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643 PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2014, 34(3), 643-659 Representações Sociais acerca do Trabalho em Equipe Social Representations about Teamwork Representaciones Sociales acerca del Trabajo en Equipo Denise de Aragão Fernandes dos Santos , Luciana Mourão & Luciene Alves Miguez Naiff Universidade Salgado Oliveira, Niterói/RJ Artigo http://dx.doi.org/10.1590 / 1982 – 3703000802013

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PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2014, 34(3), 643-659

Representações Sociais acerca do

Trabalho em Equipe

Social Representations about Teamwork

Representaciones Sociales acerca del Trabajo en Equipo

Denise de Aragão Fernandes dos Santos ,

Luciana Mourão & Luciene Alves Miguez Naiff

Universidade Salgado Oliveira, Niterói/RJ

Artigo

http://dx.doi.org/10.1590 / 1982 – 3703000802013

Resumo: O trabalho em equipe é uma demanda das atuais organizações de trabalho. Esteestudo identificou representações sociais acerca do trabalho em equipe em universidades noRio de Janeiro. Uma fase inicial de evocação foi feita com 134 funcionários, que indicaram eordenaram de três a cinco palavras a partir do termo indutor “trabalho em equipe”. Nasequência, foram realizadas 14 entrevistas para aprofundamento das respostas. A abordagemde representações sociais escolhida foi a estrutural, de Jean Claude Abric e a análise foi feitacom apoio do software EVOC. Os resultados indicam 393 palavras evocadas, sendo 187distintas, cujo agrupamento por semelhança resultou em 105 palavras/expressões. Os resultadosapontam como possíveis núcleos centrais as palavras “respeito”, “união” e “cooperação”. Osresultados foram discutidos à luz da literatura, sendo apresentadas contribuições do estudopara o avanço das pesquisas sobre equipes de trabalho. Palavras-chave:Organização do trabalho. Comportamento organizacional. Trabalho em equipe.Representação social.

Abstract: Teamwork is a demand of current labor organizations. This study identified social re-presentations about teamwork at universities in Rio de Janeiro. An initial phase of evocation wasmade with 134 employees, which indicated and ordered three to five words from the inductorterm “teamwork”. As a result, 14 interviews were held to deepen the answers. The social repre-sentations approach that was chosen was structural, of Jean Claude Abric, and the analysis wasmade with the support of EVOC software. The results indicate 393 words evoked, 187 aredifferent, whose grouping by similarity resulted in 105 words/expressions. The results show thatpossible central cores words are “respect”, “unity” and “cooperation”. The results werediscussed in the light of literature, presenting the study’s contributions to the advancement ofresearch on work teams.Keywords: Work organization. Organizational behavior. Teamwork. Social representation .

Resumen: El trabajo en equipo es una demanda de las actuales organizaciones de trabajo. Esteestudio identificó representaciones sociales acerca del trabajo en equipo en universidades enRio de Janeiro. Una fase inicial de evocación fue efectuada con 134 funcionarios, queindicaron y ordenaron de tres a cinco palabras a partir del término inductor “trabajo enequipo”. A continuación, fueron realizadas 14 entrevistas para profundización de las respuestas.El abordaje de representaciones sociales escogido fue el estructural, de Jean Claude Abric y elanálisis fue efectuado con apoyo del software EVOC. Los resultados indican 393 palabrasevocadas, siendo 187 distintas, cuyo agrupamiento por semejanza resultó en 105 palabras/ex-presiones. Los resultados apuntan como posibles núcleos centrales las palabras “respeto”,“unión” y “cooperación”. Los resultados fueron discutidos a la luz de la literatura, siendopresentadas contribuciones del estudio para el avance de las pesquisas sobre equipos detrabajo. Palabras clave: Organizacion del trabajo. Comportamiento organizacional. Trabajo en equipo.Representacion social

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As demandas que se impõem para as orga-nizações modernas dificilmente poderiamser atendidas com as competências indivi-duais de um ou outro empregado. É precisoque haja um conjunto de pessoas traba-lhando de forma interdependente para quese consiga atingir boa parte das metas quesão estabelecidas para as células, sejam elassetores, departamentos, superintendênciasou qualquer outro tipo de organização fun-cional.

Além disso, no atual mundo do trabalho, écada vez menos comum as pessoas trabalha-rem na mesma organização por vários anos.Nesse sentido, há uma preocupação dasorganizações em estruturar o trabalho emequipe para que haja menos perdas deknow-how em função da rotatividade deempregados. As equipes de trabalho carac-terizam-se, portanto, como uma demandadas organizações atuais que necessitam pro-piciar o desenvolvimento de ideias criativase compartilhamento do conhecimento.

O desempenho exigido atualmente incluimúltiplas habilidades, capacidade de julga-mento e experiências diversas. Assim,acredita-se que as equipes são necessáriasem função de elas superarem o desempe-nho de pessoas que atuam sozinhas ou emmeio a agrupamentos organizacionaisfomentando habilidades múltiplas, experiên-cias diversificadas e trabalhos complexos(Katzenbach & Smith, 2001).

Assim, o estudo das equipes assume, atual-mente, um papel relevante na investigaçãoorganizacional, quer na literatura conceitual,quer nos estudos empíricos (Hoegl & Parbo-teeah, 2006). As demandas que se impõemàs células de trabalho das organizaçõesmodernas dificilmente poderiam ser atendi-das com as competências individuais de umou outro empregado. É preciso que haja umconjunto de pessoas trabalhando de forma

interdependente para que se consiga atingirboa parte das metas.

Diante desse cenário, fica evidente ademanda por parte das organizações deestudos acerca do trabalho em equipe.Diante de toda essa hipervalorização do tra-balho em equipe, cabe perguntar: E ostrabalhadores, o que pensam e partilhamsocialmente acerca do trabalho em equipe?

Este estudo buscou investigar o que as pes-soas pensam acerca do trabalho em equipee que elementos evocam ao tratar dessetema. Assim, o objetivo do presente estudofoi identificar as representações sociaisacerca do trabalho em equipe em universi-dades do estado do Rio de Janeiro.

Equipes de trabalho

As equipes de trabalho constituem umatemática abordada por diferentes autores.Alguns abordam diretamente a expressão“equipes de trabalho”, outros falam em “tra-balho em equipe” e há ainda os que sereferem simplesmente a “equipes” man-tendo-se alguns elementos presentes emvárias definições, enquanto outros são espe-cíficos de algumas delas.

O elemento “objetivos/propósitos comparti-lhados/comuns” é mencionado nasdefinições de: Moscovici (1994), Arrow eMcGrath (1995), Katzenbach e Smith (2001)e Sikes, Gulbro e Shonesy (2010). Outro ele-mento presente na definição de equipes é o“desempenho/resultados”, que surge nasdefinições de: Hackman (1987), Moscovici(1994), Guzzo e Dickson (1996) e Guerra(2002). Por fim, outro elemento comum àsdefinições é o elemento “pessoas/indiví-duos/membros”, que aparece em todos osconceitos apresentados na Tabela 1, excetono de Hackman (1987).

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Tabela 1. Definições de equipes de trabalho

Autor Definição de equipes

Hackman (1987)

Moscovici (1994)

Arrow e McGrath(1995)

Guzzo e Dickson(1996)

Katzenbach e Smith (2001)

Guerra (2002)

Rodrigues, Johann,Cunha, & Macêdo(2003)

Sikes, Gulbro e Shonesy (2010)

Equipes de trabalho podem ser definidas como entidades sociais inseri-das em sistemas maiores, as quais executam tarefas consideradas rele-vantes para a missão da organização à qual pertencem, uma vez que osseus resultados de desempenho têm consequências para o ambiente in-terno e externo à equipe.

Pode-se considerar equipe um grupo que compreende seus objetivos eestá engajado em alcançá-los, de forma compartilhada. A comunicaçãoentre seus membros é verdadeira, opiniões divergentes são estimuladas.A confiança é grande, assumem-se riscos. As habilidades complementa-res dos membros possibilitam alcançar resultados, os objetivos compar-tilhados determinam seu propósito e direção. Respeito, mente aberta ecooperação são elevados. O grupo investe constantemente em seu pró-prio crescimento.

Equipes são um padrão complexo de relações dinâmicas entre um con-junto de membros que utilizam determinada tecnologia para atingir pro-pósitos comuns.

Equipe refere-se a indivíduos que se percebem e são percebidos pelosoutros como uma entidade social, interdependentes por causa das tare-fas que desempenham e inseridos em um sistema maior, a organização,que é afetada pelo desempenho do grupo.

Equipe deve ser formada por um pequeno grupo de pessoas com habili-dades complementares igualmente comprometidas com um objetivo,metas e uma abordagem de trabalho comuns, pelos quais todos os inte-grantes se considerarão mutuamente responsáveis.

O trabalho em equipe compreende um conjunto de comportamentosque são, simultaneamente, desconhecidos e difíceis de pôr em prática,dia após dia, mas que contribui para o alcance dos resultados organiza-cionais à medida que potencializa a capacidade de inovar e solucionarproblemas por meio de atitudes colaborativas dos membros da equipe.

Um conjunto de pessoas com habilidades complementares, atuandojuntas numa mesma atividade, com propósitos e objetivos comuns,comprometidas umas com as outras e com qualidade dos relaciona-mentos e dos resultados.

Equipe de trabalho é um grupo organizado, comprometido com os indi-víduos, cujos membros compartilham a mesma intenção de realizar umobjetivo comum.

Como pode ser observado, alguns autores apresentam definições bastantes técnicas como as deHackman (1987), Arrow e McGrath (1995) e Guzzo e Dickson (1996). Por outro lado, adefinição de alguns autores apresenta uma realidade bastante romanceada em que se esperaum extenso – e nem sempre alcançável – conjunto de atributos positivos para as equipes detrabalho, como as de Katzenbach e Smith (2001) e Moscovici (1994), sobretudo neste último.Por fim, há autores que apresentam uma visão crítica e ressaltam as dificuldades das equipes detrabalho em sua própria definição do termo como é o caso de Guerra (2002).

Para o presente estudo, foi considerada comoreferência de definição aquela apresentadapor Katzenbach e Smith (2001), por ser umadefinição simples e que aborda quatro ele-mentos considerados fundamentais: (a) ashabilidades complementares; (b) o compro-metimento com um objetivo; (c) uma abor-dagem de trabalho comum; e (d) a respon-sabilidade compartilhada.

Em relação aos estudos empíricos, optou-sepor fazer uma revisão dos estudos nacionais,uma vez que as representações sociais sobreo trabalho em equipe podem ser muito in-fluenciadas por aspectos culturais já que asvivências das pessoas no ambiente de trabalhopodem ser muito distintas dependendo deonde aconteçam. Tais pesquisas serão sucin-tamente apresentadas a seguir, seguindo-sea ordem cronológica de publicação.

A pesquisa de Puente-Palacios e Borges-An-drade (2005) baseou-se no modelo teóricode Guzzo e Shea (1992) e explorou a temáticaefetividade das equipes utilizando um modelomultinível e investigando a interdependênciade tarefas, de resultados e as crenças na efe-tividade das equipes. Como indicador daefetividade foi considerado a satisfação dosmembros. A amostra levou em conta 28equipes de trabalho (com um total de 113indivíduos). Foi verificada diferença nos re-sultados entre indivíduos e equipes, o quereforça a importância de utilização de modelosmultinível nesse tipo de investigação. Os re-sultados da pesquisa apontam que, dentreos indivíduos que consideram as equipes detrabalho efetivas, a satisfação está positiva-mente relacionada à dependência dos seuscolegas para atingir resultados. O contrárioacontece entre aqueles que não acreditamna efetividade das equipes.

O estudo de Bejarano, Pilatti, Scandelari eOliveira (2006) foi realizado em uma empre -sa têxtil com o objetivo de analisar as variáveisque podem interferir na implementação e noêxito de equipes virtuais. Os autores realizaramum estudo de caso a partir de observaçãoparticipante, análise documental e questionários

com os membros da equipe virtual. Os resul-tados mostram que nos relacionamentos in-termediados por tecnologia, os problemas decomunicação podem ser maximizados. Istosignifica que as equipes unicamente virtuaispodem ter maiores problemas na comunicaçãode seus membros, o que compromete aeficácia das interações e da equipe.

Mourão e Galinkin (2008) realizaram umestudo que teve como objetivo apreender amaneira como as equipes que têm uma mulhercomo gerente estão construindo percepçõessobre esse gerenciar, tendo como base a teoriadas representações sociais. Participaram 74mulheres e 72 homens de equipes que traba-lham com sete mulheres da alta gestão daAdministração Pública Federal. Os resultadosda pesquisa indicam que as equipes que tra-balham com mulheres gerentes no ServiçoPúblico Federal apresentam como caracterís-ticas: organização, compreensão, flexibilidadee competência, que são as expressões quecompõem o provável núcleo central derivadoda análise de resultados. Os resultados mostramque há uma percepção dos membros dasequipes de que a gestão feita por mulheres évoltada para as relações pessoais, respeitopela individualidade e preocupação com aqualidade do trabalho. O excesso de preocu-pação com detalhes é observado também,como característica de desempenho, sugerindomais um defeito que uma qualidade dasgestões femininas. Vale destacar que a com-petência é indicada como desvinculada dosexo de quem gerencia, sendo atribuída àscaracterísticas individuais de gerenciamento.

O estudo de Matos, Pires e Campos (2009)objetivou analisar a importância de equipesinterdisciplinares na área da saúde e foi rea-lizado em dois hospitais públicos na regiãoSul do Brasil, considerados como referênciasem suas áreas de atuação. Participaram doestudo 19 representantes das diferentes ca-tegorias profissionais que integram as equipesestudadas, sendo utilizadas como técnicasde coleta de dados entrevistas semiestrutu-radas e observação sistemática das atividadesrealizadas pelas equipes. Em relação à inte-

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ração, à articulação e ao poder nas relaçõesprofissionais, os integrantes do estudo reve-laram que as relações de trabalho são satis-fatórias, constituindo-se em um dos fatoresque mais motivam a sua permanência nasequipes, especialmente quando comparadasàs relações vivenciadas em outros espaços eequipes. Os resultados revelaram ainda quea perspectiva interdisciplinar do trabalho emequipe possibilita melhores relações de tra-balho entre profissionais e entre eles, os pa-cientes e familiares, contribuindo para me-lhores resultados de trabalho.

A pesquisa realizada por Brandt e Oliveira(2009) apresenta uma análise das relaçõesdos supervisores com os membros de suasequipes nas organizações de trabalho públi-cas e privadas. Os pesquisadores optarampor trabalhar com grupos constituídos exclu-sivamente de profissionais que exercem car-gos de chefia com experiência mínima dedois anos. O trabalho de abordagem psicos-social e psica nalítica foi realizado em dez en-contros semanais com duração de 1h30mincada, nos quais os participantes relatavamexperiências difíceis vivenciadas com seussubordinados. Foram realizadas duas expe-riências, cada uma com 28 participantes deorganizações públicas e privadas. Havia umrepetido movimento grupal que inicialmentecolocava a culpa das relações conflituosas nosubordinado e, a partir da elaboração grupal,as projeções defensivas eram deslocadaspara as dificuldades da organização e, final-mente, o grupo refletia sobre as próprias di-ficuldades. Os pesquisadores concluíramque a maioria dos participantes, apesar daspressões cotidianas, consegue manter-se nocampo da “normalidade”, apesar dos sofri-mentos e das estratégias defensivas. Obser-vou-se, na avaliação final dos encontros, queos profissionais relatam alívio ao perceberemque não há respostas certas e que cada umacaba encontrando o seu próprio caminhona gestão das relações interpessoais nas equi-pes de trabalho.

O estudo realizado por Marqui et al. (2010)objetivou conhecer as características das

equipes da Estratégia de Saúde da Família(ESF) no Rio Grande do Sul e identificar suasdificuldades e os processo de trabalho. Apesquisa foi qualitativa, da forma explorató-rio-descritiva, com aplicação de questionáriosa 126 trabalhadores de 26 municípios e 39equipes de saúde da família. Os membrosque compõem as equipes pesquisadas sãopredominantemente jovens, mulheres e comformação profissional recente. Os pesquisa-dores identificaram algumas dificuldades nosprocessos de trabalho, dentre as quais estão:a dificuldade de trabalhar em equipe, en-tendimento equivocado dos gestores, pro-fissionais sem perfil, falta de integração dosgestores, equipe e comunidade e a falta deespecialização dos trabalhadores. Tambémforam apontadas dificuldades específicas dotrabalho na Estratégia de Saúde da Família.Vale ressaltar que 17% dos pesquisados rela-taram dificuldades no trabalho em equipe,as quais foram associadas a: (a) falta de pla-nejamento dos membros para o trabalhocoletivo; (b) falta de sensibilização e interaçãodas pessoas para o trabalho em equipe; (c)individualização do trabalho, caracterizandouma compartimentalização das atividades;e (d) dificuldade no fluxo de informações.

O foco central da pesquisa de Silva (2009)foi desenvolver e testar empiricamente ummodelo teórico-explicativo do papel do con-flito na efetividade das equipes de trabalho.Para tanto, foi construída e validada uma es-cala de mensuração de conflitos intragrupos,com 200 trabalhadores, estudantes de gra-duação e pós-graduação do Distrito Federal.O estudo também testou a relação entre in-terdependência de tarefas, resultados e con-flitos. Posteriormente, analisou a relação deconflitos, satisfação e comprometimento de125 policiais que faziam parte de 25 equipesda Polícia Federal de Brasília. Em termosgerais, observou-se que equipes que perce-bem depender positivamente dos seus parespara atingir resultados de desempenho, de-monstraram menores níveis de conflito. Nessesentido, a autora esclarece que os interessese competições individuais se tornaram me-nores frente aos interesses do grupo, sendo

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essas ações administradas por meio de práticascooperativas no ambiente de trabalho. En-tretanto, os resultados apontaram que quantomaior a interdependência de resultados,maior também o conflito e menor a satisfaçãoe o comprometimento dos policiais com assuas respectivas equipes de trabalho. Oestudo desmistifica a ideia de que o conflitode relacionamento sempre impacta negati-vamente na efetividade das equipes. A autoraconclui que se o conflito for administrado ecompreendido, ele pode contribuir para assoluções de integração de interesses, dimi-nuindo as chances do conflito de tarefasatingir níveis que possam prejudicar a efeti-vidade das equipes.

Puente-Palacios, Almeida e Rezende (2011),por sua vez, realizaram um estudo com 333funcionários de uma mesma organização noramo farmacêutico no Distrito Federal, cujoobjetivo foi analisar o efeito da interdepen-dência de tarefas e de resultados sobre a sa-tisfação e o comprometimento de membrosde equipes. A pesquisa revela que existe re-lação entre o grau de interdependência nasequipes de trabalho e saldo afetivo dos mem-bros (considerados pelas autoras como satis-fação no trabalho e comprometimento orga-nizacional). Nesse sentido, é ressaltado o im-pacto que a dependência entre os membrospode gerar na sua efetividade. O artigo sugereque a forma como são conduzidas as equipesde trabalho em termos da gestão da depen-dência dos membros para realizar tarefas,bem como da dependência deles em relaçãoaos resultados dos colegas, pode influenciarna efetividade do trabalho da equipe e na sa-tisfação e comprometimento desta. A propostapara uma gestão mais eficaz seria de que ograu da interdependência de tarefas e de re-sultados fossem simultaneamente alto oubaixo, uma vez que a percepção de interde-pendência de tarefas alta e de resultadosbaixos ou vice-versa poderia causar uma dis-sonância entre a realização da tarefa e o de-sempenho dela resultante, gerando insatisfaçãonos membros da equipe de trabalho.A pesquisa de Souza e Puente-Palacios (2011)objetivou investigar a influência do auto-

conceito profissional na satisfação com aequipe de trabalho. Os dados foram coletadosem duas organizações privadas no ramo detecnologia da informação em Brasília, comdistribuição de um total de 1.037 questio-nários. A amostra contemplou participantesque pertenciam a diferentes departamentose estavam organizados em equipes de tra-balho, totalizando 373 questionários válidos.O estudo nos mostra que a autopercepçãodos membros da equipe é um importantepreditor da satisfação com a equipe de tra-balho. As autoras analisam que a percepçãode realização profissional estaria diretamenterelacionada com a satisfação de necessidadesindividuais, o que impactaria positivamentena satisfação com a equipe. Os resultadostambém mostraram que a variável sexo teveefeito significativo sobre a satisfação com otrabalho em equipe, sendo que os homenstenderam a estar mais satisfeitos com asequipes que as mulheres.

Por fim, a pesquisa de Montanari, Pilatti,Lima e Romano (2011) buscou identificar ainfluência da maturidade das equipes nodesempenho de suas atividades. A pesquisafoi realizada com sete equipes de uma pres-tadora de serviços, tendo sido realizadas en-trevistas, observações não participantes eaplicação de dois questionários e três instru-mentos. Para aprofundar a compreensão ediscussão dos resultados, foi utilizada atécnica de triangulação. A investigação dosautores permitiu concluir que existe influênciada maturidade no desempenho das equipesem ambiente produtivo. Os pesquisadoresidentificaram que essa influência se relacionaao comportamento revelado no desempenhono grupo. Os achados mostram que, nasequipes mais maduras, os comportamentosindesejáveis ao desempenho coletivo apare-cem em menor proporção que nas equipescom menor grau de maturidade.

Um olhar para esses estudos empíricos permiteidentificar diferenciadas frentes de pesquisasobre equipes de trabalho. Os estudos tratamde temáticas como desempenho, efetividade,interdisciplinaridade, liderança, conflito, ques-

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tões de gênero, equipes virtuais, satisfação ecomprometimento de membros de equipes.

A Teoria das RepresentaçõesSociais

A Teoria das Representações Sociais foi ado-tada como aporte teórico para a pesquisa,uma vez que nos interessava saber a maneiracomo os sujeitos sociais apreendem os acon-tecimentos da vida diária, as característicasdo meio, as informações que circulam e asrelações sociais relativas à temática trabalhoem equipe.

As representações sociais com as quaisestamos lidando no presente estudo se divi-dem em três grandes áreas derivadas daobra seminal de Serge Moscovici, intituladaLa Psychanalyse: son image e son public de1961, são elas: a abordagem mais clássicaainda mantida por Serge Moscovici e DeniseJodelet; a abordagem societal de WillemDoise; e a abordagem estrutural de Jean-Claude Abric. Optamos por esta última paraa concepção e análise no presente estudo.

Para Abric (1994), há funções essenciais nasrepresentações sociais: (1) funções de saber(permitem compreender e explicar a reali-dade, fazendo a troca social, a transmissão ea difusão desse saber); (2) funções identitárias(definem a identidade e a salvaguarda daespecificidade dos grupos, focando nos pro-cessos de socialização e controle social); (3)funções de orientação (guiam os comporta-mentos e as práticas, constituindo açõessobre a realidade); (4) funções justificatórias(permitem justificar comportamentos e de-cisões que foram tomadas).

De acordo com Abric (1998), o núcleocentral é determinado, de um lado pela na-tureza do objeto representado, de outro,pelo tipo de relações que o grupo mantémcom esse objeto. O núcleo central de umarepresentação assume, segundo o autor, duasfunções fundamentais: (1) função geradora– responsável pela criação ou transformação

dos outros elementos que constituem a re-presentação, ou seja, é por meio dessafunção que os outros elementos da repre-sentação ganham sentido e valor; (2) funçãoorganizadora – responsável pela unificaçãoe estabilização da representação, uma vezque o núcleo central é responsável pela na-tureza dos elos, unindo os elementos da re-presentação do objeto estudado.

Os sistemas periféricos, por sua vez, carac-terizam-se por serem mais acessíveis, maisconcretos, respondendo, portanto, por trêsfunções: (1) a função de concretização quedependente do contexto, pois os elementosperiféricos resultam da ancoragem da repre-sentação da realidade, sendo a interfaceentre o núcleo central e a situação concretana qual a representação é colocada em fun-cionamento; (2) a função de regulação, umavez que os elementos periféricos são maisleves que os centrais e exercem relevantepapel na adaptação a evoluções do contexto,podendo trazer informações ou transforma-ções do meio ambiente para a periferia darepresentação; (3) a função de defesa, poiso elemento periférico será o agente transfor-mador, apresentando as contradições, novasinterpretações, ou mesmo deformações fun-cionais defensivas, já que o núcleo central éresistente à mudança (Flament, 1994). Daí arelevância de analisar tanto o sistema centralcomo o sistema periférico, uma vez que umcomplementa o outro.

Portanto, o presente estudo procurou identificaras representações sociais acerca do trabalhoem equipe, levando em conta a estrutura eorganização dos elementos que as compõem.

Método

O desenho metodológico definido para essapesquisa é o de um estudo descritivo, quebusca evidenciar as representações sociaisacerca do trabalho em equipe. O métodoutilizado foi qualitativo, buscando traduzir acompreensão de um fenômeno social que éo trabalho em Equipe, a partir da Teoria das

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Representações Sociais, e quantitativo, jáque utiliza a dimensão consensual e partilhadaexpressada na quantidade e qualidade domaterial apreendido (Gomes, Souza, Minayo,& Silva, 2005).

Os participantes da pesquisa foram 134 ser-vidores de uma universidade pública e duasuniversidades privadas do estado do Rio deJaneiro, sendo que 120 participaram exclu-sivamente da etapa de evocação e 14 parti-ciparam de entrevistas em profundidade,além da etapa de evocação. Como critériode inclusão da amostra foi considerado onível de escolaridade de ensino médio con-cluído e a assinatura do termo de consenti-mento livre e esclarecido. No caso da etapade evocações, houve ainda o critério de in-clusão de no máximo de três pessoas deuma mesma equipe de trabalho para maiordiversificação dos dados. Na etapa das en-trevistas, esse critério era de no máximouma pessoa por equipe de trabalho.

Como critério de exclusão da amostra naetapa de evocação, consideraram-se os ques-tionários com mais de 30% das questões embranco e não houve critério de exclusão paraa entrevista. Em ambas as etapas, os partici-

pantes tiveram resguardados o direito de sigilodas informações prestadas, sendo os dadosdas evocações analisados de maneira agrupadae os depoimentos das entrevistas apresentadossem a identificação nominal dos respondentes.O projeto de pesquisa foi submetido a umcomitê de ética, tendo sido aprovado.

A descrição da amostra aponta para umperfil no qual 54,5% eram servidores deuniversidade pública e 45,5% funcionáriosde universidades privadas, com 65,4% demulheres e 44,6% de homens. A faixa etáriados pesquisados variou de 18 a 65 anos. Otempo médio de trabalho nas universidadesfoi de 10,7 anos e o elevado desvio-padrão(DP=11,0), sugere heterogeneidade em re-lação ao tempo de serviço.

O perfil dos participantes das entrevistasindica nove participantes do sexo femininoe cinco do sexo masculino, com idade médiade 40,2 anos e desvio-padrão de 9,5 anos.A metade dos entrevistados trabalhava emuniversidade pública e a outra metade emuniversidades privadas. Foram categorizadoscomo membros de equipes de trabalho dez,dentre os 14 pesquisados. A Tabela 2 apre-senta o perfil detalhado dessas pessoas.

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Tabela 2. Perfil dos participantes das entrevistas

Pesquisados Sexo Idade Tipo de organização Condição de trabalho atual

Entrevistado 1 Feminino 50 Pública Trabalha em equipe

Entrevistado 2 Feminino 27 Privada Trabalha em equipe

Entrevistado 3 Feminino 38 Pública Não trabalha em equipe

Entrevistado 4 Masculino 40 Privada Trabalha em equipe

Entrevistado 5 Feminino 48 Pública Trabalha em equipe

Entrevistado 6 Masculino 54 Privada Trabalha em equipe

Entrevistado 7 Masculino 35 Privada Não trabalha em equipe

Entrevistado 8 Feminino 55 Pública Trabalha em equipe

Entrevistado 9 Feminino 30 Privada Trabalha em equipe

Entrevistado 10 Masculino 28 Privada Não trabalha em equipe

Entrevistado 11 Feminino 44 Pública Trabalha em equipe

Entrevistado 12 Feminino 31 Pública Trabalha em equipe

Entrevistado 13 Masculino 37 Privada Não trabalha em equipe

Entrevistado 14 Feminino 46 Pública Trabalha em equipe

Foram aplicados dois instrumentos de coletade dados: um questionário estruturado e umroteiro de entrevista semiestruturada. No pri-meiro, foram incluídas perguntas de caracte-rização sociodemográfica além do termo in-dutor “trabalho em equipe”, sendo solicitadasduas tarefas consecutivas. A primeira pediaque fossem listadas até cinco palavras ou ex-pressões que viessem à mente quando men-cionado o referido termo indutor. A segundatarefa consistia na ordenação dessas palavrase expressões de acordo com o grau de im-portância atribuído a essas em termos de suarelação com o “trabalho em equipe” (triagenshierarquizadas sucessivas).

No roteiro de entrevista, foram apresentadassete perguntas abertas as quais objetivavamconhecer as representações que as pessoasconstroem acerca do trabalho em equipe.Esse roteiro era semiestruturado, podendo opesquisador incluir novas perguntas a partirdas respostas obtidas de cada entrevistado.

A análise de dados da etapa de evocaçãoconsiderou as respostas após a ordenação(segunda tarefa), devido ao fato de essa etapater mais presente o elemento cognitivo na es-colha. Após o agrupamento inicial das palavrasde significado semelhante, foi dada continui-dade na análise com apoio do software EVOC,que agrupou as palavras mais frequentes nonúcleo central e no sistema periférico, con-forme será discutido nos resultados.

A análise de dados das entrevistas buscoufocar na expressão, análise temática e inter-pretação do material coletado (Minayo, 2006).Esse estudo não abrangeu a totalidade dasfalas e expressões dos interlocutores porque,em geral, a dimensão sociocultural das opiniõese representações de um grupo que tem asmesmas características, costuma ter muitospontos em comum ao mesmo tempo em queapresentam singularidades próprias da biografiade cada interlocutor (Gomes et al., 2005).

O processo de análise das entrevistas partiuda leitura inicial (leitura flutuante) dos depoi-mentos, tendo sido anotadas impressões

preliminares. Uma nova leitura detalhadados depoimentos levou a um relaciona-mento destes aos resultados obtidos naanálise de representações sociais, de talforma que as entrevistas permitiram umaprofundamento dos resultados obtidos naetapa de evocação.

Resultados e Discussão

Da tarefa de evocação de palavras a partirdo termo indutor trabalho em equipe, obte-ve-se um total de 393 palavras, com médiade três palavras por participante. Uma análiseinicial das palavras evocadas resultou emum total de 187 palavras/expressões distintas.Dessa lista inicial, foi feita uma aglomeraçãopor similaridade de conteúdo. Nessa etapa,foram juntadas palavras ou expressões comsignificado muito próximo (por exemplo:ajuda/ajudar; ágil/agilidade; objetivo-comum/propósito-comum; etc.), o que re-sultou em uma listagem de 105 palavrasevocadas para trabalho em equipe.

Para a análise dos resultados obtidos a partirdo método das triagens hierarquizadas su-cessivas, foram consideradas somente as pa-lavras que tivessem uma frequência mínimade dez citações, o que levou a um conjuntode 15 palavras mais frequentes nas evocações,as quais correspondem a apenas 14,3% dototal de palavras (105 palavras diferentesapós categorização por similaridade), mas a70% do total de evocações (frequência de275 evocações do total de 393).

Além das frequências, o programa EVOCtambém calculou a ordem média de evocaçãode cada palavra como a média das ordensem que ela fora evocada pelos diversos su-jeitos, atribuindo-se peso “1” a uma evocaçãoem primeiro lugar, peso “2” quando setratava da segunda evocação do sujeito eassim por diante. Dessa forma, quanto maispróximo de 1 essa média tivesse, maior seriaa indicação da importância que os sujeitosatribuíram a essa palavra a partir do termoindutor trabalho em equipe.

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Amizade 11 3,82

Colaboração 13 2,92

Compreensão 15 2,73

Paciência 10 3,10

Resultado 16 3,67

Assim, foi utilizada a combinação desses dois critérios (frequência de evocação e ordem médiade evocação de cada palavra/expressão) a fim de possibilitar o levantamento daquelas que pro-vavelmente pertencem ao núcleo central das representações sociais. No caso da presentepesquisa, as palavras nesse núcleo seriam cooperação, respeito e união – todas com umafrequência bem acima (entre 38 e 40) da média (19) das quinze palavras analisadas e umaordem de evocação acima da média geral de evocações (2,7).

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Cooperação 38 2,29

Respeito 38 1,58

União 40 2,36

Objetivo-comum 19 3,42

Companheirismo 17 2,12

Comprometimento 12 2,67

Comunicação 12 2,08

Esperança 15 2,40

Organização 18 2,39

Parceria 12 2,17

Participação 10 2,40

Média <2,7 Média ≥ 2,7

10 ≤

Frequê

ncia < 19

Frequê

ncia ≥

19

Frequência mínima = 10Frequência intermediária = 19

Média geral = 2,7

Figura 1: Quadro de quatro casas da análise de evocações do termo indutortrabalho em equipe

Uma análise dessas palavras mostra que “união” foi a palavra de maior frequência (40), porém,dentre as três que estariam no núcleo central, é a que possui ordem média de evocação maiselevada (2,4), sinalizando que houve uma tendência de evocar outras palavras diante do termoindutor trabalho em equipe antes de se falar em “união”. Em relação às entrevistas, a palavra“união” também esteve presente em alguns depoimentos, normalmente apresentada comouma característica e uma vantagem do trabalho em equipe. Alguns entrevistados usaramdiretamente a palavra “união”, e outros usaram expressões delas derivadas como “unindo” ou“unidade”. A seguir, os depoimentos que citaram a palavra “união” ou suas derivadas.

– “As vantagens do trabalho em equipe são cooperação, objetivos, determinação, união” (En-trevistado 5).

– “A equipe é a união entre todos, onde todos estão motivados com o trabalho” (Entrevistado 9).

– “Penso que a vantagem seria o entrosamentode todos os envolvidos no projeto/atividade,unindo esforços à busca do alcance aosobjetivos, o trabalho fica mais fácil quandoele é dividido e compartilhado por todos”(Entrevistado 3).

– “O trabalho feito em equipe tem a expec-tativa de ser mais integrado e mesmo quan-do há uma divisão de tarefas, elas são in-terligadas porque a equipe trabalha comuma maior unidade, conhecendo as funçõesde todos” (Entrevistado 2).

– “Embora em uma equipe as pessoas sejammais autônomas, considero que um líderconsiga dar uma unidade ao todo e diluirpequenos conflitos que possam atrapalharo trabalho” (Entrevistado 2).

A palavra “cooperação” também foi bastantefrequente (38) e teve uma ordem média deevocação próxima da obtida pela palavra“união” (2,3), ficando, portanto, no quadrantereferente ao núcleo central. Nas entrevistas,apareceu poucas vezes a palavra “coopera-ção”. Um dos entrevistados mencionou coo-peração e união como vantagens do trabalhoem equipe (como visto nos depoimentos lis-tados acima). O Entrevistado 14 afirmouque: “a cooperação é fundamental para otrabalho em equipe”.

Por fim, no núcleo central, a palavra “respeito”é a que mais se destaca nas evocações quepartiram da expressão trabalho em equipe,uma vez que combina frequência alta deevocações (38), com uma priorização damesma na ordenação das palavras/expressõesevocadas a partir do termo indutor (ordemde evocação média de 1,6). Nas entrevistas,a palavra “respeito” não foi mencionada di-retamente, mas foram utilizadas derivaçõesdo verbo respeitar (respeitem, respeitarem,respeitam), como pode ser visto a seguir.

– “Para uma equipe de trabalho funcionarbem é preciso um bom líder, pessoas quese gostem e se respeitem e tenham ética”(Entrevistado 1).

– “Para uma equipe funcionar bem, acreditoque todos os integrantes têm que ter amesma empolgação com a causa, respei-tarem as diferentes visões, verem os colegascomo colaboradores e não como compe-tidores e buscarem em conjunto soluçõespráticas que visem sempre a eficácia daação e assim o bem-estar do usuário doserviço” (Entrevistado 11).

– “No trabalho em equipe as pessoas se aju-dam, se respeitam e se envolvem com umobjetivo comum. Já no trabalho em grupoas pessoas se reúnem para dar conta deuma tarefa, mas não tem garantia de umenvolvimento genuíno” (Entrevistado 1).

Como elemento de primeira periferia – con-siderado aqueles que têm uma frequênciaigual ou superior à frequência intermediária(19), embora com uma ordem de evocaçãomédia abaixo da média geral, tem-se umaúnica expressão objetivo comum. Nenhumaoutra palavra figurou nesse quadrante deanálise.

Embora não tenha figurado no núcleo cen-tral das representações sociais acerca dotrabalho em equipe, a expressão “objetivoscomuns” foi bastante mencionada nasentrevistas realizadas, seja de forma literalou com termos similares como “objetivo docoletivo”, “objetivo maior”, “interessecomum”, “objetivo geral” ou “um mesmoobjetivo”. A seguir, são apresentados depoi-mentos dos pesquisados em que essaexpressão emerge.

– “O trabalho rende, tem melhor qualidade,tendo em vista que as pessoas envolvidastêm um interesse comum” (Entrevistado 6).

– “No trabalho em equipe as pessoas se aju-dam, se respeitam e se envolvem com umobjetivo comum” (Entrevistado 1).

– “O trabalho em grupo nem sempre os ob-jetivos são comuns e em equipe, todos tra-balham com a mesma finalidade.” (Entre-vistado 6).

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– “Cuida-se para que o objetivo geral daseção não se perca” (Entrevistado 13).

– “Há desvantagens no trabalho em equipequando (...) um membro quer estar maisem evidência do que o outro, deixandoque o brilho do ego ofusque o objetivo docoletivo” (Entrevistado 3).

– “O trabalho em equipe busca o mesmoobjetivo, as habilidades são complementaresna busca de objetivos comuns, já no trabalhoem grupo as habilidades não se comple-mentam” (Entrevistado 10).

– “Partindo de nossa realidade cotidiana otrabalho em equipe visa a um objetivomaior e geral de nossa unidade adminis-trativa e técnica para o qual todos colabo-ram” (Entrevistado 14).

Um conjunto expressivo de palavras figurouna zona de contraste. Enquanto a zona deprimeira periferia teve apenas uma palavra,constaram na zona de contraste sete palavras.Por ordem de importância para os sujeitos,essas palavras foram: comunicação (2,1);companheirismo (2,1); parceria (2,2); orga-nização (2,4); esperança e participação(ambos com 2,4); e comprometimento (2,7).As palavras “companheirismo”, “parceria”,“esperança” e “participação” não apareceramde forma espontânea nas entrevistas. Porém,as palavras “comunicação”, “organização” e“comprometimento” foram citadas pelos pes-quisados em diferentes trechos. A seguir,são apresentados os depoimentos em queaparecem essas três palavras que figuraramna zona de contraste.

– “Me sinto bem com relação a equipe detrabalho, que é composta por pessoas aces-síveis e há bastante comunicação” (Entre-vistado 6).

– “As principais diferenças do trabalho emequipe e sozinho é que em equipe temosfeedback e concretização de objetivos, em-bora também aconteça falhas na comuni-cação e desempenho” (Entrevistado 1).

– “Para a equipe funcionar é preciso havercomunicação clara das questões pertinentese colaboração.” (Entrevistado 13).

– “Na equipe era preciso que houvesse maisorganização, inclusive da minha parte” (En-trevistado 8).

– “O que eu considero que é importantepara uma equipe de trabalho funcionarbem é comprometimento, sinceridade, pre-sença, diálogo...” (Entrevistado 3).

– “Se eu pudesse mudaria a motivação doscolegas de forma que aumentasse o com-prometimento com a equipe” (Entrevistado11).

Na zona denominada de segunda periferia– caracterizada por elementos que tiveramtanto a frequência quanto a importânciamais baixas –, estão as palavras: compreensão(2,7); colaboração (2,9); paciência (2,9); re-sultado (3,7) e amizade (3,8). Desse conjunto,as palavras “paciência” e “amizade” nãoforam mencionadas em nenhuma das qua-torze entrevistas realizadas. Já as palavras“compreensão”, “colaboração” e “resultado”estiveram presentes nos depoimentos, comopode ser visto a seguir:

– “Entrosamento, educação, desigualdade,compreensão, carinho e amor pelo quefaz e com quem faz” (Entrevistado 5).

– “Equipe é quando existe compreensãoentre todos e o trabalho em grupo é quandoo serviço é feito por obrigação” (Entrevistado9).

– “É preciso haver comunicação clara dasquestões pertinentes e colaboração.” (En-trevistado 13).

– “Os colegas de trabalho são colaborativos.”(Entrevistado 11).

– “O trabalho em equipe visa a um objetivomaior e geral de nossa unidade adminis-trativa e técnica para o qual todos colabo-ram” (Entrevistado 13).

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– “Com colaboração, a execução fica maisrica” (Entrevistado 14).

– “É preciso ver os colegas como colabora-dores e não como competidores” (Entre-vistado 11).

– “Para a equipe funcionar bem é precisocolaboração” (Entrevistado 4).

– “Creio que o trabalho em grupo o foco é atarefa, enquanto e equipe, o importante éo resultado” (Entrevistado 12).

– “Na equipe é preciso ter como foco o re-sultado final.” (Entrevistado 2).

Nessa pesquisa, foi possível observar quepalavras como: “cooperação”, “respeito” e“união” estão presentes no quadrante donúcleo central. Possivelmente, essa visão deequipe pode estar relacionada à cultura pa-ternalista brasileira que tende a ver as orga-nizações de trabalho como uma “família”(Colbari, 1997).

Como elemento de primeira periferia figurouo termo objetivo-comum. Vale destacar quea ideia expressa por esse termo está presentena maior parte das definições de trabalhoem equipe (Arrow & McGrath, 1995; Kat-zenbach & Smith, 2001; Moscovici, 1994;Sikes, Gulbro, & Shonesy, 2010). Nesse sen-tido, poder-se-ia esperar que o termo cons-tasse até mesmo como núcleo central. Valeinclusive destacar que ele esteve presentena maior parte das entrevistas, sendo bastantecomum a associação do trabalho em equipecom metas/propósitos/objetivos comuns. Dequalquer forma, o fato de figurar na primeirazona de periferia, confere ao termo relativodestaque, uma vez que as palavras que essequadrante indica são os elementos periféricosmais importantes (Abric, 2003).

No que diz respeito à zona de contraste, naqual são encontrados elementos com baixafrequência, mas considerados importantespelos sujeitos, houve um expressivo númerode elementos que incluiu as seguintes palavras:comunicação, companheirismo, parceria, or-

ganização, esperança, participação e com-prometimento. Como a zona de contrastepode “revelar elementos que reforçam asnoções presentes na primeira periferia ou aexistência de um subgrupo minoritário por-tador de uma representação diferente” (Abric,2003, p. 64), os elementos presentes nessequadrante precisam ser analisados com aten-ção. A respeito desses elementos, vale dizerque quatro deles foram frequentes nas en-trevistas, a saber: companheirismo, parceria,participação e comprometimento. As palavrascomunicação, organização e esperança, em-bora constantes da zona de contraste, nãoforam recorrentes nos discursos dos pesqui-sados.

Um dado interessante, contudo, é o fato dea palavra organização que figurou na zonade contraste, embora tendo sido pouco fre-quente no discurso dos entrevistados, constada lista das principais palavras evocadas napesquisa de Mourão e Galinkin (2008) acercado gerenciamento feminino de equipes detrabalho. O mesmo acontece com a palavracompreensão, que na presente pesquisa fi-gurou como elemento de segunda periferiae que esteve no núcleo central da pesquisade Mourão e Galinkin (2008).

Além da palavra compreensão, também fi-guraram na zona de segunda periferia dapesquisa as palavras colaboração, paciência,resultado e amizade. Vale destacar que otermo resultado tão presente nos conceitosde trabalho em equipe (Guerra, 2002; Hack-man, 1987; Moscovici, 1994) e nas justifica-tivas organizacionais para a opção por essetipo de organização do trabalho, figure apenasna zona de segunda periferia.

Considerações finais

Entender como as pessoas percebem o tra-balho em equipe e que tipo de representaçõessociais são construídas em torno desse objetopode contribuir para se obter uma visãomais abrangente dos problemas relativos aofenômeno e, consequentemente, uma com-

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preensão da realidade, reduzindo a distânciaentre contexto e ação. Nesse sentido, estetrabalho trouxe uma contribuição no avançoda pesquisa sobre equipes de trabalho, comdestaque para os seguintes resultados: háum amplo conjunto de palavras evocadas apartir do termo indutor “trabalho em equipe”;as palavras que estão no núcleo centralquando se usa o termo indutor “trabalhoem equipe” são: cooperação, respeito eunião, todas com uma frequência bem acimada média do conjunto de palavras e comuma ordem de evocação acima da médiageral de evocações, sendo “união” a palavrade maior frequência; como elemento deprimeira periferia, tem-se uma única expressão“objetivo comum”, enquanto na zona de se-gunda periferia estão as palavras: compreen-são, colaboração, paciência, resultado e ami-zade; um conjunto expressivo de palavrasfigurou na zona de contraste. Por ordem deimportância para os sujeitos, essas palavrasforam: comunicação, companheirismo, par-ceria, organização, esperança, participaçãoe comprometimento.

Como a pesquisa tinha caráter descritivo,sua relevância e validade está voltada para aampliação da compreensão acerca do fenô-meno trabalho em equipe e não propriamente

de explicações deste. Assim sendo, o estudopermitiu compreender melhor como os atorescategorizam e interpretam esse fenômeno,sem pretensão de oferecer informações sobrecomo atuar na gestão de equipes.

Para estudos futuros acerca dessa temática,sugere-se a realização de pesquisas comamostras mais abrangentes e diversificadas,com possíveis comparações de resultadospor setores de atuação, uma vez que o tra-balho em equipe pode ser visto de maneiradistinta, por exemplo, entre profissionais dasaúde e esportistas. Outra ideia seria a pes-quisa das representações sociais sobre equipesde trabalho em equipes com diferentes tiposde liderança, uma vez que a atuação dos lí-deres pode influenciar a percepção que osmembros desenvolvem acerca do trabalhoem equipe.

Assim, tem-se clareza que, no que diz respeitoàs equipes de trabalho, ainda há muito a serpesquisado. O presente estudo, embora dan-do alguma contribuição acerca de como asequipes de trabalho são vistas por determinadacategoria ocupacional, suscita também muitasindagações a respeito dessa temática. Fica,portanto, o convite para a que o trabalhoem equipe continue sendo investigado.

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Denise de Aragão Fernandes dos SantosMestre em Psicologiapela Universidade Salgado de Oliveira – Educadora organizacionalna Universidade Federal Fluminense - [email protected]. Luciana MourãoDoutora em Psicologia – Professora permanente do Mestrado e Doutorado em Psicologiada UNIVERSO - [email protected]

Luciene Alves Miguez NaiffDoutora em Psicologia – Professora permanente do Mestrado em Psicologia da UFRRJ [email protected]

Endereço para envio de correspondência: Rua Presidente Backer, 234 – apto 1002 – Bloco A – Icaraí – CEP 24220-041 - Niterói – RJ.

Recebido 05/05/2013, Aprovado 29/07/2014

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