repertorio gaucho

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A vida do pescador C Dm Vou fazer o meu ranchinho na beira do rio só pra mim pescar G7 C Pra fugir do barulhão da cidade grande pra não estressar C7 F La eu fico a vontade jogo um farelinho pra cevar o poço C G7 C Até esqueço que no banco eu to atolado até o pescoço C7 F G C Am Dm G7 C Ai como é difícil a vida do pescador de noite ele enrosca o anzor na gaiada da taboca F C G7 C De dia ele queima no sor dando banho na minhoca C Dm Levanto de madrugada pego a minha enxada e começo a cavar G7 C Mais é pra rancar minhoca pra fisgar uns bagres pra nois armoçar C7 F Depois ranco umas mandiocas e jogo na água pelas estragar C G7 C Pra cevar peixe graúdo eu faço de tudo pra não trabalhar (refrão) C Dm Vou chamar o Anizião um caboco bão pra tarrafiar G7 C Ele da uma tarrafiada que precisa quatro pra poder puxa C7 F Dias desses la no corgo ele apichou a sua tarrafinha C G7 C Pegou cinco jiripoca uma onça parda e dezoito galinha (refrão) 1

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Varias musicas de repertorio de cifras, para musicas gauchas, e brasileiras, da cultura tradicionalista gauca.

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Page 1: Repertorio Gaucho

A vida do pescadorC DmVou fazer o meu ranchinho na beira do rio só pra mim pescar G7 CPra fugir do barulhão da cidade grande pra não estressar C7 FLa eu fico a vontade jogo um farelinho pra cevar o poço C G7 CAté esqueço que no banco eu to atolado até o pescoço

C7 F G C Am Dm G7 CAi como é difícil a vida do pescador de noite ele enrosca o anzor na gaiada da taboca F C G7 CDe dia ele queima no sor dando banho na minhoca

C DmLevanto de madrugada pego a minha enxada e começo a cavar G7 CMais é pra rancar minhoca pra fisgar uns bagres pra nois armoçar C7 FDepois ranco umas mandiocas e jogo na água pelas estragar C G7 CPra cevar peixe graúdo eu faço de tudo pra não trabalhar

(refrão)

C DmVou chamar o Anizião um caboco bão pra tarrafiar G7 CEle da uma tarrafiada que precisa quatro pra poder puxa C7 FDias desses la no corgo ele apichou a sua tarrafinha C G7 CPegou cinco jiripoca uma onça parda e dezoito galinha

(refrão)

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Page 2: Repertorio Gaucho

C DmTudo aqui no meu ranchinho é bem simplesinho eu falar pro "ceis" G7 CÉ um farturão danado nois pega dourado e sorta outra vez C7 FA pexaiana miúda nois tem uma vara que é pra comparar C G7 CSe não der um metro e meio nois sorta os bichinho preles miora

(refrão)

C DmQuando vai escurecendo nois vorta pro rancho é hora de jantar G7 CUm arroz com cambuquira um franquinho caipira que é pra variar C7 FDepois nois ferra no truco joga umas partidas que é pra relaxar C G7 CAi nois vai dormir tranqüilo pra no outro dia nois vorta pescar.

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Page 3: Repertorio Gaucho

Santuário de Xúcros B7 E Assim começa o surungo mesclando fumaça e poeira B7 E Porta do quarto entupida e a mulherada em fileira B7 E Branca morena e mulata casada viúva e solteira B7 E Loucas pra coçar o garrão num manquejar de vaneira

B7 E E nisso se ouve um grito indiada vocês me "ouça" B7 E Dá uma folguita pros velho e saiam de riba das moça

B7 E Feito de cinza e cupim no chão batido da sala B7 E Piso bom igual aquele granfino nenhum iguala B7 E Santuário da tradição da xucra raça baguala B7 E Parede de pau-a-pique guincha furada de bala B7 E E assim num torcer de queixo se guasqueia um contrapasso B7 E Desses de torrar badana numa tarde de mormaço B7 E E o chinaredo se gruda igual pepino no baraço B7 E Vão empurrando as paletas e retovando os espinhaço B7 E E quando o zóio da lua vem me bombear nesse rancho B7 E Na cordeona duas falas numa vaneira eu remancho B7 E Raiz de cerne pampeano o qual o tronco eu me arrancho B7 E No lombo do verso xucro com capricho eu me esgancho B7 E A meia noite uma polca pra damas pra um arremate B7 E Pra ver quem gosta de quem e o verso faz o combate B7 E Depois vão lá pra cozinha pra descansar o alcatre B7 E Pra comer feijão e mexido e guerrudo com chá de mate

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Page 4: Repertorio Gaucho

Vou Beber Veneno Gino e Geno (TOM MI )

Refrão

Eu vou beber veneno, porque ela não me querEu vou beber veneno, cerveja com caféCerveja eu bebo a noite e café de manhã cedoOs dois ao mesmo tempo Deus me livre eu tenho medo (2x)

O homem quando leva um fora da mulherFica desnorteado morrer logo ele querA mulher que eu amo hoje me deu um foraEu decidi morrer só não vai ser agora

Refrão (1x)

O homem quando perdi o amor da sua vidaSó pensa em morrer mete a cara na bebidaA mulher que eu amo largou meu coraçãoEu decidi morrer mais não é hoje não

Refrão (1x)

O homem quando fica sem amor e sem carinhoSó pensa em morrer não quer ficar sozinhoA mulher que eu amo hoje está me deixandoEu decidi morrer mas só Deus sabe quando

Refrão (1x)

O homem quando fica sem amor e sem carinhoSó pensa em morrer não quer ficar sozinhoA mulher que eu amo hoje está me deixandoEu decidi morrer mas só Deus sabe quando

Refrão (1x)

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Page 5: Repertorio Gaucho

Sonhando Na Vaneira Os Monarcas

C7 FHoje é dia de surungo lá no rancho da tia Nena C7 FJá passei água de cheiro e glostora nas melenas C7 FChego a trote bem garboso arrastando minhas esporas Dm C7 Bb C7No corcovear da vaneira vou bailar a noite inteira FAté o romper da aurora

Dm C7 F(Quando eu entro num surungo minh'alma fica serena C7 FMe sinto dono do mundo bailando com esta morena C7 FMe sinto dono do mundo bailando com esta morena)

C7 FMorena minha morena dos lábios cor de pitanga C7 FAi não tem mamãe não deixa ai não tem papai se zanga C7 FSou vivente da campanha meu mundo não tem assombro Dm C7 Bb C7Embora o teu pai não queira no embalo da vaneira FTu vai sonhar no meu ombro

C7 FGaiteiro velho gaiteiro não deixa a gaita parar C7 FQue a morena no meu ombro já começou a sonhar C7 FQuando a coisa fica loa a noite morre pequena Dm C7 Bb C7Juro por toda a minha gente nunca vi poncho mais quente FQue os braços desta morena

C7 FO galo cantou mais cedo calou-se a gaita manheira C7 FAcabou-se o mundo bonito sonhado nesta vaneira C7 FTá na hora vamo embora grita tia lê lá na sala Dm C7 Bb C7Saio arrastando a chilena e o perfume da morena FLevo nas franjas do pala

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Page 6: Repertorio Gaucho

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Page 7: Repertorio Gaucho

Serrano Cantor Os Serranos

A7Nasci com o dom de tocar e cantar as belezas do pago que o Rio Grande tem DNão sou dos melhores e não sou dos piores, com a gaita na mão eu me defendo bem Am D7 GNas minhas andanças, da serra fronteira, floreio a rancheira, o chote e o vaneirão D A7 D D7O canto que toco e o toque que canto é a alma serrana com cheiro de chão Bis

A7Sonhei ser gaiteiro do pago altaneiro, até que um dia, um disco gravei DDeixei a minha terra de cima da serra e na capital o ideal encontrei Am D7 GSou sempre o que eu era e sou o que sou, quem me incentivou, um amigo aqui tem G D A7 D D7Eu quero abraçar os colegas que tenho, do nada que eu venho eles vieram também Bis

A7Eu peço à minha prenda, pra que me compreenda, o tempo escasso que tenho a dispor DPor viver na estrada tocando e cantando agradeço a Deus por esse louvor Am7 D7 GE hoje em dia é uma alegria, tocar o que sei, sem receio ou temor D A7 D D7E com igualdade, fazendo amizade, eu sou na verdade o serrano cantor Bis

A7Não tenho inimigos e os meus amigos comigo partilham o sucesso que faço DNa força do braço enfrento as noitadas e nas madrugadas suporto o cansaço Am7 D7 GE sempre sorrindo, entendo que é lindo, tocar para o povo e com ele cantar D A7 D D7Em qualquer lugar de noite ou de dia, quem me prestigia, alegria vou dar Bis

Mm

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Page 8: Repertorio Gaucho

De Chão Batido Os Serranos

B7

Em xucras bailantas de fundo de campo EO fole e tranco vão acolherados B7O índio bombeia pro taco da bota EE o destino galopa num sonho aporreado

B7Polvadeira levanta entre o sarandeio EE é lindo o rodeio de chinas bonitas A B7Quem tem lida dura e a idéia madura ECom trago de pura a alma palpita

E B7 E(Atávico surungo de chão batido B7 EXucrismo curtido na tarca do tempo A ERefaz invernadas de ânsias perdidas B7 Ee encilha a vida no lombo do vento.)

B7Faz parte do mundo do homem campeiro EDançar altaneiro no fim de semana B7O gaúcho se arrima nos braços da china EE cutuca a sina com um trago de cana

B7Basta estar num fandango do nosso Rio Grande EPra ver que se expande esse elo gaúcho A B7Esta pura verdade que não tem idade EÉ a nossa identidade agüentando o repuxo

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Page 9: Repertorio Gaucho

Brasil de Bombacha - Os Monarcas

D GApós muito tempo guardando os limites do sul do Brasil A G A DO gaúcho migrou para o norte e do norte mudou o perfil D7 GDeixou para trás a campanha e a beleza dos campos dobrados A G A DE se foi a buscar nova vida numa terra de mato fechado

Bm F#m G D(Este é o Brasil de bombacha, é a saga da raça guerreira Em D A DNos fundões dessa pátria se acha um gaúcho abrindo fronteiras)2X

(solo)Bm F#m G D Em D A D

D GSó quem parte é que sabe da dor, de deixar o seu pago e sua gente A G A DAs lembranças rebrotan ao redor só o forte consegue ir em frente GNos persuelos vão laços de afeto e a honra de ser o que são A G A DOs centauros das bandas do sul, povo guapo criado em galpão

(intro)

D GAo chegar no torrão do seu gosto vão semeando alegria e respeito A G A DO trabalho em seguida da fruto e o fruto é um consolo pro peito GMate quente ou mate gelado, chimarrão ou tererê A G A DOs costumes vão sendo mesclados num país com sotaque de tchê (2X)

D GQuando bate a saudade daninha nos gaudérios tão longe de casa A G A DA cordeona resmunga num rancho e o churrasco respinga na brasa GNo alicerce de algum CTG o Rio Grande campeiro floresce A G A DAos gaúchos de alma pioneira comovido o Brasil agradece (3X)

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Page 10: Repertorio Gaucho

Cambichos -- Os Serranos

E B7Quando escaramuça no meu peito uma saudade G#7 C#mAgarro as garras pra encilhar meu estradeiro B7 EE enquanto a tarde já se apaga pelos cerros B7 EMinh'alma acende suas paixões e seus segredos

F# BDepois a noite trás a lua leve e calma F#m B7 EEstes banhados erguem vozes e cochichos B7 EEu abro as asas onduladas do meu pala B7 EPorque me bate a sede louca dos cambichos

C#m(Tiranas lindas que me arrastam pra um surungo C#7 F#mNum fim de mundo onde geme uma cordeona B7 EOnde se embala minha alma de campeiro B7 EPelos luzeiros das miradas querendonas)Int. B7Gringas mestiças e morenas cor de aurora G#7 C#mNegras e claras se confundem na fumaça B7 EMeu coração é um barco errante nessas horas B7 EPassando a noite sem saber que a noite passa

F# BMas quando o sol braseia as barras do horizontes F#m B7 ESó restam rumos e recuerdos pra seguir B7 EPorém mais vale pra um gaudério esta saudade B7 EDo que não ter saudade alguma pra sentir

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Page 11: Repertorio Gaucho

Nossa Vanera -- Os Serranos

E B7É na vanera que eu vou pra sala EE sapateio na madrugada B7Sou da fronteira nasci campeiro ESou bom de dança sou fandangueiro

B7 E(Esta vaneira tem o jeitão dessa terra B7 ETem a ginga da morena nas manhãs de pimavera) (2x)

(intro) B7Eu sou o canto da siriema ENos dias quentes do meu estado B7Eu sou a noite de lua cheia EEu sou o estouro xucro do gado

B7Eu sou o berro do boi brasino EEu sou o tronco la da mangueira B7Eu sou canto do galo indio EEu sou gaucho a vida inteira

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Page 12: Repertorio Gaucho

FANDANGO DA DORALICE

Eu vou dançar, fandango de galpãoCoisa melhor que tem pra alegrar o coraçãoO fandango só fica animado quando sai a DoraliceVai todo mundo pra sala parado ninguém resiste

Vou convidar uma morena faceiraDessas dançadeiras que a gente notaPara dançar comigo a noite inteiraPra tirar a poeira da sola da bota

Esse é o fandango bom vai até de madrugadaSó pra fazer a chinoca ficar meio apaixonadaE nós saímos cantando levantando o pó da estrada

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Page 13: Repertorio Gaucho

CANCIONEIRO DAS COXILHAS

Quando eu saio a cavalo, montado no meu baio, cortando as coxilhas, eu não acho atrapalho,com a gaita na garupa, pois eu a sempre tenho, vou dizendo que saio, só não sei é quando venho.

Atravesso as canhadas, só na marcha troteada,e numa boa sombra, eu faço a sesteada,eu abro a minha gaita, e dou uma tocada,de coxilha em coxilha, só se ouve a toada.

E quando é de tardinha, que o sol já vai entrando,na casa de um fazendeiro, eu vou me aproximando,com licença moçada, de longe eu vou gritando,É o cancioneiro das coxilhas, que aqui ai vais chegando.

E quando os galos cantam, no romper da madrugada,lidando na mangueira, junto com a peonada,tomando um bom amargo, no baio eu jogo a encilha,e alegre se despede, o cancioneiro das coxilhas.

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Page 14: Repertorio Gaucho

Criado Em Galpão -- Os Serranos (TOM RÉ ou DÓ)

Nasci na pampa azulada e da minha terra eu sou peãoEstampa de índio campeiro que foi criado em galpãoGosto do cheiro do campo e do sabor do chimarrãoE de dobrar boi brabo a pealo nos dias de marcação

RefrãoGosto de fazer um potro se cortar na minha chilenaPra sentir o sopro do vento esparramando a melenaPra sentir o sopro do vento esparramando a melena

Meu sistema de gaúcho é mais ou menos assimUso um tirador de pardo arrastando no capimUso uma bombacha larga com feitio do melhor panoE um trinta ao correr da perna com palmo e meio de cano

(Refrão)

Crinudo que sacode arreio engancho só na paletaPois as esporas que eu uso tem veneno na rosetaTenho um preparo de doma trançado com perfeiçãoPra fazer qualquer ventena saber que é este peão

(Refrão)

O dia em que eu não puder agüentar mais o repuxoTalvez o rio grande diga lá se foi mais um gaúchoMas enquanto eu tiver força laço domo e tranço ferroE na invernada do mundo mais um rodeio eu encerro

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Page 15: Repertorio Gaucho

Baile Na Serra --- Os Bertussi (TOM MI)

Pego na gaita e canto essa melodiaMe lembrando de um baile que eu fui a poucos diasFoi lá na serra em casa do Mané RomãoE eu tinha um companheiro que era o meu irmão

E o gaiteiro um gaúcho resolvidoNa gaita deu um tinido e já começou a tocarTocou um xote pra dançar afiguradoE dos seus versinho rimado já começou a cantar

E uma morena do corpo enfeitiçadoDeu uma olhada pro meu lado e já com ela eu fui dançarE o meu irmão com uma moça de encarnadoSaiu dançando apertado, coisa de se invejar

Com a morena sai falando baixinhoDevagar e bonitinho e o namoro se arrumouMas meu irmão com a moça de encarnado saiu muito apertadoe o pai dela não gostou

E a meia-noite deu uma briga lá num cantoQuebraram uns três, quatro bancos por causa do meu irmãoDe madrugada se acharam novamenteFedeu a pau e porrete, e a revolver e a facão

Eu sou um qüera que gosto de reboliçoJá me meti no enguiço só pra vê o que ia darMe apertaram, me cercaram em cinco ou seisDei uns tombo nuns dois, três e não puderam me cortar

O meu irmão índio mal de pensamentoArranco das ferramenta e muita gente ele cortouE assim foi até clariar o diaPois ninguém mais se entendia até que o baile se acabou

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Page 16: Repertorio Gaucho

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