repositorio-aberto.up.pt · web viewo capitulo seguinte terá um registo biográfico das minhas...
TRANSCRIPT
Relatório de Estágio Profissional:
A Felicidade no Esforço
Relatório de estágio profissional com vista à obtenção do 2º Ciclo de estudos
conducente ao grau de mestre em ensino da EF nos Ensinos Básico e
Secundário (Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007
de 22 de fevereiro).
Professor Orientador: Doutor Carlos Manuel Reis Araújo
Professora Cooperante: Professora Cristina Macedo
Miguel Nuno Neto dos Santos Marques
Porto, junho de 2015
A Felicidade no Esforço
Ficha de catalogação: Marques, M. (2015), A Felicidade no Esforço. Relatório de Estágio Profissional para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de EF nos Ensino Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
Palavras-Chave: ESTÁGIO PROFISSIONAL, PROFESSOR, AULAS, EDUCAÇÃO FÍSICA, ENSINAR
II
A Felicidade no Esforço
DEDICATÓRIA
À minha família, quer seja de sangue ou aquela que eu escolhi para mim, um
muito obrigado por todo o apoio que me deram ao longo de toda a minha
formação académica e pessoal, sem vocês não seria o que sou hoje.
Muito Obrigado.
III
A Felicidade no Esforço
IV
A Felicidade no Esforço
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais por acreditarem em mim desde o princípio, por todo
o apoio, por todo o amor que me deram e por me permitirem ser quem sou
hoje.
A ti Joana, por todo o amor, carinho, presença e preocupação que
demonstras todos os dias para comigo, aturando-me com paciência e um
sorriso na cara.
A vocês, Xana, João, Tripas e Marisa, por me acompanharem ao
longo de tantos anos e por me conseguirem colocar sempre um sorriso na
cara.
A ti Filipa, por toda a ajuda que me deste ao longo da nossa
amizade, por estares sempre disponível a ajudar-me e livrando-me de várias
situações mais difíceis.
À professora Cristina por ter acolhido, mais uma vez, três “filhos”
dos quais cuidou com toda a preocupação e vontade ao longo de um grande
ano, sendo uma amiga e conselheira.
A vocês Tiago e Renato, por me ajudarem ao longo de um ano
comprido e completamente novo, por terem partilhado comigo esta experiencia
fantástica com um sorriso e uma palavra amiga.
Ao Professor Carlos Araújo pela preocupação que demonstrou e
toda a experiencia que partilhou comigo.
Aos Professores Volta e Lacerda por todas as conversas, almoços,
jantares e momentos na sala dos professores e por me mostrarem que ainda
existem bons professores nas escolas.
Aos meus alunos por todas as aulas que lhes dei, por as tornarem
únicas e fantásticas, por mais difíceis que elas tenham sido de dar.
V
A Felicidade no Esforço
A todos os treinadores e ginastas do Sport Club do Porto, pela
paciência e compreensão para comigo e por me darem uma mão amiga
quando foi preciso.
A todos os escuteiros e dirigentes do Agrupamento 465 de Santo
Ovídeo, em especial à Expedição 11, pela vossa paciência e por me terem
aceitado de braços abertos num cargo novo, facilitando assim todo o processo
de aprendizagem ocorrido durante este ano.
A todos aqueles que não referenciei e que de certo modo me
ajudaram a ser quem sou, quer aqueles que me ajudaram ainda que não
tenham o meu reconhecimento, quer aqueles que tentaram fazer com que eu
cresça colocando obstáculos.
Um grande e gordo obrigado!
VI
A Felicidade no Esforço
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS..........................................................................................V
ÍNDICE..............................................................................................................VII
ÍNDICE DE FIGURAS........................................................................................IX
ÍNDICE DE QUADROS......................................................................................XI
ÍNDICE DE ANEXOS.......................................................................................XIII
RESUMO..........................................................................................................XV
ABSTRACT....................................................................................................XVII
Lista de abreviaturas.......................................................................................XIX
1. INTRODUÇÃO................................................................................................2
2. DIMENSÃO PESSOAL...................................................................................6
2.1 Sobre Mim:....................................................................................................7
2.2 Expetativas em relação ao estágio:...............................................................9
2.3 Entendimento sobre o Estágio Profissional:................................................10
3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL...................................12
3.1. A escola......................................................................................................13
3.1.1. As Instalações.........................................................................................14
3.1.2. Grupo de EF............................................................................................14
3.1.3. Núcleo de estágio....................................................................................15
3.2. As Turmas..................................................................................................15
3.3. O que é ser professor.................................................................................17
4. PRÁTICA PROFISSIONAL...........................................................................20
4.1. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem.................21
4.1.1. O planeamento........................................................................................21
VII
A Felicidade no Esforço
4.1.1.1. Plano anual..........................................................................................22
4.1.1.2. Plano de aula.......................................................................................23
4.1.2. A Realização...........................................................................................25
4.1.2.1. A importância da comunicação, da instrução e dos feedbacks............27
4.1.2.2. A importância da reflexão: na ação, sobre a ação e sobre a reflexão na
ação. Utilização da reflexão escrita para suporte do estágio............................28
4.1.2.4. Modelo de Educação Desportiva vs. Trabalhos por níveis de
desempenho......................................................................................................30
4.1.3. Avaliação.................................................................................................32
4.2. Participação na Escola e as Relações com a Comunidade.......................33
4.2.1. Direção de Turma....................................................................................33
4.2.2. Desporto Escolar.....................................................................................35
4.2.3. Atividades Desenvolvidas na Escola Cooperante...................................37
4.2.4. Atividades Desenvolvidas pelo Núcleo....................................................39
4.3. Área 3 – Desenvolvimento profissional:.....................................................46
4.3.1. Resumo...................................................................................................46
4.3.2. Introdução...............................................................................................47
4.3.3. Metodologia.............................................................................................48
4.3.3.1. Grupo de estudo...................................................................................48
4.3.3.2. Instrumentos de recolha de dados.......................................................48
4.3.3.3. Aplicação dos inquéritos.......................................................................49
4.3.3.4. Procedimentos estatísticos...................................................................49
4.3.3.5. Apresentação e Discussão dos resultados..........................................49
4.3.3.6. Conclusões...........................................................................................52
Bibliografia.........................................................................................................54
5. CONCLUSÃO E PERSPETIVAS PARA O FUTURO....................................56
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................58
VIII
A Felicidade no Esforço
ANEXOS........................................................................................................XVIII
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Estratégia da primeira aula de Ginástica
Figura 2 – Estratégia das seguintes aulas de ginástica
IX
A Felicidade no Esforço
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Distribuição da amostra por géneros
Quadro 2 – Distribuição da amostra por idade
Quadro 3 – Distribuição de praticantes e não praticantes
Quadro 4 – Distribuição de género entre os praticantes regulares
Quadro 5 – Distribuição de alunos que se sentem felizes
Quadro 6 – Distribuição de alunos que se sentem felizes através do desporto
X
A Felicidade no Esforço
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo I – Plano de Aula
XI
A Felicidade no Esforço
RESUMO
Após quatro anos de estudos, o culminar de toda a experiência que
pude recolher, serviu para melhor resolver todos os problemas que surgissem
durante o ano de estágio. Este relatório foi concretizado sob a orientação do
Professor Orientador da faculdade e do Professor Cooperante da escola, que
visa apresentar de forma crítica e exaustiva os resultados que obtive através de
uma reflexão sobre as formas de ensinar, sobre as interações com colegas,
alunos e funcionários e ainda sobre as experiências vivenciadas.
Este relatório de estágio está organizado em cinco capítulos. A
primeira parte será onde explico claramente a razão para a elaboração deste
relatório (Introdução). O capitulo seguinte terá um registo biográfico das
minhas expetativas referentes ao estágio profissional que pude desenvolver,
(Dimensão pessoal). Posteriormente dar-se-á alusão à contextualização do
estágio, da escola, dos colegas e dos alunos (Enquadramento da prática profissional). Depois será refletida toda a experiência vivida durante o ano de
estágio nas seguintes linhas orientadoras, “Organização e Gestão do Ensino e
da Aprendizagem”, “Participação na Escola e Relação com a Comunidade” e
“Desenvolvimento Profissional” (Realização da prática profissional). Por fim
será efetuada uma pequena síntese da trajetória enquanto professor estagiário
(Conclusão). Com a elaboração deste relatório deverei expor e refletir toda a
minha experiência ao longo do ano com o objetivo de me sustentar em algo
que possa levar há minha evolução, não só profissionalmente mas também
pessoalmente.
PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA,
ENSINAR, APRENDER E SER FELIZ
XII
A Felicidade no Esforço
ABSTRACT
After four years of studies, the culmination of all the experience that I
could gather, served to best solve any problems that might arise during this
internship. This report has been implemented under the guidance of an Advisor
from the University and a Cooperative Professor from the school, which aims to
present a critical and exhaustive result I got, through a reflection on ways of
teaching, interacting with colleagues, students and staff and also about the
experiences I lived.
This internship report is organized into five chapters. The first part is
where I clearly explain the reason for this report (Introduction). The next
chapter will have a history file of my expectations for the internship that could
develop (personal dimension). Subsequently shall be the allusion to the
contextualization of the stage, school, colleagues and students (Framework of professional practice). Then it will be reflected throughout the experience
during the internship in the following guidelines, "Organization and the Teaching
and Learning Management", "Participation in School and Community Relations"
and "Professional Development" (realization of professional practice). Finally
it will be made a small summary of the trajectory as trainee teacher
(Conclusion). With this report I shall expose and reflect all my experience
throughout the year in order to support myself into something that can help my
evolution, not only professionally but also personally.
PALAVRAS-CHAVE: INTERNSHIP, PHISICAL EDUCATION, TEACHING,
LEARNING AND BE HAPPY
XIII
A Felicidade no Esforço
Lista de abreviaturas
DT – Diretor de Turma
EC – Escola Cooperante
EF - Educação Física
EP – Estágio Profissional
FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
PC – Professor Cooperante
PO – Professor Orientador
UD – Unidade Didática
CIC – Colégio Internato dos Carvalhos
MED – Modelo de Educação Desportiva
XIV
1. INTRODUÇÃO
A Felicidade no Esforço
“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.” (Augusto
Cury).
Este relatório de estágio, pretende ser uma reflexão do culminar de
um ano de trabalho, no qual tive a oportunidade de me inserir numa escola e
lecionar a disciplina de EF a três turmas, sendo uma delas um 8º ano, onde tive
o privilégio de trabalhar durante os três períodos, um 11º, onde me foram
requisitadas outras capacidades ao longo de duas Unidades Didáticas e uma
turma do 5º ano, onde a minha ação foi bastante breve, mas não menos
enriquecedora. Ao longo deste último ano, fui capaz de evoluir enquanto
professor devido às várias ajudas que tive e através das várias reflexões que
pude fazer, sendo então o presente relatório, uma pequena conclusão deste
último ano letivo.
Segundo Nóvoa (2009) é necessário construir uma formação de
professores dentro da profissão e, neste contexto, o EP enquanto espaço de
formação, configura-se como o terreno privilegiado para o início dessa
construção profissional. (Correia, F. 2014). O EP representa a fase mais
importante dos programas de formação de professores, visando a consumação
de três tarefas primordiais: adquirir conhecimento acerca dos alunos e partilhá-
lo à turma contribuindo para a sua formação integral; usar esse conhecimento
para modificar e reconstruir a sua imagem pessoal enquanto professor; e
desenvolver estratégias integradas nas dimensões didáticas, gestão, disciplina
e instrução (Santos et al., 2013).
O estágio profissional permite ao aluno estagiário vivenciar um
pouco o ensino, digo apenas um pouco pois apenas pude lecionar a duas
turmas, sendo uma delas apenas parcialmente. Embora não fosse uma vida de
professor completa, pude trocar experiências com outros professores
pertencentes à escola, que me mostravam todos os dias o quão duro pode ser
dar várias aulas por dia, várias vezes por semana.
O estágio, para mim, foi um conjunto de momentos que pude
experienciar ao longo de um ano, existindo nele várias situações de aplicação
prática daquilo que aprendi ao longo dos meus anos na Faculdade de Desporto
da Universidade do Porto e que me marcou profundamente devido à sua
2
A Felicidade no Esforço
intensidade e duração. Aprendi muito, quer a nível teórico, quer ao nível da
concretização prática dos conhecimentos.
3
A Felicidade no Esforço
4
A Felicidade no Esforço
2. Dimensão Pessoal
5
A Felicidade no Esforço
2.1 Sobre Mim:
Nesta minha reflexão abordei temáticas que para mim eram importantes,
muito pelo fato de me terem trazido ao ponto em que me encontrava como
também me foram moldando ao longo do tempo, e que, sem elas, Eu não seria
este Eu.
O meu nome é Miguel Nuno Neto dos Santos Marques, nasci a 13 de
Novembro de 1991 e moro em Gulpilhares.
Desde pequeno sempre fui um miúdo que aparentava ser frágil, era
pequeno e usava óculos, o que fazia as pessoas pensarem que seria um rapaz
do tipo intelectual, algo que também sou, mas nunca quis ser assim
identificado. Toda a minha vida adorei desporto, fazia corridas de estafetas
com os mais velhos, jogava futebol no recreio da escola, era extremamente
bom nas minhas aulas EF na primária (algo que era raro haver nessa altura) e
desde cedo comecei a praticar natação (desde os três anos).
Enquanto os anos passavam, a minha adoração pelo desporto nunca
vacilou, embora com o tempo fui mudando as modalidades que ia praticando,
passando desde a equitação ao atletismo e ficando uns anos no ténis também.
Era sempre dos melhores naquilo que fazia, mas nunca fiquei fidelizado a uma
em especial; pratiquei Natação durante cerca de dez anos tendo recebido uma
proposta para competir a nível federado, que recusei, também pratiquei Ténis
durante cinco anos mas acabei por desistir da modalidade devido a problemas
com o treinador da altura, que não tencionava colocar-me em competição.
Os anos foram passando e o meu futuro continuava incerto, tinha tido
imensos sonhos relativamente ao “que quero ser quando for grande”, desde o
habitual astronauta, engenheiro, químico, jogador de futebol e por fim
veterinário. Este último aguentou um pouco mais que os outros, ficando até ao
final do meu oitavo ano, o momento em que o meu sonho se fixou ao ver um
vídeo sobre ginástica, mostrado na altura numa amostra de cursos que o
Colégio Internato dos Carvalhos (CIC) fazia todos os anos. Um professor, ao
reparar que eu estava abismado a ver o vídeo, veio falar comigo, e estivemos
algum tempo a falar sobre o curso, hipóteses para o futuro e possibilidades de
6
A Felicidade no Esforço
carreira, posso embora dizer que aquela que me apelou mais foi mesmo a de
professor de EF, devido também ao fato de ter tido professores desta disciplina
fenomenais e que com o passar do tempo, se tornaram modelos a seguir para
mim.
Com o norte bem apontado, o caminho tornou-se mais fácil, e desde
então nunca mais parei para pensar noutra coisa que o curso de desporto no
CIC e na Faculdade de Desporto da U. Porto.
Ao longo do meu secundário, fui mudando ainda as modalidades que fui
praticando, voltando até para a natação, algo que apenas foi substituída no
décimo segundo ano de escolaridade pela Ginástica no F. C. Gaia (muito pelo
fato de ter de treinar para os pré-requisitos). Nestes momentos de pura
diversão para mim, descobri-me numa modalidade no qual tinha alguma
facilidade em progredir e rapidamente estava mais que habilitado para passar
nesta prova.
Ao entrar na faculdade em quinto lugar foi algo que me deu bastante
orgulho, principalmente por os meus pais não gostarem muito da minha
escolha (algo que depois se veio a alterar). Com o primeiro ano, veio também a
crescente paixão pela ginástica artística, o que me fez seguir esta modalidade
de mais perto, sendo atleta no meu segundo ano, treinador no meu terceiro e
juiz no meu quarto. Enquanto atleta obtive resultados bastante razoáveis para
um principiante, ficando até com algumas medalhas em diversos aparelhos.
Enquanto treinador ainda estou a crescer mas fazendo um bom trabalho ao
longo do tempo, tendo até alguns atletas que chegaram a ser campeões
nacionais. Enquanto juiz, tenho evoluído bastante pois tenho tido bastantes
oportunidades de pontuar, quer em provas nacionais relevantes, quer em
provas internacionais para as quais fui convidado a ajuizar, tendo até um bom
feedback, pois fui convidado de novo a pontuar no ano seguinte.
O final da minha licenciatura tive uma última experiência fenomenal que
foi o ERASMUS, que me possibilitou não só experimentar a educação num
outro país, como me deu a experiência de observar treinos num centro de alto
rendimento de ginástica, o que me alterou algumas das fundações que eu
pensava já ter consolidado.
7
A Felicidade no Esforço
Neste momento, estou a dar seguimento ao sonho que ficou, o ser
professor de EF.
2.2 Expetativas em relação ao estágio:
Durante este ano de estágio esperava conseguir aplicar os
conhecimentos adquiridos e principalmente os apreendidos nas disciplinas
teóricas e nas disciplinas didáticas do primeiro ano do mestrado. Esperava ser
capaz de contextualizar o programa nacional com os recursos da escola e as
características dos alunos, apropriar os exercícios às dificuldades / facilidades
dos alunos e motivar os alunos nas várias modalidades abordadas. Acima de
tudo esperava conseguir transmitir os conceitos a abordar de uma forma clara
e adequada ao nível dos alunos, esperava conseguir adquirir o perfil de um
bom professor com a ajuda dos meus professores cooperante e orientador e
esperava ainda aprender muito com os meus alunos, que foram quem comigo
mais cooperaram, quer na lecionação dos conteúdos quer na avaliação a que
estes foram sujeitos.
Tinha ainda como expectativas para o ano de estágio a aquisição de
uma formação, quer a nível dos conhecimentos quer a nível das planificações,
que me permitisse utilizar metodologias adequadas e diversificadas como
professor e como treinador. Pretendia também adquirir conhecimentos que me
permitissem planificar uma aula e consequentemente ter a capacidade de a
lecionar; cativar o maior número de alunos para a prática desportiva; adquirir
mais conhecimentos e formação; adquirir as competências necessárias para
poder orientar uma aula num clima de harmonia e controlo dos alunos; adquirir
as competências necessárias para conseguir avaliar os alunos de uma forma
honesta e isenta; obter um vasto leque de conhecimentos relacionados com a
organização e a dinamização de diferentes atividades a desenvolver com os
alunos; adquirir conhecimentos sobre as diferentes estruturas de organização
escolar; adquirir experiência no contacto com os Encarregados de Educação;
vivenciar e aprender a registar os acontecimentos inerentes aos diferentes
tipos de reuniões realizadas a nível de escola.
8
A Felicidade no Esforço
Acima de tudo esperava poder adquirir ensinamentos e ter experiências,
que me ajudassem a evoluir não só como profissional, mas também como
pessoa e que viessem a ser úteis no desempenho da minha profissão, que
poderia vir a estar ou não relacionada com a docência.
2.3 Entendimento sobre o Estágio Profissional:
O estágio profissional foi uma experiência única e enriquecedora tanto a
nível profissional como a nível pessoal, pois permitiu-me mobilizar para a
prática os conhecimentos teóricos anteriormente adquiridos. O estágio foi, sem
dúvida, um processo de construção profissional significativo, que se assumiu
com um papel importante no culminar de um ciclo de formação, apresentando
uma oportunidade de colocar em prática, num contexto real, os conhecimentos
adquiridos até ao momento (Ferreira, 2012). O Estágio Profissional permitiu-me
desenvolver competências de conceção, planeamento, realização e avaliação,
tendo por base os conhecimentos adquiridos ao longo da minha formação e
estabelecer relações e correlações entre a teoria e a prática. A este respeito
Fazenda et al. (2008) defendem que o contexto relacional entre prática-teoria
tem um enorme significado para a formação do professor, uma vez que a teoria
e a prática se encontram relacionadas e não apenas sobrepostas ou
dissociadas. O Estágio Profissional permite-nos ainda a integração na
comunidade escolar, contribuindo para um melhor conhecimento das condições
locais e para a exploração da ligação entre a escola e o meio. Também
proporciona atividades e vivências importantes na construção da competência
profissional, promove o sentido de pertença e identidade profissionais e
colabora na abertura à inovação.
O Estágio Profissional possibilita-nos evoluir e desenrola-se durante um ano
de formação e de transformação na busca constante de uma maior e melhor
competência profissional (Ardérius, 2012). Em suma, este projeto de formação
visa a formação do professor profissional, do professor reflexivo que analisa,
reflete e sabe justificar o que faz em conformidade com as regras do
profissionalismo docente (Matos, 2011b).
9
A Felicidade no Esforço
10
A Felicidade no Esforço
11
A Felicidade no Esforço
3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL
12
A Felicidade no Esforço
3.1. A escola.
Hoje em dia, os alunos passam mais tempo na escola do que em casa, e
como tal, “a instituição educativa serve de traço de união entre a vida individual
e a vida social” Miallaret (1999, p. 21). Antigamente, a família era um dos
pilares mais importantes para a formação das crianças, quer a nível dos
saberes práticos, como a educação e o estar como a nível teórico, como a
matemática e o conhecimento em geral. Hoje em dia, esta responsabilidade
está a passar completamente para a escola, tornando-a um local de
aprendizagem e formação de alunos e de pessoas, transmitindo-se não só
conhecimento, mas também valores, regras e ideias como o respeito e
igualdade. A escola, hoje, é de massas, encontrando-se nela uma
heterogeneidade social e cultural dos alunos, e por isso, não pode ser um mero
fator de instrução ou de ensino, tendo para além de educar, sociabilizar (Sêco,
1997) e como tal, os professores têm efetivamente de compreender a
revolução que a escola atual exige, e por isso socializar e instruir, através do
educar (Sampaio,1996).
Segundo Patrício (1993) a escola deve ser integradora sob três pontos
de vista: o funcional, onde a escola desempenha importantes funções a nível
pessoal, social, cívico, profissional e cultural da família; o sistémico, que
engloba quatro processos integradores: o da organização e funcionamento
institucionais do aparelho educativo, o da organização e funcionamento da
instituição escolar, o da articulação da escola com a comunidade e o da
articulação da escola com a família; e o do processo de aprendizagem, que
está centralizado na consciência do educando que, por sua vez, se articula e
coopera com a consciência do educador. Segundo o mesmo autor a escola
deve ainda proporcionar aos educandos, aos professores, aos funcionários, à
família, à comunidade envolvente, à estrutura pedagógica e à estrutura
administrativa uma participação conjunta e ativa.
Segundo Arends (1997) o ensino sempre foi uma atividade complexa,
sendo-o ainda mais à medida que as escolas foram assumindo uma
responsabilidade social crescente, pois sem um bom funcionamento das
13
A Felicidade no Esforço
escolas não é possível o progresso de um país. Ainda segundo Arends (1997,
p. 1): “a tarefa de educar a juventude é demasiado importante e complexa para
ser deixada inteiramente à mercê dos progenitores ou das estruturas informais
de tempos passados”. Segundo este autor, a escola tem uma necessidade
fundamental de ter na sua estrutura, um leque de pessoas especializadas nas
suas áreas de ensino, de modo a promover não só a transmissão de
ensinamentos aos alunos, mas a socializar com estes também.
3.1.1. As Instalações
A escola está dividida em seis blocos diferente. No bloco A, existem
principalmente zonas administrativas, salas dos professores, gabinetes da
direção, reprografia e a biblioteca. Os blocos B a E contêm maioritariamente
salas de aula. O último bloco consiste no pavilhão desportivo de EF, que
contem um pavilhão que se pode dividir em dois através de uma cortina, um
pavilhão anexado mais pequeno que o referido anteriormente e um campo de
futebol ao ar livre, que contem além de três campos de futebol reduzidos ou um
campo de futsal com as devidas marcações, quatro tabelas de basquetebol,
três corredores de uma pista de atletismo com cento e sessenta metros de
perímetro sobre o corredor mais próximo do campo e uma caixa de areia
destinada ao salto em comprimento. Neste bloco existem também quatro
balneários destinados aos alunos e um gabinete para os professores, com
casas de banho e balneário destinado aos mesmos. Num anexo mais próximo
do campo exterior existem dois balneários adicionais.
3.1.2. Grupo de EF
Este ano, o grupo de professores de EF era composto por seis
professores, sendo dois do sexo feminino e quatro do sexo masculino,
adicionando três professores estagiários que compunham o nosso núcleo de
estágio. Dentro do gabinete, foi frequente reunir e discutir assuntos
relacionados com a instrução de elementos técnicos e regras que foram
atualizadas, podendo nestes momentos, os estagiários dar um pouco mais à
14
A Felicidade no Esforço
escola, através de trocas de experiências adquiridas nos anos anteriores na
faculdade, num ambiente mais informal e onde os professores da escola
cooperante puderam partilhar as suas experiências de modo a que nós,
enquanto professores, pudéssemos crescer.
Segundo Batista e Queirós (2013, p. 43): “paralelamente, os focos de
discussão entre os estudantes e os professores mais experientes, no sentido
de promover o diálogo profissional e de encorajar os estudantes a
estabelecerem ligações entre os constructos teóricos acerca do ensinar e do
aprender e as suas práticas no contexto do processo de ensino-aprendizagem,
assumem-se como determinantes”.
É de realçar também que os professores auxiliaram na integração da
escola e do próprio grupo, através da disponibilidade demonstrada ao longo do
ano.
3.1.3. Núcleo de estágio
O núcleo de estágio foi formado por mim e por mais dois colegas do
sexo masculino. Já conhecia um deles, visto termos pertencido à mesma turma
no 1º ano de mestrado, embora não fizesse parte do meu círculo de amigos.
Por este motivo, os primeiros dias do estágio serviram também para fomentar o
espírito de grupo entre nós e para nos conhecermos melhor. Desde o início que
foi muito fácil interagir com eles o que facilitou a comunicação entre nós. Este
fator foi de extrema importância visto termos tido que trabalhar em equipa ao
longo do ano, preparando as várias tarefas destinadas ao nosso núcleo. Ao
longo do ano, senti que já faziam parte do meu quotidiano e que já me podia
apoiar neles para me ajudarem naquilo em que poderia falhar.
3.2. As Turmas
Desde o primeiro momento com a Professora Cooperante, ficou bastante
claro que iríamos lecionar turmas do 8º ano, visto o grupo do ano anterior ter
ficado com turmas do 7º ano. Ficou determinado que ficaríamos com uma
turma para cada um de nós e uma turma onde iríamos fazer uma rotação, de
15
A Felicidade no Esforço
modo a cada um do núcleo lecionar duas UD diferentes. Embora não fosse
possível ter a informação completa no momento, estas decisões tornaram
possível o início da preparação do material necessário para lecionar as aulas
do ensino básico. Outro assunto que se tinha falado, foi o fato de neste ano
letivo termos que lecionar pelo menos dois ciclos de ensino diferentes e que
muito provavelmente seriam uma turma do 2º e outra do 3º ciclo.
Após algum tempo, foram finalmente conhecidas as turmas para cada
professor, e comprovou-se que iriamos lecionar turmas de 8º ano, visto terem
sido atribuídas à Professora, três turmas desse ano além de uma do 11º ano.
Como a ideia inicial era ter uma turma rotativa, mas não houve a possibilidade
de lecionarmos mais um 8º ano, ficou decidido que iríamos utilizar a turma do
11º ano como rotativa. Essa foi a turma na qual a professora foi nomeada
Diretora de Turma pelo que também serviu para adquirirmos experiência nesse
âmbito.
Como a ideia inicial era também lecionar o 2º ciclo, a professora
conseguiu autorização para irmos lecionar à Escola Preparatória de Carvalhos,
que faz parte do mesmo agrupamento. Para isso, acordou-se com uma
professora dessa Escola a cedência de uma turma que possibilitou a
conciliação dos nossos horários. Ficamos no final com uma turma do 5º ano.
Em reunião com a professora dessa turma, decidiu-se quais as UD que cada
professor estagiário iria lecionar. Foi-me permitido escolher entre ginástica e
voleibol, tendo escolhido a segunda, um pouco para tentar fugir há minha zona
de conforto e arriscar o ensino de uma modalidade na qual não me sentia
completamente à vontade.
A turma do 8º ano era composta por vinte e oito alunos com idades
compreendidas entre os doze e os catorze anos, sendo catorze rapazes e
raparigas. A turma não apresentava problemas de comportamento nas minhas
aulas e tinham um bom nível de adesão às mesmas, no entanto, a nível motor,
deixava bastante a desejar. Como qualquer turma, tinha alunos que tinham
controlo total do seu próprio corpo e conseguiam manipular objetos com
extrema facilidade e tinha também alunos que a ação de saltar era já difícil,
como tal, durante o decorrer do ano, precisei de dar mais atenção ao
desenvolvimento das capacidades motoras específicas de cada modalidade, de
16
A Felicidade no Esforço
forma a melhorar o nível geral dos alunos. Foi com esta turma que pude evoluir
mais enquanto professor, nos vários aspetos organizacionais que se podem
utilizar dentro de uma aula, pois pude experimentar várias estratégias ao longo
do ano sem grandes problemas.
A turma do 11º ano era composta por dezasseis alunos com idades
compreendidas entre os dezasseis e dezoito anos, sendo cinco rapazes e onze
raparigas. Como alunos mais velhos, estes não apresentavam problemas de
comportamento, mas no entanto colocaram-me outras preocupações,
nomeadamente com a falta de pontualidade e com as faltas que tentavam
justificar dizendo que tinham ficado a estudar. A turma apresentava um bom
nível motor mas algumas alunas que afastavam-se desta descrição, apesar de
se esforçarem por melhorar em todas as aulas. Lecionar nesta turma constituiu
uma situação desafiante visto que nunca seria muito difícil de ocorrer no ensino
básico; o fato de ter de possuir conhecimento mais aprofundado das
modalidades que iria ensinar de modo a conseguir instruir e fazer evoluir os
alunos que já tinham tido contacto com essas modalidades e por isso já tinham
alguns conhecimentos e aquisições motoras básicas. Lecionar aulas que
fossem relevantes para eles, de modo a saírem delas com algo mais que a
base do desporto foi interessante e motivante para mim.
3.3. O que é ser professor.
O futuro do nosso país são as crianças, e aqueles que formam as
crianças passaram a ser os professores, o que faz com que o futuro seja nossa
responsabilidade.
“Ser professor ou educar exige, pelo menos, uma boa formação geral
(de cultura geral), uma sólida formação científica de base nas disciplinas ou
áreas disciplinares que cada professor irá lecionar e uma formação pedagógica
consistente” (Estrela & Estrela, 2001, p. 109). O ser professor é algo que cada
pessoa deve definir para si mesmo. Sinto que um professor deve ter uma
enorme capacidade plástica, de modo a relacionar-se com cada um dos seus
alunos e com cada uma das suas turmas, pois todos estes possuem
caraterísticas diferentes e, como tal, as necessidades são distintas. Deste
17
A Felicidade no Esforço
modo, um professor deve ser muito mais que um mero transmissor de
conhecimento, deve ser um mentor, um pai ou mesmo um irmão mais velho a
quem os alunos podem expor os seus problemas.
“Ensinar é difícil. Exige virtudes que poucos seres humanos têm:
paciência, humildade, curiosidade científica, sensibilidade pedagógica e
didática, gosto em dar a saber a quem sabe menos, gosto pelo contacto
humano com os estudantes. Acresce que não há métodos automáticos que
garantam a excelência do ensino, tal como não há métodos automáticos que
garantam a excelência da investigação. Exige-se perspicácia, maturidade,
inteligência, criatividade, vistas largas.” Bento (2003, p. 43) refere que “o
processo de ensino em EF é sempre um processo integral, complexo, unitário.
Visa desencadear nos alunos uma continuidade e progressividade de efeitos
psíquicos e biológicos no interesse do aumento gradativo do seu rendimento
corporal e desportivo e do desenvolvimento como personalidades”
Enquanto professor estagiário, pude ver vários alunos a crescerem, a
aprenderem com os seus erros, a chorarem e a sorrirem. Foi uma alegria poder
fazer parte e ser de algum modo responsável por esse crescimento ao longo de
um ano letivo inteiro.
18
A Felicidade no Esforço
19
A Felicidade no Esforço
4. Prática Profissional.
20
A Felicidade no Esforço
4.1. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem.
4.1.1. O planeamento.
Como refere Bento (1998, p.8), “o objetivo da planificação de processos
de ensino e aprendizagem não reside exclusivamente no desenvolvimento de
meios para a racionalização do mesmo, mas também, em medida crescente,
na descoberta de determinados contextos reguláveis deste processo”
O modelo que mais utilizei para a elaboração dos planos de aula de
cada UD, foi o modelo de Vickers. Este modelo em especial mostrou-se ser
mais difícil de implementar ao longo do ano, visto ter bastantes pormenores
que me obrigavam a pensar sobre aquilo que eu gostaria de fazer para essa
modalidade. Para isto foi necessário bastante ajuda quer da professora
cooperante e dos meus colegas do núcleo de estágio, que ao longo dos
módulos me ajudaram a preenche-los e a completa-los. Ao completar este
modelo, facilitava a planificação da UD, desde o plano de aula, que estaria
quase descrito no módulo 4, com todos os exercícios que tinha planificado
fazer no módulo 7, até à última aula com a avaliação sumativa.
Embora tenha sido necessário muito trabalho para a elaboração do
modelo de Vickers para cada modalidade, é trabalho que não terei que voltar a
fazer tão cedo, visto que apenas terei que adaptar alguns módulos,
dependendo do ano que terei que lecionar no futuro.
De modo a planificar as modalidades que iríamos lecionar e o quando,
tivemos acesso ao Roulement do ano letivo inteiro, e tendo em consideração
que alguns espaços facilitariam o ensino de certas modalidades, facilmente
conseguimos planear que Unidades Didáticas daríamos ao longo dos três
períodos e por que ordem. No entanto, os imprevistos fazem também parte do
planeamento. Surgiram alguns problemas com a planificação da modalidade de
futebol, visto que tínhamos planeado para uma altura em que chovia bastante,
e como tal, tivemos que reprogramar para o final do ano, visto ser mais
provável estar melhor tempo.
21
A Felicidade no Esforço
4.1.1.1. Plano anual.
Segundo Bento (1987, p. 52): “o plano anual é um plano de perspetiva
global que procura situar e concretizar o programa de ensino no local e nas
pessoas envolvidas”, e ainda diz que “a elaboração do plano anual constitui o
primeiro passo do planeamento e preparação do ensino e traduz, sobretudo,
uma compreensão e domínio aprofundado dos objetivos de desenvolvimento
da personalidade, bem como reflexões e noções acerca da organização
correspondente do ensino no decurso do ano letivo” (Bento 1987, p. 58). Este
planeamento foi um dos primeiros trabalhos que tive que fazer quando cheguei
à escola, e foi com este plano que definimos os nossos objetivos e
conhecemos um pouco melhor o local onde iríamos trabalhar. Ao longo dos oito
módulos proposto por Vickers, tece-se uma ideia geral sobre tudo aquilo que
nos poderá ser útil, desde o material existente na escola para as aulas,
passando pelos objetivos que iremos propor para cada UD e ir até ao modo
como se planeia avaliar.
Segundo Arends (1997, p. 60) : “a eficácia dos planos anuais geralmente
gira à volta da capacidade de incluir três facetas: Temas e atitudes gerais,
Matéria a dar e Ciclos do ano letivo”. Ou seja, na elaboração dos planos
anuais, o professor tem de ter em consideração: para conseguir a
compreensão e a consolidação, por parte dos alunos, das matérias abordadas,
é necessário delinear uma sequência de aulas em torno do mesmo tema; a
planificação exige uma seleção do que é realmente importante; na planificação
deve selecionar as matérias prioritárias; deve programar cuidadosamente o
número de horas a atribuir à lecionação de um determinado conteúdo; a
seleção dos conteúdos, atendendo ao grupo de alunos a que se destina,
reveste-se da maior importância; torna-se mais benéfica a lecionação de certos
conteúdos em determinadas alturas do ano uma vez que o ano escolar é cíclico
(Correia, F. 2014).
Para a minha turma do 8º ano ficou então decidido que no 1º período
seriam lecionadas as UD de andebol, salto em altura e badminton, estando
destinadas sete aulas para andebol e badminton e cinco para o salto em altura.
Nesta primeira fase decidiu-se iniciar o ano com uma modalidade coletiva para
22
A Felicidade no Esforço
tentar conhecer melhor a turma que iria ter, aproveitando também o facto de
que estaria presente as capacidades condicionais necessárias para as
atividades da escola, nomeadamente, o corta-mato. Neste período realizei
também o teste da milha de modo a aferir o nível de resistência geral da turma.
O 2º período iniciou-se com a aula de turma, uma ideia apresentada pela
PC de realizarmos uma aula que fosse diferente, podendo escolher aquilo que
gostaríamos de apresentar e no meu caso, decidi realizar um torneio de
corfebol, visto a escola ter o material necessário para a prática da modalidade.
Foram utilizadas duas aulas para tal, uma primeira aula para dar a conhecer a
modalidade e treinar para que na segunda aula, os alunos pudessem realizar o
torneio de forma mais autónoma, ajudando-me na arbitragem e controlo dos
pontos. Neste período lecionei também as UD de ginástica de solo, utilizando
para tal oito aulas, e de voleibol, com nove aulas.
O 3º período sofreu uma modificação a meio do ano visto a UD de
futebol ter sido planeada para o 1º período, mas devido a más condições
atmosféricas, foi alterado e enviado para ser lecionado em último lugar, onde
se esperava ter melhores condições, ficando assim com sete aulas previstas
para esta modalidade. Juntamente com o futebol, também lecionei as UD de
barreiras e ginástica de aparelhos, sendo previstas quatro aulas para a primeira
e cinco para a segunda.
4.1.1.2. Plano de aula.
Segundo Bento (1987, p. 17): “(…) o plano visa a preparação e
realização racionais do ensino e, por isso, deve conter decisões acerca das
componentes mais relevantes da atuação didática e metodológica do professor:
objetivos, conteúdo ou matéria de ensino, formas de trabalho, atividade de
grupos, meios,…”. Este último passo ficava, em bastantes ocasiões, a parte
mais fácil, visto que a maior parte do trabalho já tinha sido pensado e
estruturado ao longo do planeamento anual e do planeamento da UD, tendo
apenas de colocar os exercícios que planeamos realizar, a duração de cada
um deles, e os objetivos de cada aula.
23
A Felicidade no Esforço
No início do ano foi-nos fornecido um documento base no qual
deveríamos construir os planos de aula, podendo, a partir desse, personalizar à
minha maneira, colocando aquilo que eu achasse necessário e pertinente
(Anexo I). Para mim, o cabeçalho auxiliava-me a identificar que tipo de aula iria
lecionar, desde o local onde iria ser a aula, até à matéria a ensinar. Dividi as
aulas em três partes: Inicial; Fundamental; e Final. Na primeira parte da aula,
realizava normalmente um aquecimento específico à modalidade, tentando
sempre adicionar jogos para que os alunos pudessem estar motivados,
fazendo com que o exercício tivesse ainda mais êxito. A parte fundamental era
normalmente a maior parte da aula, aqui lecionava os vários conteúdos que
tinha estabelecido para cada aula, podendo haver vários exercícios neste
momento. A parte final destinava-se ao retorno à calma ou alongamentos, algo
que em muitas aulas desaparecia devido à vontade em alongar os momentos
em que os alunos poderiam aprender, havendo até em algumas UD em que
esta fase era trocada por arrumação do material, como por exemplo ginástica
de solo e ginástica de aparelhos.
Ao longo das aulas, aprendi também que o plano de aula não pode em
altura nenhuma, ser uma receita ao qual nos devamos fixar e seguir
cegamente, mas sim um plano provisório e uma tentativa de organizar a aula
de modo a que a matéria que se leciona em cada aula consiga ter uma ordem
lógica. Foi visível em todas as aulas que era extremamente difícil respeitar os
tempos que tinha estabelecido para cada exercício pois havia sempre algo que
dificultava, como por exemplo, os alunos demoravam mais do que planeado a
realizar a transição ou o exercício necessitava de mais tempo para trazer os
resultados pretendidos.
O plano de aula foi uma ferramenta imprescindível para mim, que me
ajudou muito, não só durante as aulas, mas especialmente antes delas, pois
deste modo, eu conseguia consciencializar-me daquilo que teria que fazer
durante a aula, criando assim um desenho mental daquilo que iria ter que
realizar, podendo quando sentisse necessidade, libertar-me dele para tentar
dar mais riqueza às minhas aulas, promovendo situações que não tinham sido
possíveis de prever durante a elaboração.
24
A Felicidade no Esforço
4.1.2. A Realização.
Todas as competências que considero mais importantes, e que tenham
sido adquiridas durante o estágio, este ponto foi aquele onde me destaquei um
pouco mais. “O ensino é criado duas vezes: primeiro na conceção e depois na
realidade” (Bento, 2003, p.16), a partir desta frase, podemos definir os dois
momentos de planeamento da aula, o antes e o durante. O antes, é um plano
calculista, medido ao milímetro e bastante específico, é realizado com tempo e
calma, pesando tudo aquilo que importa e que é necessário, em suma, a
criação do plano de aula. O problema é que, como já referi anteriormente, o
plano quase nunca corre sem percalços. Neste ponto, é necessário algum à
vontade com o caus, capacidade de pensar rapidamente na melhor solução
possível e acima de tudo, sangue frio para ir para a frente com o decidido,
hesitações são proibidas e podem completamente destruir a aula. Contudo, o
durante poderá ser evitado se o antes estiver bem pensado e adaptado à
realidade que irá encontrar.
Enquanto lecionava a UD de ginástica, uma modalidade que tenho um
pouco mais de confiança, aconteceu uma situação para a qual tive de remediar
imediatamente com uma rotação de espaço fora do normal, algo que na altura
fez com que a restante aula prosseguisse sem grandes problemas. Perante
esta situação, adotei nas restantes aulas desta modalidade a estratégia que
tinha desenhado no calor do momento na primeira aula, fazendo com que as
restantes aulas prosseguissem sem percalços, tanto para mim como para os
alunos. Com isto, aprendi que uma estratégia aparentemente fácil de
compreender pode funcionar na teoria e na minha cabeça, mas pode criar
dificuldades para os alunos, validando também o contrário, uma estratégia
complicada pode, em alguns casos, ser mais fácil para os alunos
compreenderem e utilizarem na prática.
25
A Felicidade no Esforço
Figura 1 – Estratégia da primeira aula de Ginástica
Figura 2 – Estratégia das seguintes aulas de ginástica
Com este pensamento, as UD seguintes tiveram um aproximação
parecida, utilizava as primeiras aulas para aferir qual a melhor estratégia para a
minha turma em específico, quando encontrava uma que desse fluidez à aula e
me oferecesse tranquilidade enquanto ensinava, mantinha essa estratégia até
ao fim. No entanto, nem sempre correu bem, havendo até uma modalidade que
não consegui encontrar uma boa estratégia de funcionamento. Durante as
aulas de Ginástica de Aparelhos desenhei várias estratégias, desde estações a
circuitos, e nenhuma delas funcionou na perfeição, tendo optado depois pela
abordagem que resultou melhor, que, para este caso em concreto, foi a
estratégia onde utilizava várias estações.
No futuro, utilizarei toda a experiência adquirida ao longo deste ano,
para aferir o melhor possível quais as estratégias que poderei utilizar em cada
UD, de modo a tomar melhores decisões em prol dos alunos e de mim. Cada
erro que cometi durante as aulas neste EP, servirão para não voltar a falhar.
26
A Felicidade no Esforço
4.1.2.1. A importância da comunicação, da instrução e dos feedbacks.
Para Rosado e Mesquita (2011, p. 73), “… no processo de instrução o
professor deve recorrer de forma consciente à para-linguagem (volume de voz,
ressonância, articulação, entoação) e, de uma maneira geral, aos aspetos não-
verbais da comunicação (contato visual, expressões faciais, entusiasmo do
professor), bem como à congruência entre mensagens verbais e não-verbais”.
Durante as aulas, eu sentia a necessidade de fornecer o máximo de feedbacks
possíveis durante as aulas, muito devido à experiencia que tenho como
treinador de um desporto que se baseia em técnica, vi-me também nas aulas a
dar muitos feedbacks individuais, descurando um pouco o feedback geral, que
me poderia poupar a voz a longo prazo. Com este perfil, ao longo das aulas de
modalidade individuais, senti-me bastante à vontade com a quantidade de
instruções que ia fornecendo, mas quando tive a necessidade de lecionar uma
modalidade coletiva, perdia muito tempo a instruir um aluno de cada vez, tendo
como consequência, o não conseguir chegar a todos os alunos, com isto,
aprendi que quando o erro é constante em vários alunos, poderei observar o
decorrer do exercício, selecionar as instruções que acho mais necessárias,
parar o exercício e apresentar um feedback geral à turma.
Para a minha turma, a palavra de ordem para os momentos de instrução
era o respeito, apenas falava quando a turma estivesse calada. Era uma
estratégia válida pois não demorava muito tempo a que os alunos se
apercebessem do que era necessário fazer silêncio. Com o passar do tempo
penso que fui ficando mais brando com esta regra, permitindo pequenos
comentários para o lado, desde que não fossem excessivos, e no caso de
serem, eu limitava-me a calar e voltava a esperar que a turma se calasse. Eles
compreenderam bem que se falassem muito, demoravam mais tempo para
começar os exercícios.
A nível de comunicação fui também resolvendo uns pequenos
problemas ao longo do ano letivo. Na minha primeira aula estava um pouco
nervoso, esqueci-me de falar em alguns pontos e com isso aprendi que poderia
escrever os assuntos a tratar num papel ou no quadro, e ao longo da conversa,
ia riscando aqueles que já tinham sido abordados. Ganhei um gosto especial
27
A Felicidade no Esforço
por usar o quadro, achei uma maneira fácil e prática de explicar aquilo que
tinha para transmitir, e facilitava a compreensão para os alunos.
4.1.2.2. A importância da reflexão: na ação, sobre a ação e sobre a reflexão na ação. Utilização da reflexão escrita para suporte do estágio.
Arends (1997, p. 67) sugere: “a planificação do professor é multifacetada
e relaciona-se com três fases do ensino: a fase anterior à instrução, em que
são tomadas as decisões sobre o conteúdo e duração do que deve ser
ensinado; a fase de instrução, em que se tomam decisões sobre as questões a
colocar, o tempo de espera e as orientações específicas; a fase posterior à
instrução, em que se tomam decisões sobre a avaliação dos progressos do
aluno e o tipo de informação avaliativa a proporcionar”. Alarcão (1996, p. 16) o
conhecimento na ação é “o conhecimento que os profissionais demonstram na
execução da ação; é tácito e manifesta-se na espontaneidade com que uma
ação é bem desempenhada”. O conhecimento na ação é variado e acontece
devido à reflexão da própria ação.
Reflexão sobre a ação, que se realiza após termos agido. A reflexão
sempre foi um momento muito importante para mim ao longo do ano, foi
através dela que fui capaz de melhorar aula após aula, até ao ponto em que as
aulas eram fluidas e sem grande percalços. No entanto, é de verificar que este
ponto da reflexão tem necessariamente de se dividir em três subpontos:
Reflexão na ação, que se realiza durante o decorrer da aula, no momento em
que conseguimos ter uma visão geral e temos necessariamente de ponderar se
a aula está a correr como previsto ou se é necessário realizar alguma
alteração, e se sim, qual e como é que devemos faze-la. Segundo Alarcão
(1996, p. 16) o conhecimento na ação é “o conhecimento que os profissionais
demonstram na execução da ação; é tácito e manifesta-se na espontaneidade
com que uma ação é bem desempenhada”.
Reflexão sobre a ação, que se realiza após termos agido. Alarcão (1996,
p. 17) também refere que este tipo de reflexão é uma “reconstrução mental da
ação para tentar analisá-la retrospetivamente” ou seja, após reagirmos, temos
28
A Felicidade no Esforço
de refletir sobre se essa ação foi a mais indicada ou não, podendo depois
encontrar outras soluções que nos ajudem.
O último subponto é sobre a reflexão na ação, que é um “processo que
leva o profissional a progredir no seu desenvolvimento e a construir a sua
forma pessoal de conhecer. A reflexão sobre a reflexão na ação ajuda a
determinar as nossas ações futuras, a compreender futuros problemas ou a
descobrir novas soluções” (Alarcão, 1996, p. 17).
4.1.2.4. Modelo de Educação Desportiva vs. Trabalhos por níveis de desempenho
Um dos grandes pontos no meu ano de estágio foi a realização do MED.
É um tipo de modelo que não me senti muito à vontade em utilizar no início,
pelo simples fato de não acreditar que os alunos fossem capazes de carregar
tanta responsabilidade. Desde o momento que este modelo me foi
apresentado, nunca tive muitas esperanças em conseguir implementa-lo,
penso que é muita confusão e burocracia para crianças, e que, pode
apresentar problemas a nível da fluidez e do ensino que se deve ter durante as
aulas. Para a minha turma em específico, penso que a introdução do MED foi
uma boa experiência, mas infelizmente, apenas por más razões. Ao terem uma
equipa fixa, dividida de acordo com o número de pessoas e as suas
capacidades, houve problemas desde o início. Segundo os alunos, as equipas
não estavam equilibradas, havia colegas que não se davam bem e alunos que
não queriam estar na mesma equipa. Decidi não ceder ao pedido dos alunos
em trocar as equipas, mantendo as equipas equilibradas conforme os níveis.
Embora as equipas pudessem não funcionar muito bem, os jogos que
realizavam entre eles foram sempre próximos no resultado. Ao longo das aulas
a fluidez ia sendo cada vez maior, através de rotinas utilizadas para dar maior
organização ao jogo, nomeadamente: todos os alunos, exceto os capitães
sentavam-se na bancada, estes reuniam-se comigo para lhes transmitir o que
cada equipa teria que realizar. Foi uma estratégia que resultou muito bem e
que deu uma organização extra à aula. Como este tipo de aulas requeria que
os alunos realizassem a função de árbitros, gerou algumas situações
29
A Felicidade no Esforço
desagradáveis devido a um pouco cuidado por parte da arbitragem, tendo
como consequência um ambiente desagradável e perde de confiança entre
alunos, indo contra o objetivo deste modelo de ensino.
Em relação ao trabalho por níveis de desempenho, penso que teve um
resultado melhor, quer na organização, no ambiente e até na tranquilidade que
me dava enquanto lecionava as aulas. Como eles eram uma turma com alunos
bastante honestos, todos eles sabiam quem eram os melhores e quem eram os
piores, não tendo também problema nenhum em admitir em qual dos grupos se
encaixava melhor, e que podia alterar dependendo da modalidade mas, por
norma, o grupo mais fraco era maioritariamente composto pelas raparigas,
sendo o grupo mais forte maioritariamente composto por rapazes. Quando este
tipo de trabalho foi implementado, experienciei muita cooperação entre eles, e
em todos os grupos. O grupo mais fraco encorajava os seus elementos a
vencer os medos e a dar confiança, festejando sonoramente a cada pequena
vitória que ocorresse a qualquer um deles. Gostei especialmente de dar aulas a
este grupo, pois as emoções são sempre mais fortes, começando com algumas
lágrimas de medo e terror, e terminando com lágrimas de alegria por ter sido
capaz de ultrapassar a sua dificuldade. O grupo mais forte era mais
descontraído, avançava rapidamente por variáveis e progressões, no entanto,
quando um dos elementos apresentava uma dificuldade, o grupo todo
encorajava, dando feedbacks sobre como fazer e permitindo que voltasse a
realizar os exercícios para que tivesse êxito. No entanto, ambos os grupos
eram conscientes em relação ao outro, e enquanto o grupo mais fraco sentisse,
por vezes, vergonha por realizar os exercícios, o grupo mais forte nunca
deixava de encorajar através de reforço positivo. Em termos de ensino, o
trabalho por níveis também me permitiu avançar com aqueles que eram
capazes, e manter-me pelos exercícios mais básicos com aqueles que tinham
dificuldade, no final, as aulas podiam-se ajustar a todos os alunos.
Comparando agora estes dois modelos abordados ao longo do ano,
penso que o trabalho por níveis de desempenho teve mais sucesso que o
MED. Enquanto no primeiro, as aulas ajustavam-se a dois níveis diferentes,
onde colocava a dificuldade dos exercícios em função do que os grupos eram
capazes de executar, no segundo, os exercícios ficavam um pouco mais
30
A Felicidade no Esforço
condicionados pela presença e motivação dos alunos, algo que, nesta turma,
criou dificuldades às aulas, retirando-lhe a fluidez e ritmo que uma aula de EF
deve ter.
4.1.3. Avaliação
“A análise e a avaliação ligam-se, em estreita retroação, à planificação e
realização. Nenhuma destas três atividades é dispensável, se o professor
pretender assumir corretamente as suas funções” (Bento, 2003, p. 175).
Como ano de estágio, tive a oportunidade de experimentar vários
modelos de avaliação, sendo cada UD uma experiência diferente. Um modelo
que gostei muito foi a avaliação de ginástica, no qual estava sentado numa
cadeira, com uma secretária e um programa do Excel preparado com uma
tabela de valores para cada elemento. Foi extremamente fluido e organizado,
podendo também facilitar um pouco na ordem em que os alunos eram
avaliados. Um outro tipo de avaliação que gostei bastante foi a de badminton,
no qual eu apresentei os exercícios aos alunos e ia circulando e tirando
apontamentos para uma tabela que tinha na minha capa. Neste tipo de
avaliação os alunos mantinham-se sempre em atividade, o que me permite
observar sempre um aluno a realizar o exercício. Como ponto negativo, como
havia muita atividade, havia maior possibilidade de me desconcentrar enquanto
avaliava. No entanto, a avaliação que mais prazer me deu em avaliar foi a de
salto em altura. Como tinha que avaliar a partir de uma certa altura, decidi
planear uma competição para ver quem era o melhor saltador da turma,
aproveitando os vários saltos que iriam realizar para avaliar todas as
componentes que tinha na tabela. Em primeiro começaram as meninas pois a
nota mínima iniciava com uma altura inferior e, quando elas conseguiram
atingir a marca mínima dos rapazes, eles entraram também na competição. A
partir de uma certa marca, e sem nenhum feedback para os motivar, os alunos
festejavam a cada salto válido, sendo apenas preciso soar o apito uma vez
para que todos se acalmassem e voltassem aos lugares, dando depois
continuidade à competição. No final, depois de ter dado todas as notas e de
apenas restar o aluno vencedor, elevamos a fasquia para o nível seguinte e
31
A Felicidade no Esforço
entrei eu também na competição. Com a minha entrada, esperava que eles
apenas encorajassem o colega, de modo a que ele vencesse, no entanto, após
o aluno ter falhado o salto e eu ter conseguido, a turma inteira celebrou o fato
de eu ter passado também. Após a segunda tentativa falhada, a turma voltou a
festejar o fato de ter chegado tão longe. Para mim, esta aula foi a melhor aula
que dei em todo o ano, pois para além de ter festividade, cooperação, boa
densidade motora e um bom ambiente entre todos, eles incluíram-me na aula e
respeitaram todas as minhas instruções, fazendo desta, uma aula feliz para
mim.
Após as avaliações vinha a reflexão e comparação destas. Era um
momento em que me sentava e ponderava na evolução de cada um dos alunos
dentro das UD e o desempenho geral ao longo das aulas, podendo alterar
ligeiramente algumas notas, que normalmente beneficiavam os alunos. Como
afirma Ribeiro e Ribeiro (1990, p. 359), “a avaliação sumativa procede a um
balanço de resultados no final de um segmento de ensino-aprendizagem,
acrescentando novos dados aos recolhidos e contribuindo para uma
apreciação mais equilibrada do trabalho realizado”.
4.2. Participação na Escola e as Relações com a Comunidade
4.2.1. Direção de Turma
Como Zenhas (2006, p. 166) menciona: “o DT tem um papel de
charneira na concretização da colaboração escola-família”. Esta frase traduz na
perfeição, aquilo que eu aprendi que o Diretor de Turma deve ser, alguém que
tenha a capacidade de chegar um pouco mais além, que conheça os alunos
por dentro e por fora, saiba as situações em que se encontram, problemas que
possam ter dentro e fora da escola e ajuda-los a resolver. No fundo, O DT deve
ser o elo que vai ligar os pais à escola, e que permite que os alunos tenham
alguém do lado deles dentro da escola, uma pessoa em que possam confiar do
outro lado, o lado dos professores.
Durante o meu EP, pude vivenciar um pouco daquilo que ser o DT
experiencia ao longo de um ano. A professora cooperante tinha a direção de
turma de uma turma do 11º, a mesma que também já tinha referido antes como
a turma rotativa para o nosso núcleo. Desde pequenos pontos triviais mais
32
A Felicidade no Esforço
importante como justificar faltas, até a pontos extremos, de conversar
seriamente com os alunos para tentar ajudar ou perceber se estava tudo bem.
Esperava-se no início do ano não haver grandes problemas com a turma, pois
eram mais velhos, melhor comportados que as restantes turmas e com uma
boa dinâmica entre eles. Ao longo do ano foi-se registando pequenas
conversas mais informais com os alunos, nada de extravagante, excetuando no
segundo período.
Existem vários tipos de problemas graves que os alunos podem arranjar
ao longo da sua vida académica e esta turma arranjou um desses. Neste caso,
a turma roubou informações relativas a um teste que iriam ter à disciplina de
Biologia. Após alguns dias de terem feito o dito teste, um das alunas veio
confessar o que se tinha ocorrido e o modo como o delito tinha sido executado.
A partir daí, houve muitas mudanças, quer a nível comportamental,
motivacional e de confiança uns com os outros. Praticamente todas as aulas
que tínhamos para dar vólei iniciavam-se com discursos ou perguntas da nossa
PC, de modo a aferir o melhor que podia sobre o que tinha acontecido, para
que aqueles que tinham participado no roubo fossem punidos, e os restantes
ilibados. As aulas passaram de felizes e cheias de vida, para tristes e paradas,
não por falta de tentativas da parte dos professores encarregues (eu e a PC)
para que se fizesse competições em equipas de modo a conviverem mais,
promover o trabalho em equipa entre eles, trabalhar situações de cooperação,
etc.. No início das aulas destacava-se o silêncio existente entre todos eles,
olhares duvidosos sobre quem é que poderia confiar, sempre à procura da
pessoa que os tinha denunciado. A meio das aulas, o ambiente ia ficando mais
leve, muito devido ao efeito que o desporto tem nas pessoas, de fazer com que
elas se esforcem e se esqueçam um pouco dos problemas existentes no dia-a-
dia, o que me deixava um pouco mais animado, mas verificava sempre que na
aula seguinte, o ambiente taciturno e pesado tinha-se voltado a instalar. No
final, foi necessário o processo ir além da DT e envolveu advogados e
processos legais, os alunos passaram de meros estudantes a réus e culpados,
o que os assustou um pouco e fez com que certas ações fossem realizadas
com maior celeridade. Os culpados admitiram o que tinham feito, explicaram
como decorreu o roubo da informação e foram devidamente sancionados.
33
A Felicidade no Esforço
Antes de tudo terminar, a PC teve uma conversa com os alunos que
cooperaram no processo, e, na minha opinião, eles tinham tomado consciência
do erro que tinham cometido e que se sentiam realmente mal por o terem feito.
Após o incidente que ocorreu, as aulas voltaram ao que era antes, o
ambiente já era mais festivo e convidativo, os alunos já conversavam e davam-
se bem com toda a turma e mais nenhum incidente grave voltou a acontecer.
Deste processo todo que tive a oportunidade de experienciar um pouco
por fora e por dentro ao mesmo tempo, aprendi uma maneira de processar
alguns dos problemas que poderão ocorrer no futuro, e sinto que se um dia,
uma das minhas turma realizar uma ação parecida com o sucedido este ano,
terei mais capacidades de resolver de forma rápida e concisa.
4.2.2. Desporto Escolar
O Desporto Escolar na escola tem uma ideologia diferente do desporto
escolar existentes nas outras escolas. Através de várias conversas com os
meus colegas estagiários, apercebi-me que eles tinham a hipótese de dar
treinos de uma modalidade no qual se sentiam mais preparados a um grupo de
alunos, que se tinham inscrito especificamente para aquela modalidade. No
meu caso, o Desporto Escolar foi desenvolvido ao longo de apenas um
período, com a supervisão de um professor da escola (Prof. Manuel Volta),
com vários alunos, de vários anos, com o intuito apenas de realizar uma
competição em forma de torneio entre as várias equipas que se iam
inscrevendo, nos seus diferentes escalões e géneros. Como tal, tive a hipótese
de trabalhar com muitos dos alunos que frequentam a escola e não apenas
com um pequeno grupo.
O desporto que eu pude escolher, foi voleibol, muito devido ao fato de
ter alguma ligação a esta modalidade. Desde pequeno que ouço falar de vólei,
pois o meu pai esteve bastante envolvido na modalidade, numa fase inicial
como jogador do CDUP e numa fase final, enquanto árbitro. Não só o meu pai
jogou, mas também dois dos meus tios, que inclusive tiveram a oportunidade
de poder jogar no Porto e pela Seleção Nacional. Como tal, foi uma modalidade
34
A Felicidade no Esforço
que fez parte da minha infância e que desde cedo, aprendi a gostar de praticar
e de ver, dando-me assim um maior conhecimento relativamente às regras e às
táticas utilizadas durante os jogos.
Durante os torneios que se foram realizando ao longo de 1º Período, tive
a oportunidade de fazer mais do que arbitrar os jogos. Como os alunos
normalmente chegavam mais cedo, eu tinha a hipótese de lhes poder dar
feedbacks em relação às várias habilidades técnicas e táticas que eles
poderiam desenvolver durante os jogos. Durante os jogos, podia além de dar
feedback a ambas as equipas, poderia facilitar em algumas regras, de modo a
permitir que o jogo tivesse mais fluidez e dinâmica. As faltas que normalmente
deixava passar podiam ser: Dois toques; Transporte e; Falta na rede. No
entanto, no caso de as faltas serem demasiado obvias ou a equipa lucrar em
demasia com essa infração, obviamente que apitava falta e explicava o porque
de a ter assinalado.
Os escalões que competiram foram: 2001/2002 Masculino e Feminino,
1997/2000 Masculino e Feminino. Estes escalões abordavam praticamente
todos os alunos da escola, podendo haver que tivesse nascido antes de 1997.
A realização deste trabalho facilitou muito a minha integração na escola,
dando-me a hipótese de me dar a conhecer a praticamente todos os alunos e
criando uma pequena relação mais próxima com aqueles que já conhecia.
Através dos conhecimentos que fui passando no momento de dar feedbacks,
os alunos foram reconhecendo em mim, um conhecimento que eles não
possuíam e que puderam retirar daquilo que eu lhes ia dizendo. Nos exercícios
em que tinham mais dificuldade, iam-lhe dando algumas progressões de
aprendizagem que eu fui aprendendo ao longo da minha vivência desportiva e
das aulas que tive na faculdade.
Durante os jogos, tive também que ser capaz de resolver questões da
ordem da disciplina, pois como em todos as modalidades coletivas, há
discussões relativamente às regras e ao fato de a bola ter caído dentro ou fora
dos limites de campo, se o adversário tinha tocado na rede, e até mesmo, falta
de fair play.
35
A Felicidade no Esforço
Em suma, foi uma experiência bastante enriquecedora, que me permitiu
crescer dentro da instituição que me acolheu, que embora fosse ligeiramente
diferente a nível organizacional, trouxe bastantes desafios e regalias a nível
pessoal e profissional.
4.2.3. Atividades Desenvolvidas na Escola Cooperante
No início do ano foi proposto ao nosso núcleo algumas atividades nas
quais nós, enquanto professores estagiários, poderíamos ajudar a concretizar,
nomeadamente o corta-mato escolar e o Compal-air.
O nosso corta-mato foi realizado no dia 12 de Dezembro de 2014, mas a
história começa muito antes, pois para que esta atividade corresse bem,
tivemos muito trabalho com a sua preparação. Enquanto grupo de EF, ficou
definido que o nosso núcleo deveria ficar encarregue de arranjar patrocínios,
montar o percurso no dia anterior, preparar os dorsais, verificar se as fichas
das posições estavam completas, estar presente em vários pontos do percurso
para confirmar que ninguém cometia algum erro e enviar os resultados para o
gabinete. Tivemos de ter em atenção o ponto dos patrocínios, algo que
iniciamos bastante cedo, de modo a conseguir o máximo possível de ajuda
para que a escola gastasse o mínimo dinheiro possível, e como tal,
começamos a enviar e-mails e a telefonar a empresas a meio de Outubro.
Fomos conseguindo alguns patrocínios ao longo do tempo, que nos permitiram
ir programando os lanches que iriamos distribuir após o evento.
Preparar os dorsais foi um trabalho longo mas não foi difícil, apenas foi
necessário organiza-los por ordem crescente, dividir por professor para que
pudesse ser entregue mais facilmente no dia do evento, assinalar os que
faltavam e fazer uma lista com os dorsais repetidos.
Nas aulas, tive que inscrever os alunos que gostariam de participar no
corta-mato e tentar arranjar juízes para poder espalhar ao longo do percurso de
modo a que ninguém se enganasse, quer sem querer ou de propósito.
No dia anterior, o nosso núcleo foi conhecer e montar o percurso que os
alunos iriam realizar para o corta-mato. Com a ajuda de um professor,
36
A Felicidade no Esforço
montamos os vários percursos que seriam necessários para todos os escalões,
o que incluía a montagem de um percurso em zig-zag num campo de futebol,
colocando fita para definir os corredores e as delimitações do percurso.
Utilizamos a fita também para evitar que os alunos passassem por zonas mais
perigosas, como por exemplo, zonas de mato com terreno incerto. Definimos
os locais onde teríamos de marcar com giz, como a partida e a chegada e
restringir a passagem de alunos entre os edifícios durante os percursos.
No dia 12 de Dezembro realizou-se então o corta-mato, sem grandes
problemas, sem lesões graves e sem grandes atrasos. Eu fiquei posicionado
numa zona onde apenas os escalões mais velhos iriam passar, e como tal, no
início fui passando por outros postos, ajudando os juízes e os alunos. A única
situação problemática que ocorreu comigo foi quando uma aluna se sentiu mal
a meio da prova, nessa altura fiz o necessário para a ajudar e chamei o INEM,
que estava posicionado na escola para o caso de acontecer alguma
eventualidade. A entrega de medalhas foi realizada ao longo das provas,
prevenindo um grande atraso no final, e permitia que os alunos se pudessem ir
desequipando e desimpedindo os balneários.
Uma segunda atividade que pudemos realizar na nossa EC foi o
Compal-air. Esta atividade consistiu num torneio regional de basquetebol e não
foi planeada por nós, pois foi realizada na escola do cerco, no porto. A nossa
função para esta atividade foi realizar um torneio na escola para aferir quais as
melhores equipas para levar ao evento.
Esta atividade no entanto foi uma desilusão em si pois a prestação da
escola não foi a melhor, ficando em último em todos os escalões em que
competiu, e em ambos os sexos, o que mostrou duas coisas: o quão boas
eram as outras equipas, mesmo tendo alunos que jogavam basquetebol
federado e o quão difícil foi para os nossos alunos conseguirem jogar bem.
Enquanto professor, pude transmitir feedback aos alunos enquanto eles
jogavam e dar instruções durante os intervalos.
37
A Felicidade no Esforço
4.2.4. Atividades Desenvolvidas pelo Núcleo
Pelo nosso núcleo, foi-nos propostas duas atividades para as quais
teríamos que planear tudo: uma delas foi o Meeting de Atletismo, uma atividade
onde nos deram os traços gerais e o nosso núcleo é que teve que a realizar; e
o Dia D, que decidimos proporcionar um dia diferente aos alunos, para que eles
pudessem experimentar desportos não convencionais.
No dia 8 de abril de 2015, tivemos a hipótese de executar uma atividade
na escola que já estava completamente organizada, o Meeting de Atletismo.
O processo de organização do Meeting começou cedo, por volta de
fevereiro e foi um momento importante para o nosso núcleo de estágio, pois
como era um projeto para nós aplicarmos, tínhamos de ter tudo pronto e direito
de modo a não deixar mal a escola, e como é uma atividade que já faz parte da
tradição da escola, e já não se realizava há dois anos consecutivos devido à
chuva, tínhamos que ter ainda mais preocupação em deixar tudo muito bem
definido. Foi também importante para nós pois foi um primeiro momento em
que realmente nos sentamos numa sala e trabalhamos como uma equipa, não
apenas dividindo as tarefas e indo cada um para sua casa trabalhar naquilo
que lhe tinha ficado destinado.
Havia certas coisas que já eram certas, como por exemplo, o Prof. Pedro
ficaria com o salto em altura, a Prof. Cristina ficaria com o salto em
comprimento e haveria três trabalhos diferentes para o núcleo, o secretário, o
coordenador geral e quem fica com as provas de velocidade, estafetas e
resistência. Como não havia uma grande dificuldade em nenhum dos cargos, a
distribuição dos mesmos foi bastante cordial, ficando cada um com o trabalho
que se sentia menos à vontade, de modo a desafiarmo-nos de maneira a que
consigamos melhorar e a criar mais à vontade em situações desconfortáveis.
No final, acabei por ficar com o cargo de coordenador geral da prova, que tinha
o objetivo de andar por todas as estações, solucionar problemas e coordenar
todas as provas de modo a haver os menos problemas possível.
O fato de ter sido exatamente após as férias da Pascoa fez com que
algum trabalho fosse deixado para o dia anterior. Não íamos à escola e como
tal o trabalho não era finalizado, no entanto, como havia bastante trabalho feito
38
A Felicidade no Esforço
com antecedência, e como tal, não criou graves problemas para o dia anterior,
tendo apenas de imprimir as identificações das equipas, que era uma tarefa
bastante fácil de realizar visto podermos imprimir e corta-las na reprografia.
Com o trabalho todo feito, só faltou esperar pelo próprio dia.
No próprio dia estava bastante nervoso, cheguei cedo para tentar
dissipar ao máximo a minha ansiedade, o que acabou por ser ainda pior, pois
fui o primeiro a chegar, não estava ainda ninguém, os alunos começaram a
chegar e eu continuava sozinho e apenas conseguia pensar em todas as
coisas que eu poderia estar a fazer, em vez de estar à espera. Quando
começaram a chegar, tentei organizar a minha mente outra vez, para tentar
não fazer tudo ao mesmo tempo e tentar fazer tudo corretamente. As coisas
foram sendo montadas, os alunos foram chegando, havia certas estações que
deram problemas e eu lá arranjei maneira de as solucionar (no salto em altura
havia um parafuso que não prendia muito bem e depois de tentar fita cola,
calços e elásticos, consegui arranjar um arame que conseguia segurar o
suficiente para colocar a fáscia em cima sem cair), pedi ao Prof. Lacerda para
dizer no microfone que os alunos se podiam direcionar para as suas estações e
dei o aval para começar. Depois desse momento em que disse isso, quase
todo o nervosismo desapareceu e comecei a trabalhar. Corri de um lado para o
outro, fui a todas as estações, perguntava se era necessário alguma coisa
(pedido que foram desde chamar pessoas no microfone, levar resultados para
a secretaria e até requisitar mais juízes para as provas). Preocupei-me um
pouco mais com a estação do salto em altura, visto estar apenas um professor
com duas alunas, mas pude verificar que as alunas tinham compreendido bem
aquilo que deviam fazer e como tal, as coisas correm sem problemas.
Ao longo da atividade, pude ainda conversar com os alunos, brincar um
pouco com eles, simular que ganhava corridas ou que as iria começar,
incentivar aqueles que estavam em prova, dar feedbacks corretivos
(especialmente no salto em altura) e congratular.
No final houve alguma confusão com as medalhas pois iria dar-se por
terminada a prova antes de ser entregues as medalhas de todas as
modalidades.
39
A Felicidade no Esforço
Em suma, penso que a atividade correu bastante bem, que o nosso
núcleo de estágio cumpriu com aquilo que deveria ser feito com bastante
qualidade, o fato de termos usado um IPad para obtermos um Fotofinish em
todas as provas de velocidade, resistência e estafetas adicionou qualidade e
validade aos resultados e que poderá ser um ponto extremamente positivo para
que os próximos estagiários de anos vindouros possam seguir, pois foi uma
estratégia extremamente útil. Outro ponto positivo foi o fato de conseguirmos
acabar às horas previstas, pois foi tudo planeado de modo a termos tempo
suficiente para terminar tudo a horas. Os resultados saíram rápidos, as provas
estavam bem coordenadas entre si e a transição entre elas foi fluída. Como
ponto negativo, fica a falta de participação de algumas equipas que não
compareceram e até mesmo a falta de participantes que deram entrada na
acreditação.
A ideia inicial era organizar um dia em que os alunos pudessem
experimentar alguns desportos que não são tão conhecidos, um dia de
desportos diferentes. Como tal, decidimos escolher desportos que fossem
possíveis de realizar dentro da escola e com material que fosse possível de
arranjar. No meio de muitas ideias, aquelas que ficaram foram o Ultimate
Frisbee (que fiquei eu encarregue), o Tchoukball (que ficou o Renato
encarregue), o boccia (que foi entregue ao professor Gabriel e ao professor
Volta) e o voleibol sentado que ficou entregue à professora Cristina e à
professora Ana). A nossa decisão para apresentar estas modalidades baseou-
se na capacidade que teríamos para realiza-las com material da escola, de
modo a que um dia, os professores possam ensinar nas suas aulas. Para o
Ultimate Frisbee, a escola já tinha discos para a sua prática e usando o campo
exterior, eramos capazes de recriar um campo desta modalidade. Para o
Tchoukball, fomos capazes de recriar as condições suficientes utilizando dois
mini trampolins e cabeças de plintos para colocar a zona de marcação de
pontos com a elevação suficiente para facilitar as jogadas. O voleibol sentado
foi delimitado por sinalizadores e foi usado os postes de salto em altura para
colocar a rede na altura certa. Por fim, para o boccia, requisitou-se dois
conjuntos de bolas ao gabinete de desportos adaptados da FADEUP.
40
A Felicidade no Esforço
Algum trabalho ia sendo realizado ao longo do segundo período, embora
nada determinante, o que foi mais necessário era avisar os professores dos
seus lugares numa reunião que tivemos, embora penso que a mensagem foi
mal passada e pouca coisa ficou retido na cabeça de todos.
Com a vinda das férias, as coisas foram deixadas um pouco de lado,
embora na nossa cabeça, o projeto estava bem encaminhado e com a maior
parte dos problemas resolvidos, o que não era completamente verdade. Penso
que nos descuidamos um pouco nesta altura.
Depois do Meeting de Atletismo e da nossa reunião com a professora,
senti que realmente ainda faltava algum trabalho a ser definido, e penso que
nessa altura, fui capaz de mobilizar o resto do grupo a trabalhar um pouco no
projeto, mesmo estando todos cansados do nosso dia. Fui escrevendo os
pontos definidos no quadro de modo a não nos esquecermos, e ia sempre
revendo os pontos que não tínhamos sido capazes de responder na reunião
anterior, de modo a ter a certeza que estava tudo feito. Fui com os restantes
elementos do núcleo preparar o material para ter a certeza de como as coisas
ficariam no dia seguinte, fomos imprimir as folhas autocolantes para definir as
equipas e também preparei o calendário para eventuais faltas de equipas,
estando pronto para ter desde 14 a 18 equipas (estando no final 17). Apenas
quando estava tudo definido, é que fui capaz de ir embora descansado. Ainda
neste dia, fui ao gabinete de desporto adaptado na faculdade buscar os
conjuntos de bolas, que já tinha previamente definido com o professor
encarregue onde as poderia ir buscar. e passamos imediatamente para marcar
os campos de boccia. Usamos fita para delinear os limites e fita-cola para que
a fita ficasse presa. O campo de Ultimate Frisbee apenas tinha que colocar
cones para definir as “end zones” e como tal, apenas os coloquei quando dei
início ao primeiro jogo. Ao mesmo tempo, ia controlando mais ou menos o
número de equipas que iam fazendo a acreditação com o Renato para ter a
noção do trabalho que ia ter depois.
No dia seguinte, eu tinha como função preparar os campos e devo dizer
que deu mãos problemas do que estava à espera. No voleibol sentado, as
redes não ficavam bem esticadas se apenas as colocasse nos postes de salto
em altura e então tive de improvisar um pouco, deixando um bom resultado
41
A Felicidade no Esforço
final (penso eu), com este problema, não fui capaz de ir ajudar na montagem
do campo de Tchoukball e passamos imediatamente para marcar os campos
de boccia. Usamos fita para delinear os limites e fita-cola para que a fita ficasse
presa. O campo de Ultimate Frisbee apenas tinha que colocar cones para
definir as “end zones” e como tal, apenas os coloquei quando dei início ao
primeiro jogo. Ao mesmo tempo, ia controlando mais ou menos o número de
equipas que iam fazendo a acreditação com o Renato para ter a noção do
trabalho que ia ter depois.
No meu campo, as regras eram explicadas novamente, ensinei sempre o
modo de lançar o disco da maneira correta de modo a que eles tivessem mais
êxito e dava sempre uns minutos para experimentarem os lançamentos com a
sua equipa. Durante o jogo, ia deixando os alunos jogarem à vontade, fazendo-
os seguir as regras ao máximo e de modo a terem sucesso no final.
Como pontos positivos, penso que o calendário foi bem empregue, pois
os alunos apareciam sempre nos seus campos à hora certa e nunca tive que
esperar por nenhuma equipa. Penso também que as modalidades abordadas
foram bem escolhidas e que atraiam a atenção dos alunos.
Como ponto negativo, penso que a falta de mais modalidades fez com
que pudesse haver alguma desmotivação durante o dia. O fato de os alunos
terem de esperar em alguns casos 40m (embora ninguém se queixou quando
eles puderam jogar nos 40m seguintes), e também era difícil aliar mais
desportos a menos tempo de espera, pois no caso de haver mais uma
modalidade, teríamos que perder um campo, que faria com que houvesse
ainda mais tempo de espera.
Em suma, penso que a atividade correu bem, não foi excelente pois
havia a possibilidade de colocar mais desportos, mas foi bastante consistente e
proporcionou uma manha bastante animada aos 110 alunos que estiveram
presentes no “Dia dos Desportos Diferentes”
42
A Felicidade no Esforço
4.3. Área 3 – Desenvolvimento profissional:
4.3.1. Resumo
A presente investigação serviu para analisar a relação da prática
desportiva regular, com o nível de felicidade que os alunos sentiam na altura do
questionário. Assim sendo, este estudo pretende mostrar se os alunos que
realizam mais atividade física se consideram felizes ou mais felizes que os
seus colegas que praticam pouca ou nenhum tipo de atividade.
O estudo contou com uma amostra de 48 alunos do 8º ano, com idades
compreendidas entre os 12 e os 14 anos, sendo que 52,8% pertenciam ao
sexo masculino e 47,2% ao sexo feminino.
Para a realização deste estudo, os alunos responderam ao Inventário de
Comportamentos relacionados com a Saúde dos Adolescentes (versão online),
desenvolvido pelo laboratório de Psicologia da Faculdade de Desporto, a partir
do questionário de Corte-Real, Balaguer e Fonseca (2004).
No final do estudo pode-se verificar que aqueles que praticam exercício
regular são mais felizes, no entanto, devido a uma amostra reduzida, não se
pode ter a confirmação. Quando houver a hipótese de realizar outro estudo
com uma amostra maior, serei capaz de chegar a resultados mais fiáveis.
PALAVRAS-CHAVE: ADOLESCÊNCIA; FELICIDADE; ATIVIDADE
EXTRA-CURRICULAR; PRÁTICA DESPORTIVA
43
A Felicidade no Esforço
4.3.2. Introdução
Independentemente da interpretação que adotemos, é inequívoco que a
prática de atividade física regular tem um papel preponderante na promoção de
um estilo de vida saudável (Balaguer & Castillo, 2002), sendo cada vez mais
forte a convicção, tanto por parte da população em geral como da comunidade
científica, das vantagens físicas, psicológicas e sociais que lhe estão
associadas em todas as idades (Dias et al., 2008).
Hoje em dia a escola é um dos locais onde os alunos tem a hipótese de
praticar desporto, havendo até muitos casos onde é o único local onde realizam
exercício físico. A moda desta geração de adolescentes é a de ficar em casa a
jogar no computador com os amigos, possibilitados de o fazer pois as
tecnologias existentes permitem que eles possam estar com próximos o
suficiente para comunicarem, no entanto, longe o suficiente para interagirem.
Com isto, os adolescentes de hoje podem fazer tudo o que quiserem sem
saírem da sua cadeira do quarto, o que promove uma vida sedentária que está
a degradar a vida dos nossos jovens. As doenças que apenas eram
diagnosticadas em adultos acima dos cinquenta anos, começou a aparecer em
jovens com vinte anos. A minha pergunta para esta sociedade é simples: será
que são felizes desta maneira? Será que aqueles que são capazes de sair do
seu quarto, ir até à rua e jogar com os seus amigos tem a hipótese de serem
mais felizes? Será que aqueles que não praticam desporto conseguem ser
felizes?
Contudo, a adolescência é uma fase da vida com vários picos de
felicidade, quer seja por ter tirado um nota mais fraca num teste importante que
deixa triste qualquer um, ou ficar feliz devido ao fato de ter acordado bem
disposto e o dia estar a correr bem. Com isto em mente, estou aberto a que
alguns dos resultados possam estar desviados do real, pois alguns alunos
poderiam sentir-se menos felizes devido ao fato de ter feito o inquérito numa
altura de testes e exames. Seria também importante aferir a razão a que levou
a alguns dos alunos a expressar a sua infelicidade.
44
A Felicidade no Esforço
4.3.3. Metodologia
4.3.3.1. Grupo de estudo
A amostra é composta por 48 alunos, 48% dos quais eram raparigas e
52% rapazes, todos eles frequentavam o 8º ano no momento do estudo. Todos
os alunos tinham idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos de idade.
25; 52%23; 48%
Quadro 1 - Distribuição da amostra por género
Rapazes Raparigas
1; 2%
46; 96%
1; 2%
Quadro 2 - Distribuição da amostra por idades
12 13 14
4.3.3.2. Instrumentos de recolha de dados
Para a concretização deste estudo de forma rápida e simples, foi
utilizado o “Inventário de Comportamentos relacionados com a Saúde dos
Adolescentes”, versão online, desenvolvido pelo laboratório de Psicologia da
45
A Felicidade no Esforço
Faculdade de Desporto, a partir do questionário de Corte-Real, Balaguer e
Fonseca. Para este estudo não interessava a aplicabilidade do inquérito na sua
totalidade, tendo sido assim retiradas as questões pertinentes para a realização
do estudo.
4.3.3.3. Aplicação dos inquéritos
Para facilitar a entrega e realização deste inquérito, pediu-se aos alunos
que o preenchessem no início das suas aulas de EF, requisitando também a
assistência do professor das turmas de modo a facilitar a entrega e a recolha
dos mesmos.
4.3.3.4. Procedimentos estatísticos
Para a elaboração deste estudo utilizei o Microsoft Excel 2013. Este
programa auxiliou na elaboração de tabelas e do tratamento e comparação dos
dados.
4.3.3.5. Apresentação e Discussão dos resultados
Uma das primeiras perguntas que coloquei para este estudo foi: será
que há mais crianças a praticar desporto regularmente dos que aqueles que
não praticam? Será que há mais rapazes a praticar desporto regularmente que
raparigas? Os resultados obtidos foram:
27; 56%15; 31%
6; 13%
Quadro 3 - Distribuição de praticantes e não praticantes
Alunos que praticam desporto Alunos que praticam desporto raramenteAlunos que não praticam desporto
46
A Felicidade no Esforço
17; 63%
10; 37%
Quadro 4 - Distribuição de genero entre os praticantes regulares
Rapazes Raparigas
Como se pode reparar, a amostra de alunos obtida mostra que 56% dos
alunos que participaram no inquérito praticavam desporto regularmente, sendo
também composta por 31% de alunos que praticavam raramente e 13% de
alunos que não praticavam desporto. Respondendo à outra questão colocada,
a minha assunção inicial estava correta, desta amostra, 63% dos praticantes
regulares eram do sexo masculino, sendo os restantes 37% do sexo feminino.
Uma das perguntas fulcrais para o meu estudo foi: Será que os alunos
que praticam desporto são mais felizes do que aqueles que não praticam? Para
calcular os valores associados a esta resposta, colocou-se a questão: “De uma
forma geral considero-me uma pessoa feliz...” (Corte-Real et. al., 2004).
Nesta pergunta do inquérito o aluno poderia escolher uma de cinco
hipóteses: “Discordo totalmente”; “Discordo”; “Nem Concordo Nem Discordo”;
“Concordo” e “Concordo Totalmente”. Atribuindo um significado negativo às
duas primeiras, neutro à terceira opção e positivo às duas últimas, podemos
formular o quadro abaixo apresentado:
47
A Felicidade no Esforço
24; 62%
13; 33%
2; 5%
Quadro 5 - Distribuição de alunos que se sentem felizes
Alunos que praticam desporto Alunos que praticam desporto raramenteAlunos que não praticam desporto
No entanto, este quadro apenas nos diz que 62% dos alunos que
estavam felizes praticavam desporto, sendo 33% alunos que praticavam
raramente e 5% alunos que não praticavam desporto. A partir destes
resultados, podemos verificar que 89% dos alunos que praticam desporto
sentiam-se felizes na altura do inquérito.
É pertinente perguntar também se os alunos pensam que ao fazerem
exercício, conseguem ser mais felizes, podendo responder assim à pergunta
fundamental do estudo: Será que desporto torna as pessoas mais felizes? Para
obter esta resposta colocou-se esta questão: “Na tua opinião, qual a
importância da prática desportiva e do exercício físico para a tua felicidade e
bem estar?” (Corte-Real et. al., 2004). Deu-se ao aluno cinco hipóteses de
resposta: “Não se aplica a mim”; “não se aplica muito a mim”; “Aplica-se a
mim”; “Aplica-se muito a mim” e “Aplica-se completamente a mim”. Atribuindo
um significado positivo às três últimas opções e um significado negativo às
duas primeiras, obteve-se o seguinte gráfico:
48
A Felicidade no Esforço
27; 59%
14; 30%
5; 11%
Quadro 6 - Distribuição de alunos que se sentem felizes através do desporto
Alunos que praticam desporto Alunos que praticam desporto raramenteAlunos que não praticam desporto
Como o quadro anterior, este apenas nos mostra que 59% dos alunos
que se sentem felizes através da prática desportiva, já praticam algum tipo de
atividade física regular, no entanto, este número representa 100% da amostra
de alunos que praticam desporto ativamente, podendo assim dizer que todos
os alunos que praticam desporto regularmente se sentem mais felizes através
da sua prática.
4.3.3.6. Conclusões
Concluído o estudo, deve-se então organizar todos os dados obtidos e
sintetiza-los de forma sucinta e clara.
Começo por referir as várias perguntas que fui formulando ao longo do
estudo. “Será que há mais alunos a praticarem algum tipo de atividade física
fora das aulas de EF?”; “Será que aqueles que praticam alguma atividade física
fora das aulas são mais felizes em comparação com os que não realizam?” e
por último, “Será que os alunos que são felizes, atribuem o seu bem estar à
prática de atividade física?”.
Através dos dados obtidos, podemos afirmar que ainda existem
bastantes jovens que praticam algum tipo de atividade física fora da escola,
sendo até, mais do que 50%. Para a pergunta seguinte, pudemos observar que
a maioria dos alunos que afirma ser feliz, praticava desporto com regularidade,
no entanto, havia ainda cerca de 38% dos alunos que não praticavam atividade
física de forma regular e mesmo assim eram felizes, sendo então impossível
49
A Felicidade no Esforço
afirmar que apenas aqueles que tem alguma prática fora da escola são felizes.
Contudo, todos os que tinham algum tipo de atividade física fora da escola
afirmaram que o desporto lhes trazia felicidade, fazendo então desta variável
uma condição importante para a felicidade dos alunos.
Posso então concluir que a atividade física pode ser um fator
predominante para o bem estar mental dos jovens e pode até influenciar a
capacidade de cada um ser feliz.
50
A Felicidade no Esforço
BibliografiaBalaguer, I., & Castillo, I. (2002). Actividad física, ejercicio físico y deporte en la
adolescencia temprana. In I. Balaguer (Org.), Estilos de vida en la
adolescencia (pp. 37-63). Valencia: Promolibro.
Corte-Real, Balaguer e Fonseca (2004). Inventário de comportamentos
relacionados com a saúde dos adolescentes. Gabinete de Psicologia do
Desporto da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
(documento não publicado)
Dias, C., Corte-Real, N., Corredeira, N., Barreiros, A., Bastos T. & Fonseca, A.
M. (2008). A prática desportiva dos estudantes universitários e suas
relações com as autopercepções físicas, bem-estar subjectivo e
felicidade.
51
A Felicidade no Esforço
5. Conclusão e Perspetivas para o Futuro
52
A Felicidade no Esforço
“Os professores são os mais afortunados e bem-aventurados, entre
todos aqueles que trabalham. É-lhes dado o privilégio de fazer renascer a vida
em cada dia, semeando novas perguntas e respostas, novas metas e
horizontes”. (Bento, 2008, p. 77).
Com esta frase retrato o meu percurso do ano mais importante da minha
educação. Uma fase em que eu próprio cresci enquanto profissional e pessoa,
em que pude experienciar o mais belo dos sentimentos, a realização, pois foi
um sonho de criança que finalmente ficou concretizado, e sinto que afinal eu
gosto mesmo de ensinar, e agora já sei que sou capaz de o fazer. Posso
também dizer que esta experiência superou todas as ideias que eu tinha no
inicio, foi extremamente rico a nível das minha aprendizagens, pois tive a
oportunidade de vivenciar tudo aquilo que tinha aprendido nos anos anteriores
na FADEUP, e permitiu-me criar uma identidade enquanto professor, o que me
vai permitir continuar a melhorar ao longo da minha vida enquanto professor.
Entrei na Escola Cooperante como um estranho e saio de lá com um
sorriso na cara e muita “bagagem” que adquiri ao longo do ano. Deixo para trás
pessoas amigas, colegas de quem irei ter saudades e alunos fantásticos que
cresceram com a minha ajuda e comigo. Fico triste de ter de abandonar a
escola ao fim deste ano, sinto que agora era apenas o início. Depois de ter
uma turma moldada à minha personalidade enquanto professor, e com um
grande potencial para ser capaz de fazer melhor nos anos seguintes, ela será
entregue a outra pessoa, que irá sem dúvida alguma, molda-la de novo.
Apenas posso dizer que ficarei à espera do momento em que consiga uma
colocação numa escola de modo a ter a possibilidade de ensinar o melhor que
sei a todos aqueles que querem aprender.
O meu gosto por ensinar não irá desaparecer tão cedo, e saio do estágio
com vontade a dobrar. Ficarei à espera de novos e melhores desafios que a
vida me trará.
53
A Felicidade no Esforço
6. Referências Bibliográficas
54
A Felicidade no Esforço
Alarcão, I. (1996). Reflexão crítica sobre o pensamento de Schon e os
programas de formação de professores In I. Alarcão (Ed.), Formação
reflexiva de professores (pp. 9-39). Porto: Porto Editora.
Ardérius, C. (2012). Um breve percurso por uma longa aprendizagem.
Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto.
Arends, R. (1997). Aprender a Ensinar. Lisboa: McGraw-Hill.
Amaral, M. J., Moreira, M. A., & Ribeiro, D. (1996). O Papel do Supervisor no
Desenvolvimento do Professor Reflexivo. Estratégias de Supervisão. In
I. Alarcão (Ed.), Formação Reflexiva de Professores. Estratégias de
Supervisão (pp. 89-122). Porto: Porto Editora. Porto: Editora FADEUP.
Batista, P., & Queiroz, P. (2013). O estágio profissional enquanto espaço de
formação profissional. In P. Batista, P. Queiroz & R. Rolim (Eds.),
Olhares sobre o estágio profissional em educação física (pp. 33-52).
Porto: Editora FADEUP
Bento, J. (1987). Planeamento e avaliação em educação física. Lisboa: Livros
Horizonte.
Bento, J. O. (1998). Planeamento e avaliação em Educação Física. Livros
Horizonte. Lisboa
Bento, J. (2003). Planeamento e avaliação em Educação Física. Lisboa: Livros
Horizonte.
Bento, J. (2008). Da coragem, do orgulho e da paixão de ser professor: auto-
retrato. Belo Horizonte: Casa da Educação Física.
Correia, F. (2014). As Páginas de uma Grande Etapa: O processo formativo no
Estágio Profissional em Educação Física e a procura de estratégias
inclusivas a um aluno com Síndrome de Asperger. Dissertação de
Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do
Porto.
55
A Felicidade no Esforço
Cury, A. (2006). Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes: A importância do
Pensamento, da Criatividade e dos Sonhos (1ª Edição). Lisboa: Editora
Pergaminho SA.
Estrela, M. T. o., & Estrela, A. o. (2001). IRA-Investigação, reflexão, acção e
formação de professores : estudos de caso: Porto : Porto Editora. 2001.
Fazenda, I. (2008). A prática de ensino e o estágio supervisionado (15ª ed.).
São Paulo: Papirus Editora.
Ferreira, D. (2012). Uma viagem pelo estágio: entre dificuldades e conquistas.
Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto.
Matos, Z. (2011b). Regulamento da Unidade Currcular Estágio Profissional do
Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Ensino de
Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP.
Comunicação apresentada.
Miallaret, G. (1999). Psicologia da Educação. Lisboa: Instituto Piaget.
Murcho, D. (2008). Ensinar a fingir. Jornal Público, 3
Nóvoa, A. (2009). Para una Formación de profesores construída dentro de la
profesión. Revista Educacion (350), 203-218.
Patrício, M. (1993). A Escola Cultural - Horizonte decisivo da reforma educativa
(2ª ed.). Lisboa: Texto Editora.
Ribeiro, A., & Ribeiro, L. (1990). Tipos de avaliação. In A. Ribeiro & L. Ribeiro
(Eds.), Planificação e avaliação do ensino-aprendizagem (pp. 333-374).
Lisboa: Universidade Aberta.
Rosado, A., & Mesquita, I. (2011). Melhorar a aprendizagem otimizando a
instrução. In A. Rosado & I. Mesquita (Eds.), Pedagogia do Desporto
(pp. 69- 130). Lisboa: Edições FMH
Sampaio, D. (1996). Voltei à escola. Lisboa: Editorial Caminho S.A.
56
A Felicidade no Esforço
Santos, F., Batista, P., Sousa, T., Gomes, J., & Cunha, M. (2013). Perceções
dos Estudantes-Estagiários acerca do Processo Formativo vivenciado
em Estágio e seu contributo para a Profissão. In P. Batista, P. Queirós &
R. Rolim (Eds.), Olhares sobre o Estágio Profissional em Educação
Física (pp. 193-206). Porto: Editora FADEUP.
Sêco, J. (1997). Chamados pelo nome - Da importância da afetividade na
educação da adolescência (1ª ed.). Oeiras: Instituto de Inovação
Educacional.
Zenhas, A. (2006). O papel do diretor de turma na colaboração escola-família.
Porto: Porto Editora.
57
Anexos
A Felicidade no Esforço
Anexo 1 – Plano de Aula
Plano de Aula
Professor Estagiário: Miguel Marques
Professora Cooperante: Cristina Macedo
Local: Escola Secundária/3 de
Carvalhos
Data:
22/5/2015
Aula: 89/90 Ano/turma: 8ºF
Espaço: Exterior Hora: 8h25
– 9h55
Duração: 90’
Tempo útil: 70’
Alunos: 28
Unidade Didática: Futebol Função Didática: Introdução
Objetivo geral da aula:
Habilidades motoras:
Conceitos psicossociais:
Condição Física:
Material:
P.A.
Objetivos Comportamentais
O aluno deve:
Atividades/Situações de
Aprendizagem
Componentes Críticas
Inic
ial
15’
8h35
8h50
Fund
amen
tal 25’
8h50
9h15
Fina
l
30’
9h15
9h45
Sum
ário
XIX