respiaradores bucais e classe ii
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CEFAC
CURSO DE ESPECIALIZAO EM FONOAUDIOLOGIA CLNICA
MOTRICIDADE ORAL
A INCIDNCIA DE RESPIRADORES BUCAIS EM
INDIVDUOS COM OCLUSO CLASSE II
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RESUMO
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H algum tempo que mdicos otorrinolaringologistas, alergistas, dentistas,
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SUMMARY
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For a long time physicans as otorhinolaryngologist, allergist, dentists, speech-
patologist and other professionals of health, have been verifying an evident indrease
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AGRADECIMENTOS
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S U M R I O
1- INTRODUO
2- DISCUSSO TERICA
2 1 desenvolvimento embrionrio
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1. INTRODUO
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Tem sido objeto de ateno da fonoaudiologia, ortodontia, otorrinolaringologia e
outras reas correlatas o estudo do respirador bucal e as alteraes esquelticas
dentrias correlacionadas, como afirmam MARCHESAN (1993) e PETRELLI (1994).
Com base nesta tendncia, pretende-se estudar a incidncia de respiradores
bucais em pacientes portadores de ocluso tipo Classe II dentoalveolar e/ou esqueltica.
Atravs desta pesquisa tm-se como outros objetivos relacionar os dados aos
diferentes tipos faciais analisar a incidncia de diferentes tipos de mordida eventualmente
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As classificaes do tipo de ocluso, mordida, face e forma do palato sero
previamente realizadas pelos ortodontistas, a partir da anlise da documentaoortodntica completa do paciente.
Acredito encontrar um nmero significativo de respiradores bucais em indivduos
portadores de ocluso Classe II, principalmente nos de face longa e com alterao de
mordida e palato associado pois o que observo em minha prtica clnica e na literatura.
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2. DISCUSSO TERICA
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Para facilitar a compreenso do assunto abordado, a discusso terica foi
dividida em tpicos envolvendo, primeiramente, o desenvolvimento embrionrio e o
crescimento e desenvolvimento craniofacial.
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Ao final da quarta semana, as mandbulas e as fossas nasais j esto formadas e
na quinta semana os sacos nasais separam-se da cavidade oral, originando a
comunicao entre as cavidades oral e nasal.
Durante a sexta semana ocorre a fuso entre os processos nasais medianos e os
processos maxilares para formar o soalho das narinas.
De acordo com KHOURY & LOPES & VICENTE (1993), na stima semana os
processos palatinos passam da posio vertical para a horizontal e BAPTISTA &
TENRIO (1994) complementam afirmando que entre a oitava e nona semanas a lngua,
que est crescendo e desenvolvendo, pressiona a cavidade nasal para cima,
aproximando os processos palatinos e contribuindo para o contato na linha mediana.
O perodo fetal tem incio por volta da nona semana quando o embrio j assume
caractersticas humanas. Neste perodo o feto amadurecer as estruturas formadas at
ento.
A separao da boca com a cavidade nasal ocorre, de fato, na dcima segunda
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O tamanho e a forma do esqueleto craniofacial so determinados pela ao dos
tecidos relacionados interna e externamente a ele. Por sua vez, a parte dominante, as
matrizes responsveis pelo crescimento do complexo sseo craniofacial so as funes
digestivas, respiratrias, visuais, olfatrias, auditivas, bem como as relacionadas com a
fala e equilbrio, e at as cavidades nasais.
Sustentando essa teoria MARCHESAN (1993) afirma que os ossos so muito
dinmicos e se desenvolvem devido a fatores internos, externos, como a respirao,e,
principalmente musculares.
BIANCHINI (1994) lembra que variveis tais como hereditariedade, nutrio,
doenas, etnia, sexo, fatores scio-econmicos e alteraes funcionais influenciam o
crescimento e desenvolvimento craniofacial.
BAPTISTA & TENRIO (1993) acrescentam outros fatores determinantes como:
genticos, epigenticos, ambientais, idade e velocidade, direo e quantidade de
crescimento.
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mandbula recuadas, ou ainda maxila avanada e mandbula recuada; e, finalmente, tipo
Classe III ou Classe III esqueltica cujo perfil cncavo devido maxila normal e
mandbula avanada ou maxila recuada e mandbula avanada.
Segundo BIANCHINI (1995), na Classe II esqueltica o arco maxilar pode estar
estreitado e, na diviso primeira, com excessivo overjet, facilitando ocluso do lbio
inferior atrs dos incisivos superiores. O lbio superior encontra-se retrado devido
hipofuno. Durante as funes, o msculo mentalis torna-se hiperativo na tentativa de
auxiliar o vedamento labial.
A posio inadequada de repouso mandibular e lingual decorrente da postura da
cabea mais para frente e a queda dos ombros que acabam por estirar a musculatura
infra e supra - hiidea.
Os padres faciais verticais classificam-se em mdio, diminudo ou aumentado. O
mesiofacial apresenta um equilbrio entre os teros da face. J o braquifacial ou face curta
apresenta um padro de crescimento facial horizontal, altura facial inferior diminuda, arco
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BAPTISTA &TENRIO (1994) aproveitam para lembrar que indivduos
braquifaciais com respirao bucal decorrente de hipertrofia das vegetaes
adenoideanas tero mordida aberta menos severa do que indivduo dolicofaciais com a
mesma obstruo nasal.
A classificao da ocluso dentria mais conhecida e utilizada a proposta por
Edward Angle em 1899. Esta classificao baseia-se nas relaes ntero-posteriores das
arcadas dentrias, onde a linha vestibuloclusal do arco mandibular deve coincidir com a
linha da fossa central do arco superior quando os dentes estiverem ocludos. Os
primeiros molares permanentes so considerados peas-chave para determinao da
ocluso, pois supunha-se ser imutvel sua posio na arcada.
Angle selecionou as malocluses semelhantes e as dividiu em trs principais
grupos, que so facilmente observados no exame visual.
Na Classe I a cspide mesiovestibular do primeiro molar superior permanente oclui
adequadamente no sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior permanente; porm
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MARCHESAN (1994) complementa citando que a discrepncia entre as bases
sseas e o estreitamento do palato impossibilita a posio de ponta de lngua na papila, e
por isso ela assume posio de dorso alto e ponta baixa. A autora concorda com o fato
dos lbios terem sua tonicidade alterada, porm discorda com os autores supra citados
alegando que o lbio superior , em geral, hipertnico e o inferior hipo ou hipertnico,
dependendo de sua ao durante a deglutio; e que h hipertonicidade do mentalis
quando o lbio inferior hipotnico.
J na Classe II - diviso segunda, os incisivos centrais superiores encontram-se
em palatoverso e os incisivos laterais superiores inclinam-se para vestibular.
Segundo PETRELLI (1994), ainda h indivduos portadores de Classe II - diviso
segunda com os incisivos centrais e laterais superiores inclinados para palatino e os
caninos superiores para vestibular. O autor observa, em alguns casos, a hipertonicidade
do lbio inferior, mas concorda com BIANCHINI(1994) que a musculatura peribucal pode
estar normal, possibilitando o vedamento labial.
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Na mordida cruzada a ocluso dos dentes est invertida no sentido vestbulo -
lingual. Isto ocorre devido a uma alterao na mastigao como, por exemplo, mastigao
unilateral viciosa durante a fase de crescimento. Este hbito provocar um maior
crescimento da mandbula no lado do balanceio. O lado do trabalho durante a mastigao
ocorrer no lado cruzado que, por ter a dimenso vertical diminuda no faz o balanceio,
j que a maxila trava esse movimento.
Tanto MARCHESAN (1994) como BIANCHINI (1995) concordam que na mordida
cruzada unilateral a musculatura apresenta-se alterada, estando mais contrada do lado
cruzado, ou seja, do trabalho, provocando uma assimetria facial.
Assimetrias sseas tambm podem chegar a ocorrer, provocando atresia
unilateral de palato, dificultando o correto posicionamento da lngua.
Quando o palato exageradamente atrsico a musculatura pode deslocar a
mandbula para um dos lados.
BIANCHINI (1995) relata que pacientes com assimetria facial devido a mordida
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ambiente influenciando sobre componentes funcionais e morfolgicos; ou seja, sua
etiologia multifatorial.
KHLER (1994) concorda e complementa a citao de URIAS (1994) afirmando
que alteraes no complexo dento-steo-msculo-esqueletal que podem surgir durante a
fase de dentio mista so decorrentes de discrepncias de posicionamento dos dentes
com relao parte esqueletal e das bases esqueletais entre si (relao maxila-
mandbula) que so, por sua vez, de carter hereditrio.
As discrepncias podem ainda ser determinadas ou pela ao muscular agindo
como matriz funcional na determinao do crescimento sseo; ou por uma anormalidade
das funes de respirao, deglutio e fonao; ou ainda pela ao de hbitos locais que
prejudicam as estruturas.
SCHWARTZ & SCHWARTZ (1994) concordam que alteraes dentofaciais como,
por exemplo, as mordidas abertas surjam pela ao de fatores locais ou gerais como
hbitos viciosos como suco de dedo ou chupeta, interposio de lbio e lngua,...
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MORESCA & FERES (1994) lembram que em pacientes com mordida aberta ou
sobremordida, alm da projeo da lngua visando realizar o selamento labial durante a
deglutio, os msculos mentonianos tornam-se hipertnicos com o objetivo de
compensar a falta de selamento labial e criar adequada presso intra-oral para a
deglutio.
A projeo ou interposio da lngua sobre os dentes um padro de adaptao
compensatria.
O hbito de dormir com o rosto apoiado na mo ou no brao pode ser a etiologia
de uma mordida cruzada pois essa posio provoca presses anormais e o osso, por ser
um tecido plstico, reage a todo tipo de presso exercida sobre ele.
Alm da suco de chupeta e mamadeira, a suco do dedo polegar e de outros
dedos provoca alteraes no equilbrio do sistema estomatogntico.
MORESCA & FERES (1994) e URIAS (1994) citam as alteraes decorrentes do
hbito de suco persistente aps os quatro anos de idade: retrognatismo
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LINDER-ARONSON (1979) comenta sobre a dificuldade de diagnstico diferencial
dos respiradores nasais e bucais devido ao fato dos respiradores bucais geralmente
terem alguma capacidade para ventilao nasal. Somente com uma obstruo total ou
estenose das vias respiratrias nasais que tem-se uma respirao completamente
bucal. Por essa razo ele denominou de respiradores bucais tambm os pacientes que
respiram pela boca embora possuam alguma habilidade para a respirao nasal.
A rvore respiratria tem incio nas fossas nasais que se comunicam com o
exterior atravs das narinas e com a rinofaringe atravs das coanas.
HUNGRIA (1991) descreve anatomicamente as fossas nasais como sendo
separadas pelo septo nasal que osteocartilagneo; a parte inferior ou soalho
corresponde abboda palatina; a parede superior; e uma parede externa onde
encontram-se os cornetos ou conchas nasais e os meatos.
O esqueleto sseo da pirmide nasal constitudo pelos ossos prprios e
processo frontal do maxilar.
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aberta como uma postura viciosa, sem existir um real empecilho mecnico ou funcional
para a respirao nasal.
MOCELLIN (1994) acusa a hipertrofia das vegetaes adenides como a causa
mais comum da obstruo nasal.
As vegetaes adenides localizam-se na parede superior do cavum e crescem
com velocidade varivel, podendo atingir seu volume mximo entre os quatro e catorze
anos, segundo diferentes autores.
ALMEIDA (1993) lembra que o aumento do espao da nasofaringe em decorrncia
do crescimento da face e do crnio maior que o aumento da tonsila farngea,
melhorando o problema obstrutivo. Mesmo assim, a dificuldade respiratria pode ter incio
entre o primeiro e quarto ano de vida.
Segundo MOCELLIN (1994) as vegetaes adenides comeam a involuir
espontaneamente durante a puberdade e, complementa ALMEIDA (1993), desde que no
esteja sujeito a infeco crnica ou recorrente.
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H tipos de tonsilas palatinas que, quando volumosas, provocam deficincia na
respirao nasal. E, h outros tipos que podem interferir na deglutio e na fonao, uma
vez que limitam a movimentao da lngua.
- Relao entre a funo respiratria e a forma dentofacial
JABUR (1994) discorre sobre um tema que h muito se discute - a inter-relao
entre forma (estruturas anatmicas) e funo (suco, mastigao, deglutio, fonao,
articulao e respirao).
H quem acredite que corrigindo a forma (malocluses) corrigem-se as alteraes
funcionais; ou seja, as funes se normalizam de maneira adequada.
Mordida cruzada, Classe II - diviso primeira e mordida aberta esqueletal so
exemplos de ocluso onde a forma determina e interfere a funo.
Por exemplo, indivduos portadores de Classe II - diviso primeira tm dificuldade
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De acordo com MARCHESAN (1993) a funo respiratria influencia o
desenvolvimento dos maxilares, postura da mandbula e da lngua e a situao do espao
rinofarngeo.
Segundo HUNGRIA (1991) o septo nasal pode sofrer deformaes decorrentes de
respirao bucal permanente em crianas. Isto se deve pois a obstruo nasal cria vcuo
relativo nas fossas nasais e a respirao bucal promove maior presso atmosfrica sobre
a abboda palatina, ultrapassando a linha mediana e originando o palato ogival.
Consequentemente provocado o encurvamento do septo nasal.
URIAS (1994) afirma que a causa da obstruo da via nasal pode ser fator
etiolgico ou, ao menos, predisponente ao desenvolvimento das malocluses como a
mordida aberta.
O autor associa respirao bucal o posicionamento da cabea mais para trs, o
retroposicionamento da mandbula e o abaixamento e protruso da lngua.
MARCHESAN (1994) complementa revelando que, alm da lngua no cumprir seu
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LINDER-ARONSON (1986) so da opinio de que as influncias ambientais
podem alterar as estruturas faciais, e que em alguns indivduos, essas mudanas
morfolgicas retornam condio anterior quando o estmulo removido.
Para determinar se o crescimento mandibular afetado pelo estabelecimento da
respirao normal em crianas com obstruo nasal, eles realizaram um estudo sobre o
relacionamento entre a capacidade das vias areas nasofaringeanas e a direo do
crescimento mandibular em uma amostra de jovens, por um perodo de cinco anos desde
a poca da adenoidectomia.
Inicialmente, a amostra pesquisada, comparada ao grupo controle, mostrou altura
da face inferior significativamente maior, inclinao maior dos ngulos do plano
mandibular e mandbulas mais retrognticas.
Os resultados sugeriram que h uma associao entre a mudana no modo de
respirar, realizada pela adenoidectomia, e o estabelecimento do crescimento mandibular
mais horizontal.
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perodo de crescimento ativo, o indivduo tender ao desenvolvimento de facies
adenoideano.
Caracteristicamente tais pacientes manifestam, verticalmente, o tero inferior da
face mais longo, bases alares estreitas, incompetncia labial, arco maxilar longo e estreito
e ngulo do plano mandibular maior que o normal.
Estes traos dentofaciais tm sido atribudos restrio da funo
nasorespiratria, dependendo de sua magnitude, durao e tempo de ocorrncia.
Desde a virada do sculo, a funo respiratria tem sido implicada como um fator
etiolgico no desenvolvimento dentofacial.
H uma teoria sobre a existncia de relao entre a respirao bucal e a forma
facial que alega que a respirao bucal altera as correntes de ar e presso atravs das
cavidades oral e nasal, causando prejuzo no desenvolvimento das estruturas envolvidas.
H outra teoria que relaciona a respirao bucal com foras musculares exercidas
pela lngua, bochechas e lbios sobre o arco maxilar. O respirador bucal apresenta
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Enfim, embora seja assumido que a respirao bucal de grande significncia
etiolgica no desenvolvimento da sndrome do face longa e de suas anormalidades
dentofaciais associadas, os autores relataram que esta reviso da literatura no apoiou
essa alegao. Comentaram ainda que casos de completa obstruo nasal desde o
nascimento, em pacientes com atresia bilateral dos canais, de modo geral no mostram
caractersticas da sndrome de face longa.
Os estudos sugerem que no h uma relao simples de causa e efeito entre a
funo nasorespiratria e o desenvolvimento dentofacial; em vez disso, h uma interao
completa entre as influncias de hereditariedade e ambientais.
Os autores opinaram que antes de qualquer concluso definitiva a respeito desse
relacionamento necessrio conhecer qual a proporo de respirao bucal e nasal em
indivduos com variadas caractersticas dentofaciais, se as caractersticas dentofaciais
so similares quando os pacientes so categorizados de acordo com uma fidedigna
avaliao quantitativa da funo das vias areas nasais, e se a alterao da funo
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SOSA et al. (1982) relataram diferentes opinies sobre o relacionamento entre a
tonsila farngea e o tipo de ocluso.
H opinies que relacionam a facies adenoideana, ou seja, face prpria de
indivduos que apresentam respirao bucal e tonsilas palatinas e farngea volumosas,
com indivduos que frequentemente permanecem com a boca aberta, o nariz parece
achatado, narinas pequenas e pouco desenvolvidas, lbios separados, com lbio superior
curto e hipotnico e lbio inferior evertido. Os incisivos superiores so protrudos, o
maxilar superior em forma de V com a abboda palatina alta, geralmente com a dentio
inferior retrada, e com o lbio inferior posicionando-se na face lingual dos incisivos
superiores durante a deglutio.
Outras opinies so opostas. Sugerem que a tonsila farngea no tem relao de
causa e efeito com a expresso facial, com um tipo especfico de ocluso, ou com a
respirao bucal.
SOSA et al.(1982) estudaram esse possvel relacionamento entre as malocluses
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A partir dos resultados, o autor conclui que as mudanas na dentio ocorrem
aps a adenoidectomia nas crianas que apresentam respirao bucal pr-
operatoriamente por causa da obstruo nasal.
BIANCHINI (1994) alega que as alteraes respiratrias modificam todo o
comportamento do sistema estomatogntico, interferindo at na postura da cabea,
medida que o indivduo procura um mecanismo compensador para facilitar a respirao.
HUNGRIA (1991) vai mais alm e relaciona a respirao bucal de suplncia com
a reduo da expanso torxica, acarretando para a criana que est em crescimento,
distrbios de desenvolvimento da caixa torxica por diminuio da ventilao pulmonar,
alm de determinadas alteraes morfolgicas da coluna vertebral, do esqueleto facial,
especialmente da abboda palatina e arcadas dentrias.
- Sndrome do Respirador Oral
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Com relao s alteraes corporais: deformidades torxicas, olheiras com
assimetria de posicionamento dos olhos, olhar cansado, cabea mal posicionada em
relao ao pescoo com consequncias para a coluna, ombros cados para frente,
assimetria facial visvel, principalmente em bucinador.
As alteraes das funes orais so: mastigao ineficiente e incoordenada com a
respirao, deglutio atpica, alteraes na fala e voz rouca ou anasalada.
Outras possveis alteraes na Sndrome do Respirador Oral so: sinusites
frequentes, otites de repetio, aumento das tonsilas farngea e palatinas, maior
incidncia de cries, halitose e diminuio da percepo do paladar e olfato, alterao do
sono, ronco, baba noturna, insnia, expresso facial vaga, sede constante, menor
rendimento fsico, incoordenao global, cansao frequente, dificuldades de ateno e
concentrao gerando dificuldades escolares.
Alm de todas essas alteraes possveis no respirador bucal, MOCELLIN (1994)
lembra que outras podem estar presentes como a Sndrome da Apnia Noturna e a
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3. ANLISE DE RESULTADOS
3.1 METODOLOGIA
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A pesquisa teve como principal objetivo relacionar determinado tipo de ocluso(Classe II) ao modo respiratrio do indivduo.
O passo inicial para a pesquisa foi reunir um grupo de pessoas que,
comprovadamente, fossem portadoras de Classe II.
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Foram devolvidos doze questionrios respondidos. A mdia das idades dos
pesquisados foi de dez anos e nove meses.
Classifiquei o modo respiratrio de cada pesquisado com base nas dez questes
respondidas sobre os sintomas do respirador bucal. Vale ressaltar que classifiquei como
respirador bucal mesmo aquele paciente que apresenta respirao mista, ou seja, ora
bucal ora nasal.
Com base nos dados dos ortodontistas e na classificao do modo respiratrio
constru uma tabela (anexo) para melhor visualizar e facilitar a anlise dos dados.
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3.2 RESULTADO/ANLISE
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Quando iniciei a presente pesquisa esperava encontrar um nmero significativo de
respiradores bucais em indivduos portadores de ocluso Classe II, principalmente nos deface longa e com alterao de mordida e palato associado.
De fato, um grande nmero de indivduos com ocluso Classe II so respiradores
bucais (75%).
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mordida cruzada unilateral e 1 (11%) mordida aberta. Apesar deste achado ter sido
inesperado, a literatura alega ser frequente a presena de mordida profunda em indivduos
portadores de Classe II - diviso segunda.
Todos os indivduos com ocluso Classe II esqueletal apresentam alterao de
mordida; 4 possuem mordida profunda e 1 possui mordida aberta e cruzada unilateral.
interessante notar que desses 5 respiradores bucais com mordida profunda, 3
so portadores de Classe II esqueltica, 1 de Classe II dentoalveolar e 1 de Classe II
esqueltica e dentoalveolar.Ainda, dentre esses 5 respiradores bucais com mordida
profunda associada, 2 apresentam atresia de palato e so Classe II esqueltica; um face
longa e outro face mdia.
Com relao ao palato 55% dos respiradores bucais apresentam alteraes
morfolgicas (22% palato ogival e 33% palato atrsico), Curiosamente, dentre os 3
respiradores nasais, 2 apresentam palato ogival (67%). No entanto, 100% dos indivduos
com face longa tm alterao morfolgica do palato.
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4.CONSIDERAES FINAIS
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Iniciei esta pesquisa com a curiosidade e objetivo de verificar a relao entre
indivduos portadores de ocluso Classe II dentoalveolar e/ou esqueltica e seu
modo respiratrio.
Tive como outros objetivos analisar a tipologia facial, tipo de mordida
eventualmente associado e a existncia ou no de alterao do palato dos
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pode estar normal, possibilitando o vedamento labial. Ambos observam frequente
presena de mordida profunda nestes casos.
ANDERSEN (1963) tambm considera que a ao da lngua sobre os dentes
responsvel pelas ocluses de Classe II com mordida profunda, entre outras.
Relacionando a respirao ao tipo facial, MARCHESAN (1994) e BIANCHINI
(1994) observam que quase sempre os indivduos de face longa so respiradores
bucais.
BIANCHINI (1995) tambm relaciona a respirao bucal a indivduos que
apresentam mordida cruzada unilateral associada a alterao esqueltica de
Classe II.
Em funo destas afirmaes, esperava encontrar em minha pesquisa, que a
maioria dos respiradores bucais fossem portadores de Classe II esqueltica, com
d i d f l l d did i i l did
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Outro dado curioso foi a maior porcentagem de palato ogival verificado em
respiradores nasais do que nos bucais, visto que esta alterao caracterstica dos
indivduos que respiram pela boca.
MOCELLIN (1994) lembra que as alteraes da face se do principalmente
durante durante a fase de crescimento.
Com seis anos de idade ocorre a erupo dos primeiros molares
permanentes e aos doze anos a erupo dos segundos molares permanentes.
Neste intervalo de tempo ocorrem as trocas dos dentes decduos pelos
permanentes, caracterizando a fase da dentio mista.
Nesta fase, as possibilidades de ocorrncia de anomalias aumentam devido
prpria dinmica das modificaes que se processam naturalmente, segundo
KHLER (1994).
P i di i id i i l i d i
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A classificao quanto ao modo respiratrio dos pesquisados foi feita de
forma subjetiva a partir dos dados contidos no questionrio fechado.
LINDER-ARONSON (1963) comenta sobre a dificuldade de diagnstico
diferencial dos respiradores nasais e bucais devido ao fato dos respiradores bucais
geralmente terem alguma capacidade para ventilao nasal. Somente com uma
obstruo total ou estenose das vias respiratrias nasais que tem-se uma
respirao completamente bucal. Por essa razo ele denominou de respiradores
bucais tambm os pacientes que respiram pela boca embora possuam alguma
habilidade para a respirao nasal.
Eu tambm adotei este padro de classificao, j que quase sempre a
respirao bucal implica em uma combinao de respirao nasal e bucal.
LEECH examinou a relao entre a competncia labial e o modo respiratrio
b d d i di d i i l bi l
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5.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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ALMEIDA, C.I.R. - Adenides e amgdalas: a grande polmica In:ALTMANN,
E.B.C. eds.Fissuras labiopalatinas.So Paulo, Pr - Fono, 1993. p.467-80.
ANDERSEN,W.S. - The relantionship of the toungue-thrust syndrome to
maturation and other factors. Amer. J. Orthod., 49 (4):264-75, 1963.
BAPTISTA, J.M. & TENRIO,M.B. - Desenvolvimento embrionrio craniofacial e
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HUNGIA, H. Otorrinolaringologia, Rio de Janeiro., Guanabara Koogan,
1991a.488p.
JABUR, L.B. - Inter-relao entre forma e funo na cavidade oral. In: Tpicos em
fonoaudiologia, So Paulo, Lovise,1994. p.224-26.
JUNQUEIRA, P.S. - A atuao fonoaudiolgica nos casos de mordida aberta
anterior na dentio decdua. In: Tpicos em fonoaudiologia, So Paulo.,
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6.ANEXOS
__________________________________________________________
D.N.: SEXO: M ( ) F ( )
TIPO FACIAL: CURTO ( ) MDIO ( ) LONGO ( )
CLASSE II: DENTOALVEOLAR ( ) ESQUELTICA ( )
MORDIDA: ABERTA ( ) PROFUNDA ( ) OVERJET ( )
CRUZADA UNILATERAL ( ) BILATERAL ( )
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7. Se na situao da questo anterior a boca fica aberta, v-se a lngua repousando
no soalho (cho) da boca? ( ) SIM ( ) NO
8. H necessidade de comer com a boca aberta para respirar enquanto mastiga?
( ) SIM ( ) NO
9. Costuma ter a boca seca? ( ) SIM ( ) NO
10. Respira pela BOCA ( ) ou pelo NARIZ ( ) ?
-
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Su Idade Sexo Tipo Facial Classe II Mordida Palato Resp.Bucal
jei anos Meses F M curto longo mdio dento esque aberta pro- cruz cruz ogival atr- sim no
tos alveol. ltico funda unilat. bilat. sico
1 11 7 X X X X X
2 9 4 X X X X X X
3 9 4 X X X X X
4 8 1 X X X X X X X
5 9 4 X X X X X
6 13 8 X X X X X
7 8 8 X X X X
8 8 1 X X X X X X
9 8 7 X X X X X X X
10 14 1 X X X X X X
11 9 7 X X X X X X
12 18 10 X X X X X
25% 25% 33% 42% 42% 67% 42% 8% 67% 17% 0% 33% 25% 75% 25%
MDIA 10 9 33% 22% 33% 44% 44% 56% 55,5% 11% 55,5% 22% 0% 22% 33% Bucais
0% 33% 3% 33% 33% 100% 0% 0% 100% 0% 0% 67% 0% Nasais