resumo escrito

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Inscrição para apresentação de Trabalho Científico no Seminário de Pesquisa em Ciências da Religião e Seminário “O Oriente está aqui: a presença do fenômeno religioso oriental em Montes Claros Nome: Amanda Muniz Oliveira CPF: 104.134.956-47 Instituição: Graduanda do curso de Direito das Faculdades Santo Agostinho. Endereço: Rua Sebastião Santos; Número 795; Bairro Morada do Sol. CEP 39403-223,Montes Claros – MG E-mail: [email protected] Telefone: (38) 9975-9667 Material necessário para desenvolvimento trabalho Para uma melhor exposição do tema, faz-se necessária a disponibilização de um data show para apresentação de slides. O Direito Hindu e O Direito Muçulmano: a questão da (des)igualdade frente à mentalidade ocidental A maior parte dos países ocidentais tem por base o sistema legalista romano, caracterizado pela ênfase à normas codificadas, produto do artefato humano. Fugindo a esta perspectiva, alguns sistemas normativos utilizam a religião como base legal, entendendo a lei não como fruto da ação antrópica, mas de uma “força maior’’, passível de aplicação a seus fiéis independentemente de fronteiras estatais. Como essas práticas divergem da nossa realidade imediata, tendemos a tratá-las de forma duvidosa, etnocêntrica 1 e preconceituosa. O presente artigo tem por escopo desmitificar as percepções ocidentais sobre os direitos de cunho religioso, no que diz respeito ao direito hindu e muçulmano, frequentemente estigmatizados como “inferiores” e “arcaicos”, especialmente no que tange ao princípio da igualdade. A religião Hindu consagra a desigualdade social através do sistema de castas, afirmando 1 O etnocentrismo é uma corrente antropológica que determina a cultura do observador como superior à do observado.

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Page 1: Resumo Escrito

Inscrição para apresentação de Trabalho Científico no Seminário de Pesquisa em Ciências da Religião e Seminário “O Oriente está aqui: a

presença do fenômeno religioso oriental em Montes Claros

Nome: Amanda Muniz OliveiraCPF: 104.134.956-47Instituição: Graduanda do curso de Direito das Faculdades Santo Agostinho.Endereço: Rua Sebastião Santos; Número 795; Bairro Morada do Sol. CEP 39403-223,Montes Claros – MGE-mail: [email protected]: (38) 9975-9667

Material necessário para desenvolvimento trabalho

Para uma melhor exposição do tema, faz-se necessária a disponibilização de um data show para apresentação de slides.

O Direito Hindu e O Direito Muçulmano: a questão da (des)igualdade frente à mentalidade ocidental

A maior parte dos países ocidentais tem por base o sistema legalista

romano, caracterizado pela ênfase à normas codificadas, produto do artefato humano. Fugindo a esta perspectiva, alguns sistemas normativos utilizam a religião como base legal, entendendo a lei não como fruto da ação antrópica, mas de uma “força maior’’, passível de aplicação a seus fiéis independentemente de fronteiras estatais. Como essas práticas divergem da nossa realidade imediata, tendemos a tratá-las de forma duvidosa, etnocêntrica1 e preconceituosa. O presente artigo tem por escopo desmitificar as percepções ocidentais sobre os direitos de cunho religioso, no que diz respeito ao direito hindu e muçulmano, frequentemente estigmatizados como “inferiores” e “arcaicos”, especialmente no que tange ao princípio da igualdade. A religião Hindu consagra a desigualdade social através do sistema de castas, afirmando que cada indivíduo possui um lugar predestinado na sociedade. Hierarquicamente, as castas se classificam em: brâmanes, encarregados do ensino e dos sacrifícios; chátrias, os guerreiros; vaissias, empresários e comerciantes; os sudras que são os camponeses e ainda uma classe inferior, formada através de uniões ilícitas entre indivíduos de classes diferentes. São os párias – ou dalits –, empregados nos serviços chamados indignos – como limpar banheiros e cuidar dos mortos. São considerados impuros e capazes de tornar impuro tudo o que tocam, além de sofrerem diversas privações legais. Os muçulmanos, por sua vez, são censurados por uma suposta opressão feminina legitimada pelas leis religiosas. Aos olhos ocidentais, tais práticas podem parecer atrasadas e desumanas. Entretanto é necessário contextualizar tão polêmicas situações: no caso dos dalits, a tradição de excluir tais indivíduos baseia-se nas “Leis de Manu” – escritas há 2000 anos. No que diz respeito à sociedade muçulmana, é preciso compreender que realizamos um recorte fático e transportamos a realidade daquelas mulheres à nossa própria cultura.

1 O etnocentrismo é uma corrente antropológica que determina a cultura do observador como superior à do observado.

Page 2: Resumo Escrito

Além disso, alguns grupos muçulmanos cometem atrocidades contra o ser feminino, distorcendo os ensinamentos do Alcorão e comprometendo a imagem dos verdadeiros fiéis islãs. O oriente, ainda hoje, está fechado para nossos costumes, leis e tradições ocidentais. Entretanto, por mais estranhos que tais sistemas nos parecem, não cabe a nós, ocidentais, ditar o que é certo ou errado; muito menos adotar uma visão etnocêntrica e nos considerar superiores a estes indivíduos. Por outro lado, questões delicadas como o caso dos párias hindus – preconceito estabelecido por tradições legais - e do radicalismo de certos grupos islâmicos não devem ser ignoradas. Enquanto o mundo luta para achar uma resposta para assuntos tão polêmicos, devemos sempre ter em mente que não cabe a nós impor uma ideologia que nos parece certa.

Referências Bibliográficas: ALVES, Ricardo Luiz. O direito hindu e o direito indiano. 2004. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5488 Acesso em 25 mai. 2010, às 20h15min. BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da Mitologia: (A idade da fábula) História de Deuses e Heróis. Trad. David Jardim Jr. 11. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. DAVID, René: Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993. ESPINOLA, Cláudia Voigt. A Mulher no Islã: Direitos Humanos, Violência e Gênero. 2003. Disponível em: http://www.naya.org.ar/religion/XJornadas/pdf/7/7-Espinola.PDF Acesso em 25 mai. 2010, às 20h35min . GILISSEN, John. Introdução histórica ao direito. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste, 2001. HAJJAMI, Aicha El. A condição das mulheres no Islã: a questão da igualdade. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n30/a09n30.pdf Acesso em 25 mai. 2010, às 20h25min.  MONTENEGRO, Sílvia M. Discursos e contradiscursos: o olhar da mídia sobre o Islã no Brasil. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-93132002000100003&script=sci_arttext Acesso em 25 mai. 2010, às 20h38min.  MUNIZ, Mônica. A Condição da mulher no Islã. Disponível em: http://www.sbmrj.org.br/Mulheres-condic.htm Acesso: 25 mai. 2010, às 20h18min. POWER, Carla. Pobres reagem à discriminação na Índia: Vítimas do sistema de castas que domina o país, os assim chamados dalits vivem como uns fantasmas. 2000. Disponível em:

Page 3: Resumo Escrito

http://www1.an.com.br/2000/jul/07/0mun.htm Acesso em 31 mai. 2009, às 15h50min. RÊGO, Fausto. Dalits gritam por direitos humanos. (2004). Disponível em: http://alainet.org/active/5358&lang=pt Acesso em 25 mai. 2010, às 20h23min.  ROCHA, Everardo. O que é etnocentrismo? São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 7-22.