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PÁGINA DA DATA E ASSINATURAS

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i

AGRADECIMENTOS

À Dra. Augusta Cardoso,

Pelo apoio contínuo durante a realização do trabalho, pela disponibilidade, atenção e partilha de saber. Por me inspirar a querer sempre mais e melhor, através do seu exemplo profissional e humano.

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ii

RESUMO

Atualmente, o cancro da mama é o cancro mais comum no sexo feminino.1 A terapia

conservadora da mama, que engloba tumorectomia/quadrantectomia e radioterapia

adjuvante, constitui uma opção terapêutica nos estádios iniciais (estádios I, IIA, IIB). 2-4

Apesar desta abordagem ser consensual para tumores unifocais, a sua aplicação na

presença de vários focos tumorais em diferentes quadrantes (multicêntricos) é

controversa.5 Nestes casos, em que as doentes não são candidatas à terapia conservadora

existe indicação para mastectomia.6 A reconstrução pós-mastectomia com uso de

expansor e posterior substituição por implante definitivo constitui a abordagem

reconstrutiva convencional.7,8. No entanto, outros métodos têm sido descritos na literatura

como o uso de implantes permanentes e de tecidos autólogos.9

O Autor apresenta um caso clínico de reconstrução mamária imediata com prótese

definitiva e simetrização contralateral no mesmo tempo cirúrgico. Esta abordagem

contempla também a reconstrução do complexo areolo-mamilar (CAM).

Descreve-se doente de 37 anos, referenciada para consulta de grupo patologia

mamária por escorrência mamilar persistente à esquerda, o estudo ecográfico mamário

revelava ectasias ductais sem mais alterações de relevo. Na Ressonância magnética (RM)

foi identificada área de realce com algum grau de suspeição que envolvia a transição dos

quadrantes externos e quadrante superoexterno com cerca de 105 mm de eixo crânio-

caudal e com extensão à região mamilar. Sem evidências de adenomegalias axilares ou

nas cadeias mamárias internas.

Posteriormente, foi realizada microbiopsia guiada por ecografia mamária para

estudo histológico, tendo esta revelado presença de carcinoma ductal “in situ” (CDIS).

Após reunião da equipa multidisciplinar, foi proposta mastectomia poupadora de

pele à esquerda com reconstrução imediata com prótese e mamoplastia de redução

contralateral para simetrização.

Este caso clínico pretende demonstrar uma opção terapêutica não convencional,

viável e que garantiu concretamente um bom resultado estético e funcional, sem

compromisso da simetria, forma e contorno mamário, num só tempo cirúrgico.

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iii

PALAVRAS-CHAVES (MESH DO INDEX MEDICUS)

Breast Cancer; Breast reconstruction Breast prosthesis, internal; Mastectomy,

Segmental; MAstectomy, subcutaneous; nipple

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iv

ABSTRACT

Nowadays, Breast cancer is the most common cause of cancer in women.1

Conservative therapy for breast cancer, which includes lumpectomy plus irradiation is an

option in the early stages (stage I, IIA, IIB) 2-4

Although this approach is consensual for unifocal tumours, its application in the

presence of several tumour foci in different quadrants (multicentric) is controversial.5

In these cases, where patients are not candidates for conservative therapy, there is

indication for mastectomy procedure.6 Post-mastectomy reconstruction with the use of

expander and subsequent replacement by definitive implant constitutes the conventional

reconstructive approach.7,8 However, other methods have been described in the literature

as the use of permanent implants. 9

The author presents a clinical case of immediate breast reconstruction with definitive

prosthesis and contralateral symmetrisation at the same surgical time. This approach also

contemplates the reconstruction of the nipple-areola complex.

A 37-year-old woman, referred for consultation in the mammary pathology group

due to persistent nipple discharge on the left breast. Mammary ultrasound study revealed

ductal ectasias without any other verifiable changes. Magnetic resonance imaging revealed

an area of enhancement with some degree of suspicion that involved the transition of the

external quadrants and superoexternal quadrant with about 105 mm of cranial-caudal axis

and extending to the nipple region was identified. Without evidence of axillary or internal

mammary lymphadenopathy.

Mammary ultrasound-guided microbiopsy was performed for histological study,

revealing presence of ductal carcinoma "in situ".

The multidisciplinary oncological breast team agreed to perform a left skin sparing

mastectomy plus immediate one-stage prosthetic breast reconstruction and contralateral

reduction mammoplasty for symmetrisation.

This clinical case aims to demonstrate a viable therapeutic option that resulted in a

good aesthetic and functional result, without compromising the symmetry, shape and breast

contour, in a single surgical time.

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KEYWORDS (MESH DO INDEX MEDICUS)

Breast Cancer; Breast reconstruction Breast prosthesis, internal; Mastectomy,

Segmental; Mastectomy, subcutaneous; nipple

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LISTA DE ABREVIATURAS

CAM - complexo areolo-mamilar

CDIS - carcinoma ductal in situ multifocal

ESMO - European Society for medical oncology

DIEP - retalhos livres baseados na artéria epigástrica inferior perfurante profunda

NCCN - National Comprehensive Cancer Network

RM - Ressonância magnética

SGAP - retalho livre de artéria glútea superficial

SIEA - retalho livre baseado na artéria epigástrica superficial inferior

TRAM - retalho miocutâneo do músculo reto abdominal

TUG - retalho livre do musculo gracílis superior transverso

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ÍNDICE

Lista de Tabelas e Ilustrações ............................................................................................................. 1

Lista de Fotografias ............................................................................................................................ 2

Introdução .......................................................................................................................................... 3

Metodologia ....................................................................................................................................... 8

Apresentação do Caso Clínico ............................................................................................................ 9

Discussão .......................................................................................................................................... 11

Conclusão ......................................................................................................................................... 14

Anexos .............................................................................................................................................. 15

Bibliografia ....................................................................................................................................... 22

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LISTA DE TABELAS E ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 - Tratamento dos cancro em estadio inicial ..................................................15 Tabela I - Tipos de reconstrução .....................................................................................16 Tabela II - tipos de cirurgia do cancro da mama e possibilidades para reconstrução .......16

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Figure 1 - Pré operatório, perspetiva Frontal ....................................................................17 Figure 2 - Pré-operatório, perspetiva lateral direita ..........................................................17

Figure 3 - Planeamento pré-operatório, segundo o padrão de wise .................................18

Figure 4 - Intra-operatório que permite identificar os retalhos Superior e inferior e o

Musculo peitoral ...............................................................................................................19

Figure 5 - Peça operatória que evidencia a exérese do tecido mamário ..........................19

Figure 6 - pós-operatório após 1 ano de evolução, perspetiva frontal ..............................20

Figure 7 - Pós-operatório após 1 ano de evolução, perspetiva lateral esquerda ..............20

Figure 8, pós-operatório após 1 ano de evolução, perspetiva lateral Direita ....................21

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INTRODUÇÃO

O cancro da mama é o cancro mais comum no sexo feminino. Este é o 2º tipo de

cancro com maior taxa de mortalidade a nível mundial, sendo este apenas precedido pelo

cancro do pulmão.1 A Incidência na Europa aumentou após a introdução dos métodos de

rastreio.10 No entanto, as taxas de mortalidade decaíram em vários países desde os anos

90, provavelmente devido ao diagnóstico precoce e à melhoria nas abordagens

terapêuticas.11

O consumo de álcool, obesidade e sedentarismo contribuem para um aumento de

incidência. Os fatores de risco mais importantes são: disposição genética, exposição a

estrogénio (endógeno, exógeno), radiação e nuliparidade.10,12

Neste contexto, a terapia conservadora da mama, que engloba

tumorectomia/quadrantectomia e radioterapia adjuvante, constitui uma opção terapêutica

nos estádios iniciais (estádios I, IIA, IIB). De facto, vários estudos prospetivos

randomizados demonstraram que a combinação da cirurgia conservadora com radioterapia

proporciona uma taxa cumulativa de sobrevida a 10 anos superior à mastectomia no

estádio T1N1M0, nos restantes estádios não foram verificadas diferenças estatisticamente

significativas. Estes resultados sugerem que a terapia conservadora da mama é no mínimo

equivalente à mastectomia nestes estádios. 2-4

A cirurgia conservadora da mama consiste na ressecção completa do tumor com

margens adequadas, procurando simultaneamente limitar a remoção do tecido mamário

circundante. O objetivo é atingir margens de ressecção livres de tumor e maximizar o

resultado estético. No entanto, os resultados após tumorectomia podem ser insatisfatórios

em 30 % das doentes, com presença de deformidade mamária e assimetria. 13 A relação

do tamanho do tumor/tamanho da mama é um dos aspetos essenciais para o sucesso

desta terapêutica. A percentagem do volume tumoral removido não deve ultrapassar os

19%, assim valores superiores podem ter um impacto negativo no resultado estético e

funcional final.14

As técnicas oncoplásticas, como a remodelação com retalhos locais e a redução

mamária terapêutica, permitem a minimização deste defeito estético causado pela remoção

de tecido, após cirurgia conservadora. Ambas as abordagens apresentam baixas taxas de

margens inadequadas.15 Em particular, nas doentes com macromastia, a aplicação da

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redução mamária parece ter importantes implicações na melhoria do resultado estético final

e na manutenção do contorno e forma da mama.16

Apesar desta abordagem ser consensual para tumores unifocais, a sua aplicação

na presença de vários focos tumorais em diferentes quadrantes (multicêntricos) é

controversa. Principalmente porque estes apresentam uma taxa de recorrência local

superior. 5

Segundo as recomendações da National Comprehensive Cancer Network (NCCN)

e da European Society for medical oncology (ESMO) (ver fig.1) a mastectomia é a opção

terapêutica para doentes que não são candidatas à terapia conservadora.6,17 A avaliação

das doentes por uma equipa multidisciplinar determina o risco de possíveis complicações

que advém da cirurgia conservadora do cancro da mama, implicando também a exclusão

de casos clínicos com microcalcificações difusas suspeitas, impossibilidade de obter

margens livres, multicentricidade, comorbilidades que impeçam a realização da

radioterapia, bem como contra-indicações absolutas para radioterapia e a vontade

expressa da doente.6

A mamografia é o método de eleição no rastreio do cancro da mama. É também o

exame de primeira linha de diagnóstico em doentes que se apresentam com clínica

sugestiva. 18

A ecografia é utilizada como complemento da mamografia, na deteção de cancro

em mamas densas sem tradução mamográfica, melhorando a sensibilidade e

especificidade ao permitir melhor caracterização das lesões detetadas. 18

A avaliação ecográfica da axila homolateral permite a identificação de lesões

suspeitas ou malignas. Aspetos ecográficos típicos de malignidade nas cadeias axilares,

como adenomegalias com dimensões aumentadas e espessamento cortical tendem a ser

positivas na biopsia.19 A biopsia de gânglios suspeitos detetados deve ser considerada em

todas as doentes, pois a presença de metástase regional torna dispensável a pesquisa de

gânglio sentinela.20

Vários estudos provaram que a Ressonância magnética (RM) é um método mais

sensível que a mamografia na deteção de tumores da mama.21 Não obstante, esta

apresenta uma especificidade questionável, como vários casos de falsos positivos. 18

As dimensões do tumor determinadas pela RM ou ecografia têm correlação com as

dimensões do exame anátomo-patológico significativamente superior à da mamografia ou

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exame físico da mama.22 Estas evidências permitem concluir que a RM é o exame de

eleição na avaliação da extensão tumor primário, enquanto a ecografia é particularmente

importante para definir as dimensões e distância do tumor à pele, ao plano posterior e ao

CAM.

A utilização da RM, na cirurgia conservadora da mama, reveste-se de particular

interesse uma vez que se pretende atingir uma resseção completa da massa tumoral com

margens de resseção livres e este exame complementar também permite uma melhor

avaliação de microcacificações detetadas na mamografia.23,24

A RM é útil também na identificação de outros focos tumorais. Estudos

demonstraram que a RM é capaz de detetar focos adicionais ipsilaterais em 27% das

doentes e na mama contralateral em 3-10%. Permitindo assim, a identificação precoce de

tumores multicêntricos, multifocais e tumores mais extensos. Esta avaliação pode alterar

por completo o estadiamento, tratamento e prognóstico das doentes.25 No entanto, como

já referido, a especificidade é questionável e pode, nalguns casos, levar a uma abordagem

terapêutica desnecessariamente alargada.

A microbiópsia ou biópsia assistida por vácuo é um método confiável, seguro e

eficaz no diagnóstico anátomo-patológico em doentes com lesões mamárias suspeitas.26

Estes resultados são consistentes com outros estudos que reportam uma eficácia superior

desta técnicas em comparação à citologia aspirativa por agulha fina.27

No estadiamento do cancro da mama a avaliação de possível metastização

ganglionar regional deve ser realizada através da investigação de envolvimento da cadeia

ganglionar axilar, e assim, determinar o prognostico. 6 No caso de nódulos palpáveis e

suspeita de envolvimento da cadeia ganglionar axilar nos exames imagiológicos a biópsia

ou punção aspirativa deve ser realizada, que caso seja positiva para células malignas

determina a necessidade de esvaziamento axilar.

O esvaziamento ganglionar axilar está associado a efeitos laterais persistentes e

dolorosos, como linfedema do membro superior e restrição da mobilidade do ombro.28

A pesquisa de gânglio sentinela deve ser realizada em todas as doentes com cancro

da mama sem nódulos axilares clínica e imagiologicamente positivos não previamente

submetidas a biopsia. A pesquisa do gânglio sentinela permite o esvaziamento axilar

seletivo. As doentes com gânglio sentinela negativo podem evitar o esvaziamento e a

morbilidade associada. 29

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Nas últimas décadas, o tratamento cirúrgico do cancro da mama evoluiu de

abordagens mais extensas, como a mastectomia radical para procedimentos menos

invasivos como a cirurgia conservadora da mama.30

A mastectomia radical modificada (MRM) está indicada na doença localmente

avançada. 31 Nesta abordagem é realizada a exérese da glândula mamaria, de toda a pele

adjacente e fáscia pectoralis com preservação do pectoralis (major e minor), inclui a

linfadenectomia axilar (ver tabela II)

A mastectomia simples (MS) ou total implica remoção do tecido mamário com a

pele adjacente e a fáscia pectoralis, esta não contempla esvaziamento axilar.

A reconstrução pós-mastectomia, MS e MRM, com uso de expansor e posterior

substituição por implante definitivo constitui a abordagem reconstrutiva convencional,

podendo ser também realizada com tecido autólogos principalmente nos casos em que a

doente tem que ser submetida a tratamento complementar de radioterapia (RT) 7,8

A mastectomia poupadora de pele (MPP) implica a remoção do tecido mamário com

a máxima preservação de pele possível. O complexo areolo-mamilar (CAM), que incluí a

aréola e o mamilo, é removido se necessário. A preservação da linha inframamária e do

envelope cutâneo nativo potencia o uso de técnicas reconstrutivas imediatas.32 Desta

forma, é assegurado um melhor contorno da mama, sem que isso se traduza num risco

superior de recidiva loco-regional. Poder-se-ia postular que a espessura dos retalhos

usados, necessária para preservar a sua viabilidade, é um fator de risco para a recorrência

local, no entanto não se verificam diferenças estatisticamente significativas relativamente

à mastectomia simples.33 A reconstrução é imediata e baseada em próteses ou retalho

livre para volume, a reconstrução do CAM é geralmente realizada em tempo cirúrgico

posterior.

A Mastectomia subcutânea contempla a excisão de todo o tecido mamário com

preservação da pele, mamilo e areola. A disseção dos retalhos cutâneos é semelhante à

mastectomia poupadora de pele. No entanto, a preservação do complexo areolo-mamilar

implica uma dissecção retroareolar mais complexa, com remoção completa dos ductos,

mas sem lesar a vascularização do mamilo.34 Apresenta um maior risco de recorrência.

Atualmente as indicações são para mastectomia profilática, principalmente nos casos de

BRCA1, BRCA2 positivo ou na mama contralateral.35,36 A reconstrução mamária deve ser

imediata, com recurso a prótese ou retalhos livres para volume.

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A reconstrução mamária pode ser realizada com recurso a diferentes técnicas e em

diferentes tempos cirúrgicos. A reconstrução imediata é iniciada no mesmo ato cirúrgico da

mastectomia, por oposição a reconstrução diferida é realizado num tempo cirúrgico

posterior.

A reconstrução mamária pode ainda ser realizada com tecidos autólogos ou com

recurso a próteses. (ver tabela I)

Na reconstrução autóloga, podemos selecionar retalhos pediculados como, o

retalho miocutâneo do músculo reto abdominal (TRAM) ou retalho grande dorsal. Neste

último, é usualmente necessário colocar também uma prótese para melhorar o contorno e

obter volume.

Estes retalhos, tradicionalmente utilizados na reconstrução desde 1982, altura em

que surgiu a primeira descrição do retalho TRAM,37 apresentam algumas comorbilidades

relacionadas com a zona dadora, principalmente no retalho TRAM, com perda de força da

parede abdominal e a possibilidade de desenvolvimento de hérnias.

Mais recentemente, com o desenvolvimento das técnicas microcirúrgicas é possível

fazer a transferência do tecido adiposo infraumbilical baseado na artéria epigástrica inferior

perfurante profunda (DIEP) ou na perfurante superficial (SIEA), com microanastomose à

mamária interna.38 Esta técnica veio minorar a possibilidade de complicações relacionadas

com a zona dadora do retalho anteriormente referidas, pois existe preservação do músculo

e fáscia do reto abdominal. Atualmente, foram ainda descritos outros retalhos livres de

zonas dadoras diversas para doentes que não possuam tecido abdominal suficiente para

a reconstrução com este retalho, como por exemplo, retalho livre do musculo gracílis

superior transverso (TUG) e retalho livre de artéria glútea superficial (SGAP). Estes, por

norma, são uma opção secundária devido ao volume limitado e à morbilidade da zona

dadora.39

As taxas de reconstrução baseadas no uso de implantes aumentaram

drasticamente nas últimas décadas.40 A reconstrução com recurso a implantes, em

comparação ao uso de tecido autólogo, demonstra ser uma técnica menos invasiva, com

tempos cirúrgicos e pós-operatorios menos prolongados, sem morbilidade da zona

dadora.40 Contudo, com a necessidade de radioterapia adjuvante o resultado final pode

não ser o desejado. Nestes casos, a preferência recai sobre o uso de tecidos autólogos.

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METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica que serviu de base para este caso clínico foi realizada

através de vários motores de busca na área médica (Pubmed, Science Direct e Research

Gate). Os termos segundo os quais se realizou a pesquisa foram “Breast Cancer;” “Breast

reconstruction”; “Breast prosthesis, internal;” “Mastectomy, Segmental;” “Mastectomy,

subcutaneous;” “nipple”. As recomendações da NCCN e da ESMO foram também

consideradas para este efeito.

A seleção dos artigos decorreu entre setembro de 2017 e abril 2018 e foram usados

os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados nos últimos 5 anos, com idioma de

publicação em inglês, que se concluíram como sendo pertinentes para o tema, após leitura

do abstract e suas conclusões. Numa fase posterior, incluíram-se também referencias

cruzadas de artigos, dos artigos selecionados, que cumpriram os critérios de inclusão e

outros anteriores a 2013. Esta inclusão é justifica pela robustez de evidência presente

nestes artigos, uma vez que estes possuem longos períodos de follow-up, cerca de 20

anos Preferencialmente foram selecionados estudos multicêntricos, prospetivos e

randomizados, algumas revisões foram também incluídas.

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APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

Doente de 37 anos, referenciada para consulta de grupo patologia mamária por

escorrência mamilar persistente à esquerda, o estudo ecográfico mamário revelava

ectasias ductais sem mais alterações de relevo. Foi solicitada RM para melhor

caraterização da lesão. Neste exame foi identificada área de realce com algum grau de

suspeição que envolvia a transição dos quadrantes externos e quadrante superoexterno

com cerca de 105 mm de eixo crânio-caudal e com extensão à região mamilar. Sem

evidências de adenomegalias axilares ou nas cadeias mamárias internas.

Realizada microbiopsia guiada por ecografia mamária para estudo histológico, este

revela presença de carcinoma ductal “in situ” (CDIS).

Após reunião da equipa multidisciplinar, foi proposta mastectomia poupadora de

pele à esquerda com reconstrução imediata com prótese e mamoplastia de redução

contralateral para simetrização.

No dia da cirurgia, com a paciente em posição supina, foi realizado o planeamento

cirúrgico para a mastectomia poupadora de pele à esquerda e mamoplastia de redução à

direita segundo padrão de Wise. (Fig.3)

A cirurgia iniciou com a pesquisa de gânglio sentinela realizada com azul patente e

sonda gamma através de uma incisão na linha axilar anterior esquerda. Foi identificado um

conglomerado adenopático com aproximadamente 3cm corado e com sinal radioativo

intenso. O exame extemporâneo foi negativo para células neoplásicas pelo que não se

realizou esvaziamento ganglionar axilar e se procedeu à cirurgia previamente proposta.

A mastectomia poupadora de pele incluiu o complexo areolo mamilar e pele

circundante. A reconstrução foi realizada com prótese anatómica de 420 cc colocada em

plano retro peitoral e reforço do polo inferior com retalho dermoadiposo desipedermizado

suturado ao musculo peitoral previamente desinserido (Fig.4). O retalho cutâneo superior

foi incisado e suturado segundo o padrão de cicatriz em T. A reconstrução da mama

esquerda foi completada com a reconstrução imediata do CAM tendo sido realizado com

recurso a retalho local cónico, para reconstrução do mamilo, e enxerto de pele total da

areola ipsilateral previamente colhido da peça operatória, para reconstrução da areola.

Na mama direita foi realizada a mamoplastia de redução com padrão de T invertido

e pedículo supero medial. A simetrização foi obtida fazendo o cálculo volumétrico da

diferença do peso da peça operatória e o tamanho da prótese mamária escolhida.

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No Pós-operatório imediato não surgiram intercorrências. Foi identificado um

seroma axilar esquerdo tardio que resolveu com drenagem por punção, resultando numa

melhoria dos sinais inflamatórios locais.

O relatório anátomo-patológico definitivo confirmou a presença de lesão com 10x7

cm e o exame histológico confirmou a presença de CDIS numa extensão de 10cm, com

padrão sólido, cribiforme e papilar, de grau nuclear intermédio, com focos de

comedocarcinoma.

Após um mês iniciou hormonoterapia adjuvante, proposta pelo grupo

multidisciplinar.

O resultado estético e funcional foi atingido sem compromisso da simetria, forma e

contorno mamário, num só tempo cirúrgico.

Com um ano de seguimento não foram verificadas outras complicações,

recorrência, nem alterações estéticas significativas. (Fig.6,7,8)

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DISCUSSÃO

A reconstrução mamária pode ser realizada com recurso a próteses, tecido autólogo

ou combinação de ambas as técnicas.41 A opção cirúrgica deve ter em consideração o

tamanho da mama, presença ou ausência de ptose, co-morbilidades da doente, idade,

necessidade de realização de radioterapia, qualidade do retalho e a vontade da doente.

Os quadrantes inferiores do abdómen constituem uma das zonas dadoras

preferenciais para a reconstrução com recurso a tecido autólogo. No entanto, esta seleção

é sempre dependente do volume necessário e da disponibilidade da zona dadora.38

A morbilidade da zona dadora é uma das principais complicações, esta acarreta

importantes implicações na qualidade de vida dos doentes. As diferentes técnicas,

baseadas em retalhos abdominais, surgiram com o intuito de reduzir este resultado

indesejado.42

Estes métodos reconstrutivos apresentam resultados estéticos superiores

comparativamente aos procedimentos baseados no uso de implantes. No entanto, o

resultado e benefício estético originalmente obtido, através da sua utilização, pode ser

minorado devido a complicações que possam eventualmente ocorrer. A reconstrução com

recurso a retalhos apresenta maiores tempos operatórios, recuperações mais prolongadas

e a dificuldade de execução pelo cirurgião é também maior. 43

A reconstrução baseada no uso de implantes inclui a reconstrução imediata, com

recurso a implantes permanentes, e a colocação de expansor com posterior substituição

por implante definitivo. O uso de expansor constitui a abordagem convencional pós-

mastectomia, demonstrando resultados seguros.7

A morbilidade associada ao expansor cutâneo não é negligenciável. Assim como o

intervalo de tempo entre a colocação do expansor e a sua substituição por implante

definitivo pode ser prolongado. Num estudo multicêntrico, cerca de 20% das mulheres que

optaram por colocação de expansor ainda não tinham feito a sua substituição ao fim de um

ano.44

A reconstrução imediata, com próteses mamárias, está indicada nos casos de

mastectomia subcutânea e mastectomia poupadora de pele. Este tipo de reconstrução

elimina a necessidade de expansão dos tecidos e de segunda intervenção cirúrgica para

substituição por implante definitivo.44

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Apesar das vantagens citadas no uso de implantes permanentes, esta técnica não

constitui o método de eleição, pela possível associação a uma taxa superior de

complicações.45 Denota-se uma discrepância na literatura quando as duas técnicas são

diretamente comparadas. Os resultados são controversos, alguns estudos não encontram

diferenças estatisticamente significativas no que concerne aos riscos de infeções e

complicações major, no entanto outros demonstram taxas superiores de necrose do

retalho, atraso na cicatrização da ferida cirúrgica, infeção, seroma e hematoma.46-48

Estes resultados reforçam a importância da seleção criteriosa de doentes, visto que

determinados fatores de risco se associam a complicações pós-operatórias. Tais como,

hábitos tabágicos, IMC superior a 25 Kg/m2 e diabetes que estão associados a atraso na

cicatrização da ferida cirúrgica. 49

Importa referir que nem todas estas complicações se traduzem num insucesso

terapêutico e na necessidade de nova intervenção. Todas as cirurgias com colocação de

expansor vão necessitar de uma segunda cirurgia para substituição por implante. Por

oposição, na cirurgia imediata só uma minoria, cerca de 10%, apresenta complicações

major que implicam nova intervenção. 48,49

Os resultados estéticos favoráveis são atingidos quando existe uma boa cobertura

do implante/expansor, integridade da linha inframamária e cobertura do polo inferior do

implante. A formação de uma “bolsa” que permite a cobertura total da prótese é essencial

para o sucesso cirúrgico. A cobertura do polo superior da prótese é garantida pela elevação

do musculo pectoralis major. O reforço do polo inferior pode ser alcançado por retalho

dermoadiposo desipedermizado ou o uso de matriz acelular dérmica. 50

O uso de matriz acelular dérmica no polo inferior traduz-se num encargo económico

adicional, no procedimento cirúrgico, que pode atingir um incremento de 47%. 9 De referir

que, ao uso de matriz acelular dérmica estão também associadas taxas mais elevadas de

complicações, necessidade de novo procedimento cirúrgico e remoção de implantes,

matriz ou ambos, quando perspetivada em comparação ao uso de expansor ou retalho

dermoadiposo.51

O retalho dermoadiposo desipedermizado é uma opção segura para mulheres com

ptose mamária e que permite diminuir a morbilidade do local dador. Este retalho possui a

sua própria vascularização o que representa uma vantagem em relação às matrizes

acelulares. Este também garante uma cobertura total do implante.50

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A reconstrução imediata com recurso a implante definitivo pode resultar em

assimetria. Este resultado estético pode diminuir a satisfação e qualidade de vida da

doente. A simetrização imediata da mama contralateral constitui um procedimento cirúrgico

que diminui este impacto, mas que não é isento de complicações.52 A mamoplastia de

simetrização pode ser realizada no mesmo ato cirúrgico ou posteriormente à reconstrução.

O principal objetivo é obter um equilíbrio entre o tamanho e a forma mamária. A simetria

pode ser obtida através de redução mamária ou mamoplastia de aumento.

Na MPP o mamilo pode ou não ser preservado. Esta decisão implica a avaliação

de alguns fatores como o tamanho e localização do tumor, estádio patológico e da distância

do tumor ao mamilo.53 A sua reconstrução pode ser realizada com recurso a enxertos,

retalhos e tatuagem com pigmentos. Apesar de não existir um consenso na literatura

relativamente ao método de eleição, os retalhos locais e os retalhos do mamilo contralateral

são os métodos preferencialmente usados para a reconstrução do mamilo.54 De uma forma

geral, a reconstrução do CAM é realizada 4 a 6 meses após a mastectomia.55

Vários estudos reportam que o envolvimento oculto do mamilo varia entre 0% e

58%, o que torna a sua preservação um procedimento com risco importante.56 No entanto,

o envolvimento da areola é muito menor, cerca de 1%.57 Estes resultados sustentam a

hipótese da preservação da areola ipsilateral com remoção do mamilo e a sua utilização

como enxerto de pele total na reconstrução do CAM. A presença de evidencia científica é

escassa e estudos de follow-up com uma amostragem maior são necessários para

compreender a relevância cirúrgica desta técnica.

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CONCLUSÃO

A reconstrução mamária imediata permite ganhos importantes na qualidade de vida,

satisfação e bem-estar psicológico da paciente.58 Adicionalmente, esta abordagem diminui

o número de cirurgias necessárias para que o processo reconstrutivo se encontre completo

e a doente possa retomar as suas atividades de vida quotidianas.

O caso clínico apresentado demonstra o possível sinergismo entre diferentes

abordagens, permitindo a combinação entre a reconstrução imediata da mama com

prótese permanente e outras técnicas cirúrgicas reconstrutivas, nomeadamente a

reconstrução do CAM e simetrização da mama contralateral. Normalmente, estas não são

aplicadas simultaneamente.

Esta abordagem permite a obtenção de bons resultados estéticos, redução do

número de cirurgias e um encurtamento do tempo médio para obter uma reconstrução

completa. Apesar das vantagens mencionadas, são ainda escassos os relatos encontrados

na literatura com uma abordagem similar.59

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ANEXOS

Anexo 1 – Recomendações clínicas da European Society for medical oncology (ESMO)

para tratamento de cancro da mama em estádios inicias

ILUSTRAÇÃO 1 - TRATAMENTO DOS CANCRO EM ESTADIO INICIAL IN " SENKUS E, KYRIAKIDES S, OHNO S, ET AL. PRIMARY BREAST CANCER:

ESMO CLINICAL PRACTICE GUIDELINES FOR DIAGNOSIS, TREATMENT AND FOLLOW-UP. ANN ONCOL. SEP 2015;26 SUPPL 5:V8-30”

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Anexos 2

Anexo 3

Imediata Diferida

Tecido Autólogo Implantes

Tipos de reconstrução

Expansor com

posterior

substituição por

prótese definitiva

Prótese definitiva

Cirurgia conservadora da mama

Redução mamária

terapêutica

Remodelação com retalhos

locais

mastectomia subcutânea

Prótese definitivo

Retalho livre para volume

Mastectomia poupadora de pele

Prótse definitivo

Expansor cutâneo

Retalho livre para volume

Mastectomia simples

Expansor cutâneo

Retalho pediculado

ou livre

Reconstrução do CAM

Mastectecomia

Radical

Modificada

Expansor cutâneo

Retalho pediculado

ou livre

Reconstrução do CAM

TABELA I - TIPOS DE RECONSTRUÇÃO

Retalhos livres

TABELA II - TIPOS DE CIRURGIA DO CANCRO DA MAMA E POSSIBILIDADES PARA RECONSTRUÇÃO

Retalhos

pediculados

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Anexo 4

FIGURE 1 - PRÉ OPERATÓRIO, PERSPETIVA FRONTAL

Anexo 5

FIGURE 2 - PRÉ-OPERATÓRIO, PERSPETIVA LATERAL DIREITA

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Anexo 6

FIGURE 3 - PLANEAMENTO PRÉ-OPERATÓRIO, SEGUNDO O PADRÃO DE WISE

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Anexo 7

FIGURE 4 - INTRA-OPERATÓRIO QUE PERMITE IDENTIFICAR OS RETALHOS SUPERIOR E INFERIOR E O MUSCULO

PEITORAL

Anexo 8

FIGURE 5 - PEÇA OPERATÓRIA QUE EVIDENCIA A EXÉRESE DO TECIDO MAMÁRIO

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Anexo 9

FIGURE 6 - PÓS-OPERATÓRIO APÓS 1 ANO DE EVOLUÇÃO, PERSPETIVA FRONTAL

Anexo 10

FIGURE 7 - PÓS-OPERATÓRIO APÓS 1 ANO DE EVOLUÇÃO, PERSPETIVA LATERAL ESQUERDA

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Anexo 11

FIGURE 8, PÓS-OPERATÓRIO APÓS 1 ANO DE EVOLUÇÃO, PERSPETIVA LATERAL DIREITA

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