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BC 2225 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis-Abeba (ETHIOPIE) P. O. Box 3243 Téléphone (251-11) 5517 700 Fax : 551 78 44 Website: www.africa-union.org CONSELHO EXECUTIVO DÉCIMA-SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA 25 -29 DE JANEIRO DE 2010 ADIS ABEBA, ETIÓPIA EX.CL/544 (XV) RELATÓRIO DA COMISSÃO SOBRE PARCERIAS ESTRATÉGICAS DA ÁFRICA

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CONSELHO EXECUTIVO DÉCIMA-SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA 25 -29 DE JANEIRO DE 2010 ADIS ABEBA, ETIÓPIA

EX.CL/544 (XV)

RELATÓRIO DA COMISSÃO SOBRE PARCERIAS ESTRATÉGICAS DA ÁFRICA

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EX.CL/544 (XVI)

RELATÓRIO DA COMISSÃO SOBRE

PARCERIAS ESTRATÉGICAS DA ÁFRICA

1. Deve-se relembrar que na 15ª Sessão Ordinária em Sirte, Líbia, o Conselho Executivo tomou a Decisão EX.CL/Dec.512(XV) que, entre outros: “APROVA a realização da Segunda Cimeira África-América do Sul em

Caracas, Venezuela, em Setembro/Outubro 2009 e SOLICITA a Comissão a consultar todas as partes envolvidas com vista a determinar as datas actuais e informar os Estados Membros em conformidade”.

“TOMA NOTA da disponibilidade da República da Coreia de organizar o

Segundo Fórum Coreia-África, a nível ministerial em Seul, de 23 a 25 de Novembro de 2009 e SOLICITA a Comissão e o CRP a tomarem as medidas necessárias de forma a assegurar uma participação total dos Estados Membros na preparação deste fórum”.

“SOLICITA a Comissão a tomar as medidas necessárias para participar na

preparação e realização de futuras reuniões de parceria, especialmente com a China e o Japão, de acordo com as decisões anteriores sobre esta questão”.

2. Para implementar as directivas do Conselho, a Comissão e o CRP tomaram as medidas necessárias para assegurar que uma Cimeira e duas reuniões ministeriais, no contexto da parceria estratégica da África, sejam realizadas da seguinte maneira:

i) Segunda Cimeira África-América do Sul, 22-27 de Setembro de 2009, Ilha Margarita, Venezuela;

ii) Quarta Conferência Ministerial sobre o Fórum da Cooperação China-

África (CMCA), 6 a 9 de Novembro de 2009, Sharm El Sheikh, Egipto; e

iii) Segundo Fórum Coreia-África, 23 – 25 de Novembro de 2009, Seul,

República da Coreia.

3. Os relatórios de todas as três reuniões são, pela presente, submetidos para análise e adopção.

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EX.CL/544 (XVI) Anexo 1

RELATÓRIO DA SEGUNDA CIMEIRA ÁFRICA-AMÉRICA DO SUL (ASA) ISLA MARGARITA, VENEZUELA 22 – 27 DE SETEMBRO DE 2009

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Relatório da Segunda Cimeira África-América do Sul (ASA)

Isla Margarita, Venezuela

22 – 27 de Setembro de 2009

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RELATÓRIO DA SEGUNDA CIMEIRA ÁFRICA-AMÉRICA DO SUL (ASA)

INTRODUÇÃO A Segunda Cimeira África – América do Sul (ASA) decorreu no Hotel Hilton em Isla Margarita, República Bolivariana da Venezuela, de 22 a 27 de Setembro de 2009. Foi um seguimento da primeira Cimeira realizada em Abuja, Nigéria, em Novembro de 2006, que estabeleceu os parâmetros para esta parceria estratégica no contexto da Cooperação Sul-Sul. A Cimeira foi agendada para decorrer a três níveis, isto é, reuniões de Altos Funcionários, de 22 a 23 de Setembro, sessão Ministerial, 24 e 25 de Setembro e dos Chefes de Estado e de Governo das duas regiões, 26 e 27 de Setembro de 2009. A. REUNIÃO DE ALTOS FUNCIONÁRIOS 2. A Reunião de Altos Funcionários devia decorrer aos 22 e 23 de Setembro de 2009. Contudo, não pôde começar porque a parte sul-americana levou dois dias para finalizar a sua posição sobre o projecto de Declaração. Consequentemente, a parte africana teve reuniões de consulta durante este período, mas não pôde fazer grande coisa porque as autoridades anfitriãs não disponibilizaram os documentos da Conferência. 3. Por conseguinte, a reunião de Altos Funcionários foi tardiamente declarada aberta na tarde de 23 de Setembro de 2009 por Sua Excelência Ricardo Bolívar, Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Bolivariana da Venezuela, logo a seguir, a parte sul-americana prosseguiu as suas consultas sobre a Declaração. 4. A cerimónia de abertura foi precedida de um protesto veemente pela parte africana, que se sentiu ignorada pelas autoridades anfitriãs uma vez que estas últimas não apresentaram qualquer explicação pelo atraso aparente do início da reunião. Também se deve notar que, o Vice-Ministro Venezuelano dos Negócios Estrangeiros para África foi recebido durante a terceira reunião da parte Africana. 5. Durante essa reunião, a parte africana manifestou o seu descontentamento ao Vice-Ministro, entre outras coisas, pela recepção desagradável reservada às suas delegações; a falta de logística e de estrutura para a Cimeira; a indisponibilidade de um secretariado conjunto e de um escritório para a Comissão da UA e a falta de documentos relevantes, incluindo a agenda e o programa da Cimeira, bem como o projecto de Declaração e o Plano de Implementação. 6. Em resposta, o Vice-Ministro apresentou desculpas pelas falhas evidentes, que atribuiu à falta de experiência do seu pais na organização de reuniões com a magnitude da Cimeira ASA, que ele qualificou como sendo a maior de sempre jamais organizada pela Venezuela. Ele prometeu rectificar de imediato as anomalias. 7. Na cerimónia de abertura da reunião de Altos Funcionários, foram proferidos discursos pelo Vice-Ministro Venezuelano dos Negócios Estrangeiros; pela Líbia na qualidade do Presidente actual da União Africana; pelo Brasil e pela Nigéria na qualidade

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dos coordenadores regionais da Cimeira; e pelos representantes da Comissão da União Africana (CUA) e da União dos Estados Sul-Americanos (UNASUR). 8. No seu discurso de abertura, o Vice-Ministro apresentou de novo as suas desculpas pelas várias anomalias da Cimeira e prontificou-se a rectificá-las. Relembrou os laços históricos e culturais mútuos que existem entre as duas regiões e manifestou a esperança de que a Cimeira desenvolva directivas para a execução de projectos e actividades em benefício mútuo dos povos das duas regiões. A esse respeito, exprimiu a opinião de que a Cimeira seria considerada um sucesso se propusesse 2 ou 3 projectos viáveis, que fossem realizáveis e mensuráveis. 9. No seu discurso, Sua Excelência Ali Awidan, Embaixador da Jamahiriya Árabe Líbia na Etiópia e junto da UA e da NU-CEA, sublinhou a relevância da Cimeira que, frisou, debateria o destino da colaboração especial existente entre a África e a América do Sul com vista a reforçá-la para melhor servir os interesses dos povos das duas regiões no espírito de Cooperação Sul-Sul. 10. Por outro lado, Sua Excelência Nkoyo Toyo, Embaixadora da Nigéria na Etiópia e junto da UA e da NU-CEA realçou os progressos alcançados até agora na cooperação, desde a realização da primeira Cimeira ASA, incluindo a realização de reuniões de Altos Funcionários, do Grupo de Coordenação e de ministros sectoriais. Concluiu expressando a esperança de que a Cimeira representaria um ponto de partida importante visto que alargaria o campo da cooperação e além disso, criaria oportunidades viáveis. 11. No seu discurso, Sua Excelência John Shinkaiye, Director de Gabinete do Presidente da Comissão da UA, indicou que a África atribui uma grande importância ao processo ASA, que alcançou sucessos notáveis, mas que se deparou igualmente com vários desafios. Sublinhou que, para que a parceria realize o conjunto de objectivos traçados, há necessidade de melhorar o mecanismo de acompanhamento, respeitar o calendário das reuniões que deve ser acordado por meio de consultas, aprender mais uns aos outros, bem como melhorar o método de trabalho de cada uma das partes. 12. No seu discurso, o representante do Brasil sublinhou algumas das iniciativas que o Brasil tomou desde a primeira Cimeira e frisou a necessidade de desenvolvimento e implementação de políticas que poderiam reforçar a cooperação entre as duas partes. Indicou que, embora o Brasil tenha relações diplomáticas com muitos países Africanos, observou-se que o quadro continental estabelecido pelo processo ASA foi ideal para o reforço da cooperação e a atracção de benefícios para os povos de ambas as regiões. 13. Por fim, o representante da Bolívia, em nome da Presidência da UNASUR, salientou a necessidade de reforçar e consolidar a cooperação no quadro da parceria. Concluiu que as oportunidades oferecidas pela cooperação devem ser exploradas em benefício mútuo dos povos de ambas as regiões. 14. No dia seguinte – 24 de Setembro – a parte Africana reuniu-se a fim de analisar o projecto revisto de Declaração Nueva Esparta, que foi proposto pela parte sul-americana após a conclusão das suas consultas internas. Contudo, a reunião não pôde prosseguir devido ao facto do documento se encontrar disponível apenas em Inglês quando devia estar disponível nas outras línguas de trabalho da UA.

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15. Na retoma dos trabalhos no dia seguinte, a parte Africana deparou-se com questões de procedimento sobre se devia considerar primeiro ou não o projecto de Declaração que foi revisto pela parte sul-americana e, a partir daí, incluir acréscimos ou parágrafos dos Estados Membros, tendo em conta o seu direito soberano de apresentar novas propostas. Este argumento surgiu porque se pensou que o projecto que a parte sul-americana reviu, era mais ou menos a sua posição, enquanto que as diversas delegações trouxeram novos elementos dos quais a parte sul-americana só tomaria conhecimento quando fosse retomada a reunião conjunta. 16. Por fim, a reunião acordou considerar primeiro o projecto revisto de Declaração dos sul-americanos, em conformidade com o trabalho prévio feito pelo Comité de Representante Permanentes da UA e pelo Subcomité de Cooperação Multilateral. Também foi acordado que as novas propostas deviam ser submetidas a um Grupo de Trabalho de 5 membros, que seria constituído posteriormente a fim de analisar estas propostas. 17. Quando as duas partes retomaram os trabalhos, mais tarde nesse dia, as emendas feitas pela parte africana foram levadas ao conhecimento da parte sul-americana mas, por não ter havido consenso sobre algumas propostas devido às limitações de tempo, concordou-se que estas fossem apresentadas na sessão ministerial no dia seguinte a fim de serem analisadas. B. SESSÃO MINISTERIAL. 18. A 25 de Setembro de 2009, a Sessão Ministerial foi declarada aberta pelo Ministro Venezuelano dos Negócios Estrangeiros, que reconheceu o trabalho desenvolvido pelos Altos Funcionários no processo ASA, no decorrer dos últimos meses. Ele considerou que a Cimeira estabeleceria o quadro estratégico que orientaria a cooperação e exprimiu a esperança de que a Cimeira conseguiria resultados/projectos concretos, que trariam benefícios aos povos de ambas as regiões. 19. No seu discurso, S.E. Erastus Mwencha, Vice-presidente da Comissão da União Africana observou que a Cimeira de Abuja lançou as bases para a cooperação entre as duas regiões, nas quais a 2ª Cimeira se devia basear, melhorando as estratégias, que permitirão a ambas as partes enfrentar conjuntamente os desafios que as preocupam e reforçar o quadro institucional que norteará o processo ASA. 20. Por sua vez, S.E. Mussa Koussa, Secretário do Comité Popular Geral para as Relações Exteriores e a Cooperação Internacional da Jamahiriya Árabe Líbia, a Presidência da UA, exprimiu a esperança de que a Cimeira consolidaria a relação actual entre a África e a América do Sul e reforçaria a colaboração em áreas principais de interesse mútuo tais como a reforma do Sistema das Nações Unidas e a democratização de outras organizações internacionais. 21. Foram também proferidos discursos pelo Ministro Nigeriano dos Negócios Estrangeiros, pelo Sub-Secretário para a Área Política do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil e pelo representante do Equador na qualidade de Presidente Pro Tempore da UNASUR. Todos os oradores sublinharam os marcos da parceria e recomendaram o desenvolvimento de uma sinergia que reforçaria a colaboração a nível internacional.

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22. Antes de suspender a sessão do dia, os Ministros mandaram os Altos Funcionários reunir-se de novo a fim de tratarem dos cinco parágrafos sobre os quais não estavam de acordo e também analisar as duas apresentações feitas pela África e América do Sul relativas ao documento a ser anexado à Declaração acerca da implementação. Infelizmente, os parênteses não puderam ser removidos pelos Altos Funcionários e por isso foram apresentados ao Grupo de Trabalho, que foi eventualmente criado pelos ministros e que conseguiu chegar a um consenso. 23. Com relação ao Plano de implementação/ Programa, os Ministros aceitaram propostas sobre uma reunião de Altos Funcionários nos próximos seis meses a fim de elaborarem um programa de implementação harmonizado que definirá os projectos prioritários, o calendário de implementação e os mecanismos financeiros. Isto deve ser submetido a aprovação durante a próxima Reunião Ministerial. Os Chefes de Estado e de Governo aceitaram esta proposta de reunião de Altos Funcionários a fim de harmonizar as duas propostas e de submeter o seu trabalho aos ministros para aprovação nos próximos seis meses. C. REUNIÃO DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO 24. A 2ª Cimeira ASA decorreu aos 26 e 27 de Setembro de 2009 e contou com a participação de 11 Presidentes sul-americanos, 11 Chefes de Estado e de Governo, 4 Vice-Presidentes, 2 Primeiros Ministros e 29 Ministros dos Negócios Estrangeiros/Relações Exteriores africanos. 61 de 66 Estados Membros participaram na Cimeira. A Cimeira foi declarada aberta por Sua Excelência Comandante Hugo Chavez Frias, Presidente da República Bolivariana da Venezuela, que propôs a promoção do Grupo de Coordenação do Processo da Cimeira ASA do nível de Altos Funcionários para o nível ministerial. Ele propôs também a criação de um Comité de Chefes de Estado e de Governo que elaboraria um Plano Estratégico (roteiro) para o período de 2010 – 2020. 25. Durante a cerimónia de abertura, diversos discursos foram proferidos por vários líderes, em particular Sua Excelência Muammar Ghadafi, Líder Irmão e Presidente da UA, Sua Excelência Luis Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil, o Presidente do Equador e o Presidente Pro Tempore da UNASUR, Sua Excelência Jonathan Ebele Goodluck, Vice-presidente da República Federal da Nigéria e Sua Excelência Dr. Jean Ping, Presidente da Comissão da União Africana. 26. No seu discurso, o Líder Irmão, Muammar Ghadafi descreveu a Cimeira como sendo um evento inédito e exprimiu a esperança de que este produziria resultados práticos e específicos tendo em conta as enormes potencialidades e capacidades das duas regiões, que devem ser aproveitadas para o seu crescimento e desenvolvimento colectivos. O Presidente da União Africana reiterou a sua proposta de criar a Organização do Tratado do Atlântico Sul (SATO) a fim de contrabalançar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) existente, que é uma aliança estratégica militar do Ocidente. Ofereceu-se para acolher a 3ª Cimeira de ASA na Líbia em Setembro de 2011. Esta proposta foi posteriormente aprovada pela Cimeira. 27. No seu discurso, Sua Excelência Jean Ping, Presidente da Comissão da União Africana, informou que a parceria foi uma afirmação dos laços fraternais existentes entre as duas regiões, que devem gerar confiança e solidariedade com vista ao desenvolvimento

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em geral. Propôs então que o mecanismo de acompanhamento seja melhor focalizado a fim de originar sinergias. 28. Por sua vez, o Vice-Presidente da Nigéria exortou a Cimeira a ultrapassar as suas dificuldades e a promover vantagens comparativas entre os seus membros. Ele propôs também que a Cimeira indicasse as datas específicas para as suas várias reuniões a fim de permitir aos participantes planearem e programarem os compromissos como forma de garantir uma maior participação. 29. No seu discurso, o Presidente brasileiro descreveu a parceria como a manifestação do crescimento estratégico entre a África e a América do Sul nas áreas política, económica e estratégica. Ele indicou que os desafios comuns com que se deparam as duas regiões apelam a uma cooperação que deve ser orientada para a junção de recursos disponíveis e oportunidades para fins de desenvolvimento. Ideias semelhantes foram manifestadas pelo Presidente do Equador. 30. Depois da cerimónia de abertura, todos os Presidentes presentes e a maioria de outros dignitários proferiram discursos. RESULTADOS DA CIMEIRA. 31. A Cimeira adoptou a Declaração Nueva Esparta e a Resolução que condena a situação nas Honduras e apelou ao regresso ao poder do Presidente Zelaya deposto. 32. As outras decisões tomadas pela Cimeira são as seguintes:

• A criação do Banco do Sul com um capital inicial base de US$20 mil milhões. O Banco ficará localizado em Caracas, Venezuela;

• A 3ª Cimeira ASA será acolhida pela Líbia em Setembro de 2011;

• A instituição dum Secretariado da Cimeira ASA que ficará localizado num andar do Hotel Hilton, Isla Margarita, Venezuela. O Secretariado mudará para o próximo país anfitrião de 2 em 2 anos;

• A promoção do Grupo de Coordenação da Cimeira ASA para o nível ministerial

como um mecanismo de acompanhamento, e

• A instituição de um Comité Presidencial que desenvolveria o Plano Estratégico da Cimeira ASA (2010 – 2020). Os principais membros deste Grupo são: Venezuela, o anfitrião da 2ª Cimeira ASA; Brasil e Nigéria (Coordenadores Regionais); Líbia – próximo anfitrião; a Comissão da UA e o Equador como Presidente Pro Tempore da UNASUR; mais 2 ou 3 países, sendo um de África e um de América do Sul.

33. Importa assinalar que, conforme anunciado durante a Cimeira, os accionistas actuais do Banco do Sul são unicamente da América do Sul. Contudo, a ideia original era de que o Banco fosse um dos maiores projectos-piloto do processo da Cimeira ASA. Consequentemente, se esta ideia se tornar uma realidade e as intervenções de alguns líderes Africanos indicam um interesse positivo no banco, as autoridades Venezuelanas devem disponibilizar os documentos relativos ao estabelecimento do banco à Comissão da

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União Africana com vista à sua disseminação nos Estados Membros e em Marrocos, para que estes possam manifestar o seu interesse. O Presidente Chavez sugeriu que o banco fosse chamado Banco ASA e a ideia fosse explorada exaustivamente. 34. É de salientar também que, em Isla Margarita não se esclareceu o papel que o Secretariado Pro Tempore da ASA irá desempenhar nem como irá funcionar. O mesmo acontece com o Grupo de Coordenação Ministerial e o Comité Presidencial e a sua filiação à margem daquelas já conhecidas. Todas estas situações necessitam de ser esclarecidas, incluindo os países a acrescentar ao Comité Presidencial e as suas funções. DESAFIOS E RECOMENDAÇÕES 35. A nossa experiência com a preparação da 2ª Cimeira África – América do Sul (ASA) aponta para a necessidade de ultrapassar as diversas dificuldades que surgiram. Algumas destas dificuldades dizem respeito ao seguinte: 36. Em primeiro lugar, houve dificuldades com relação à organização das reuniões com a parte Sul-Americana em geral, mas também especificamente com as reuniões dos 8 Grupos de Trabalho. A parte Sul-Americana decidiu unilateralmente a fixação das datas e dos locais e nem sequer teve em conta as observações de Adis Abeba quanto à conveniência e propostas alternativas. Isto não aconteceu quando a África organizou a primeira Cimeira. 37. Segundo, houve dificuldades quanto ao papel dos representantes de África na América do Sul que realizou por sua própria iniciativa, reuniões com os seus congéneres Sul-americanos, em particular em Brasília, mas também em Caracas e noutros lugares, sem a presença de representantes dos Estados Membros em Adis Abeba e da Comissão, que se encarregaram ambos da preparação da 1ª Cimeira África – América do Sul, em Abuja, em 2006, e que foram incumbidos pelos órgãos executivos da UA de assegurar o sucesso da 2ª Cimeira ASA. Isto apesar do resultado da 1ª Reunião de Altos Funcionários realizada no Brasil, em Junho de 2008, que claramente acordou que, embora os representantes de África na América do Sul pudessem contribuir para a preparação da ASA, os seus colegas em Adis Abeba detinham a responsabilidade principal pela preparação desta Cimeira. 38. O terceiro conjunto de dificuldades diz respeito à organização e à preparação da 2ª Cimeira ASA. A Comissão e os Estados Membros envidaram todos os esforços necessários para obter informações do país anfitrião, Venezuela, relativas à agenda e ao programa da Cimeira, mas sem resultado. De facto, a Cimeira realizou-se sem qualquer programa e agenda para as Reuniões Ministeriais e de Altos Funcionários que a precederam. Isto significa que o desejo de África de colocar alguns pontos na agenda, por exemplo, relativos aos problemas do tráfico de droga da América do Sul para a África, não puderam ser abordados. 39. Importa mencionar o facto da Cimeira ter sido unilateralmente coordenada pelo anfitrião sem atribuir à Comissão um papel no Secretariado e sem co-presidência da parte Africana, como foi o caso em Abuja. O resultado foi que diversas decisões importantes tomadas a nível da Cimeira, respeitantes ao futuro da Cimeira, não foram apoiadas por qualquer documento apesar da Comissão se ter esforçado muito para que se fizesse isto.

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40. A última série de dificuldade relaciona-se com a aparente falta de entendimento, da parte dos parceiros Sul-americanos, acerca do papel da Comissão na gestão da preparação de reuniões desta natureza para a União Africana. Isto deve ser tratado de forma eficaz para que seja permitido à Comissão desempenhar o papel que lhe foi atribuído pelos seus Estados Membros. 41. Considerando as dificuldades precedentes, foram formuladas as seguintes recomendações para consideração e aprovação:

i. Há necessidade de levar a parte sul-americana a compreender que isto é uma parceria de duas regiões e que quaisquer actividades relativas ao processo da Cimeira devem ser acordadas pelas duas partes. Consequentemente, quando as datas e os locais estão a ser decididos, a parte que formula a proposta deve ter em conta os pontos de vista da outra parte e deve obter o seu aval antes de prosseguir com a reunião;

ii. O princípio de rotatividade dos locais destas reuniões entre a África e a América do Sul deve ser respeitado. Neste contexto, as reuniões dos 8 grupos de trabalho a nível bi-regional, devem ser alternadas entre a África e a América do Sul, a menos que haja um acordo mútuo pelos grupos de trabalho, que pode não reflectir este princípio. Todas as reuniões para implementar a Declaração e outras decisões tomadas em Isla Margarita deverão seguir este princípio;

iii. Ao preparar a Cimeira, as duas partes devem partilhar informações e realizar a

Cimeira e outras reuniões com base na co-presidência. Isto significa que a agenda, o programa e o formato das reuniões, devem ser acordados pelas duas partes e todas as reuniões devem ser co-presididas;

iv. Com vista a facilitar tudo isto e a assegurar a coerência no seio do grupo africano,

nomeadamente nos Estados Membros no continente e na Comissão, por um lado, e nos representantes de África na região Sul-Americana, por outro, deve-se perceber claramente que o processo para a Cimeira assim como as outras parcerias, devem ser conduzidos a partir de Adis Abeba, quer pelos representantes dos Estados Membros presentes quer pela Comissão. O coordenador para África também deve desempenhar um papel activo no processo. O lado sul-americano, e isto inclui os membros sul-americanos da ASA, e os representantes de África na região, devem trabalhar através deste processo. Portanto, recomenda-se que o Conselho Executivo tome uma decisão neste sentido e informe os seus representantes na América do Sul bem como os vários departamentos na sede sobre esta decisão;

v. Quando a América do Sul acolhe a Cimeira, o país anfitrião deve providenciar

salas de reuniões à parte africana, gabinetes e equipamento para a Comissão e envolver a Comissão como parte do Secretariado Geral da Cimeira. Isto terá como objectivo finalizar os documentos da Conferência e o relatório da Cimeira. A parte africana destacou-se neste aspecto quando a 1ª Cimeira decorreu em Abuja, Nigéria, em 2006. A responsabilidade do país anfitrião pela delegação da CUA deve também ser esclarecida;

vi. Quer a Comissão quer os Estados Membros devem esforçar-se por implementar

as decisões tomadas em Margarita, em particular com relação à finalização do

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Plano de Implementação e à reunião dos Ministros para o aprovar. A este respeito, a parte africana deve preparar um Plano de Trabalho a ser proposto à parte sul-americana;

vii. O papel do Secretariado Pro Tempore a ser acolhido pela Venezuela em Margarita

nos próximos dois anos deve ser claramente definido. Se for mais do que um centro para a disseminação de informações para todas as partes, então o papel a ser desempenhado pelo representante da parte Africana – a Comissão – deve ser claramente definido; e

viii. O papel do Grupo da Coordenação Ministerial e do Comité Presidencial e o

método para designar os membros adicionais devem ser clarificados. CONCLUSÃO 42. A 2ª Cimeira da ASA pode ser considerada como um sucesso relativo apesar de muitos problemas que quase arruinaram a realização das reuniões e criaram pesadelos logísticos, em particular nos primeiros dias da Cimeira. Não há dúvida de que estas experiências deixaram um sabor amargo na boca de muitas delegações africanas. Por conseguinte, sugere-se que se façam esforços a fim de evitar tais anomalias no futuro. 43. Encontra-se em anexo uma cópia da Declaração. Comissão da União Africana Adis Abeba Etiópia 2 de Outubro de 2009

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EX.CL/544 (XVI) Anexo 2

RELATÓRIO DA QUARTA CONFERÊNCIA MINISTERIAL DO FÓRUM

SOBRE A COOPERAÇÃO CHINA- ÁFRICA (QCMFCCA)

SHARM EL SHEIKH, EGIPTO 6-9 de Novembro de 2009

Page 14: RELATÓRIO DA COMISSÃO SOBRE PARCERIAS ESTRATÉGICAS … · 2010. 1. 18. · EX.CL/544 (XVI) RELATÓRIO DA COMISSÃO SOBRE PARCERIAS ESTRATÉGICAS DA ÁFRICA 1. Deve-se relembrar

BC 2026

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RELATÓRIO DA QUARTA CONFERÊNCIA MINISTERIAL DO FÓRUM

SOBRE A COOPERAÇÃO CHINA- ÁFRICA (QCMFCCA)

SHARM EL SHEIKH, EGIPTO 6-9 de Novembro de 2009

Page 15: RELATÓRIO DA COMISSÃO SOBRE PARCERIAS ESTRATÉGICAS … · 2010. 1. 18. · EX.CL/544 (XVI) RELATÓRIO DA COMISSÃO SOBRE PARCERIAS ESTRATÉGICAS DA ÁFRICA 1. Deve-se relembrar

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RELATÓRIO DA QUARTA CONFERÊNCIA MINISTERIAL DO FÓRUM SOBRE A

COOPERAÇÃO CHINA- ÁFRICA (QCMFCCA) INTRODUÇÃO 1. A Quarta Conferência Ministerial do Fórum sobre a Cooperação África-China (FOCAC) realizou-se no Centro do Congresso Internacional Marítimo, em Sharm El Sheikh, Egipto, de 8 a 9 de Novembro de 2009. A Conferência Ministerial foi precedida da Reunião dos Altos Funcionários que se realizou no mesmo local a 6 de Novembro de 2009. 2. A Reunião dos Altos Funcionários organizou a Conferência Ministerial incluindo a apreciação e recomendação do Programa de Trabalho. Analisou também os documentos finais nomeadamente, a Declaração e o Plano de Acção de Sharm El Sheikh e recomendou-os à Conferência Ministerial para adopção. Examinou e recomendou igualmente, para adopção da Conferência Ministerial, as nomeações de quatro responsáveis pelas convocações sub-regionais da parte africana e o Relator da Conferência. 3. Convém realçar que o Conselho Executivo da União Africana aprovou a realização do Quarto Fórum na sua Décima-Quinta Sessão Ordinária que decorreu em Sirte, Grande Jamahiriya Líbia, na sua Decisão EX.CL/Dec.512 (XV). 4. O objectivo da Quarta Reunião do FOCAC era avaliar o nível de cooperação desde a Reunião de Pequim em 2006 e acordar sobre o Plano de Acção para 2010-2012. PARTICIPAÇÃO 5. A Conferência Ministerial contou com a participação da China, Argélia, Angola, Benim, Botsuana, Burundi, Camarões, Cabo Verde, República Centro-africana, Chade, Congo, Côte d’Ivoire, República Democrática do Congo (RDC), Djibuti, Egipto, Etiópia, Guiné Equatorial, Eritreia, Gabão, Gana, Guiné-Bissau, Quénia, Lesoto, Líbia, Madagáscar, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Ruanda, Senegal, Seychelles, África do Sul, Sudão, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia, Zimbabué, Tanzânia, Maurícias e Marrocos. DELIBERAÇÕES 6. Após a cerimónia de abertura, a Conferência Ministerial decorreu em quatro sessões; presidida por cada um dos quatro responsáveis pelas convocações sub-regionais, nomeadamente, a República Centro-africana para a Sub-Região Central, a Líbia para a Sub-Região do Norte, a República Democrática do Congo para a Sub-Região Austral e a Nigéria para a Sub-Região Ocidental. A Etiópia desempenhou a função de Relator da Conferência.

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CERIMÓNIA DE ABERTURA

(a) DECLARAÇÃO DE S.E. HOSNI MOUBARAK, PRESIDENTE DA REPÚBLICA ÁRABE DO EGIPTO

7. Após calorosas boas-vindas a todos os participantes, o Presidente Mubarak evocou que o Egipto foi o primeiro país no continente a reconhecer a China e manteve desde sempre a sua posição em relação a uma China. A reunião em Sharm El Sheikh, na sua opinião, era uma afirmação do compromisso colectivo tanto da China como da África aos princípios que regem as suas novas parcerias e um modelo de cooperação Sul-Sul. Salientou com satisfação os numerosos sucessos realizados nos últimos três anos. O sucesso da China, na sua opinião, atribui-se ao trabalho árduo e deve servir de exemplo para África. Referiu-se à actual crise Económica e Financeira Mundial que agravou ainda mais os problemas e desafios com os quais o continente se confronta e que só podem ser resolvidos através de uma abordagem multifacetada. Felicitou os resultados do Fórum das Empresárias e Mulheres de Negócios Africanas e Chinesas que se realizou no Cairo em Outubro de 2009 como prova do papel activo que as mulheres desempenham actualmente no desenvolvimento de ambas as sociedades. Observou que a Quarta Conferência Ministerial do FOCAC decorreu paralelamente com a 3ª Conferência de Negócios África-China, o que deu oportunidade às duas partes de interagir sobre questões relacionadas com investimento e empresas mistas. Concluiu a sua intervenção com uma expectativa de optimismo de que o projecto de Declaração e o Plano de Acção de Sharm El Sheikh, se for adoptado, contribuirá para o reforço da Parceria Sino-África.

(b) DECLARAÇÃO DE S.E. SR. WEN JIABAO, PRIMEIRO-MINISTRO DO

CONSELHO DE ESTADO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA 8. No seu discurso de abertura, o Primeiro Ministro Chinês analisou o estado das relações Sino-África bem como as directivas de parceria, que ele considera como um elo de amizade e uma plataforma de cooperação que é baseada na igualdade política, confiança mútua, cooperação económica mutuamente vantajosa e intercâmbio cultural. 9. Ele descreveu algumas das realizações dos últimos três anos após a Cimeira de Pequim de 2006, nomeadamente:

• Maior confiança política mútua; • Reforço da cooperação económica e do comércio que excedeu o

montante de 100 biliões de US dólares no fim de 2008; • Aumento da assistência chinesa para África; e • Intensificação do intercâmbio entre povos.

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10. No âmbito do reforço das relações Sino-África existentes, o Primeiro-Ministro anunciou as oito medidas políticas seguintes que impulsionarão as relações nos três próximos anos, como se discrimina:

i. Unir esforços na abordagem das alterações climáticas e o desafio representado pelo ambiente;

ii. Intensificar a cooperação no domínio da ciência e tecnologia;

iii. Reforçar as capacidades financeiras dos países africanos. À luz do precedente, a China fornecerá 10 biliões de dólares US em empréstimos concessionais para os países pobres altamente endividados e os países menos desenvolvidos, e cancelará as dívidas associadas aos empréstimos sem juros dos governos, cujo prazo vence no final de 2009.

iv. Maior abertura do Mercado da China aos produtos africanos;

v. Intensificar a cooperação com África no domínio da agricultura;

vi. Aprofundar a cooperação no domínio da saúde e cuidados médicos;

vii. Intensificar a cooperação na educação e desenvolvimento dos recursos

humanos;

viii. Expandir o intercâmbio interpessoal e cultural;

11. Em conclusão, o Primeiro-Ministro sublinhou a vontade da China de continuar a estabelecer parcerias com a África com vista a aproveitar oportunidades e superar os desafios no quadro do novo tipo da parceria estratégica Sino-África, e tornar a amizade e cooperação mais vantajosas. 12. Imediatamente após a declaração do Primeiro-Ministro Chinês, os dirigentes africanos que assistiam à cerimónia de abertura fizeram intervenções breves, durante as quais a maioria reconheceu as realizações há muito registadas pela parceria. Todos eles felicitaram as oito medidas políticas anunciadas pelo Primeiro-Ministro Chinês como um sinal de compromisso da China e desejo de aprofundar mais as relações Sino-África existentes. Foram feitas observações neste sentido por nove Chefes de Estado e de Governo Africanos, três Vice-Presidentes, dois Primeiro - Ministros, um Presidente de uma Assembleia Nacional e o Presidente da Comissão da União Africana. 13. No seu discurso, o Presidente da Comissão salientou os principais desafios de desenvolvimento que afectam a África hoje e o papel positivo que a parceria com a China poderá desempenhar na realização desses desafios. Exprimiu também o seu apreço ao Presidente Egípcio por ter convidado a Comissão como um pleno participante e não como um simples observador, em conformidade com as Decisões

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pertinentes da Conferência da União Africana e do Conselho Executivo. Esta questão foi retomada por vários Ministros que insistiram na necessidade absoluta de a Comissão da UA desempenhar um papel de coordenação no processo do FOCAC.

ANÁLISE E ADOPÇÃO DA AGENDA DA 4ª CONFERÊNCIA MINISTERIAL DO FOCAC 14. A Conferência Ministerial analisou e adoptou a agenda da sua reunião sem nenhuma emenda. Em seguida, foi distribuído o relatório de S.E. Yang Jiechi, Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, sobre a implementação da Cimeira de Pequim e da 3ª Conferência Ministerial. Seguiu-se o relatório de S.E. Chen Deming, Ministro do Comércio da China sobre a implementação das 8 medidas declaradas pelo Presidente Chinês na Cimeira de Pequim em 2006. RELATÓRIO DO MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS CHINÊS SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA CIMEIRA DE PEQUIM 15 Ao apresentar o relatório, S.E. Yang Jiechi, Ministro Chinês dos Negócios Estrangeiros, salientou que a Cimeira de Pequim em 2006 foi um marco nas relações Sino-África em que foi estabelecido um novo tipo de parceria estratégica definida na base da igualdade política e confiança mútua, cooperação económica mutuamente vantajosa e intensificação de intercâmbio cultural. 16. Ele realçou ainda que as oito medidas políticas que foram anunciadas na Cimeira de Pequim de 2006 pelo Presidente Hu Jintao foram implementadas na íntegra e evidenciaram o facto de que as mesmas trouxeram benefícios para os povos das duas partes, e contribuíram para a paz mundial, desenvolvimento e cooperação. 17. O Ministro Chinês dos Negócios Estrangeiros explicou que as oito novas medidas políticas anunciadas pelo seu Primeiro/Ministro durante a cerimónia de abertura abrangem áreas prioritárias que foram concebidas para abordar os problemas e necessidades de África. Ele considerou que essas medidas demonstraram o desejo da China e da África de abordarem em conjunto os grandes desafios globais e promover relações mutuamente vantajosas. Além disso, exortou as duas partes a reforçar e intensificar as suas relações com vista a ajudar a África a alcançar os seus Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e promover o desenvolvimento comum de China e África. SESSÕES PLENÁRIAS 18. Nas três sessões realizadas, os responsáveis chineses apresentaram os seus relatórios, precedidas pelas intervenções feitas pelas várias delegações, e no final chegaram-se às seguintes conclusões:

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a) Todos os participantes manifestaram o seu apreço pela calorosa hospitalidade e recepção acordadas pelo governo egípcio e os excelentes preparativos feitos pelos organizadores;

b) A implementação bem sucedida do Plano de Acção de Pequim de 2006 foi muito bem acolhida pelos participantes que expressaram igualmente o desejo de que a China deveria aprofundar mais a sua cooperação com a África;

c) Necessidade de aprofundar o diálogo com os parceiros chineses sobre a

simplificação dos procedimentos de trabalho e melhoria das modalidades das instituições financeiras tais como o Banco EXIM para poder ter acesso aos fundos;

d) A China deve apoiar e defender as posições e preocupações legítimas dos

países africanos no G20, ASEAN e fóruns semelhantes; e) O desequilíbrio no comércio China-África pode ser ratificado permitindo o

valor acrescentado e os bens semi-acabados/transformados entrar no mercado chinês com tratamento preferencial;

f) A África necessita de um aumento de Investimento Estrangeiros Directo; g) Os esforços da China na transferência de tecnologia são apreciados; mas

há muito mais a fazer para assegurar compatibilidade e harmonização da tecnologia às condições locais. Estas actividades devem ser feitas em paralelo com a construção de capacidades técnicas dos locais;

h) A paz, segurança e boa governação são pré-requisitos para o

desenvolvimento no continente e a China deve trabalhar estreitamente com África a este respeito;

i) A Implementação dos projectos e programas transfronteiriços são melhor

coordenados pela União Africana em conjunto com as CERs. Também é preferível que a UA desempenhe um papel essencial na abordagem dos problemas africanos numa só voz de forma a acelerar a integração regional em África;

j) Necessidade de reconhecer o sector privado como importante; por

conseguinte, a UA e a parte Chinesa devem trabalhar conjuntamente para dar a esse sector um papel crucial no FOCAC;

k) O cancelamento da dívida pela China para os países africanos deve ser

geral e não limitado apenas aos HIPIC e PMAs;

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l) A China e África necessitam de colaborar na investigação científica para incentivar a transformação social em África;

m) A África do Sul ofereceu-se para acolher a 6ª Conferência Ministerial do

FOCAC em 2015 e isso foi apoiado por muitas delegações; n) Houve acordo pelas duas partes sobre o papel de liderança da CUA na

condução do processo do FOCAC de acordo com as Decisões pertinentes da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA. A este respeito, foi proposto que se adicionasse à página 3 do Projecto de Declaração de Sharm El Sheikh o seguinte: “As duas partes comprometem-se a implementar as decisões relevantes da Conferência da União Africana relacionadas com o papel da Comissão da União Africana na coordenação e seguimento da dimensão multilateral da parceria do FOCAC.”

o) A Quinta Conferência Ministerial do FOCAC terá lugar na China em 2012.

ADOPÇÃO DOS DOCUMENTOS FINAIS

19. Uma característica significativa da Conferência foi a apreciação e adopção da Declaração e do Plano de Acção de Sharm El Sheikh. Os dois documentos finais figuram em anexo deste relatório. Realçou-se que durante esta sessão uma delegação introduziu uma emenda à Declaração, referida no parágrafo 18 (n) deste relatório, que conferirá o papel de coordenação à Comissão. Contudo, os dois Co-Presidentes solicitaram que os dois documentos não deviam ser emendados nessa última fase mas aprovados para que a Comissão assumisse esta função, visto que constava no relatório do Relator. OBSERVAÇÕES GERAIS E RECOMENDAÇÃO

20. A 4ª Conferência Ministerial do FOCAC foi um sucesso em vários aspectos. De um modo geral, constituiu uma oportunidade para ambas as partes avaliarem a situação das suas relações e renovarem o seu compromisso de reforçar e consolidar a sua parceria que foi definida com base na igualdade política, confiança mútua, cooperação económica de ganho mútuo e intercâmbio cultural. Serviu igualmente para reforçar a amizade e promover os laços de cooperação no âmbito da nova parceria estratégica que foi anunciada na Cimeira de Pequim. 21. Além disso, a Conferência realçou a necessidade de a Comissão da União Africana desempenhar um papel central de coordenação na condução do processo do processo de FOCAC. Sugeriu-se que este papel fosse assumido em conjunto com as Comunidades Económicas Regionais. É uma evolução positiva no sentido de que a participação total da Comissão no processo do FOCAC impulsionará o mecanismo e trará sinergia a todo o processo em conformidade com outras parcerias. Por conseguinte, espera-se que a implementação desta importante recomendação seja

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imediata e permanentemente seguida pela União Africana até a sua concretização. Até agora, o processo do FOCAC foi exclusivamente coordenado pela China e os Embaixadores Africanos em Pequim com a exclusão total dos seus homólogos em Adis Abeba e a Comissão, tendo ambos sido incumbidos da coordenação pela Conferência e pelo Conselho Executivo. A Implementação do acordo de Sharm El Sheikh será um ponto de viragem nesta parceria importante e enquadra-se nas outras parcerias da África. 22. Convém também mencionar o facto de que a Conferência sublinhou a necessidade de priorizar as áreas de cooperação com vista a alcançar rapidamente uma relação de reciprocidade benéfica. As áreas essenciais prescritas tais como a agricultura, infra-estrutura, pesquisa científica e transferência de tecnologia são fundamentais e devem ser enfatizadas. Não há dúvida de que, se forem totalmente desenvolvidas, elas conduzirão a um desenvolvimento sustentável, crescimento económico, confiança e integração económica que o povo africano tanto aspira. 23. Finalmente, notou-se que a Declaração apela ao estabelecimento de uma representação da Comissão da União Africana em Pequim, China. Ao adoptar a Declaração, presume-se que a proposta merece a aprovação dos Estados-Membros da UA presentes. O estudo realizado sobre os Escritórios de Representação da União Africana faz uma recomendação semelhante que deve ser analisada durante a sessão do Conselho Executivo que se realizará em Adis Abeba em Janeiro de 2010. A adopção da recomendação proporcionará também à Comissão uma melhor via para o desempenho do referido papel de coordenação no FOCAC. 24. A Declaração e o Plano de Acção de Sharm El Sheikh, bem como o papel previsto para a Comissão são recomendados para adopção pelo Conselho Executivo para implementação. ACÇÃO DE SEGUIMENTO

25. No seguimento dos resultados da 4.ª Conferência Ministerial sobre FOCAC, a Comissão recebeu uma Delegação chinesa chefiada pelo Vice-Director Geral para a África do Ministério dos Negócios Estrangeiros Chinês, na Segunda-feira, 7 de Dezembro de 2009. A reunião avaliou a implementação dos resultados da Conferência e o papel da UA no processo de FOCAC. Várias Decisões da Assembleia da UA e o Acordo da Conferência recentemente realizada em Sharm El Sheik, que ratificou o papel central de coordenação da UA no seguimento do mecanismo do FOCAC, foram reiteradas pela Comissão. 26. Segundo a Delegação Chinesa, a China apoia esta posição, tendo em conta as excelentes relações existentes entre a China e a UA, tal como exemplificadas pelos vários programas de apoio da China à UA. Contudo, realçou-se que a China tem algumas reservas em atribuir maior papel à UA, nomeadamente porque:

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• Quatro Estados Membros não têm relações com a China e as NU não reconhecem a SADR; e

• Marrocos não é Membro da UA, mas é um valioso parceiro da China.

27. Além disso, a Delegação Chinesa afirmou que não houve unanimidade de pontos de vista entre os Países africanos em atribuir à Comissão o papel de coordenação. A Comissão foi informada que os Embaixadores africanos em Pequim se opuseram a isso e impediram que os projectos dos documentos – Declaração e Plano de Acção da 4.ª reunião do FOCAC - fossem enviados à Comissão. A China também disse que para o mecanismo de seguimento, que foi instituído, ser alterado deverá para isso haver consenso. 28. Finalmente, a China aconselhou que a UA deve fazer o máximo possível para obter a unanimidade entre os Países africanos. Enfatizou que a China apoia um maior papel da Comissão da UA no processo do FOCAC e não se oporá quando o consenso africano for obtido. Sublinhou que se congratula com abertura de um Escritório da UA em Beijing, que facilitará essa função.

29. Em resposta a estas questões levantadas pela China, a Delegação da Comissão frisou o seguinte:

(i) Todas as preocupações da China foram tomadas em consideração e os seus interesses serão na totalidade tomados em conta;

(ii) Marrocos participou em todas as parcerias da UA e até presidiu um dos Grupos

de Trabalho nas parcerias com a União Europeia e com a América do Sul e FOCAC não deve ser diferente;

(iii) A criação de um Escritório de Representação da UA em Pequim é um assunto

prioritário para consolidar as consultas e reforçar a comunicação entre a UA e a China e estar bem posicionada para a condução do processo de FOCAC; e

(iv) Tendo em conta o que precede, os Representantes da África, que são enviados

dos seus Chefes de Estado e de Governo e que respondem perante os Ministros não podem contrariar ou pôr em causa a Decisão da Conferência. Além disso, eles têm a mesma função enquanto representantes africanos nas capitais dos outros Parceiros da África;

(v) A China foi solicitada a respeitar as Decisões da UA, especialmente quando

tomadas ao mais alto nível;

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(vi) O mecanismo em referência foi criado em 2001 quando a UA ainda não tinha sido criada e a sua alteração deveu-se ao facto de as Decisões da Conferência assim pretenderem; e

(vii) A China foi alertada que a proposta de incluir o papel da CUA na Declaração de

Sharm El Sheik não foi aprovada por ter sido apresentada tardiamente, mas os Co-presidentes assumiram claramente que o papel contido na referida proposta será conferido à CUA a partir de então e este deve ser o caso.

30. Em conclusão a Reunião acordou no seguinte:

• Necessidade de melhorar o diálogo e reforçar a comunicação entre a UA e a China de forma a promover a compreensão mútua e suprimir quaisquer questões que poderão afectar as excelentes relações entre elas. A este propósito, ambas as Partes acordaram em prosseguir as conversações em Pequim no princípio de 2010, tal como proposto pela Parte chinesa no decorrer da reunião;

• Necessidade da UA viabilizar a revisão do Mecanismo de Seguimento do

FOCAC de 2001 de modo a integrar plenamente a UA no processo com vista a fortalecer as relações existentes entre a UA e a China, que transcendem a situação das relações tidas pela China com a extinta Organização da Unidade Africana, quando o mecanismo foi adoptado. Isso deverá envolver Marrocos e os Estados Membros para se inteirarem da utilidade do papel da UA no FOCAC, à semelhança de outras parcerias nas quais a UA tem desempenhado um papel consistente e louvável para o sucesso das parcerias;

• A abertura de um Escritório de Representação da UA em Pequim, como uma

questão prioritária para consolidar as consultas e reforçar a comunicação entre a UA e a China e estar bem posicionada para a condução do processo de FOCAC; e

• Necessidade dos órgãos executivos da UA de se pronunciarem sobre a

institucionalização do papel da UA no FOCAC. Por conseguinte, os Chefes de Estado e de Governo deverão instruir os seus Representantes Permanentes em Pequim para respeitar a Decisão da Assembleia e não empreender qualquer acção ou acções que possam impedir a UA de desempenhar um papel central de coordenação no FOCAC. De igual modo, a China deverá ser apelada a respeitar a Decisão da Conferência.

Comissão da União Africana Adis Abeba Etiópia 7 de Dezembro de 2009

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EX.CL/544 (XVI) Anexo 3

RELATÓRIO DO SEGUNDO FÓRUM COREIA-ÁFRICA

SEUL, REPÚBLICA DA COREIA (23-25 de Novembro de 2009)

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BC2092

AFRICAN UNION

UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone : 011-551 7700 Fax : 011-551 3036 website : www. africa-union.org

RELATÓRIO DO SEGUNDO FÓRUM COREIA-ÁFRICA

SEUL, REPÚBLICA DA COREIA (23-25 de Novembro de 2009)

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RELATÓRIO DO SEGUNDO FÓRUM COREIA-ÁFRICA SEUL, REPÚBLICA DA COREIA (23-25 de Novembro de 2009)

INTRODUÇÃO 1. O Segundo Fórum África-Coreia teve lugar no Lotte Hotel, Seul, República da Coreia,

de 23 a 25 de Novembro de 2009. O Fórum, foi realizado a nível ministerial a 24 de Novembro, conforme o formato de Banjul, e foi precedido de reuniões de Altos Funcionários, realizadas no mesmo local a 23 de Novembro de 2009. O último dia do Fórum foi dedicado a uma visita industrial e cultural.

2. A reunião de Altos Funcionários preparou a Conferência Ministerial. Analisou e recomendou o programa de trabalho e reviu os documentos produzidos, nomeadamente a Declaração de Seul, o Quadro de Cooperação para o Desenvolvimento Coreia-África 2009-2012 e a Iniciativa Crescimento Verde Coreia-África 2009-2012.

3. O Fórum, cujo tema era “Coreia e África, Dando as Mãos para uma Nova Parceria”,

foi organizado conjuntamente pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comércio Coreano e pela União Africana. O Fórum, o primeiro do género com um quadro continental, analisou o nível de cooperação desde o último Fórum, realizado em Seul em 2006, e definiu um rumo para a cooperação para o período 2009-2012.

4. O Conselho Executivo da União Africana tinha aprovado a realização do Segundo

Fórum Coreia-África na sua Décima Quinta Sessão Ordinária, que teve lugar em Sirte, Grande Jamahiriya Líbia, na sua Decisão EX.CL/Dec.512 (XV).

PARTICIPAÇÃO 5. Participaram na Conferência Ministerial: Coreia, África do Sul, Argélia, Benin, Burkina

Faso, Chade, República Democrática do Congo (RDC), Egipto, Etiópia, Marrocos, Nigéria, Ruanda, Senegal e Zimbabué.

6. O Presidente da República da Coreia, S. Exa. Lee Myung-bak honrou os participantes com um jantar oficial na Casa Azul (Palácio Presidencial). Ele e o Presidente Wade dirigiram-se aos convidados e felicitaram a Coreia e a África pela sua cooperação, que seria mutuamente benéfica para ambas as partes.

DELIBERAÇÕES 7. O evento pode ser dividido em três partes:

• Sessão Ministerial à porta fechada; • Cerimónia de Abertura; • Debates em Plenária.

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a) Sessão Ministerial à Porta Fechada:

8. Antes da cerimónia de abertura, a Conferência Ministerial teve uma sessão à porta fechada dedicada a discussões sobre o Estado da Cooperação e a Parceria Coreia-África. A sessão à porta fechada foi marcada por discursos do Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio coreano, do Presidente da Comissão da UA e do Ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, que representou o Presidente em exercício da UA, na ausência do titular, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Líbia. Em seguida, foram proferidos discursos por todos os Ministros/ Chefes de Delegações presentes. São enunciados a seguir alguns elementos significativos dos discursos e das apresentações:

• Agradecimentos ao Governo e ao povo da Coreia por acolherem o 2º Fórum e pela sua amável hospitalidade;

• A África enfrenta inúmeros desafios devido ao seu subdesenvolvimento mas estão a ser envidados esforços enormes para ultrapassar esses desafios;

• A parceria Coreia-África proporciona grandes oportunidades que devem ser

aproveitadas em benefício mútuo de ambas as partes;

• Necessidade de reforçar e consolidar a parceria devido ao potencial enorme existente e aos ensinamentos que podem ser tirados do modelo de desenvolvimento coreano;

• Necessidade de definir as prioridades de áreas de cooperação no quadro da

parceria a fim de resolver questões que preocupam ambas as partes, bem como questões relativas a infra-estruturas, pesquisa científica e transferência de tecnologia e agricultura; e

• O aperfeiçoamento do mecanismo de acompanhamento de modo a torná-lo

mais eficaz e criativo.

• Satisfação pela cooperação estreita constatada entre a Comissão da União Africana (CUA) e a Coreia e o reconhecimento do papel da CUA e do CRP, conforme demonstrado na preparação do 2º Fórum Coreia-África, e a necessidade de incentivar e manter esta tendência.

• Satisfação com os feitos da Coreia no quadro da “Iniciativa da Coreia para o

Desenvolvimento de África” para o período 2006- 2009.

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b) Cerimónia de Abertura:

DISCURSO POR S. EXA. YU MYUNG-HWAN MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E DO COMÉRCIO DA COREIA

9. No seu discurso de abertura, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio coreano deu as boas-vindas a todos os participantes na reunião. Observou que o Segundo Fórum Coreia-África tinha sido realizado com o envolvimento total da Comissão da União Africana, segundo o formato de Banjul. Explicou também que o Fórum constituía uma oportunidade ideal para examinar o estado das relações Coreia-África. Apesar de notar com satisfação os resultados obtidos até então, desde o lançamento da “Iniciativa da Coreia para o Desenvolvimento de África” em 2006, o Ministro lançou um apelo a África no sentido de redobrar os seus esforços para atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e afirmou que a estratégia consistia em redinamizar a economia e enfrentar os desafios relativos ao ambiente. Evocou com orgulho a evolução da Coreia, que passou de um dos países menos desenvolvidos a país doador. DISCURSO POR S. EXA. DR. JEAN PING, PRESIDENTE DA COMISSÃO DA UNIÃO AFRICANA

10. No seu discurso de abertura, S. Exa. Dr. Jean Ping, Presidente da Comissão da UA exprimiu os seus agradecimentos ao Governo e ao povo da Coreia por acolherem o Fórum. Afirmou que o Fórum era histórico, representando o clímax da cooperação estreita e interacção entre a África e a Coreia, e que tinha estimulado relações estreitas, profundas e multifacetadas. Elogiou a realização do Fórum a nível continental e no quadro continental porque a África acredita que isso melhorará os acordos de cooperação que já existem a nível bilateral, embora seja distinto dos mesmos.

11. O Presidente exprimiu ainda a esperança de que a cooperação produza dividendos que tenham impacto em sectores chave das economias africanas, como infra-estruturas, pesquisa científica e agricultura. Concluiu dizendo que os documentos resultantes do Fórum deviam indicar o início duma nova fase e dum novo capítulo nas relações entre a África e a Coreia.

DISCURSO POR S. EXA CHUNG UN-CHAN, PRIMEIRO-MINISTRO DA REPÚBLICA DA COREIA

12. No seu discurso S. Exa. Chung Un-Chan, Primeiro-ministro Coreano, sublinhou que o Fórum teve o seu início em 2006 devido ao profundo interesse da Coreia pelo que acontece em África e ao seu desejo de reforçar e consolidar as relações com a África. Realçou algumas semelhanças históricas entre as duas partes, incluindo o passado colonial, experiências de guerras civis e pobreza extrema, que, na sua opinião, a Coreia conseguiu ultrapassar devido à sua perícia tecnológica e a recursos humanos bem qualificados.

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13. O primeiro-ministro anunciou uma série de medidas que a Coreia iria tomar no

âmbito do Fórum Coreia-África, para o período 2010-2012, tais como:

i. A Coreia iria redobrar a Assistência Oficial ao Desenvolvimento (ODA) para África até 2012 em relação a 2008, que é de $E.U. 214 milhões dólares;

ii. A Coreia iria conceder formação industrial a 5.000 Africanos e aumentar para 1.000 o número de voluntários coreanos para a África até 2012;

iii. A iniciativa de crescimento verde tornou-se uma política nacional, que a

Coreia está pronta a compartilhar com a África, a fim de garantir a adaptação e mitigação das mudanças climáticas.

14. Anunciou ainda que a Coreia poderia contar com o apoio da África, quando assumir a liderança do G20 em 2010.

DECLARAÇÃO/ DISCURSO DE S.E. ABDOULAYE WADE, PRESIDENTE DO SENEGAL

15. Na sua mensagem de felicitações, S.E Abdoulaye Wade, Presidente do Senegal, que participou da cerimônia de abertura porque a sua visita oficial à Coreia coincidiu com o Fórum, observou que o aclamado desenvolvimento da Coreia é consequência de um trabalho árduo duro e disciplina e poderia ser uma fonte de inspiração para África. Enfatizou a ponto de que a África poderia fácilmente adaptar-se e replicar a experiência Coreana devido às semelhanças históricas e culturais entre os dois países.

16. O Presidente destacou a visão da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), que em conjunto com outros líderes Africano incentivaram como uma panacéia para a agenda de desenvolvimento de África. Encorajou a Coreia a continuar a apoiar África e a promover a transferência tecnológica a fim de esta alcançar o crescimento económico e o desenvolvimento.

17. Concluiu, destacando a importância de dois projectos ecológicos que visam

abordar algumas das preocupações ambientais em África, nomeadamente: a Grande Muralha Verde de Dakar a Djibuti e o projecto de protecção do litoral Africano.

a) Debates em Sessões:

18. Após a cerimônia de abertura, a Conferência teve duas sessões abertas: • Sobre a Parceria de Crescimento Verde África- Coreia;

• Sobre a Cooperação para a Prosperidade Comum e a realização dos

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio relativos ao Crescimento. Cada

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uma destas sessões foi presidida por um Presidente, com oradores principais e apresentações por uma equipa de painelistas.

SESSÃO 1:PARCERIA DE CRESCIMENTO VERDE COREIA–ÁFRICA

19. A sessão sobre a Parceria Crescimento Verde Coreia-África foi presidida pelo Sr.

Park Tae-joo, Presidente do Instituto do Ambiente da Coréia. Discursos foram proferidos pelo Ministro Coreano do Ambiente e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Democrática da Etiópia. Os apresentadores foram o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Zimbabué, o Vice-ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul e o Presidente da Indústria Ambiental da Coreia e Instituto de Tecnologia. Os painelistas foram o Presidente da Organização da Gestão Ambiental da Coreia; Director da Divisão de Implementação de Políticas Ambientais das Nações Unidas e o Embaixador Coreano para as Alterações Climáticas.

20. As conclusões no final do debate nesta sessão foram as seguintes:

• Há espaço para a cooperação entre a Coreia e a África no domínio do ambiente e alterações climáticas;

• África é mais vulnerável às alterações climáticas, apesar de contribuir com uns parcos 3,8% para o fenómeno das alterações climáticas;

• Os efeitos negativos das alterações climáticas na África são debilitantes,

especialmente no que diz respeito à baixa produtividade agrícola, escassez de água e a invasão do mar;

• As Nações Unidas encontra-se na vanguarda da luta contra as alterações

climáticas, estando a prestar apoio financeiro e técnico para ajudar a África a combater o fenómeno, embora, lamentavelmente, a angariação de fundos para esse fim não seja fácil.

• A Coreia alcançou um desenvolvimento significativo no combate às alterações

climáticas, uma lição que pode ser aprendida por África; e

• A Coreia desenvolveu conhecimentos que seriam vantajosos para a África.

SESSÃO 2: COOPERAÇÃO PARA A PROSPERIDADE COMUM E REALIZAÇÃO DOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO (ODM)

21. A sessão sobre a Cooperação para a Prosperidade Comum e a Realização dos

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) foi presidida pelo Dr. Chae Wook, Presidente do Instituto para a Política Económica Internacional. Discursos foram proferidos pelo representante da Agência de Cooperação Internacional da Coreia, pelo Ministro Ruandês dos Negócios Estrangeiros, pelo Secretário Executivo da

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Comissão Económica das Nações Unidas para a África, e pelo Presidente da Comunidade Económica dos Estados Africanos do Ocidente. Contribuições foram igualmente feitas por três apresentadores e quatro painelistas.

22. Os oradores identificaram os desafios com que a África se confronta, que incluem a paz e segurança, as conseqüências da crise econômica mundial, a crise alimentar e de combustível, a pobreza e o subdesenvolvimento, entre outros. Procurou-se também colocar em perspectiva o modelo de desenvolvimento Coreano e as lições que possam servir a África.

23. No final dos debates, as seguintes conclusões foram alcançadas:

• A África enfrenta muitos desafios que não podem ser satisfeitos através do auxílio prestado pelos parceiros;

• O investimento da Coreia em África, deve ter como alvo projectos e programas concretos, tais como infra-estruturas científicas e transferência tecnológica, intercâmbios culturais e entre os povos e o empoderamento Económico;

• África deve aumentar o investimento na educação, no desenvolvimento de

recursos humanos e na obtenção de habilidades;

• A África deve promover parcerias público-privadas; e

• A Coréia deve partilhar a sua experiência de desenvolvimento com a África e prestar o apoio necessário.

ADOPÇÃO DOS DOCUMENTOS FINAIS

24. Uma característica importante do Fórum foi a apreciação e a adopção da Declaração de Seul, o Quadro para o Desenvolvimento para a Cooperação Coreia-África de 2009-2012, e a Iniciativa de Crescimento Verde Coreia-África de 2009-2012. Os três documentos finais estão anexados a este relatório e recomenda-se a sua adopção pelo Conselho Executivo e subsequente implementação.

VISITA A ALGUNS LOCAIS INDUSTRIAS E CULTURAIS 25. As visitas ao Saemaul Movement Center e ao Complexo Industrial Gumi

permitiram às delegações da África terem uma melhor compreensão da Coreia; sua ascensão de país recipiente (de donativos) a país doador num espaço muito curto de tempo.

OBSERVAÇÕES GERAIS E RECOMENDAÇÕES 26. O Segundo Fórum Coreia-África foi um sucesso em muitos aspectos:

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i. Providenciou uma oportunidade única para a África e a Coreia fazerem um balanço e analisar o estado das suas relações;

ii. Renovação do compromisso das duas partes de reforçar e consolidar ainda mais a sua parceria que tinha, até agora, sido confinada a nível bilateral com os Estados-Membros da União Africana;

iii. Serviu igualmente para fortalecer os laços de amizade e reforçar os laços

de cooperação no âmbito da nova Parceria Estratégica;

iv. Permitiu a Coreia conhecer as necessidades prioritárias de África, tendo igualmente permitido que ambas as partes tivessem um melhor entendimento da Parceria.

27. Mais importante ainda foi o facto de o Fórum testemunhar a plena participação e

envolvimento da Comissão da União Africana em todos os aspectos. Isto está de acordo com as decisões da Conferência e do Conselho Executivo que atribuiram à Comissão um papel central na coordenação. É de notar que o Fórum foi um grande sucesso por causa da preparação detalhada efectuada pela Comissão, pelo Sub-Comitê de Cooperação Multilateral e CRP. Ela incluiu uma revisão minuciosa dos documentos provisórios, uma visita a Seul por uma delegação conjunta do Sub-Comité e da Comissão e a troca de opiniões entre a África e a Coreia na véspera da reunião.

28. Além disso, a parte Africana teve reuniões de consulta em Seul, onde as

diferenças pendentes (com a Coreia), foram discutidas e as posições de África do acordado. As consultas também permitiram que a parte africana chegasse a acordo sobre quem a havia de liderar na ausência do Presidente do Conselho Executivo. Consequentemente, em comparação com algumas das outras reuniões de parceria, as reuniões com a Coreia foram relativamente desprovidas de querelas entre Africanos, na presença do Anfitrião. No entanto, uma série de novas questões foram trazidas pela parte Africana á reunião final dos Funcionários. Espera-se que as futuras reuniões de parceria sejam destituídas de quaisquer querelas.

29. O local onde se irá realizar o 3º Fórum Coreia-África em 2012 será determinado após consultas por ambas as partes.

Comissão da União Africana Adis Abeba Etiópia 7 de Dezembro de 2009