resumo direito de familia

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RESUMO DIREITO DE FAMILIA DIREITO DE FAMÍLIA 31-07-2013 1º ORIGEM DA FAMÍLIA Com o vínculo surge o afeto. O afeto é a base de tudo. É no afeto que há a relação de família. FAMÍLIA – um agrupamento espontâneo de pessoas com vínculos entre si, que o direito resolveu regular. Trata-se de uma construção cultural, com uma estrutura, onde todos tem um lugar. A regulação pelo Direito surge para preservar o lar (lugar de afeto e respeito). Eu não preciso ser vinculado pelo sangue para ser família. No caso de pais separados, a filha pode ter o nome dos dois pais no registro. O pai biológico e o padrasto (pai socioafetivo). No caso ela teria os dois pais no registro. Antigamente todos os vínculos afetivos, para serem aceitos e terem reconhecimento jurídico, precisavam estar ligados ao casamento. O casamento era uma regra de conduta. A família antigamente incentivava a procriação e os filhos eram mão de obra no campo. Com a revolução industrial, a mulher começa a trabalhar e a família migra do campo para a cidade, diminuindo o número de filhos e aumentando o vínculo afetivo. Já a família moderna é formada pelo afeto, acabando o afeto acaba a família. “O que acaba um relacionamento não é a falta de amor, mas sim a falta de amizade!” (Nietchzke) 2º ORIGEM DO DIREITO DE FAMÍLIA A primeira lei o dir. de família é lei do incesto: proibir que irmãos transem com irmãos, que pais transem com suas filhas, tio com sobrinho Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. O tio e a sobrinha não podem casar. Mas há uma exceção. Decreto Lei 3.200/41, que fala sobre casamento entre colaterais de 3º grau. Se o tio quiser casar com a sobrinha, ou vice-versa,

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  • RESUMO DIREITO DE FAMILIA

    DIREITO DE FAMLIA

    31-07-2013

    1 ORIGEM DA FAMLIA

    Com o vnculo surge o afeto. O afeto a base de tudo. no afeto que h a relao de famlia.

    FAMLIA um agrupamento espontneo de pessoas com vnculos entre si, que o direito

    resolveu regular. Trata-se de uma construo cultural, com uma estrutura, onde todos tem um

    lugar. A regulao pelo Direito surge para preservar o lar (lugar de afeto e respeito). Eu no

    preciso ser vinculado pelo sangue para ser famlia.

    No caso de pais separados, a filha pode ter o nome dos dois pais no registro. O pai biolgico e

    o padrasto (pai socioafetivo). No caso ela teria os dois pais no registro.

    Antigamente todos os vnculos afetivos, para serem aceitos e terem reconhecimento jurdico,

    precisavam estar ligados ao casamento. O casamento era uma regra de conduta.

    A famlia antigamente incentivava a procriao e os filhos eram mo de obra no campo. Com a

    revoluo industrial, a mulher comea a trabalhar e a famlia migra do campo para a cidade,

    diminuindo o nmero de filhos e aumentando o vnculo afetivo. J a famlia moderna

    formada pelo afeto, acabando o afeto acaba a famlia.

    O que acaba um relacionamento no a falta de amor, mas sim a falta de amizade!

    (Nietchzke)

    2 ORIGEM DO DIREITO DE FAMLIA

    A primeira lei o dir. de famlia lei do incesto: proibir que irmos transem com irmos, que

    pais transem com suas filhas, tio com sobrinho

    Art. 1.521. No podem casar:

    I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

    II - os afins em linha reta;

    III - o adotante com quem foi cnjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

    IV - os irmos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, at o terceiro grau inclusive;

    V - o adotado com o filho do adotante;

    VI - as pessoas casadas;

    VII - o cnjuge sobrevivente com o condenado por homicdio ou tentativa de homicdio contra

    o seu consorte.

    O tio e a sobrinha no podem casar. Mas h uma exceo. Decreto Lei 3.200/41, que fala sobre

    casamento entre colaterais de 3 grau. Se o tio quiser casar com a sobrinha, ou vice-versa,

  • deve pegar laudo de 2 mdicos, dizendo que a sanidade e a sade deles e da prole no ser

    comprometida, o Juiz vai autorizar o casamento.

    CONCLUSO A Lei do Pai ou Lei do Incesto, foi a 1 Lei de Direito de Famlia, baseada em um

    Tabu Universal, e marca o momento em que o homem deixa o seu estado natural para entrar

    em um estado cultural, surgindo ento, a estrutura da famlia, a qual permanece at hoje.

    Art. 1.595. Cada cnjuge ou companheiro aliado aos parentes do outro pelo vnculo da

    afinidade.

    1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmos do

    cnjuge ou companheiro.

    2o Na linha reta, a afinidade no se extingue com a dissoluo do casamento ou da unio

    estvel.

    3 EVOLUO LEGISLATIVA NO BRASIL

    Primeira norma sobre casamento o cdigo civil de 1916, onde s existia famlia se houvesse

    casamento. Era proibido se divorciar. O casamento era indissolvel. Existia o desquite, que

    separava o casal e o seu patrimnio, mas mantinha o vnculo conjugal e no permitia casar de

    novo. A lei discriminava pessoas unidas sem casamento e a mulher ao casar, tornava-se

    relativamente incapaz. O Homem era o chefe da famlia. Administrava seus bens, escolhia o

    domiclio e autorizava a mulher ou no a trabalhar.

    Em 1962 surge o Estatuto da Mulher Casada, devolvendo a capacidade para a mulher casada e

    assegurando a propriedade exclusiva dos bens adquiridos pelo seu trabalho.

    Em 1977 surge a lei do Divrcio 6.515/77. Ela transforma o desquite em separao. E depois de

    3 anos separado a pessoa se divorciava. E depois de divorciado poderia casar novamente.

    Em 1988 com a nova Constituio surge um novo modelo de famlia, previsto no Art. 226.

    Em 2002 veio o novo cdigo civil que sepultou a letra morta do cdigo de 1916

    Em 2007 veio a lei 1441 que passa a prever o fim do casamento atravs de escritura pblica no

    Tabelionato, desde que os filhos sejam maiores e capazes.

    Em 2008 surge a regulamentao da guarda compartilhada, lei 11.698.

    Em 2010 a emenda constitucional 66 acaba com a separao, e atualmente, do casamento vai

    direto para o divrcio. No existe mais culpa na separao e no divrcio.

    07-08-2013

    Toda a legislao no abordou unio homoafetiva.

    CF - Art. 226 - A famlia, base da sociedade, tem especial proteo do Estado.

    3 - Para efeito da proteo do Estado, reconhecida a unio estvel entre o homem e a

    mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua converso em casamento.

    CC - Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam,

    perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vnculo conjugal, e o juiz os declara casados.

  • DIREITO DE FAMLIA o complexo de normas que regulam a celebrao do casamento, sua

    validade e os efeitos que dele regulam, as relaes pessoais e econmicas da sociedade

    conjugal, a dissoluo desta, as relaes entre pais e filhos, o vnculo de parentesco e os

    institutos complementares de tutela e curatela. (Bevilqua)

    o ramo do Direito que disciplina a organizao e as relaes das pessoas ligadas por um

    vnculo de sangue, afinidade ou afetividade.

    OBS: a lei Maria da Penha a 1 legislao que fala sobre afeto no seu art. 5, III, Lei

    11.340/06.

    NATUREZA DO DIREITO DE FAMLIA.

    Presume-se privado, pois est no CC, mas possui interferncia pblica, pois o Estado,

    cada vez mais, tenta regulamentar as relaes familiares.

    TIPOS DE FAMLIAS

    1 TRADICIONAL

    Pai, me, filhos, noras, genros, avs.

    2 HOMOAFETIVA

    No est prevista em lei, mas consagrada na jurisprudncia, e composta por pessoas

    do mesmo sexo.

    3 MONOPARENTAL

    Composta por qualquer um dos pais e seus descendentes. Base legal, art. 226, 4 da

    CR.

    4 ANAPARENTAL

    Formada por parentes ou no, independente de geraes, diferena de sexo ou idade,

    mas com os mesmos propsitos. Ex.: 2 irms que moram juntas.

    5 PLURIPARENTAL

    Formadas depois da desconstituio de outra formao familiar, ocorre quando um

    casal se une, tendo filhos de outros relacionamentos, os teus, os meus e os nossos.

    6 PARALELA

    Ainda no reconhecida pelo Direito, apesar de existir, ocorre quando um cnjuge

    casado e possui outra famlia. A lei no protege a famlia paralela. Smula 380 do STF -

  • Comprovada a existncia de sociedade de fato entre os concubinos, cabvel a sua dissoluo

    judicial, com a partilha do patrimnio adquirido pelo esforo comum.

    ESTADO DE FAMLIA

    a posio e a qualidade que cada pessoa ocupa dentro da famlia, decorre do vnculo

    conjugal. atributo personalssimo. Ex. eu sou filha do meu pai, no posso passar esse direito

    outro, salvo na adoo.

    Caractersticas:

    a) Intransmissibilidade intransmissvel entre vivos e causa mortis. Exceo = adoo.

    b) Irrenunciabilidade ningum pode renunciar seu estado de famlia.

    Art. 1.634. Compete aos pais, quanto pessoa dos filhos menores:

    I - dirigir-lhes a criao e educao;

    II - t-los em sua companhia e guarda;

    III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;

    IV - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autntico, se o outro dos pais no lhe

    sobreviver, ou o sobrevivo no puder exercer o poder familiar;

    V - represent-los, at aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, aps essa idade,

    nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;

    VI - reclam-los de quem ilegalmente os detenha;

    VII - exigir que lhes prestem obedincia, respeito e os servios prprios de sua idade e

    condio.

    Quando se perde esse poder familiar, outro poder exerc-lo por tutela.

    Art. 1.728. Os filhos menores so postos em tutela:

    I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;

    II - em caso de os pais decarem do poder familiar.

    c) Imprescritibilidade no prescreve com o tempo, em razo do seu carter

    personalssimo.

    d) Universalidade universal porque compreende todas as relaes familiares.

    e) Indivisibilidade no se admite que algum tenha um estado de famlia para uma

    situao e outro estado para outra. Ex.: eu sou casado pros meus parentes, mas para os

    parentes do meu marido eu sou solteiro...

    f) Correlatividade recproco entre os membros da famlia. Ex. se eu sou o filho, ele

    o pai...

    g) Oponibilidade oponvel todas as pessoas.

  • COMO SE PROVA O ESTADO DE FAMLIA? Pela certido do registro.

    Art. 48/L8069. O adotado tem direito de conhecer sua origem biolgica, bem como de

    obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes,

    aps completar 18 (dezoito) anos.

    14-08-2013

    ESTADO DE FAMLIA

    AES DE ESTADO DE FAMLIA

    s vezes para provar o meu estado de famlia, eu tenho que entrar com aes. Uma

    ao positiva a investigao de paternidade.

    Quando eu quero retirar um estado de famlia, eu posso entrar com ao negatria de

    paternidade, para retirar o pai do registro.

    PRINCPIOS DE DIREITO DE FAMLIA

    A) Dignidade da pessoa humana: art. 1, III-CR, e um macro princpio do qual irradiam todos

    os demais, liberdade, cidadania, igualdade e solidariedade;

    B ) Princpio da Liberdade: a liberdade do ser humano em relao a sua vida familiar.

    Liberdade de escolher o meu par, o meu sexo, tipo de unio...

    C) Princpio da Igualdade: homens e mulheres so iguais perante a lei em direitos e deveres.

    Todos os filhos so iguais perante a lei.

    D) Princpio da Solidariedade Familiar: compreende a fraternidade e reciprocidade. o dever

    de assistncia aos filhos. o dever de amparo aos idosos. a solidariedade entre o homem e a

    mulher.

    E) Princpio do Pluralismo das Entidades Familiares: o direito de famlia reconhece os vrios

    tipos de arranjos familiares.

    F) Princpio da Monogamia: trata-se de um princpio no escrito que faz parte da histria do

    mundo ocidental. Ter um cnjuge s. No mais de um.

    CC: Art. 1.566. So deveres de ambos os cnjuges:

    I - fidelidade recproca;

    II - vida em comum, no domiclio conjugal;

    III - mtua assistncia;

    IV - sustento, guarda e educao dos filhos;

    V - respeito e considerao mtuos.

    Art. 1.724. As relaes pessoais entre os companheiros obedecero aos deveres de lealdade,

    respeito e assistncia, e de guarda, sustento e educao dos filhos.

  • G) Princpio da Afetividade: a base das relaes familiares se sobrepondo inclusive as

    relaes de sangue. O afeto decorre da liberdade que todos tm de afeioar-se a outro. A

    sobrevivncia humana depende do afeto e sua ausncia tm acarretado inmeras aes de

    indenizao por abandono afetivo.

    CASAMENTO

    1) PARTE HISTRICA

    Na poca do Imprio existia somente o casamento religioso catlico.

    Em 1861 surge o casamento civil como obrigatrio antes do religioso.

    Em 1950 o legislador cria efeitos civis para o casamento religioso.

    2) NOIVADO

    uma promessa de casamento. Um compromisso moral e social. O seu rompimento

    pode gerar dano moral e at material. Se terminado da forma correta no gera dever de

    indenizar. No se pode obrigar a amar. O noivado pode ser rompido pela falta de afeto, o que

    no causa de indenizao.

    A jurisprudncia exige que tenha ocorrido proposta sria de casamento e no apenas

    namoro ou relacionamento inconsequente, o casamento deve ter sido cogitado. A promessa

    deve vir do noivo/noiva e no dos seus pais. Deve ser analisado o quadro cultural e social dos

    envolvidos.

    CASAMENTO um negcio jurdico constitudo pelo consentimento recproco de duas

    pessoas, na forma ritualstica da lei, estabelecendo a criao de uma sociedade conjugal,

    disciplinada pelo direito positivo, dando origem famlia nuclear e aos efeitos jurdicos,

    pessoais e patrimoniais dela decorrentes.

    21-08-2013

    CARACTERSTICAS DO CASAMENTO

    1 um ato solene e pessoal;

    2 cria um vnculo entre os noivos;

    3 altera o estado civil dos cnjuges;

    4 surge o parentesco por afinidade;

    5 - dependendo do regime de bens, algum perde a titularidade exclusiva do seu patrimnio;

    6 no corre prescrio entre os cnjuges

  • NATUREZA JURDICA

    Tem natureza privada pois depende da vontade particular das pessoas, mas, existe o interesse

    pblico na constituio da famlia

    CAPACIDADE PARA CASAR

    = Idade Nbil = 16 anos, com autorizao dos pais ou emancipao. Art. 1517 CC.

    Motivo injusto 1519 CC. Art. 1631/CC.

    Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorizao de

    ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto no atingida a maioridade civil.

    Pargrafo nico. Se houver divergncia entre os pais, aplica-se o disposto no pargrafo nico

    do art. 1.631.

    Art. 1.518. At celebrao do casamento podem os pais, tutores ou curadores revogar a

    autorizao.

    Art. 1.519. A denegao do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.

    Art. 1.520. Excepcionalmente, ser permitido o casamento de quem ainda no alcanou a

    idade nbil (art. 1517), para evitar imposio ou cumprimento de pena criminal ou em caso de

    gravidez.

    OBS: quanto aos surdos e mudos no h impedimento para casar, desde que tenha

    discernimento do ato.

    IMPEDIMENTOS PARA CASAR

    1 NO PODEM - Art. 1521/CC;

    Prazos para impedir o casamento:

    Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, at o momento da celebrao do casamento,

    por qualquer pessoa capaz.

    Pargrafo nico. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existncia de algum

    impedimento, ser obrigado a declar-lo.

    2 NO DEVEM Art. 1523/CC;

    Art. 1.523. No devem casar:

    I - o vivo ou a viva que tiver filho do cnjuge falecido, enquanto no fizer inventrio dos

    bens do casal e der partilha aos herdeiros;

    II - a viva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, at dez

    meses depois do comeo da viuvez, ou da dissoluo da sociedade conjugal;

  • III - o divorciado, enquanto no houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do

    casal;

    IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmos, cunhados ou sobrinhos,

    com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto no cessar a tutela ou curatela, e no

    estiverem saldadas as respectivas contas.

    Pargrafo nico. permitido aos nubentes solicitar ao juiz que no lhes sejam aplicadas as

    causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistncia de

    prejuzo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cnjuge e para a pessoa tutelada ou

    curatelada; no caso do inciso II, a nubente dever provar nascimento de filho, ou inexistncia

    de gravidez, na fluncia do prazo.

    PROCESSO DE HABILITAO DE CASAMENTO

    o processo que vai habilitar os nubentes ao casamento.

    apresentado um requerimento pelos noivos solicitando o processo.

    Documentos que devem acompanhar o requerimento:

    Art. 1.525. O requerimento de habilitao para o casamento ser firmado por ambos os

    nubentes, de prprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instrudo com os

    seguintes documentos:

    I - certido de nascimento ou documento equivalente;

    II - autorizao por escrito das pessoas sob cuja dependncia legal estiverem, ou ato judicial

    que a supra;

    III - declarao de duas testemunhas maiores, parentes ou no, que atestem conhec-los e

    afirmem no existir impedimento que os iniba de casar;

    IV - declarao do estado civil, do domiclio e da residncia atual dos contraentes e de seus

    pais, se forem conhecidos;

    V - certido de bito do cnjuge falecido, de sentena declaratria de nulidade ou de anulao

    de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentena de divrcio.

    Art. 1.526. A habilitao ser feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a

    audincia do Ministrio Pblico.

    Pargrafo nico. Caso haja impugnao do oficial, do Ministrio Pblico ou de terceiro, a

    habilitao ser submetida ao juiz.

    *Certido atualizada (no mximo 60 dias);

    *Um documento com foto;

    *Autorizao dos pais, se necessrio;

    *Declarao de 2 testemunhas; art. 68 do provimento 32/06-CGJ.

    *Aos pobres assegurado o casamento e a certido gratuitos.

  • *Se houver pacto este ser juntado habilitao;

    *Pronta a habilitao ser afixado um edital de proclamas por 15 dias no cartrio que moram

    os nubentes;

    *Se o noivo ou a noiva estiver doente, o juiz pode dispensar os proclamas;

    Art. 1.527. Estando em ordem a documentao, o oficial extrair o edital, que se afixar

    durante quinze dias nas circunscries do Registro Civil de ambos os nubentes, e,

    obrigatoriamente, se publicar na imprensa local, se houver.

    Pargrafo nico. A autoridade competente (o juiz), havendo urgncia, poder dispensar a

    publicao.

    *Aps o prazo de 15 dias, ser dado vistas ao MP para o parecer;

    *Depois do MP, o cartrio expedir a certido de habilitao;

    Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistncia de

    fato obstativo, o oficial do registro extrair o certificado de habilitao.

    Art. 1.532. A eficcia da habilitao ser de noventa dias, a contar da data em que foi extrado

    o certificado.

    28-08-2013

    NOME

    1o Qualquer dos nubentes, querendo, poder acrescer ao seu o sobrenome do outro.

    (Art.1565)

    Art. 55. Quando o declarante no indicar o nome completo, o oficial lanar adiante do

    prenome escolhido o nome do pai, e na falta, o da me, se forem conhecidos e no o impedir a

    condio de ilegitimidade, salvo reconhecimento no ato.

    Pargrafo nico. Os oficiais do registro civil no registraro prenomes suscetveis de expor

    ao ridculo os seus portadores. Quando os pais no se conformarem com a recusa do oficial,

    este submeter por escrito o caso, independente da cobrana de quaisquer emolumentos,

    deciso do Juiz competente.

    CELEBRAO DO CASAMENTO

    O casamento se realiza no momento que o juiz os declara casados (1514). A solenidade deve

    ter portas abertas e duas testemunhas, se algum no souber assinar, sero 4. Se em prdio

    particular sero 4 testemunhas.

    1514, 1534 e 1535.

    Art. 1.534.A solenidade realizar-se- na sede do cartrio, com toda publicidade, a portas

    abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou no dos contraentes, ou,

    querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifcio pblico ou

    particular.

  • 1o Quando o casamento for em edifcio particular, ficar este de portas abertas durante o

    ato.

    2o Sero quatro as testemunhas na hiptese do pargrafo anterior e se algum dos

    contraentes no souber ou no puder escrever.

    Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com

    as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmao

    de que pretendem casar por livre e espontnea vontade, declarar efetuado o casamento,

    nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos

    receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."

    SUSPENSO DO CASAMENTO

    O casamento ser suspenso se algum dos contraentes recusar, manifestar-se arrependido ou

    declarar que no de sua livre e espontnea vontade. No pode se retratar no mesmo dia.

    Art. 1.538. A celebrao do casamento ser imediatamente suspensa se algum dos

    contraentes:

    I - recusar a solene afirmao da sua vontade;

    II - declarar que esta no livre e espontnea;

    III - manifestar-se arrependido.

    Pargrafo nico. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa

    suspenso do ato, no ser admitido a retratar-se no mesmo dia.

    CASAMENTO EM CASO DE MOLSTIA GRAVE

    Art. 1.539. No caso de molstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato ir celebr-lo

    onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que noite, perante duas testemunhas

    que saibam ler e escrever.

    1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-

    por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc

    (=PARA O ATO), nomeado pelo presidente do ato.

    2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, ser registrado no respectivo registro dentro

    em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.

    A pessoa deve estar consciente (no importa se estiver no hospital).

    CASAMENTO NUNCUPATIVO / IN EXTREMIS / IN ARTICULO MORTIS

    Quando a pessoa est morrendo

    Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, no obtendo a

    presena da autoridade qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poder o

  • casamento ser celebrado na presena de seis testemunhas, que com os nubentes no tenham

    parentesco em linha reta, ou, na colateral, at segundo grau.

    Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade

    judicial mais prxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declarao de:

    I - que foram convocadas por parte do enfermo;

    II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juzo;

    III - que, em sua presena, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se

    por marido e mulher.

    1o Autuado o pedido e tomadas as declaraes, o juiz proceder s diligncias necessrias

    para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinria, ouvidos os

    interessados que o requererem, dentro em quinze dias. (vai ser mandado pro cartrio para

    verificar se ele poderia casar ver estado civil, idade, para ver o regime de bens que poder

    ser adotado)

    2o Verificada a idoneidade dos cnjuges para o casamento, assim o decidir a autoridade

    competente, com recurso voluntrio s partes.

    3o Se da deciso no se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos

    interpostos, o juiz mandar registr-la no livro do Registro dos Casamentos.

    4o O assento assim lavrado retrotrair os efeitos do casamento, quanto ao estado dos

    cnjuges, data da celebrao.

    5o Sero dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo

    convalescer e puder ratificar o casamento na presena da autoridade competente e do oficial

    do registro.

    CASAMENTO POR PROCURAO

    Art. 1542 possvel fazer uma procurao pblica para nomear uma pessoa casar no meu

    lugar.

    Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procurao, por instrumento pblico, com

    poderes especiais.

    1o A revogao do mandato no necessita chegar ao conhecimento do mandatrio; mas,

    celebrado o casamento sem que o mandatrio ou o outro contraente tivessem cincia da

    revogao, responder o mandante por perdas e danos.

    2o O nubente que no estiver em iminente risco de vida poder fazer-se representar no

    casamento nuncupativo.

    3o A eficcia do mandato no ultrapassar noventa dias.

    4o S por instrumento pblico se poder revogar o mandato.

  • CASAMENTO CONSULAR o casamento realizado por brasileiros no exterior, perante

    autoridade consular brasileira.

    CASAMENTO DE ESTRANGEIROS permitido no Brasil.Se possuir permanncia legal no pas,

    pode casar aqui, com uma brasileira, ou com outra estrangeira. Continuam solteiros no

    exterior/na cidade natal deles e casados aqui no Brasil.

    www.portalconsular.mre.gov.br

    CASAMENTO DE PESSOAS DO MESMO SEXO No existe legislao especfica, porm existe a

    resoluo 175 do CNJ de 14-05-2013, que probe os cartrios de recusarem pedidos de

    casamento de homossexuais.

    04-09-2013

    CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS

    Art. 1.515. O casamento religioso, que atender s exigncias da lei para a validade do

    casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro prprio, produzindo

    efeitos a partir da data de sua celebrao.

    H duas maneiras de fazerisso.

    Aps casamento na igreja, h o prazo de 90 dias para casar no civil. Levo a certido de

    casamento religioso no civil e declaro qual regime quero.

    Se eu fiz habilitao mas casei na Igreja antes. Devo apresentar dentro dos 90 dias a contar da

    data da certido de habilitao a certido de casamento da Igreja.

    REGIME DE BENS

    o Estatuto que regula as relaes patrimoniais entre os cnjuges e 3s. Se os cnjuges

    optarem por nenhum regime, ser atribudo o regime Legal (Parcial).

    Caractersticas:

    1- VARIEDADE DE REGIMES PR-ESTABELECIDOS (a lei oferece alguns regimes de bens);

    2- LIBERDADE CONVENCIONAL;

    3- MUTABILIDADE CONTROLADA (hoje os cnjuges podem pedir para o Juiz, para durante o

    casamento, mudar o regime de bens do casamento);

    Enunciado 113 do CEJ (Centro de Estudos Judicirios da Justia Federal)Exige-se ampla

    publicidade e necessria apurao de existncia de dvidas para alterao do regime de bens;

    Enunciado 260 do CEJ possvel alterar o regime de bens de casamentos realizados durante a

    legislao anterior;

  • Art. 1.639. lcito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus

    bens, o que lhes aprouver.

    1o O regime de bens entre os cnjuges comea a vigorar desde a data do casamento.

    2o admissvel alterao do regime de bens, mediante autorizao judicial em pedido

    motivado de ambos os cnjuges, apurada a procedncia das razes invocadas e ressalvados os

    direitos de terceiros.

    Art. 1.640.No havendo conveno, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorar, quanto aos bens

    entre os cnjuges, o regime da comunho parcial.

    Pargrafo nico. Podero os nubentes, no processo de habilitao, optar por qualquer dos

    regimes que este cdigo regula. Quanto forma, reduzir-se- a termo a opo pela comunho

    parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pblica, nas demais escolhas.

    SEPARAO OBRIGATRIA DE BENS

    No h pacto.

    Art. 1.641. obrigatrio o regime da separao de bens no casamento:

    I - das pessoas que o contrarem com inobservncia das causas suspensivas (1523) da

    celebrao do casamento;

    II da pessoa maior de 70 (setenta) anos;

    III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. (VER 1519, 1517 E 1520).

    Enunciado 262 do CEJ Pode alterar o regime da separao obrigatria de bens, nas hipteses

    do inciso I e III, desde que superada a causa.

    permitido um cnjuge realizar doaes ao outro.

    Enunciado 261 do CEJ A obrigatoriedade do regime de separao de bens no se aplica

    pessoa maior de 70 anos quando o casamento for precedido de unio estvel, iniciada antes

    desta idade.

    Smula 377 do STF No regime de separao legal de bens, comunicam-se os adquiridos

    na constncia do casamento.

    INTERPRETAO DA SMULA: comunicam-se os adquiridos pelo esforo comum (conjugao

    de esforos do casal).

    INTERPRET. DO ESFORO COMUM: presume-se o esforo comum independente de prova,

    ocorrendo naturalmente pelo casamento.

    PACTO ANTENUPCIAL

    realizado por escritura pblica e seus efeitos comeam a valer depois do casamento.

    Art. 1.653. nulo o pacto antenupcial se no for feito por escritura pblica, e ineficaz se no

    lhe seguir o casamento.

  • No pacto permite fazer doaes ao outro cnjuge. Tornando este bem incomunicvel.

    Art. 1.668. So excludos da comunho:

    IV - as doaes antenupciais feitas por um dos cnjuges ao outro com a clusula de

    incomunicabilidade;

    11-09-2013

    PROIBIO DO PACTO ANTENUPCIAL

    CLUSULAS QUE AFRONTAM A LEI

    A nica vedao de clusulas do Pacto quando existe afronta lei (artigo 1655).

    Art. 1.655. nula a conveno ou clusula dela que contravenha disposio absoluta de lei.

    Art. 167 e 244 da lei de registros pblicos

    COMUNHO PARCIAL DE BENS

    o regime de bens onde so incomunicveis os bens anteriores unio e qualquer bem

    recebido por um dos consortes, mesmo durante o casamento, por doao ou herana, ou to

    pouco, se comunicam os bens que nestes se sub-rogarem.

    Art. 1.658. No regime de comunho parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal,

    na constncia do casamento, com as excees dos artigos seguintes.

    Art. 1.659. Excluem-se da comunho:

    I - os bens que cada cnjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constncia do

    casamento, por doao ou sucesso, e os sub-rogados em seu lugar;

    II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cnjuges em sub-

    rogao dos bens particulares;

    III - as obrigaes anteriores ao casamento;

    IV - as obrigaes provenientes de atos ilcitos, salvo reverso em proveito do casal;

    V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profisso;

    VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cnjuge;

    VII - as penses, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

    Smula 251 STJ A meao s responde pelo ato ilcito quando o credor, na execuo fiscal,

    provar que o enriquecimento dele resultante, aproveitou o casal

    Art. 1659 , Inciso V - Para Aspiri tratam-se de bens de carter personalssimo ou atributos da

    prpria pessoa, como a sua roupa, correspondncia, ttulos, recordaes de famlia e aqueles

    utilizados em sua atividade profissional, desde que no tenham um valor considervel.

    AQUISIO COM CAUSA ANTERIOR ART. 1661 CC

    Art. 1.661. So incomunicveis os bens cuja aquisio tiver por ttulo uma causa anterior ao

    casamento.

  • Se voc recebe uma quantia advinda de um processo com data anterior ao casamento, o valor

    recebido por esta causa no se comunica.

    SOBRE BENS MVEIS

    Art. 1.662. No regime da comunho parcial, presumem-se adquiridos na constncia do

    casamento os bens mveis, quando no se provar que o foram em data anterior.

    ADMINISTRAO DO PATRIMNIO E DVIDAS DOS CNJUGES

    Ambos os consortes so responsveis pelos dbitos destinados manuteno da

    famlia, independente do regime de bens.

    Art. 1.643. Podem os cnjuges, independentemente de autorizao um do outro:

    I - comprar, ainda a crdito, as coisas necessrias economia domstica;

    II - obter, por emprstimo, as quantias que a aquisio dessas coisas possa exigir.

    Art. 1.644. As dvidas contradas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente

    ambos os cnjuges.