resolução comentada - unifesp/2003 - curso objetivo · que remetem, de modo flagrante, ao poema...

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O OB B J J E E T T I I V V O O U U N NI I F F E E S S P P ( ( P P r r o o v v a a d d e e L L í í n n g g u u a a s s P P o o r r t t u u g g u u e e s s a a , , I I n n g g l l e e s s a a e e R R e e d d a a ç ç ã ã o o ) ) D D e e z z e e m mb b r r o o / /2 2 0 0 0 0 2 2 INSTRUÇÃO: As questões de números 01 a 08 baseiam-se em duas tirinhas de quadrinhos, de Mau- rício de Sousa (1935–), e na “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias (1823–1864). Primeira tirinha (Estúdio Maurício de Sousa. Bidu Especial. São Paulo: Abril, 1975) Segunda tirinha (Estúdio Maurício de Sousa. Bidu Especial. São Paulo: Abril, 1973) Canção do Exílio (...) Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores P P O O R R T T U U G G U U Ê Ê S S

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Page 1: Resolução Comentada - UNIFESP/2003 - Curso Objetivo · que remetem, de modo flagrante, ao poema de Gon-çalves Dias, ocorrem a) na “Nova canção do exílio”, de Carlos Drummond

OOOOBBBBJJJJEEEETTTT IIIIVVVVOOOO UUUUNNNNIIII FFFFEEEESSSSPPPP (((( PPPP rrrr oooovvvvaaaa ddddeeee LLLL íííí nnnngggguuuuaaaassss PPPPoooo rrrr tttt uuuugggguuuueeee ssssaaaa ,,,, IIII nnnngggg llll eeee ssssaaaa eeee RRRReeeeddddaaaaççççããããoooo )))) –––– DDDDeeeezzzzeeeemmmmbbbb rrrr oooo////2222000000002222

INSTRUÇÃO: As questões de números 01 a 08

baseiam-se em duas tirinhas de quadrinhos, de Mau-rício de Sousa (1935–), e na “Canção do exílio”, deGonçalves Dias (1823–1864).

Primeira tirinha

(Estúdio Maurício de Sousa. Bidu Especial.São Paulo: Abril, 1975)

Segunda tirinha

(Estúdio Maurício de Sousa. Bidu Especial. São Paulo: Abril, 1973)

Canção do Exílio(...)

Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;Em cismar – sozinho, à noite –Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primores

PPPPOOOORRRRTTTTUUUUGGGGUUUUÊÊÊÊSSSS

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Que não encontro por cá;Sem qu’inda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá.

(Antônio Gonçalves Dias, Primeiros Cantos)

cNas histórias em quadrinhos, geralmente, os balõe-zinhos contêm os diálogos, falas e monólogos inte-riores dos personagens. Entre os personagens deMaurício de Sousa, destaca-se o garoto Cebolinha,conhecido por trocar o som do “r” pelo do “l”, comofazem muitas crianças. No primeiro e terceiro quadri-nhos da primeira tirinha, os balõezinhos, colocadosacima da cabeça de Cebolinha, encontram-se vazios.Considerando o contexto, e, inclusive, o último quadri-nho, pode-se interpretar que:a) Cebolinha permaneceu calado, ou não exprimiu pen-

samentos, nos balõezinhos do primeiro e terceiroquadrinhos. Isto indica sua falta de diálogo com oentediante passarinho.

b) O personagem anuncia em voz baixa, no terceiroquadrinho, que irá declamar uma poesia romântica.Realiza seu desejo, utilizando-se de um megafone,no último quadrinho.

c) Cebolinha emitiu discursos diretos, no primeiro eterceiro quadrinhos. No entanto, o que disse nãopôde ser ouvido porque sua voz foi abafada pelasonomatopéias que expressam o piado alto, insisten-te e perturbador do passarinho.

d) A expressão facial de Cebolinha, no primeiro quadri-nho, indica que ele se esqueceu do que iria dizer, noterceiro quadrinho.

e) Os balõezinhos encontram-se vazios porque Ceboli-nha emitiu frases impróprias, ou não-publicáveis, noprimeiro e terceiro quadrinhos. Por isso, sua voz nãopode ser ouvida.

Resolução

Por convenção, a linha contínua do desenho dos ba-lões vazios, que conteriam a fala inaudível de Ce-bolinha, indica tratar-se de discurso direto. É estranhoque uma questão de Português diga respeito a umaconvenção vigente no universo das histórias em qua-drinhos.

eA “Canção do exílio” é um dos textos mais citados eparodiadosda Língua Portuguesa. Os versos Teus risonhos lindos campos têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida no teu seio mais amores.

que remetem, de modo flagrante, ao poema de Gon-çalves Dias, ocorrema) na “Nova canção do exílio”, de Carlos Drummond

de Andrade, publicada em A rosa do povo.b) na letra de “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque.c) no poema “Canto de regresso à pátria”, do moder-

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nista Oswald de Andrade.d) em “Ainda irei a Portugal”, de Cassiano Ricardo, um

dos líderes da Semana de Arte Moderna.e) na letra do Hino Nacional Brasileiro, de Joaquim

Osório Duque Estrada, oficializada em 1922.Resolução

Aqui, o que está sendo testado é o conhecimento daletra do Hino Nacional. Trata-se de uma questão que,na terminologia hoje corrente, envolve um aspectointertextual do Hino.

bObserve com atenção a segunda tirinha, na qual tam-bém há referências à “Canção do exílio”. Caso osbalõezinhos dessa tirinha não estivessem com todasas falas dos personagens escritas em letras maiús-culas, a palavra palmeiras, que aparece em uma fraseentre aspas, no segundo quadrinho, deveria ser escri-taa) com inicial maiúscula, por se tratar de um substanti-

vo próprio, nome do famoso time brasileiro de fute-bol.

b) com inicial minúscula, por se tratar de um substanti-vo comum, nome da planta referida por GonçalvesDias, na “Canção do exílio”.

c) com inicial maiúscula, por se tratar de um substanti-vo comum, nome da planta referida por GonçalvesDias.

d) com inicial minúscula, por se tratar de um substanti-vo com valor de adjetivo, a designar um time brasi-leiro de futebol.

e) com inicial minúscula, por se tratar de um subs-tantivo próprio, nome da planta referida na “Cançãodo exílio”.

Resolução

O candidato deveria perceber que, no segundo qua-drinho, a personagem, ao corrigir a outra, está citandoo texto da "Canção do Exílio", no qual a palavra pal-meiras é um substantivo comum, não o nome de umtime de futebol. Todo o humor da tirinha se deve à con-fusão entre o nome próprio e o comum.

bGonçalves Dias consolidou o romantismo no Brasil.Sua “Canção do exílio” pode ser considerada tipica-mente romântica porquea) apóia-se nos cânones formais da poesia clássica

greco-romana; emprega figuras de ornamento, atécom certo exagero; evidencia a musicalidade doverso pelo uso de aliterações.

b) exalta terra natal; é nostálgica e saudosista; o temaé tratado de modo sentimental, emotivo.

c) utiliza-se do verso livre, como ideal de liberdade cria-tiva; sua linguagem é hermética, erudita; glorifica ocanto dos pássaros e a vida selvagem.

d) poesia e música se confundem, como artifício sim-bólico; a natureza e o tema bucólico são tratados

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com objetividade; usa com parcimônia as formaspronominais de primeira pessoa.

e) refere-se à vida com descrença e tristeza; expõe otema na ordem sucessiva, cronológica; utiliza-se doexílio como o meio adequado de referir-se à evasãoda realidade.

Resolução

Embora se possa considerar que o adjetivo "sen-timental", dependendo do sentido que se lhe atribua,seja inadequado para qualificar o lirismo a um tempoemotivo e "enxuto" da "Canção do Exílio", não há ne-nhuma outra alternativa que possa ser admitida. É pre-ciso não confundir sentimentalidade com senti-mentalismo. Este último é totalmente estranho à obra-prima de Gonçalves Dias.

dEntre as figuras de sintaxe, como recursos que umautor emprega para obter maior expressividade, existea zeugma. Uma das formas de elipse, a zeugma con-siste na supressão de um vocábulo, já enunciado emfrase anterior, por estar subentendido. No poema deGonçalves Dias, a zeugma ocorre apenas ema) Sem qu’inda aviste as palmeiras.b) Em cismar, sozinho, à noite.c) As aves, que aqui gorjeiam.d) Nossa vida mais amores.e) Nosso céu tem mais estrelas.Resolução

A elipse por zeugma ocorre em "Nossa vida mais amo-res", onde se subentende o verbo "tem", já presenteem orações anteriores. Aqui, esperava-se do candidatoapenas que compreendesse a definição da figura efosse capaz de a identificar no texto.

bOs versos da “Canção do exílio” são construídos nosmoldes da redondilha maior, com predominância dosacentos de intensidade nas terceiras e sétimas sílabasmétricas. Um verso que não segue esse padrão detonicidade éa) Minha terra tem palmeiras;.b) As aves, que aqui gorjeiam,.c) Nosso céu tem mais estrelas.d) Em cismar, sozinho, à noite.e) Onde canta o Sabiá.Resolução

Como notou o crítico José Guilherme Merquior, os ver-sos que se referem ao cá (o exílio) contrastam ritmica-mente com os versos do lá (a pátria) . Estes têm anda-mento anapéstico (fraca-fraca-forte: mi-nha-TER-ra);aqueles, andamento jâmbico (fraca-forte: as-A-ves).

aNas falas “Minha terra tem Corinthians, onde canta o

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sabiá!” e “cada um tem o time que quiser!...”, dasegunda tirinha, os vocábulos em destaques estabe-lecem, respectivamente, as relações sintático-semân-ticas dea) conector de oração adjetiva em relação a minha ter-

ra e conector de oração adjetiva em relação a o time.b) conector de oração adverbial em relação a terra e

conector de oração adjetiva em relação a time.c) conector de oração adjetiva em relação a Corinthians

e conector de oração adjetiva em relação a cada um.d) conector de oração adverbial em relação a Corin-

thians e conector de oração adverbial em relação aum.

e) conector de oração adverbial de lugar em relação aminha terra e conector de oração adjetiva em rela-ção a cada um.

Resolução

Seria mais natural entender que onde retoma"Corínthians", não "minha terra", assim como, no textooriginal do poema, o mesmo pronome retoma "palmei-ras". De qualquer forma, a leitura proposta na alter-nativa a não é absurda. As demais afirmações são cor-retas.

dNa frase “Cada um tem o time que quiser”, da segun-da tirinha, o verbo querer se apresenta conjugado:a) no infinitivo impessoal.b) no modo subjuntivo, tempo pretérito imperfeito, pri-

meira pessoa do singular.c) no modo indicativo, tempo futuro do pretérito, ter-

ceira pessoa do singular.d) no modo subjuntivo, tempo futuro, terceira pessoa

do singular.e) no infinitivo pessoal, terceira pessoa do singular.Resolução

O futuro do subjuntivo forma-se a partir do radical per-feito do indicativo (quiseste, omitindo-se o sufixo –ste:quise-).

INSTRUÇÃO: As questões de números 09 a 14 sãorelacionadas a uma passagem bíblica e a um trecho dacanção “Cálice”, realizada em 1973, por ChicoBuarque (1944–) e Gilberto Gil (1942–).

TEXTO BÍBLICO

Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo,não a minha vontade, mas a tua seja feita! (Lucas, 22)

(in: Bíblia de Jerusalém. 7ª impressão. São Paulo: Paulus, 1995)

TRECHO DE CANÇÃO

Pai, afasta de mim esse cálice!Pai, afasta de mim esse cálice!Pai, afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue.

Como beber dessa bebida amarga,

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Tragar a dor, engolir a labuta,Mesmo calada a boca, resta o peito,Silêncio na cidade não se escuta.De que me vale ser filho da santa,Melhor seria ser filho da outra,Outra realidade menos morta,Tanta mentira, tanta força bruta.......................................................

(in: www.uol.com.br/chicobuarque/)

aUm texto pode se revelar, na forma e/ou no conteúdo,como absorção e transformação de um ou mais textos.Por isto, quando ele é lido, algumas de suas partespodem lembrar o que já foi lido em outro(s) texto(s). Aessa relação de semelhança e superposição de umtexto a outro dá-se o nome de intertextualidade.Inúmeros autores extraem desse procedimento inte-ressantes efeitos artísticos. Comparando- se a primei-ra estrofe de “Cálice” com o texto bíblico, pode-se afir-mar corretamente quea) ocorre intertextualidade porque a estrofe contém,

na forma e no conteúdo, parte da passagem evan-gélica.

b) não há intertextualidade porque, na estrofe, foi omi-tida a outra frase atribuída a Jesus.

c) não há intertextualidade porque, na estrofe, não hámenção ao sentido condicional presente na primeirafrase atribuída a Jesus.

d) ocorre intertextualidade, mas apenas quanto aoselementos morfossintáticos da frase atribuída aJesus.

e) não há intertextualidade porque a estrofe transfor-ma, semanticamente, a passagem evangélica, dan-do-lhe uma conotação política.

Resolução

A canção popular retoma a citação bíblica, a partir daqual constrói um vigoroso protesto. Bastava lembrarque intertextualidade ocorre quando um texto se cons-trói a partir de outro texto.

dOs três primeiros versos de “Cálice” apresentam amesma estrutura sintática, cujos elementos constitu-tivos são, na seqüência,a) um sujeito, Pai; um verbo no presente do indicativo,

na segunda pessoa do singular, afasta; objeto indire-to, de mim; objeto direto, esse cálice.

b) um vocativo, Pai; um sujeito oculto, tu; um verbo nopresente do indicativo, na terceira pessoa do singu-lar, afasta; objeto indireto, de mim; objeto direto,esse cálice.

c) uma interjeição de chamamento, Pai; um sujeitooculto, tu; um verbo no presente do indicativo, naterceira pessoa do singular, afasta; objeto indireto,de mim; objeto direto, esse cálice.

d) um vocativo, Pai; um sujeito oculto, tu; um verbo noimperativo afirmativo, na segunda pessoa do singu-

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lar, afasta; objeto indireto, de mim; objeto direto,esse cálice.

e) um vocativo, Pai; um sujeito oculto, tu; um verbo nopresente do subjuntivo, na terceira pessoa do singu-lar, afasta; adjunto adnominal de posse, de mim; su-jeito, esse cálice.

Resolução

Identificam-se nos três primeiros versos da cançãoCálice: vocativo, pai; sujeito oculto, tu; verbo no impe-rativo afirmativo, na 2ª pessoa do singular, afasta; obje-to indireto, de mim; objeto direto, esse cálice.

cNa língua portuguesa escrita, quando duas letras sãoempregadas para representar um único fonema (ousom, na fala), tem-se um dígrafo. O dígrafo só está pre-sente em todos os vocábulos dea) Pai, minha, tua, esse, tragar.b) afasta, vinho, dessa, dor, seria.b) queres, vinho, sangue, dessa, filho.d) esse, amarga, Silêncio, escuta, filho.e) queres, feita, tinto, Melhor, bruta.Resolução

Ocorre dígrafo (duas letras empregadas para repre-sentar um único fonema) em queres, vinho, sangue,dessa e filho.

aA frase Contudo, não a minha vontade, mas a tua sejafeita! contém dois conectivos adversativos. O conec-tivo mas estabelece coesão entre a oração a tua [von-tade] seja feita e a oração não [seja feita] a minha von-tade. O conectivo contudo estabelece coesão entrea) a oração implícita [se não queres] e a oração não

[seja feita] a minha vontade.b) a oração se queres e a oração não [seja feita] a

minha vontade.c) a oração afasta de mim este cálice! e a oração a tua

[vontade] seja feita.d) a oração implícita [se não queres] e a oração a tua

[vontade] seja feita.e) a oração a tua [vontade] seja feita e a oração não

[seja feita] a minha vontade.Resolução

O conectivo adversativo contudo estabelece relaçãode oposição com a oração “se queres”, que fica implí-cita no trecho introduzido pela conjunção: Contudo, senão queres. O advérbio de negação não confirma arelação de oposição. O conectivo contudo introduz aoração “Contudo, não a minha vontade”, em que, nolugar da vírgula, foi omitida a locução verbal seja feitaque aparece na oração seguinte “Contudo, não sejafeita a minha vontade, mas a tua seja feita!”

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Entendendo-se por rima a identidade ou semelhançade sons em lugares determinados dos versos, nota-se,nas linhas pares da segunda estrofe de “Cálice”, queo único verso que frustra a expectativa de rima éa) Como beber dessa bebida amarga.b) Silêncio na cidade não se escuta.c) De que me vale ser filho da santa.d) Melhor seria ser filho da outra.e) Tanta mentira, tanta força bruta.Resolução

A rima consoante que se instaura a partir do segundoverso da segunda estrofe, e se repete nos demais ver-sos pares dessa estrofe, “uta”, é quebrada no sextoverso, sugerindo e fazendo ecoar a expressão chulaque se contornou com o vocábulo outra.

bGilberto Gil declarou, numa entrevista, que escreveu aprimeira estrofe de “Cálice” inspirado na contem-plação de uma procissão de Sexta-feira Santa, emSalvador. Levou-a Chico Buarque, pois deveriam com-por uma canção em parceria. Naquela época, os artis-tas brasileiros viviam sob fortes restrições à liberdadede expressão, impostas pelo Regime Militar. Chico leua estrofe, ponderou, pensou e, em dado momento,pronunciou em voz alta: Cálice... Cale-se!.Assim, com o cale-se em mente, viu-se estimulado darcontinuidade à letra da canção, e, em linguagem figu-rada, escreveu a segunda estrofe. Leia-a com atenção,aponte em qual verso, com a expressão correspon-dente, poeta demarcou o referido estímulo.a) Como beber dessa bebida amarga.b) Mesmo calada a boca, resta o peito.c) De que me vale ser filho da santa.d) Melhor seria ser filho da outra.e) Outra realidade menos morta.Resolução

O verso Mesmo calada a boca corresponde à metáfo-ra da impossibilidade de exercer a liberdade de expres-são, em resta o peito a linguagem figurada reafirma apersistência do sentimento que os moveu a continuara canção.INSTRUÇÃO: As questões de números 15 a 17 ba-seiam-se no seguinte fragmento do romance O cortiço(1890), de Aluísio Azevedo (1857–1913).

O cortiçoFechou-se um entra-e-sai de marimbondos defron-

te daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tare-cos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e arua enchiam-se agora de camas velhas e colchõesespocados. Ninguém se conhecia naquela zumba degritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, epragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casado Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se osguinchos de Zulmira que se espolinhava com um ata-

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que. E começou a aparecer água. Quem a trouxe?Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldesque se despejavam sobre as chamas.

Os sinos da vizinhança começaram a badalar. E tudo era um clamor.A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca

de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tãobruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, relu-zia que nem metal em brasa; a sua crina preta, des-grenhada, escorrida e abundante como as das éguasselvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúriasaída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, semsentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meiodaquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia asonhar em segredo a sua alma extravagante de malu-ca.

Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar omadeiramento da casa incendiada, que abateu rapida-mente, sepultando a louca num montão de brasas.

(Aluísio Azevedo. O cortiço)

eEm O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com queo narrador se posicione em terceira pessoa, oniscientee onipresente, preocupado em oferecer uma visão crí-tico-analítica dos fatos. A sugestão de que o narrador étestemunha pessoal e muito próxima dos aconteci-mentos narrados aparece de modo mais direto e explí-cito ema) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte

daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes

que se despejavam sobre as chamas.c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos...d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de

uma fornalha acesa.e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o

madeiramento da casa incendiada...Resolução

Pode-se inferir na locução adverbial “cá para fora” aproximidade do narrador em relação ao que se estánarrando.

aO caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedooferece, de maneira figurada, um retrato de nossopaís, no final do século XIX. Põe em evidência a com-petição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagandoas camadas de baixo, compostas de brancos pobres,mestiços e escravos africanos. No ambiente de degra-dação de um cortiço, o autor expõe um quadro tensode misérias materiais e humanas. No fragmento, hávárias outras características do Naturalismo. Aponte aalternativa em que as duas características apresenta-das são corretas.a) Exploração do comportamento anormal e dos instin-

tos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais con-temporâneos ao escritor.

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b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensãoconflitiva entre o ser humano e o meio ambiente.

c) Preferência pelos temas do passado, propiciandouma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores bur-gueses e predileção pelos mais pobres.

d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel decriador, e se confunde com a idéia de Deus; utiliza-ção de preciosismos vocabulares, para enfatizar odistanciamento entre a enunciação e os fatos enun-ciados.

e) Exploração de um tema em que o ser humano é avil-tado pelo mais forte; predominância de elementosanticientíficos, para ajustar a narração ao ambientedegradante dos personagens.

Resolução

A predileção por casos patológicos, por cenas esca-brosas e por ambientes degradados é um dos traçosmais contundentes do naturalismo, que também privi-legia os temas contemporâneos, que passam a serobjetos da análise do escritor, que deles se aproximamunido das teorias científico-filosóficas do final doséculo XIX.

eReleia o fragmento de O cortiço, com especial atençãoaos dois trechos a seguir.Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos semnexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arran-cadas pela dor e pelo desespero.(...)E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguémsabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se des-pejavam sobre as chamas.No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluçõesliterárias que configuram imagens plásticas no espíritodo leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psi-cológicas de comportamento comunitário. Aponte aalternativa que explicita o que os dois trechos têm emcomum.a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro,

no primeiro trecho, e preocupação de poucos em re-lação à tragédia comum, no segundo trecho.

b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, edesprezo de todos por si próprios, no segundo tre-cho.

c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primei-ro trecho, e angústia de não se conhecer o outro,por quem se é ajudado, no segundo trecho.

d) Desespero que se expressa por murmúrios, no pri-meiro trecho, e desespero que se expressa por apa-tia, no segundo trecho.

e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem pu-der”, no primeiro trecho, e anonimato da coope-ração e do “todos por todos”, no segundo trecho.

Resolução

O anonimato é o mesmo, no egoísmo do “salve-sequem puder” ou na solidariedade dos que ajudam a de-belar o incêndio. Essa é uma das características cen-

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trais desse “romance de espaço”, que tem como pro-tagonista a habitação coletiva.

INSTRUÇÃO: As questões de números 18 a 21 tomampor base a primeira estrofe de “O menino da porteira”,de Teddy Vieira (1922–1965) e Luís Raimundo (1916 –),o Luisinho, e a letra de “Meu bem-querer”, de Djavan(1949–).

O Menino da PorteiraToda a vez que eu viajavaPela estrada de Ouro Fino,De longe eu avistavaA figura de um menino,Que corria abri[r] a porteiraDepois vinha me pedindo:– Toque o berrante, seu moço,Que é p’ra mim ficá[ar] ouvindo................................................

(Luisinho, Limeira e Zezinha, 1955)

Meu bem quererMeu bem-quererÉ segredo, é sagrado,Está sacramentadoEm meu coração.Meu bem-quererTem um quê de pecadoAcariciado pela emoção.Meu bem-querer, meu encanto,Tô sofrendo tanto, amor.

E o que é o sofrerPara mim, que estouJurado p’ra morrer de amor?

( Djavan. Alumbramento. Emi-Odeon. 1980)

d“O menino da porteira”, cururu gravado em 1955,mostra-se como um significativo exemplo de projeçãoda linguagem oral cotidiana na poesia-canção popularbrasileira. Observe o verso Que é p’ra mim ficá[ar]ouvindo, e compare-o com o verso Pra mim, queestou, de Djavan. Num deles ocorre um fato lingüísti-co que a gramática normativa considera “erro de por-tuguês”. A indicação do “erro” e a “correção” corres-pondente estão ema) p’ra mim, de “O menino da porteira”, que deveria

ser corrigida para p’ra eu, pois o pronome pessoaleu é objeto direto da locução verbal ficá ouvindo.

b) para mim, de “Meu bem-querer”, que deveria sercorrigida para para eu, porque o pronome pessoal eué sujeito do verbo estou.

c) para mim, de “Meu bem-querer”, que deveria sercorrigida para p’ra eu, por analogia a p’ra morrer, doverso seguinte.

d) p’ra mim, de “O menino da porteira”, que deveriaser corrigida para p’ra eu, uma vez que o pronome

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pessoal eu é sujeito da locução verbal ficá ouvindo.e) p’ra mim, de “O menino da porteira”, que deveria

ser corrigida para para eu, por se tratar de uma locu-ção adverbial.

Resolução

A expressão p’ra mim deveria ser substituída por p’raeu, pois, segundo a norma culta, apenas o pronome eupode exercer a função sintática de sujeito; no caso, opronome pessoal do caso reto é sujeito da locuçãoverbal ficá ouvindo.

dO processo estilístico em que um verso se estende nooutro, sintática e semanticamente, é conhecido comoencavalgamento, cavalgamento ou, muitas vezes, pelotermo francês enjambement. Esse recurso é freqüen-te na estrutura do texto poemático. As estrofes dapoesia-canção de Djavan, por exemplo, têm seus ver-sos quase que inteiramente estruturados por esse pro-cesso. Indique a alternativa em que não ocorre enca-valgamento.a) Meu bem-querer / É segredo, é sagrado,b) Meu bem-querer / Tem um quê de pecadoc) E o que é o sofrer / Para mim, que estoud) Acariciado pela emoção. / Meu bem-querer, meu en-

canto,e) Para mim, que estou / Jurado p’ra morrer de amor?Resolução

Só não há continuidade sintática entre os versos apre-sentados na alternativa d.

eHá certos verbos cujas flexões se desviam do paradig-ma de sua conjugação. São considerados, por isso,irregulares. Alguns deles são: dar, estar, fazer, ser e ir.Na estrofe de “O menino da porteira”, ocorrem verbosdessa natureza. A alternativa que os contém éa) “Toda vez que eu viajava” e “De longe eu avistava”.b) “De longe eu avistava” e “Que corria abri[r] a por-

teira”.c) “Que corria abri[r] a porteira” e “–Toque o berrante,

seu moço,”d) “Que corria abri[r] a porteira” e ‘Que é p’ra mim

ficá[r] ouvindo.”e) “Depois vinha me pedindo:” e “Que é p’ra mim

ficá[r] ouvindo”.Resolução

Não se esclarece, neste teste, se a alternativa corretadeve conter verbos irregulares ao lado de verbos regu-lares, ou apenas verbos irregulares. Se se tratasse dosegundo caso, como se poderia pensar, a alternativa eseria incorreta, pois ficar, ao contrário do que algunspensam, não é verbo irregular. Como se observa noDicionário Houaiss sobre -icar, "os muitos verbos da lín-gua com essa terminação são regulares, mas trocam o-c- em -qu- antes do -e- desinencial (tipo fabrico, fabri-que)". É o que ocorre em fico (fiko), fique (fike), não se

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devendo confundir uma particularidade ortográficacom uma irregularidade morfológica.

eNa última estrofe de “Meu bem-querer”, o perso-nagem pergunta-se: “E o que é o sofrer / Para mim,que estou / Jurado p’ra morrer de amor?”. Nota-seuma diferença nos sentimentos: o ‘sofrimento amoro-so’, no primeiro verso, e a ‘sentença de morte, poramor’, no terceiro verso. O sentimento contido no pri-meiro verso, em relação ao contido no terceiro, éa) mais intenso, mas não desejado.b) menos intenso, mas fortemente desejado.c) mais intenso e fracamente desejado.d) mais intenso e fortemente desejado.e) menos intenso, mas não desejado.Resolução

A formulação deste teste sofre de imprecisão muito maisgrave do que a apontada no teste anterior. Numa propo-sição como "menos intenso, mas não desejado" (alterna-tiva correta), o "mas" é inexplicável e pode mesmo levarà confusão o candidato já desorientado pelos termosvagos em que se propõe a questão. Com efeito, em quese opõem as circunstâncias em causa? Por que não seriamais adequado dizer "menos intenso e não desejado",fórmula paralela a "menos intenso e menos desejado",onde há simetria e equivalência, sem qualquer caráteropositivo? Embora possa parecer que se trate de porme-nor de somenos, o emprego da conjunção é decisivopara a determinação do sentido preciso da frase.

INSTRUÇÃO: As questões 22 e 23 estão relacionadasao seguinte anúncio de jornal:

(O Estado de S.Paulo, 15.08.2002)

bDe acordo com as normas gramaticais, particular-mente no que se refere às regras de concordância, otítulo deste anúncio deveria sera) LOJAS DE CALÇADOS FEMININO, porque, na

seqüência, o texto fala em “3 lojas”.b) LOJAS DE CALÇADOS FEMININOS, porque, na

seqüência, o texto fala em “3 lojas”.c) LOJA DE CALÇADOS FEMININOS, porque o título

não especifica as outras duas lojas “bem monta-das” de calçados, implicitamente, masculinos.

d) LOJA FEMININA DE CALÇADOS, porque o títulonão se relaciona com o restante do anúncio.

e) LOJA DE CALÇADOS FEMININO, tal como apa-rece no anúncio, porque o vocábulo “FEMININO”apenas especifica o tipo de calçado comercializado

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LOJA DE CALÇADOSFEMININO

Vende-se 3 lojas bem montadastradicionais, nos melhores Pontosda Cidade. Ótima Oportunidade!

F: (__) xxx-xxxxxx

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pelas lojas à venda.Resolução

O título do anúncio deveria ser LOJAS DE CALÇADOSFEMININOS, porque a seqüência do texto refere-se àvenda de três lojas.

cNo corpo do anúncio, a expressão Vende-se 3 lojasbem montadasa) apresenta problema de concordância verbal. Deveria

ocorrer na forma Vendem-se porque se é índice deindeterminação do sujeito, e lojas é o sujeito paciente.

b) não apresenta problema de concordância verbal por-que se é índice de indeterminação do sujeito, e lojasé o objeto direto.

c) apresenta problema de concordância verbal. Deveriaocorrer na forma Vendem-se porque se é partículaapassivadora, e lojas é o sujeito paciente.

d) não apresenta problema de concordância verbal,porque se é partícula apassivadora, e lojas é o sujei-to paciente.

e) apresenta problema de concordância verbal. Deveriaocorrer na forma Vendem-se porque se é pronomereflexivo com função sintática de objeto indireto, elojas é o objeto direto.

Resolução

A oração Vende-se 3 lojas bem montadas apresentaerro de concordância verbal, pois a oração está na vozpassiva sintética, sendo o se pronome apassivador e 3lojas o sujeito paciente. O verbo deveria concordarcom o sujeito, o correto, portanto, seria: Vendem-se 3lojas bem montadas.

INSTRUÇÃO: A questão 24 baseia-se no poema con-creto Epithalamium II, de Pedro Xisto (1901-1987).

(in: Logogramas, 1966. www.ubu.com/historical/xisto)

bPressupostos teóricos da Poesia Concreta propõem arealização de um poema-objeto, isto é, uma obra queinforma por meio de sua própria estrutura (estrutura =conteúdo); valoriza, entre outros elementos, o espaçoem branco da página, como produtor de sentidos, e autilização de formas visuais. Em várias edições deEpithalamium II (epitalâmio = canto ou poema nupcial),aparecem as seguintes indicações: he = ele; & = e; S = serpens; h = homo; e = Eva. Observe o poema, e,mediante as indicações do autor, aponte, dentre asalternativas, aquela que mais se aproxima da men-sagem da obra.a) As três letras, dispostas de modo a produzir uma

imagem visual, denotam que o homem e a mulher,representados pelos pronomes pessoais, em inglês,

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foram coisificados e, após, separados um do outro,pelo pecado original (Adão e Eva).

b) A letra S, que desenha e escreve She, ao mesmotempo que compõe as formas sinuosas de uma ser-pente (=pecado), parece que enlaça o he. Poderiaevocar, por um lado, que os gêneros humanos secompletam, um no outro, e, por outro, a supremaciada feminilidade sobre a masculinidade, já que he(=ele) é configurado no interior de She (=ela).

c) O &, que se desenha no poema, revela, por um lado,a desintegração mulher/homem (representados eminglês) e, por outro, a situação dos seres humanosno mundo capitalista. Isto se justifica pelo fato de &lembrar a forma com que se designa a razão socialdas empresas.

d) O significado do poema se esgota na simples con-templação do mesmo, como se fosse o logotipo deuma empresa. O She e o he comparecem como arti-fícios provocativos que disfarçam os significados desi próprios. Neste sentido, masculinidade e feminili-dade se anulam.

e) Não há hierarquia entre She (=ela) e he (=ele), umavez que esses pronomes pessoais estão desenha-dos em forma vertical no espaço branco da página,e não horizontalmente, como seria comum na poe-sia tradicional.

Resolução

A alternativa descreve adequadamente a construçãodo “poema-objeto”, decodifica os recursos utilizados esugere as possíveis interpretações. As demais opçõessão interpretações descabidas ou contêm erros gros-seiros.

INSTRUÇÃO: As questões de números 25 a 32 ba-seiam-se em fragmentos de três autores portugueses.

Auto da Lusitânia(Gil Vicente – 1465?–1536?)

Estão em cena os personagens Todo o Mundo (um ricomercador) e Ninguém (um homem vestido comopobre). Além deles, participam da cena dois diabos,Berzebu e Dinato, que escutam os diálogos dos pri-meiros, comentando-os, e anotando-os.

Ninguém para Todo o Mundo: E agora que buscas lá?Todo o Mundo: Busco honra muito grande.Ninguém: E eu virtude, que Deus mande

que tope co ela já.Berzebu para Dinato: Outra adição nos acude:

Escreve aí, a fundo,que busca honra Todo o Mundo,e Ninguém busca virtude.

Ninguém para Todo o Mundo: Buscas outro mor bem qu’esse?

Todo o Mundo: Busco mais quem me louvassetudo quanto eu fizesse.

Ninguém: E eu quem me repreendesseem cada cousa que errasse.

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Berzebu para Dinato: Escreve mais.Dinato: Que tens sabido?Berzebu: Que quer em extremo grado

Todo o Mundo ser louvado,e Ninguém ser repreendido.

Ninguém para Todo o Mundo:Buscas mais, amigo meu?Todo o Mundo: Busco a vida e quem ma dê.Ninguém: A vida não sei que é,

a morte conheço eu.Berzebu para Dinato: Escreve lá outra sorte.Dinato: Que sorte?Berzebu: Muito garrida:

Todo o Mundo busca a vida,e Ninguém conhece a morte.

(Antologia do Teatro de Gil Vicente)

Os Maias(Eça de Queirós – 1845–1900)

– E que somos nós? – exclamou Ega. – Que temosnós sido desde o colégio, desde o exame de latim?Românticos: isto é, indivíduos inferiores que se gover-nam na vida pelo sentimento, e não pela razão...

Mas Carlos queria realmente saber se, no fundo,eram mais felizes esses que se dirigiam só pela razão,não se desviando nunca dela, torturando-se para semanter na sua linha inflexível, secos, hirtos, lógicos,sem emoção até o fim...

– Creio que não – disse o Ega. – Por fora, à vista,são desconsoladores. E por dentro, para eles mesmos,são talvez desconsolados. O que prova que neste lindomundo ou tem de se ser insensato ou sem sabor...

– Resumo: não vale a pena viver...– Depende inteiramente do estômago! – atalhou

Ega.Riram ambos. Depois Carlos, outra vez sério, deu

a sua teoria da vida, a teoria definitiva que ele deduzirada experiência e que agora o governava. Era o fatalis-mo muçulmano. Nada desejar e nada recear... Não seabandonar a uma esperança – nem a um desaponta-mento. Tudo aceitar, o que vem e o que foge, com atranqüilidade com que se acolhem as naturais mudan-ças de dias agrestes e de dias suaves. E, nesta placi-dez, deixar esse pedaço de matéria organizada que sechama o Eu ir-se deteriorando e decompondo até reen-trar e se perder no infinito Universo... Sobretudo nãoter apetites. E, mais que tudo, não ter contrariedades.

Ega, em suma, concordava. Do que ele principal-mente se convencera, nesses estreitos anos de vida,era da inutilidade de todo o esforço. Não valia a penadar um passo para alcançar coisa alguma na Terra –porque tudo se resolve, como já ensinara o sábio doEclesiastes, em desilusão e poeira.

(Eça de Queirós, Os Maias)

Ode TriunfalÁlvaro de Campos

(heterônimo de Fernando Pessoa – 1888–1935)

À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábri-UUUUNNNNIIII FFFFEEEESSSSPPPP (((( PPPP rrrr oooovvvvaaaa ddddeeee LLLL íííí nnnngggguuuuaaaassss PPPPoooo rrrr tttt uuuugggguuuueeee ssssaaaa ,,,, IIII nnnngggg llll eeee ssssaaaa eeee RRRReeeeddddaaaaççççããããoooo )))) –––– DDDDeeeezzzzeeeemmmmbbbb rrrr oooo////2222000000002222

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caTenho febre e escrevo.Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!Em fúria fora e dentro de mim,Por todos os meus nervos dissecados fora,Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,De vos ouvir demasiadamente de perto,E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um exces-soDe expressão de todas as minhas sensações,Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!

Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical –Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força –Canto, e canto o presente, e também o passado e o futu-ro,Porque o presente é todo o passado e todo o futuroE há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes elétricasSó porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinqüenta,Átomos que hão de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,Andam por estas correias de transmissão e por estesêmbolos e por estes volantes,Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa sócarícia à alma.

(Fernando Pessoa, Obra Poética)

aOs textos apresentados, pertencentes a períodos dife-rentes da história social e literária portuguesa, têm, emcomum, o enfoque das relações do ser humano dianteda realidade. Respectivamente, representama) visão satírica da existência e do comportamento hu-

mano; visão desencantada e pessimista do indivíduona sociedade; visão perplexa, eufórica, ao mesmotempo agônica, do indivíduo diante dos temposmodernos.

b) visão eufórica do comportamento humano; visãoderrotista do passado; visão agônica do futuro, pelopoeta.

c) visão complacente do diabo, sobre a sociedade por-tuguesa; visão derrotista do passado; visão alegóricada inutilidade do poeta diante das conquistas tecno-lógicas.

d) visão sarcástica que os homens fazem de si, naépoca do trovadorismo português; visão fantasiosada existência; visão perplexa, mas eufórica, dopoeta diante da eletricidade e das máquinas.

e) visão positiva da existência e do relacionamento hu-

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mano; visão objetiva da sociedade romântica; visãohesitante do mundo moderno.

Resolução

A alternativa identifica o sentido de sátira social do tea-tro gilvicentino; a visão cética e crítica do realismo deEça de Queirós e o acento futurista, entusiasmado eagônico de Álvaro de Campos, o heterônimo moder-nista e radical de Fernando Pessoa.

cA ironia, ou uma expressão irônica, consiste em, inten-cionalmente, dizer o contrário do que as palavras signi-ficam, no sentido literal, denotativo. Lendo-se o frag-mento de Gil Vicente, percebe-se que o autor ironiza asociedadea) no nome dado a Berzebu que, no Novo Testamento,

significa o “príncipe dos demônios”.b) no comportamento humilde do personagem Todo o

Mundo.c) na dissimulação contida nos nomes dos persona-

gens e suas caracterizações: Todo o Mundo (=umrico mercador) e Ninguém (=um homem vestidocomo pobre).

d) no pedido que Berzebu faz a Dinato: “Escreve lá ou-tra sorte.”

e) no comportamento obstinado do personagemNinguém.

Resolução

A alternativa contempla, sem dúvida, uma atitude irô-nica de Gil Vicente, mas que decorre não do que sedefine no enunciado da questão, mas do jogo de pala-vras entre os nomes próprios e os pronomes indefini-dos.

cNo fragmento do Auto da Lusitânia, o autor utiliza umrecurso estilístico que consiste no emprego de vocá-bulos antônimos, estabelecendo contrastes, comovida/morte, louvado/repreendido, e outros. No frag-mento de “Ode triunfal”, ocorre um outro recurso deestilo que consiste na invocação de seres reais ou ima-ginários, animados ou inanimados, vivos ou mortos,presentes ou ausentes, como ó rodas, ó grandes ruí-dos modernos e outros. Esses recursos estilísticos sãoconhecidos, respectivamente, como a) eufemismo e onomatopéia.b) eufemismo e apóstrofe.c) antítese e apóstrofe.d) antítese e eufemismo.e) antítese e onomatopéia.Resolução

A relação antitética entre “vida/morte”, “louvado/re-preendido” é notória, como também as interpelaçõesviolentas, as apóstrofes com que o ‘eu‘ poemático in-voca enfaticamente os aspectos da civilização material:

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“ó rodas”, “ó grandes ruídos modernos”.

bEça de Queirós fez parte da chamada geração de 1870,que lutou ferrenhamente contra a ordem social lisboe-ta, passional e romântica, liderada, politicamente, pelamonarquia, pela burguesia e pelo clero. Além dele,foram figuras importantes dessa geraçãoa) Camilo Castelo Branco, Antônio Feliciano de

Castilho e Oliveira Martins.b) Antero de Quental, Oliveira Martins e Teófilo Braga.c) Júlio Dinis, Alexandre Herculano e Antero de

Quental.d) Antônio Feliciano de Castilho, Camilo Castelo Bran-

co e Teófilo Braga.e) Alexandre Herculano, Oliveira Martins e Júlio Dinis.Resolução

Integraram a chamada geração de 1870 os autoresque, sob influxo das idéias decorrentes do cien-tificismo e do materialismo pós-revolução industrial,buscaram a reforma da sociedade e a superação doromantismo egótico. Além dos mencionados Eça deQueirós, Antero de Quental, Oliveira Martins e TeófiloBraga, poder-se-iam citar: Ramalho Ortigão, Fialho deAlmeida, Guerra Junqueiro, entre outros.

bNos fragmentos de Os Maias e “Ode triunfal”, exis-tem palavras que recebem acento gráfico, de acordocom suas regras específicas. Indique a alternativa emque todas as palavras são acentuadas graficamente,segundo a mesma regra.a) estômago, colégio, fábrica, lâmpada, inflexível.b) Virgílio, fúria, carícias, matéria, colégio.c) trópicos, lábios, fúria, máquinas, elétricas.d) sério, cérebro, Virgílio, sábio, lógico.e) Ésquilo, carícia, Virgílio, átomos, êmbolo.Resolução

As palavras Virgílio, fúria, carícias, matéria e colégio sãoacentuadas graficamente, segundo a mesma regra,pois são paroxítonas terminadas em ditongo oral.

cOs fragmentos das obras Auto da lusitânia, Os Maias“Ode triunfal” realizam-se, no plano formal, como tex-tos dramático, narrativo e de poesia lírica. Além deoutras características, privilegiam, respectivamente,a) a pessoa ou coisa de que se fala (3ª pessoa grama-

tical); a pessoa com quem se fala (2ª pessoa grama-tical); a pessoa que fala (1ª pessoa gramatical).

b) a pessoa que fala (1ª pessoa gramatical); a pessoaquem se fala (2ª pessoa gramatical); a pessoa oucoisa de que se fala (3ª pessoa gramatical).

c) a pessoa com quem se fala (2ª pessoa gramatical);

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pessoa ou coisa de que se fala (3ª pessoa gramati-cal); a pessoa que fala (1ª pessoa gramatical).

d) a pessoa com quem se fala (2ª pessoa gramatical);pessoa que fala (1ª pessoa gramatical); a pessoacoisa de que se fala (3ª pessoa gramatical).

e) a pessoa ou coisa de que se fala (3ª pessoa grama-tical); a pessoa com quem se fala (2ª pessoa grama-tical); pessoa que fala (1ª pessoa gramatical).

Resolução

No Auto da Lusitânia, o diálogo entre as personagensprivilegia a 2ª pessoa gramatical (tu), pessoa comquem se fala; em Os Maias, as personagens tecemreflexões existenciais, privilegiando assim o assunto,coisa de que se fala (3ª pessoa gramatical); em “OdeTriunfal”, a emotividade do eu-lírico fica registrada nosverbos em 1ª pessoa (tenho, escrevo, arde-me, canto,fazendo-me).

dEm “Ode triunfal”, escrita no momento aflitivo de1914, parece que o transe dos tempos modernos,representado pelas máquinas em fúria, se mistura como transe febril do eu-poemático. Cria-se um ambienteem que, talvez na dimensão do sonho (ou do pesade-lo), o tempo e o espaço parecem dissolvidos, ou situa-dos numa região mítica. Nessa dimensão surrealista,Platão e Virgílio residem dentro das máquinas; há,nelas, pedaços de Alexandre Magno, do século talvezcinqüenta, além de Ésquilo, do século cem. Tal emba-ralhamento temporal de figuras históri-cas já se enun-ciara nos versos(a) À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fá-

brica/ Tenho febre e escrevo.b) Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno! / Forte es-

pasmo retido dos maquinismos em fúria!c) De expressão de todas as minhas sensações, / Com

um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!d) Canto, e canto o presente, e também o passado e o

futuro, / Porque o presente é todo o passado e todoo futuro.

e) De vos ouvir demasiadamente de perto, / E arde-mea cabeça de vos querer cantar com um excesso.

Resolução

A identificação arbitrária de uma “dimensão surrea-lista” não impede que se identifique o “embara-lhamento temporal ao qual se refere o enunciado comos versos transcritos na alternativa: “… o presente étodo o passado e todo o futuro.”

eAlém de Álvaro de Campos, que assina a “Ode triun-fal”, também são heterônimos de Fernando Pessoaa) Mário de Sá-Carneiro e Alberto Caeiro.b) Ricardo Reis e Miguel Torga.c) José Régio e Mário de Sá-Carneiro.

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d) Almada Negreiros e José Régio.e) Ricardo Reis e Alberto Caeiro.Resolução

O “camponês sábio”, Alberto Caeiro, e o “poeta neo-clássico”, Ricardo Reis, completam ao lado do “enge-nheiro” Álvaro de Campos o trio dos heterônimos queFernando Pessoa desenvolveu mais completamente.

INSTRUÇÃO: As questões de números 33 a 35

baseiam-se no poema “Pneumotórax”, do modernistaManuel Bandeira (1886–1968).

Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.A vida inteira que podia ter sido e que não foi.Tosse, tosse, tosse.Mandou chamar o médico:– Diga trinta e três.– Trinta e três... trinta e três... trinta e três...– Respire.......................................................................................– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e

o pulmão direito infiltrado.– Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?– Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

(Manuel Bandeira, Libertinagem)

aPneumotórax, palavra que dá título ao famoso poemade Manuel Bandeira, é vocábulo constituído de doisradicais gregos (pneum[o]- + -tórax]. Significa o proce-dimento médico que consiste na introdução de ar nacavidade pleural, como forma de tratamento de molés-tias pulmonares, particularmente a tuberculose. Talenfermidade é referida no diálogo entre médico epaciente, quando o primeiro explica a seu cliente queele tem “uma escavação no pulmão esquerdo e o pul-mão direito infiltrado”. Esta última palavra é formadacom base em um radical: filtro. Quanto à formaçãovocabular, o título do poema e o vocábulo infiltrado sãoconstituídos, respectivamente, pora) composição, e derivação prefixal e sufixal.b) derivação prefixal e sufixal, e composição.c) composição por hibridismo, e composição prefixal e

sufixal.d) simples flexão, e derivação prefixal e sufixal.e) simples derivação, e composição sufixal e prefixal.Resolução

Composição é a formação de palavra pela junção dedois radicais, como em ocorre em pneumotórax. Eminfiltrado tem-se prefixo (in-) e sufixo (-[a]do).

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Em uma de suas ocorrências, no poema Pneumotórax,a conjunção e poderia ser substituída por mas, semprejuízo semântico. Essa possibilidade verifica-se ema) dispnéia, e suores noturnos.b) trinta e três... trinta e três.c) Diga trinta e três.d) pulmão esquerdo e o pulmão direito...e) ter sido e que não foi.Resolução

Mas junta orações que se contrapõem, como ocorreem "ter sido" (ser, no passado) e "não foi" (não-ser, nopassado).

aA presença do humor negro e o feitio de poema-piadasão traços modernistas de “Pneumotórax”. Quando,nesse poema, o médico enuncia a frase A única coisaa fazer é tocar um tango argentino, o paciente deveentender quea) não há mais nada que a medicina possa fazer por

ele.b) ainda há solução para o seu problema de saúde.c) o tango argentino é o processo terapêutico para

curá-lo.d) figurativamente, deverá buscar ajuda com especia-

listas portenhos.e) nem a musicoterapia é recomendável para o trata-

mento de seu problema pulmonar.Resolução

É um admirável "achado" de Manuel Bandeira exprimiro irremediável de forma cômica, através de um gêneromusical popular que se caracteriza pela dramaticidade"descabelada".

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INSTRUÇÃO: Sua redação deverá ser realizada, tendo-secomo textos de apoio fragmentos do artigo “Políticas doCorpo”, do escritor e frade dominicano Frei Betto (CarlosAlberto Libânio Christo, 1944-), e um trecho da reporta-gem “Corpos à Venda”, assinada por Anna Paula Buchallae Karina Pastore.

Políticas do Corpo

(...) Uma pessoa é o seu corpo. Vive ao nutri-lo e faz deleexpressão do amor, gerando novos corpos. Morto ocorpo, desaparece a pessoa. Contudo chegamos ao sécu-lo 21 e ao terceiro milênio num mundo dominado pela cul-tura necrófila da glamourização de corpos aquinhoadospela fama e riqueza pela exclusão de corpos condenadospela pobreza ou marcados por características que nãocoincidem com os modelos dopoder.(...) Os premiados pela loteria biológica, nascidos emfamílias que podem se dar ao luxo de comer menos paranão engordar, são indiferentes aos famintos ou dedicam-se a iniciativas caridosas, com a devida cautela de nãoquestionar as causas da pobreza.Clonam-se corpos, mas não a justiça. (...) Açougues vir-tuais, as bancas de revistas exaltam a exuberância eróti-ca de corpos, sem que haja igual espaço para idéias, valo-res, subjetividades, espiritualidades e utopias. Menoslivrarias, mais academias de ginástica. Morreremos todosesbeltos e saudáveis; o cadáver, impávido colosso, semuma celulite.(...) Na prática de Jesus, a justiça encontra sua expressãomais bela na saúde dos corpos e na comensalidade, quefaz da mesa comunhão entre pessoas. A ponto de Cristotornar a partilha do pão e do vinho, da bebida e da comi-da, sacramento de suapresença entre nós e em nós. E nos ensinar a oração “Painosso/pão nosso”. Se o pão é só meu, como o Pai podeser nosso?A política das nações pode ser justamente avaliada pelamaneira como a economia lida com a concretude dos cor-pos, sem exceção. Um país, como o Brasil, que segregacorpos, condenando-os ao desemprego e à miséria, emnome da estabilidade da moeda e das imposições do FMI,ainda está longe do portal da civilização. (...)

(Frei Betto. Folha de S.Paulo. Tendências/Debates,13.02.2000)

Corpos à venda

Movidos pelo desejo legítimo de ter uma aparênciamelhor, milhares de brasileiros recorrem à cirurgia plástica como

quem vai às compras. Para tudo, no entanto, há limite.

“Formas perfeitas ao alcance de todos.” “Tenha umcorpo irresistível.” “Beleza, harmonia, sensibilidade...Conceitos ligados à arte, manejados por quem entendedo que faz.” As frases entre aspas que você acabou de lerparecem tiradas de propagandas de academia de ginásti-ca, de comida light ou até de loja de decoração. São, naverdade, anúncios de clínicas de

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cirurgia plástica, veiculados em revistas especializadas noramo, como Plástica & Beleza e Corpo & Plástica. Essa éuma das faces da popularização das operações estéticasno país. Para se ter uma idéia, só no ano passado 350 000brasileiros caíram na faca para ficar mais bonitos. Ou seja,em cada grupo de 100 000 habitantes, 207 foram opera-dos. Os Estados Unidos, tradicionais líderes do rankingem números absolutos, registraram no mesmo período185 operados por 100 000. Isso significa que o Brasil setornou campeão mundial da categoria.Desde 1994, quando entrou em cena o Plano Real, queestabilizou a economia e ampliou o poder de consumo,fazer plástica integra o rol de aspirações possíveis daclasse média. (...)

(Veja. São Paulo, 06.03.2002)Com base nos textos apresentados, e procurando revelarseu ponto de vista sobre o assunto, realize uma redação,em forma dissertativa, sobre o tema:

A REALIDADE DO SER E DO PARECER, NO BRASIL.

Redação – Comentário

A realidade do ser e do parecer, no Brasil: este otema proposto pela Banca Examinadora. Como no exameanterior, ofereceram-se, quais subsídios à produção tex-tual do candidato, dois fragmentos: Políticas do Corpo, doescritor Frei Betto, e Corpos à venda, da revista Veja.Caberia selecionar, desses textos, idéias e informaçõesque constituíssem um ponto de partida para a discussãodo assunto.

Dentre as muitas possibilidades a que o tema seabria, caberia, por exemplo, considerar o atual fenômenode supervalorização da imagem, traduzido não só emestatísticas que colocam o Brasil em primeiro lugar noranking de cirúrgias plásticas e estéticas, mas também nocrescimento da única indústria que não conhece recessãono país: a indústria da beleza, responsável por uma espan-tosa profusão de academias de ginástica, cosméticos edietas, anunciados como passaporte para a perfeição e,por conseguinte, para a aceitação social.

Seria apropriado, a partir dessas considerações, refle-tir sobre as razões que levam um número cada vez maiorde pessoas a submeterem-se aos mais diversos métodosde embelezamento – muitos dos quais discutíveis –, bemcomo apontar algumas das conseqüências do culto à apa-rência, dentre outras o abandono de “idéias, valores, sub-jetividades, espiritualidades e utopias”, atributos que,diferentemente dos externos, justificariam a superiorida-de da espécie humana.

Comentário da prova

Ainda que seja perceptível a evolução do nível e dopadrão das questões da prova da Unifesp em relaçãoao exame anterior, há a lamentar algumas imprecisõesna formulação dos enunciados ou das alternativas,como as que apontamos nas questões 20, 21 e 26.

A utilização de textos extraídos do cancioneiro

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popular vem-se tornando um modismo ao qual estaprova também sucumbiu, em prejuízo da alta literatura,dos grandes autores que deveriam ter na escola e nosexames um espaço privilegiado, sem a concorrênciado que a media repete à exaustão. Essa prática podeinduzir ao lamentável equívoco de colocar-se em planoidêntico Fernando Pessoa e Djavan, Gonçalves Dias eos autores de “O Menino da Porteira”.

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INSTRUÇÃO: Leia o texto Gene banks and blanketconsent e responda às questões de números 36 a 45,identificando a alternativa correta, com base nas infor-mações fornecidas.

Ethics Watch

Gene banks and blanket consent

Academic and industry researchers are understandablyexcited about the scientific and therapeutic potentialpresented by gene banks. Emerging areas of research,such as pharmacogenetics, require access to largepools of genetic data, which are of greatest scientificvalue when linked to identifiable personal information.For example, links between genetic information andhealth data are required to study gene-environmentinteractions effectively.

The ethical challenges that are associated withgene banks have attracted much attention from bothacademics and policy makers, as highlighted by the UKHuman Genetics Commission’s (1999) report. However,the issue of consent is particularly problematic forresearchers. A strict application of many countries’consent laws requires researchers to obtain informedconsent for the use of all identifiable genetic informationand a fresh consent for new research projects, and toallow participants to withdraw their sample at anytime.Following these legal requirements is tremendouslydifficult for research involving large gene banks.

This dilemma has been dealt with through theincreasing use of “blanket consent”. Although one-time consents simplify the research process, the legalchallenges associated with them have been underplayed.Because blanket consents are necessarily vague, they aretoo general to have much legal weight. Moreover, theydo not allow patients to act meaningfully on their con-tinuing right to control their health information. Assuch, most types of blanket consent fall “far short oftrue informed consent” (Greely 1999).

Given this legal uncertainty, adopting comprehensiveblanket consent policies will require many countries tochange their existing consent laws, requiring statutoryamendments or legislation. However, creating newconsent policy poses several significant challenges.First, there is some evidence that the public would notfeel comfortable with a lowering of the legal standardto facilitate research. Indeed, a survey in 2001 ofCanadians found that 90% strongly agree (61%) oragree (29%) that genetic information is different andthat rules governing access to it should be stricter(Report for the BADMCC 2001).Second, jurisdictional variation in how this consentissue is addressed could add to the challenge of orga-nizing large, multi-site research initiatives. In Canada,

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for example, the handling of health information is a pro-vincial matter. As such each of the ten provinces willneed to craft legislation to addressthis topic.

Finally, governments need to consider carefully thebroader social impact of changing consent law. Is itreally time to jettison the well-established autonomy-driven view of consent? What additional safeguardswill be needed to make such a change ethically sound?

(Timothy Caulfield, Extraído de Nature Reviews/Genetics)

Vocabulário para as questões 36 a 45.

• gene banks = bancos de genes• blanket consent = consentimento sem restrições• understandably = compreensivelmente• to require = exigir• value = valor• links = elos, ligações• health data = dados de saúde• gene-environment interactions = interações genéti-

co-ambientais• challenges = desafios• highlighted = enfatizados• report = relatório• however = entretanto• issue = questão• laws = leis• to allow = permitir• to withdraw = retirar• sample = amostra• anytime = a qualquer hora• to be dealt with = ser tratado• one-time consents = novos consentimentos• to be underplayed = ser diminuído (em importância)• weight = peso• moreover = além do mais• meaningfully = significativamente, expressivamente• right = direito• as such = como tal• to fall far short = ficar muito aquém• comprehensive = amplo• policies = políticas• statutory = regulamentadas, legais• amendments = emendas• to pose = representar• lowering = diminuição• indeed = na verdade• survey = levantamento, pesquisa• to strongly agree = concordar plenamente• rules = regras• stricter = mais rígido• to be addressed = ser dirigido, tratado• to add = adicionar, somar• handling = manejo, manipulação• matter = questão, assunto• to craft = elaborar• carefully = cuidadosamente, com atenção• broader = mais amplo

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• to jettison = livrar-se de• safeguards = garantias• sound = perfeito

cAssinale a alternativa correta, segundo as informaçõesdo texto.a) As relações entre as políticas acadêmica e industrial

inviabilizariam o surgimento da farmacogenética.b) O acesso aos enormes conjuntos de dados genéti-

cos torna-se cada vez mais difícil, em virtude dosobjetivos da farmacogenética.

c) As relações entre informações genéticas e dados desaúde são necessárias para o estudo eficaz das inte-rações genético-ambientais.

d) A dificuldade de acesso ao grande número de dadosgenéticos reduz o interesse dos pesquisadores edos industriais.

e) Quando ligados a informações pessoais identificá-veis, os dados genéticos comprometem o trabalhodos pesquisadores.

Resolução

No texto: For example, links between genetic ...

effectively.

eUm dos desafios éticos relacionados a bancos degenesa) envolve o papel dos acadêmicos e da polícia na pes-

quisa.b) foi resolvido em 1999 pela Human Genetics

Commission do Reino Unido.c) questiona o uso de materiais genéticos de pessoas

falecidas, por parte dos pesquisadores.d) proíbe fazer novas pesquisas com o mesmo mate-

rial genético.e) trata da questão do consentimento por parte dos

doadores de material genético.

aEm muitos países, as leis sobre consentimento exi-gema) um novo consentimento para novas pesquisas.b) uma aplicação estrita dos parâmetros da Comissão

de Genética Humana.c) que todas as informações genéticas sejam identifi-

cáveis.d) que a identidade das amostras possa ser informada

a qualquer momento.e) que as amostras genéticas sejam descartadas após

o uso, sem necessariamente informar o participan-te.

Resolução

No texto: A strict application of many countries’

consent laws ... for new research projects.

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dThe issue of consenta) hasn’t been strictly defined in most countries yet.b) provides free access to main pools of genetic data.c) boosts identifiable genetic information, which is so

important to emerging research.d) has created many problems, mostly for researchers.e) is still unknown for most gene bank donors.Resolução

A questão do consentimento criou muitos problemas,principalmente para os pesquisadores.

bBlanket consenta) is an easier way patients find to research both their

health data and genetic information.b) is a one-time comprehensive consent that covers

most uses of gene data.c) is a legal way to overcome problems created by

policy makers, academics and researchers.d) gives more weight to the right patients have to con-

trol their health information.e) is a way out that was proposed by UK Human

Genetics Commission in 1999.Resolução

Blanket consent é um consentimento amplo e novoque cobre a maioria dos usos dos dados genéticos.

dNa frase do terceiro parágrafo As such, most types ofblanket consent fall “far short of true informed con-sent”., a expressão fall far short significa, em portu-guês,a) está muito além.b) falta pouco para chegar lá.c) caiu em desuso.d) fica muito aquém.e) é muito mais abrangente.Resolução

to fall far short = ficar muito aquém

aNa frase do terceiro parágrafo Moreover, they do notallow patients to act meaningfully, a palavra Moreoverpode ser substituída, sem mudar o sentido, pora) Furthermore. b) However. c) Thus.d) Nevertheless. e) Rather.Resolução

A palavra moreover é sinônima de furthermore, sig-nificando “além do mais”.

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In paragraph four, the text presents two areas that spe-cify “several significant challenges”. These two gene-ral areas area) public discomfort and research facilitation.b) low legal standard and Canadian laws.c) stricter laws and consent.d) surveys and health information.e) public opinion and local legislation.Resolução

No parágrafo, as duas áreas que especificam “váriosdesafios importantes” são a opinião pública e a legisla-ção local.

bThe figure 90% refers toa) people who feel comfortable with research facilita-

tion.b) Canadians favorable to stricter laws governing gene-

tic information.c) the respondents who agreed to participate in the

“Report for the BADMCC 2001”.d) both 61% and 29% of respondents who wish to

control their own genetic material.e) genetic research participants who would like to take

part in other related surveys.Resolução

90% refere-se aos canadenses favoráveis a leis maisrígidas quanto à informação genética.

cO tema apresentado pelo textoa) propõe o uso do “blanket consent” como solução.b) refere-se especificamente às condições encontra-

das no Canadá.c) encontra-se no âmbito geral da ética médica.d) foi discutido e resolvido pela UK Human Genetics

Commission em 1999.e) é uma questão jurídica que deverá ser aprovada pe-

los bancos de genes e pelos pesquisadores.

INSTRUÇÃO: Leia o texto Patterns: Spouses AlsoShare State of Health e responda às questões de nú-meros 46 a 50, identificando a alternativa correta, combase nas informações fornecidas.

Patterns: Spouses Also Share State of Health

By Eric NagourneyWant a snapshot of your health? Try looking across

the breakfast table. A new study finds a strong asso-ciation between the health of husbands and wives.

The study, in the October issue of Social Science& Medicine, said a man in his early 50’s in excellenthealth had about a 5 percent chance of being marriedto someone whose health was only fair. He has a 2percent chance of being married to a woman in poor

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health. But a man in poor health, the researchersfound, has a 24 percent chance of being married to awoman in fair health and a 13 percent chance of beingmarried to a woman in poor health.

The author of the study, Dr. Sven E. Wilson, aneconomist at Brigham Young University, said therewere many possible reasons for the findings, one assimple as human nature. “We don’t marry randompeople,” Dr. Wilson said. “We marry kind of like us.”

But many other factors may also play a role. Someare economic: poor and less educated people tend tobe in worse health. Married people are also more likelyto follow the same kinds of diets, for better or forworse, or to smoke if their spouse does. And if onespouse is ill, the stress this creates may affect thehealth of the other. Couples also share environmentalrisks, Dr. Wilson said, breathing the same air and beingexposed to the same germs.

The study was based on data collected from morethan 4,700 couples in their 50’s who took part in a 1992nationwide survey. Dr. Wilson said its findings suggestthat medical providers treating ill patients should broa-den their gaze. “We treat illness and disease as some-thing that happens to individuals,” he said. “ It doesn’t.It happens to families.”(Extraído de http:// www.nytimes.com/2002/09/10/health/10PATT.html)

Vocabulário para as questões 46 a 50.

• patterns = padrões• spouses = cônjuges• to share = compartilhar• health = saúde• snapshot = instantâneo• issue = edição• in his early 50’s = de 50 e poucos anos• fair = satisfatória• poor health = saúde precária• findings = achados, descobertas• random = ao acaso, aleatoriamente• kind of like us = do tipo da gente• to play a role = desempenhar um papel (uma função)• worse = pior• more likely to = mais propensos a• ill = doente• environmental risks = riscos ambientais• to breathe = respirar• to be exposed to = estar exposto a• data = dados• couples = casais• to take part in = participar de• nationwide survey = pesquisa nacional• to broaden = ampliar• gaze = maneira de ver• illness / disease = doença

cUma das razões apontadas para os resultados da pes-

46

UUUUNNNNIIII FFFFEEEESSSSPPPP (((( PPPP rrrr oooovvvvaaaa ddddeeee LLLL íííí nnnngggguuuuaaaassss PPPPoooo rrrr tttt uuuugggguuuueeee ssssaaaa ,,,, IIII nnnngggg llll eeee ssssaaaa eeee RRRReeeeddddaaaaççççããããoooo )))) –––– DDDDeeeezzzzeeeemmmmbbbb rrrr oooo////2222000000002222

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quisa é:a) a natureza do corpo humano.b) doença do cônjuge.c) as pessoas casam-se com pessoas parecidas.d) os opostos se atraem.e) a convivência gera estresse.Resolução

No texto: “We don’t marry random people”, Dr.Wilson said. “We marry kind of like us”.

aO primeiro parágrafo do texto significa quea) seu cônjuge reflete seu estado de saúde.b) o café da manhã mostra a saúde do casal.c) as fotografias tiradas de manhã fazem as pessoas

parecer mais saudáveis.d) um vínculo de dez anos entre o casal promove o

bem estar físico.e) os estudos mostram que um casal que toma café da

manhã junto é mais saudável.Resolução

No texto: A new study finds a strong association

between the health of husbands and wives.

bAs porcentagens apresentadas no segundo parágrafoindicam que um homem de 50 e poucos anos, comsaúde excelente,a) tem quase o dobro de probabilidade de estar casado

com uma mulher com saúde regular.b) tem probabilidade muito pequena de estar casado

com uma mulher com saúde ruim.c) tem mais chances de casar-se novamente com uma

mulher com saúde boa também.d) dificilmente se casará novamente com uma mulher

com saúde regular.e) procurará uma mulher com saúde regular ou boa.Resolução

No texto: He has a 2 percent chance of being mar-

ried to a woman in poor health.

eNa frase do quarto parágrafo Married people are alsomore likely to follow the same kinds of diets, a expres-são more likely indica uma idéia dea) causa e conseqüência. b) preferência.c) certeza. d) condição.e) propensão.Resolução

A expressão more likely indica uma idéia de propen-são.

dO estudo

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a) foi financiado pela Brigham Young University.b) coletou dados de 4 700 pessoas.c) foi publicado em outubro de 1992 na revista Social

Science & Medicine.d) foi feito com casais na faixa de 50 anos.e) promoverá mudanças na visão de saúde familiar por

parte dos casais pesquisados.Resolução

No texto: The study was based on data collected

from more than 4,700 couples in their 50’s.

Comentário

A prova de Inglês apresentou dois textos relacio-nados à área médica e condizentes com o interessedos vestibulandos da Unifesp.

Exigiu deles um bom conhecimento de vocabulárioe capacidade interpretativa, com questões tanto emportuguês quanto em inglês.

UUUUNNNNIIII FFFFEEEESSSSPPPP (((( PPPP rrrr oooovvvvaaaa ddddeeee LLLL íííí nnnngggguuuuaaaassss PPPPoooo rrrr tttt uuuugggguuuueeee ssssaaaa ,,,, IIII nnnngggg llll eeee ssssaaaa eeee RRRReeeeddddaaaaççççããããoooo )))) –––– DDDDeeeezzzzeeeemmmmbbbb rrrr oooo////2222000000002222