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REPETRO x EX-TARIFÁRIOS Estudo de vantagens tributárias Marina Soares Marinho HV&M advogados

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Apresentação sobre os tributos aduaneiros suspensos pelo regime do REPETRO e comentários acerca do Ex-tarifário.

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Page 1: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

REPETRO x EX-TARIFÁRIOS

Estudo de vantagens tributárias

Marina Soares Marinho

HV&M advogados associados

Page 2: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

REPETRO – Regime Especial de Importação e Exportação de bens destinado à Pesquisa e Lavra de Petróleo e Gás Natural

Objetivo: Incentivar o ingresso no Brasil de ativos estrangeiros com suspensão ou isenção de tributos, bem como a indústria nacional a fornecer e participar deste mercado.

- Extensão dos benefícios do Regime de Admissão Temporária, utilizado pelos industriais estrangeiros na importação de equipamentos empregados nas atividades de E&P devido aos seus impostos suspensos – os fabricantes nacionais que, arcando com o IPI e o ICMS, acabavam por atuar em posição de desvantagem.

Page 3: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

Histórico 1995 – EC 09 Determinava a contratação, pelo Estado, de companhias

estatais ou privadas para atividades de E&P. Tal seria regulamentado por lei posterior.

1997 – Lei 9.478Quebra do monopólio da estatal Petróleo Brasileiro S.A –

Petrobras, cria a ANP – Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis, bem como o Conselho Nacional de Política Energética, CNPE.

1999 – REPETROCriado a partir do Decreto 3.161, sendo atualmente regido

pelo Decreto 6.759/09, o Regulamento Aduaneiro (RA)

Page 4: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

Tributação

O REPETRO permite a importação de equipamentos específicos, para serem utilizados diretamente nas atividades de pesquisa e lavra das jazidas, sem a incidência dos tributos federais – II, IPI, PIS e COFINS, além do adicional de frete da marinha mercante, AFRMM.

A exigibilidade dos referidos tributos permanecerão suspensas pelo seu período de utilização no regime.

Os benefícios relativos ao ICMS ficam a cargo dos Estados e Distrito Federal, de acordo, atualmente, com o Convênio ICMS 130/07.

Page 5: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

Aplicação: Exportação, com saída ficta do território nacional e

posterior aplicação do regime de admissão temporária, no caso de bem constante da relação da SRF, de fabricação nacional, vendido a pessoa sediada no exterior.

Exportação, com saída ficta do território nacional, de partes e peças de reposição destinadas aos bens da relação da SRF, bem como máquinas e equipamentos sobressalentes, já submetidos ao regime aduaneiro especial de admissão temporária.

Importação, sob o benefício de drawback na modalidade de suspensão do pagamento dos impostos incidentes, de matérias-primas, produtos semi-elaborados ou acabados e de partes ou peças, utilizados na fabricação dos bens constantes da relação da SRF ou sobressalentes.

Page 6: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

Bens que poderão ser submetidos ao REPETRO IN 844/08

Embarcações destinadas às atividades de pesquisa e produção das jazidas de petróleo ou gás natural e as destinadas ao apoio e estocagem nas referidas atividades.

Máquinas, aparelhos, instrumentos, ferramentas e equipamentos destinados às atividades de pesquisa e produção das jazidas de petróleo ou gás natural.

Plataformas de perfuração e produção de petróleo ou gás natural, bem como as destinadas ao apoio nas referidas atividades.

Veículos automóveis montados com máquinas, aparelhos, instrumentos, ferramentas e equipamentos destinados às atividades de pesquisa e produção das jazidas de petróleo ou gás natural.

Estruturas especialmente concebidas para suportar plataformas.

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Habilitação IN 844/08 Pessoa jurídica detentora de concessão ou autorização, nos

termos da Lei 9.478/97, para exercer, no País, as atividades de pesquisa ou lavra (E&P) de jazidas.

Pessoa jurídica contratada pela detentora da concessão ou autorização, em afretamento por tempo ou para a prestação de serviços destinados à execução das atividades objeto da concessão ou autorização, bem como as suas subcontratadas.

É requisito para a habilitação a apresentação de sistema próprio de controle contábil informatizado que possibilite o acompanhamento da aplicação do Regime, bem como da utilização dos bens na atividade para a qual foram admitidos (art. 6º).

A habilitação será outorgada pelo Superintendente da Receita Federal do Brasil da região fiscal onde se localiza o domicílio da matriz do interessado, por meio de Ato Declaratório Executivo (ADE) e terá prazo de duração igual ao do contrato de concessão, autorização ou relacionado à prestação de serviços.

Page 8: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

Sanções aplicadas IN 844/08

Advertência Suspensão da habilitação Cancelamento da habilitação

Art. 34

Page 9: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

Vigência do Regime De acordo com o art. 376 do Decreto 6.759/09, não

estão sujeitos ao pagamento dos impostos federais, da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, os bens bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e de gás natural até 31 de dezembro de 2020.

Page 10: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

Comentários finais Aplicam-se também, no que couber, as normas previstas

para o regime de admissão temporária, as normas de drawback e as determinações sobre destinatários de exportação ficta.

No caso dos benefícios relativos ao ICMS, cumpre ressaltar que o Estado de Minas Gerais não os concede, no caso de entrada de bens admitidos no Regime em seu território (item 28.2 do RICMS/2002, anexo IV). Já o Estado do Rio de Janeiro, em concordância com o Convênio ICMS 130/07, o faz na forma estabelecida pelo Decreto 41.142/08.

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Ex-tarifários Resolução 35/06 - CAMEX

O Ex-tarifário consiste numa diminuição de custo na aquisição de bens de capital (BK), de informática e telecomunicações (BIT) a partir da redução da alíquota do Imposto de Importação (II) desses bens, desde que não sejam produzidos no Brasil.

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TEC – Tarifa Externa ComumComo previsto no Tratado de Assunção, a partir de 1995, os

Estados Partes do MERCOSUL adotaram a Tarifa Externa Comum (TEC), com base na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM).

A TEC deve incentivar a competitividade dos Estados Partes e seus níveis tarifários devem contribuir para evitar a formação de oligopólios ou de reservas de mercado. Também foi acordado que a TEC deveria atender aos seguintes critérios: a) ter pequeno número de alíquotas; b) baixa dispersão; c) maior homogeneidade possível das taxas de promoção efetiva (exportações) e de proteção efetiva (importação); d) que o nível de agregação para o qual seriam definidas as alíquotas era de seis dígitos.

A aprovação da TEC também incluiu alguns mecanismos de ajuste das tarifas nacionais, através de Listas de Exceções, com prazos definidos para convergência aos níveis da TEC.

A TEC foi implantada no Brasil pelo Decreto 1.343, de 23/12/94

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Procedimento Os produtos constantes na NCM serão igualmente

tarifados nos países membros do MERCOSUL. No Brasil, caso um deles aqui não seja produzido, é possível que ele seja considerado como Ex-tarifário. Para tal, deverá ser feito requerimento direcionado à Secretaria de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que o analisará a partir de determinados critérios e publicará, ao final de cada semestre, uma Resolução contendo a relação dos pedidos aprovados.

Page 14: REPETRO & EX-TARIFÁRIOS

Pedido Produtos

Os pedidos de concessão de Ex-tarifário devem conter: - Código do produto, de acordo com a Nomenclatura

Comum do MERCOSUL (NCM) - Sugestão de descrição para o produto, utilizando o

padrão da NCM, sem incluir marca comercial, modelo ou tipo de equipamento ou procedência;

- Especificações técnicas detalhadas e descrição do funcionamento, acompanhadas de catálogos técnicos originais ou literatura técnica pertinente

- No caso de Sistemas Integrados (SI), deverão ser relacionadas cada uma das máquinas e/ou equipamentos que compõem a unidade, com seus respectivos códigos NCM e quantidades

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Inexistência de Produção Nacional Art. 7º

A inexistência de produção nacional deverá ser verificada pelo CAEX – Comitê de Análise de Ex-tarifários, que se valerá de um atestado ou declaração de inexistência elaborado por entidade idônea e qualificada para emitir tais documentos. Tal apenas será permitido por entidades com reconhecimento e influência nacionais, como é o caso da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

Há diferença entre o Atestado de Inexistência de Produção Nacional e o Atestado de Similaridade. No caso do diferimento do ICMS, o laudo requerido pelo governo mineiro é o de similaridade, que deve ser obrigatoriamente emitido pelo INDI (Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais).

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Diferimento de ICMS O diferimento do imposto relativo à entrada, em

decorrência de importação direta do exterior, poderá ser autorizado pelo titular da Delegacia Fiscal (DF) a que estiver circunscrito o estabelecimento do importador, ou a critério do Diretor da SUTRI, mediante regime especial, observando que o contribuinte deverá estar em situação na qual possa ser emitida certidão de débitos tributários negativa e apresentar requerimento instruído, dentre outros documentos, com o laudo expedido pelo INDI, atestando a inexistência de mercadoria similar produzida no Estado, inclusive no que se refere às condições concorrenciais. Nota-se que excepcionalmente, o despacho autorizador poderá ser emitido sem a apresentação do laudo expedido pelo INDI, hipótese em que o contribuinte deverá apresentá-lo no prazo de 30 (trinta) dias contados da data do despacho, sob pena de ficar obrigado ao recolhimento do imposto e acréscimos legais devidos a partir da data do desembaraço.

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Considerações Finais Importância de denso conhecimento acerca da matéria,

que é complexa e não dispõe de muitos especialistas na área, principalmente fora da região litorânea.

Perspectivas de crescimento do setor, tanto em razão dos investimentos na exploração do Pré-sal, como das recentes descobertas de novas jazidas e do crescimento do setor de E&P desde a última década.

Investimento governamental no setor petrolífero, através de projetos como o Promef e o Prorefam – investimentos na indústria naval, provenientes do PAC.

Inexistência de Regime alternativo ao REPETRO que ofereça tantos benefícios tributários como ele.

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Fontes Bibliográficas http://www.regimerepetro.com.br/repetro_sys.htm http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscale

gis/article/viewFile/21149/20713 http://www.sachacalmon.com.br/admin/arq_publica/53c5

b2affa12eed84dfec9bfd83550b1.pdf http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/legisassunt

o/Repetro.htm

http://www.deloitte.com.br/publicacoes/2006all/112006/diversos/res35.pdf

SILVA, Tom Pierre Fernandes da. REPETRO - Regime Aduaneiro Especial de Importação e Exportação de Bens Destinados à Pesquisa e Lavra de Petróleo e Gás. 2008. FGV.

http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=2&menu=1174

Marina Soares Marinho