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R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O
ANTÓNIO EDGAR MEIRELES
RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO
EM COMUNICAÇÃO MULTIMÉDIA
Dezembro 2013
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
Instituto Politécnico da Guarda
i
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Discente
Nome: António Edgar Meireles
Número: 5006991
Estabelecimento de Ensino: Escola Superior de Educação, Comunicação e
Desporto do Instituto Politécnico da Guarda
Estágio
Orientadora : Fátima Gonçalves
Supervisor: Jornalista Jorge Esteves
Morada: Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, S/Nº.
6000-559 Guarda
Contacto: 271 223 448
Início do estágio: 2 de setembro 2013
Fim de estágio: 22 de novembro 2013
ii
AGRADECIMENTOS
Aproveito esta página para agradecer ao Instituto Politécnico da Guarda, à Escola
Superior de Educação, Comunicação e Desporto, em especial à minha orientadora,
Prof.ª Fátima Gonçalves, por toda a ajuda que me prestou; à Rádio e Televisão de
Portugal por me ter concedido a oportunidade de estágio e à equipa de trabalho,
composta pelo jornalista Jorge Esteves e o repórter de imagem Ismael Marcos, que
me acompanharam, orientaram e me receberam com tanta simpatia.
Claro que não posso deixar de agradecer à minha Mãe, por todo o apoio que me deu
ao longo do meu percurso escolar; à minha namorada pela paciência que teve para
comigo e um especial obrigado ao meu conterrâneo, Ricardo Pereira, que além de um
óptimo parceiro de trabalho é também um grande amigo, que muitas vezes me
motivou e me ajudou nesta fase da minha vida.
A todos o meu grande OBRIGADO!
iii
“Sejam quais forem os resultados com êxito ou não,
o importante é que no final cada um possa dizer:
‘fiz o que pude.’”
Louis Pasteur1
1 Louis Pasteur, perseverança, consultado em 08 de janeiro de 2014 em http://www.citador.pt
iv
RESUMO
Este relatório foi elaborado no âmbito da unidade curricular de Estágio/Projeto, para
a conclusão da licenciatura de Comunicação Multimédia da Escola Superior de
Educação, Comunicação e Desporto, do Instituto Politécnico da Guarda e tem como
objetivo descrever e explicar as tarefas realizadas durante este período, que decorreu
na Rádio Televisão de Portugal - Delegação da Guarda. Os principais temas
abordados são o jornalismo, a captação de imagem e a edição linear e não linear de
vídeo. Todos os dias vemos as notícias nos nossos televisores sem pensarmos nas
abordagens que foram precisas ou como é que estas foram elaboradas. Neste relatório
podemos ver como funciona a produção de notícias, numa empresa noticiosa.
Palavras-chave: Jornalismo, Captação de imagem, Edição linear e não linear de
vídeo.
v
ÍNDICE GERAL
Ficha de Identificação ........................................................................................................ i
Agradecimentos ................................................................................................................ ii
Resumo ............................................................................................................................ iv
Índice de Figuras ........................................................................................................... viii
Lista de Acrónimos e Siglas ............................................................................................ ix
Introdução ....................................................................................................................... 1
Capítulo I - A Empresa
1.1 - A Rádio e Televisão de Portugal, S.A. ..................................................................... 4
1.2 - Missão e valores ....................................................................................................... 5
1.3 - Identidade gráfica ..................................................................................................... 6
1.4 - Comunicação interna e externa ................................................................................ 7
1.5 - A RTP na Guarda ..................................................................................................... 8
1.6 - Estrutura organizacional ........................................................................................... 9
1.7 - Análise SWOT ......................................................................................................... 9
Capítulo II - O Estágio
2.1 - Objetivos ................................................................................................................ 13
2.2 - Cronogramas .......................................................................................................... 13
2.3 - O Estágio ................................................................................................................ 13
2.4 - Software .................................................................................................................. 15
2.5 - Géneros jornalísticos .............................................................................................. 17
2.6 - Planos ..................................................................................................................... 18
2.7 - Movimentos de câmara .......................................................................................... 19
2.8 - Os erros de enquadramento .................................................................................... 20
vi
2.9 - Imagens picadas ..................................................................................................... 21
2.10 - Os pontos fortes da imagem ................................................................................. 22
2.11 - A regra dos terços ................................................................................................. 23
2.12 - A regra dos 180 º .................................................................................................. 24
2.13 - Captação de vídeo ................................................................................................ 24
2.14 - Edição de vídeo .................................................................................................... 25
2.14.1 - Edição linear .............................................................................................. 26
2.14.2 - Edição não linear ....................................................................................... 27
2.15 - Atividades realizadas............................................................................................ 27
2.15.1 - Declarações de bombeiros da Guarda e de Famalicão da Serra para
programa Heróis de Portugal ..................................................................... 27
2.15.2 Solar dos vinhos da Beira Interior ............................................................. 28
2.15.3 António José Seguro .................................................................................. 28
2.15.4 - Centro de formação agrícola Quinta das Relvas ....................................... 29
2.15.5 - Muralhas com História .............................................................................. 29
2.15.6 - MUPIS interativos ..................................................................................... 30
2.15.7 - Curso INEM para enfermeiros ................................................................. 31
2.15.8 - Protocolo e fotos AR da Guarda ................................................................ 31
2.15.9 - Encerramento da ADDECO Call Center .................................................. 31
2.15.10 - Adiada a abertura do novo hospital da Guarda........................................ 32
2.15.11 - Curso de Desporto IPG acreditado .......................................................... 33
2.15.12 - Anilhagem de aves................................................................................... 33
2.15.13 - Legislação para alimentação de abutres .................................................. 34
2.15.14 - Simulacro assalto a banco em Espanha .................................................. 34
2.15.15 - Festival do Borrego e da Castanha .......................................................... 35
2.15.16 - Fórum de toponímia no Instituto Politécnico da Guarda ......................... 35
vii
2.15.17 - Mexicanos em formação na COFICAB................................................... 36
2.15.18 - Adega Cooperativa de Pinhel .................................................................. 37
2.15.19 - Aniversário da Cruz Vermelha ................................................................ 37
2.15.20 - Protestos dos enfermeiros da Guarda ...................................................... 38
2.15.21 - Marca Vale do Côa .................................................................................. 39
2.15.22 - Agricultor precisa de mão de obra para a apanha da azeitona................. 39
Reflexão Final ............................................................................................................... 40
Bibliografia .................................................................................................................... 41
Anexos ............................................................................................................................ 43
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figure 1 - Identidade gráfica da RTP. .......................................................................... 6
Figure 2 - Assinaturas gráficas da RTP. ....................................................................... 7
Figure 3 - Estrutura organizacional da Delegação da RTP na Guarda. ........................ 9
Figure 4 - Software ENPS. ......................................................................................... 15
Figure 5 - Software Audacity ...................................................................................... 16
Figure 6 - Software Edius ........................................................................................... 16
Figure 7 - Travelling. .................................................................................................. 20
Figure 8 - Imagem Egípcia ......................................................................................... 21
Figure 9 - Forma correta de filmar o entrevistado ...................................................... 21
Figure 10 - Imagens Picadas ....................................................................................... 22
Figure 11 - Regra dos Terços ..................................................................................... 23
Figure 12 - Regra dos 180º ......................................................................................... 24
Figure 13 - Mupis interativos ..................................................................................... 30
Figure 14 - Encerramento da ADECCO ..................................................................... 32
Figure 15 - Adiamento da abertura do hospital da Guarda......................................... 33
Figure 16 - Formação na COFICAB .......................................................................... 37
Figure 17 - Protesto dos enfermeiros da Guarda ........................................................ 38
- ix -
LISTA DE ACRÓNIMOS E SIGLAS
RTP Rádio e Televisão de Portugal
SIC Sociedade Independente de Comunicação
TVI Televisão Independente
SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats
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INTRODUÇÃO
O presente relatório foi elaborado no âmbito do estágio curricular do curso de
Comunicação e Multimédia e representa a etapa final da licenciatura iniciada em
outubro de 2009, no Instituto Politécnico da Guarda. Após o término do ano letivo
2012/2013 surgiu a oportunidade de estágio na Rádio e Televisão de Portugal (RTP),
que decorreu de 2 de setembro de 2013 a 22 de novembro de 2013. Neste período
foram postos em prática e aprofundados vários conhecimentos adquiridos,
nomeadamente na área dos audiovisuais.
Escolhi a RTP como local de estágio pois sempre tive curiosidade em saber como é que
o conteúdo noticioso chega aos nossos televisores todos os dias e de que forma seria
elaborado esse conteúdo (Anexo 1). Também tinha perceção que nesse local iria
adquirir novos conhecimentos que me ajudariam a complementar a minha formação.
A Rádio e Televisão de Portugal é a mais antiga estação televisiva em Portugal e é a
única que se encontra à responsabilidade do Estado (RTP, 2013). Apesar das
remodelações que tem sofrido ao longo dos tempos esta continua a ser uma estação de
referência no que diz respeito aos conteúdos que apresenta devido à sua variedade de
programação. Os conteúdos são dirigidos a várias faixas etárias e a todos os estratos
sociais. Posto isto vemos que a RTP trabalha segundo valores que são dirigidos a toda a
população portuguesa pois esta tenta fazer chegar aos televisores das famílias
portuguesas a informação de maneira imparcial e independente (RTP, 2013).
O primeiro capítulo deste trabalho é dedicado à Rádio e Televisão de Portugal onde
faço uma breve descrição desta empresa, como órgão de comunicação social e onde
também é feita uma análise, relativa à delegação da Guarda.
Já no segundo capítulo far-se-á uma descrição das atividades realizadas durante o
estágio, apresentando um cronograma e também referindo todos os conhecimentos
adquiridos. Seguidamente é feito um enquadramento teórico, onde se expõem
conhecimentos necessários para a captação de imagem para espaços noticiosos, como o
- 2 -
tipo de planos, géneros jornalísticos e os tipos de edição de vídeo que pode ser linear ou
não linear.
Por último apresento uma reflexão final, que expõe uma conclusão acerca de todos os
conhecimentos adquiridos no ramo dos audiovisuais e uma apreciação crítica do estágio.
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Capítulo I
A Empresa
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Neste capítulo é apresentada uma descrição da empresa, como órgão de comunicação
social e onde também é feita uma análise, relativa à delegação da Guarda.
1.1 - A RÁDIO E TELEVISÃO DE PORTUGAL, S.A.
A Rádio e Televisão de Portugal é uma das principais entidades de informação de
Portugal e um dos órgãos de comunicação social mais notáveis do país. É uma empresa
da responsabilidade do Estado encarregue da televisão e rádio públicas portuguesas. A
Rádio e Televisão de Portugal é uma “sociedade anónima de capitais exclusivamente
públicos e que tem por objecto principal a prestação de serviços públicos de rádio e
televisão podendo, ainda, prosseguir quaisquer actividades industriais ou comerciais,
relacionadas com a actividade de rádio e televisão” (RTP CE, 2013).
É inegável o papel histórico da RTP em Portugal. Um bom exemplo é a participação
desta entidade na revolução de 25 de Abril de 1974 “às 3 horas conforme o previsto,
contingentes militares afectos do Movimento ocupam e assumem o controlo de centros
vitais na área da comunicação. Antes de qualquer outro, chegam aos estúdios da RTP”
(RTP CE, 2013).
A importância nacional da RTP está relacionada com a necessidade da existência de um
serviço público de informação, necessidade essa que está à responsabilidade do Estado
Português, como podemos constatar na Constituição da República Portuguesa, Artigo
38º - Liberdade de imprensa e meios de comunicação social: “o Estado assegura a
existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e televisão.”
Temos também de notar a informação que este órgão de comunicação social faz chegar
à grande comunidade emigrante portuguesa, que acompanha o quotidiano de Portugal
através da RTP Internacional e também dos seus correspondentes espalhados pelo
mundo. Assim, vemos que esta entidade de informação consegue ter uma grande
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audiência, graças ao seu diverso conteúdo informativo, no ponto de vista televisivo e
radiofónico.
Embora a RTP possua um conteúdo bastante variado quer informativo, quer de
entretenimento, a sua influência no panorama informativo nacional não é a mesma de há
uns anos atrás (RTP, 2013) e isso acontece devido ao aparecimento das televisões
privadas nomeadamente a Sociedade Independente de Comunicação (SIC) e a Televisão
Independente (TVI).
A sede da RTP encontra-se em Lisboa, embora exista também um centro de produção
no Porto. Existem também várias delegações de informação espalhadas por Portugal
continental e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
1.2 - MISSÃO E VALORES
A missão institucional é a razão da existência de uma empresa ou organização, “o
motivo de existência da empresa; concentrar todos os valores em termos de atuação,
tradição, filosofia e valorização do nome instituído à empresa” (Wagner, 1994: 8). Os
valores são diretrizes que orientam os elementos internos de uma instituição no
cumprimento da missão, “os valores servem como instrumento para avaliar e dar
significado à direção buscada pelos participantes da organização” (Wagner, 1994:
184).
A RTP pretende disponibilizar o acesso universal à informação para todos os
indivíduos, grupos e comunidades sociais. Esta também garante a imparcialidade e
independência de informação e comentário e compromete-se a disseminar conteúdos
audiovisuais inovadores e diversificados, de acordo com padrões éticos e qualitativos
elevados. De acordo com a sua missão a RTP atua segundo os valores de
independência, pluralidade e da acessibilidade (RTP, 2013).
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1.3 - IDENTIDADE GRÁFICA
A identidade gráfica de uma empresa é constituída segundo Gonzalez (2010) pela
marca, que é o nome comercial da empresa ou do produto oferecido ao público; pelo
logótipo que é o nome da empresa com os atributos próprios da seleção tipográfica (tipo
de letra, tamanho, cor) e, por último, pelo símbolo que é o elemento gráfico figurativo
ou abstrato, que constitui uma representação da identidade da empresa.
O símbolo da RTP é constituído por cinco barras horizontais, que isoladas podem não
conter nenhum significado mas quando vistas como um todo parecem formar um ecrã
de televisão, no qual, devido à sequência de tons de azul, podemos também percecionar
uma coluna de som.
A cor azul mais clara inspira sinceridade, lealdade, confiança e responsabilidade e está
presente em muitas identidades gráficas de empresas de engenharia e tecnologia. Este
tom de azul transmite a sensação de aconchego, pelo que podemos deduzir que é uma
cor pertinente para a empresa em questão. Já o azul escuro remete-nos para
determinação, superioridade e integridade (Lacy, 1996). Assim a autoridade da RTP
como uma estação televisiva é reforçada.
Em relação ao logótipo, a fonte utilizada é uma fonte simples, da família FF DIN, que
nos transmite uma certa elegância e que, por sua vez, faz com que nós espectadores,
associemos a RTP a uma empresa séria e coerente, no que diz respeito à comunicação.
Na Figura 1 apresenta-se a identidade gráfica da RTP.
Figura 1 – Identidade gráfica da RTP.
Fonte: Manual de Normas da RTP.
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A RTP possui três assinaturas gráficas (Figura 2).
Assinatura principal A
Assinatura Principal B
Assinatura Administrativa e Financeira
Figura 2 - Assinaturas gráficas da RTP.
Fonte: Manual de Normas da RTP.
A assinatura principal A utiliza-se normalmente na comunicação para exterior e em
estacionários, a assinatura B utilizada em antena, em documentos internos e
estacionários e a assinatura administrativa e financeira utilizada em documentos
administrativos e financeiros.
1.4 - COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA
A comunicação interna e externa têm um papel fundamental numa empresa pois assim
consegue-se melhorar a relação entre o empresário e os funcionários a nível interno e a
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relação com o público-alvo a nível exterior. A comunicação interna verifica-se entre a
organização e o seu pessoal e a comunicação externa verifica-se entre consumidores,
clientes e o público em geral (Bahia, 1995).
A RTP comunica com os seus funcionários através da sua rede interna enviando por
correio eletrónico informações relativas à direção para manter os funcionários
atualizados caso haja alguma mudança interna na empresa. Já externamente ou com o
próprio telespectador a RTP criou programas como “A Voz do Cidadão” onde o público
pode dar a sua opinião sobre os assuntos mais marcantes de cada semana.
1.5 - A RTP NA GUARDA
A delegação da RTP da Guarda foi inaugurada a 10 de Março de 2005. A criação desta
delegação permitiu uma melhor divulgação da informação noticiosa, relativa à Beira
Interior. O edifício foi assim equipado com uma sala de redação para dois jornalistas,
um estúdio de rádio, para realização de peças jornalísticas no contexto radiofónico, um
estúdio de televisão, equipado com decoração de acordo com a política de comunicação
imposta pela RTP e, por último, uma sala de edição de vídeo, com equipamento de
edição linear de vídeo, onde se produzem as notícias para posterior envio, por fibra
ótica, para o espaço informativo desejado.
Os conteúdos informativos produzidos por esta delegação são apresentados nos
seguintes espaços informativos: Jornal da Tarde, Portugal em Direto e o Telejornal.
Também produz conteúdos para RTP Informação e colabora com a emissora de rádio
Antena 1.
Nesta delegação encontram-se atualmente dois jornalistas: o coordenador de informação
e jornalista Jorge Esteves, responsável pela redação de material noticioso e o repórter de
imagem Ismael Marcos, responsável pela captura e edição de imagem e áudio.
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1.6 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
A estrutura organizacional de uma empresa representa-se através de um organograma e
é neste género de representação que podemos ver a autoridade e as funções de todos os
elementos integrantes de uma empresa (Amboni e Bernardes, 2010). As estruturas
organizacionais podem-se classificar como tradicionais: linear, funcional e por clientes;
ou inovadoras: projetos, processos e matricial (Amboni e Bernardes, 2010).
Em relação à delegação da RTP na Guarda a sua estrutura é tradicional linear como
podemos ver na seguinte figura:
Figura 3 - Estrutura organizacional da Delegação da RTP na Guarda.
1.7 - ANÁLISE SWOT
Esta análise é utilizada por muitas organizações, como primeiro passo na conceção de
um plano de marketing. Em primeiro lugar deve-se analisar o que distingue a empresa
da concorrência, ou seja, os pontos forte e os pontos fracos. Em seguida analisa-se a
evolução do mercado, isto é, as ameaças e as oportunidades (Lindon, et al., 2004). A
designação desta análise resulta da junção das letras iniciais das palavras inglesas
Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats
(ameaças), a qual dá origem ao acrónimo SWOT.
Delegação RTP da Guarda
Jorge Esteves
Redação de material noticioso
Ismael Marcos
Captura e edição de material audiovisual
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A tabela que apresento em seguida resulta de uma análise feita apenas à delegação da
RTP da Guarda.
Tabela 1 - Análise SWOT Delegação da Guarda.
Forças Fraquezas
Proximidade com a população devido à
ruralidade do distrito que é
maioritariamente constituído por
pequenas cidades e aldeias.
Dinamismo e experiência por parte dos
profissionais da empresa devido a anos
de trabalho no ramo jornalístico.
Utilização das redes sociais (facebook)
para divulgação das notícias.
Equipamento com um certo desgaste
devido a anos de uso intensivo.
Falta de acesso a novas tecnologias.
nomeadamente as que dizem respeito à
captação de áudio e vídeo.
Número reduzido de funcionários na
constituição da equipa jornalística.
Oportunidades Ameaças
Pouca difusão de informação.
Potencialidades socioculturais da região.
Região pouco desenvolvida, o que leva à
divulgação insuficiente da informação.
Concorrência dos canais privados de
televisão SIC e TVI.
Estado da economia portuguesa.
Atual remodelação estrutural da RTP.
Em relação aos pontos fortes, a ruralidade do distrito da Guarda é um fator positvo que
facilita a partilha de informação, pois em meios pequenos toda a gente se conhece e é
mais fácil criar conteúdos para a obtenção de notícias. Aliando isto à experiência dos
jornalistas, que têm as qualificações necessárias para a abordagem dos temas noticiosos,
e à utilização de redes sociais como suporte de divulgação, a informação atinge um
maior número de audiências.
No que respeita às fraquezas, trabalhar com equipamento obsoleto não é nada fácil,
quando a concorrência possui equipamento mais sofisticado, o que faz com que se perca
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terreno em relação a outras estações televisivas presentes na região como a SIC ou a
TVI.
Em relação às oportunidades, a Beira Interior é uma região com muitos eventos
tradicionais e bastantes produtos regionais que podem ser notícia devido à sua
exclusividade.
Por último, a concorrência é uma ameaça sempre presente em qualquer empresa, seja de
que ramo for e neste caso é acrescida, pois as empresas rivais (SIC e TVI) possuem
equipamento mais atual. Outra ameaça é o estado económico português que apesar de
neste momento estar a melhorar, está a fazê-lo a um ritmo muito lento, o que é
prejudicial para as empresas públicas, como a RTP. Neste momento esta empresa está a
passar por um momento de remodelação interna, o que pode levar ao despedimento de
vários funcionários e isso pode prejudicar a influência que a RTP exerce no panorama
informativo.
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Capítulo II
O Estágio
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Neste capítulo é feito um enquadramento teórico, onde se expõem conhecimentos
necessários para a captação de imagem para espaços noticiosos, como o tipo de planos,
géneros jornalísticos e os tipos de edição de vídeo. Seguidamente é feita uma descrição
das atividades realizadas durante o estágio, apresentando todos os conhecimentos
adquiridos.
2.1 - OBJETIVOS
Os objetivos definidos no Plano de Estágio (Anexo 1) passaram pela recolha e
processamento de informação para tratamento jornalístico, pois nem toda a informação
recolhida é pertinente para a reportagem pelo que esta exige uma filtragem devido ao
tempo reduzido que uma reportagem deve ter e pela captação de áudio e vídeo no
exterior para posterior edição na delegação da Guarda para em seguida se proceder ao
envio da reportagem final para a sede. Todos os objetivos definidos foram cumpridos.
2.2 - CRONOGRAMAS
Ao longo deste estágio curricular foram desenvolvidas vinte e duas atividades que irão
ser descritas no ponto 2.15, cujo cronograma se apresenta no Anexo 2.
2.3 - O ESTÁGIO
As instalações da RTP - Delegação da Guarda são constituídas por um estúdio de rádio,
uma sala onde se fazem os diretos de informação e/ou debates e uma sala de edição de
vídeo. A RTP utiliza uma rede interna, onde os seus funcionários podem consultar um
email, ler anúncios feitos pela empresa e trocar notícias. Dentro da rede interna há
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também a possibilidade de requisitar imagens e filmagens de outras zonas de Portugal,
pertinentes para uso posterior nas reportagens, dado o arquivo datado entre 1956 até
2007. Na mesma rede pode ainda consultar-se todo o arquivo da estação televisiva para
algum tipo de trabalho ou para dar seguimento a uma reportagem feita anteriormente.
Há que referir que a RTP mantém atualizados os relatórios de audiências numa base
diária.
O material utilizado para gravação de reportagens de vídeo é constituído por uma
câmara, para captação de vídeo e áudio e um tripé para estabilizar a câmara, no caso de
querermos fazer uma panorâmica ou simplesmente fazer um plano de pormenor de
algum edifício ou objeto em particular, em pontos posteriores ir-se-ão descrever alguns
destes conceitos. No caso de não haver a possibilidade de montar o tripé quando
queremos entrevistar alguém que se está a deslocar, a câmara deve ser apoiada no
ombro de maneira a obtermos a maior mobilidade e estabilidade possíveis. No entanto,
na maior parte dos casos, convém sempre utilizar o tripé, pois assim não há o risco de a
câmara tremer, estragando o plano pretendido. Ainda nas reportagens de vídeo é
indispensável o uso do microfone para gravar a voz do repórter e dos entrevistados
porque ao utilizar o microfone da câmara, o ruído ambiente iria sobrepor-se às vozes e
estas não seriam percetíveis. Em certos casos é preciso um computador portátil, com
software de edição de vídeo, para o caso de não haver tempo de voltar à delegação e
editar a peça televisiva. Assim a peça é editada no terreno e enviada para a sede, para
posterior publicação. O único contratempo é que, enquanto na delegação as peças
podem ser editadas em tempo real pois aí a edição é feita de forma linear, no
computador é preciso fazer a captura do que foi filmado com a câmara e isso demora
tempo (p.e. se a peça tiver duas horas de gravação a conversão irá demorar também
duas horas).
Já no que diz respeito à gravação de reportagens para a rádio, é usado um gravador
digital que, com a ajuda de um microfone externo, grava as entrevistas.
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2.4 - SOFTWARE
Em relação ao software a RTP utiliza o ENPS (Essential News Production System), que
serve para verificar o alinhamento de todos os jornais diários, coordenados pela própria
empresa. Este também contém artigos publicados por correspondentes deste e de outros
canais, nacionais e internacionais, que serão visualizados pelas delegações, a fim de
elaborar as notícias a apresentar nos telejornais (Figura 4).
Figura 4 - Software ENPS.
Fonte: www.google.pt
As peças de rádio são elaboradas no programa de edição de áudio Audacity (Figura 5).
Aí grava-se a voz do entrevistador e a voz dos entrevistados, podendo-se utilizar som
ambiente recolhido pelo gravador, ou se houver uma peça televisiva relacionada com o
assunto abordado, o som ambiente recolhido pela câmara de vídeo.
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Figura 5 - Software Audacity
Fonte: www.google.pt
No que diz respeito à edição de vídeo, na delegação da RTP da Guarda a edição das
peças é feita de forma linear, ou seja, máquina a máquina, este conceito encontra-se
descrito no ponto 2.14.
Em casos excecionais utiliza-se o editor de vídeo Edius (Figura 6), que no processo de
edição simplifica o trabalho, mas para fazer chegar as gravações ao computador é
preciso efetuar a captura do vídeo gravado na cassete .
Figura 6 - Software Edius
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Fonte: www.google.pt
Após elaborada toda a peça, esta é enviada para a sede da RTP onde serão colocados os
oráculos e depois será emitida.
2.5 - GÉNEROS JORNALÍSTICOS
Os géneros jornalísticos utilizam técnicas diferentes para enriquecer a comunicação de
maneira a tornarem a notícia menos monótona, “os diferentes géneros jornalísticos são
formas de enriquecer a comunicação, combatendo a monotonia formal e melhorando o
ritmo dos produtos televisivos” (Oliveira, 2007:9).
Segundo Oliveira (2007) existem vários géneros jornalísticos dos quais se destacam os
seguintes: a peça de telejornal; a reportagem de telejornal; a entrevista; o debate; o
documentário ou grande reportagem e a apresentação. Neste relatório apenas irão ser
abordados os quatro primeiros.
Numa peça de telejornal a informação é tratada em off (quando o apresentador de
televisão lança as imagens e continua a falar sobre elas), o seu tempo não se estende
além dos 1'20'', o tema não é sempre de extrema importância, nem sempre é necessário
grande investigação nem trabalho exterior e os recursos utilizados são muito
rudimentares, p.e. não implica diretos e pós-produção vídeo e áudio (Oliveira, 2007).
Já na reportagem de telejornal, o tempo varia entre os 1'20'' e os 1'50''. Em geral, o tema
tem importância crucial. Os recursos utilizados são numerosos, pois a reportagem exige
conhecimentos de produção e conceção. O autor Oliveira (2007) considera que os meios
de produção e de pós-produção são bastante sofisticados e que são aplicadas técnicas
narrativas próprias, baseadas em critérios de preponderância da imagem, tempo de
discurso, ritmo, velocidade, pausa e técnica escrita.
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O mesmo autor (Oliveira, 2007) considera que numa entrevista deve existir uma relação
entre o entrevistador e o(s) entrevistado(s). Pode ser realizada em direto ou pode ser
gravada. Geralmente não exige recursos complexos de realização, mas exige a aplicação
de técnicas apropriadas.
Por último, num debate tem que existir uma relação entre um entrevistador e os vários
convidados (com ou sem público). Pode ser realizada em direto ou pode ser gravado.
Exige recursos complexos de realização e exige habilitações técnicas apropriadas
(Oliveira, 2007).
2.6 - PLANOS
O espaço visual captado pela objetiva da câmara denomina-se plano (Simão e
Fernandes, 2007:13). Consoante a disposição dos elementos, um plano ganha diferentes
valores significativos e diferentes tempos de leitura. Os mesmos autores referem que
existem vários planos que nos permitem realizar uma peça televisiva. Assim estes
podem dividir-se em três grupos: Planos de ambiente, que englobam o Plano Muito
Geral e o Plano Geral; Planos de ação, constituídos pelo Plano Geral Médio, Plano
Americano e Plano Médio e, por fim, os Planos de expressão, nos quais se enquadram o
Plano Próximo, o Grande Plano, o Muito Grande Plano e o Plano de Detalhe.
Para Simão e Fernandes (2007) cada um dos planos anteriormente mencionados têm
diferentes significados, focando-se em elementos diferentes. Iremos abordá-los de
seguida:
Plano Muito Geral - Como o nome indica, este plano é muito geral e centra-
se principalmente no ambiente. É um plano que não possui qualquer limite.
Plano Geral - Semelhante ao plano anterior e centrado também no ambiente,
mas o elemento humano já tem mais relevo. Aqui já se encontra mais ação,
apesar da prevalência do ambiente.
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Plano Geral Médio - Neste plano a figura humana é o ponto central da
imagem, dando para perceber a ação realizada. Existe claramente um
equilíbrio entre a ação e o ambiente. A figura humana aparece sempre dos
pés à cabeça.
Plano Americano - Apesar da presença de ambiente, o ponto central da
imagem é a figura humana que é cortada por uma linha, que se encontra
ligeiramente acima dos joelhos.
Plano Médio - Este plano é o plano intermédio entre a ação e a expressão.
Caracteriza-se principalmente pela ação da parte superior do corpo humano,
que é cortado pela cintura.
Plano Próximo - Neste plano o ambiente é totalmente cortado. Assim a
expressão facial é privilegiada. O limite é estabelecido um pouco abaixo das
axilas.
Grande Plano - A maior importância é dada à expressão. O limite encontra-
se na parte superior dos ombros. A ação e o ambiente não estão presentes na
imagem.
Muito Grande Plano - Permite o aumento da carga emotiva, limitando a
imagem pelo queixo e pela testa, daí este plano ser considerado um plano de
expressão exagerado.
Plano de Detalhe - Foca apenas uma parte do corpo. Permite também o
aumento da carga emotiva, ao focar uma expressão triste ou alegre.
2.7 - MOVIMENTOS DE CÂMARA
Para Simão e Fernandes (2007) os movimentos de câmara servem para colocar o
telespectador na perspetiva da câmara, adicionando uma certa dinâmica ao vídeo. Assim
temos os seguintes movimentos:
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Foque e desfoque que se realiza ao focarmos um primeiro objeto e ao mesmo
tempo desfocarmos o segundo, acrescentando profundidade de campo;
Zoom que resulta da aproximação ou afastamento de um determinado objeto.
Este movimento não deve ser muito rápido nem muito lento;
Panorâmicas são movimentos efetuados da esquerda para a direito isto porque
este é o sentido da nossa leitura, mas também se pode realizar o inverso. Na
panorâmica o movimento é apoiado no eixo de um tripé;
Tilts são movimentos semelhantes à panorâmica mas realizam-se de cima para
baixo ou vice-versa;
Travelling é um movimento bastante utilizado no cinema (Figura 7). Um
percurso é feito pela câmara. Este plano utiliza-se em situações de explicação de
uma determinada situação ou movimento;
Figura 7 - Travelling.
Fonte: Simão, J. e Fernandes, N. (2007: 17)
Tracking segue uma personagem ou um objeto em movimento como se fosse
uma perseguição.
2.8 - OS ERROS DE ENQUADRAMENTO
Para Simão e Fernandes (2007), os erros de enquadramento são um género de erro
muito comum que acontece quando o entrevistador fica de lado para a câmara
- 21 -
colocando o entrevistado também de lado, o que deixa metade do visor vazio
denominado de imagem egípcia (Figura 8).
Figura 8 - Imagem Egípcia
Fonte: Simão, J. e Fernandes, N. (2007: 18)
Para evitar este erro, o jornalista coloca-se ao lado da câmara e assim o entrevistado fica
bem enquadrado na imagem. Desta forma o telespectador consegue observar as
expressões do entrevistado (Figura 9).
Figure 9 - Forma correta de filmar o entrevistado
Fonte: Simão, J. e Fernandes, N. (2007: 18)
2.9 - IMAGENS PICADAS
Os autores Simão e Fernandes (2007) consideram que nunca se deve entrevistar alguém
com um plano picado pois podemos diminuir essa pessoa aos olhos do espectador. Por
outro lado também não devemos filmar um plano contrapicado pois podemos passar
uma falsa imagem de superioridade.
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Figure 10 - Imagens Picadas
Fonte: Simão, J. e Fernandes, N. (2007: 19)
2.10 - OS PONTOS FORTES DA IMAGEM
Para Simão e Fernandes (2007), nem todos os elementos presentes num plano têm o
mesmo valor. Alguns destes objetos sobrepõem-se a outros, desviando a atenção de
quem olha. A estes elementos chamamos pontos fortes da imagem.
Os mesmos autores (Simão e Fernandes, 2007) consideram que estes pontos fortes
dividem-se em quatro tipos: humanos, cromáticos, cinéticos e aberrantes. Os pontos
fortes humanos valorizam uma ou várias pessoas na imagem. Uma paisagem agradável
à vista pode passar despercebida, a não ser que se encontre o elemento humano na
mesma. O espectador é atraído primeiro para as pessoas e só depois é que percorre os
restantes elementos. Os pontos fortes cromáticos dão ênfase à cor mais forte. Por
exemplo, num plano enublado nada atrai mais a atenção do que uma cor forte e
contrastante, como o vermelho. Os pontos fortes cinéticos enfatizam o movimento. Uma
cena estática num plano fixo é extremamente aborrecido. Esse tipo de plano, por norma,
é muito curto, mas se surgir movimento o telespectador é imediatamente estimulado a
segui-lo com o olhar.
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Por último, os pontos fortes aberrantes valorizam elementos que parecem não se
enquadrar na cena. Situações inesperadas, como um homem de calções num terreno
com neve atrai mesmo o olhar mais desatento (Simão e Fernandes, 2007).
2.11 - A REGRA DOS TERÇOS
Relativamente à regra dos terços, os autores Simão e Fernandes (2007) consideram que
os elementos de uma imagem também ganham valor conforme a sua posição. A regra
dos terços dita que a nossa atenção desvia-se para a direita devido à nossa orientação de
leitura.
Figura 11 - Regra dos Terços
Fonte: Oliveira , J. N. (2007: 22)
Como podemos ver na imagem, esta é dividida em nove quadrados iguais. Os elementos
presentes nos últimos três quadrados da direita, são mais valorizados. Por sua vez os
três quadrados do meio são mais valorizados, do que os quadrados da esquerda.
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2.12 - A REGRA DOS 180 º
Simão e Fernandes (2007) consideram que esta é uma regra que deve ser respeitada.
Imagine-se uma linha que une o jornalista e o entrevistado, a partir daí só se trabalha de
um dos lados dessa linha e assim respeita-se o ângulo dos 180º como indicado na
seguinte figura:
Figura 12 - Regra dos 180º
Fonte: Simão, J. e Fernandes, N. (2007: 12)
Assim, o telespectador percebe que o entrevistado está voltado para o jornalista e vice-
versa, mesmo que estes não apareçam juntos.
2.13 - CAPTAÇÃO DE VÍDEO
Ao filmarmos com a câmara, a primeira coisa a ter em consideração será o
balanceamento de brancos, para adaptar a câmara às condições de iluminação. No caso
de um entrevistado ficar com a cara pouco iluminada, devido a um dia escuro ou ter
algum adereço que lhe escureça a cara, recorremos a um painel refletor para direcionar a
luz (natural ou não) para a cara do alvo, a fim de este ser melhor captado pela câmara de
vídeo.
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Depois de fazermos a filmagem chega a altura de levarmos a cassete para a sala de
edição. Aqui procedemos a uma "pré-edição", na qual se elabora o "esqueleto" do vídeo.
Através da edição linear, ou máquina a máquina, transcrevemos planos contidos na
cassete e colocamo-los por ordem, de forma a construir uma sequência lógica. Antes de
fazer o voz off 2, o repórter revê a cassete e elabora um texto, que depois será gravado
por cima de partes do vídeo. Em seguida o vídeo, já com tempo definido, será enviado
através de fibra ótica. O sinal é enviado para a sede, onde se inserem os grafismos e
onde posteriormente é publicada.
2.14 - EDIÇÃO DE VÍDEO
Entende-se por edição de vídeo a seleção e ordenação de planos, de forma a estes
criarem uma sequência ou narrativa lógica. Atribuem-se quatro funções à edição de
vídeo: combinar, ordenar, corrigir e construir (Canelas, 2010). Em relação à primeira
função o objetivo é unir os planos de forma a obtermos uma sequência que sirva os
propósitos requisitados ao programa audiovisual. A função de ordenação serve para
descartarmos os planos que não vão ser utilizados no vídeo final, para isso selecionamos
e ordenamos os planos captados antes da edição. É de interesse referir que a ordem, pela
qual os planos foram captados, na maioria dos casos, não é respeitada no produto final,
isto apenas por uma questão de contexto e enquadramento, daí o uso do termo
"ordenar". No que diz respeito à função de correção, a maior parte do trabalho de edição
consiste em eliminar planos mal captados ou substituí-los por planos mais convenientes.
Por último a função de construção é onde o editor define a estética que o vídeo terá
antes de o publicar. Para o cumprimento de todas as funções anteriores podemos
recorrer a dois tipos de edição: a linear e a não linear. Em Canelas (2010) é referido que
quando se edita vídeo um aspeto importante é o facto de o editor poder aceder com
2 Texto previamente gravado pelo jornalista que elaborou a reportagem e que é ouvido enquanto decorrem as imagens
gravadas em que não esteja a ninguém a falar.
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precisão aos quadros3 que constituem o vídeo. Para esse propósito, foi criado o
TimeCode (código de tempo) com o formato de horas, minutos, segundos e frames
(00.00.00.00). Por norma, as fitas de vídeo são constituídas por quatro pistas: uma de
vídeo que contém a imagem, duas pistas de áudio que contêm o som da fita e uma pista
de controlo que contém os dados da pista de vídeo e das pistas de áudio.
2.14.1 - Edição linear
Na edição linear, o editor efetua a procura e a edição dos planos de forma sequencial, ou
seja, tem de pesquisar na ordem em que as imagens estão gravadas na fita. (Paternostro,
2006). Neste processo é impossível adicionar uma pista de áudio a não ser que se copie
o material em bruto gravado na cassete para outra, em tempo real.
Em seguida descrevo dois métodos de edição linear:
Método de insert - Na edição por este método, à pista de controlo não se apaga
os impulsos de áudio e de vídeo, que estavam previamente gravados na fita.
Assim sendo, o editor tem que preparar uma cassete a negro, sem qualquer
registo de vídeo ou áudio.
Método ensamble - Neste tipo de edição, é tudo gravado ao mesmo tempo
(imagem, áudio e Time Code). Isto quer dizer que quando o videogravador grava
substitui todos os sinais captados na fita anteriormente.
O método de insert é muito mais vantajoso que o método ensamble, pelas seguintes
razões: elimina erros presentes na pista de controlo (saltos, ou distorções de imagem);
permite a montagem independente das pistas de áudio e vídeo, podendo escolher
preparar o vídeo primeiro e depois o áudio ou vice-versa e, por último, possibilita a
troca de um plano em qualquer ponto da fita, sem ter que repetir a sua reprodução de
3 correspondem a 24 fotogramas ou frames por segundo. No sistema NTSC (National Television Standart Comitte)
os quadros têm 30 frames por segundo e no sistema PAL(Phase Alternate Line) estes têm 25 frames por segundo.
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novo e sem prejudicar o que já está gravado, desde que a cena que vai substituir tenha
exatamente o mesmo tempo da cena substituída.
A edição em ensamble é recomendada apenas quando se quer acrescentar algum plano a
uma sequência, que já esteja gravada (Canelas: 2010).
2.14.2 - Edição não linear
Todos os sistemas não-lineares estão dependentes do computador, permitindo digitalizar
o material audiovisual e armazenar o conteúdo em discos óticos ou magnéticos de
grande capacidade. O desenvolvimento dos sistemas não-lineares teve início na década
de 70 do séc. XX (Canelas: 2010).
Na edição não-linear quer o vídeo, quer o áudio podem ser acedidos de forma aleatória
pois estão armazenados no disco rígido do computador e a edição é feita a partir de um
software instalado no mesmo.
2.15 - ATIVIDADES REALIZADAS
2.15.1 - Declarações de bombeiros da Guarda e de Famalicão da Serra
para programa Heróis de Portugal
Esta reportagem tinha como objetivo recolher declarações de vários bombeiros, para
serem posteriormente utilizadas no programa Heróis de Portugal. Este foi o meu
primeiro contacto com o trabalho de um repórter de imagem. Percebi as várias
abordagens que se podem ter quando queremos recolher depoimentos. Também aprendi
a improvisar, quando as condições ambientais não são as melhores para recolher
imagens. Neste caso como realizámos a recolha por volta do meio-dia, o sol em
contacto com os bonés, que fazem parte do uniforme dos Bombeiros, tornava o rosto
dos entrevistados muito escuro. Para contrariar este problema, resolvemos utilizar um
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painel refletor, de forma a conseguirmos captar imagens com a cor correta. Para tornar
as cores ainda mais realistas, aprendi que se devia sempre fazer o balanceamento de
brancos, cada vez que mudávamos de ambiente ou condições de iluminação.
2.15.2 Solar dos vinhos da Beira Interior
A finalidade desta reportagem era promover os vinhos da Beira Interior, na Praça Velha,
da cidade da Guarda e foi transmitida no programa Portugal em Direto. Foi o meu
primeiro contacto com grandes personalidades da Guarda, nomeadamente o Presidente
da Câmara. Aqui aprendi como filmar um orador numa plateia cheia, para a qual o tripé
foi indispensável. Como o orador permaneceu sempre no mesmo sítio, pudemos mover
a câmara sem qualquer tremor e realizar panorâmicas da sala toda. Após o fim dos
discursos, entrevistámos todos os intervenientes desta iniciativa. Uma vez terminadas as
entrevistas chegou a altura de realizarmos a introdução ou a promo. Esta introdução é
visualizada antes da peça jornalística ser transmitida, ou seja, pode ser passada antes de
um intervalo e assim notifica o espectador, que a entrevista poderá ser vista depois do
intervalo.
2.15.3 António José Seguro
Elaborada em época de eleições autárquicas, esta reportagem foi sem dúvida a que
exigiu mais esforço e foi aqui que me apercebi da dificuldade do trabalho de
reportagem. Esta consistiu em seguir o atual Secretário-Geral do Partido Socialista
António José Seguro, durante um dia, por várias localidades visitadas e recolher
imagens de comícios e convívios do partido e também de várias festas tradicionais,
onde o Secretário-Geral esteve presente. Aprendi que neste tipo de reportagens a câmara
deve sempre andar ao ombro do repórter, pois não existe possibilidade de montar o
tripé, uma vez que estamos sempre em movimento, para filmar reações e interações das
personalidades políticas com o público. Como este foi um evento de interesse nacional,
todas as estações televisivas estavam presentes, tendo observado como interagem sem
interferirem com o trabalho umas das outras. Depois de acompanharmos António José
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Seguro em vários comícios e eventos, conseguimos finalmente entrevistá-lo e saber qual
era a sua posição relativamente a várias medidas de austeridade tomadas pelo Governo
atual e quais seriam as suas contra medidas caso o Partido Socialista ganhasse as
eleições.
O dia seguinte foi ainda dedicado à visita do Secretário-Geral, por outras localidades do
distrito, tendo, no fim realizado uma entrevista para que ele fizesse um balanço em
relação às eleições autárquicas.
2.15.4 - Centro de formação agrícola Quinta das Relvas
O objetivo desta reportagem foi divulgar o Centro de Formação Agrícola Quinta das
Relvas. Quando chegámos ao local, os responsáveis do Centro acompanharam-nos uma
visita guiada pelas instalações e pelos seus campos de cultivo. Após esta visita, chegou
a altura da recolha de planos. Mais uma vez, a sequência de trabalhos foi, primeiro a
recolha de imagens para preencher a peça jornalística e depois fazer entrevistas. Nesta
reportagem predominaram os planos de pormenor, como por exemplo apanhar batatas
ou a apanha de ervas aromáticas para chá, tudo planos que geralmente não são feitos
com tripé. Também filmámos uma sala de aula, de forma a mostrar que a formação dada
neste centro não é só prática, mas também teórica e assim mostrar a qualidade de ensino
deste estabelecimento. Depois da recolha dos planos, entrevistámos alunos e
professores, que nos deram as suas opiniões acerca do Centro, bem como os seus
responsáveis, relativamente às condições de acesso, perspetivas e futuros projetos.
2.15.5 - Muralhas com História
Esta entrevista decorreu em Sortelha, durante a Feira Medieval que se realiza todos os
anos. Para elaborar a reportagem, começamos por falar com os organizadores deste
evento cultural, no sentido de ser discutido o que seria abordado na entrevista.
Seguidamente, fizemos alguns planos gerais do evento, a partir do topo do castelo, de
maneira a capturarmos toda a aldeia e o espaço circundante, que se enquadrava
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perfeitamente no ambiente medieval que ali se criou. Após estes planos, falámos com
alguns intervenientes na Feira, como mercadores e artistas de rua, para averiguarmos se
estavam dispostos a falarem para a televisão. Uma vez terminada a abordagem aos
intervenientes elaborámos a promo para concluirmos este falso direto.
2.15.6 - MUPIS interativos
Após a instalação dos MUPIS4 (Figura 13) em quatro locais específicos da Guarda
fomos entrevistar os vereadores responsáveis por esta iniciativa. Após as entrevistas aos
responsáveis, fomos saber as opiniões dos habitantes da cidade da Guarda, em relação
ao investimento da Câmara nestes aparelhos interativos e tentando captar planos de
pormenor, que envolviam os cidadãos a utilizarem os MUPIS. Após a recolha de
opiniões, verificámos que a iniciativa da câmara não era apoiada por toda a gente, que
acharam o investimento muito grande para apenas quatro aparelhos. A intenção dos
MUPIS era apelar aos turistas visitar os pontos da cidade.
Figura 13 - Mupis interativos Fonte: Agência para a Promoção da Guarda em http://www.guardaconvida.pt
4 Mupis - Do francês mobilier urbain pour information, são expositores de publicidade de média dimensão e em
formato de cartaz. Vai rodando entre várias publicidades pelo que pode servir para várias campanhas publicitárias e
estes podem ser interativos ou não.
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2.15.7 - Curso INEM para enfermeiros
Esta reportagem foi realizada na Escola Superior de Saúde da Guarda. O evento
consistia numa formação ministrada por profissionais do INEM, aos alunos desta
Escola, em que estes se deparavam com situações fictícias, de emergência, que exigiam
primeiros socorros. Depois de filmarmos alguns formandos em ação, chegou a vez de
entrevistarmos os formadores, para nos darem a sua perspetiva desta ação de formação.
Seguidamente, entrevistámos alguns alunos que receberam a iniciativa com bastante
entusiasmo e consideraram que complementava perfeitamente a formação que recebiam
na escola.
2.15.8 - Protocolo e fotos AR da Guarda
Este evento consistiu num concurso de fotografia lançado pela Câmara Municipal da
Guarda, no qual o objetivo era retratar o ar da Guarda. O júri era constituído pelo
Presidente da Câmara da Guarda, por um vereador da mesma, e pelo fotógrafo Jorge
Pena. Os primeiros planos a serem captados foram os da exposição das fotografias dos
concorrentes; seguidamente filmámos a cerimónia de entrega prémios, nomeadamente o
discurso que Presidente da Câmara da Guarda fez a entrega dos prémios aos vencedores.
Após a captação destes planos, entrevistámos ainda os organizadores da iniciativa e os
vencedores do concurso
2.15.9 - Encerramento da ADDECO Call Center
No seguimento de uma entrevista realizada anteriormente, referente à abertura da
ADDECO Call Center na Guarda, realizámos esta entrevista para contrastarmos esse
evento, com o fecho desta mesma empresa. Aquando da sua abertura, esta ofereceu
duzentos postos de trabalho na cidade da Guarda e foi uma iniciativa bem acolhida por
todos. Mas passados quatro anos a ADDECO fecha o seu Call Center, com menos de
cem postos de trabalho, utilizando a localização geográfica como argumento para o seu
encerramento. Ao chegarmos ao local, filmámos o exterior das instalações, pois não nos
foi permitido filmar o interior. Em seguida, entrevistámos alguns funcionários presentes
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(Figura 14), que mostraram a sua revolta pela extinção do seu posto de trabalho, que
para alguns significava o fim da única fonte de rendimento que tinham.
Em breve de volta ao desemprego alguns apontaram os argumentos da ADECCO para o
fecho das instalações inválidos e encontravam a solução para nova fonte de rendimento
na emigração.
Figura 14 - Encerramento da ADECCO
Fonte: Arquivo RTP
2.15.10 - Adiada a abertura do novo hospital da Guarda
Nessa reportagem, o objetivo era perceber porque foi adiada, mais uma vez, a abertura
do Hospital da Guarda. Filmámos o espaço dedicado ao novo hospital e verificámos que
se encontrava fechado, apesar da construção estar concluída. Após recolhidos os planos
do novo edifício, fizemos a recolha de imagens do velho Hospital da Guarda para
contratar com o novo. Seguidamente, entrevistámos o atual diretor da Unidade Local de
Saúde da Guarda (Figura 15), para averiguarmos a razão de um novo adiamento da
abertura do hospital que está muito melhor equipado do que o velho. Como esta
reportagem só continha um depoimento, a maior parte é constituída por planos, sem o
elemento humano presente e é narrado todo em voz off, de forma a explicar os motivos
deste adiamento.
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Figura 15 - Adiamento da abertura do hospital da Guarda
Fonte: Arquivo RTP
2.15.11 - Curso de Desporto IPG acreditado
Para averiguar as razões para acreditação, por cinco anos, do curso de Desporto do
Instituto Politécnico da Guarda, fomos até a esta instituição de ensino entrevistar vários
professores e alunos. Primeiramente, entrevistamos a coordenadora do curso, para saber
que conteúdos são ensinados aos alunos e de que maneira eles saem preparados para o
mercado de trabalho, no ramo. De seguida filmámos várias aulas teóricas e práticas de
forma a mostrarmos a variedade de conteúdos ensinados, que fazem com que os alunos
de Desporto sejam reconhecidos quando terminam o Curso. Seguiu-se a entrevista a
vários alunos do curso, que nos deram a sua opinião sobre a formação que recebem e,
por último, entrevistámos o Presidente do IPG, para nos dar o seu parecer acerca desta
acreditação.
2.15.12 - Anilhagem de aves
Nesta reportagem deslocámo-nos até ao Sabugal para filmar a anilhagem de aves, que
imigram todos os anos para território português. Estavam presentes alunos de várias
escolas primárias, de várias localidades do Concelho, para observarem como se
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desenrolava este processo. Começámos por seguir a visita de estudo, para observar a
forma como se atraem as aves para as redes de captura, onde se encontrava um guarda-
florestal. Depois de filmado todo o processo de captura, procedeu-se à captação da
anilhagem e, seguidamente, a libertação destas aves, que uma vez identificadas,
poderiam fornecer dados das várias espécies de pássaros presentes em Portugal e das
suas rotas migratórias. Por fim procedemos às entrevistas. Começámos por entrevistar
alguns alunos das escolas primárias, para sabermos as várias opiniões acerca desta visita
de estudo, que serviu para sensibilizar para a preservação dos habitats de todas espécies
de aves presente em território português. Terminámos com a entrevista ao guarda-
florestal, presente no evento, para sabermos dados estatísticos das aves, que viajam
todos os anos para dentro e fora de Portugal.
2.15.13 - Legislação para alimentação de abutres
Ocorrida na mesma localização da reportagem anterior, esta reportagem pretendia
captar, em vídeo, a libertação de um abutre negro, em meio selvagem. Como resultado
da colaboração entre a QUERCUS e a CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e
Vigilância de Animais Selvagens) assistimos primeiro à anilhagem de um abutre negro
e de dois grifos e posterior libertação. Filmar uma ave com uma envergadura de três
metros de asa a asa, foi um desafio, pois o abutre exige respeito e, acima de tudo, muito
cuidado. Após vários planos falhados, conseguimos finalmente filmar a descolagem e o
voo destas aves. Posteriormente, entrevistámos os elementos presentes da QUERCUS e
da CERVAS, que mostraram a preocupação acerca da legislação que respeita a
alimentação de abutres selvagens, pois sendo aves necrófagas, alimentam-se sobretudo
de carcaças abandonadas de gado e a legislação portuguesa não permite o abandono de
carcaças, em campo aberto, devido a questões de higiene
2.15.14 - Simulacro assalto a banco em Espanha
Esta foi a primeira e única reportagem que fizemos fora do território português, durante
o período de estágio. Este simulacro surgiu de uma colaboração entre Guarda Nacional
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Republicana (GNR) e a Guardia Civil Espanhola. O objetivo era vencer as barreiras
linguísticas presentes em situações que exigem a colaboração entre as duas forças
policiais. Para isto, simulou-se um assalto a um Banco em Ciudad Rodrigo e,
posteriormente, definiu-se uma rota que passava pela fronteira, em Vilar Formoso.
Depois de filmarmos a sessão de instruções de abordagem ao veículo, onde viajavam os
supostos assaltantes, acompanhámos as forças policiais, numa das suas viaturas, de
forma a conseguirmos captar a interação das duas entidades policiais. Após esta viagem,
filmámos a montagem de uma barricada, depois de avistada a viatura dos assaltantes,
que passaria por aquele ponto de controlo. Passados momentos, avistou-se o carro em
questão e conseguimos captar todo o processo que envolve a abordagem da polícia a
criminosos, quando circulam em viaturas. Uma vez concluído o simulacro chegou a
altura de entrevistarmos os comandantes de ambas as forças de intervenção. Após
concluídas as entrevistas, chegou-se à conclusão que as barreiras na comunicação eram
mais flagrantes do lado espanhol do que do lado português.
2.15.15 - Festival do Borrego e da Castanha
Esta reportagem foi realizada em Celorico da Beira e teve como objetivo a divulgação
do VII Festival do Borrego e da Castanha. Para melhor conhecermos as origens deste
evento cultural entrevistámos a confraria de Celorico da Beira, que nos explicou em que
consistia o festival e nos apresentou a gastronomia da região, que qualquer pessoa
poderia apreciar, bastando para isso estar presente nos dias em que decorreria o evento
gastronómico. Após a entrevista a vários membros da confraria, estes mostraram-nos as
origens desta associação organizadora do festival, o que nos permitiu enriquecer a peça
jornalística, com planos de edifícios rurais, que eram usados pelos seus antepassados e
que iriam estar em exposição durante o festival.
2.15.16 - Fórum de toponímia no Instituto Politécnico da Guarda
O Fórum de Toponímia decorreu no grande auditório, do edifício central do Instituto
Politécnico da Guarda. O Fórum pretendia sensibilizar o público para placas que
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identificam ruas, praças e avenidas, em estado de degradação, devido à pouca
importância que os responsáveis pela manutenção das ruas da cidade da Guarda lhes
dão. Uma vez chegados ao auditório, filmámos o público presente, para obtermos
planos de reação das pessoas que assistiram ao Fórum. De seguida, filmámos alguns dos
oradores convidados e efetuamos uma entrevista à autora de um dos livros em
apresentação. Depois das filmagens recolhidas no IPG, seguimos para as ruas da Guarda
à procura das placas em estado de degradação, ou que não estavam à vista, para assim
recolhermos planos de pormenor, para melhor entendimento do público. Para além dos
planos de pormenor, efetuamos algumas entrevistas a habitantes da cidade da Guarda,
para saber se estes conheciam os nomes das ruas devido às placas presentes ou se o seu
conhecimento deriva do senso comum.
2.15.17 - Mexicanos em formação na COFICAB
A COFICAB é uma empresa de cablagem para automóveis, sediada na Tunísia mas
filiais espalhadas pelo mundo, designadamente, no distrito da Guarda. Esta empresa é
um exemplo de empreendedorismo devido ao seu sucesso no mercado. Deslocámo-nos
à fábrica, localizada no Vale de Estrela pois tivemos conhecimento que esta empresa
iria abrir outra fábrica no México e os futuros trabalhadores, de nacionalidade
mexicana, estariam a receber formação nesta fábrica. Durante a entrevista ao diretor da
empresa (Figura 16), na Guarda, este explicou-nos a missão e valores da empresa e
mostrou-nos quantas fábricas existiam espalhadas pelo mundo, assim como as marcas
para quem esta produz, informação que usamos para preencher a peça. Revelou-nos
ainda que a COFICAB não abre mais filiais em Portugal e, por consequente, não criará
mais postos de trabalho, devido ao excesso de burocracia que a legislação portuguesa
impõe às empresas, quando estas decidem iniciar qualquer tipo de negócio no nosso
país. Terminada a entrevista dirigimo-nos ao local onde são produzidos os cabos. Aí
aproveitámos para recolher imagens das máquinas usadas para esta produção e para
entrevistar alguns dos formandos presentes na fábrica
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Figura 16 - Formação na COFICAB
Fonte: Arquivo RTP
2.15.18 - Adega Cooperativa de Pinhel
A Adega Cooperativa de Pinhel é uma das adegas que mais vinho produz em Portugal e
das que mais exporta. Após uma breve visita pela adega, onde recolhemos planos do
empacotamento de vários tipos de vinho e de vários funcionários a trabalhar,
entrevistámos os três sócios que concordaram dar-nos o seu ponto de vista, sobre o
mercado de vinho em Portugal. Estes explicaram-nos que devido à chuva intensa que
atingiu o país, na época de vindima, a produção desceu mas, mesmo com essa quebra,
conseguiram obter uma margem de lucro proveitosa. Após a entrevista aos sócios,
entrevistámos também o enólogo da Cooperativa, para nos explicar o que difere o vinho
desta adega dos outros vinhos no mercado.
2.15.19 - Aniversário da Cruz Vermelha
No dia de aniversário da Cruz Vermelha esta associação, em colaboração com
Associação Académica da Guarda, organizou um evento para angariação de fundos para
as novas instalações, que irão ser inauguradas em breve. Para comemorar o aniversário
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a Cruz Vermelha realizou uma ação de rastreio de diabetes e hipertensão no centro
comercial Vivaci da Guarda, onde nos dirigimos para recolha de imagens desta
atividade e para entrevistarmos também a responsável da Cruz Vermelha. Em seguida,
seguimos para as ruas para entrevistar os caloiros e os responsáveis da Associação
Académica da Guarda, que se encontravam na atividade designada “Praxe Solidária”.
Estes interpelavam qualquer pessoa que passasse na rua a fim de lhes pedir um
contributo, para ajudar a Cruz Vermelha.
2.15.20 - Protestos dos enfermeiros da Guarda
Devido a cortes no orçamento na área da saúde, alguns enfermeiros foram despedidos e
outros viram a sua carga de trabalho e horária aumentada, sem qualquer tipo de
compensação extra. No seguimento destes cortes, os enfermeiros foram para as ruas
manifestar o seu descontentamento que, apesar de poucos elementos presentes, fizeram-
se ouvir em frente à Unidade Local de Saúde da Guarda (Figura 17). Após algumas
entrevistas aos intervenientes, averiguámos que alguns foram despedidos, sem aviso
prévio, estavam no desemprego e revoltados com as medidas tomadas pelo Governo,
para aliviar custos. À entrada da ULS da Guarda, onde esperavam o diretor, este
recusou-se a prestar qualquer depoimento para as câmaras.
Figura 17 - Protesto dos enfermeiros da Guarda
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Fonte: Arquivo RTP
2.15.21 - Marca Vale do Côa
Nesta reportagem, fomos até Figueira de Castelo Rodrigo para conhecer melhor a marca
Vale do Côa. Chegados ao local, recolhemos algumas imagens panorâmicas da
paisagem rupestre da localidade. Em seguida, entrevistámos os responsáveis pela
criação da marca, para saber o seu significado e, em seguida, um dos produtores de
vinho que cooperam com a marca. O objetivo era divulgar os produtos da zona da Foz
do Côa onde, devido ao abandono das zonas interiores do país, o comércio está cada vez
mais fraco. A marca criou-se para ajudar a dinamizar esta zona do país, que se encontra
cada vez mais pobre.
2.15.22 - Agricultor precisa de mão de obra para a apanha da azeitona
Na cidade da Guarda circulava uma carrinha com um anúncio que recrutava mão de
obra, para a apanha da azeitona. Quando falámos com o proprietário do veículo, este
revelou-nos a sua admiração com a falta de resposta ao pedido pois, além do ordenado
que pagava, oferecia também cinquenta por cento do que cada pessoa apanhasse, em
azeitonas. Para enriquecer a peça, o agricultor concordou em mostrar-nos os seus
terrenos, tendo sido esta foi a primeira vez que observei como é que se filmava dentro
veículo. Após mostrar-nos os seus terrenos, as condições de trabalho que oferecia e
alguma maquinaria que era usada para a apanha da azeitona, disse-nos, em entrevista,
que se encontrava perplexo, pois perante a falta de emprego seria de esperar mais
respostas. Fomos ver a reações de alguns habitantes da Guarda, que também viram o
anúncio e as reações eram semelhantes às do agricultor.
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REFLEXÃO FINAL
O estágio foi uma experiência muito enriquecedora, quer do ponto de vista pessoal, quer
de aprofundamento de conhecimentos já adquiridos, bem como de aquisição de novos
conhecimentos.
Apercebi-me que o trabalho de reportagem exige muito de uma pessoa, sendo preciso
estar sempre disponível a qualquer momento pois pode surgir uma notícia à última da
hora e requer também uma grande dinâmica de movimento no momento de filmar a
reportagem.
Posso dizer que a minha forma de interpretar a televisão, no ponto de vista informativo,
foi completamente alterada, e julgo possuir agora mais formação na área do jornalismo
televisivo. As atividades em que participei contribuíram, em muito, para a aquisição de
novos conceitos na captação de vídeo e na sua edição, pois apercebi-me que o universo
dos audiovisuais é muito extenso e existem muitos ramos nos quais posso especializar-
me e completar a minha formação.
Estou ciente que estarei sempre em constante aprendizagem, pois é impossível saber
tudo, sobre todas as coisas e que o meu percurso no mundo trabalho ainda é longo, mas
graças ao que aprendi ao longo do Curso, na Escola Superior de Educação,
Comunicação e Desporto e também aos ensinamentos que recebi durante a minha curta
estadia na Rádio e Televisão de Portugal, sinto-me mais confiante nas minhas
competências, como técnico multimédia e nas minhas capacidades para aceitar novos
desafios, que possam surgir.
Assim faço um balanço bastante positivo de todas as experiências que tive, enquanto
estudante no Instituto Politécnico da Guarda e espero, com grande otimismo, o que o
futuro me reserva.
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BIBLIOGRAFIA
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Anexos
Lista de Anexos
Anexo 1 - Plano de estágio
Anexo 2 - Cronogramas
Anexo 3 - Atividades
Anexo 1
Plano de estágio
Anexo 2
Cronograma
Anexo 3
Atividades
Data Entrevista Link
07/10/2013 Encerramento da ADDECO Call
Center
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article
=690825&tm=6&layout=122&visual=61 10/10/2013 Adiada a abertura do novo
hospital da Guarda
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article
=687168&tm=8&layout=122&visual=61
06/11/2013 Mexicanos em formação na
COFICAB http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article
=693431&tm=6&layout=122&visual=61 14/11/2013 Protestos dos enfermeiros da
Guarda http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=695
788&tm=8&layout=122&visual=61