resumo abstract - scielo · quadro 2: caracterização da amostra em função das variáveis anos...

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33 {Investigação A compreensão e determinação das compo- nentes psicológicas geradoras de diferenças de rendimento nos momentos de competição, revela-se fundamental para o desenvolvimento de intervenções adequadas ao nível do treino desportivo. O presente estudo centrou-se na determinação das características psicológicas que definem os atletas paralímpicos, com base nos parâmetros do Perfil Psicológico de Prestação. A amostra foi constituída por 28 atletas (21 ho- mens e 7 mulheres) de quatro modalidades e três tipos de deficiência, com idades compreendidas entre os 19 e os 49 anos (M= 31.14, SD= 6.69), que representam a totalidade dos atletas seleccio- nados para os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004 sem afectação cognitiva. O questionário utilizado foi o do Perfil Psicológico de Prestação, que considera a avaliação de sete variáveis psicológicas: (i) autoconfiança, (ii) pensamentos negativos, (iii) pensamentos positivos, (iv) atenção, (v) visualização, (vi) motivação e (vii) atitude competitiva. Os procedimentos estatísticos con- sistiram em análise descritiva, análise correlativa e análise comparativa, para um nível de signifi- cância de 0.05. Os principais resultados indicaram níveis elevados de preparação psicológica, siste- mática para as variáveis motivação (27.43+1.99), autoconfiança (27.18+2.57) e atitude competitiva (25.61+2.68), e não sistemática para o positi- vismo (24.86+2.53), visualização (23.29+4.02), atenção (23,07+3,36) e negativismo (21.11+3.19). Evidenciaram-se ainda diferenças significativas entre os atletas de acordo com o tipo de defi- ciência, modalidade e títulos conquistados. Palavras-chave: variáveis do Perfil Psicológico de Prestação, atletas paralímpicos. Psychological profile of paralympics athletes in Athens 2004 The identification and comprehension of the psychological components which determine the differences between the high performance athletes at competition time, is absolutely necessary in order to choose the suitable interventions when coaching. The present study describes the identification of the psychological profiles that distinguish the athletes of different sport modalities and different disabilities, based on the Psychological Performance Profile. The sample concerns 28 athletes (21 men and 7 women) from four sport modalities and three different kinds of disability. The age of the athletes ranged from 19 and 49 years old (M= 31.14, SD= 6.69), which represent the total athletes selected for the Athens 2004 Paralympic Games, without any cognitive problems. The inventory used was that of the Psychological Performance Profile, who takes into consideration the eva- luation of seven psychological variables: self- -confidence, negativism, positivism, attention, visualization, motivation and attitude control. The statistical procedures were based on descri- ptive, correlative and comparative analysis, with a significance level of 0.05. The main results showed high level of psychological preparation, regular for the variables: motivation (27.43+1.99), self-confidence (27.18+2.57) and attitude control (25.61+2.68), and non-regular for positivism (24.86+2.53), visualization (23.29+4.02), attention (23,07+3,36) and negativism (21.11+3.19). This study also found statistically important differences between paralympic athletes according to the kind of handicap, sportive modality and ranks. Key words: Psychological Performance Profile variables, paralympic athletes. Resumo Abstract Data de submissão: Julho 2007 Data de Aceitação: Julho 2007 Perfil psicológico de prestação dos atletas paralímpicos Atenas 2007 Ana Rita Bodas, João Paulo Lázaro, Hélder Miguel Fernandes FCT - Centro de Estudos em Educação e Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) Bodas, A.; Lázaro, J; Fernandes, H; Perfil psi- cológico de prestação dos atletas paralímpicos Atenas 2007. Motricidade 3(3): 33-43

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33 {Investigação

A compreensão e determinação das compo-nentes psicológicas geradoras de diferenças derendimento nos momentos de competição,revela-se fundamental para o desenvolvimentode intervenções adequadas ao nível do treinodesportivo. O presente estudo centrou-se nadeterminação das características psicológicasque definem os atletas paralímpicos, com basenos parâmetros do Perfil Psicológico de Prestação.A amostra foi constituída por 28 atletas (21 ho-mens e 7 mulheres) de quatro modalidades e trêstipos de deficiência, com idades compreendidasentre os 19 e os 49 anos (M= 31.14, SD= 6.69),que representam a totalidade dos atletas seleccio-nados para os Jogos Paralímpicos de Atenas2004 sem afectação cognitiva. O questionárioutilizado foi o do Perfil Psicológico de Prestação,que considera a avaliação de sete variáveispsicológicas: (i) autoconfiança, (ii) pensamentosnegativos, (iii) pensamentos positivos, (iv) atenção,(v) visualização, (vi) motivação e (vii) atitudecompetitiva. Os procedimentos estatísticos con-sistiram em análise descritiva, análise correlativae análise comparativa, para um nível de signifi-cância de 0.05. Os principais resultados indicaramníveis elevados de preparação psicológica, siste-mática para as variáveis motivação (27.43+1.99),autoconfiança (27.18+2.57) e atitude competitiva(25.61+2.68), e não sistemática para o positi-vismo (24.86+2.53), visualização (23.29+4.02),atenção (23,07+3,36) e negativismo (21.11+3.19).Evidenciaram-se ainda diferenças significativasentre os atletas de acordo com o tipo de defi-ciência, modalidade e títulos conquistados.

Palavras-chave: variáveis do Perfil Psicológico dePrestação, atletas paralímpicos.

Psychological profile of paralympicsathletes in Athens 2004The identification and comprehension of the

psychological components which determine thedifferences between the high performance athletesat competition time, is absolutely necessary inorder to choose the suitable interventions whencoaching. The present study describes theidentification of the psychological profiles thatdistinguish the athletes of different sportmodalities and different disabilities, based on thePsychological Performance Profile. The sampleconcerns 28 athletes (21 men and 7 women)from four sport modalities and three differentkinds of disability. The age of the athletesranged from 19 and 49 years old (M= 31.14,SD= 6.69), which represent the total athletesselected for the Athens 2004 Paralympic Games,without any cognitive problems. The inventoryused was that of the Psychological PerformanceProfile, who takes into consideration the eva-luation of seven psychological variables: self--confidence, negativism, positivism, attention,visualization, motivation and attitude control.The statistical procedures were based on descri-ptive, correlative and comparative analysis, with asignificance level of 0.05. The main resultsshowed high level of psychological preparation,regular for the variables: motivation (27.43+1.99),self-confidence (27.18+2.57) and attitude control(25.61+2.68), and non-regular for positivism(24.86+2.53), visualization (23.29+4.02), attention(23,07+3,36) and negativism (21.11+3.19). Thisstudy also found statistically important differencesbetween paralympic athletes according to thekind of handicap, sportive modality and ranks.

Key words: Psychological Performance Profilevariables, paralympic athletes.

Resumo Abstract

Data de submissão: Julho 2007 Data de Aceitação: Julho 2007

Perfil psicológico de prestação dos atletas paralímpicos Atenas 2007Ana Rita Bodas, João Paulo Lázaro, Hélder Miguel Fernandes

FCT - Centro de Estudos em Educação e Psicologia da Universidadede Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal)

Bodas, A.; Lázaro, J; Fernandes, H; Perfil psi-cológico de prestação dos atletas paralímpicosAtenas 2007. Motricidade 3(3): 33-43

34 {Investigação

IntroduçãoA compreensão do efeito dos factores psico-

lógicos no comportamento humano em contextosdesportivos e dos efeitos psicológicos que aparticipação no desporto ou na actividade físicapoderão ter nos participantes, tem vindo acaracterizar o âmbito de estudo da Psicologia do Desporto1, pelo que a maior parte da pesquisaneste domínio tem apresentado dois objectivoscentrais: (i) compreender de que forma os factorespsicológicos afectam o rendimento desportivodos indivíduos; e (ii) como é que a participaçãono desporto e no exercício afecta o desenvolvi-mento psicológico, a saúde e o bem-estar dessesmesmos indivíduos18.

Pensamos então ser cada vez mais fundamentaluma abordagem multidisciplinar ao treino e àcompetição. Num momento desportivo como o actual, em que as diferenças patentes entre osatletas são cada vez mais reduzidas ao nível dapreparação física, capacidade técnica e compre-ensão e inteligência tácticas, a procura de novoselementos como são as competências psicológicas,revelam-se decisivas na busca de resultados.Isto acontece particularmente ao nível Olímpico,em que a diferença entre ganhar e perder distafrequentemente escassos milésimos ou milímetros.Sob estas condições, o sucesso está frequente-mente dependente da capacidade do indivíduopara controlar os factores psicológicos inerentesà performance, e assim competir ao seu melhornível, potencializando e explorando ao máximoas suas capacidades.

Uma preparação psicológica adequada esistemática revela-se decisiva para suprir umafalha, uma lacuna existente entre o que se é capazde fazer enquanto atleta e aquilo que realmentese faz durante uma prestação: a lacuna entre opotencial e a realização desse potencial7.

Para Vasconcelos-Raposo14 o desenvolvimentoda excelência depende directamente das atitudesface às exigências impostas pelo treino e com-petição. Assim, podemos não ser capazes decontrolar todas as situações em competição,

Perfil psicológico de prestação dos atletas paralímpicos Atenas 2007Ana Rita Bodas, João P. Lázaro, Hélder M. Fernandes

mas se controlarmos a nossa resposta a essassituações, estaremos a influir decisivamente nanossa performance, e no nosso controlo final sobrea mesma. “I can’t control the wind, but I can control myemotional reaction to the wind, and when I do, in a sense,I control the wind” 7.

O Desporto Adaptado tem registado umaevolução acentuada no plano puramente despor-tivo, sendo que esta pressão de desenvolvimentodesencadeia maiores exigências no plano dapreparação dos atletas, quer para o treino, querpara a competição. Se por um lado, os técnicostêm sentido grande necessidade em ter acesso ainformações específicas que possam apoiar o seutrabalho nas diferentes modalidades, sendo essasraras, não acessíveis e dispersas (facto que contri-bui para o empirismo latente na intervençãotécnica dos treinadores, e assim para algumasdificuldades evidenciadas na preparação dosatletas); por outro, parece-nos ser fundamentaluma procura de informação na área das compo-nentes mentais do treino, na medida em queestas possibilitam um melhor entendimentodos processos e respostas psicológicas (o quepode ser particularmente positivo neste tipo deatletas), e podem constituir uma mais valia, nãoapenas no Desporto Adaptado, mas no desenvol-vimento desportivo em geral.

A capacidade de alcançar níveis desejados econsistentes de performance em competição, estánaturalmente associada ao grau de preparação doatleta, mas estará sobretudo dependente daforma como essa preparação se coaduna com as exigências específicas da competição, pelo queo desenvolvimento das competências psicológicasdeverá ser orientado de acordo com essasmesmas exigências, que se revelam distintas deacordo com características particulares das dife-rentes modalidades.

Entre as diversas modalidades, o boccia é umdesporto algo peculiar que se distingue dos res-tantes pelo facto de solicitar um reduzido

35 {Investigação

envolvimento muscular e energético, apresen-tando os atletas baixa condição física, mas emque a fadiga parece aparecer com algumafrequência, evidenciando-se fundamentalmenteao nível dos processos de concentração9. A umareduzida intensidade de esforço opõe-se a neces-sidade de uma elevada capacidade atencional,decorrente das exigências ao nível do controlopsicomotor, em especial da coordenação óculo--motora (grande precisão de acções), situaçãoonde um adequado treino de visualização mentalse pode revelar determinante. É um jogo degrande teor técnico e táctico, que exige fortecapacidade estratégica, e assim elevados níveis de autoconfiança na tomada de decisões durantetoda a prova. As suas características ao nível deduração e da existência de tempos de pausaintermédios durante a prova, exigem um elevadocontrolo emocional e uma preparação mentalcapaz de neutralizar ao máximo a ocorrência depensamentos negativos. Igualmente, a presençado público pode influir decisivamente nesteaspecto, se considerarmos a necessidade dedemonstração de competência destes atletasperante um “conjunto de olhares” capazes depercepcionar e avaliar as suas evidentes limi-tações físicas, situação capaz de influir no auto--conceito dos atletas no caso de uma prestaçãomenos bem sucedida. Deste modo, verifica--se uma elevada exigência ao nível psicológicodurante toda a prova, em que a acção do atletaestá frequentemente condicionada pela acçãoadversária.

No que respeita à natação e ao atletismo,verificam-se outras situações passíveis de alteraros seus estados emocionais e psicológicos. Emambas as modalidades constatamos uma predo-minância da capacidade técnica relativamente àtáctica, e uma elevada intensidade de esforço,que exige fundamentalmente ao nível da condiçãofísica dos atletas. Os factores psicológicosmanifestam-se essencialmente antes do início da

competição, visto serem provas na sua maioriarápidas, e em que a prestação do atleta não estácondicionada pela acção adversária (o resultadoocorre em função do tempo de prova). A suaduração influi ainda na percepção de factoresexternos, como a presença do público, pelo queneste parâmetro estas modalidades parecemser menos ameaçadoras para o auto-conceito eautoconfiança dos indivíduos, comparativamenteao boccia. O facto de as limitações físicas seremtambém menos evidentes, especialmente no casodo atletismo (praticado por cegos) pode tambémcontribuir para essa questão. Já no que concerneà natação, esta parece possuir elevadas exigênciasem termos emocionais, visto ser praticada nummeio com características particulares, em que oshandicaps físicos constituem um acréscimo impor-tante às dificuldades sentidas.

Pelo exposto, o propósito deste estudo foiidentificar o nível de preparação dos atletas nasdiferentes componentes psicológicas do treino,por forma a caracterizar um perfil de prestaçãoda elite do Desporto Adaptado nacional, quepossa contribuir com dados concretos e práticos(e não apenas suposições teóricas), susceptíveisde promover uma área de intervenção válida edeterminante no treino dos atletas de alto nível,e assim potenciar performances futuras comosejam próximas participações paralímpicas.

MetodologiaAmostra

A amostra foi constituída por 28 indivíduos(21 homens e 7 mulheres), com idades compre-endidas entre os 19 e os 49 anos (M= 31.14,SD=6.69), de 4 modalidades distintas, represen-tando 3 associações nacionais (ACAPO, AND-DEMOT e PCAND). Somente fizeram parte daamostra 28 atletas dos 41 que formaram acomitiva Paralímpica Portuguesa, pelo facto deos restantes 13 atletas possuírem défice

36 {Investigação

cognitivo. No quadro 1 e 2 é feita a suacaracterização sistémica e de acordo comalgumas variáveis em estudo. Os procedimentosutilizados respeitam as normas internacionais deexperimentação com humanos (Declaração deHelsínquia de 1975).

ProcedimentosNa realização do presente estudo, utilizámos

o questionário do Perfil Psicológico de Prestação(PPP), originalmente desenvolvido por Loher

Perfil psicológico de prestação dos atletas paralímpicos Atenas 2007Ana Rita Bodas, João P. Lázaro, Hélder M. Fernandes

Quadro 1: Caracterização sistemática da amostra.

MASCULINO

n=21 (75.0%)

16 A 25 ANOS

n=4 (14.3%)

26 A 30 ANOS

n=15 (53.6%)

MAIS DE 30 ANOS

n=9 (32.1%)

PARALISIA CEREBRAL

n=11 (39.3%)

VISUAL

n=9 (32.1%)

MOTORA

n=8 (28.6%)

BOCCIA

n=9 (32.1%)

ATLETISMO

n=11 (39.3%)

NATAÇÃO

n=7 (25.0%)

EQUITAÇÃO

n=1 (3.6%)

FEMININO

n=7 (25.0%)

Número de sujeitosn=28

Sexo

Idade

Modalidade

Tipo dedeficiência

Quadro 2: Caracterização da amostra em função das variáveis anos de prática, número de anos de competição,número de internacionalizações, títulos conquistados e acompanhamento psicológico no desporto.

ATÉ 5n=4 (14.3%)

6 A 10n=8 (28.6%)

11 A 15n=8 (28.6%)

16 A 20n=6 (21.4%)

+ DE 20n=2 (7.1%)

MENOS DE 10n=12 (42.9%)

10 A 20n=9 (32.1%)

MAIS DE 20n=7 (25.0%)

ATÉ 5n=6 (21.4%)

6 A 10n=12 (42.9%)

11 A 15n=7 (25.0%)

16 A 20n=3 (10.7%)

Número de sujeitosn=28

Anos deprática

N.º de anosde competição

N.º deInternacion.

Títulosconquistados

Acomp.psicológico

SIM

n=3 (10.7%)

NÃO

n=25 (89.3%)

OLÍMPICO

n=11 (39.3%)

MUNDIAL

n=15 (53.6%)

EUROPEU

n=1 (3.6%)

NACIONAL

n=1 (3.6%)

(1986) e traduzido e validado para portuguêspor Vasconcelos-Raposo (1993). Este teste éconstituído por 42 questões que visam avaliar 7variáveis psicológicas de prestação: autoconfiança,pensamentos negativos, pensamentos positivos,atenção, visualização, motivação e atitude compe-titiva. Para cada uma das questões existem 5possibilidades de resposta fechada numa escalatipo Likert: quase sempre, frequentemente, àsvezes, raramente e quase nunca. Os valores desteteste oscilam entre 0 e 30, identificando trêsníveis de preparação psicológica dentro deste

37 {Investigação

intervalo: (i) 0 a 19 - preparação mental fraca ouinexistente; (ii) 20 a 25 - preparação mental nãosistemática; (iii) 26 a 30 - excelentes skills psico-lógicos representativos de uma preparaçãomental sistemática. Os atletas cujos valores seapresentem iguais ou superiores a 26 em todosos parâmetros, revelam-se os mais consistentesnas suas prestações14.

Definiram-se como variáveis dependentes assete dimensões do PPP. Como variáveis indepen-dentes, delimitaram-se as seguintes: (i) idade: 16--25, 26-30 e mais de 30 anos; (ii) sexo: masculinoe feminino; (iii) tipo de deficiência: paralisiacerebral, deficiência visual e deficiência motora;(iv) modalidade praticada: boccia, atletismo,natação e equitação (esta dimensão não foiconsiderada na análise estatística comparativa,dado unicamente ser constituída por um indi-víduo); (v) títulos conquistados (nível): olímpico,mundial, europeu e nacional (tendo em contaque apenas existia um sujeito de nível europeu e um de nível nacional, estes não foram consi-derados na análise estatística); e, (vi) acompanha-mento por parte de um psicólogo do desporto:sim ou não.

EstatísticaInicialmente, recorremos à estatística descri-

tiva no sentido de efectuar por um lado a carac-terização da amostra, e por outro, verificar o scoreobtido por cada uma das variáveis (medidas detendência central), para a partir daí ser possívelidentificar o nível de preparação psicológica dos atletas.

Posteriormente, procedemos à análise compa-rativa de acordo com os diferentes gruposdefinidos pelas variáveis independentes, utili-zando o teste t de Student para amostras inde-pendentes quando comparámos dois grupos e aANOVA one-way (teste post-hoc Scheffé) quandocomparados três ou mais grupos. O programautilizado foi o SPSS 12.0, considerando um nívelde significância de 5% (p<0.05).

ResultadosOs quadros seguintes apresentam os resul-

tados em que se verificaram diferenças esta-tisticamente significativas.

Quadro 3: Análise descritiva e comparativa (Anova) por deficiência.

Visual

Motora

Paralisia Cerebral

M±SD p M±SDp

Autoconfiança Negativismo

27.91±2.39

0.01

3

21.55±3.39

25.33±2.60* 18.89±1.62*

28.71±1.25 23.29±3.15

Deficiência

0.01

6

* Diferença significativa entre Visual e Motora (p<0.05) no teste de Scheffé.

Quadro 4: Análise descritiva e comparativa (Anova) por modalidade e títulos conquistados.

Atletismo

M±SD p

Autoconfiança Motivação VisualizaçãoAtitude

Competitiva

24.00±2.19

26.89±1.45*‡

23.57±2.94

23.55±2.42

25.67±2.41

0.00

90.

037

M±SD p

26.64±2.11

28.20±1.74 0.04

9

M±SD p

21.27±4.56

24.73±3.28 0.03

4

M±SDp

24.55±2.30

27.78±1.72*‡

24.86±2.97 0.01

1Modalidade Boccia

Natação

Olímpico

Mundial

* Diferença significativa entre Boccia e Natação (p<0.05) no teste de Scheffé.‡ Diferença significativa entre Boccia e Atletismo (p<0.05) no teste de Scheffé.

Títulos

38 {Investigação

DiscussãoQuando considerada a análise dos resultados

obtidos pela totalidade da amostra para cada umadas variáveis do Perfil Psicológico de Prestação,verificamos que os valores médios se situamdentro de dois intervalos distintos, correspon-dentes a dois diferentes níveis de preparaçãopsicológica. Deste modo, de acordo com Loehr7,os atletas apresentam indicadores de preparaçãomental, contudo não sistemática, para os cons-tructos atenção, negativismo, positivismo evisualização, tendo sido os valores obtidos nasrestantes variáveis (autoconfiança, motivação eatitude competitiva) reveladores de excelentes skillspsicológicos e representativos de uma prepa-ração mental sistemática, ou, na nossa opinião,de uma experiência acumulada que lhes permitealcançar esses níveis. Tal assume-se pelo factode somente três atletas serem acompanhadospor psicólogos do desporto.

De acordo com os dados obtidos, verificámosserem as variáveis autoconfiança e motivação,aquelas que apresentam uma valorização médiamais elevada, de entre as sete variáveis de estudo.Durand-Bush e Salmela2 encontraram resultadossemelhantes quando pretenderam caracterizar e avaliar o desenvolvimento e manutenção daperformance em 10 atletas de alto nível (campeõesmundiais e olímpicos). De todas as caracterís-ticas individuais de performance manifestadas,quatro delas distinguiram-se com os valores maiselevados, nomeadamente a autoconfiança e amotivação como sugerem os resultados do nossoestudo, sendo a criatividade e a perseverança,as restantes mais valorizadas.

O facto da motivação ter de todos o valormais elevado, leva-nos por um lado, a considerara existência de uma preparação mental maisconsistente por parte dos intervenientes noestudo. Todavia, suscita também algum interessepelo entendimento dos motivos que levam estesatletas a envolverem-se numa prática desportivade alto nível. Em concordância com a perspectiva

Perfil psicológico de prestação dos atletas paralímpicos Atenas 2007Ana Rita Bodas, João P. Lázaro, Hélder M. Fernandes

de Vasconcelos-Raposo16, que refere que a moti-vação tem necessidade de ser entendida comoum conceito culturalmente relativista, em que osmotivos para a participação desportiva diferemde indivíduo para indivíduo, consideramos esteconceito particular no Desporto Adaptado, ondea prática desportiva constitui originalmente um veículo para a afirmação e demonstração decompetência pessoal para o indivíduo portadorde deficiência.

Comparativamente com outros estudos exis-tentes no âmbito do Perfil Psicológico de Pres-tação e no que concerne à valorização média dasvariáveis dependentes, o nosso estudo apresentavalores mais elevados para todas elas à excepçãoda atenção, onde o estudo desenvolvido porVasconcelos-Raposo15 apresenta um valor supe-rior, e do negativismo, evidenciando-se o valormais elevado para esta variável no estudo deVasconcelos-Raposo e Carvalho17. Ao caracteri-zarmos o Perfil Psicológico de Prestação de atletasque apresentam comprometimentos físicos ealguns problemas sensório-motores graves aonível dos orgãos receptores de informação,facilmente depreendemos que as capacidadesatencionais e de concentração se apresentam àpartida em patamares completamente distintos,independentemente do grau de desenvolvimentoque as mesmas possam vir a atingir e dosindivíduos possuírem elevadas potencialidades,procurando constantemente a maximização dassuas capacidades como atletas.

Considerando que os atletas do nosso estudoevidenciam níveis de autoconfiança bastanteelevados, os valores apresentados no negativismoparecem sugerir apenas falta de preparação mentala este nível. Contudo, Vasconcelos-Raposo14

afirma que o negativismo está presente em todosos níveis do sistema desportivo nacional e deve--se ao facto dos treinadores serem muito relu-tantes quanto à utilização do feedback positivo.

39 {Investigação

Alguns problemas inerentemente citados têmsido a falta de conhecimento técnico e científicorespeitante à intervenção pedagógica ou umapreocupação exacerbada nos resultados da compe-tição, menosprezando a qualidade da prestação.O controlo dos pensamentos negativos édefinido como a capacidade de percepcionarsituações difíceis como desafiadoras, em vez deproblemáticas ou frustrantes. A importânciaque o treinador assume, refere-se ao feedbackfornecido e como este é percebido pelo atleta.Por outro lado, o controlo dos pensamentosnegativos e de dúvida por parte do atleta, deve--se proporcionar através da substituição de umpensamento negativo por um positivo, preferen-cialmente já percepcionado em competição, numasituação de relaxamento muscular. Como tal, oatleta deve evocar mentalmente (“mental recall”)situações positivas e gratificantes, associadas aum diálogo interno (“self-talk”) positivo.

Através da análise comparativa dos nossosresultados em função da variável sexo, verifica-mos para ambos os sexos, valores indicadores deexcelentes skills psicológicos para as variáveisautoconfiança e motivação, sendo estes cons-tructos mais valorizados pelo sexo feminino,apesar das diferenças não serem estatisticamentesignificativas. Denotamos contudo alguma contra-dição no facto do sexo masculino apresentarsimultaneamente os valores mais elevados denegativismo e positivismo. Isto sugere que por umlado encaram a competição como ameaçadora,ao mesmo tempo que se consideram capazes esuficientemente competentes para obter sucessona mesma.

Parecem estar presentes, neste sentido, paraalém de uma preparação psicológica insuficiente,factores de ordem sócio-cultural, sendo evidenteuma maior pressão social sobre o sexo masculino,comparativamente a um nível de exigência socialmenos acentuado face às mulheres. Este facto édesencadeado por um processo de aculturação

mais favorável ao homem em termos desportivos,o que lhe possibilita mais vivências desportivas ecompetitivas. Podemos ainda referir que o sexomasculino manifestou índices de atenção supe-riores em relação ao sexo feminino, tal como oestudo efectuado por Nideffer e Bond12. Aoanalisarem os níveis de concentração em atletasde elite, os autores puderam concluir que osatletas do sexo masculino obtiveram valorespercentualmente superiores aos manifestadospelo sexo feminino.

A partir dos resultados obtidos, não severificaram diferenças significativas, quandocomparados os indivíduos da amostra de acordocom as diferentes idades. Contudo, verificámosuma maior valorização de todos os constructosexceptuando a visualização pelos dois intervalosetários mais elevados, o que pode suportar a noçãode que à medida que os atletas envelhecem, a suapreparação em termos psicológicos aumenta,sugerindo mais uma vez, a influência da expe-riência e da aprendizagem através da prática.Parece-nos importante salientar neste ponto,o facto das variáveis autoconfiança e motivaçãocontinuarem a evidenciar os valores mais elevados,sendo os valores, para ambas as variáveis, acimado score26 para todos os grupos de idades.

A motivação apresenta-se todavia com osvalores superiores e mais idênticos para os trêsgrupos de estudo definidos, situando-se entre os27 e 28 valores. Este facto é corroborado peloestudo efectuado por Durand-Bush e Salmela2,com o propósito de avaliar o desenvolvimento emanutenção da performance atlética em atletas dealto nível, numa amostra formada por 10 atletas(campeões do mundo e olímpicos). Nesse estudo,pese embora a estrutura de formação dos gruposetários utilizada não coincidir com aquela pornós definida, os valores mais elevados obtidosna variável motivação foram evidenciados poruma faixa etária que abarca os nossos três gruposde estudo. O facto da valorização média da

40 {Investigação

visualização ser superior no grupo etário maisbaixo, leva-nos a salientar a importância destaestratégia de treino mental na aprendizagem deskills motores e a melhoria de performances des-portivas, o que verifica-se preferencialmente nasidades mais jovens6.

Verificaram-se diferenças estatisticamentesignificativas, entre os grupos de deficiênciamotora e de deficiência visual para as variáveisautoconfiança e negativismo, sendo de referirque os atletas com deficiência motora eviden-ciaram valores médios superiores para ambas.Parece-nos também importante salientar o factodos níveis de autoconfiança e atenção maiselevados terem sido revelados pelo grupo dedeficiência motora, mostrando a primeira umvalor médio no nível superior de preparaçãomental e a última se encontrar no extremosuperior de uma preparação mental não siste-mática (25 valores). De acordo com a literatura,existe uma forte ligação e interdependênciaentre estas duas variáveis.

De acordo com Nideffer11, situações de criseou imprevistos como as que acontecem nosJogos Olímpicos, são susceptíveis de provocardistracções múltiplas, o que exige que os atletassejam capazes de redireccionar o seu focoatencional para a prestação e para o desafiocompetitivo o mais rapidamente possível após asua ocorrência. Para o mesmo autor, em situaçõescomo a descrita, as consequências em termosatencionais, fisiológicos e de prestação depen-derão dos níveis de autoconfiança do atleta.Quando estes são elevados a atenção permanecedirigida para os pontos relevantes da tarefa;quando estes são baixos o processo de recupe-ração é retardado e o foco atencional perma-nece dirigido para questões internas, o que podeimplicar efeitos drásticos na performance.

No que respeita à paralisia cerebral, estamanifestou os índices mais baixos de atençãocomparativamente aos dois restantes tipos dedeficiência. De acordo com Marta9 a ParalisiaCerebral é acometida por problemas ao nível

Perfil psicológico de prestação dos atletas paralímpicos Atenas 2007Ana Rita Bodas, João P. Lázaro, Hélder M. Fernandes

perceptivo-motor, dificuldades de aprendizageme comunicação, e enormes défices atencionais.Desta premissa, podemos concluir que os baixosvalores apresentados pelos atletas portadores deparalisia cerebral para a variável atenção, derivamde características inerentes à deficiência.

Os baixos índices de negativismo manifes-tados pelos atletas que apresentam deficiênciavisual, significativamente diferentes dos encon-trados nos portadores de deficiência motora,poderão ser explicados exactamente pelo factodestes não possuírem uma capacidade percep-tiva desenvolvida nos parâmetros normais. Nodecorrer dos eventos desportivos, o grande fluxode informações erradas e passível de constituirum agente distráctil capaz de desencadear níveisindesejados de ansiedade competitiva e conse-quentemente de uma ocorrência (cascata) depensamentos negativos, surge principalmenteatravés daquilo que os nossos olhos observam,conjuntamente com todo um leque de estímulose sensações associadas.

Da análise efectuada às diferentes modalidadesparalímpicas, importa realçar que o boccia obteveos valores mais elevados em todas as variáveis,à excepção da atenção, denotando novamenteníveis muito elevados de motivação e autocon-fiança. De acordo com Ferreira3, um elevadoautoconceito e uma elevada autoestima socialneste tipo de população, está intimamenterelacionado com o facto de desempenharemuma actividade profissional onde se sintam úteis,vejam reconhecido o seu valor e alcancem umsentimento elevado acerca de si mesmos. Apesardos atletas desta modalidade possuírem limi-tações físicas muito acentuadas que não lhespermitem, na sua generalidade, desempenharuma actividade profissional nos moldes social-mente impostos, estes assumem a prática damodalidade como a sua própria profissão,de onde advêm tais percepções.

Assim, a profissão por estes desempenhada(assumindo-se eles como atletas de alta compe-tição) coincide com a actividade desportiva

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praticada, o que faz com que o prazer alcançadona actividade esteja aliado a um trabalho (treino)efectuado no mesmo sentido, resultando emelevados valores nos constructos em estudo. Osresultados do nosso estudo são idênticos aosencontrados por Gregório5, no qual os atletaspraticantes de boccia, apesar de não possuíremqualquer actividade profissional, revelam valoresigualmente elevados de auto-estima e auto--conceito. Os atletas de boccia possuem ainda os maiores índices de negativismo, pois são detodos os atletas, aqueles que possuem maistempo intermédio para pensar, devido às carac-terísticas da modalidade. Este pressuposto estáde acordo com Nideffer10, que caracterizou onegativismo como um comportamento que semanifesta sempre que um atleta tem muitotempo para pensar.

A partir dos resultados obtidos, constatou-sea existência de diferenças estatisticamente signi-ficativas, quando comparados os grupos deestudos em função dos títulos conquistados,tendo sido essas diferenças verificadas para asvariáveis positivismo, motivação e visualização.No sentido de compreender as diferenças nasdiversas variáveis, em relação aos títulos conquis-tados, comparámos os dados por nós obtidoscom os encontrados por Gould e Dieffenbach4.Estes autores realizaram um estudo com o pro-pósito de analisar as características psicológicas eo seu desenvolvimento em campeões olímpicos,sendo-lhes possível concluir que os atletas evi-denciam um número de características psicoló-gicas de elevado sucesso, bem como skills mentaisdiferenciados dos demais, que lhes permitemestados psicológicos óptimos.

Através da aplicação do teste das estratégiasde performance (Test of Performance Strategies: TOPS- desenvolvido por Thomas et al., 1999), e dacomparação dos valores da amostra olímpicacom valores obtidos por o estudo de Thomas et al.13 com atletas internacionais, os autoresapresentaram resultados em tudo semelhantesaos obtidos no nosso estudo. Pese embora o

TOPS assente em sub-escalas de observação de comportamentos diferenciados, e os dadosobtidos sejam traduzidos em intervalos numeri-camente mais baixos em relação ao Perfil Psicoló-gico de Prestação, o estudo, tal como o nosso,apresentou valores mais elevados na variávelatenção (por eles definida como controlo aten-cional) para os atletas olímpicos comparativa-mente aos internacionais, e valores mais baixosnas variáveis positivismo (self-talk positivo), nega-tivismo (pensamentos negativos) e visualização(imagery) para este grupo comparativamente aosatletas internacionais.

Os resultados por nós apresentados permitemainda inferir níveis motivacionais inferiores (e estatisticamente significativos) para os atletasolímpicos, comparativamente aos atletas mundiais.Um estudo elaborado por Mahoney8, ao tentaridentificar possíveis variáveis preditivas do altorendimento desportivo na diferenciação de atletasde elite e não elite, evidenciou que os atletas deelite se mostravam significativamente mais moti-vados e com maiores índices de auto-estima.

Quando observámos os valores obtidospelos atletas, para as variáveis do Perfil Psicoló-gico de Prestação, tendo em consideração o factode já terem tido ou não acompanhamento porparte de um psicólogo do desporto, verificámosde facto o esperado. Ou seja, que apesar de essenúmero de atletas ser bastante reduzido, elesobtêm valores consideravelmente superiores(apesar de estatisticamente não significativos),quando comparados com os demais atletas,exceptuando a variável negativismo, que obvia-mente se revela com níveis médios inferiores.

Deparamo-nos assim com uma evidênciaconcreta, da elevada ajuda que pode ser prestadapor parte destes técnicos na preparação mentaldos atletas para a competição, podendo essainfluência ser decisiva, a um nível competitivoonde pequenas diferenças no controlo mental e psicológico, podem constituir grandes dife-renças em termos de performance, e determinar o grau de sucesso obtido pelos atletas, o que vem

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a corroborar a opinião de muitos treinadores,quando estes afirmam que as variáveis psicológicassão as que mais diferenciam os atletas de rendi-mento nos momentos das grandes competições.

Em suma, o presente estudo evidencia umaprevalência de valores consideravelmente ele-vados, para todas as variáveis que compõem oPerfil Psicológico de Prestação, o que vai aoencontro do proposto pela literatura, que indicaque os atletas de elite se apresentam psicoló-gica e mentalmente melhor preparados para acompetição.

Contudo, a nossa observação dos resultados,leva-nos a considerar que estes não implicamnecessariamente que os atletas sejam alvo de umtreino mental sistemático, pelo que a experiência

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competitiva nos pareceu revelar-se um factordeterminante nos valores demonstrados pelosatletas. E se é um facto que os nossos atletasrevelam elevados níveis de prestação desportiva,também é verdade que essa poderia ser talvezainda mais consistente e duradoura.

CorrespondênciaAna Rita BodasUniversidade de Trás-os-Montes e Alto DouroDepartamento de DesportoApartado 10135000 Vila Real, PortugalE-mail: [email protected]

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