ressuscita-se a geopoltica (charles clover)

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  • 8/8/2019 Ressuscita-Se a Geopoltica (Charles Clover)

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    FOREIGNAFFAIRS:':'. :-, .S EDIO BRAStlEIRA - NMERO 31 -BRH// 1999

    Unufpubl icao da */>Tm GAZETA M ERCANTIL'

    E s t a d o s U n i d o s e E u r o p a:C. FRED BERGSTEN8

    O f a n f a r r o d o R e s s u s c i t a - s e a P i n t a n d o a C h i n am u n d o l i v r e geopol t ica de v e r d eGARRYW1LLS ; CHARLESCUOVER ; ELI2ABETH ECONOMY

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    PGINA 12- FOREIGNAfFARS - EDO BRASILERA - PUBLICAO DA GAZETAMERCANTIL - SEXTA-FEIRA. 9 DEABRL DE1999

    cluiriam os Estados Unidos tanto da ao comode qualquer apoio a ela.Alm disso, que naoconsciente de sua dignidade iria querer assu-mir umaparcela do risco sem dispor de nenhu-m a parcela de responsabilidade? Umdirigentej-mpre deveria evitar cobrar dos outros o quer _ prprio no faria.O antdoto perfeito para tais demandas a re-:omcndao fei ta por Madison de que as lide-ranas americanas consultem a opinio alheia etentem se ver pelos olhos dos outros. Atual -mente, os Estados Unidos so a nao mais po-derosa do mundo, masesse poderio s poderser mantidose eles obtiverem a cooperao deoutros pases. Quando publicou 'A Ascenso e",)ueda das Grandes Potncias", Paul Kennedy,um historiador da Universidade Vale, foi acusa-do de prever o declnio dosEstados Unidos.Narealidade, ele dizia que o poder internacionalprecisa ser distribudo para ser mantido, poisos novos centros de poder s iro ampliar o po-derio dos Estados Unidos, adquirindo os pro-dutos americanos e fornecendo-lhes bens emo-de-obra. A di fuso do poder um proces-so benigno, admitindo que, para se manterprspera por muito tempo, no convm a umanao eliminar todo e qualquer concorrente.

    U M A P A R B O L AO presidente Clinton deveria ter aproveita-do em sua poltica externa as liesde seufracasso em reformar o s i s t em a de sade. Seuplano de reforma foi formulado como uma in-triga externa ultra-secreta, esperando-sc que apopulao o aceitasse como um fait accompli.

    de se supor que os responsveis pelo novoplano de sade tenham sido aqueles ilumina-dos por um saber inacessvel aoscidadosco-muns. Nesse caso, porm, ao contrrio demuitas discusses sobre poltica externa, oimprio do sigilo podia ser contestado. Quan-do o plano fo i trazido do alto do monte Sin ai ,como as tbuas da lei, no foi difcil para osgrupos de presso o moldarem a seus interes-ses. Embora o fracasso em incluir o povo sejamais raro na poltica in-terna, ele continua sen-do de praxe na formula- co da poltica externa.Semdvida, por vezes a diplomacia tem necessi-dade de "sigilo e preste- za". Mas as ocasies queexigem ambos so rela-tivamentepoucas em comparaocom os in-meros momentos em que se evoca sua neces-sidade. Henry A. Kissinger criou um modelode competncia na rea de poltica externaque valorizava sobretudo o correto enquadra-mento conceituai e o uso de informaes for-necidas pelos servios de Inteligncia. Essesinstrumentos no tm nada a ver com lideran-a. Ter a melhor e mais clara concepo po-ltica no significa conseguir que outros pa-ses atuem em funo dela. Para tanto, pre-ciso conquistar o apoio da nao, no pelaimposio de uma determinada poltica maspela conquista da confiana.A melhor ilustrao dessa verdade a pea'A Surpresa", do autor ingls G.K. Chesterton.Nela, um monge santo encontra o velhodono deum teatro de marionetes cujas figuras em tama-nho natural estavam representando uma histria

    05 novos centros depoder s i roampl iar o poderiod o s Estados Unidos

    romntica de amor e aventuras. motivo de tris-teza para o velho, que ama suas marionetes, ofato de no serem capazes de se mexer sozinhas.O monge ora por um milagre, e os bonecos co-meam a se mover por conta prpria, represen-tando a mesma histria. Mas pequenas coisas co-meam a dar errado e o acmulodelas acaba le-vando os namorados a se desentenderem e osamigos a trocarem socos. Exasperado, o velhogrita: "Parem! Estou descendo para o palco!" Apea termina nomomen-to em que o manipula- dor dos cordes vai terde agir, pela primeira vez, como um lder.O velho das marione- tes, tal como Kissingerou os autores do planode reforma do sistemade sade, achava que sabia o que era melhorpara os personagens que estava manipulando.Ele dispunha de todas as informaes dispon-veis sobre essas criaturas e os ambientes emque circulavam. Mas o que lhe faltava era o atri-to de outras mentes independentes. Ele no es-tava liderando e sim impondo-se, tal como osEstados Unidos fizeram no caso dos pases cu-jos dirigentes foram derrubados. No f inal dapea, contudo, o velho v-se obrigado a con-ciliar os desejos, dvidas e objees das mario-netes transformadas em atores. essa a arena que todo o lder precisa en-f r enta r . Enquanto os dirigentes americanosnodemonstrem esse tipo de respeito, ateno evontade de persuaso em relaoao povo,tan-

    to o dos Estados Unidos como o dos pases es-trangeiros, continuaremosdesprovidos de lide-rana na rea dapoltica externa. Ressuscita-se a geopolticaSONHOS DO CORAO

    D A E U R S I AP oucas ideologias modernas so to abran-gentes e arbitrrias, to romanticamenteibscuras, to fa lhas intelectualmente e'to ca-pazes de iniciar uma terceira guerra mundialcomo a teoria da "geopoltica".Popularizada no incio do sculo 20 por sir Hal-fbrd Mackinder, um excntrico gegrafo britnico,a geopoltica afirma que o planeta permanecereternamente dividida em duas esferas natural-

    p o r C h a r les C l o v e r *mente antagnicas: a terra e o mar. Segundo estemodelo, o repositrionaturaldopoderglobal ter-restre so as terras centrais, o "corao" da Eursia- o territrio doantigo imprio russo. Quem con-trolar essa regio central, disse Mackinder, estarsempre procurando dominar a massa territorialeurasiana e, posteriormente, o mundo.No admira que essa teoria geopoltica notenha passado despercebida na prpria regiocentral. Hoje, sombra das cpulas do Krem-lin, a teoria geopoltica tem um contingente ca-da vez maior de seguidores. Muitos ntelectuaisrussos, que outrora pensavam que a vitria desua ptria sobre o mundo seria o resultado ine-

    vitvel da histria, agora depositam suas espe-ranas para avoltadagrandeza russa numa teo-ria que , de certa forma, o oposto do materia-lismo dialtico, A vitria hoje no mais seencontra nahistria mas, sim,nageografia; nomais no tempo mas, sim, no espao.Um a teoria geopoltica chamada "eurasianis-mo" tornou-se o foco comum da coalizo "vcr-melho-marrom" daRssia - aaliana de polticos

    *Charles Clover c hefe d a sucursal d oF j n c t n c i a l T i m e s e in K i e v .

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    FOREI6NAFFAIRS - EDO BRASILERA- PUBLICAO DA GAZEIA MERCANTIL -SEXTA-FEIRA 9 DEABRL DE 1999 - PGINA 13

    deultra-esquerda e ultra-direitaque, juntos, con-trolam quase metade da Duma (a cmara baixado Parlamentorusso) e que se fortalece dia a dia, medida que a crise econmica russa vai radi-calizando a sofrida populao do pas.Na sua forma mais branda, o eurasianismo ape-nas reala o carter nico e original da Rssia eafirma que esta no precisa seocidentalizar a fimde modemizar-se. Porm na sua verso linha-du-ra, o movimento visualiza as terras centrais daEursia como aplataforma de lanamento de ummovimento global anti-Ocidente cujo objetivoa expulso final da influncia "atlntica" (leia-se"americana") sobre a Eursia.Seguidores dessa veia radical incluem os l-deres do Partido Comunista, que hoje , de lon-ge, a maior organizao poltica da Rssia. Gue-nadi Zyuganov, seu presidente, acaba de publi-car um manifesto geopoltico, "A Geografia daVitria", onde abandona qualquer coisa que seassemelhe doutrina comunista tradicional."Vivemos numa poca em que a geopolticaest literalmente batendo porta, e ignor-laseria no s um erro, como tambm umcrime"?

    escreve Zyuganov. A nica vez em que Marxaparece no livro em citaes destinadas a re-velar que tambm ele era um geopoltico.Outros partidos polticos radicais, como oPartido DemocrticoLiberal de Vlad imir Jir i-novski (o PDL, que no liberal nem democr-tico), tambm esto pegando carona na ondada geopoltica. Suas arengas no podem ser ig-noradas: oPDL domina ocomitde geopolticana D u m a e compete com o comit de assuntosestrangeiros, este mais liberal, para ser a vozoficial da Duma na esfera da poltica externa.Fora da rea legislativa, o ministro da Defesae a elite militar russa tambm j pegaram a fe-bre eurasiana. Alguns comentadores chegam aencontrar s impatias geopolticas nas medidasadotadas pelo enigmtico novo primeiro-mi-nistro russo, Yevgeny Primakov. Sua viso po-ltica se encaixa to bem na doutrina eurasia-nista que difcil no ver Primakov como umdos apoiadores do movimento - embora elenunca tenha declarado em pblico suaposioquanto a essa teoria.

    DORMINDO CO M O INIMIGOO amplo sucesso do eurasianismo se deve,em parte, ao seu carter abrangente e h-brido. Nas mos hbeis de seus cuidadososidelogos, o eurasianismo conseguiu reconci-liar as filosofias, contraditrias em tantos as-pectos, docomunismo, daortodoxia religiosaedo fundamentalismo nacionalista. Assim, o eu-rasianismo consegue ser imperial sem ser na-cionalista, messinico sem ser abertamentechauvinista. Tornou-seuma filosofia tipo guar-da-chuva, absorvendo tudo que radical nocaldeiro borbulhante do pensamento polticops-sovitico. Vemos, portanto, que o eurasia-nismo pode ser a lend-ria "terceira via", ummeio-termo entre a ex- trema esquerda e a ex-trema direita - e contu-do, longe do centro, seanalisado por seus pr-prios mritos.

    Se o eurasianismo pa-rece familiar, no coincidncia. uma teoriaque descende diretamente do movimento es-lavfilo do sculo 19,agora reequipado parao sculo 21.Plagiadode M a c ki n d e r e nascidoem 1921 com a publicao de "xodo para oOriente", do historiador Peter Savitsky, o eu-rasianismo busca estabelecer a identidadenica e singular da Rssia como algo bemdistinto do Ocidente. Em vez de ressaltar aunio cultural de todos os eslavos (como fi-zeram os eslavfilos, at que a idia desmo-ronou com os levantes da dcada de 1860 naPolnia), o eurasianismo lana os olhos parao sul e para o oriente e sonha em f u n d i r aspopulaes eurasianas de religio m u u l m a -na e crist ortodoxa num s todo.O eurasianismo entrou no mundo ps-sovi-tico pelas pginas do jornal de oposio Den(ODia), que foi criado em 1990 e mudou seunome para Zavtra (Amanha) depois de ser fe-chado pelas autoridades em 1993. Nos oitoanos que se passaram desde ento, o editor,

    Eurasianismo, p o n t ode c o nverg nc i a p a r aos descontentes deesquerda e de direi ta

    Alexander Prokhanov, e seu ex-assistente, Ale-xander Duguin, transformaram oeurasianismonum ponto de convergncia para os descon-tentes de esquerda e dedireita."Os eurasianistas t r a n s f o r m a r a m ascontra-dies entre os brancos (ultraconservadores]e os vermelhos com base num amplo projetode civilizao", disse Duguin em seu escrit-rio em Moscou, em frente ao mosteiro de No-vodevechy. "Ningum mais alm dos eurasia-nistas apresentou um projeto assim, que datados anos 1920 mas continua i g u a l m e n t e vli-do nos anos 1990. Asoutras tendncias - oseslavfilos, os ocidentalistas, a esquerda e adireita, osvermelhos e os brancos - so ten-dncias exauridas, so para ossaudosistas, talcomo colecionar selosou carros antigos."Desde que deixou oZavtra, D u g u i n se tor-nou editor de uma pu -blicao chamada "Ele-

    - mentos: Panorama E u-rasiano" e trabalhacomo consultor paraGuenadl Seleznev, porta-voz dos comunistas naD u m a . Duguin assumiu um papel central nomovimento euras ianis ta com seu livro de 1997,"Elementos Bsicos de Geopoltica: O fu turogeopoltico da Rssia", que escreveu com ajudado estado-maior da Academia Mili ta r russa."Elementos Bsicos de Geopoltica" parte doconceito de Mackinderda oposio geopollicaentre potncias terrestres e potncias marti-mase o leva umpasso mais adian te , af irmandoque esses dois mundos no apenas so gover-nados por imperativos estratgicos rivais, masculturalmente tambm esto n u m a oposiofundamental . Para Duguin, o antagonismo en-tre terra e mar um paralelo diviso entreOcidente e Oriente. Segundo sua teoria, as so-ciedades de base terrestre so atradas para atradio e para os sistemas de valor absolutos,ao passo que as sociedades martimas so ine-rentemente liberais.No f ront estratgico, Duguin sugere que umaaliana anti-Ocidente, formada pela Rssia, o

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    PGNA 14 - FOBEIGNAfFAJRS - EDO BRASILEIRA -PUBLICAODA GAZETA MERCANIl - SEXTA-FEIRA. 9 DEABRIL DE1999

    Japo, a Alemanha e o Ir, baseada na rejeioque todosesses pases sentem pelo Ocidente(ignorando o fato de que nem todos so debase terrestre), seria capazde expelir do con-t in en t e a inf luncia americana. Embora um ata l aliana parea totalmente implausvel pa-ra os leitores ocidentais - assim como a afir-mao, que vai contra os fatos, de que aAle-m a n h a e oJapo no so pases "ocidentais"- parece que algumas sugestes de Du gu inanteciparam certos direcionamentos da pol-tica russa. Por exemplo, ele recomenda de-volver aoJapo as disputadas Ilhas Kuril, co-mo um passo para a construo de uma alian-a . No outono de 1998 justamente essa idiafoi apresentada aos japoneses. As idias deD u g u i n tambm precederam as conclama-es de Yeltsin por um eixo Moscou-Ber lim-Paris e as iniciativas de Primakov rumo ao Ire o Iraque (que comearam quando ele eraministro do exterior). A correlao entre asidias de Duguine as do "estabiishment" rus-so bvia demais para se ignorar.

    O S V E R M E L H O SE nquanto Duguin e Prokhanov se destacamcomo os principais idelogosdo eurasia-nismo, Guenadi Zyuganov o maior prticodo movimento. Zyuganov utilizou o eurasia-n ism o para reinventar o Partido Comunista,eteve um sucesso fantstico nessa empreitada.Combinando o nacionalismo, a ortodoxia re-ligiosa e o marxismo, Zyuganov conseguiuvencer os nacionalistas e ganhar o voto radi-ca l emambos os lados do espectropoltico.Ea fora de seus c o m u n i s t a s na Duma devecrescer nas prximas eleies, quando o des-contentamento popular com a poltica decentro ir impelir os eleitores para osdoisex-t r em o s - os quais, graas estratgia dZyu-ganov, agora levam de volta aos comunis tas .Zyuganov conseguiu transpor a distnciaentre os Vermelhos e os Brancos na socieda-de russa, primeiro ligando a "idia nacional"da Rssia s tradies populares e religioCrist Ortodoxa Russa, e em seguida absor-vendo-as de volta no comunismo. Em seu li-vro de 1995, "Za Gorizontom" (Alm do Ho-rizonte), Zyuganov argumenta que a idiarussa tradicionalde obshina (comunidade) ea doutrina ortodoxa de sobornost (comuni-tarismo) - que apoiam a propriedade cole-tiva dos bens e tomada de deciso comuni-tria - revelam que atravs da histria o co-m u n i s m o sempre foi um tema central dasociedade russa.Zyuganov, o eurasianista, no apenas um na-cionalista russo. Ele tambm se apresenta comonacionalista Bashkir, nacionalista Tatar e ardentedefeasor do budismo Kalmikian. A grande idiade Zyuganov que todas associedades tradicio-

    Mui tos russos vemseu p a s c o m o

    do Or ien te opr imido

    nais so profundamente socialistas. Fazendoum a habilidosa conexo entre onacionaljsmo t-nico e as idias comunistas de amizade entre asnacionalidades, conseguiu costurar todosos gru-pos tnicos eurasianos e uni-los num a colcha deretalhos anti-liberal, anti-Ocidente, favorvel aotradicionalismoe do ao coletivismo.Esta estratgia rendeu frutos nacampanha pre-sidencial de Zyuganovem 1996. El e venceu fa-cilmente em distritos n orussos, graas imagemde defensor da auto-de-terminao e sua oposi-o ao nacionalismo rus-so mais exclusionro decandidatos como Alexan-der Lebed.Se "Alm do Horizonte" foi a tentativade Z y u -ganov de associar o c omuni s mo s tradiesrusso-eurasianas, seu ltimo livro, "A Geografiada Vitria", uma tentativa ainda mais ambicio-sa de correlacionar a luta de classes com o con-flito Oriente-Ocidente. Neste livro, Zyuganoves-clarece a incompatibilidade entre a Rssia e a ci-vilizao ocidental. "A R s s i a jamais serburguesa", afirma Zyuganov. El e continua afir-mando que a Rssia fo i subordinada peloOci-dente e se tornou mera fonte de matrias pri-mas - uma situao infeliz que ele consideraanloga aodestino do Oriente ps-colonial.Para Zyuganov, a raiz do conflito est noprprio carter da civilizao ocidental. Eleaceita que a filosofia poltica do Ocidente sef u n d am en t a no conceito ateniense de demo-cracia, mas afirma que, enterrada nesse lega-do histrico, se encontra tambm a divisoateniense da sociedade entre cidados e es-cravos - conceitoquepoucos democratas oci-dentais aceitariam. Essadiviso, segundo Z y u -ganov, um princpio fundamental da visoocidental de mundo: o "bilhodourado" doshabitantes do mundo que vivem no Ocidente"so livres de obrigaes para com o resto dahumanidade e o restante, de maneira t i l ejusta, desempenha seupapel de apndice, defornecedores de recursos, reservatrios de li-xo txico e locais para se estabelecer inds-trias ecologicamente prejudiciais."

    ele. "O fundamentalismo compreendido coium a volta s seculares tradies nacionais epirituais, e pode levar a resultados muitopsv o s . a voltas normas moraisnos relacionamitos entreas pessoas (...) mantendo intactaa mod a" sociedade."

    Essa fixao no relacionamento da Rs:co m o Oriente tpica dos eurasianistas. Scverdade que so im prialistas, no so nacinalistas tradicionais; iverdade, a maioria dieurasianistas tenta :u m m e m b r o h o n o r r io d i s t i n g u i r d O S n a d o nl is tas russos proponc

    C O M O S O L H O S V O L T A D O SP A R A O O R I E N T E

    f aracombater na luta de classesglobal, ad-verte Zyuganov, a Rssia deve primeiroconsolidar o mundo do Cristianismo Ortodoxonum nico bloco e construir fortes laoscom oradicalismo islmico."No final do sculo vintevaificando cada vez mais bvio que o caminho isl-micoestsetomandoaverdadeira alternativapa-ra a hegemonia da civilizao ocidental," escreve

    alianas com os vizinh