resumo capitulo 6 homer 2006 02 (1)
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3. Modelo com preços fixos
Taylor (1979, 1980)
Hipóteses do modelo
Os agentes fixam preços que permanecem em vigor durante 2 períodos.
Há dois grupos de empresas que definem alternadamente os preços.
Duas pequenas diferenças adicionais face ao modelo anterior:
• Um indivíduo que fixe o seu preço no período t, fá-lo para os períodos t e
t+1 em vez de para os períodos t+1 e t+2 como no modelo anterior.
• Assume-se que mt segue um processo específico, um passeio aleatório:
mt = mt-1 + ut (6.59)
onde ut é uma variável de ruído branco (white noise).
Assume-se um comportamento de certeza equivalente que leva os produtores a
fixar os preços o mais próximo possível do óptimo. Logo, sendo xt o preço
escolhido pelos agentes que fixam os preços em t temos:
( )( )[ ] ( )[ ]{ }1tt1ttttt
*1itt
*itt
pE1mEp1m21x
pEp21x
++
+
φ−+φ+φ−+φ=
+= (6.60)
A segunda linha obtém-se usando ycpp*i φ+≡− (6.45) e y = m - p (6.10),
que implicam que ( )p1m*p φ−+φ= .
2
Dado que ( )121
−+= ttt xxp e mt = mt-1+ ut , ou seja Etmt+1=mt
( ) ( ) ( )t1ttt1tt
tt xxE211
21m
21
2xx1
21m
21x +φ−+φ+⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ +
φ−+φ= +−
( )( )1tt1tttt xExx2141mx +− ++φ−+φ= (6.61)
Resolvendo em ordem a xt
xt = A (xt-1+ Etxt+1) + (1-2A) mt (6.62)
onde φ+φ−
≡11
21A
De forma a encontrarmos a solução do modelo necessitamos de eliminar Etxt+1.
Para isso, podemos recorrer ao método dos coeficientes indeterminados.
Este método consiste em utilizar a teoria para encontrar uma forma
funcional genérica da solução do problema e depois determinar os valores
que os coeficientes dessa forma funcional devem tomar de forma a
satisfazerem as equações do modelo.
No período t, o stock de moeda (mt) e os preços fixados no período anterior (xt-1)
são conhecidos. Dado que o modelo é linear podemos propor uma solução para
xt em função de mt e de xt-1
xt = μ + λxt-1 + νmt (6.63)
O objectivo é agora determinar se existem valores para μ, λ e ν que solucionem
o modelo. Podemos adivinhar os parâmetros usando o equilíbrio de longo prazo
do modelo:
• No equilíbrio de longo prazo o produto é estável, assim como os preços.
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• Dado que mt segue um passeio aleatório os agentes que fixam os preços
no período t não têm qualquer motivo para esperar que mt+1 seja diferente
de mt.
• Mais ainda, os preços escolhidos são iguais aos desejados em cada
período. Recordando (6.45) sabemos que isso acontece quando yt = 0.
Sendo yt=0 (6.10) implica pt = mt em cada período. Se os preços
escolhidos e os desejados em cada período são iguais, (6.60) implica
xt = pt = mt = xt-1 = pt-1 = mt-1, etc.
Dado que a solução proposta foi
xt = μ + λxt-1 + νmt (6.63)
temos
mt = μ + λmt + νmt (6.64)
Para que esta igualdade se verifique para todos os valores de mt,
ν = 1 - λ e μ = 0
Substituindo em (6.63),
xt = λxt-1 + (1-λ) mt (6.65)
Dado que (6.65) se verifica em todos os períodos, no período seguinte
xt+1 = λxt + (1-λ) mt+1
Et xt+1 = λEt(xt) + (1-λ)Et mt+1
Et(mt+1) = mt porque m segue um passeio aleatório.
Et(xt) = xt se nos lembrarmos da solução de longo prazo.
Logo,
Et xt+1 = λxt + (1-λ) mt
4
Substituindo (6.65) nesta expressão
Et xt+1 = λ[λxt-1 + (1-λ) mt] + (1-λ) mt = λ2 xt-1 + (1-λ2) mt (6.66)
Substituindo xt e Et xt+1 em (6.62) e usando (6.65), temos
λxt-1 + (1-λ) mt = Axt-1 + A[λ2 xt-1 + (1-λ2) mt] + (1-2A) mt
Se encontramos a solução para o modelo esta igualdade deve verificar-se, pelo
que podemos igualar os coeficientes de ambos os lados da equação:
λ = A + Aλ2 (6.68)
1-λ = A (1-λ2) + (1-2A) (6.69)
Usando a fórmula resolvente em (6.68):
A2A411 2−±
=λ (6.70)
Substituindo o valor de A dado em (6.62), e depois de alguma álgebra, obtemos
os 2 valores possíveis de λ
φ+φ−
=λ11
1 (6.71)
φ−φ+
=λ11
2 (6.72)
Só a primeira solução é razoável. Quando λ=λ1 , |λ|<1 e a economia é estável.
Quando λ = λ2 , |λ|>1 e a economia é instável: um pequeno distúrbio leva o
produto para mais ou menos infinito.
Assim os valores que solucionam o problema são:
μ = 0 , φ+
φ−=λ
11
1 , ν = 1 - λ1
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Podemos agora descrever o comportamento do produto agregado adoptando
estas soluções:
yt = mt - pt
yt = mt - (xt-1 + xt)/2
Dado (6.65): xt = λxt-1 + (1-λ) mt
( )[ ] ( )[ ]{ }
( ) ( ) ( )⎥⎦⎤
⎢⎣⎡ +λ−++λ−=
λ−+λ+λ−+λ−=
−−−
−−−
t1t1t2ttt
t1t1t2ttt
mm211xx
21my
m1xm1x21my
(6.73)
Dado que mt = mt-1 + ut e (xt-1 + xt-2)/2 = pt-1
( ) ( )
( )
t1tt
t1t1tt
t1t1tt1tt
u2
1yy
u2
1pmy
u211m1pumy
λ++λ=
λ++−λ=
⎥⎦⎤
⎢⎣⎡ λ−+λ−+λ−+=
−
−−
−−−
(6.74)
Ilações:
Desde que λ1 seja positivo, choques na procura agregada têm efeitos de longo
prazo no produto, efeitos que perduram mesmo após todos os produtores terem
ajustados os seus preços. Sabemos de (6.48) que φ é positivo e menor que 1, por
conseguinte, λ1 é positivo.
6
Intuição:
• Quando se verifica um choque positivo na procura, um grupo de
produtores não pode alterar os seus preços, pelo que o produto sobe.
• Por razões competitivas, ao grupo de produtores que pode ajustar os
preços não convém que os seus preços sejam muito diferentes dos do
outro grupo.
• No período seguinte, o outro grupo ajusta os preços mas também está
limitado pelo facto de não querer preços relativos muito diferentes.
• Os preços ajustam-se lentamente, não se deslocam imediatamente e
completamente para o novo nível de equilíbrio de longo prazo.
• O produto retorna lentamente ao normal com yt =λyt-1 em cada período.
Choques na procura têm efeitos no produto que perduram ao longo do
tempo.
Neste modelo a rigidez nos preços é maior que no anterior e, em consequência, o
impacto de um choque na procura agregada é mais persistente.
O modelo de Taylor e inércia na inflação
No modelo de Taylor existe inércia nos preços:
• O nível de preços só se ajusta totalmente a um choque monetário após um
afastamento do produto do seu nível normal durante um período alargado
de tempo.
• Em consequência, alguns autores defendem, erradamente, que este
modelo envolve inércia na inflação.
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C) Os Novos Keynesianos (Romer, cap. 6 – parte C)
O modelo de Lucas e os modelos de ajustamento alternado dos preços não são
satisfatórios para estudar os efeitos reais de choques na procura agregada porque
se baseiam na existência de imperfeições nominais facilmente ultrapassáveis.
1. Serão as pequenas fricções suficientes?
Considerações genéricas
A economia é composta por muitas empresas, com poder de mercado, que
tomam as acções das demais como dadas.
A economia está inicialmente no seu nível de equilíbrio com preços flexíveis.
Após a definição dos preços, a procura agregada é determinada. A empresa
poderá então optar por alterar o preço do seu bem ou não. Se a empresa alterar o
preço suporta um custo de menu.
Que circunstâncias levarão as empresas a alterarem os preços dos seus bens
quando a procura não corresponde ao antecipado?
8
Suponhamos que a procura é inferior ao esperado (Figura 6.3):
• A empresa está disposta a manter o preço se o lucro adicional que resulta
de o alterar for inferior ao custo de menu.
• Aspecto crucial: os lucros perdidos por não ajustar o preço podem ser
pequenos, mesmo que a empresa tenha sido muito afectada pela
diminuição da procura.
As recessões são encaradas como o resultado de uma falha do mercado: a
incapacidade de ultrapassar externalidades causadas pelo problema do borlista.
A ideia de que as recessões têm custos elevados não é contraditória com a
hipótese de que estas são causadas por quebras na procura agregada e pequenas
barreiras ao ajustamento dos preços.
Este modelo admite concorrência imperfeita, o equilíbrio ocorre num ponto
abaixo do óptimo. Logo, as expansões aumentam o bem-estar, enquanto as
recessões o reduzem. Políticas de estabilização são portanto defensáveis.
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Um exemplo quantitativo
Recordando o modelo de concorrência imperfeita da secção 6.4. A condição de
primeira ordem para a maximização da utilidade descreve o comportamento da
oferta de trabalho (6.42) )1/(1
i PWL
−γ
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=
Por simetria, em equilíbrio, cada indivíduo trabalha e produz a mesma
quantidade, pelo que Li=Y. De acordo com (6.43),
ν=1
YPW
11−γ
=ν = elasticidade da oferta de trabalho em relação ao salário real.
Cada produtor enfrenta uma função procura η−
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=
PPYQ i
i
O lucro real de cada empresa é dado por
( )i
iii QPW
PP
PQWP
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −=
−=π
Fazendo as devidas substituições, temos
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=π ν
η− 1ii
i YPP
PPY
10
Porque Y = M/P
η−νν+η−
νη−η−
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=π
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=π
PP
PM
PP
PM
PM
PP
PM
PP
PM
i
11i
i
1
i1
ii
(6.88)
Quais as consequências ao nível do lucro de não ajustar os preços quando a
procura agregada (M) varia?
Lucros quando os preços não são ajustados:
Por hipótese (simetria), no equilíbrio com preços flexíveis, todas as empresas
estão a praticar o preço P (Pi = P).
Face a uma alteração em M, se a empresa i não alterar o preço, então Pi continua
igual a P e os lucros da empresa i são
νν+
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−=π
1
PM
PM
sPreçosFixo (6.89)
Lucros quando os preços são ajustados:
A empresa escolhe o preço que maximiza os lucros. Assim, temos
ν⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
−ηη
=
1
iPM
1PP
11
Substituindo em (6.88) temos:
η−
ννν+η−
ν
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
−ηη
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
−ηη
=π
1111
11 PM
PM
PM
PM
tadosPreçosAjus
νη−ν+η−
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛−ηη
−η=π
1
111
PM
tadosPreçosAjus (6.90)
Para comparar os lucros da empresa nas duas situações convém atribuir valores
aos parâmetros do modelo:
• elasticidade da oferta de trabalho: ν = 0.1;
• elasticidade da procura: η = 5.
Utilizando a expressão para o preço que maximiza o lucro, recordando que
Y=M/P e impondo a condição Pi = P , temos:
ν⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
−ηη
=
1
iPM
1PP ( )ν
−ηη
=1
11 Y
ν
⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛η−η
=1Y
Usando os parâmetros propostos obtemos o nível de produto de equilíbrio,
assumindo flexibilidade de preços:
Y* = 0.978
Suponhamos agora de M se retrai 3%. Qual o incentivo da empresa para ajustar
o preço, admitindo que as outras empresas não alteram os seus preços?
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Usando os valores propostos acima para os parâmetros, temos:
πPreços Ajustados - πPreços Fixos ≈ 0.253
Está implícito que se a empresa não ajustar o seu preço face a uma diminuição
de M de 3%, as perdas nos lucros representam quase 25% das suas receitas.
• O modelo parece implicar que os preços são sempre ajustados, que a
moeda é neutral!
Quando M sobe e P se mantém, o produto aumenta. Para produzir mais é
necessário induzir um maior esforço de trabalho, o salário real tem que
aumentar. Em quanto? Para obter uma variação de 3% na oferta de trabalho, os
salários reais têm que variar 30%. Obviamente seria muito custoso ignorar uma
alteração de 30% nos salários reais, pelo que as empresas preferem ajustar os
preços.
Então como explicar a rigidez observada nos preços e as flutuações económicas
que dela derivam?
2. A necessidade de rigidez real
Considerações gerais
Consideremos novamente uma economia onde se verificou uma diminuição da
procura. A empresa representativa que tem de decidir se deve ou não alterar o
preço do seu bem, admitindo que todas as outras empresas mantêm os preços.
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Figura 6.4:
• A diminuição da procura afecta a empresa de duas formas: a sua função
lucro contrai-se e o preço óptimo é agora menor.
• O incentivo para a empresa alterar o preço é dado pela distância vertical
entre A e B. Esta distância depende de dois factores: da deslocação da
função lucro e da curvatura da função lucro.
• A distância entre o velho e o novo preço de maximização dos lucros, CD,
é determinada pelo grau de rigidez real. Quanto menos sensível for a
função lucro ao afastamento do óptimo, menor o incentivo da empresa
para alterar o preço.
• Em suma, para que pequenos custos de ajustamento dos preços gerem
grande rigidez nominal é necessária uma combinação de rigidez real e de
insensibilidade da função lucro.
No modelo anterior o incentivo a alterar os preços é grande, existe elevada
flexibilidade real. O preço real de maximização dos lucros é
( )ν−ηη
=1
i Y1P
P
a sua elasticidade em relação ao produto é 1/ν. Se ν = 0.1 então, a
elasticidade de (Pi/P)* em relação ao Y é igual 10!
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Fontes específicas de rigidez real
Do lado dos custos, quanto menor for a queda dos custos marginais devida a
uma redução da procura agregada, menor o incentivo da empresa para baixar o
preço. Isto pode acontecer de duas formas:
• uma menor deslocação para baixo da curva de lucro da empresa em
resposta a uma diminuição do produto agregado, o que implica um menor
declínio do preço que maximiza o lucro da empresa, ou seja, maior
rigidez real;
• uma curva de custo marginal menos inclinada implica em simultâneo
maior insensibilidade da função lucro e maior rigidez real.
Do lado das receitas:
• quanto maior a deslocação para baixo da curva da receita marginal devida
a uma redução da procura, menor a diferença entre o custo marginal e a
receita marginal para a empresa representativa que mantém o preço.
• Uma maior deslocação para a esquerda da curva de receita marginal
corresponde a maior rigidez real.
• Uma curva da receita marginal com maior inclinação também faz
aumentar o grau de rigidez real.
Factores que podem tornar os custos menos pró-cíclicos:
• pequenas externalidades de mercado que façam com que seja mais fácil
comprar e/ou vender em períodos de expansão;
• outras economias externas de escala ou de aglomeração que diminuam os
custos quando as outras empresas estão a produzir mais;
• imperfeições no mercado de capitais que tornem os custos de
financiamento maiores em períodos de recessão.
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Do lado das receitas alguns factores potenciais são:
• pequenos efeitos de mercado que tornem mais fácil às empresas
disseminar informação e aos consumidores adquiri-la quando a economia
está em expansão;
• informação imperfeita que torne os consumidores actuais mais sensíveis a
aumentos nos preços que consumidores potenciais a diminuições nos
mesmos;
• imperfeições no mercado de capitais que façam com que empresas com
problemas de liquidez aumentem os preços em períodos de recessão;
• aumentos nas vendas que ampliem o incentivo das empresas para
desviarem de acordos de conluio através de diminuições do preço.
Para que a história dos Novos Keynesianos faça sentido é necessário assumir
alguma rigidez nos salários reais, para além da rigidez nos preços. Os salários
reais poderão não ser altamente pró-cíclicos por duas razões fundamentais:
• no curto prazo a oferta de trabalho pode ser relativamente elástica - a
investigação empírica não confirma esta hipótese;
• imperfeições no mercado de trabalho podem fazer com que os
trabalhadores não estejam sobre a sua curva da oferta de trabalho em, pelo
menos, parte do ciclo económico.
Um segundo exemplo quantitativo
O modelo do exemplo anterior com imperfeições no mercado de trabalho.
Suponhamos que as empresas pagam aos trabalhadores salários acima dos que
garantem o equilíbrio de mercado. Suponhamos que o salário real é
β= AYPW (6.91)
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Usando (6.91) em vez de (6.43) ao longo do modelo obtemos: β+
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−=π
1
Fixos PMA
PM (6.93)
( )η−β+η−η− ⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛−ηη
−η=π
111
Ajustados PM
111A (6.94)
Se β assumir um valor pequeno, por exemplo β=0.1, os salários reais não são
sensíveis à quantidade de trabalho empregue.
η=5 tal como anteriormente.
O produto de equilíbrio com preços flexíveis é agora
ν⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
−ηη
=
1
iPM
1PP ( )β
−ηη
= AY1
1 β
⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡η−η
=1
A1Y
A=0.806 de forma a que o produto de equilíbrio com preços flexíveis seja 0.928.
Face a uma diminuição de 3% em M, e admitindo que as outras empresas não
alteram os preços, o ganho para a empresa i que resulta de ajustar o preço é de
0.000168.
Assim, a combinação de concorrência imperfeita e salários reais rígidos é
suficiente para explicar a rigidez nominal nos preços, mesmo que os custos de
menu sejam pequenos!
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Outras fricções
As barreiras ao ajustamento face a perturbações nominais não têm que ser
necessariamente nos preços ou nos salários.
Uma linha de investigação recente analisa as consequências que derivam do
facto dos contratos de dívida não serem em geral indexados. Nestes casos, as
perturbações nominais provocam redistribuições no rendimento.
Se o mercado de capitais for perfeito, essas redistribuições não têm impactos
reais importantes. Mas este mercado não é perfeito:
• A existência de informação assimétrica entre quem pede emprestado e
quem empresta, em conjunto com aversão ao risco ou garantias limitadas,
fazem com que, em geral, o resultado óptimo não seja atingido.
• Há menos investimento e investimento menos eficiente, quando este é
financiado externamente do que quando é realizado com fundos do
próprio investidor.
• Assim, em períodos de recessão o investimento é menor.
Se os contratos de dívida não estiverem indexados, a flexibilidade dos preços e
dos salários aumenta os efeitos na distribuição resultantes de choques nominais,
aumentando, por conseguinte, os seus efeitos reais.
Esta via para os efeitos reais dos choques nominais é conhecida como deflação
da dívida.
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3. Testes empíricos A taxa média de inflação e o trade-off produto-inflação Comparação com o modelo de Lucas:
• De acordo com Lucas, os efeitos reais de um choque nominal serão tanto
menores quanto maior a variabilidade da procura nominal. Ball, Mankiw
e Romer (BMR), 1988 estão de acordo.
• BMR concluem que quanto maior for a inflação estacionária (steady
inflation) menores serão os efeitos reais de um choque nominal. Lucas
não faz qualquer predição a este respeito.
• No modelo de Lucas a variabilidade dos choques reais magnifica os
impactos reais de um choque nominal. BMR chegam ao resultado oposto.
BMR testam a hipótese de que quanto mais elevada for a inflação menores os
efeitos reais de um choque na procura agregada. Para testar esta hipótese
utilizam um método semelhante ao de Lucas.
BMR recolhem dados temporais para 43 países sobre o crescimento real, o
crescimento nominal e a inflação.
Regressão: τi = 0.600 - 4.835 iπ + 7.118 iπ2 (6.95)
(0.079) (1.074) (2.088)
π+−=πδδτ 118.7*2835.4 < 0 desde que iπ < 4.835/[2(7.118)] ≈ 34%
A inflação média afecta o parâmetro de troca, confirmando a posição dos N-K.
19
Graficamente (figura 6.5):
A taxa de inflação média poderá estar correlacionada com a variabilidade dos
choques na procura nominal (desvio padrão da taxa de crescimento do PNB
nominal - σx). Resultados do teste:
τi = 0.589 - 5.729 iπ + 8.406 iπ2 + 1.241σxi - 2.380σxi
2 (6.96) (0.086) (1.973) (3.849) (2.467) (7.062)
A evidência de que a variabilidade dos choques na procura nominal afecta o
parâmetro de troca é muito menor. Os resultados confirmam a posição dos N-K.
Evidência microeconómica sobre o ajustamento dos preços:
• O ajustamento frequente dos preços é pouco comum.
• O ajustamento dos preços não segue um padrão simples.
• Alguns estudos revelam que os custos de alterar os preços não são triviais.
20
4. Limitações dos modelos keynesianos
São tão vagos e tão flexíveis que é quase impossível refutá-los. Esta
flexibilidade também caracteriza as suas explicações de episódios específicos.
• É claro que a economia é complicada e que o ajustamento dos modelos
reflecte um maior entendimento da realidade, mas uma teoria que é tão
flexível que nunca pode ser contradita revela falta de conteúdo.
Uma previsão básica dos modelos é que perturbações nominais têm efeitos reais.
Sendo este ponto crucial para a validade dos modelos, é de crucial importância o
seu teste empírico:
• Caso a realidade venha a demonstrar que esta proposição não é correcta,
os modelos devem ser abandonados em vez de alterados.
• O estudo das flutuações deve passar a basear-se nos modelos de rigidez
real não Walrasianos ou nos modelos dos ciclos económicos reais.
21
Bibliografia
A) Modelos de Ajustamento Alternado dos Preços
Bibliografia obrigatória:
Romer (2001), capítulo 6 - Parte B.
Bibliografia complementar:
Blanchard and Fisher (1989). Capítulo 8.
Fisher, Stanley (1977), "Long Term Contracts, Rational Expectations and the
Optimum Money Supply Rule," Journal of Political Economy, 85 (1), 191-
205
Heijdra and van der Ploeg (2002), capítulo 13.
Minford and Peel (2002). Capítulo 4.
Phelps, Edmund S., and Taylor, John B. (1977), “Stabilizing Powers of
Monetary Policy under Rational Expectations," Journal of Political
Economy, 85 (1), 163-190.
Taylor, John (1979), "Staggered Wage Setting in a Macro Model," American
Economic Review, 69 (2), 108-113.
Taylor, John (1980), "Aggregate Dynamics and Staggered Contracts," Journal of
Political Economy, 88 (1), 1-23.
B) Os Novos Keynesianos
Bibliografia obrigatória:
Romer (2001), capítulo 6 - Parte C.
22
Bibliografia complementar:
Ball, Laurance, Mankiw, N. Gregory, and Romer, David (1988), "The New
Keynesian Economics and the Output-Inflation Tradeoff," Brookings Papers
on Economic Activity, 1, 1-65.
Blanchard and Fisher (1989). Capítulo 8.
Blanchard, Olivier J., and Kiyotaki, Nobuhiro (1987), “Monopolistic
Competition and the Effects of Aggregate Demand,” American Economic
Review, 77 (4), 647-666.
Cooper, Russell W., and John, Andrew (1988), “Coordinating Coordination
Failures in Keynesian Models,” Quarterly Journal of Economics, 103 (3),
441-463.
Heijdra and van der Ploeg (2002), capítulo 13.
Mankiw, N. Gregory (1985), "Small Menu Costs and Large Business Cycles,"
Quarterly Journal of Economics, 100 (2), 529-539.
Mankiw, N. Gregory, and Reis, Ricardo (2002), “Sticky Information versus
Sticky Prices: A Proposal to Replace the New Keynesian Phillips Curve.”
Quarterly Journal of Economics, 117 (4), 1295-1328.
Mankiw, N. Gregory, and Romer, David, eds. (1991), New Keynesian
Economics. MIT Press, Cambridge, MA.
Romer, David (1993), “The New Keynesian Synthesis,” Journal of Economic
Perspectives, 7 (1), 5-22.