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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL RENATA NOBERTO TAVARES OCORRÊNCIA DE DESREGULADORES ENDÓCRINOS E FÁRMACOS NA ETA DO JIQUI, NATAL/RN ORIENTADOR Prof. Dr. Hélio Rodrigues dos Santos Natal 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA CIVIL

BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

RENATA NOBERTO TAVARES

OCORRÊNCIA DE DESREGULADORES ENDÓCRINOS E FÁRMACOS NA ETA

DO JIQUI, NATAL/RN

ORIENTADOR

Prof. Dr. Hélio Rodrigues dos Santos

Natal

2018

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RENATA NOBERTO TAVARES

OCORRÊNCIA DE DESREGULADORES ENDÓCRINOS E FÁRMACOS NA ETA

DO JIQUI, NATAL/RN

Trabalho de conclusão de curso apresentado

à Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como parte dos requisitos para obtenção do

grau de engenheira ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Hélio Rodrigues dos Santos

Natal

2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Tavares, Renata Noberto.

Ocorrência de desreguladores endócrinos e fármacos na ETA do Jiqui, Natal/RN / Renata Noberto Tavares. - 2018.

25 f.: il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Ambiental.

Natal, RN, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Hélio Rodrigues dos Santos.

1. Estação de tratamento de água - Monografia. 2.

Desreguladores endócrinos - Monografia. 3. Fármacos - Monografia.

I. Santos, Hélio Rodrigues dos. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 628.16

Elaborado por FERNANDA DE MEDEIROS FERREIRA AQUINO - CRB-15/316

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, pilar principal da minha vida, aos meus familiares, em especial aos

meus pais (Ângelo Teixeira Tavares e Lenita Noberto de Araújo) e a minha irmã (Daniela N

Tavares) pelo amor e incentivo. Agradeço ainda aos meus amigos e colegas de curso e aos

professores que foram guias e mestres nessa jornada.

Agradeço à Ananda Lima Sanson e ao Prof. Dr. Sérgio F. Aquino que estiveram à frente

do projeto na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Minas Gerais onde foram feitas

as etapas de eluição, derivatização e a detecção, por cromatografia gasosa por espectrometria

de massas.

Também não poderia deixar de agradecer à UFRN pelo incentivo a pesquisa por meio

da bolsa PIBITI, ao meu orientador Prof. Dr. Hélio Rodrigues dos Santos por todo

conhecimento repassado a mim durante essa longa jornada, à Mailde Lucena parceira nas

coletas feitas na estação e no trabalho no laboratório, à Sandro Silva por todo auxilio e

ensinamento dado no LHARISA e à CAERN pela colaboração e ajuda durante a coleta das

amostras.

Muito obrigada!

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RESUMO

A presença de microcontaminantes nos mananciais de abastecimento é uma condição

cada vez mais comum, estes são provenientes de diversas fontes, como por exemplo da

drenagem de regiões agrícolas e de lançamentos de efluentes nos corpos hídricos. Tais

substâncias têm despertado interesse devido ao seu potencial risco de causar efeitos adversos à

saúde humana e animal, mesmo quando encontrados em baixas concentrações. Neste trabalho

é apresentado uma verificação dos possíveis microcontaminates presentes na água de

abastecimento, na água tratada, na água de lavagem do filtro e na água filtrada da estação de

tratamento de água do Jiqui/RN, que abastece parte das zonas Sul, Leste e Oeste da capital. Os

compostos analisados foram: desreguladores endócrinos (estradiol, etinilestradiol, estrona,

estriol, 4-octilfenol, 4-nonilfenol e bisfenol A) e os fármacos (diclofenaco, ibuprofeno,

paracetamol, naproxeno e genfibrozila). O procedimento para determinação dos contaminantes

envolveu o preparo de amostras compostas, a extração em fase sólida, eluição, derivatização e

a detecção dos compostos por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-

MS). Tal análise permitiu verificar a ocorrência de quatro dentre os doze compostos estudados,

e foram: o 4-Octilfenol, genfibrozila, Bisfenol A e o Estriol. Entre esses a genfibrozila foi o que

apresentou maior frequência de ocorrência nas amostras. A comparação dos resultados com a

literatura mostrou que os valores encontrados estão, em sua maioria, abaixo daqueles reportados

em outras regiões do país.

Palavras-chave: Desreguladores endócrinos, Fármacos, Estação de tratamento de água.

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ABSTRACT

The presence of microcontaminants in the supply springs is an increasingly common

condition. They come from a variety of sources, such as the drainage of agricultural regions

and the release of effluents into the water bodies. Such substances have aroused interest because

of their potential risk of causing adverse effects to human and animal health, even when found

in low concentrations. This work presents a verification of the possible microcontaminates

present in the water supply, the treated water, the filter washing water and the filtered water of

the Jiqui / RN water treatment plant, which supplies part of the South, East and West zones of

the capital. The compounds analyzed were: endocrine disrupters (estradiol, ethinyl estradiol,

estrone, estriol, 4-octylphenol, 4-nonylphenol and bisphenol A) and the drugs (diclofenac,

ibuprofen, paracetamol, naproxen and genfibrozil). The procedure for determination of

contaminants involved the preparation of composite samples, solid phase extraction, elution,

derivatization and the detection of the compounds by gas chromatography coupled to mass

spectrometry (GC-MS). This analysis allowed to verify the occurrence of four of the twelve

compounds studied, and were: 4-Octylphenol, genfibrozil, Bisphenol A and Estriol. Among

these, genfibrozil was the one with the highest frequency of occurrence in the samples. The

comparison of the results with the literature showed that the values found are, for the most part,

lower than those reported in other regions of the country.

Key words: Endocrine disrupters, Drugs, Water treatment station.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................5

2. REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................................7

2.1 Fármacos...................................................................................................................7

2.2 Desreguladores endócrinos........................................................................................9

3. MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................12

3.1 Local de Estudo .......................................................................................................12

3.2 Delineamento Experimental ...................................................................................14

3.3 Preparo das vidrarias................................................................................................15

3.4 Procedimento de coleta e preparo da amostra..........................................................15

3.5 Procedimento de extração........................................................................................16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................17

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................20

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................21

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1.INTRODUÇÃO

Uma grande variedade de compostos orgânicos sintéticos é utilizada atualmente pela

humanidade, em vastas quantidades e para diversos fins, incluindo, por exemplo, a produção e

preservação de alimentos, a fabricação industrial e a produção de medicamentos para o controle

da saúde humana e animal. Esses compostos e seus derivados, contudo, após sua utilização,

acabam normalmente se dispersando pelo meio ambiente (solo, ar e água), o que pode implicar

em diversas formas de contato com os seres humanos e outras formas de vida. Apesar de

geralmente serem encontrados no ambiente em concentrações baixas, muitos desses compostos,

tais como os desreguladores endócrinos e os fármacos, apresentam riscos à saúde humana.

Devido a isso, nas últimas décadas, tem havido um crescente interesse no estudo dos chamados

microcontaminantes emergentes, principalmente no que se refere ao seu potencial de toxicidade

e acúmulo, no meio ambiente ao longo do tempo (LAPWORTH et al., 2012; SANSON, 2012).

A presença de contaminantes orgânicos nos mananciais de abastecimento é uma

condição cada vez mais comum. Estes são provenientes de diversas fontes, como, por exemplo,

da drenagem de regiões agrícolas e de lançamentos de efluentes nos corpos hídricos (PÁDUA,

2009).

Entre os microcontaminantes orgânicos, encontram-se os chamados de ”compostos de

interesse emergente”, que podem ser substâncias naturais ou sintéticas, encontradas no meio

ambiente em concentrações da ordem de µg L-1 e ng L-1. Fazem parte dessa classe os poluentes

orgânicos persistentes (compostos utilizados em retardantes de chamas, plastificantes, ácidos

perfluorados), os fármacos e produtos de cuidado pessoal (incluem os fármacos de uso humano

com prescrição ou venda livre, bactericidas, protetores solares e fragrâncias), medicamentos

veterinários (antibióticos, antifúngicos e hormônios), perturbadores endócrinos (inclui

hormônios naturais e sintéticos, pesticidas, alquilfenois, etc.) e os nanomateriais (nanotubos de

carbono, dióxido de titânio particulado em nano escala, etc.) (USEPA, 2008; STUART et al.,

2012).

Dentre os contaminantes orgânicos de interesse emergente encontrados em mananciais,

os fármacos são compostos ativos complexos, utilizados para promover efeitos biológicos

específicos sobre os organismos que deles fazem uso (KÜMMERER, 2009). Muitas dessas

drogas são projetadas para atingir vias moleculares específicas em seres humanos e animais.

Dessa forma quando introduzidos no ambiente, poderão afetar os seres vivos que possuem

órgãos-alvo, tecidos, células ou biomoléculas idênticas ou similares ao do organismo que fez

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seu uso (TAMBOSI et al., 2010). Após a sua utilização e administração, esses compostos são

absorvidos, distribuídos, parcialmente metabolizados pelo organismo e em seguida excretados

do corpo (via fezes e urina) em suas formas originais, conjugadas ou como metabólitos

(TAMBOSI, 2008).

Outros contaminantes orgânicos de interesse emergente são substâncias conhecidas

como desreguladores endócrinos (DE), que, por sua vez, são substâncias exógenas que podem

se ligar aos receptores hormonais e imitar a ação de um hormônio, desencadeando diversas

reações bioquímicas semelhantes, ou até mesmo bloquear os receptores hormonais, inibindo ou

mimetizando a função dos hormônios naturais nos seres vivos (USEPA, 1997). Tais substâncias

podem ser de origem natural, a exemplo dos estrogênios, androgênios e fitoestrogênios, ou

sintéticos, como alguns outros compostos químicos utilizados em produtos de limpeza,

pesticidas, plásticos, fármacos, cosméticos, tintas e diversos outros produtos utilizados pela

população. Mesmo existindo diversos tipos de DE, alguns deles se destacam por aparecerem

em maiores concentrações, possuírem diversas fontes de contaminação e também devido à

maior frequência com que são encontrados no meio ambiente, como por exemplo: o estradiol

(E2), o nonilfenol (4-NP) e o etinilestradiol (EE2). A motivação para os estudos referentes aos

DE e fármacos surgiu pela observação da ocorrência de interferências no sistema endócrino de

seres humanos e animais que eram expostos a tais compostos (BRANDT, 2012; SILVA, 2015).

Com relação aos efeitos na saúde humana, há evidências de que essas substâncias podem

causar também alterações no sistema reprodutivo feminino (diferenciação sexual, função dos

ovários, ovários policísticos e endometriose) e masculino (redução na produção de esperma,

infertilidade e alterações nos níveis hormonais da tireóide), malformações no desenvolvimento,

principalmente durante a fase fetal e aumento do risco de câncer (como, por exemplo, o de

mama e o de próstata). Nos animais silvestres, diversos outros problemas são associados à

exposição aos DEs, como a diminuição na eclosão de ovos de pássaros, peixes e tartarugas,

problemas no sistema reprodutivo de répteis, pássaros e mamíferos e, alterações no sistema

imunológico de mamíferos marinhos, que em alguns casos podem conduzir a um declínio da

população (BILA e DEZZOTTI, 2007).

Na cidade de Natal/RN o corpo hídrico utilizado para o abastecimento da zona Sul do

município, a Lagoa do Jiqui, tem como principal tributário o Rio Pitimbu. Este rio, por sua vez,

apresenta diversos problemas ao longo de seu curso referentes, principalmente, à poluição e ao

assoreamento do seu leito principal, em função do uso e ocupação desordenados de sua bacia,

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o que potencializa ainda mais o risco da população dessa região estar sendo exposta aos mais

diversos tipos de substâncias nocivas (VENÂNCIO, 2014).

Tendo em vista a importância do tema, este trabalho se insere num projeto maior,

coordenado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), que busca traçar um diagnóstico

da atual situação dos corpos hídricos de abastecimento, com relação a essas substâncias, nas

cinco regiões do país. Na região Nordeste a cidade de Natal foi a escolhida para realização dessa

avaliação.

Assim, o objetivo principal do presente estudo é analisar a ocorrência de desreguladores

endócrinos e fármacos na água do manancial (Lagoa do Jiqui) e nas unidades de tratamento

(água de lavagem de filtros, água filtrada e água final tratada) da ETA do Jiqui, que abastece

parte das Zonas Sul, Leste e Oeste de Natal/RN.

2.REVISÃO DA LITERATURA

2.1 FÁRMACOS

Anti-inflamatórios

Os anti-inflamatórios não hormonais (AINH) estão entre os compostos fármacos mais

utilizados pela população. Tal classe de compostos é constituído de um ou mais anéis

aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional. São ácidos orgânicos fracos com

atuação principal nos tecidos inflamados e que se ligam, significativamente, à albumina

plasmática (CHAHADE et al., 2008).

Neste trabalho serão analisados o Paracetamol (figura 1), o Ibuprofeno (figura 2), o

Naproxeno (figura 3) e o Diclofenaco (figura 4). Tais medicamentos tem uso

recomendado principalmente no tratamento de inflamações, edema e dor, osteoartrites,

distúrbios músculo-esqueléticos e artrite reumatoide (BATLOUNI ,2010; ARAÚJO et

al. 2005).

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Figura 1: estrutura química do paracetamol

Figura 2: estrutura química do ibuprofeno.

Figura 3: estrutura química do naproxeno.

Figura 4: estrutura química do diclofenaco sódico.

As estações de tratamento de efluentes (ETEs) são consideradas como uma das

principais fontes de contaminação por fármacos em mananciais. Num estudo realizado

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por Fortunato (2014) verificou-se a ocorrência dos fármacos diclofenaco, ibuprofeno e

paracetamol, nos afluentes e nos efluentes de diversas ETEs de Portugal. Para os

efluentes se destacou o Ibuprofeno que apresentou a concentração mais elevada (0,995

µg/L), seguido do paracetamol (0,530 µg/L) e do diclofenaco (0,0901 µg/L).

Reguladores Lipídicos

Os compostos fármacos conhecidos como reguladores lipídicos são substâncias

indicadas para regulação dos níveis de triglicérides e colesterol, além serem utilizadas

no tratamento de doenças coronarianas e infarto do miocárdio. A genfibrozila faz parte

dessa classe e tem estrutura química representada pela figura 5. Em estudo realizado por

Barreto et al. (2018) foi mostrado que a exposição a curto prazo a uma concentração

ambientalmente relevante desse composto (1,5 μg L −1 ) induziu a alterações

comportamentais e danos oxidativos no fígado do peixe marinho Sparus aurata.

Figura 5: estrutura química da genfibrozila.

2.2 DESREGULADORES ENDÓCRINOS

Estrogênios

São Hormônios sexuais, ligados ao desenvolvimento de características femininas e ao

controle da ovulação na mulher. Tais substâncias são naturalmente produzidas pelos

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organismos ou sintetizadas industrialmente (LOPES et al. 2010). Os estrogênios

naturais (estriol, estradiol e estrona) e o sintético etinilestradiol, utilizado como método

contraceptivo e em terapias de reposição hormonal, são considerados os mais

preocupantes devido a sua potência e a contínua quantidade que é introduzida no meio

ambiente (REIS FILHO et al. 2006). As estruturas químicas de tais substâncias podem

ser observadas nas imagens 6 a 9.

Figura 6: estrutura química do estriol.

Figura 7: estrutura química do estradiol.

Figura 8: estrutura química da estrona.

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Figura 9: estrututa química do etinilestradiol.

Alquifenóis

Os alquifenóis e seus etoxilados, fazem parte da classe dos xenoestrogênios, que são

substâncias produzidas para utilização na agricultura, indústria e bens de consumo

capazes de alterar o funcionamento do sistema endócrino (GHISELLI e JARDIM,

2007). Podem ser encontrados no meio ambiente devido a utilização de produtos para

uso doméstico e industrial, como pesticidas e também através do descarte inadequado

de efluentes. Tais compostos tem seus produtos de degradação, o nonilfenol (figura 10)

e o octilfenol (figura 11), apontados como potenciais desreguladores endócrinos

(FRANCO, 2013).

Figura 10: estrutura química do 4-nonilfenol.

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Figura 11: estrutura química do 4-octilfenol

Bisfenol A

Outro composto pertencente à classe dos xenoestrogênios é o Bisfenol A (BPA) (figura

12), uma das substâncias mais produzidos e utilizados no mundo para uma infinidade

de produtos, como: embalagens de bebidas e alimentos, componentes eletrônicos,

adesivos, materiais de construção e aditivo em outros materiais plásticos. Essa

substância pode se ligar a vários tipos de receptores, incluindo receptores estrogênicos

e androgênicos (MICHAŁOWICZ, 2014). As moléculas de BPA polimerizadas são

ligadas por ligações éster que estão sujeitas a hidrólise quando expostas a altas

temperaturas e a substâncias ácidas ou básicas. Estudos apontam que esse composto

pode a partir de plásticos de policarbonato, resinas epóxi e outros produtos que ficam

em contato com bebidas e alimentos, serem lixiviados sendo consumidos por quem o

fez uso (RUBIN, 2011).

Figura 12: estrutura química do bisfenol A.

3.MATERIAL E MÉTODOS

3.1 LOCAL DE ESTUDO

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A lagoa do Jiqui, localiza-se no município de Parnamirim próximo ao limite da zona sul de

Natal, possui uma área de 15,25 ha e um volume acumulado de 466.093 m3

. Esse manancial

encontra-se inserido na bacia hidrográfica do Rio Pirangi. Tal corpo hídrico recebe

contribuições do Rio Pitimbu (o qual possui uma bacia de 98 km²) que drena a lagoa indo

desaguar no Rio Pirangi. Além da contribuição do Rio Pitimbu (figura 13) a lagoa também é

alimentada por água do lençol subterrâneo. Desde o início dos anos 60, a mesma é utilizada

como manancial para abastecimento público município de Natal-RN (SANTOS & LUCENA,

2003). O abastecimento de água à população das Zonas Sul, Leste e Oeste de Natal/RN é

realizado 30%, aproximadamente, pela referida lagoa e 70%, aproximadamente, através da

exploração de uma bateria de poços tubulares (CAERN, 2018).

Figura 13: Bacia hidrográfica do Rio Pitimbu. Fonte: SUDENE apud Da Silva et al. 2007.

Antes de ser distribuída à população, a água captada na lagoa passa pela estação de

tratamento de água do Jiqui, que é do tipo filtração direta em linha (coagulação seguida de

filtração rápida descendente) com pré-cloração, como apresentado no fluxograma (figura 14).

Tal tecnologia era compatível com a água bruta a ser tratada na época de sua concepção, porém,

atualmente, já não apresenta um desempenho satisfatório, exigindo um maior consumo de

produtos químicos e água de lavagem dos filtros. Tal fato, deve-se, principalmente, ao

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progressivo uso e ocupação desordenados ao longo da bacia e nas margens Rio Pitimbu, que é

o principal tributário da lagoa do Jiqui, por industrias, habitações, atividades agrícolas que,

muitas vezes, têm seus efluentes lançados ao longo do curso d’água sem nenhum tipo de

tratamento, além da poluição difusa devido ao escoamento superficial (SENA, 2008).

Figura 14: fluxograma ETA do Jiqui.

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Para verificar a ocorrência e monitorar a concentração dos contaminantes analisados,

visando correlacionar a uma possível diminuição da concentração ao longo do tratamento de

água na ETA, foram realizadas duas campanhas com coletas de amostras em quatro pontos: (1)

na água bruta da Lagoa do Jiqui (JAB); (2) na água tratada pela ETA do Jiqui (JAT); (3) na

água filtrada (JAF) e (4) na água de lavagem do filtro (JLF).

A extração dos analitos das amostras foi realizada na Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (UFRN), no Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (LHARISA).

Já os procedimentos de eluição, derivatização e a detecção, por cromatografia gasosa com

detecção por espectrometria de massas, foram feitos na Universidade Federal de Ouro Preto

(UFOP), em Minas Gerais.

Os compostos analisados em cada amostra coletada foram: Estrógenos: Estradiol (E2),

etinilestradiol (EE2), Estrona (E1) e Estriol (E3); Xenoestrogênos: 4-Nonilfenol (4NF), 4-

Octilfenol (4OF) e Bisfenol A (BPA); e Fármacos: ibuprofeno (IBP), paracetamol (PCT),

genfibrozila (GEN), naproxeno (NPX), diclofenaco (DCF).

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15

3.3 PREPARO DAS VIDRARIAS

Para garantir o baixo índice de contaminação nas amostras o trabalho foi desenvolvido

com técnicas que buscaram minimizar possíveis interferências não desejadas. Antes de iniciar

o procedimento de coleta na ETA foi realizado o preparo das vidrarias começando com um

enxague com água corrente seguido da lavagem com detergente extram® diluído e enxague

com água em abundância e um último enxague com água destilada. Após esse procedimento o

material foi mantido imerso por 24 h em solução de ácido nítrico 20% e, em seguida, enxaguada

com água destilada (2 vezes) e com água ultra-pura (1 vez) para garantir que todo o ácido foi

eliminado. Após secarem naturalmente em uma bancada limpa, as vidrarias foram protegidas

com papel alumínio e guardadas em local apropriado até a sua utilização.

3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA E PREPARO DA AMOSTRA

Foram feitas duas coletas de amostras compostas na estação de tratamento de água do

Jiqui. Para isso, foram coletados 85 ml de água a cada duas horas começando sempre às 8h da

manhã. Para as coletas no período da noite houve a colaboração dos operadores da estação que

fizeram a coleta em frascos de 250 ml tipo âmbar, para facilitar o processo e garantir que seria

obtida a quantidade exata, a parcela utilizada de cada frasco na amostra composta foi medida

posteriormente no laboratório.

Esse procedimento foi realizado em três pontos de coleta (água bruta, água filtrada e

água tratada). Também foram realizadas coletas da água de lavagem do filtro, em que foram

coletados 200 ml a cada 1 minuto, já que o tempo de lavagem do mesmo era de

aproximadamente 5 minutos, completando 1 L de amostra no total. Todas as amostras foram

mantidas sob refrigeração e preservadas em frascos que continham metanol na concentração de

5 ml/L, na amostra coletada na saída da ETA também foi adicionado tiossulfato de sódio na

relação mássica de 1:1 com o cloro para que o mesmo fosse neutralizado.

Após a coleta e mistura de todas as frações de 85 ml foi obtido, para cada dia de coleta,

quatro amostras compostas de aproximadamente 1L cada. Em seguida foi feita a etapa de

filtração para a remoção de sólidos suspensos e para evitar o entupimento dos cartuchos na

etapa de extração. Para a filtração foram utilizados papéis de filtro de acetato de celulose, faixa

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branca (24 μm) e faixa azul (8 μm), respectivamente, seguidos por filtros de fibra de vidro (1,2

μm) - todo sistema e recipientes utilizados foram de vidro.

As amostras foram mantidas sob refrigeração (4°C) até o ajuste de pH, quelação de

metais por adição de EDTA e extração dos compostos em estudo. O ajuste de pH para 2,0 ± 0,2

foi realizado com solução de ácido clorídrico HCl 50 % v/v e medidor de pH. Em seguida, foi

acrescentado 500 mg/L de ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) em cada amostra, que

permaneceu em repouso (com agitação suave a cada 20 min) por uma hora para a quelação dos

metais eventualmente presentes na amostra (SANSON, 2012).

3.5 PROCEDIMENTO DE EXTRAÇÃO

A técnica de extração selecionada para o estudo é a extração em fase sólida (solid phase

extraction - SPE). O aparato utilizado para SPE (figura 15), foi desenvolvido por Sanson et al.

(2014) e utiliza pressão positiva de nitrogênio para a extração em grandes volumes de amostras

aquosas, o que permite uma menor contaminação das mesmas por necessitar de menor

manipulação.

Figura 15: Aparato para extração em fase sólida de amostras de grandes volumes utilizando pressão positiva. Fonte: Sanson et al. (2014).

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Para a extração foram utilizados cartuchos Strata X (Phenomenex®) 500mg/ 6mL. O

preparo dos cartuchos foi realizado com 5 mL de acetronitrila, seguidos de 5 mL de metanol e

5 mL de água ultrapura, esta etapa foi feita com o auxílio de uma seringa, com o cuidado para

que os solventes e amostra sempre passassem por gotejamento e com atenção para não permitir

que o leito do cartucho secasse.

Antes de posicionar o frasco na amostra no aparato extrator, foi realizada a limpeza do

aparato com aproximadamente 10 mL de metanol, seguidos de 10 mL de água ultrapura. Em

seguida foi posicionado no aparato de extração o frasco com 1000 mL da amostra, previamente

preparada.

A amostra foi passada pelo cartucho com uma vazão de aproximadamente 5 mL/min (~

20 gotas/min), após a passagem de toda amostra pelo cartucho, com o cartucho ainda acoplado

ao aparato de extração, foi feita a secagem dos mesmos com a passagem de fluxo de nitrogênio

por aproximadamente 10 min.

Em seguida, os cartuchos foram devidamente identificados, envoltos com papel alumínio e

acondicionados sob refrigeração (-20°C) até o momento do envio a UFOP onde foram

realizadas as etapas de eluição dos analitos, derivatização otimizada e a detecção dos compostos

por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS) segundo metodologia

descrita em Sanson (2012).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os micropoluentes de interesse emergente analisados no trabalho, apenas

quatro compostos foram detectados: 4-Octilfenol (4OF), genfibrozila (GEN), Bisfenol A (BPA)

e o Estriol (E3). Como pode ser observado nos gráficos (figuras 16 e 17) a genfibrozila foi o

contaminante a apresentou maiores concentrações e frequência de ocorrência entre os pontos

coletados, chegando ao valor máximo de 96,1 ng/L na água de lavagem do filtro da campanha

2.

Page 21: RENATA NOBERTO TAVARES - repositorio.ufrn.br

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Figura 16: dados obtidos na campanha 1, realizada em 07/12/2017. Água bruta da Lagoa do Jiqui (JAB); água tratada pela ETA do Jiqui (JAT); água filtrada (JAF) e água de lavagem do filtro (JLF).

Figura 17: dados obtidos na campanha 2, realizada em 24/01/2018. Água bruta da Lagoa do Jiqui (2JAB); água tratada pela ETA do Jiqui (2JAT); água filtrada (2JAF) e água de lavagem do filtro (2JLF).

A partir dos resultados obtidos não foi possível obter nenhuma relação entre a

concentração dos compostos e a eficiência na remoção através da tecnologia de tratamento

adotada na ETA, já que a concentração desses poluentes não apresentou uma diminuição com

a melhora da qualidade da água. Esse comportamento ocorreu provavelmente devido à baixa

amostragem feita no trabalho.

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ação

em

ng/

L

Campanha 2

2JLF 2JAB 2JAF 2JAT

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Comparando os resultados obtidos com outras regiões do país (tabela 1) podemos

perceber que os valores ficaram, em sua maioria, abaixo dos encontrados. Apenas para um valor

do 4-Octilfenol (21,6 ng/L) e os valores da campanha 2 da genfibrozila que ficaram na faixa de

concentração encontrada na água superficial da bacia do Rio Doce-MG.

Tabela 1: comparação dos resultados obtidos com outras regiões do país.

Substância Concentração

encontrada

neste

trabalho

Local de ocorrência Concentração Referência

4-Octilfenol

(4OF)

3,5 a 21,6 ng/L água superficial

Ribeirão das

Cruzes/Araraquara

(SP)

318 e 1.470

ng/L

(FRANCO, 2013)

água superficial da

bacia do Rio Doce-MG

7,9 a 29,8 ng/L (RODRIGUES,

2012)

genfibrozila

(GEN)

4,3 a 96,1 ng/L água superficial da

bacia do Rio Doce-MG

35,6 a 203,0

ng/L

(RODRIGUES,

2012)

Bisfenol A

(BPA)

1,9 e 25,7 ng/L São José do Rio Preto-

SP ETA Palácio das

Águas (água bruta)

37 a 88 ng/L (PESCARA,

2014)

água superficial da

bacia do Rio Doce-MG

63,7 a 694,5

ng/L

(RODRIGUES,

2012)

Estriol (E3) 5,9 ng/L Região estuarina de

Santos/São Vicente-SP

10 a 354 ng/L (GONÇALVES,

2016)

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5. CONCLUSÕES

Dentre os doze micropoluentes de interesse emergente analisados no trabalho, quatro

foram encontrados nas amostras estudadas, e foram: 4-Octilfenol (4OF), genfibrozila

(GEN), Bisfenol A (BPA) e o Estriol (E3).

Não foi possível obter uma informação sobre a eficiência da tecnologia da ETA nas

concentrações desses micropoluentes devido à baixa amostragem realizada no trabalho.

O projeto de monitoramento desses compostos terá continuidade e contará com a

execução de mais 10 campanhas ao longo do ano.

Os resultados encontrados, se comparados a alguns trabalhos realizados em outras

regiões do Brasil, apresentaram concentrações inferiores, em sua maioria, aquelas

reportadas na literatura.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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