resolução do exames de direito romano pdf
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1- Magistraturas extraordinrias
Abolida a realeza em Roma, foi implantada a Repblica, advinda de uma
revoluo chefiada por patrcios e militares.
Caracterizava-se por ser uma Repblica Aristocrtica, onde a administrao se
subdividida em vrias magistraturas. Sendo estas detentoras de cargos
polticos e de governao.
O poder supremo no reside nesta poca num s rei, mas sim, em 2 cnsules,
que so magistrados e exercem o seu poder por um ano e so eleitos pelo
povo.
Em Roma, os Magistrados eram de dois tipos, consoante pertencessem ou no
a uma espcie de carreira diplomtica, a que se chamavam Cursus Honorum.
Os que pertenciam aos Cursus Honorum designavam-se Magistrados
Ordinrios e os outros Magistrados Extraordinrios, e eram dois:
- Tribunos da plebe eram normalmente chefes das rebelies levadas a cabo
pelos plebeus e na sua constante luta por um regime de igualdade e privilgios
com os patrcios.
Os tribunos da plebe, sendo embora, Magistrados Extraordinrios, possuam
uma forma exemplas o Ius Intercessiones, porque podiam vetar e at anular
qualquer deciso ou projecto de norma elaborado por um qualquer Magistrado
Ordinrio. Para alm deste poder detinham outro muito importante que
consistia e elaborar projectos de normas relativos a interesses prprios dos
plebeus que depois eram apresentados e cuja votao eram rogadas e esses
mesmos plebeus reunidos num tipo especial de comcio chamado Concilia
Plebis. Se estas normas fossem votadas favoravelmente neste tipo de comcios
(no eram apresentadas ao Senado para aprovao) convertiam-se em normas
jurdicas de caracter legal chamadas plebiscitos.
- O Ditador fazia parte de uma magistratura que para alm de extraordinria
era excepcional, pois no fazia parte da vida normal e permanente de Roma.
Nascia com a chamada Ius titum , isto , com a suspenso do ordenamento
civil devido a calamidades pblicas, motivadas por uma crise poltica interna ou
externa.
O Ditador concentrava em si todos os poderes da civitas e assim o seu poder
de Imperium, era um poder sem qualquer limitao. Quando o Ditador estava
no exerccio do seu cargo, todas as outras magistraturas se suspendiam.
O seu tempo de mandato era s at a situao para a qual era eleito se
resolver. Voltando o ordenamento poltico ao seu funcionamento normal.
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2 Constituies Imperiais
Desde a criao de Roma como cidade (753 a.C.) as estruturas polticas
romanas contavam com o Senado como um dos rgos titular do poder de
soberania.
No entanto, at fase do principado, o Senado no dispunha de poder
legislativo. Pelo que os SenatusConsultos at referida fase, tinham a acepo
de responder dados pelo Senado s consultas que lhes eram feitas sobre
determinadas questes ou matrias, ou seja, tinham carcter consultivo. Se
bem que na transio da fase da monarquia para a repblica os
Senatusconsultos na prtica deixassem de consistir em conselhos para se
converterem em ordens.
S no principado (a partir sc. I a.C.) ganham caracter normativo
transformando-se em verdadeiras leis do Ius Civile, ou seja, fonte mediata de
direito.
Tal ocorre dentro da estratgia desenvolvida pelo Imperador Octvio Cesar
Augusto visando centralizar na sua pessoa todos os poderes, decidiu tirar o
poder legislativo aos comcios populares, que acabam assim por desaparecer
devido sua inactividade e concedem esse poder ao Senado que sendo uma
assembleia de natureza aristocrtica oferecia uma oposio s intenes do
Imperador.
A partir do sc. I a.c. a acepo de Senatusconsultos pois a de leis
produzidas pelo Senado.
medida que as estruturas prprias do Senado se vo consolidando na
organizao poltica de Roma e que o Imperador vai aumentando os seus
poderes os Senatusconsultos passam tambm a ser manifestaes da vontade
do Imperador, posto que este sempre que pretendia ver uma determinada
matria convertida em lei reunia o Senado, expunha oralmente as suas
intenes e as leis eram por este rgo aprovadas quase sem prvia
discusso.
Inicia-se a decadncia aos Senatusconsultos enquanto fonte manifestandi do
Ius Civile e estes passam a ser chamados de Orationes Princeps.
A partir do sc. IVd.c. o direito romano exclusivamente produzido pelo
imperador atravs das suas constituies imperiais, desparecendo ento
qualquer tipo de lei em consequncia dos Senatuscolsultos.
As Constituies imperiais eram leis do direito romano produzidas
unilateralmente (directamente) pelo Imperador.
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Quando analisadas quanto ao seu contedo, podiam ser decises de vrias
naturezas.
Durante o sc. I, e at ao sc. III d.c., as constituies imperiais no tm valor
de lei, sendo na prtica ordens dadas pelo Imperador, e acatadas sem
qualquer oposio pelo populus romanum.
No sc. III d.c., as constituies imperiais equiparam-se em verdadeiras leis, e
a partir do sc. IV constituem a nica fonte do ius romanum, vive-se ento um
perodo de absolutismo da lei, entendida como a deciso do imperador.
As constituies imperiais foram a mando do imperador Justiniano, compiladas
no cdex e nas novellae do corpus ius civilis.
Esta obra do direito romano uma colectnea de ius e de leges, sendo que, o
ius, neste contexto deve entender-se como o ius vetos, isto , o direito romano
produzido at ao sc. IV d.c. pelas seguintes fontes de direito.
Costume, na acepo das mores maiorum e de consuetudo.
Lei, designadamente Lex Rogata, Datae e Dictae, plebisicitos e
senatusconsultos, e sobretudo iurisprudncia.
Quanto ao termo heges, significa neste contexto, ius romanum novum, isto ,
direito romano produzido a partir do sc IV d.c., exclusivamente pelas
constituies imperiais.
Durante o sc. I at ao sc. IV d.c., existiam 4 grandes tipos de constituies
imperiais.
Edicta eram constituies imperiais de caracter geral, emanadas pelo
imperador no uso do seu poder de ius prononsulare maius.
Rescripta consistiam em respostas dadas por escrito pelo imperador a
pedidos ou perguntas que lhe eram feitas, designadamente por elementos do
populus romanum e por magistrados, no 1 caso chamava-se subscriptum e no
2 epistolas.
Mandata ordens ou instrues dadas pelo imperador aos governadores das
provncias e a outros funcionrios seus, revestiam-se de natureza circular
sobre problemas administrativos.
Decreta decises judiciais proferidas pelo imperador na sua qualidade de
presidente dos tribunais especiais que neste perodo existiam em Roma.
Aps o sec IV e at ao sc VI perodo que ficou conhecido por Baixo Imperio
surgem 2 tipos de constituies imperiais:
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Adenotationes nova forma de o imperador responder a pedidos que lhe
eram feitos inscrevendo nestes pedidos um rescritum pelo qual concedia
determinados valores como o da iseno de impostos.
Pragmaticae Santiones caracter regional.
3 Rex
Os poderes pblicos compreendem trs elementos: o rei, o senado e os
comcios.
O rei (rex), designado pelo seu predecessor ou por um senador (interrex), um
soberano vitalcio cujos poderes so limitados pelos do Senado e do Povo.
um chefe militar, religioso e judicirio. Possui em relao a estas trs esferas,
um poder absoluto, o imperium.
Tendo o rex imperium militae e imperium domi, o responsvel pela defesa
militar, administrao da cidade e mediao divina.
Delega o magster populi (chefia o exrcito), magster equitum (comanda a
cavalaria) e o magster parricidii (persegue e reprime crimes graves).
O senado um corpo composto de cem, depois trezentos patrcios nomeados
pelo rei. O rei consulta nos casos mais graves. O Senado ratifica, ao conceder
a sua auctoritas, a lei votada pelo povo por proposta do rei.
O povo (populus romanus) compe-se de patrcios com capacidade de portar
armas. Ele rene-se em assembleias, os comcios por crias (comitia curiata) ,
numa parte do frum denominada comitium.
O povo vota as leis propostas pelo rei. A unidade do voto a cria.
As decises so as leges curiatae.
No inicio, somente os patrcios tiveram vez no governo da cidade, bem como
somente eles pagavam impostos e subordinavam-se ao servio militar.
A introduo da plebe na vida poltica atribuda ao rei Srvio Tlio (578-535
a.C.) que instituiu uma nova diviso do povo, fundada no mais sobre o
nascimento, mas tambm a fortuna. Os plebeus passam a ser chamados no
s para o servio militar e para o pagamento de impostos, mas tambm para a
confeco de leis nas novas assembleias, os comitia centuriata.
Existia tambm, colgio dos pontfices, que protegia interesses familiares
patrcios no confronto com o rex. Limitava os poderes polticos do rei pela
religio e desenvolve o ius e o fas para interpretao dos mores maiorum e
exerccio da jurisdio.
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O collegia sacerdotalia, que tinha forte influncia sobre as decises politicas.
O colgio dos augures, que era a expresso da vontade dos deuses (auguria)
apenas o rei detendo ao auspicia.
4 Edictum do pretor
A misso do Pretor era administrar a justia nas causas civis
(interpretar,integrar e corrigir adjuvandi,supplendi, corrigendi o ius civile),
esta actividade, motivada pela utilidade pblica, era orientada por princpios
jurdicos:
- No abusar do poder
-No prejudicar ningum
-Atribuir a cada um o que seu
A sua actividade era controlada pelos cnsules, quem detivesse tribuncia
potestas, provocatio ad populum, opinio pblica, iurisprudentes.
O Pretor utilizava o Decretum (quando resolvia imperativamente um caso
particular) e o Edictum ( quando anunciava ao pblico a concesso de certos
expedientes integrada num programa geral das suas actividades.
O Pretor tinha o ius edicendi (faculdade de fazer comunicaes ao povo) em
que essas comunicaes eram orais perante assembleias do populus e em voz
alta, quando tinham contedo programtico eram edicta.
O Edictum, era uma comunicao para anunciar ao pblico as atitudes que
tomaria e os actos que praticaria no exerccio das suas funes, era o seu
programa de aco, no apenas oral, mas escrito e gravado e afixado no
frum.
Inicialmente o Pretor no estava vinculado ao seu edictum, mas na prtica,
respeitava sempre as promessas feitas para no comprometer o ius
praetorium. Em 67 a.c., a lex Cornelia de edictis praetorium imps ao Pretor a
vinculao ao seu edicto.
Este dividia-se em:
- Edicto perpetua (dados pelo Pretor no inicio da sua magistratura, contendo os
critrios que seguiria esse ano)
- Edicto repentina (surgem em qualquer altura do ano, para resolver situaes
novas no previstas)
- Edicto translaticia (que so iguais de um ano para o outro)
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- Edicto Nova (so as disposies que o Pretor, de determinado ano,
acrescenta por sua prpria iniciativa).
No principio, h bastantes edicta nova, posteriormente, no h grande
necessidade de inovaes, uma vez que o Pretor estava subordinado ao
Imperador.
Foi deciso de Adriano, codificar todos os edictos, o que no constituiu um
facto estranho, quando concludo e confirmado pelo Senado, que lhe
estabeleceu imutabilidade, sendo publicado o Edictum Perpetuum (definitivo).
Apos a sua fixao, o Pretor quase se limitava a publicar todos os anos o
Edictum Perpetuum, assim foi perdendo importncia como fonte autnoma de
direito para se converter quase num texto legal, embora continuando ius
Praetorium, na verdade as alteraes e interpretaes eram dadas pelos
iurisprudentes e pelo Imperador.
Comeou a confundir-se com o direito criado pela irusprudentia e pelas
constituies imperiais para mais tarde ingressar naquele direito o ius novium.
O Pretor, apesar do Edictum deixar de ser publicado, no perdeu a sua
utilidade, mesmo perdendo a sua iurisdictio.
A reconstituio do Edictum Perpetuum foi devida a Otto Lenel, 45 titulos
agrupados em 5 partes.
1 introduo, normas de tramites de um litigio e das restituiciones in integrum;
2 actiones onde se encontravam rubricas de edictos fundamentais;
3 direito pretrio;
4 execuo das sentenas;
5 interdicta, exceptiones e sptipulaciones praetoriae.
5- As causas do fim do principado
Vai desde 27 a.c. at 284 d.c.
Certa altura a Constituio poltica republicana torna-se insuficiente para as
novas realidades e entra em crises sucessivas devido ao alargamento
extraordinrio do poder de Roma, aparecimento de novas classes sociais,
lutas entre classes sociais, lutas entre classes de varias ordens e revolta dos
escravos.
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O povo romano, desmoralizado com os seus polticos volta-se para Octavio
Csar Augusto, pois entendiam ser o mais indicado para restabelecer a paz, a
justia, a moral, a politica e a economia, retirando assim o pas do caos.
Este ficou conhecido pela sua habilidade poltica, que desenvolveu para
centralizar em si todos os poderes sem romper abruptadamente com as
estruturas polticas da Republica.
Instaura assim o Principado. Cria o prnceps que um rgo politico de
caracter permanente investido de um imperium especial e de uma tribuna
potestas vitalcia que compreendia todos os direitos e deveres de um tribuno da
plebe. Vai concentrando assim na figura do prnceps todos os poderes, porque
apesar das magistraturas se manterem, esto subordinadas ao prnceps.
Concede ao Senado poder legislativo, dado a sua natureza aristocrtica,
passando os senatusconsultos a ter a natureza de verdadeiras leis do ius civile.
Esta foi uma viso estratgica porque tirou este poder ao Populus romanum,
conferindo ao Imperador uma fcil converso em lei, das matrias de seu
interesse, passando a designar-se por Orationes Princeps, representando
extenses da vontade do Imperador, que convocava o Senado expunha a
matria que queria ver convertida em lei, alcanando o seu objectivo. A
autoridade poltica do Senado foi assim gradualmente passando para o
Princeps.
Os comcios vo deixando de funcionar, porque perdem o poder legislativo que
passa para o Senado, conduzindo-os extino. A outra parte do povo passa
para o exrcito que um elemento novo e decisivo pois fiscalizava quase tudo
e dependia do Imperador.
Assim o principado implementa-se em Roma e o Imperador converte-se em
legislador, produzindo as Constituies Imperiais. Sendo a nica fonte de
direito em Roma a partir do sc IV d.c..
6- Provocatio ad Populum
A luta por uma separao absoluta entre funes religiosas e os cargos
pblicos ligados s funes politicas e militares, ate aqui concentrados no rei,
foi uma das marcas do perodo de transio.
O imperium que permitia ao rei o uso legitimo da fora em defesa da
comunidade passou para os magistrados.
Necessrio era garantir que a aplicao das mais graves e severas medidas
repressivas e penas mximas no ficasse completamente no arbtrio dos
patrcios que as exerciam, por isso foi criada uma contra-magistratura, o tribuno
da plebe.
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Os delitos contra o povo romano e certos delitos graves contra os particulares
deram lugar provocatio ad populum. Esta assembleia judiciria era reunida
por crias, quando o crime era punido com a pena capital, ou por tribos, no
caso de delitos menos graves. A provocatio ad populum, que parece ter sido
usada na realeza por iniciativa do rei, tornou-se obrigatria na Republica com a
lex Valeria de provocatione de 509 a.c.
7 - O processo de racionalizao da jurisprudncia e o seu papel nas
fontes de Direito romano.
Sentido de Iurisprudntia para os romanos
O Direito Romano era entendido como um problema prtico em continuo
processo derealizao.Com efeito, sendo um Direito profundamente
comprometido com a Praxis social, realizava-se atravs da resoluo dos
casos concretos.
neste contexto que deve entender-se o sentido de Iurisprudntia para os
romanos.
Na verdade, a Iurisprudntia romana, sendo a cincia do Direito, era tambm
uma tcnica, devido sua natureza de cincia pratica. Em Roma, o Direito
entendia-se mergulhado no mundo dos valores que deviam orientara pratica
social, e sendo assim, a cincia que se ocupava do estudo do Direito era uma
Iurisprudntia e no uma Iuris Sapientia, porque no tinha um carcter
meramente terico e especulativo, antes se concretizava numa actividade
intelectual dirigida a descobrir oque era justo, honesto, til, na convivncia
humana.
Para alm desta finalidade, cabia tambm Iurisprudntia ensinar os homens
como alcanar o justo e evitar o injusto, pelo que era uma cincia de natureza
pratica.
Evoluo da Iurisprudntia como fonte do Ius Civile
Inicialmente a Iurisprudntia romana tinha por funo nuclear a chamada
Interpretatio.
Com efeito, cabia aos estudiosos do Direito indicar quais as matrias que
deviam ser juridicamente reguladas, interpretar as normas existentes, indicar o
seu carcter moral ou tico, e referir quando que a norma jurdica j no tinha
qualquer razo de ser.
Sendo assim, a Iurisprudntia foi na realidade a primeira fonte do Direito
Romano. Contudo, durante a fase da Republica, a actividade da Iurisprudntia
no era oficialmente uma fonte de Direito, porque os responsa dos
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Iurisprudentes romanos nesta fase no tinham carcter obrigatrio nem
vinculativo
. com Octvio Csar Augusto que esse responsa ganha pela primeira vez um
carcter obrigatrio e vinculativo.
Com efeito, dentro da sua estratgia de centralizao de todos os poderes na
sua pessoa, este Imperador chamou para junto de si, e colocou ao seu servio,
os Magistrados mais inteligentes, concedendo-lhes o prestgio que eles no
dispunham anteriormente,
Tal ocorreu atravs da atribuio do Ius respondendi ex autoritates prnceps.
A partir do Imperador Adriano, Sc. II d.C. a Iurisprudentia cresce de
importncia, tornando-se oficialmente fonte imediata de Direito, porque os
responsa dos Iurisprudentes que tinham o poder de Ius respondendi ex
auctoritat Princeps passam a ser considerados como Leges, visto possurem
uma natureza vinculativa, quer relativamente ao caso concreto em sede do
qual foram emanados, quer relativamente a futuros casos, desde que
semelhantes a esse.
Evoluo histrica da Iurisprudntia
Inicialmente, no perodo que vai at o Sc. IV a.C. em Roma o estudo do
Direito era entendido como um verdadeiro sacerdcio, porque era desprovido
de qualquer carcter lucrativo.
Compreende-se pois que neste perodo inicial a
Iurisprudntia fosse uma atribuio exclusiva dos sumos pontfices, apenas
estes podiam ser Iurisprudentes .
A partir de referido Sc. IV a.C. opera-se o processo de laicizao da
Iurisprudntia , devido essencialmente aos seguintes 3 factores:
a)Ao surgimento da Lei das XII Tbuas, que foi a primeira lei escrita do Direito
Romano, e nasceu de uma reivindicao dos plebeus por um regime
desigualdade de tratamento com os patrcios.
b) Ao ensino pblico do Direito Romano que ficou a dever-se ao primeiro
plebeu a ter o cargo de Pontfex Maximus (Tibrio Coruncaneo).
c) Ao chamado Ius Flaviano, isto , primeira colectnea de frmulas
processuais redigida em Roma por um plebeu de nome Flvio, e que era
escriva de um sumo pontfice de nome Apio Cludio.
Este processo de laicizao desemboca numa universalizao da
Iurisprudntia a partir do imprio, visto que Octvio Csar Augusto concede a
alguns Iurisprudentes, e independentemente da sua condio social, a Ius
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respondendi ex auctoritat prnceps tornando-se a Iurisprudentia fonte oficial e
imediata do Direito Romano.
8 Os expedientes do Pretor
Ius Praetorium
=> Parte mais importante do Ius Honorarium (todo o Ius Romanum non-Civile
)Verbal=> nica fonte de Direito Actuao do Magistrado Pretora.
1 fase In Iureb.
2 fase Apud Iudicem
As ordens que o Pretor emanava para a resoluo destes litgios especficos
chamavam-se Interdicta possessiones e subdividiam-se em 2 tipos:
a) Interdicta Retinendae Possessiones - eram ordens de natureza proibitria
que o Pretor emanava sempre que pretendia proibir que algum que detinha
uma posse pacfica fosse nela perturbado por outrem.
Se a coisa possuda fosse um bem imvel, a Interdicta Retinendae
Possessiones chamava-se Uti Possidetis .
Se a coisa possuda fosse um bem mvel a Interdicta Retinendae
Possessiones chamava-se Utrubi .
b) Interdicta Recuperandae Possessiones eram ordens dadas pelo Pretor,
com base no seu poder DImperium e de natureza restituitria, visava obrigar
aquele que havia obtido a posse de uma coisa, de forma no pacifica, a restituir
essa coisa (recuperar a posse).
A obteno da posse de forma no pacifica podia realizar-se numa das
seguintes situaes:
1) Sempre que o possuidor da coisa cedendo a insistentes pedidos de um outro
sujeito, lhe transmitisse a posse dessa coisa e caso posterior este possuidor, a
ttulo precrio, se recusasse a restituir a coiso, o Pretor interviria a favor do 1
possuidor emanando uma ordem que se chamava Interdicta Recuperandae
Possessiones Ad Precrio
2)Sempre que algum tivesse obtido pela violncia a posse de uma coisa,
recusando-se depois a restitui-la o Pretor emanaria uma ordem, com vista a
essa restituio chamada Interdicta Recuperandae Possessiones Unde Vi.
3) Sempre que algum perdesse a posse de uma coisa devido ao uso de
violncia e posteriormente organizando um grupo de homens armados, que o
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mesmo dizer recorrendo via armada, obtivesse a posse dessa mesma
coisa.
Caso o primeiro dos sujeitos envolvidos solicitasse a interveno do Pretor,
este magistrado, ponderando o grau de violncia utilizado por ambos os
sujeitos emanaria uma ordem, com vista restituio da coisa para o sujeito
que foi objecto da violncia mais grave e essa ordem chamava-se Interdicta
Recuperandae Possessiones Viarmata
Expedientes do Pretor posteriores ao ano de 130 a.C. e baseados no seu
poder DIurisdictio
O Pretor cria Direito nos vrios casos no previstos pelo Ius Civile , onde o
Pretor concede uma actio prpria ( Actio Praetoriae ), criando assim
directamente Ius .Ano 130 a.C. = Lex Aebutia de Formulis.
Impotncia: Introduz uma nova forma de processar= Agere per formulas -
Atribuio ao Pretor de novos expedientes
1) Denegatio actiones
2)Exceptio
3)Actiones Praetoriae - (com estas o Pretor pela 1 vez cria Ius Praetorium
de forma directa)
a) Actio in Factum Conceptae (tem a mesma finalidade da Stipulatio
Praetoriae)
b) Actio Ficticiae
c)Actio Utile
d)Actio Adiecticiae Qualitis
Com efeito, este ano assinala o surgimento de uma importante Lei do Ius
Civile, a chamada Lex Aebutia de Formulis
. Esta Lei apresenta uma dupla importncia que cumpre considerar:
1) No domnio do processo jurisdicional romano a Lex Aebutia de Formulis , vai
introduzir uma nova forma de processar, a que se chama agere per formulas .
Tal significa que o processo jurisdicional romano, que at ento era oral, passa
a ser todo ele escrito.
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Mantm-se a sua diviso em duas fases:- A fase In Iure e a fase Apud Iudicem
, mas doravante o Pretor, no final da fase In Iure , elabora um documento
escrito, que apresenta ao Iudex e com base no qual este emana a sentena.
Este documento escrito a frmula processual, sendo que, consoante o tipo de
pedido introduzido em Tribunal, assim se apresenta a redaco da formula
processual.
A frmula processual romana era integrada pelas seguintes clusulas:
1) Clusulas ordinrias
a)Intentio onde se esclarecia a causa de pedir
b) Condemnatio onde se indicava ao Iudex se ele deveria condenar ou
absolver o sujeito demandado
2) Clusulas eventuais
a) Demonstratio onde se clarificava a Intentio
b)Adiudicatio utilizada apenas quando se tratava de uma aco para
diviso de uma coisa comum
3) Clusulas extraordinrias
a)Exceptio clusula a favor do sujeito demandado que operava como uma
espcie de circunstncia atenuante para o comportamento violador
b) Praescriptio era uma clusula concedia a favor do sujeito de mandante.
A Lex Aebutia de formulis tem tambm uma particular importncia no que toca
actuao do Magistrado Pretor, na medida em que funda a atribuio de
novos expedientes, com base no seu poder DIurisdictio.
Quanto a estes novos expedientes cumpre fazer as seguintes advertncias:
a) No substituem as anteriores, antes se lhes acrescentam.
Sendo que, o que se acaba de dizer admite, no entanto, a seguinte excepo:
O expediente Stipulatio Praetoriae que o Pretor utilizava para num ano
anterior a 130a.C. resolver um litgio emergente de uma Stipulatio
invalidamente celebrada substituda pelo expediente Actio in Factum
Conceptae se esse litgio ocorrer num ano posterior a 130 a.C
b) Os novos expedientes dos Pretor j no se fundam no poder DImperium
mas sim, no poder DIurisdictio , ou seja, no poder de administrar, de modo
corrente, a Justia.
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c) No leque destes novos expedientes surgem as chamadas Actiones
Praetoriae eo aparecimento deste tipo de Actiones tem a seguinte grande
importncia:
- At ao ano de 130 a.C. o Pretor sempre que a sua interveno era solicitada,
intervinha, resolvendo o litgio concreto mediante a concepo ou a negao de
Direitos, poderes ou faculdades jurdicas que se encontravam consagrados no
Ius Civile .
Isto significa que a actuao do Pretor, no perodo anterior ao ano 130 a.C. se
traduzia, exclusivamente, na concepo ou negao de Actiones Civiles .
Diferentemente, a partir do ano 130 a.C. ainda que apenas para 4 tipos de
situaes especficas, o Pretor j pode, pela 1 vez conceder ao sujeito, que
solicita a sua interveno, um Direito, poder ou faculdade que no est
plasmado no Ius Civile , pelo que, portanto criado inicio pelo prprio Pretor.
Quer isto dizer, que aps o ano 130 a.C., pela 1 vez o Pretor concede
ActionesPraetoriae e neste sentido cria de forma directa Ius Praetoriae
.Exemplo: Stipulatio - validamente celebrada
Empobrecimento do devedor provocado por uma catstrofe natural,
consequente impossibilidade de cumprir com a obrigao judicial de pagar.
Se esta situao ocorrer posteriormente ao ano 130 a.C., o Pretor, ponderando
os interesses de ambas as partes envolvidas, posto que o devedor no cumpre
devido a um elemento exterior sua vontade, vai criar uma Actio prpria, que
no est consagrada no Ius Civile, e por fora da qual, dilata o prazo para o
pagamento da dvida em prol da Justia. Esta Actio, que se traduz, na prtica,
em permitir ao devedor uma maior tempo para pagamento da divida, chama-se
Actio Ficticiaee atravs dela, o Pretor cria, de forma directa Ius Praetariae.
Denegatio Actiones
Trata-se de um expediente que o Pretor utilizava, sempre que negava
liminarmente ao sujeito a Actio Civilis.
Exceptio
Era um expediente que o Pretor utilizava, sempre que tendo concedido, ao
sujeito, uma Actio Civilis, posteriormente, durante a fase in iure, conclua pela
necessidade de frustrar ou inutilizar a Actio que havia sido concedida ao
sujeito. A Exceptio era uma clusula que o Pretor introduzia na forma
processual, e na qual referia alguma circunstncia a favor do demandado, ou
seja, inutilizava a preteno do sujeito de mandante. Exemplo: Mancipatio
(transferncia de propriedade) realizada sob coaco, no entrega da coisa
pelo sujeito vendedor-Incumprimento contratual- Solicitao da interveno do
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Pretor pelo sujeito comprador Concepo a este de uma Actio Civilis, por fora
da qual o Direito de propriedade sobre a coisa se transfere da esfera jurdica do
vendedor para a do comprador. Porm, no decurso da fase In Iure, o Pretor
apercebe-se e prova a existncia de coaco, pelo que utiliza uma Exceptio
para frustrar a Actio concedida ao sujeito comprador e para atenuar o
comportamento do sujeito vendedor justificando a no entrega da coisa.
Nota:
Quer no mbito do Senatusconsultos Macedonianum quer no de Velleianum
sempre que o Fillius famlia e a cidad intercedente se pretendia eximir ao
cumprimento da obrigao jurdica de pagar, alegavam a proteco destes
Senatusconsultos, invocando a seu favor uma Exceptio.
Actiones Praetoriae
1) Actiones in Factum conceptae
Trata-se de uma Actio criada pelo prprio Pretor sempre que lhe cumpre
resolver um litgio idntico quele que lhe apresentado no perodo anterior a
130 a.C., e para a resoluo do qual, o Pretor utilizava uma Stipulatio
Praetoriae. Tratava-se, como o prprio termo indica, de uma Actio que o
prprio Pretor cria para dar proteco jurdica a uma situao que merece essa
proteco, e no a tem da parte do Ius Civile.
2) Actiones Ficticiae
Trata-se de uma Actio que o Pretor cria por recurso fico, isto , alterando
ou introduzindo, na situao concreta, um elemento novo (ex. dilataes de
prazo para o pagamento de uma dvida). Sendo que Pretor, assim, actua para
a realizao da Justia eno para o favorecimento de uma das partes do litgio.
3) Actiones Utiles
uma Actio que o Pretor cria, sempre que utiliza a analogia, ou seja,
sempre que para a resoluo do litigio, submetido sua apreciao, o Pretor
recorre soluo que para um caso semelhante o Ius Civileconsagra.
4) Actiones adiecticiae qualitatis
Trata-se de uma Actio que o Pretor cria, sempre que pretende
responsabilizar, total ou parcialmente, o PaterFamilia por uma dvida contrada
por uma Fillius famlia ou por um Cervos.
Exemplo: O cidado A, filho do comerciante Bentus, na qualidade de gerente
do estabelecimento comercial do seu pai, contrai, perante o cidado romano C,
uma dvida no valor de 20mil sestrcios. Dinheiro que, efectivamente, utiliza
para que a gerncia do referido estabelecimento comercial. Quando
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demandado por C para pagar, A, enquanto Fillius familia, no o pode fazer. C
solicita a interveno do Pretor e este Magistrado, provado que fica, que a
divida foi contrada para a gerncia do estabelecimento comercial de B,
concede a C, uma Actio Adiecticiae qualitatis, de forma a responsabilizar B
totalmente, pela referida dvida, na hiptese em concreto. Esta Actio diz-se
institutria.
9 Edictum Perpetuum de Adriano
Foi deciso de Adriano, codificar todos os edictos, o que no constituiu um
facto estranho, quando concludo e confirmado pelo Senado, que lhe
estabeleceu imutabilidade, sendo publicado o Edictum Perpetuum (definitivo).
Apos a sua fixao, o Pretor quase se limitava a publicar todos os anos o
Edictum Perpetuum, assim foi perdendo importncia como fonte autnoma de
direito para se converter quase num texto legal, embora continuando ius
Praetorium, na verdade as alteraes e interpretaes eram dadas pelos
iurisprudentes e pelo Imperador.
Comeou a confundir-se com o direito criado pela irusprudentia e pelas
constituies imperiais para mais tarde ingressar naquele direito o ius novium.
O Pretor, apesar do Edictum deixar de ser publicado, no perdeu a sua
utilidade, mesmo perdendo a sua iurisdictio.
A reconstituio do Edictum Perpetuum foi devida a Otto Lenel, 45 titulos
agrupados em 5 partes.
1 introduo, normas de tramites de um litigio e das restituiciones in integrum;
2 actiones onde se encontravam rubricas de edictos fundamentais;
3 direito pretrio;
4 execuo das sentenas;
5 interdicta, exceptiones e sptipulaciones praetoriae.
10 Leges Leciniae Sextiae
Surgem em 367 a.c.
- Lex Licinia de Consule Plebeio estabeleceu que um dos cnsules pode ser
plebeu.
- Lex Licinia de Modum Agrorum limite possibilidade de apropriao de
terras pblicas.
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- Lex Licinia de Aere Alieno possibilidade de os devedores subtrarem no
valor do dbito a reembolsar o montante dos juros pagos.
11 Magistraturas Ordinrias
Elemento caracterizador da fase da Republica, so os Magistrados,
desaparecendo, obviamente, o cargo de Rei.
O termo Magistratus etimologicamente (estudo a origem e derivao das
palavras) significa, quer o cargo de governar (magistratura), quer a pessoa que
exerce esse cargo (magistrado).
As magistraturas O poder supremo no reside nesta poca num s Rei, mas
sim, em dois Cnsules, que so magistrados e exercem o seu poder por um
ano e so eleitos pelo povo.
Em Roma, os Magistrados eram dois tipos, consoante pertencessem ou no a
uma espcie de carreira diplomtica, a que se chamavam Cursus Honorum.
Os que pertenciam aos Cursus Honorum designavam-se Magistrados
Ordinrios e os outros Magistrados Extraordinrios.
Quanto aos Magistrados Ordinrios encontravam-se dentro desta cadeira
diplomtica hierarquicamente organizados segundo um critrio mais de
dignidade do que propriamente de poderes.
No topo da hierarquia estava o Censor, em 2 lugar estava o Cnsul, em 3
lugar o Pretor, 4 lugar o Edil Curul e por ltimo o Questor.
Estes Magistrados Ordinrios possuam os seguintes poderes:
a)Poder de potestas , ou seja, poder de representar o Populus Romanum
mediante a elaborao de projectos de leis, cujas votaes eram rogadas pelo
Magistrado proponente, no Populum reunido em comcios.
Se essa votao fosse favorvel e em seguida o Senado concedesse essa
aprovao, nascia a Lex Rogata , que foi a mais importante da lei pblica em
Roma .
b)Poder de Imperium, que era o poder de soberania que os Magistrados
elaboravam e ao qual nenhum cidado se poderia opor.
Este poder permitia ao Pretor, na resoluo dos litgios sua apreciao,
emanava ordens que eram acatadas pelas partes envolvidas nesse litgio.
Precisamente porque se fundava no Poder de Imperium.
Como detinha o poder de soberania que antes cabia ao Rei, continha as
seguintes faculdades:-
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Comandar o exrcito- Convocar o Senado- Convocar a Assembleia Popular-
Administrar a Justia.
No entanto, este poder limitado por trs circunstncias muito importantes:
1.Temporalidade Posto que cada magistratura durava apenas 1 ano
2.Pluralidade dado que o poder se encontra repartido por vrias
magistraturas
3.Colegialidade Visto que dentro de cada magistratura existia mais do que
um Magistrado.
Os Magistrados Ordinrios encontravam-se hierarquicamente relacionados
entre si, de onde resultava a seguinte importante consequncia:
Todo o Magistrado hierarquicamente superior a um outro possua o poder de
vetar ou at anular qualquer deciso ou projecto de norma, elaborada pelo
Magistrado que lhe era hierarquicamente inferior.
A este poder chamava-se Ius Intercessionis
c)Poder Iurisdictio , era o poder de administrar a justia de forma normal e
corrente.
Era o poder principal do Pretor.
Competia igualmente ao Edil Curul, porm s para organizar os processos
litigiosos, e tambm ao Questor, mas s para administrar a justia em causas
criminais.
De todos os Magistrados Ordinrios, apenas o Pretor reunia, em simultneo, a
titularidade destes 3 poderes.
12 Senatusconsulta
Desde a criao de Roma como cidade 753 a.C. as estruturas polticas
romanas contavam com o Senado como um dos rgo titular do poder de
soberania.
No entanto, at fase do Principado, o Senado no dispunha de poder
legislativo.
Pelo que os Senatusconsultos, at referida fase, tinham a acepo de
respostas dadas pelo Senado s consultas que lhes eram feitas sobre
determinadas questes ou matrias, ou seja, tinham carcter consultivo.
Se bem que na transio da fase da monarquia para ada repblica os
Senatusconsultos na prtica deixassem de consistir em conselhos para se
converterem em ordens. S no Principado (a partir do sc. I a.C.) ganham
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carcter normativo transformando-se em verdadeiras leis do Ius Civile , ou seja,
fonte mediata de Direito.
Tal ocorre dentro da estratgia desenvolvida pelo Imperador Octvio Csar
Augusto visando centralizar na sua pessoa todos os poderes, decidiu tirar o
poder legislativo aos comcios populares, que acabam assim por desaparecer
devido sua inactividade e concedem esse poder ao Senado que sendo uma
assembleia de natureza aristocrata oferecia uma oposio s intenes do
Imperador.
A partir do sc. I a.C. a acepo de Senatusconsultos pois a de leis
produzidas pelo Senado.
medida que as estruturas prprias do Senado se vo consolidando na
organizao poltica de Roma e que o Imperador vai aumentando os seus
poderes os Senatusconsultos passam tambm a ser manifestaes da vontade
do Imperador, posto que este sempre que pretendia ver uma determinada
matria convertida em Lei reunio Senado, expunha oralmente as suas
intenes e as leis eram por este rgo aprovadas quase sem prvia
discusso.
Inicia-se a decadncia aos Senatusconsultos enquanto fonte manifestandi do
Ius Civile e estes passam a ser chamados de Orationes Princeps
.A partir do sc. IV d.C. o Direito Romano exclusivamente produzido pelo
Imperador atravs das suas Constituies Imperiais, desaparecendo ento
qualquer tipo de Lei em consequncia os Senatusconsultos.
13 Tribuno da Plebe
Eram normalmente chefes das rebelies levadas a cabo pelos plebeus e na
sua constante luta por um regime de igualdade e privilgios com os patrcios.
Os tribunos da plebe, sendo embora, Magistrados Extraordinrios, possuam
uma forma exemplas o Ius Intercessiones, porque podiam vetar e at anular
qualquer deciso ou projecto de norma elaborado por um qualquer Magistrado
Ordinrio. Para alm deste poder detinham outro muito importante que
consistia e elaborar projectos de normas relativos a interesses prprios dos
plebeus que depois eram apresentados e cuja votao eram rogadas e esses
mesmos plebeus reunidos num tipo especial de comcio chamado Concilia
Plebis. Se estas normas fossem votadas favoravelmente neste tipo de comcios
(no eram apresentadas ao Senado para aprovao) convertiam-se em normas
jurdicas de caracter legal chamadas plebiscitos.
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Na fase do Principado os comcios vo deixando de funcionar, porque perdem
o poder legislativo que passa para o Senado, conduzindo-os extino.
14 Mores Maiorum
Em Roma at ao sc. IV d.C. o Costume, enquanto fonte de Direito, era
entendido na acepo de Mores Maiorum (uma condio inveterada que se
impunha aos cidados como norma e como fonte de normas nas suas relaes
recprocas) com o seguinte sentido tradio de uma comprovada moralidade.
Este o verdadeiro Costume romano.
Assim para os Romanos no existiam bons e maus Costumes , pois o Costume
Romano era algo sempre honesto, moral e digno de ser imitado, alm disso se:
os Mores Maiorum so a tradio de uma comprovada moralidade ento no
pode pensar-se que o Direito Romano enquanto Direito consuetudinrio tenha
nascido espontaneamente.
Isto porque, para os romanos todas as novas regras ainda que impostas por
novas necessidades derivam dos antigos princpios.
Na base deste conceito romano do Costume , encontra-se a profunda relao
existente, neste perodo, entre o Direito, a moral e a religio, enquanto
dimenses integrantes e reciprocamente inter-relacionadas da prtica social.
Com efeito compondo estas 3 dimenses.
Continum ininterrupto compreende-se que o mundo do Direito sofresse
profundas influncias morais e religiosas.
Uma dessas influncias, dizia respeito ao conceito de costume , sendo que
para os Romanos todas as prticas que fossem justas, honestas e moralmente
incontestveis eram dignas de serem imitadas convertendo-se em costumes .
tambm dentro deste contexto que o Direito Romano de base
consuetudinria do perodo em questo tivesse uma criao espontnea.Com
efeito neste perodo os novos princpios ainda que imergentes de novas
necessidades eram sempre retirados dos velhos princpios.
A esta actividade, que consistia em extrarem princpios de comprovada
moralidade de novas normas orientadoras da prtica social, chamava-se
Interpretatio e o Direito que assim era criado chamava-se Ius Non Scriptum ou
Direito no escrito.
Mores Maiorum e Ius non scriptum
A primitiva Interpretatio ou Iurisprudntia - Como j se referiu a primitiva cincia
do Direito devia revelar e descobrir os novos princpios contidos nos antigos
princpios, ou seja, devia descobrir os Ius Continum no Mores Maiorum .
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Ora como nesta poca o Direito, a moral e a religio constituam um todo, a
funo da Interpretatio cabia apenas aos sacerdotes pontfices, sendo que
estes se dedicavam exclusivamente referida Interpretatio , pelo que esta se
identificava com a Iurisprudntia.
Fase do Costume enquanto Mores Maiorum como fonte do Ius Romanum
1 Etapa (753 242 a.C.)
Nesta poca temos de distinguir 2 perodos:
a) Antes da Lei da XII Tbuas Os Mores Maiorum eram a nica fonte do Ius
Romanum
b)Aps a lei da XII Tbuas - Os Mores Maiorum ainda continuam como fonte
importante do Ius Romanum, sobretudo no que diz respeito a matrias de
Direito pblico.
2 Etapa (242 - 130 a.C.)
Nesta poca o Costume s tem importncia no Direito pblico.
3 Etapa (130 a.C.- 230 d.C)
Nesta poca, os Mores Maiorum quase desaparecem por completo como fonte
autnoma do Ius Romanum.
4 Etapa (130 d.C. 530 d.C.)
O Direito Romano sempre defendeu que a Lei (Lex) uma das vrias fontes de
Direito, mas no a nica e nem sequer a mais importante.
Surge o consuetudo (Costume) como fonte de Direito e desempenhando a
funo de correctivo da Lei, que nesta poca era s a vontade do Imperador
que se manifestava nas Constituies Imperiais.
15 Relacione as diferentes formas de exerccio do poder poltico em
Roma com as alteraes do processo legislativo.
No Direito Romano a Lei entendia-se em duas acepes distintas, a Lex
privata e a Lex pblica.
O nosso objectivo de estudo ser a Lex pblica.
A Lex pblica em sentido estrito comportava as seguintes espcies:
a)Lex Rogata
b)Plebiscito
c)Leges Datae e Dictae
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No Direito Romano a Lei entendia-se em duas acepes distintas, a Lex
privata e a Lex pblica.
Em Roma, nos incios, a Lei enquanto fonte manifestandi do Direito Romano,
era entendida no sentido de Lex privata e de Lex pblica.
A Lex privata era a declarao solene de valor normativo que tinha por base
um negcio jurdico privado, na medida em que, de acordo com um princpio
consagrado no Direito Romano, quando algum celebrava um negcio jurdico,
aquilo que ficava dito por palavras, valeria como Direito, j a Lex pblica era a
declarao solene com valor normativo, que tinha na sua base um
compromisso entre o Magistrado que a propunha e a comunidade social que
reunida em comcios a votava.
da circunstncia de ser votada pelo povo reunido em comcios que resulta a
sua natureza de Lei pblica.
O nosso objectivo de estudo ser a Lex pblica, do Direito Romano, por anlise
das vrias espcies que esta Lei conheceu, quer quando entendida como:
Lei em sentido estricto, quer como Lei em sentido amplo.
Em sentido estrito a lei pblica subdividia-se nas seguintes espcies:
a)Lex Rogata - Ter sido a espcie mais usual de Lei pblica do Direito
Romano e traduzia uma deliberao solene com valor normativo, proposta por
um Magistrado Ordinrio no exerccio do seu poder de Potestas, votada aps a
respectiva votao pelo povo reunido nos comcios das centrias e depois
aprovado pelo Senado mediante a concesso da Auctoritas Patrum.
Tratava-se pois, de uma Lei pblica e comicial que tinha como fontes
Exsistendi um Magistrado Ordinrio, o Populus Romanum e o Senado
Denominava-se de Lex Rogata porque para se converter em autntica Lei,
necessitava ser favoravelmente votada pelo povo, reunido em comcios, e essa
votao era desencadeada por um pedido, um verdadeiro rogo, que ao comcio
popular era dirigido pelo Magistrado proponente.
O processo de formao de uma Lex Rogata exigia a observncia das
seguintes fases:
1 Promulgatio era a fase da afixao da proposta de Lei durante trs
semanas num lugar pblico para que o povo a lesse e tomasse conhecimento
do seu contedo.
A partir do momento em que a Lei era afixada (promulgada), a sua proposta
tornava-se inaltervel, sendo portanto insusceptvel de qualquer alterao.
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2 Conciones Decorridas as referidas trs semanas, podiam convocar-se
reunies sem carcter oficial nem jurdico, normalmente por iniciativa do
Magistrado proponente e com a finalidade de discutir o contedo da proposta
da norma.
A estas reunies chamavam-se Conciones, porque para que algum nelas
falasse era necessrio que o Magistrado, que a elas presidia, concedesse a
palavra.
Os discursos favorveis ao contedo da norma chamavam-se suasiones e os
desfavorveis dissuasiones
.3 Rogatio Celebradas ou no as conciones , o Magistrado proponente,
findo o prazo da
Promulgatio, rogava ao povo reunido nos comcios das centrias, a votao da
proposta da norma, atravs da seguinte pergunta:
Quereis e ordenais cidados?
A fase da rogatio era verdadeiramente essencial validade do processo de
formao da Lex Rogata , porque permitia ao povo, reunido nos comcios, o
exerccio do seu poder legislativo que se traduzia na faculdade de poder votar
favoravelmente, desfavoravelmente, ou abster-se de votar a proposta de lei.
4 Votao - Caso o Povo reunido nos comcios das Centrias votasse
favoravelmente a proposta de Lei, tal como lhe tinha sido rogado pelo
Magistrado Ordinrio proponente, esta proposta convertia-se numa autntica
Lei que, no entanto, para entrar em vigor necessitava ainda a aprovao do
Senado. Inicialmente a votao era oral tornando-se depois escrita e secreta
por fora da Lex Papiria Tabellania
5 Aprovao pelo Senado - Depois de votada favoravelmente pelo Povo a
Lei era levada ao Senado para aprovao mediante a concepo da Auctoritas
Patrum
Tornando-se ento perfeita e apta para entrar em vigor o processo de formao
da Lex Rogata.
6 Afixao O processo de formao da Lex Rogata conclui-se com a
afixao da Lei no Frum pblico, para meros efeitos de publicidade
(conhecimento) da mesma.
Era assim que nascia uma Lei.
b) Plebiscito - Foi outra das espcies de Lex Pblica e comicial do Direito
Romano Com efeito, tal como a Lex Rogata era uma deliberao solene com
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valor normativo que resultava de um compromisso entre o Magistrado que a
propunha e o Povo reunido em comcios que a votava.
Tal tambm como a Lex Rogata, o Plebiscito via a sua votao ser rogada pelo
Magistrado proponente ao Povo.
Diferentemente da Lex Rogata, o Plebiscito era exclusivamente elaborado por
um Magistrado Extraordinrio, o Tribuno da Plebe, votado pelo Povo reunido
nos Concilia Plebis e nunca sujeito aprovao pelo Senado, o que significa
que apenas possua duas fontes Exsistendi - O Tribuno da Plebe e os Concilia
Plebis.
Tambm diversamente do que sucedia com a Lex Rogata, que aps a
aprovao pelo Senado entrava em vigor com um carcter geral vinculando
quer Patrcios, quer Plebeus.
O Plebiscito at ao ano de 287 a.C. apenas vinculava os Plebeus, pelo que
no possua at ao referido ano a mesma dignidade normativa da Lex Rogata
c) Leges Dictae e Datae
At ao ano 242 a.C. em Roma prevaleciam as Leges Datae sendo que
segundo o Dr.Sebastio Cruz, do Sc. V ao Sc. III a.C. o Direito Romano
apenas conheceu comoleis pblicas e comiciais a Lex Rogata e o Plebiscito
Aps o sc. III a.C. que sabe-se terem existido dois outros gneros de Leis
pblicas e comiciais do Direito Romano
- As Leges Datae e Dictae
As primeiras tero sido Leis proferidas por um Magistrado no exerccio de um
poder especial que o Povo nele delegou e as segundas proferidas por um
Magistrado no exerccio de poderes que lhe eram prprios.
Com a instituio do Principado, enquanto forma de organizao poltica de
Roma e dentro da estratgia levada a cabo pelo Imperador Octvio Csar
Augusto com vista centralizao de todos os poderes na sua pessoa, os
poderes legislativos so retirados aos comcios populares para serem
atribudos ao Senado, o que conduz ao desaparecimento daqueles por
inactividade e em consequncia ao igual desaparecimento das Leis que nestes
comcios eram produzidas Lex Rogata e Plebiscito.
A partir do sc. I d.C. surge um outro tipo de Leis do Direito Romano
produzidas pelo Senado e a partir do sc. IV vive-se em Roma o verdadeiro
imprio das leis produzidas pelo Imperador que se convertem na nica fonte
manifestandi do IusCivile.
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Para o Dr. Sebastio Cruz a Lei das XII Tbuas ter sido a primeira Lei pblica
e comicial do Direito Romano.
Se bem que existam na Doutrina certos autores que discordam do Dr.
Sebastio Cruz considerando que as primeiras Leis Pblicas e comiciais do
Direito Romano tero sido as chamadas Leges Regiare e o Ius Papiriano que
consistiam numa colectnea de leis produzidas no sc. VII a VI a.C. votadas
favoravelmente em comcios populares sob proposta de Rei e mais tarde
compiladas pelo Sumo Pontfice Papirios.
16 Comitia Centuriata
O povo (populus romanus) compe-se de patrcios com capacidade de portar
armas. Ele rene-se em assembleias, os comcios por crias (comitia curiata) ,
numa parte do frum denominada comitium.
O povo vota as leis propostas pelo rei. A unidade do voto a cria.
As decises so as leges curiatae.
No incio, somente os patrcios tiveram vez no governo da cidade, bem como
somente eles pagavam impostos e subordinavam-se ao servio militar.
A introduo da plebe na vida poltica atribuda ao rei Srvio Tlio (578-535
a.C.) que instituiu uma nova diviso do povo, fundada no mais sobre o
nascimento, mas tambm a fortuna. Os plebeus passam a ser chamados no
s para o servio militar e para o pagamento de impostos, mas tambm para a
confeco de leis nas novas assembleias, os comitia centuriata (comcios por
centrias), nas quais um voto era uma centria.
A reunio do povo romano, agora formado por patrcios e plebeus, em comcios
e centrias, no fez extinguir os comcios por crias, que passou a
desempenhar um papel poltico secundrio.
A partir da Repblica passam tambm a existir os comcios por tribos. A plebe
rene-se em assembleias reservadas aos plebeus, os concilia plebis.
Os comcios por centrias so os mais importantes e os comcios crias
enfraquecidos at serem extintos no sc. II a.C.
Os magistrados passam a convocar os comitia tributa e os tribunos passam a
convocar os concilia plebis para as reunies.
Em todos esses comcios o povo exerce poderes legislativo, judicirio e
eleitoral.
Na fase do principado os comcios perdem os poderes, eleitoral, judicirio e
legislativo.
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17 ius flaviano
Em 304 a.c. Cneu Flvio publicitou uma coleco de frmulas processuais das
legis actiones, revelando o segredo bem guardado pelos pontfices do processo
seguido na tramitao das actiones.
Esta coleco ou recolha de frmulas processuais no mbito do processo per
legis actiones ficou conhecida como ius Flavianum e permitiu a Cneu ocupar os
cargos de tribuno da plebe e de edil currul. J magistrado, Flvio publicitou no
frum o calendrio religioso, fazendo desabar um dos ltimos segredos dos
pontfices, fonte do seu poder incontestado.
Tendo o ius Flaviano revelado frmulas processuais e o calendrio dos dias
fastos e nefastos, para a coleco de aces, considera-se esta uma das
etapas, mais importantes para o fim do monoplio pontificio e do domnio do
sagrado no mbito da criao, interpretao e aplicao do direito em Roma.
18 Ius e Lex
A conexo de direito romano e imprio radica na noo-fundamento de ius,
uma fora que necessita de auctoritas para ser eficiente, e essa tem de se
verificar na criao do ius por uma entidade pblica e por iurisprudentes. Estes
precisam de autoridade social para que as suas doutrinas se imponham e
triunfem.
A princpio, os iurisprudentes tinham autoridade de origem aristocrtica, pela
sua linhagem, depois, Augusto chamou pessoas da classe mdia para cargos
importantes, tinham autoridade de origem politica; Adriano concedeu aos
irusprudentes autoridade de carcter burocrtico e por ltimo surge o
Imperador como fonte nica de leis, s h leges, desaparece o ius.