instrumento para subsidiar o planejamento estratégico
e a tomada de decisões do Comitê Gestor do PDRSX. A “Agenda’’ também deve orientar o
planejamento executivo de suas ações, constituir referência atualizada de programas, projetos e ações
destinadas ao desenvolvimento da Região do Xingu, chamada de “Carteira Estratégica de Iniciativas”
(CEI), a fim de apoiar a revisão do modelo de governança e a definição de sistema de monitoramento
para fortalecer atuação do Comitê.
De acordo com o BNDES, tudo que está acontecendo na região é um grande desafio e chama atenção
a necessidade premente do ordenamento territorial. A organização fundiária é a condição sine qua non
para que o setor produtivo avance. É necessário que haja um enfrentamento conjunto para equacionar
esses grandes desafios. Nenhuma ação se dá isoladamente – isso requer planejamento e pactuação,
enquanto estratégias fundamentais. É importante a presença de todos os agentes territoriais em uma
prática de institucionalidade ampliada, que é muito mais forte do que um único órgão atuando
sozinho.
Quanto às atividades econômicas, segundo o assessor do BNDES, o turismo é uma atividade que
necessita de muito incentivo, e que não é estimulante comprar passagem aérea de São Paulo, por
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exemplo, para fazer turismo em Altamira ao custo de R$ 3 mil, em média, o que não atrai ninguém.
Sugeriu avançar na certificação do cacau.
A ADT é um instrumento para gestão e articulação conjunta do território, a partir da região. Para o
BNDES, é preciso ampliar os horizontes que vão além do recurso disponível do PRDS Xingu, bem como,
as ações propostas na ADT não são isoladas, mas estão conectadas.
Palestra 5: COMÉRCIO E SERVIÇO NA REGIÃO DO XINGU
(Valdir Narzetti – ACIAPA)
O Diretor da Associação Comercial, Industrial, Agropastoril de Altamira, Valdir Narzetti falou que os
setores de comércio e serviços refletem o que está acontecendo com os outros segmentos produtivos
na região. Ele exemplificou que ‘’se a base produtiva vai bem, as atividades terciárias também vão
bem’’, frisou. E apresentou um dado de 13.053 empresas ativas na região do Xingu. Segundo Narzetti,
com a obra de Belo Monte, houve uma inversão entre Altamira e Vitória do Xingu na arrecadação do
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), entre os anos 2010 e 2013. Por fim, afirmou
ele, que oito dos dez municípios da Região do Xingu já aderiram a implantação da Lei Geral, exceto
Altamira e Porto de Moz.
Houve uma variação de R$ 10 para R$ 124 milhões na massa salarial proporcionada por Belo Monte,
em Altamira, e o comercio é o maior gerador de empregos na região, quando excluído Belo Monte,
mas enfrenta grandes problemas, entre os quais:
Logística - alto custo de frete, isso implica também em alto custo de estoque, o que é um
incentivo para o aumento da produção local.
Infraestrutura precária – transamazônica, vicinais, energia, internet, telefonia. Tudo isso
eleva o custo dos negócios e reduz a produtividade.
Falta de mão de obra – após o evento de Belo Monte, a mão de obra ficou cara e escassa,
pois os setores produtivos tradicionais têm dificuldade para competir com as construtoras
que oferecem salários maiores.
Falta de incentivos e apoio dos governos – precisamos ações mais ativas, mais presencial,
precisamente com os órgãos de fomento.
Ausência do Senac – é importante a presença para qualificar a mão de obra.
Falta de segurança pública – as empresas precisam investir em segurança privada. Há
medo de o empreendedor investir.
Diferenças de alíquotas e glosas de créditos sem justificativas.
Antecipação tributária com agregação e lucros irreais.
Apresentou soluções, tais como a consolidação da produção local (rural, industrial mineral);
consolidação do potencial turístico; política de incentivos fiscais como compensação pela precariedade
da infraestrutura e como fomento ao desenvolvimento, já que o comércio e os serviços têm uma
reação muito rápida.
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Palestra 6: AGENDA DE PESQUISA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
NA PRODUÇÃO PARA A REGIÃO DO XINGU (Guilherme Coelho – EMBRAPA)
Representante da Embrapa, Guilherme Coelho apresentou a Agenda de Pesquisa e Transferência de
Tecnologia da Embrapa em parceria com o Núcleo de Apoio à Pesquisa e atuação regional que auxilia
na descentralização das políticas públicas, com objetivo de dinamizar arranjos produtivos,
mercadológicos e institucionais, por meio do uso de soluções tecnológicas.
Ele destacou que a transferência de tecnologia é um componente do processo de inovação, no qual
diferentes estratégias de comunicação e interação são utilizadas por grupos de atores como órgãos de
extensão como a Emater, instituições de crédito, de ensino, pesquisa e outros órgãos de fomento.
Coelho ressaltou ainda que a Embrapa não tem capilaridade nem corpo técnico para fazer extensão,
mas que sua missão é gerar tecnologia de alto nível para fomentar a produção, tais como o Plantio
Direto, Integração Lavoura Pecuária Floresta – ILPF, Sistemas Agroflorestais – SAF´s, entre outras
inovações tecnológicas que visam transformar as áreas cultivadas mais pujantes e com menos
impactos ambientais.
Fotos 1 e 2: Imagens das palestras.
EXPOSIÇÕES DAS CADEIAS PRODUTIVAS DA REGIÃO DO XINGU
A Gerência Regional de Altamira da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARA) apresentou
dados sobre o rebanho paraense de 20.485.739 bovinos, em 2014, o equivalente a 10% da produção
nacional. A regional de Altamira contabiliza 12.194 produtores de gado, com a região do Xingu
representando 10% da produção do Pará.
Destacou os principais municípios de Castanhal, Altamira, Marabá e Macapá (AP) que recebem bovinos
para abate dos municípios de Anapú, Altamira, Brasil Novo, Vitória do Xingu, Uruará, Medicilândia,
Marcelo Rolof (Agência de Defesa Agropecuária do Pará - ADEPARA)
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sendo que Altamira e Castanhal são os municípios que mais se destacam no recebimento de bovinos
para abate, com 44.355 (Altamira) e 57.744 (Castanhal), em 2014.
O representante da SEDAP - Regional, Dino Barile, abordou o potencial da pecuária regional,
ressaltando a importância das boas práticas de produção, mas alertou para a necessidade de se
avançar na regulação fundiária, para que a região consiga seguir firme no fortalecimento dos negócios.
Para a SEDAP, se o desafio é não desmatar, a questão é avançar na correção do solo. A Secretaria
destacou a pecuária leiteira e apicultura como potenciais para incentivar a industrialização.
Aliomar Arapiraca falou sobre a inserção dos municípios do Xingu nas Economias Nacional e
Internacional, com ênfase na dinâmica da cacauicultura mundial. Apontou dados que mostram o Brasil
como 7º produtor de cacau no ano agrícola de 2014/2015, respondendo por 5,2% da produção
mundial.
Há perspectivas que o Pará produza 105 mil toneladas, em 2015, com maior produção nacional por
hectare. O Pará já apresenta a melhor produtividade do Brasil – 858 kg por ha. Na região do Xingu,
destacou o município de Medicilândia com produtividade de 1.140 kg por ha.
Para Arapiraca, a cacauicultura é uma atividade intensiva em mão de obra - 01 emprego direto gera 5
indiretos. A região do Xingu tem 37 mil empregos diretos para 147 mil indiretos e renda bruta ano por
ha de R$ 6 mil.
Ele ressaltou também que entre quatro a cinco grupos controlam a produção do chocolate no mundo,
mas a fábrica de chocolate Cacauway é pioneira na região do Xingu com grandes potencialidades para
a verticalização da cadeia do cacau. E sugeriu a criação de cursos específicos para chocolatier para os
filhos e filhas da região. “A cadeia produtiva de um bem ou serviço é o conjunto de agentes econômicos
que possuem parte relevante de seus negócios na produção desse determinado produto ou serviço”,
defendeu Aliomar Arapiraca.
Israel Oliveira, do IDEFLOR-Bio, apresentou informações sobre o Projeto de “Conservação e Uso dos
Recursos Florestais”, em parceria com Associação Agricultura Familiar Agroextrativista e Moradores
da Comunidade São Benedito da PA 167 – ASB, que tem por objetivo promover o Desenvolvimento
Sustentável e Fortalecimento das Cadeias de Valor da Sociobiodiversidade por meio do manejo
florestal comunitário.
Dino Barile (Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agropecuário e da Pesca - SEDAP)
Aliomar Arapiraca (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC)
Israel Oliveira (Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade - IDEFLOR-Bio)
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O IDEFLOR está na região desde 2008 e, a partir de 2014, passou a denominar-se IDEFLOR-Bio. Ainda
não foi sancionada a Lei de manejo florestal, comunitário e familiar, mas é necessário o ordenamento
da demanda para coordenar uma cadeia florestal – preparo das mudas. Projetos como este
oportunizam a produção sustentável com geração de renda, no caso desta iniciativa, ela foi realizada
com a parceria do PDRS Xingu, IDEFLOR, EMATER e Prefeituras, envolvendo 700 famílias entre 10
municípios.
Israel enfatizou desafios da ação, com exemplos da necessidade de correção do solo, mecanização de
áreas degradadas, capacitação em boas práticas para uma agricultura sustentável.
Luiz Pinto, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP) falou sobre o Programa
de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Cacau no Pará – PRODECACAU (2011 a 2019), cujo
objetivo é duplicar a área de cacau e transformar o Pará no principal produtor nacional até 2023,
superando o Estado da Bahia.
Para ele, a cacauicultura ocasiona baixíssimo impacto ambiental e altíssimo resultado econômico – se
comparado à pecuária. O cacau superou o preço da arroba do boi – R$ 10,00 o quilo.
O representante da SEDAP afirmou que há mais de um milhão de solos de média e alta fertilidade
naturais propícios à cacauicultura prospectados pela CEPLAC e que há necessidade de reintegração ou
reincorporação de áreas alteradas ao processo produtivo na área de atuação do PRODECACAU/PA.
Os principais desafios, enfatizou Luiz Pinto, são a ampliação da produção de sementes híbridas de
cacau; expansão da área cultivada com SAF; aumento da produção e produtividade e processamento
industrial. Isso tudo para se possa aproveitar a potencialidade da região e plantar a floresta de uso
múltiplo. Minas Gerais é hoje o Estado que mais está plantando açaí no Brasil, exemplificou ele,
mostrando que não basta a aptidão natural.
Entre as estratégias de ação, apontadas pela SEDAP, está a produção em média, anual, em torno de
20 milhões de sementes híbridas e/ou seu equivalente; implantação de três centros de geração,
difusão e transferência de tecnologias nas regiões da Transamazônica, Tucumã e Baixo Tocantins.
Também são iniciativas, a disponibilização de 30 unidades de atendimentos de ATER (infraestrutura
predial) e 60 veículos automotores para os trabalhos de ATER; instalação de 32 unidades de referência
tecnológica – URT; estímulo à instalação de pelo menos oito plantas industriais para o processamento
de amêndoas secas de cacau, sendo duas na região do Baixo Tocantins, duas no Sul/Sudeste, e quatro
na Transamazônica e a mobilização de recursos do Fundo de Apoio a Cacauicultura do Estado do Pará
– FUNCACAU, para fazer face as demandas do Programa.
Luiz Pinto (Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agropecuário e da Pesca - SEDAP)
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O assessor da Cooperativa Central de Produção Orgânica na Transamazônica e Xingu – CEPOTX,
Jadielson Oliveira falou sobre o Programa de Produção Orgânica na Transamazônica e Xingu que reúne
seis cooperativas da região e salientou que é importante que a liderança dos produtores se manifeste
e que, para ter efetividade, as políticas públicas precisam se fazer presentes. A CEPOTX trabalha em
parceria com a Fundação Viver Produzir e Preservar – FVPP, CEPLAC, Natura e Sebrae.
A Cooperativa atua com cacau orgânico como nicho de mercado – mercados sustentáveis. ‘’O cacau
no Pará sempre foi visto como refugo, mas hoje o cacau adquiriu outra qualidade, pois é uma produção
sem queima, sem uso de agrotóxico’’, assinalou o empreendedor.
O Programa teve início em 2005, em 2006 começou o processo de produção orgânica certificada e, em
2007, começou a exportar com certificação nacional e internacional. Ele ainda disse que o chocolate
brasileiro vem com a experiência da Transamazônica.
Para a CEPOTX, a pesquisa, a extensão e o ensino são fundamentais para a modernização da cadeia da
cacauicultura. Os cooperados trabalham com os seguintes eixos: cooperativismo, comercialização,
assistência técnica, certificação e relações institucionais/parcerias.
Dados principais:
6 cooperativas
95 propriedades certificadas
1.125 ha de cacau e 7.420 ha de área total
150 famílias de produtores
Comercialização de cacau: +-150 t/ano
Preço diferenciado
As perspectivas da CEPOTX são: o fortalecimento da organização regional das Cooperativas (CEPOTX);
verticalização da produção (manteiga de cacau); diversificação da produção com comercialização de
óleo de babaçu e outros óleos da sociobiodiversidade, outros produtos para o PNAE e PAA; novas
parcerias comerciais e institucionais; aprovação de projeto (assistência técnica e estruturação das
cooperativas); capital de giro; ampliação do mercado (europeu e americano) e Certificação Fair Trade.
Luiz Pinto, da SEDAP, também comentou sobre o desempenho da produção de pescado no Brasil. Em
que pese o crescente desempenho do setor em nível nacional, segundo ele, o Pará apresentou queda
de 2003 a 2014.
Pinto afirmou que o Pará tem baixos índices de produtividade, estando à frente apenas do Acre e
Amapá, segundo a produção de pescado (t) piscicultura por Regiões e Unidades da Federação (IBGE).
As principais dificuldades enfrentadas pelo setor são os processos de emissão de outorga da água,
incentivos, etc.
Por fim, Luiz Pinto informou que há projetos em construção tais como: instrumentos normativos para
facilitar o acesso à outorga do direito de uso da água para a atividade; projeto de fomento para
Jadielson Oliveira (Central de Cooperativa de produção orgânica na Transamazônica - CEPOTX)
Luiz Pinto (Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agropecuário e da Pesca - SEDAP)
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aquicultura familiar comercial; decreto governamental em construção para isenção do ICMS para
piscicultura.
Marcelo Salazar, do Instituto Socioambiental (ISA), falou sobre o corredor da diversidade
socioambiental do Xingu destacando os produtos florestais não madeireiros da Terra do Meio. Ele
apresentou a área de abrangência do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu com
13 Terras Indígenas, 7 Unidades de Conservação, 9 povos diferentes que falam 9 línguas (distintas) em
29 milhões de hectares com 93% de florestas. Esta grande percentagem de floresta é pouco explorada
economicamente.
A atividade econômica dos produtos florestais não madeireiros demanda por produtos que valorizem
a cultura de povos e populações tradicionais. O mundo mudou. O mercado hoje valoriza os mais de
100 produtos advindos da floresta, tais com castanha-do-brasil, óleo de andiroba, óleo de copaíba,
óleo de patauá, farinha de mandioca, cacau, seringa e outros. Além de mercado que ainda não estão
estruturados como mercado de carbono e ICMS Ecológico.
‘’Não basta apenas incentivar a extração desses produtos, mas também desenvolver políticas e
inovações tecnológicas para o processamento de produtos da floresta pelas populações que vivem no
interior e entorno das florestas’’, enfatizou Salazar.
Ele sugere o trabalho de forma intensiva com os produtos da floresta, além de um olhar para cestas
de produtos e não apenas para cadeias produtivas. Destacou, por exemplo, potenciais do breu, mel,
artesanato, óleos, essenciais, cacau (interface entre a floresta total e desmatamento total).
“As pessoas percebem que desmatar tudo não foi legal’’, considera ele, que ainda sugere que haja
implementação prática de uma política do estado que fomente a produção a iniciar pela pauta da
borracha que tem um preço de mercado R$ 2,5 e de pauta é R$ 6,0, ‘’isso não é correto, pois inviabiliza
a competitividade’’, destaca o representante do ISA.
Salazar ainda apresentou exemplos de investimento estruturantes e estratégicos para desenvolver
negócios da floresta na região, tais como política estadual para estimulo a produtos florestais não
madeireiros – redução imediata da pauta da borracha, logística fluvial, pagamento por serviços
socioambientais, política estadual de subsídios para PFNM; investimentos estratégicos para atração
de indústrias como a de cosméticos, alimentícia, farmacêutica e de turismo; centro de referência em
tecnologia para produtos florestais, especialmente os não madeireiros;
Secretário adjunto de Estado de Turismo, Joy Colares, apresentou o portfólio de políticas de fomento para o turismo, com destaque às ações de fortalecimento da gestão municipal de turismo, sugerindo a reativação do fórum do polo do Xingu, além do levantamento da oferta turística por meio de
Marcelo Salazar (Instituto Socioambiental - ISA)
Joy Colares (Secretaria de Estado de Turismo - SETUR)
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inventário, pesquisas e estudos do turismo na região com vistas à estruturação de destinos. Ele enfatizou ainda o potencial turístico natural da Região do Xingu com possibilidade de se criar uma Rota Turística atrelada às atividades produtivas da região.
Para o fortalecimento do setor de turismo da região, destacou ações de qualificação profissional, qualificação de serviços turísticos, CADASTUR, captação de recursos, mapeamento de oportunidade de negócios e atração de investimentos turísticos.
Joy também apresentou o acordo de cooperação técnica com a Norte Energia para formatar produtos turísticos, atrair visitantes às praias fluviais do rio Xingu e seus afluentes; centro de eventos e turismo; visitação do complexo da UHE Belo Monte com linha de transporte para esse fim, incluindo, os mirantes de observação da Usina; além do ecoturismo náutico e da pesca esportiva nos reservatórios.
A atividade de turismo é uma grande oportunidade de agregar valor à dinamização da economia da região, mas é preciso parcerias com os municípios.
Fotos 3 e 4: Imagens das palestras sobre as cadeias produtivas.
MESAS REDONDAS
MESA 1 – FERRAMENTAS PARA REGULARIZAÇÃO Representantes: SEMAS: Viviane Gama PMV: Juliane Marta JUCEPA: Cláudio Alves SEMAT–Altamira: Elisangela Santos SEMAT-Vitória do Xingu: Marcônio Silva O debate da Mesa Redonda de Ferramentas para regulação contou com a presença de órgãos
responsáveis pela formalização e licenciamento ambiental de empreendimentos na região para
esclarecimentos sobre os procedimentos burocráticos mais importantes para o desenvolvimento das
atividades econômicas.
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O Programa Municípios Verdes (PMV) é um programa do Governo do Estado do Pará que atua na
consolidação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e no fortalecimento à descentralização ambiental.
Gilson Brandão de Senador Jose Porfírio perguntou como o município pode ter acesso aos recursos
para contribuir para elaboração do CAR?
Resposta: Por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, pois com base na Resolução COEMA
116/2014 há descentralização para os municípios da atividade de validação do CAR, ligada ao
licenciamento da atividade rural (art. 5º), assim as Secretarias Municipais estão sendo qualificadas a
contribuir com a elaboração do CAR.
Também se perguntou sobre como investir na piscicultura, se há dificuldades para legalizar e escoar a
produção? Como se regulariza a atividade, na prática? Qual o documento que legitima o tanque
escavado?
Respostas: Foram mencionados os procedimentos burocráticos a serem apresentados nas Secretarias
de Meio Ambiente, tanto Estadual quando Municipal, entretanto nota-se que é preciso ser mais
didático para que a população local tenha tempo hábil para se legalizar. Também se falou da
importância de se divulgar e esclarecer adequadamente o público interessado. Falou-se ainda da
necessidade de alinhamento das informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente com as
orientações da assistência técnica. As secretarias de Meio Ambiente têm um aporte importante para
realizar serviços de comunicação e podem aprimorar esse alinhamento entre a produção e as questões
ambientais de forma positiva.
Vitória do Xingu tem sido chamado de “primo rico”, mas tem muitos problemas, já que a obra da UHE
Belo Monte está sendo realizada no município. A obra traz o bônus, mas traz o ônus também. Um
exemplo dessa realidade é o Plano Diretor, que previa a expansão urbana, mas não valeu, pois seis
linhões irão passar ao longo da área. Entretanto, o município conseguiu passar de 3% para 63% de
empresas cadastradas e isso é muito importante para a sustentabilidade econômica do município após
o término da obra.
Quanto a regulamentação é imprescindível a presença do Instituto de Terras do Pará (ITERPA), uma
vez que o primeiro documento para a regulação da atividade econômica é o título da terra. Não só
neste aspecto há um distanciamento muito grande do Estado com o interior. O fundiário é um dos
maiores problemas enfrentados na região e no Estado como um todo. Há escassez de representantes
do Estado na Região para equacionar o problema.
MESA 2 - DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOAS Representantes: UFPA: Maria Ivonete da Silva UEPA: Jorge Farias SENAI: João Vieira de Melo Neto SENAC: Denise Miranda SEBRAE: Keila Zortea SECTET: Selma Leite A Mesa Redonda de Qualificação de Pessoas iniciou com a apresentação do Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC), que apresentou portfólio de cursos de pós-graduação, cursos
técnicos e profissionalizantes, além de ensino a distância, sendo um importante parceiro no processo
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de fortalecimento do setor produtivo da região, já que não se pode pensar o futuro da região, sem
pensar o futuro da qualificação. O Senac possui unidades em Santarém e Belém.
Ao longo dos acontecimentos na região do Xingu houve uma alteração de demandas de cursos. O
campus da UFPA de Altamira foi pensado nos anos 1980 com uma oferta de cursos e agora as
demandas são outras de formação humana que venham corresponder às expectativas da nova
realidade regional.
A UEPA apresenta uma história muito parecida com a da UFPA e necessita de atualização na oferta de
cursos, além de investimentos na manutenção e criação de laboratórios que viabilizem os cursos.
A gerente regional Xingu do Sebrae Altamira destacou atuação do agronegócio com o cacau em
Medicilândia, além do setorial de comércio, atendendo cinco municípios atingidos pela UHE Belo
Monte. O órgão tem atuado na implementação da Lei Geral, instrumentalizando os municípios para o
incentivo de compras locais, além de atender às demandas espontâneas de todo o território do Xingu.
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Tecnológica (SECTET) tem a finalidade de planejar,
coordenar, formular e acompanhar a política estadual de desenvolvimento econômico, científico e
tecnológico, bem como promover, apoiar, controlar e avaliar as ações relativas ao desenvolvimento e
ao fomento da pesquisa e à geração e aplicação de conhecimento científico e tecnológico no Estado
do Pará e atua na interlocução de cursos profissionalizantes para o setor produtivo.
É importante que as entidades de classe encaminhem as demandas de cursos de qualificação para a
SECTET para direcionamento qualificado, atendendo a realidade do setor.
O Diretor do SENAI-Altamira do Sistema FIEPA completa 38 anos de ações em Altamira, onde já
direcionou 533 jovens no programa aprendiz com carteira assinada, que injetam 180 mil reais por mês
na economia local. O SENAI treina o pessoal dentro da obra e há uma projeção para que 5.380 pessoas
sejam capacitadas.
A representante da UFPA destacou a agropecuária e a educação como as duas grandes linhas mestras
de desenvolvimento do Xingu. Disse que a UHE Belo Monte provocou um grande êxodo rural e o campo
está abandonado. Com a conclusão da obra muita gente pode voltar para o campo, mas será que em
boas condições de qualidade de vida e emprego? Não se pode mais pensar nos moldes dos anos 1970.
Há que se pensar na pluricultura. ‘’Precisamos de apoio junto ao MEC para viabilizar cursos de
Engenharia Florestal, por exemplo. Educação do campo para formar filhos de agricultores do campo.
Desenvolver o étnico desenvolvimento. Além de cursos de licenciatura – programa de formação de
professores que precisam ter um curso universitário para desenvolver um bom ensino básico, bem
como criação de novos cursos – engenharia de pesca, potencializar a economia. Tornar Altamira um
Polo Universitário. Consolidar os cursos existentes, pensando na agricultura familiar. A educação
superior eu defendo de forma muito visceral, pois ela é a ferramenta de transformação e ascensão
social’’, considerou a representante da UFPA.
O representante da UEPA disse que há quatro cursos em andamento, mas em 2014 houve oferta de
vagas apenas para o curso de Educação Física. É preciso avançar na existência e manutenção dos cursos
que existem na região. Os cursos são insuficientes em quantidade e em qualidade. Infelizmente isso
tem sido a prática na região. Tecnologia de alimentos, enfermagem, são necessidades que demandam
os cursos novos. A UEPA está se adequando ao sistema nacional e vai fazer suas entradas pelo ENEM.
No campo da qualificação o SEBRAE faz orientações e capacitações para contribuir à formalização de
Micro Empreendedores Individuais (MEI).
15
Os órgãos de qualificação existem, mas estão dispersos e não estão conectados com as demandas reais
por qualificação. Sugere-se um Programa Pará profissional com ações colaborativas com mapeamento
das demandas de cada arranjo local, além da implementação de um Fórum do ensino de formação,
técnico e tecnológico. Proposta dos Estudos a distância. Organização de grupos de estudos. Semeador
de arranjos produtivos de associações, etc. Criar um ambiente colaborativo com um nível de celeridade
que criem redes que não estejam apenas circunscritas às áreas do Xingu.
Casos de êxito como as Mulheres de Uruará que foram qualificadas e hoje estão trabalhando a partir
das oficinas do Senai, como costureiras industriais e com artesanato, precisam ser multiplicados.
João Batista Uchôa (FVPP) disse que houve um prejuízo muito grande na implementação do Pronatec,
Pronacampo e Pedagogia da Alternância. É preciso planejar e melhor qualificar a demanda. Demandas
do Plano Safra não foram atendidas. Agora é o momento de acertar o passo e agir estrategicamente.
Estabelecer uma ação bastante agressiva para dar aos jovens a oportunidade de poder entrar nos
cursos profissionalizantes, conectados junto às distintas esferas. É preciso ofertar novos cursos –
potencializar a engenharia florestal. A dinâmica do Enem é inovadora, mas ela esvazia as turmas, já
que muitos vêm de fora e não se adaptam ao local. Mas quando as vagas são destinadas à população
local, isso é diferente pois ela não desiste, já que é a materialização da oportunidade sonhada.
Veterinária, agroindústria do leite, agronomia são cursos bem próximos das necessidades região, só
para citar alguns. Assim como conseguiram aprovação do curso de medicina, pode-se conseguir outros.
O gráfico da UEPA só tem caído. Ela já teve momentos melhores, mas é preciso avançar.
É importante planejar junto ao Plano Safra - pesca, floresta e agricultura familiar – SEDAP e MDA, por
exemplo. Infelizmente, as prestadoras de serviços de assistência técnica estão conseguindo recursos
da região, mas trabalhando de forma isolada. O INCRA que contrata estas empresas precisa entrar em
consonância com uma estratégia orquestrada ao Plano Safra.
A ideia de Empresa Júnior, incubadoras de cooperativas, fortalecimento de associações de mulheres e
produtores pode potencializar a capacidade de gestão destes pequenos empreendimentos que fazem
o dia a dia da região.
Produtor Rural - Como pensar a massa de alunos que não conclui sequer o ensino fundamental. Uma
minoria que conclui o ensino médio, como pensar a qualificação para essa população?
Impressões sobre a educação – desconectada da base produtiva e desalinhada das demandas.
Provavelmente, a falta de um Conselho Gestor de Educação forte para direcionar esta conexão. A
região não conseguiu capitalizar a oportunidade de uma grande obra de infraestrutura no sentido de
fortalecer suas instituições de ensino.
MESA 3 e 4 – FERRAMENTAS DE CRÉDITO E DE GESTÃO Representantes: SICRED: David Silva BANPARÁ: Tiago Alves BNDES: Anderson Moraes SEBRAE: Keila Zortea OCB: Luís Carlos dos Santos EMATER: Almir Uchôa
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O supervisor do escritório regional da EMATER em Altamira apresentou um relatório de ações
consolidadas no ano de 2014, que incluem a realização de 5.629 Cadastros Ambientais Rurais (CAR),
760 Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) e o cadastramento de 6.293 novas famílias, somando os
atuais 11.794 produtores.
O representante do Banco do Estado do Pará (BANPARÁ) informou que o Banpará está em trabalhos
de expansão em todo território do Xingu com mais uma agência recém inaugurada em Altamira.
O representante do BNDES informou os diversos Editais que estão disponíveis da Fundação do Banco
do Brasil para apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas e setor agropecuário, como o Programa
jovem rural. O Edital estará aberto até 30 de junho.
O Projeto Entorno é uma política do BNDES e a ADT foi um produto dessa política enquanto auxílio ao
PDRSXingu. Informou que há toda uma linha de produtos do BNDES. Há benefícios diretos e indiretos.
O desafio é internalizar o que foi colocado na ADT e identificar quais ações foram contempladas no
próprio território. Todas as linhas e ações que são apenas de financiamento. Banco passa por toda uma
versão territorial. Fortalecer a ações territoriais.
A representante do Sebrae sugeriu leitura do plano de negócio que pode ser baixado gratuitamente
no site do Sebrae-Minas para ajustes da realidade local. João Batista Uchôa (FVPP) sugeriu a criação
de um espaço colaborativo para melhor compreensão e acompanhamento das ações territoriais.
O representante da Organização Brasileira de Cooperativas (OCB) colocou a instituição a disposição
para acompanhamento e auxílio às cooperativas da região podendo ser mais um importante parceiro
para o desenvolvimento socioeconômico da região do Xingu.
Fotos 5 e 6: Imagens das mesas redondas.
17
OFICINAS SETORIAIS
No segundo dia do Seminário foram realizadas oficinas setoriais, cujos objetivos visavam elaborar um plano de ação de curto e médio prazo para construção coletiva de uma agenda de ações estratégicas para a dinamização das atividades econômicas do Xingu. As oficinas foram realizadas em salas separadas com a presença de um coordenador em cada sala e contou com a presença de 106 participantes, que de forma participativa elaboraram os seis quadros, mais abaixo, a fim de orientar e priorizar as diretrizes de ações voltadas ao desenvolvimento do Xingu.
Gráfico 1: Participação nas oficinas setoriais
O tema de cada oficina buscou destacar as principais atividades econômicas da região sendo
Agricultura, Aquicultura, Pecuária, Turismo, Produtos Florestais Não Madeireiros e Indústria, Comércio e Serviço. A metodologia das oficinas buscou estimular, coordenadamente, o livre debate e responder as seguintes perguntas:
Problema - o que? - Especificar com clareza qual a situação problemática
Como? - Indicar objetivamente de que forma a situação problemática pode ser resolvida
Quem? - Indicar os responsáveis pela resolução
Quando? - Indicar o prazo para que as soluções propostas aconteçam
ATIVIDADE PRODUTIVA: PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS (17 PARTICIPANTES) Coordenadora: Lucélia Guedes / Relator: Alisson Reis
Problema - o que? Como? Quem? Quando?
Redução da pauta da borracha de R$ 6,00 para R$ 2,00
- Articulação junto a SEDEME e SEFA (nota técnica, reuniões, apresentações, etc.)
SEDEME, SEFA Agosto de 2015
Falta de acesso e gestão de crédito e subsídios (organização das associações)
- Organizar caravanas de crédito com CONAB – (PAA e PGPM) e prefeitura (PNAE) - Criar instrumentos para viabilizar subsídios estadual para produtos da sociobiodiversidade. - Mobilização das prefeituras para a criação de subsídios
CONAB, OCB, SEDEME, PMV, prefeituras e
câmara técnica 6 do PDRSX
Agosto de 2015
Ausência de um centro de pesquisa aplicada e formação para PFNM (óleos, castanhas, sementes, raízes, frutos, resinas, etc.)
- Viabilizar a implantação de um projeto deste porte na região de altamira - Formulações de editais específicos para fomentar a pesquisa de PFNM.
Universidade, CT 6 PDRSX,
EMBRAPA, SECTET, FAPESPA
Agosto de 2016
Dificuldade de acesso a mercados.
Participação do grupo no núcleo APL do Estado do Pará.
SEDEME, SEBRAE, FIEPA.
Agosto 2015.
148
13
39
17
15
PARTICIPAÇÃO NAS OFICINAS SETORIAIS
AQUICULTURA COMÉR, SERV. INDÚSTPECUÁRIA AGRICULTURAPRODUTOS FLORESTAIS TURISMO
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ATIVIDADE PRODUTIVA: TURISMO (15 PARTICIPANTES) Coordenador: Fátima Gonçalves / Relator: Veridiana Silva
Problema - o que? Como? Quem? Quando?
Inexistência de inventário da oferta turística dos municípios do polo Xingu.
Fazer termo de cooperação técnica com atores na área, para a execução do inventário.
SETUR, Prefeituras municipais, Universidades locais, Norte Energia.
Até dezembro 2015
Ausência de planos municipais de turismo polo Xingu.
Captação de recurso para a elaboração do plano municipal.
SETUR, parceiros, Norte Energia e Prefeituras locais.
Até o final de 2016
Necessidade de melhoria da qualidade da prestação de serviço da cadeia produtiva de turismo.
- Capacitação/qualificação dos profissionais e serviços turísticos. - Identificar as demandas dos cursos
SEBRAE, SENAC, SENAR, SESI, SESC, Universidades, IFPA, SEDAP, Associações, SESCOOP, SETUR, SEASTER, SECTET, FUNAI, IDEFLOR-BIO, Prefeituras locais e núcleo de articulação e cidadania.
Até 2017
Deficiência da infraestrutura do sistema de comunicação da região do Xingu (internet, telefone, televisão).
Maior investimento de infraestrutura para expansão da área de cobertura de internet, telefonia e televisão.
Governos: federal, estadual (PRODEPA) e municipal e operadoras responsáveis.
Até 2017
Necessidade de investimentos complementares na oferta turística.
Atração de investidores para a atividade de turismo.
MTUR, SETUR e secretarias municipais de turismo.
Até 2017
Dificuldade de acesso ao crédito
Criar estratégias para facilitar o acesso ao crédito para diferentes portes de atividades (garantias reais).
SETUR, CREDICIDADÃO, BANPARA, Banco da Amazônia, BNDES, banco do produtor e caixa econômica federal.
Até dezembro 2015
Inexistência de rotas turísticas
Criação, estruturação de rotas turísticas, como exemplo a rota do cacau.
Governo do estado e prefeitura locais.
Até dezembro 2015
ATIVIDADE PRODUTIVA: INDUSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇO (8 PARTICIPANTES) Coordenador: Sérgio Menezes / Relator: Sérgio Menezes
Problema - o que? Como? Quem? Quando?
Dificuldade e demora no registro e regularização das empresas
Celebrar convênio prefeituras e JUCEPA para implementação do software da Rede SIM (SIMPLES)
Prefeituras/ JUCEPA Imediato
Má qualidade nos serviços públicos prestados aos cidadãos e empresas
Implantação da estação cidadania com integração de diversos órgãos públicos
DETRAN/ COSANPA/ REDE CELPA/JUCEPA/ SEFA/ Bombeiros/ SEMAS/Prefeituras/ Cartórios/Bancos
Imediato
Ambiente desfavorável ao desenvolvimento das MPES
Implementação da lei geral da MPES nos municípios de Altamira e Porto de Moz
Prefeituras/ câmara municipal
Imediato
Má qualidade dos serviços de internet e telefonia móvel nos municípios do Xingu
Implantar sistema de anel (dupla entrada) que atenda às necessidades da região.
PRODEPA/ empresas privadas
Imediato
Desemprego pós obra da UHE Belo Monte
Ação e estruturação fortalecimento do SINE (equipamento e pessoal qualificado)
MTER/ Prefeitura de Altamira
Imediato
Carência de profissionais qualificados para a atual e futura realidade sócio econômica dos municípios do Xingu
Ofertar novos cursos de níveis superior, técnico e formação inicial e continuada.
SENAC/ SEBRAE/ SENAI/ SENAR/ Universidades e IFPA
Imediato
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ATIVIDADE PRODUTIVA: AQUICULTURA (14 PARTICIPANTES) Coordenador: Luiz Pinto / Relator: Simone Silva
Problema - o que? Como? Quem? Quando?
Elevado custo da ração
- Trazer a granel os insumos e produzir ração na região; - Realizar compra conjunta;
Governo (estadual e federal), prefeituras, iniciativa privada, associações, cooperativas.
2 anos
Não há comitê de bacia do Xingu (outorga de água)
- Fazer intercâmbio em Itaipu e buscar informações para criar o comitê de bacia - Dispensa de outorga para o agricultor familiar;
Governo (estadual, municipal e federal), prefeituras, iniciativa privada, associações, cooperativas, conselhos municipais de meio ambiente.
Máximo de 60 a 90 dias
O público alvo desconhece as normas e legislação necessárias para legalizar a atividade (licenciamento ambiental em geral)
Mídias de comunicação (campanha de conscientização, rádio, jornal, cartilhas, televisão, etc.), cursos de capacitações.
SEMAT; FVPP; associações; e todos os órgãos envolvidos no licenciamento da atividade, SEMAS.
2 anos
Deficiência de equipamentos e infraestrutura em geral (tanque-redes e tanques escavados)
Fazer parceria com MPA e SEDAP para viabilizar a aquisição de equipamentos e infraestrutura dos tanques com capacitação técnica para os operadores (produtores e técnicos)
SEDAP; SEBRAE; MPA; FETAGRI;
2 anos
Insuficiência na oferta de insumos (ração, alevinos e juvenis)
- Colocar para funcionar o laboratório de produção de alevinos; - Construir um laboratório de produção de alevinos em altamira e fábrica de ração; - Buscar alevinos em Santarém;
SEDAP; EMATER; secretarias municipais de agricultura
2 anos
Deficiência de equipamentos e recursos humanos para prestar assistência técnica
- Disponibilizar pessoal capacitado a partir de convênios e intercâmbios; - Parcerias para viabilizar a implementação da ANATER nos territórios; - Participar dos editais de contratação; - Fortalecimento das instituições oficiais e prestadoras de ater, através da ANATER; - Capacitação dos técnicos que atuam na área;
EMATER; EMBRAPA; INCRA; SEDAP; CONAPE; FVPP; ANATER; COOPEBAX;
2 anos
Não há unidade de processamento de pescado. Obs.: escala de produção (5 toneladas/mês para ser lucrativo)
- Criar grande parceria envolvendo unidade de processamento (filetagem, congelamento e defumagem) através de cooperativas;
Prefeituras, OCB, SEDAP, governo federal (Ministério da pesca, meio ambiente, MDA, MDS), EMATER, SPU.
2 anos
Falta de informações confiáveis sobre a produção do pescado na região (estatística)
Realizar um diagnóstico e levantamento da produção;
MPA, IBGE, prefeituras, SEDAP, FAPESPA
2 anos
Pouco conhecimento cientifico regional sobre a aquicultura
Pesquisas e estudos referentes a reprodução, alimentação, água, para espécies com potencial para a região.
EMBRAPA, UFPA, UEPA, IFPA, EMATER.
2 anos
Falta de processo de discussão permanente sobre a política de aquicultura e pesca
Criação de um grupo permanente de discussão, acompanhamento da política de aquicultura e pesca.
EMATER; COOPEBAX; SEDAP; FVPP; UEPA; UFPA; IFPA; ACIAPA; SEMA estadual e municipal, secretarias de agricultura; FETAGRI
90 dias
20
ATIVIDADE PRODUTIVA: AGRICULTURA (39 PARTICIPANTES)
Coordenador: Israel Oliveira / Relator: Israel Oliveira
Problema - o que? Como? Quem? Quando?
Falta de apropriação municipal sobre as questões fundiárias na região.
- Realizar reuniões no âmbito da CT 1, para discutir a regularização fundiária, antecedendo a audiência pública. - Solicitar os resultados e encaminhamento da CT 1 sobre o seminário de regularização fundiária.
Prefeituras, produtores, instituições de governo, CT 1 – ordenamento e regularização fundiária. PM21
Julho de 2015.
As decisões no âmbito do FUNCACAU são centralizadas na capital.
- Solicitar uma apresentação sobre o FUNCACAU (discutir a atuação e suas decisões na região). Local: Altamira
SEDAP Julho de 2015 - PDRSX
Dificuldade na organização dos trabalhadores em empreendimentos da economia solidária (associações e cooperativas)
- Apoio a criação de organizações de produtores; - Fortalecimento das organizações existentes (Organização em redes)
SEASTER, OCB/SESCOOP, IDEFLOR, EMATER, FVPP
Agosto 2015
Fortalecimento da assistência técnica pública. Ex: EMATER, CEPLAC.
- Realização de concurso público para adequação do quadro técnico necessário para região (EMATER E CEPLAC); - Repasse suficiente de recursos para custeio e investimento para as atividades de ATER; - Investimento em capacitação técnica em áreas afins.
Governo do Estado e Governo Federal
Falta de recursos para manutenção das Casas Familiares Rurais para garantir e efetivar o ciclo de produção e implementação dos projetos dos jovens em formação.
Repasse de recurso implementação do programa estadual de apoio técnico financeiro as Casas Familiares Rurais.
Governo do Estado
Falta de operacionalização às prioridades e projetos definidos em discussões anteriores no PDRS e ADT Xingu
- Operacionalizar os documentos – ADT Xingu. - Que sejam encaminhas as propostas da ADT Xingu.
Membros da CT 03 Julho 2015
Insuficiência de iniciativas para agregação de valor aos produtos agropecuários regionais
Viabilizar a verticalização dos principais produtos da agropecuária regional (mandioca, cacau, açaí, etc.)
SEDAP
Alta acidez do solo, comprometendo a produção
Viabilizar a disponibilidade e aplicação de insumos agrícolas na região, de acordo com análise de solo
21
ATIVIDADE PRODUTIVA: PECUÁRIA (13 PARTICIPANTES) Coordenadora: Lorena Aguiar / Relator: Jorge Souza
Problema - O Que? Como? Quem? Quando?
Falta de nivelamento do sistema de inspeção entre município e estado (há municípios não regulamentado) no território da transamazônica
Divulgação e orientação técnica dos termos (exigências) sobre o sistema de inspeção municipal, capacitação e órgão competente.
ADEPARÁ Secretarias municipais de meio ambiente SEDAP, EMBRAPA, SENAR
Dez/2015
Falta de acesso ao financiamento e de outros incentivos para infraestrutura para cadeia leiteira (ex.: mini tanques de resfriamento)
- Orientação para elaboração de projetos - Através da elaboração de projetos e disponibilização de credito especifico
BNDES, Banco Amazônia, Banpará, banco do brasil, banco do produtor (Verificar existência de politicas -MDA), OCB
2015/ 2016
Falta de continuidade na execução de projetos da cadeia leiteira já instalados (Pacajá – vila do bom jardim, COOPERLIGHT) - Convênio entre cooperativa, estado e MDA
Articulação entre estado, cooperativa para verificar status e avalição econômico-financeira
SEDAP COOPERLIGHT MDA OCB
Dez/2015
Falta de assistência técnica especializada (pública municipal/estadual) para a cadeia leiteira
- Criar/ difundir/ ampliar / fortalecer existência de órgão e/ou servidores qualificados para prestar atendimento especifico para o produtor; - Realização de intercâmbio técnico profissional c outras instituições e estados; - Criação de propriedade-escola (projeto piloto)
EMATER ADEPARÁ Secretarias municipais de agricultura da região ONG’S parceiras Instituições de ensino EMBRAPA SESCOOP
2016
Falta de orientação ao produtor sobre a regularização fundiária
- Divulgar amplamente o passo a passo ao pequeno produtor; - Maior interlocução dos órgãos que atendam ao pequeno produtor; - Agilização do processo de formalização
INCRA ITERPA Terra Legal FAEPA
2015
Falta de articulação entre os órgãos para alcance de objetivo comum – diversos (leite, corte, etc.)
Abrir canal de comunicação frequente entre os órgãos competentes e de interesse
SEMAS, EMATER ADEPARA, Secretaria de agricultura municipal-SEMAGRI, SEDAP, Etc.
Insuficiência na capacitação e qualificação técnica para setor produtivo da cadeia leiteira
- Criação de cooperativas - Realização de intercâmbio técnico profissional c outras instituições - Criação da propriedade-escola (projeto piloto)
OCB, Sindicatos rurais SEDAP, Secretarias municipais de agricultura, Instituições de ensino, etc.
Falta de adequação de frigoríficos e matadouros
- Capacitação técnica e profissional - Adequação dos empreendimentos às normas e licenciamentos - Acesso a crédito - Fiscalização pelos órgãos competentes
ADEPARA Secretaria de agricultura municipal-SEMAGRI SEMAS
Falta de inspeção em frigoríficos e matadouros municipais
Participação e fiscalização pelos órgãos responsáveis
ADEPARA, Secretaria de agricultura municipal-SEMAGRI, SEMAS
Fechamento de frigoríficos da região
- Quebra de monopólio na região - Fiscalização efetiva nos empreendimentos fechados
SEDAP, Sindicatos dos frigoríficos, Sociedade civil, FAEPA, Ministério da Agricultura, Secretarias de agricultura municipais
Imediato
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Os quadros resultantes das oficinas são planos de ação de curto e médio prazo com ações
prioritárias para o fortalecimento de cada setor produtivo. Estes planos de ação têm objetivo de servir
de subsídios para uma agenda estratégica e iniciativas do setor produtivo, órgãos públicos e sociedade
civil organizada. Foram separadas abaixo ações de infraestrutura e de regularização fundiária que são
estratégicas e estruturantes que perpassam por todas as atividades econômicas e ampliam as
oportunidades de negócios na região do Xingu, mas que dependem de projetos integrados
intergovernamentais.
AÇÕES DE INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA E AÇÕES DE QUESTÕES FUNDIÁRIA
AGRICULTURA
Problema - O que? Como? Quem? Quando?
Falta de regularização fundiária e ausência dos órgãos responsáveis na região.
- Audiência pública para discutir e apresentar a metodologia para regularização fundiária na região do Xingu e Gurupá (ilhas); - Reunião de nivelamento com os órgãos responsáveis. Local: Altamira
Solicitar aos órgãos responsáveis ITERPA, INCRA, TERRA LEGAL, SPU, SEMMAS, ICMBIO, IBAMA, FUNAI, MPF, MPE, IDEFLORBIO
Agosto ou setembro 2015
Condições precárias da Rodovia Transuruará, PA 167, Transgarimpeira, Rod. Ernesto Acioly PA 410 intrafegáveis e Rodovia Transamazônica Uruará-Santarém
- Pavimentação das estradas vicinais, para viabilizar a cadeia produtiva dos municípios e comunidades indígenas. - Viabilizar transporte terrestre e fluvial para escoamento da produção - Priorizar os pontos turísticos dos municípios
Governo do estado e prefeituras
2015/ 2016
PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS
Dificuldade de escoamento da produção.
Implantação de linhas públicas de transportes fluviais e terrestre.
Prefeitura, governo do estado e federal
Setembro de 2015.
INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇO
Problema de logística com difícil trafegabilidade das rodovias de acesso à região
Pavimentação das mesmas Poder público Imediato
TURISMO
Necessidade de melhoria de acesso aos atrativos turísticos em geral.
- Pavimentação das estradas, sinalização de trânsito e turística. - Construção de terminal de embarque e desembarque do aeroporto de Altamira
SETRAN, DETRAN, DNIT, SEDOP e secretarias municipais.
Até 2017
Necessidade de melhoria da infraestrutura dos portos para passeios turísticos e turismo náutico.
Readequação da infraestrutura dos portos para atendimento dos usuários.
CPH, SEDOP, SETRAN, Capitania dos portos, associações de pilotos fluviais, Prefeituras, SEDEME e transportadoras.
Até 2017
Deficiência da regularização fundiária para financiamentos
Agilidade na regularização fundiária ITERPA, INCRA, prefeituras municipais.
Até 2017
23
Fotos 7 e 8: Imagens das Oficinas de Turismo e Agricultura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Impressões sobre o Seminário do Xingu
O Seminário em prol do desenvolvimento socioeconômico do Xingu demonstrou o enorme
potencial de riqueza da Região do Xingu, não apenas em termos de ativos ambientais - são 29 milhões
de hectares de florestas, o equivalente a 92% do território do Xingu que, por sua vez, responde por
21% do território do Pará -, de áreas já ocupadas por atividades agrícolas, com destaque absoluto para
o cacau, mas também para espécie florestais no sistema de SAF, produtos de cultivos permanentes e
temporários, como a agricultura familiar, produção pecuária tanto de corte quanto leiteira, além do
pouco explorado potencial turístico em sua várias modalidades – ecoturismo, turismo de negócios,
turismo de aventura, entre outros.
Todas essas potencialidades e possibilidade são dádivas decorrentes da boa estrutura de solos
e abundância de recursos naturais, muitas das quais independem da vontade humana. No entanto, os
elevados índices pobreza - 50% em média - e de atraso socioeconômico da Região - renda per capita
em torno de 1/3 da média estadual, 40% de analfabetismo - são incompatíveis com todo esse potencial
de riqueza.
Então fica claro que não há uma correlação direta entre a base de recursos naturais e o
desenvolvimento. Nesse sentido, o Seminário deixou explícito que é fundamental preparar bem as
pessoas que fazem a produção. É fundamental que a informação possa fluir efetivamente e alcançar
as pessoas que estão na ponta da produção. Muitas vezes o que ocorre é que os produtores,
involuntariamente, ficam na ilegalidade por desconhecimento ou falta de acesso sobre o passo a passo
para produzir de forma legal. Daí a necessidade de um grande esforço para fazer com que a informação
possa, de fato, chegar na ponta para quem, de fato precisa, precisa.
Outro ponto crítico é o trabalho de assistência técnica em todas as áreas. O Seminário também
deixou transparecer que desenvolvimento tem a ver com conhecimento de forma ampla: técnicas de
produção, tecnologias apropriadas, formas adequadas de gestão, ferramentas de crédito, acesso aos
mercados, preparo das pessoas que tomam decisões etc. Nesse sentido, há um enorme espaço a ser
ocupado para o preparo adequado das pessoas a fim de gerar expertise e eficiência nas formas de
produzir, com qualidade, eficiência e produtividade.
24
Todavia, além da base de recursos, de gente qualificada, é necessário que certas condições
objetivas possam existir a fim de dar efetividade a essa produção, isso tem a ver com legalização
fundiária, com legislação adequada, com meios de escoamento eficientes, tais como vicinais, portos,
aeroportos, de canais de comercialização fluidos, de acesso ao financiamento ao crédito, entre outros.
Para viabilizar tudo Isso é imprescindível uma agenda de ações articuladas em prol do
desenvolvimento do território. Uma vez que, dada a complexidade cada vez maior dos processos de
desenvolvimento, um órgão sozinho faz muito pouco. Fica cada vez mais claro que a articulação
estratégica, com pactuações, parcerias, definição de prioridade e de responsabilidades é condição
indispensável para se avançar no tão sonhado desenvolvimento territorial.
A partir desse entendimento foi que a SEDEME chamou para si a responsabilidade de realizar
Seminário em Prol do Desenvolvimento do Xingu, cujo resumo está descrito neste relatório.
Maria Amélia Enríquez
Secretária Adjunta da SEDEME
Participantes do Seminário em prol do Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu
25
ANEXO I LISTA DE PARTICIPANTES
GOVERNO FEDERAL
NOME ÓRGÃO
Aliomar Arapiraca da Silva CEPLAC
André Souza BNDES
Avelino Ganzer Sec. Geral da Presidência
Egmar Filho BNDES
Giovanilda da Costa Viana EMBRAPA
Guilherme Britto Coelho EMBRAPA
Jackson Pinelli MPA
João Lizardo Rodrigues Paixão Repub. Fed. da Presidência
Leandro Borges Pereira UFPA NEDET
Luiz Pazos BNDES
Michelle Sena da Silva UFPA
Onassis de Pablo SEMAT ATM
Pedro Celestino Filho EMBRAPA
Roberta Rowsy Amorim de Castro
UFPA NEDET
Rodrigo de Oliveira Junior MEC
Sidney de Freitas Gaspar GOVERNO FEDERAL
Silvana Sousa MP
Thiago Dantas Carneiro MI
Weldes Sousa Menezes EMBRAPA
GOVERNO ESTADUAL
NOME ÓRGÃO
Alexandro Sereza Santos IDEFLOR - BIO
Almir de V. U. Saturnino EMATER
Ana Martha SEDAP
Augusto Reis Pinheiro Junior SEGUP
Dino Barile SEDAP
Djavan Farias IDEFLOR - BIO
Edna Telma da Silva Moura EMATER
Elisangela Trzeciar IDEFLOR - BIO
Fatima Gonçalves SETUR/PA
Geovana Pires FAPESPA
Israel Alves de Oliveira IDEFLOR - BIO
Jorge Farias de Oliveira UEPA
Jose Claudio Alves JUCEPA
Joy Colares SETUR/PA
Juliane Marta PMV
Lorena Aguiar SEDEME
Lucélia Guedes SEDEME
Luiz Pinto SEDAP
Luiz Ramos Garcia SEASTER
Marcelo Roloff ADEPARA
Maria Amélia Enriquez SEDEME
Maria do Socorro Rodrigues SESPA
Maria Eunice Begot da Silva Dantas
SESPA
Maristela Mousinho Casa Civil / NAC
Marjorie Barros Neves SEDEME
Rita Cleunina Pereira CREDCIDADAO
Roberley Fontineli Correia BANPARA
Selma Leite SECTET
Sergio Menezes SEDEME
Simone Silva EMATER
Tiago Alves de Araújo BANPARA
Tiago Cunha de Lucena SEDAP
Valdeir de Sousa Evangelista SEGUP
Vivianne Pereira SEMAS
GOVERNO MUNICIPAL
NOME ÓRGÃO
Ana Claudia Silva SEMAT ATM
Charliane Alves Freitas Thomes PREF. MUNIC. PLACAS
Claudia Silva Medeiros SEC. PARLAMENTAR ATM
Darli Silva Costa SEMAT VTX
Elisangela Santos SEMAT ATM
Eulla Emília Mesquita SEMAT VTX
Fabricio Aguiar SEMAT ATM
Fernando Rocca de Araújo SEMAN BN
Francisca da Costa Melo SEMUTS PORTO DE MOZ
Francisco de Assis dos Santos Sousa
Assessor Parlamentar Anapú
Gilson Rocha Brandão SEMAGRI SENADOR JOSE PORFIRIO
Hellen Luana Barbosa da Silva SEMAT VTX
Ingrid Dayane S. Pimenta Silva ADL SEMAD
Ivaldo Tontini SEMAGRI
Ivonete Ferreira Sobrinho SEMAT ATM
Joaquim Ferreira Lima DSEI
Magna Sales da Silva SEMED ATM
Marconio Paula da Silva SEMAT VTX
Marilua Damasceno SEMAT ATM
26
Maristela Correa Duarte SEMAT ATM
Mikaelly Santos Corveia SEMAT PORTO DE MOZ
Pedro Carvalho PREF. MUNIC. PLACAS
Rute Barros SEMUTS PORTO DE MOZ
Vanessa Dotto SEMAT ATM
Veridiana Vagner Silva SEMAT ATM
INICIATIVA PRIVADA
NOME ÓRGÃO
Alexandra Nascimento PM21
Ana Paula Carvalho PM21
Anaise Alvernary PM21
Andrea Hunhoff PM21
Antônio Moraes Belo Sun
Bruna Portugal PM21
Claudiane Farias FGV
David Rosa da Silva SICRED
Denise Diniz Miranda SENAC
Eurípedes Amorim FIEPA
Francisco Alberto de Castro SENAR
Hilana Nathiele Neres Guilherme PM21
Jaime Luiz Eletronorte
Jaison Presley PM21
João Alves PM21
Joao Vieira de Melo Neto SENAI
Jocelio Sousa Ferreira PM21
Jorge Souza ACIAPA
Keila Zortea SEBRAE
Kena Chaves FGV
Leticia Chaves SEBRAE
Luiz Carlos dos Santos OCB
Mara Cristina Lima Costa PM21
Maria Domingas Paixão Ribeiro SENAC
Mayara Leticia Frazão SBT ATM
Maurício Neves PM21
Miguel Gama PM21
Miriam Ribeiro ARCADIS LOGOS
Naiara da Silva Machado PM21
Uandria Figueiredo PM21
Valdir Narzetti ACIAPA
SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA
NOME ÓRGÃO
Ademir Venturin Coopatran
Ana Paula Souza FVPP
Antônio Duarte CDS
Aparecida de Camargo CAPESC
Benedito da Virgem Gil Ass. Ribeirinho indígena
Cirene de Souza Pereira AFACAV
Claudio Curuaia ASSOC. INDIG.
David Rosa da Silva SICRED
Domingos Alves de Oliveira STTR ATM
Edmar Branches Galvão FVPP
Everaldo s. Amorim CTTR ATM
Everton Lunelli Araújo STTR BN
Firmino Nogueira Araújo Koroxa
Genilson Santana Casa de Educação Popular
Jaqueline Santos Casa de Educação Popular
Jedielcio de Jesus CEPOTX
Jeferson Straatmann ISA
Jeová Bezerra ASCO TRANVI
Jiovana Lunelli Sindicato de Brasil Novo
João Batista Uchôa FVPP
Joao da Silva Araújo CEPOTX
Joel Luís Guerra Casa de Educação Popular
Jose Aparecido dos Santos FECTAR REG.
Jose Ribamar Ricardo FVPP
Josiane Rosário Oliveira Visitante
Juracir Dias da Costa Rádio Comunitária
Laura Oller IFC
Letúzia Santos STTR
Luciane Reis UFV
Lidiane Gama IPAM
Lucilio de Moraes Filho SIDECON
Marcelo Salazar ISA
Marcia Nascimento Castro FVPP
Marcos Paulo da Silva Pinto FVPP
Maria Aparecida Brandão Monte FVPP
Maria Augusta Xipaia Ass. Indígena
Maria da Rita Uchoa -
Marta Suely da Silva CFR Brasil Novo
Naiane Rodrigues Vargas IPAM
Oziel da Sereza Costa -
27
Ozildo Barbosa da Silva Lima ASCOTRANVI
Pedro dos Santos FETAGRI
Placio dos Santos FVPP
Raimundo Vieira COOPEBAX
Raeany Silva FVPP
Reinaldo Lemos FVPP
Ricardo Sereza Mendes -
Roberto Miguel JGR
Robson Santos de Conceição Visitante
Socorro Arara Tyoporemô
Suana Maria Nunes Randel -
Thaynara Viana IPAM
Thiago Silva LPJ
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NOTÍCIA 1
Terça-feira, 16 de junho de 2015
Seminário promovido pelo Governo do Estado discute
economia do Xingu durante dois dias
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 16/06/2015 10:03:00
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Mineração e Energia (Sedeme) está com uma força-tarefa nesta terça e quarta-
feira, 16 e 17, na região do Xingu, durante o Seminário de Desenvolvimento
Socioeconômico do Xingu, envolvendo um conjunto de órgãos estaduais para
discussão da economia regional com a representação de empreendedores,
representantes municipais e sociedade civil.
A região está em vias de experimentar uma transição que se dará com o início da
desmobilização da mão de obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, construída
nos últimos cinco anos na bacia do rio Xingu, próximo do município de Altamira,
no sudoeste paraense. ''A intenção é definir uma Agenda Socioprodutiva para
dinamizar os arranjos produtivos locais e despertar a proposição de novos
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projetos no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu
(PDRSXingu), formado por órgãos do Estado, governos federal e municipais e
sociedade civil do Xingu'', diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Adnan
Demachki.
“Com o início da desmobilização da mão de obra contratada para a construção de
Belo Monte, não é só o emprego que deixará de ser gerado, mas uma gama de
serviços, como por exemplo hotéis e restaurantes, atividades que foram atraídas
para a região com o empreendimento da usina hidrelétrica e agora ficarão com
capacidade ociosa se você não mantiver o nível de atividades para dar-lhes
sustentação’’, observa a secretária adjunta da Sedeme, Maria Amélia Enriquez.
Por imposição legal, o Consórcio Norte Engenharia, grupo formado por diversas
empresas envolvidas na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, num
investimento avaliado em R$ 19,6 bilhões, é obrigada a implementar o
PDRSXingu, disponibilizando R$ 500 milhões para investimentos sociais e
econômicos na região, no período de 20 anos, ou seja, até o ano de 2031,
considerando o início das obras de Belo Monte em 2011. "Esses recursos, porém,
não dispõem de cláusulas de atualização monetária, então, num cenário de
inflação como estamos vivendo, o montante tende a se corroer rápido", adverte
a secretária adjunta Maria Amélia.
Face a esse cenário de desmobilização das obres de Belo Monte, a intenção do
Governo do Estado é agir, contribuindo para pensar coletivamente projetos que
possam ampliar os benefícios regionais. "Percebendo essas necessidades,
chamamos esta discussão com foco na sustentabilidade da socioeconomia",
afirma Maria Amélia.
Economia
O seminário, aberto na manhã desta terça-feira, 16, se inicia com um amplo
panorama sobre as possibilidades econômicas da região na atualidade e no
futuro. Nestes dois dias, as discussões vão focar na estruturação das cadeias
produtivas locais, qualificação empreendedora, instrumentos de regulação,
crédito e financiamento e na priorização de uma Agenda Socioprodutiva
Regional.
A região do Xingu, explica a secretária adjunta, representa 21% do território
paraense, todavia cerca de 70% dessa área constitui-se em terras protegidas:
são nove unidades de conservação, três de preservação permanente, seis de uso
sustentável e ainda 14 terras indígenas.
“Dada essa quantidade de áreas especialmente protegidas, nos questionamos
qual é a economia florestal sustentável que se pode desenvolver para a região,
seja considerando o manejo sustentável florestal ou o trabalho com produtos
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florestais não madeireiros. A gente já sabe que há muitas atividades
acontecendo ali, a exemplo da produção de óleos, essências aromáticas, as
próprias produções nativas. Mas como dar vazão, de fato, às melhorias para
maior qualidade de vida da população que vive nessas áreas?”, questiona a
coordenadora do seminário.
Maria Amélia afirma que uma das questões é o que fazer para dinamizar a
economia da floresta, oportunidade grande que a região tem e que precisa ser
vista de forma cuidadosa. Um outro aspecto do cenário regional é como
estruturar as cadeias produtivas que já existem na região e, muitas das quais,
têm recebido o apoio do PDRS Xingu.
A cadeia da agricultura, como a do cacau por exemplo, já está implantada e há
grandes perspectivas de uma projeção promissora. A região produz mais de 80%
do cacau no Pará e o Estado desponta como um grande produtor do Brasil. Só o
município de Medicilândia produziu no ano passado mais de 40 mil toneladas de
cacau, com uma qualidade diferenciada.
Além da produção de cacau, produtos da floresta e pecuária (corte e leiteira), a
região tem grandes atrativos turísticos, que, para a secretária Maria Amélia,
poderiam ser melhor aproveitados em prol do desenvolvimento regional. Na
tarde desta terça, a discussão será direcionada para novos negócios. Haverá uma
mesa, por exemplo, para discutir a regulação de atividades, denominada
"Instrumentos e orientação para ampliar as oportunidades de negócio na região".
Para a Sedeme, um dos grandes problemas na economia do Pará é o alto nível
de informalidade. "Existem oportunidades, negócios acontecendo, mas eles não
aparecem porque são informais. Então, nós também estamos convidando
representantes de entidades responsáveis por uma série de ferramentas para
estimular essa produção a vir para a formalidade. São atividades que precisam
se regulamentar, precisam de licenças ambientais, registros na Junta Comercial,
relatórios da Receita Federal, licenças municipais, estaduais, certificados de
Vigilância Sanitária, enfim, estamos levantando a discussão sobre a importância
desses instrumentos de regulação, mas também estamos debatendo a
necessidade de capacitação para esse empreendedor", assegura a secretária.
Municípios
O seminário conta, também, com a participação de orgãos responsáveis por
instrumentos de gestão. Uma oportunidade de desenvolvimento local é o
programa de compras públicas, antecipa Maria Amélia. Ela diz que a Sedeme tem
se voltado para essa oportunidade de negócio para as economias municipais,
conforme aconteceu com o projeto bem sucedido da Prefeitura de Paragominas,
à época da gestão do ex-prefeito e atual titular da Sedeme, Adnan Demachki.
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Ocorre, assinala a secretária, que a compra da merenda escolar no âmbito dos
municípios, em geral, esbarra na falta de estruturação da produção local. Muitas
vezes, lembra a secretária, a prefeitura não compra em seu próprio município
porque a produção não tem regularidade, quantidade e até qualidade. Também
há a dificuldade de geração de energia firme para armazenar alimentos frescos
adequadamente.
“O produtor diz que não tem condições de assumir uma produção ‘x’ porque sua
área é pequena. Então, estamos levando também a concepção de associativismo,
por meio da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB Pará). Se um não
pode sozinho, dez produtores juntos podem através de uma associação",
argumenta a secretária adjunta.
Nesta quarta-feira, 17, o seminário oferecerá oficinas práticas para a pactuação
de novas concepções junto aos atores locais para o trabalho com o cacau,
pecuária, turismo, pesca, entre outros. A intenção é discutir e usar o PDRSXingu
como alavanca para gerar novas oportunidades de estruturação da região.
“Construir desenvolvimento é um processo complexo, trabalhoso, muitas vezes é
preferível reclamar do que arregaçar as mangas e partir para a luta na
construção. O Estado está dando um exemplo proativo ao levar sua força tarefa,
estaremos juntos com a Banpará, Emater, Sedap, Uepa, Municípios Verdes,
Setur, além dos órgãos que já compõem normalmente as Câmaras Técnicas do
PDRS Xingu, a exemplo da própria Sedeme, Fapespa, Seplan, Sespa, Semas,
Segup, Seaster, Casa Civil, Seduc e Ideflor, entre outros órgãos apoiadores’’,
concluiu a secretária Maria Amélia.
O seminário tem, ainda, a parceria dos seguintes agentes financeiros: Banco do
Estado do Pará (Banpará), Banco da Amazônia e Banco do Brasil, bem como do
Sistema S, nome dado ao conjunto de nove instituições de interesse de
categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição Brasileira a exemplo do
Sebrae, Senar, Sesc, Senac e Senai.
Valéria Nascimento
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia
NOTÍCIA 2
http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=113653
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Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico reúne 300 lideranças
em Altamira
Segundo Maria Amélia, da Sedeme, a cultura do cacau é tão promissora na região, que chegou-se a considerar a criação da ‘Rota do Cacau’
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 18/06/2015 14:58:00
Cerca de 300 representantes de empreendedores, do setor público e da sociedade civil participaram do Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu, nesta terça, 16, e quarta-feira, 17, em Altamira, sudoeste paraense. A iniciativa articulada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) mobiliza um conjunto de órgãos estaduais para discussão da economia regional a fim de subsidiar novos projetos para o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSXingu).
"O que chama a atenção de todos é o impressionante potencial econômico local. A região tem forte produtividade na agricultura familiar, pecuária de corte e leiteira, além do turismo e do cultivo do cacau orgânico que desponta com foco no exterior, com sucesso”, disse a secretária adjunta da Sedeme, Maria Amélia Enriquez, que está à frente dos trabalhos.
Segundo Maria Amélia, a cultura do cacau é tão promissora na região, que durante as discussões chegou-se a considerar a criação da ‘Rota do Cacau’, iniciativa empreendedora capaz de reunir o turismo no entorno da hidrelétrica de Belo Monte e a produção do cacau, considerando toda a cadeia produtiva, da seleção das sementes ao produto final à venda, conforme já acontece na cidade de Medicilândia com a fábrica de chocolate Cacau Way, instalada no município, no formato de cooperativa sob a administração de 40 associados que já vendem para o exterior. O diretor de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Luiz Pinto, reitera que a região do Xingu concentra 10 municípios cacaueiros que, juntos, já produzem 70% do cacau no Pará. Com isso, o Estado desponta como um grande produtor do Brasil, atrás somente da Bahia.
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“A safra do cacau começou em abril, nossa projeção é de que o Pará produzirá 106 mil toneladas este ano. A Bahia projeta 146 mil toneladas em 2015. Dentro de quatro anos, a produção paraense superará a baiana’’, afirmou o diretor da Sedap. Ele ressaltou ainda que o cacau do sudoeste paraense tem o padrão de mercado mundial, resistindo bem às altas temperaturas. Investimento - A Sedap investe no Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará
(Funcacau), financiando boa parte da produção de sementes geneticamente melhoradas
pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). "Atualmente a produção paraense é de 828 quilos de amêndoas secas por hectare, nossa meta é atingir 900 quilos por hectare'', assegurou Pinto. Na quarta-feira, as discussões abordaram a estruturação das cadeias produtivas locais, qualificação empreendedora, instrumentos de regulação, crédito e financiamento. Na mesa de debates da regulamentação dos negócios, representantes dos municípios de Altamira e Vitória do Xingu, demandaram questionamentos à Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), Emater e Programa Municípios Verdes. A principal reivindicação reside
em maior agilidade no fornecimento de informações e orientação. O Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico se encerrou ontem, 17, com oficinas
práticas. Além da Sedeme, presente com representantes de todas as suas Diretorias (Mercado, Incentivo Fiscais, Desenvolvimento da Indústria, Mineração, Comércio e
Serviços). O Estado contou com profissionais da Junta Comercial do Pará, Banpará, Emater, Sedap, Uepa, Municípios Verdes, Setur e Sectec. O evento registrou também a presença de órgãos que já compõem normalmente as Câmaras Técnicas do PDRS Xingu, como Fapespa, Seplan, Sespa, Semas, Segup, Seaster, Casa Civil, Seduc e Ideflor.
Valéria Nascimento
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia
NOTÍCIA 3
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http://pdrsxingu.org.br/noticia/304
26/Junho/2015
Mais de 200 pessoas se reuniram para discutir desenvolvimento socioeconômico em Altamira
O Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico, promovido pelo Governo do Estado do Pará,
através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia –
SEDEME, reuniu representantes dos órgãos do Governo Federal, Governo Municipal e Sociedade
Civil, membros do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, com o objetivo de
debater e estabelecer uma agenda de ações e estratégias em prol do desenvolvimento local.
Nos dias 16 e 17 de junho, esteve presente no Auditório Central do Centro de Convenções de
Altamira, uma comunidade engajada nas discussões sobre a construção de um Plano de Ações e
sobre a ampliação das oportunidades de negócios que visem a geração de renda e emprego, e
que possam agregar valor aos produtos e serviços oriundos da região do Xingu. Contou, também,
com explanação dos agentes financeiros: Banco do Estado do Pará (Banpará), Banco da
Amazônia e Banco do Brasil, e com os serviços sociais autônomos, como entes de cooperação,
Sebrae, Senar, Sesc, Senac e Senai.
O evento possibilitou aos participantes, formas de planejamento em desenvolvimento, envolvendo
os diferentes setores, local e regional, através das seguintes linhas temáticas: Pecuária;
Agricultura; Aquicultura; Produtos Florestais Não Madeireiros e Turismo. Também como forma de
se discutir sobre a utilização dos recursos do PDRS do Xingu como gerador de novas
oportunidades, foram oferecidas oficinas práticas para quem exerce atividade profissional ou se
interessa pelas linhas temáticas
A ideia do Seminário surgiu a partir da preocupação sobreo destino da região após a
desmobilização da mão de obra presente atualmente na construção da Usina Hidrelétrica de Belo
Monte. Segundo a secretária adjunta da SEDEME, Maria Amélia Enriquez, que está a frente dos
trabalhos, com a partida dessa mão de obra, uma gama de serviços deixará de ser utilizado, como
os restaurantes, hotéis, supermercados, etc. “Esses empreendimentos ficarão com capacidade
ociosa. Precisamos repensar alguns caminhos para que essas atividades continuem a ser
utilizadas”, acrescentou.
O evento objetivou também a apresentação e discussão dos novos paradigmas, métodos e
tecnologias usados na análise urbana e regional e sua aplicação prática no Brasil, especialmente
na região do Xingu. Neste intuito, a consolidação e ampliação de parcerias com universidades,
órgãos governamentais, empresas e organizações da sociedade fortalecerão as possíveis ações
e aumentarão a visibilidade do tema. O potencial econômico da região na agricultura familiar,
pecuária, turismo e, principalmente do cultivo do cacau, vai contribuir para que seja estabelecida
uma agenda estratégica em prol do desenvolvimento regional, a ser apresentada em outro
momento.
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NOTÍCIA 4
http://siddysouza.blogspot.com.br/2015/06/emater-destaca-avancos-do-setor.html
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Emater destaca avanços do setor produtivo na região do Xingu
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) participa do Seminário de
Desenvolvimento Econômico do Xingu, que reúne desde o último dia 16, em Altamira,
diversos órgãos e entidades que atuam na elaboração e execução do Plano de
Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX).
Durante a 4ª mesa-redonda da programação, que debateu os "Instrumentos de Gestão
para o Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu", O supervisor do escritório regional
da Emater em Altamira, médico-veterinário Almir Vasconcelos Uchôa Segundo,
apresentou um relatório de ações consolidadas no ano de 2014, que incluem a
realização de 5.629 Cadastros Ambientais Rurais (CAR), 760 Declarações de Aptidão ao
Pronaf (DAP) e o cadastramento de 6.293 novas famílias, somando os atuais 11.794
produtores.
O município tem 276 créditos rurais elaborados, nos nove municípios integrantes da
Regional Altamira - Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Porto de Moz, Senador
José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu, além da sede.
O objetivo é que os debates em torno do Plano de Desenvolvimento Regional
Sustentável do Xingu (PDRSX) ampliem os resultados que vem sendo obtidos por meio
de um trabalho interinstitucional que engloba os diversos setores produtivos daquela
região, para o estabelecimento de uma agenda estratégica.
NOTÍCIA 5
http://www.investpara.pa.gov.br/pt-br/semin%C3%A1rio-de-desenvolvimento-socioecon%C3%B4mico-re%C3%BAne-300-lideran%C3%A7as-em-altamira