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RELATÓRIO TÉCNICO PROJETO Avaliação ambiental e de uso da terra do Assentamento Lagoa Grande, Mato Grosso do Sul, por meio de imagens IKONOS Coordenador: Omar Daniel/ DCA/UFMS Antonio Carlos Tadeu Vitorino/ DCA-UFMS Estagiários/Bolsistas de IC Cristiane Veronesi Leidiane Silva Queiroz 2003

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RELATÓRIO TÉCNICO

PROJETO

Avaliação ambiental e de uso da terra do Assentamento Lagoa Grande, Mato Grosso do Sul, por meio de imagens IKONOS

Coordenador: Omar Daniel/ DCA/UFMS Antonio Carlos Tadeu Vitorino/ DCA-UFMS

Estagiários/Bolsistas de IC

Cristiane Veronesi Leidiane Silva Queiroz

2003

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Avaliação ambiental e de uso da terra do Assentamento Lagoa Grande, Mato Grosso

do Sul, por meio de imagens IKONOS 1. Introdução

O Estado do Mato Grosso do Sul cobre uma parte do planalto central formada por

condições edafoclimáticas adequadas ao desenvolvimento da agricultura e pecuária. O modelo de agricultura aplicado na região foi o sistema intensivo, incentivado pela chamada revolução verde, que vem sendo aplicada no mundo nas últimas quatro décadas, e que foi capaz de triplicar a produção de alimentos (IWLA, 1998). Esta forma de agricultura, embora esteja gerando resultados importantes no aumento da produção, é alta consumidora de insumos tais como agrotóxicos e derivados de recursos não renováveis, e exigente em preparo intensivo dos solos, fatores estes que são considerados incompatíveis com os conceitos de desenvolvimento sustentável (ALTIERI S., 1994; PASCHOAL, 1995)

Este modelo de exploração da terra trouxe para todo o planalto central um forte impulso de desenvolvimento, que não foi acompanhado de adequado planejamento. Isto resultou em danos à natureza, alguns deles irreversíveis.

Uma das áreas com maior potencial agrícola do Mato Grosso do Sul encontra-se delimitada pela Microrregião de Dourados, onde os solos favorecem a adoção de práticas de uso e manejo que se utilizam de intensa mecanização. Além disso a facilidade de acesso a vias de escoamento da produção, tem proporcionado a intensa exploração dos recursos naturais, sem a devida preocupação com os reflexos gerados no meio ambiente.

A ocupação agrícola da região de Dourados teve grande impulso por ter sido selecionada para a implantação pelo Governo Vargas, de um dos assentamentos de reforma agrária considerados como exemplo até hoje. A partir da década de 60, o governo federal incentivou a migração de colonos de outros estados, e a região foi uma das áreas escolhidas.

Este processo de colonização foi desorganizado do ponto de vista ambiental, sem regras de ocupação para este aspecto, e inúmeros problemas ambientais foram gerados.

Atualmente, inúmeros assentamentos rurais estão sendo implantados no Estado do MS, e apesar dos conhecimentos e da evolução tecnológica, ainda se comentem erros no campo ambiental, tais como a demarcação de lotes sobre solos de baixa capacidade de uso para agropecuária ou de grande facilidade de degradação, falta de delimitação das áreas de preservação permanente, falta de definição apropriada das áreas de reserva legal, e outros.

O assentamento Lagoa Grande, localizado entre os municípios de Dourados e Itaum, é um exemplo destes problemas. O assentamento de colonos parece ter sido feito sem maiores preocupações com alguns dos aspectos anteriormente comentados. A utilização de sítios de baixa capacidade de uso, a falta de preocupação com a vegetação ribeirinha e áreas obrigatórias de reserva legal, não deverão ser sustentáveis, levando fatalmente, ao fracasso de quaisquer tentativas de exploração agropecuária. A conseqüência destes atos é o abandono do lote pelo assentado, acompanhada ainda, numa perspectiva mais pessimista, por uma degradação acentuada dos recursos naturais.

Considerando que o Edital Agricultura Familiar lançado pelo CNPq foi compatível com a situação social de assentados, que na maioria dos casos possuem uma estrutura

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organizacional dependente do trabalho em grupo familiar, considerou-se oportuno o desenvolvimento deste projeto.

Visando contribuir para a organização das atividades no assentamento Lagoa Grande, e também para a formação de rotinas a serem aplicadas nos futuros projetos, de forma a subsidiar os organismos de controle ambiental e extensão rural, foram propostos os seguintes objetivos: 2. Objetivos

Geral: coleta de informações ambientais da área do assentamento Lagoa Grande,

baseado em imagens do satélite IKONOS, com auxílio de verificação direta no campo, que tanto possam ser úteis às correções de equívocos na ocupação, quanto servir de base e formação de rotinas a serem aplicadas em outros projetos;

Específicos: 1. localização, identificação e quantificação dos sistemas de uso da terra; 2. localização, identificação e quantificação da presença e ausência das matas de

galeria; 3. localização, identificação e quantificação das áreas degradadas e com alto risco

de degradação; 4. elaboração de mapas temáticos das questões diagnosticadas; 5. elaboração de relatórios com detalhamento preciso das questões diagnosticadas; 6. elaborar rotinas de trabalho, visando gerar padrões de operações que possam

ser aplicados sistematicamente a outras áreas de assentamento do estado, de modo a tornar os dados obtidos por satélites um mecanismo eficiente de controle ambiental;

7. estruturar no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Dourados, uma base mínima para interpretação de imagens de satélite visando avaliações ambientais, de uso da terra, de planejamento de bacias e de auxílio aos projetos de assentamentos;

8. preparar modelo digital de elevação, que seja hidrologicamente consistente, a ser utilizado em planejamento de projetos de irrigação no assentamento Lagoa Grande.

9. Oferecer sugestões de recuperação/manutenção de áreas de reserva legal e de preservação permanente no assentamento.

10. Formação de recursos humanos.

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3. Material e Métodos 3.1. Localização e caracterização geral da área O assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande está localizado às margens da

rodovia Dourados-Itahum, a poucos quilômetros da sede do distrito de Itahum no centro-sul do Estado do Mato Grosso do Sul, entre as coordenadas UTM 666.000 metros e 678.000 metros longitude oeste e 7.554.000 metros a 7.571.000 metros latitude sul do meridiano central 51º W. Gr. Banhada pelo Córrego Capão Alto, a área apresenta relevo plano e suave ondulado

É uma área com potencial para pecuária em função da aptidão da maioria dos solos. Já possui áreas degradadas que apresentam risco para assoreamento dos mananciais de água do local. Além disso, o loteamento foi disposto sobre áreas de solos frágeis e de baixa fertilidade, não tendo sido nem mesmo demarcadas as áreas de reserva legal e preservação permanente.

Predomina na área o Arenito Botucatu, da série São Bento, a partir do qual são formados os Latossolos Vermelho-Escuro de textura média ou mais leves e as Areias Quartzosas.

Em menor escala são encontradas as Eruptivas Básicas, também da Série São Bento (basalto), que ocorrem próximo à Vila de Itahum, sobre as quais desenvolve-se o Latossolo Roxo.

Ainda nas áreas de várzea ocorrem sedimentos arenosos do Quaternário, sobre os quais estão os Planossolos plínticos associados às Areias Quartzosas Hidromórficas.

Pertence à superfície geomorfológica composta por modelados planos, com dissecação em forma de topos tabulares e convexos onde o escoamento superficial é do tipo difuso e semiconcentrado.

O clima é do tipo Subtropical do Sul do Mato Grosso do Sul. As precipitações são irregulares, variando de 1000 a 1500 mm/ano, com chuvas de verão e seca no inverno.

A área estudada encontra-se em uma região onde predomina a vegetação Savana Parque (Cerrado e Campo Cerrado), sendo o restante com vegetação do tipo Tensão Ecológica com contato Savana - Floresta Estacional.

3.2. Materiais e equipamentos Os seguintes materiais e equipamentos foram utilizados na execução do projeto: - imagens Ikonos, formato digital; - imagens Ikonos, formato analógico, composição colorida; - cartas planialtimétricas, escala 1:100.000 e 1:250.000; - microcomputador Pentium; - impressora colorida HP 840C - GPS

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- máquina fotográfica digital 3.3. Programas computacionais Os seguintes softwares foram necessários para digitalização de dados, análise das

imagens digitais e compilação de um modelo digital de elevação: - Spring 3.6.03 do INPE - Corel Photo Paint 10 3.4. Pré-processamento dos dados As imagens já foram adquiridas com pré-processamento, à exceção do registro das

imagens, o qual foi então executado no SPRING e baseado em pontos de controle que foram determinados com auxílio da carta topográfica Itahum, escala 1:100.000. Alguns pontos foram verificados no campo por meio de um GPS de navegação, apenas para confirmação das coordenadas aproximadas. 4. Resultados

4.1. Localização, identificação e quantificação dos sistemas de uso da terra (Objetivo específico 1)

Tentou-se a classificação supervisionada, a partir da definição de amostras de

treinamento para a determinação das assinaturas espectrais utilizando-se as seguintes classes pré-determinadas sobre as imagens analógicas, que são em número menor do que o previsto no projeto, mas suficientes para a interpretação do uso da terra da área:

- Área em preparo (solo exposto): solos totalmente ou parcialmente expostos por processo de preparo de área com o uso de máquinas e implementos;

- Pasto: áreas de pastagens plantadas com formato geométrico característico; - Pasto com regeneração de cerrado: áreas de pastagens plantadas com formato

geométrico característico, com invasão de espécies arbóreas do cerrado; - Agricultura: áreas com formato geométrico característico, sem a separação em

tipos de cultura; - Campos de Várzea: cobertura em geral de gramíneas e pequenas árvores e

arvoretas, em áreas baixas e planas, solos úmidos ou inundados permanentemente ou sazonalmente; e

- Cerrado: vegetação de savana composta de árvores típicas desta formação, como os ipês, paineiras, capitão; inclui toda a vegetação arbórea da área em formação contínua.

Na data de obtenção das imagens foram feitas as visitas de campo para confirmar,

com auxílio do GPS, a posição de amostras que representaram as classes citadas.

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Utilizou-se o algoritmo de classificação da máxima verossimilhança, que tem demonstrado boa eficiência em classificação de imagens digitais MARTINS (1999), cujo embasamento teórico foi estabelecido por Swain e Davis (1978) e por Scholkoff (1992), citados por JENSEN (1996).

No SPRING, foi primeiramente realizada a segmentação das imagens, utilizando as bandas 3, 4 e 5, mantendo-se área mínima mapeável de 0,5 ha. A seguir executou-se o procedimento de classificação acrescentando-se amostras de treinamento em número de 10 para cada classe.

Em função da dimensão da área ser relativamente pequena (4124 ha aproximadamente) e do grande nível de detalhamento que o método gerou, a equipe resolveu utilizar a observação visual para definir as classes. Concluiu-se que para utilizar imagens IKONOS neste tipo de classificação, ainda serão necessários estudos mais detalhados sobre segmentação e classificação, o que é incompatível com o tempo destinado ao desenvolvimento deste projeto.

Passou-se então a utilizar a composição digital entre as bandas já citadas para separação das classes, apoiada pela edição vetorial do SPRING. A nitidez das imagens IKONOS, neste procedimento, foi suficiente para a classificação visual, com apoio das amostras registradas em campo.

A Figura 1 mostra o resultado deste trabalho, indicando que a maioria da área encontra-se utilizada por pastos, o que é compatível com a capacidade de uso da área, onde predomina o Arenito Botucatu, da série São Bento, a partir do qual são formados os Latossolos Vermelho-Escuro de textura média ou mais leves e as Areias Quartzosas, quando se compara com o mapa de solos (Figura 2).

No Quadro 1 observa-se os valores de área para cada classe separada, confirmando a predominância de Pasto e Pasto com regeneração de cerrado, totalizando 3.392,3728 ha, o que representa 83,30%.

Quadro 1 – Área em ha, para cada classe de uso da terra

Classes de uso da terra Área (ha) Área em preparo 22,0489 Pasto 3.050,7095 Pasto com regeneração de cerrado 341,6633 Agricultura 191,2016 Campos de várzea 287,1244 Cerrado 231,3587 TOTAL 4.124,1064

Em segundo lugar na classificação de uso da terra, encontram-se os campos de

várzea que fazem parte, em sua maioria, das áreas de preservação permanente. A seguir vem os Cerrados, a Agricultura e por fim as Áreas em preparo .

Cabe destaque a pequena área de Cerrado que representa 5,61% do total do assentamento. Se a esta classe forem somados os Campos de várzea, as áreas nativas da propriedade chegam a 12,60%. Este valor encontra-se abaixo do exigido pela legislação no bioma Cerrado, que é de 20%.

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É importante lembrar também que da área detectada como Campos de várzea, grande parte deve ser considerada área de preservação, e nem poderia contar como parte da reserva legal de 20% que o assentamento deveria conter.

4.2. Localização, identificação e quantificação da ausência de vegetação de

galeria (Objetivo específico 2)

O cumprimento deste objetivo restringiu-se à localização das áreas marginais aos

poucos cursos d’água da propriedade, já que foi impossível definir se a vegetação ausente era de uma ou outra tipologia, em virtude da forte influência antrópica em toda região.

A quantificação acabou por não ser considerada importante para o objetivo de conservação ambiental. Ponderou-se que é mais significativo conhecer os pontos críticos e que estes devem ser recuperados independente da sua quantificação, em especial porque em função da largura do leito que em geral não ultrapassa 10 m, a faixa marginal exigida em lei é de apenas 30 m de cada lado, segundo o Código Florestal (Lei 4771, 15/09/65 com as alterações introduzidas pela lei nº 7.803 de 18/07/89):

Art 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo do rio ou de qualquer curso d’água desde o seu nível

mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: 1-de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

Assim, para facilitar, as áreas cobertas pelos cursos d’água foram divididas em oito

figuras (Figuras 4 a 11), demarcadas na Figura 3, onde se observa a linha de drenagem e o buffer de 30 m.

No Quadro 2 apresenta-se a localização descritiva das áreas marginais nas quais pode-se notar a influência antrópica.

De um modo geral, pode-se concluir que quase toda a rede de drenagem do assentamento apresenta-se com problemas de preservação da vegetação marginal. Boa parte foi retirada para cultivo agrícola ou acesso de animais, outras prejudicadas por assoreamento e ainda em alguns locais, por processos erosivos. Um programa de recuperação deveria ser implementado.

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Quadro 2 - Localização descritiva das áreas marginais na rede hidrográfica do assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande

Figuras Referência na Figura

3 Comentários

4 a Mostra o Córrego do Jacaré um com pequeno afluente à esquerda: este afluente e o córrego correm para o N-NE e são divisa da propriedade que situa-se à margem direita; este trecho da margem direita está totalmente comprometido por ação antrópica, predominantemente pastagens. A vegetação existente, em todas as situações, encontra-se deteriorada, pouco agindo em suas funções ambientais.

5 b Córrego Jacaré e Afluentes 1 (ao Norte) e 2 (ao Sul). A vegetação de galeria da margem direita do Afluente 1 e as duas margens do Afluente 2 estão totalmente comprometidas pela ação de pastoreio, onde o gado transita sem restrições. O Córrego Jacaré encontra-se quase que totalmente na mesma situação, nas duas margens, exceto em trecho insignificante ao sul da barra do Afluente 2. A vegetação existente, em todas as situações, encontra-se deteriorada, pouco agindo em suas funções ambientais.

6 c Córrego Jacaré e Afluente 3 (à margem direita). Tanto o córrego quanto o afluente estão com a vegetação desprotegida, com acesso livre de animais. Além disso, a vegetação existente encontra-se deteriorada, pouco agindo em suas funções ambientais.

7 d Parte superior (NO) do Afluente 2 do Córrego Capão Alto. A parte inicial do dreno encontra-se completamente inserida no ambiente de pastagem, na região da nascente. Pequeno trecho, compreendido pela parte intermediária do curso deste afluente (nesta figura a parte mais baixa, a SE), possui alguma proteção, de vegetação, que no entanto tem acesso de animais.

8 e Parte baixa do Afluente 2 do Córrego Capão Alto e parte deste córrego. O afluente apresenta-se, nesta parte, com acesso livre de animais e assoreamento recoberto por vegetação secundária. O córrego, em toda extensão compreendida nesta figura, faz divisa para o assentamento, e a sua margem esquerda é suficientemente protegida, com vegetação arbórea que, embora não seja primária em muitos locais, realiza a função ambiental.

9 f Cabeceira do Córrego Capão Alto, que é razoavelmente preservada na margem direita que no entanto, está fora da área do assentamento. A margem esquerda já foi sistematizada para cultivo agrícola e tem acesso do gado.

10 g Parte intermediária do Córrego Capão Alto, representada nesta figura pela faixa a oeste, que apresenta na margem esquerda, sistematização para cultivo agrícola e tem acesso do gado. Correndo de sul a norte observa-se o Afluente 2 deste córrego, cuja margem direita encontra-se fora do assentamento. A margem esquerda encontra-se razoavelmente preservada, exceto na área próxima à foz que apresenta livre acesso ao gado.

11 h Nascente do Afluente 2 do Córrego Capão Alto, divisa do assentamento, com a margem esquerda bem preservada.

4.3. Localização, identificação e quantificação das áreas degradadas ou com

alto risco de degradação (Objetivo específico 3)

As áreas consideradas como degradadas e/ou com risco de degradação foram

aquelas que na análise visual da imagem mostraram-se com presença de voçorocas, sinais

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de erosão em sulco e com baixa densidade de cobertura vegetal. Aliado a esses indicadores, utilizou-se no processo de interpretação atributos do ambiente (classes de solo, textura, estrutura, teor de matéria orgânica, profundidade do lençol freático, profundidade efetiva do solo, características químicas), que permitiram concluir a respeito do risco, na eventual utilização das áreas para uso agrosilvipostoril

Estudos anteriores concluíram que a área considerada como degradada na ocasião da implantação do assentamento era de apenas 0,37% da área total (Relatório Técnico da Fazenda Nova da Lagoa Grande/INCRA). A análise atual revela um percentual maior para esta classe de uso do solo, conforme pode ser observado no Quadro 3.

Quadro 3 – Áreas degradas e/ou com risco de degradação e percentual da área total

Áreas degradas e/ou com risco de degradação

589,0371 ha

Área do assentamento 4.124,1064 ha % da área total 14,28 %

A análise visual das imagens IKONOS permite definir com precisão áreas em

processo acentuado de degradação ambiental. Além disso, o valor atual é o reflexo da incorporação, nesta classe de uso, de áreas que por suas características físicas, químicas e morfológicas, deveriam ter uso limitado à preservação de fauna e flora. É importante ressaltar que estas áreas incluem as áreas de preservação permanente exigidas pela legislação (134,3485 ha), às margens das linhas de drenagem.

Outro aspecto relevante é a ocorrência de um processo de degradação acentuada, evidenciado pela ocorrência de erosão em sulcos em área de uso agrícola, relacionado aos solos com melhor aptidão para agricultura. Isso pode estar indicando o uso inadequado do solo após o processo de implantação do assentamento, o que torna, mesmo solos altamente resistentes à erosão, susceptíveis a condições de menor estabilidade ambiental.

Estas considerações permitem inferir que a presença de uma orientação técnica efetiva e eficiente, mesmo após o processo de implantação dos assentamentos, é de fundamental importância para a manutenção de condições favoráveis à maior sustentabilidade ambiental.

4.4. Elaboração de mapas temáticos das questões diagnosticadas

(Objetivo específico 4) Os mapas foram elaborados e fazem parte deste relatório, constantes da lista de

figuras apresentadas ao final. 4.5. Elaboração de relatórios das questões diagnosticadas

(Objetivo específico 5) O presente relatório detalha em cada item ligado a objetivo específico, as questões

diagnosticadas.

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4.6. Elaboração de rotinas de trabalho, visando gerar padrões de operações a serem aplicadas em assentamentos

(Objetivo específico 6) As rotinas de trabalho estão relacionadas ao uso do software SPRING e pequena

parte do COREL PHOTOPAINT. A) SPRING – Módulo IMPIMA - importação de imagens e salvamento em bandas individuais; as bandas 3, 4 e 5

são suficientes para este tipo de estudo B) SPRING – Módulo SPRING - criação de banco de dados; - criação de projeto; - criação de categorias (as abaixo, no mínimo);

- imagens, cartas – Modelo Imagem. - altimetria – Modelo Numérico de Terreno (MNT). - perímetros, hidrografia, rede viária, pedologia, loteamentos, uso da terra,

buffers – Modelo Temático. - registro das imagens por bandas individuais, com base em cartas ou GPS; - importação das imagens por bandas individuais, na categoria imagens, criando

plano de informações (PI) para cada uma delas (sugestão: Ima3, Ima4, Ima5); - opcionalmente pode-se criar uma imagem sintética a partir das três

anteriores, com o contraste desejado, para ser usada como pano de fundo para análises visuais, pois esta tem menor tamanho de arquivamento, tornando o carregamento mais rápido por ocupar menor espaço em disco e memória RAM (sugestão: Sint345);.

- criação de PI na categoria cartas com a finalidade de importar cartas do IBGE ou Exército para servirem de pano de fundo (sugestão: NomedaCarta); - registrar e importar as cartas.

- criação de PI na categoria altimetria com a finalidade de digitalização vetorial via mouse ou mesa digitalizadora (sugestão: Cotas). - caso as escalas das cartas do IBGE e Exército não sejam suficientes, deve-se

realizar trabalho de campo para coleta de dados de cotas por meio de levantamento plani-altimétrico e só então digitalizar;

- pode-se criar um PI para suavizar as linhas de cotas ((sugestão: Cotas) por meio do procedimento Suavização de Linhas na opção MNT do menu principal;

- a partir das cotas, suavizadas ou não, pode-se criar PI’s que representem grades retangulares ou triangulares, utilizando parâmetros solicitados pelos procedimentos encontrados na opção MNT segundo a escala de trabalho. Tais grades são úteis para trabalhos de apresentação tridimensional e principalmente para elaboração de perfis do terreno, mapas de localização de barragens incluindo a área de cobertura das águas e outros.

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- criação de PI nas categorias restantes, visando entrada por digitalização ou importação de dados coletados em GPS; - GPS: perímetros e loteamentos, com importação para os respectivos PI’s

(sugestão: Borda, Lotes). - digitalização via mesa ou mouse: sobre as cartas escaneadas do IBGE ou

Exército, registradas e importadas para o SPRING; - pode-se utilizar o mouse para digitalização da hidrografia e rede viária

(sugestão: Hidro, Estradas). - para a pedologia (sugestão: Solos), se houver mapa pronto pode-se tanto

digitalizar via mesa ou escanear e registrar como imagem, fazendo a coleta dos perímetros com o mouse, em edição vetorial. Caso não haja mapa pronto, haverá necessidade de levantamento de solos, imprescindível para a distribuição e determinação das dimensões dos lotes.

- Criação de PI na categoria uso da terra (sugestão: Uso); - em edição vetorial neste PI ativo tendo como pano de fundo as imagens

IKONOS em composição colorida, digitalizar diretamente o uso da terra, que deve ser confirmado por visitas amostrais de campo. A classificação supervisionada ou não, não mostrou-se eficiente, embora o uso deste procedimento demande mais estudos e tentativas do que foi feito neste projeto.

- Criação de PI na categoria buffers (sugestão: Distância); - neste PI faz-se o fatiamento a partir da rede de drenagem, com a finalidade

de determinar a faixa de proteção às margens de cursos d’água, segundo a legislação vigente. Tomando a composição colorida como pano de fundo, sobrepõe-se o fatiamento feito, podendo-se então selecionar visualmente as áreas marginais que devem ser recuperadas.

C) SPRING – Módulo SCARTA - ativar o banco de dados correspondente ao trabalho em andamento; - ativar o projeto correspondente ao trabalho em andamento; - criar ou carregar carta (s), formatando conforme o necessário; - salvar a carta em formato para impressão em plotter ou em impressora jato de

tinta. Neste caso, o formato único existente nesta versão do SPRING é o JPG. Opcionalmente pode-se capturar a imagem da tela do SCARTA, em resolução e formato desejado, por meio de programas de captura de tela;

- não há nesta versão uma impressão direta para a impressora jato de tinta. Isso deve ser feito por meio de um software apropriado, que permita escolher a escala de impressão.

D) COREL PHOTOPAINT Este software foi utilizado para impressão de mapas, já que permite a determinação

de escala, por meio de percentuais do arquivo original. O Software SPRING, na versão atual, ainda não possuir rotina para impressão em jato de tinta.

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4.7. Estruturação do Departamento de Ciências Agrárias (DCA) da UFMS para interpretação de imagens de satélite visando estudos ambientais

(Objetivo específico 7) O DCA não possuía equipamentos adequados para o desenvolvimento de atividades

que demandassem o uso de sistemas de informações geográficas. Este projeto permitiu a aquisição de um computador Pentium 4 capaz de executar

rapidamente as operações, incluindo um no-break e regulador de voltagem. O projeto permitiu também a abertura de oportunidade para aquisição por parte da

UFMS de mobiliário de suporte, incluindo uma mapoteca de cartas do Exército e IBGE que foi abastecida com doações do IDATERRA-MS, arquivos e armários.

Paralelamente foi aprovado outro projeto com a mesma finalidade deste, abrangendo a Bacia do Rio Dourados, o qual também se encontra em fase final de elaboração de relatório e foi financiado pela FUNDECT-MS. Este trabalho permitiu a aquisição de mais um computador e impressora, além da mobília. Foi adquirido também um GPS de navegação para confirmação de coordenadas em pontos de coleta.

Estes projetos permitiram o aumento da experiência dos pesquisadores envolvidos na aplicação do software SPRING como SIG, o que certamente facilitará em muito o desenvolvimento de pesquisas de campo por parte dos docentes e alunos de pós-graduação da UFMS em Dourados.

Já com base nesta experiência, foi apresentado ao CNPq, para ser julgado no Edital Universal, projeto de zoneamento da Bacia do Rio Dourados para reflorestamento com o gênero eucalipto. Aguarda-se julgamento.

Não havia, antes da aprovação destes dois projetos, em especial este do assentamento Lagoa Grande, perspectivas de se montar estrutura que pudesse atender às pesquisas que envolvessem SIG e imagens de satélite.

Hoje, a equipe encontra-se em condições de colaborar, por meio de parceria, assessoria ou consultoria, com o INCRA nos seus trabalhos de estudos e levantamentos de áreas a serem utilizadas para assentamentos rurais. Esta é uma das metas do grupo de trabalho.

O laboratório pode ser visualizado por meio das Figuras 13 e 14. 4.8. Preparação de modelo digital de elevação

(Objetivo específico 8) Infelizmente, com os dados digitalizados das cartas do Exército e IBGE, em escalas

1:100.000, não foi possível preparar modelos numéricos de terreno (MNT) que pudessem ser consistentes e passíveis de uso em trabalhos de hidrologia na área, como se previu.

A topografia da área do assentamento é suave ou levemente ondulada, o que, adicionado à escala das cartas, dificulta a elaboração de modelos de interesse, além de prejudicar a criação de linhas de cotas estimadas para menores distâncias, já que a distância das cartas Itahum e Maracaju que recobrem a área é de 40 m. Tudo isso torna inviável o uso dos modelos gerados.

Para produzir MNT adequados, há necessidade de um levantamento plani-altimétrico específico, que não era objetivo deste projeto e nem haveria recursos financeiros

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para tanto. Certamente que se houver disponibilidade financeira, dados consistentes podem ser gerados para até mesmo escolher locais de barramento de cursos d’água para tomada de água para irrigação das áreas de assentamento.

A equipe se sente em condições de desenvolver trabalhos desta natureza, a partir dos MNT, desde que haja dados suficientes para isso. Nas condições do projeto, no entanto, não foi possível apresentar sugestões no campo da hidrologia.

Para mostrar as possibilidades no que se refere às estimativas de cotas por meio do SPRING e da elaboração de cortes no terreno, apresentam-se as Figuras 15 a 18.

Na Figura 19 observa-se o exemplo dos perfis traçados na Figura 18, determinando o potencial do programa SPRING para avaliação de altura e volume de barragens, que poderia ser utilizado em estudos prévios para assentamentos rurais. Neste projeto não foi possível aprofundar esta questão, em função da falta de precisão das contas que foram utilizadas a partir de escala 1:100.000, incompatível com a necessidade de trabalhos no campo da altimetria.

4.9. Sugestões de recuperação/manutenção de áreas de reserva legal e de

preservação permanente no assentamento (Objetivo específico 9)

A definição da área de reserva legal, para o caso de assentamentos rurais, pode ser feita baseada no artigo 16º e artigo 17º do Código Florestal, que são citados a seguir:

Art 16º As florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada e ressalvadas as de preservação permanente, previstas nos artigos 2º e 3º desta Lei, são suscetíveis de exploração, obedecidas as seguintes restrições:

a) nas regiões Leste meridional, Sul e Centro-Oeste, esta na parte Sul, as derrubadas de florestas nativas, primitivas ou regeneradas, só serão permitidas desde que seja, em qualquer caso, respeitado o limite mínimo de 20% da área de cada propriedade com cobertura arbórea localizada, a critério da autoridade competente.

Parágrafo 2º A Reserva Legal, assim entendida a área de, no mínimo, 20% (vinte por cento), de cada propriedade onde não é permitida o corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competentes, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão a qualquer título, ou de desmembramento da área.

.Art. 17º Nos loteamentos de propriedades rurais, a área destinada a completar o limite percentual fixado na letra “a” do artigo antecedente, poderá ser agrupada numa só porção em condomínio entre os adquirentes.

Tomando especialmente o Art. 17º e analisando os dados obtidos neste levantamento (Quadro 4), nota-se que há um grande déficit de área de reserva legal no assentamento, aparentando o descumprimento da legislação. Os 440,6866 ha de déficit significam 53,42% da área necessária que é de 824,8212 ha. Se fosse feita a separação dos 384,1346 ha que hoje poderiam ser utilizados como área de reserva legal, o

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empreendimento contaria somente com 9,31% da área total sendo utilizada dentro da normas reguladoras, faltando a incorporação de 10,69% da área total do projeto nessa modalidade de uso para atingir os 20% exigidos legalmente.

Quadro 4 – Área necessária de reserva legal obrigatória e o que se encontra disponível para esse fim no assentamento

Classes de uso da terra Área (ha) 1) Campos de várzea 287,1244 2) Áreas de preservação permanente 134,3485

3) Diferença 152,7759 (1-2) 4)Cerrado 231,3587) 5) Sobra de área para uso como reserva legal 384,1346 (3+4 6) Área total do assentamento 4.124,1064 7) Área mínima de reserva legal segundo a legislação 824,8212 (20% de 6) Déficit de área de reserva legal no assentamento 440,6866

Esse contexto indica que mesmo que se use a forma condominial para separação da

área de reserva, não existe dentro do assentamento área suficiente para cumprir a exigência legal. Mesmo que se incluísse as áreas de preservação permanente, que neste caso são as marginais à rede de drenagem, o que não é permitido pela legislação, não seria possível atingir os 824,8212 ha necessários.

Para o caso da reserva legal, estudos específicos e a determinação de uma missão para avaliar a situação seria o encaminhamento adequado, num primeiro momento.

Com relação às áreas de preservação permanente que somam 134,3485 ha, estas carecem de proteção. São áreas que não estão cercadas, permitindo o livre acesso de animais que prejudicam a regeneração natural, o que vem empobrecendo a vegetação e conseqüentemente sua função de proteção da rede de drenagem.

Na tentativa de melhoria das condições de vida, os assentados têm procurado explorar pelo uso agrícola, algumas áreas constituídas por solos sem capacidade de uso agrícola, basicamente aquelas situadas às márgens de linhas de drenagem, o que significa a prática de atividades além da ambiental, promovendo o uso do solo acima do suporte.

Este contexto, que pode ser considerado um estudo de caso com relação às áreas de preservação permanente e de reserva legal para áreas de assentamento, indica a necessidade de melhor acompanhamento da demarcação e conservação destes usos da terra, a partir da demarcação dos lotes. Nota-se também que a falta de uma fiscalização específica pode estar levando à ilegalidade e à degradação ambiental.

Conforme se observa no item 4.3, é grande a quantidade de áreas degradadas ou em risco de degradação e estas incluem as áreas de preservação e parte do que deveria ser de reserva legal. Esta degradação, no entanto, é crescente em outros locais também, podendo-se observar pelas imagens IKONOS, início de voçorocas e outras modalidades de erosão, indicando novamente a falta de acompanhamento adequado de assistência técnica.

O fracasso ambiental do assentamento, pode significar o mesmo caminho para a fixação das famílias ali assentadas.

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4.10. Capacitação de mão-de-obra (Objetivo específico 10)

Considerando a importância do treinamento da mão-de-obra capacitada aos

trabalhos na área do sensoriamento, na própria UFMS, para que reflita nos cursos de pós-graduação desta instituição, e nas empresas e outros órgãos públicos, uma das principais metas deste projeto é a formação de recursos humanos.

A princípio participará do trabalho um bolsista de iniciação científica, selecionado da própria UFMS, dentro dos cursos de Agronomia ou Geografia, cujo plano de trabalho encontra-se anexo. A orientação geral deste acadêmico ficará sob a responsabilidade do coordenador geral do projeto, porém com a necessária co-orientação de outros componentes da equipe.

É possível que a formação de mão-de-obra na região deva estar ligada ao oferecimento de bolsas nas modalidades de recém-doutor ou desenvolvimento regional, tendo em vista que nestes casos, o bolsista já trabalharia com projeto específico nesta área, destinada a diagnósticos e estudos ambientais voltados para a agricultura familiar e assentamentos.

Um projeto específico para a UFMS, considerando que esta instituição está localizada em um dos estados que mais assentamentos possui, melhorando o laboratório já existente, adquirindo equipamentos complementares e sendo ligado a linha de pesquisa de programa de pós-graduação, teria sucesso certo. Necessariamente este projeto deveria contar com apoio para a manutenção de equipe de campo para trabalhos topográficos e com GPS, ou pelo menos para a contratação de serviços terceirizados, sob encomenda.

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7. Equipe técnica Quadro 4 – Equipe de desenvolvimento do projeto

Nome/Instituição Título Área

Omar Daniel/DCA-UFMS

DSc Ciência Florestal/Sensoriamento Remoto/SIG

Antonio Carlos Tadeu Vitorino/DCA-UFMS

DSc Solos/Meio Ambiente

Cristiane Veronesi/Curso de Agronomia-CPDO-UFMS

IC Apoio

Leidiane Silva Queiroz/Curso de Biologia-CPDO-UFMS

IC Apoio

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8. Referências bibliográficas

ALTIERI S., M.A. Bases agroecologicas para una produccion agricola sustentable. Agricultura Tecnica, Santiago, v.54, n.4, p.371-386, 1994.

IWLA - Izaak Walton League of America. Food supply: averting a global food supply crisis. Sustainability Communicator, Gaithersburg, v.1, n.2, n.p., 1998.

JENSEN, J.R. Introductory digital image processing: a remote sensing perspective. 2nd ed. New Jersey: Prentice Hall, 1996. 316p.

MARTINS, A-K.E. Utilização de imagens TM/Landsat-5 para qualificar e quantificar áreas degradadas na Ilha do Formoso, Estado do Tocantins. Viçosa: UFV, 1999. 71p. (Dissertação de Mestrado em Ciência Florestal).

PASCHOAL, A.D. Modelos sustentáveis de agricultura. Agricultura Sustentável, Jaguariúna, v.2, n.1, p.11-16, 1995.

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FIGURAS

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Figura 1 – Mapa de uso da terra do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande.

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Figura 2 – Mapa de solos do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, extraído do

trabalho realizado pelo INCRA/SENAGRO Sensoriamento Remoto.

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Figura 3 – Mapa-índice do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande indicando as

áreas de a a h, das quais foram compostas as Figuras 4 a 11.

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a

Figura 4 – Área a do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, indicando margens de 30 m, segundo a legislação de área de preservação permanente.

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b

Figura 5 – Área b do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, indicando margens de 30 m, segundo a legislação de área de preservação permanente.

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c

Figura 6 – Área c do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, indicando margens de 30 m, segundo a legislação de área de preservação permanente.

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d

Figura 7 – Área d do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, indicando margens de 30 m, segundo a legislação de área de preservação permanente.

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e

Figura 8 – Área e do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, indicando margens de 30 m, segundo a legislação de área de preservação permanente.

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f

Figura 9 – Área f do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, indicando margens de 30 m, segundo a legislação de área de preservação permanente.

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g

Figura 10 – Área g do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, indicando margens de 30 m, segundo a legislação de área de preservação permanente.

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h

Figura 11 – Área h do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa Grande, indicando margens de 30 m, segundo a legislação de área de preservação permanente.

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Figura 12 – Mapa de áreas degradas e/ou com risco de degradação do Assentamento

Fazenda Nova da Lagoa Grande

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Figura 13 – Vista do laboratório de informática do DCA, dedicado aos trabalhos com

imagens de satélite e Sistemas de Informações Geográficas.

Figura 14 – Vista do laboratório de informática do DCA, dedicado aos trabalhos com

imagens de satélite e Sistemas de Informações Geográficas.

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Figura 15 – Mapa de cotas topográficas da área do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa

Grande.

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Figura 16 – Mapa da grade triangular (TIN) da área do Assentamento Fazenda Nova da

Lagoa Grande.

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Figura 17 – Mapa de isolinhas estimadas para intervalo de 10 m da área do Assentamento

Fazenda Nova da Lagoa Grande.

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Figura 18 – Mapa de quatro perfis da área do Assentamento Fazenda Nova da Lagoa

Grande.

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