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AULA 2 Construção do Estado: A Monarquia Constitucional Construção do Estado começou em 1808 com a chegada da corte ao Brasil. No mesmo, foi celebrado o tratado de Abertura dos Portos às Nações Amigas, acabava-se, então, o exclusivo metropolitano. A vinda da corte portuguesa para o Brasil, explica a forma peculiar como se deu a independência, sem guerras. Mesmo assim, o território não era unido e não havia laços, nem econômicos ou culturais, que ligassem os territórios. A identidade provinciana era maior que a nacional. O governo metropolitano ainda trouxe consigo todo um aparato político que se constituirá em uma vantagem para o a construção do Estado brasileiro. Além disso, houve investimentos no aparato administrativo e estradas para tornar a comunicação entre as províncias mais eficiente. Tudo isso servirá de base material para o projeto de unidade. A instalação do judiciário aqui permitiu maior eficiência e acesso da elite brasileira aos cargos públicos judiciários, embora não ocupassem os cargos de primeiro escalão. Deu um maior dinamisno à economia interna e ¨interiorizou¨ a metropole, pois o aumento da demanda vinda do Rio de Janeiro foi suprimida pelo abastecimento dos produtos do Centro-sul. Aos poucos, vão se criando laços entre a nobreza portuguesa e os fazendeiros ricos. Esta elite tinha um projeto reformista ilustrado para sair da condição de monarquia subalterna. A Revolução do Porto colocou fim à aliança burguesia mercantil - nobreza. Ficou decidido que seria instaurado uma monarquia constitucional, porém houve divergência entre os projetos: os portugueses queriam a volta da corte e o brasileiros, a continuidade da autonomia politica ganhada com a vinda da corte para o Brasil. O projeto de constituição serviu para unificar os deputados da América portuguesa. * Não houve um projeto recolonizador por parte dos portugueses. Foi só um argumento brasileiroi para legitimar a independência. O dia do fico significou a reação da elite brasileira à monarquia centralizade de Portugal. A aliança entre a elite e Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon ência fosse feito de ¨cima para baixo¨ (sem a participacao da população) e para que se mantivesse a unidade politica necessária para manter a ordem escravista e resistir á pressão inglesa para o fim do tráfico negreiro. Durante a regência, os liberais exaltados queriam reformas, mas dentro da

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Resumo História das RI

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Page 1: Resumo História das RI

AULA 2Construção do Estado: A Monarquia Constitucional

Construção do Estado começou em 1808 com a chegada da corte ao Brasil. No mesmo, foi celebrado o tratado de Abertura dos Portos às Nações Amigas, acabava-se, então, o exclusivo metropolitano.A vinda da corte portuguesa para o Brasil, explica a forma peculiar como se deu a independência, sem guerras. Mesmo assim, o território não era unido e não havia laços, nem econômicos ou culturais, que ligassem os territórios. A identidade provinciana era maior que a nacional.O governo metropolitano ainda trouxe consigo todo um aparato político que se constituirá em uma vantagem para o a construção do Estado brasileiro. Além disso, houve investimentos no aparato administrativo e estradas para tornar a comunicação entre as províncias mais eficiente. Tudo isso servirá de base material para o projeto de unidade.A instalação do judiciário aqui permitiu maior eficiência e acesso da elite brasileira aos cargos públicos judiciários, embora não ocupassem os cargos de primeiro escalão. Deu um maior dinamisno à economia interna e ¨interiorizou¨ a metropole, pois o aumento da demanda vinda do Rio de Janeiro foi suprimida pelo abastecimento dos produtos do Centro-sul. Aos poucos, vão se criando laços entre a nobreza portuguesa e os fazendeiros ricos. Esta elite tinha um projeto reformista ilustrado para sair da condição de monarquia subalterna. A Revolução do Porto colocou fim à aliança burguesia mercantil - nobreza. Ficou decidido que seria instaurado uma monarquia constitucional, porém houve divergência entre os projetos: os portugueses queriam a volta da corte e o brasileiros, a continuidade da autonomia politica ganhada com a vinda da corte para o Brasil.O projeto de constituição serviu para unificar os deputados da América portuguesa.* Não houve um projeto recolonizador por parte dos portugueses. Foi só um argumento brasileiroi para legitimar a independência.O dia do fico significou a reação da elite brasileira à monarquia centralizade de Portugal. A aliança entre a elite e Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon ência fosse feito de ¨cima para baixo¨ (sem a participacao da população) e para que se mantivesse a unidade politica necessária para manter a ordem escravista e resistir á pressão inglesa para o fim do tráfico negreiro. Durante a regência, os liberais exaltados queriam reformas, mas dentro da ordem (legalistas), pois caso tirassem a legitimidade da lei, poderiam abir um precedente para revoltas -(por exemplo, escravistas)

O que caracteriza um governo representativo?● população participando através dos representantes eleitos● os representantes redigem as leis a que todos se submetem● as eleições são periódicas, como forma de garantir a representação● leis que atinjam o bem comum● divisão de poderes● liberdade de expressão● atos dos representantes devem ser públicas

No Brasil, havia um governo representativo?● NÃO

Pode-se dizer que havia, no Brasil imperial, um “falseamento da representatividade”: o fato de que alguns cargos eram eletivos tornava o governo aparentemente democrático; contudo, o próprio exercício do voto era limitado de diversas maneiras: os eleitores eram limitados e adestrados, e diversos outros princípios essenciais em governos representativos não eram respeitados, como a transparência política, o voto secreto, etc. Além disso, o Poder moderador permitia que a vontade do povo fosse substituída pela do imperador. Este, por sua vez, podia dissolver a camara a qualquer momento

Page 2: Resumo História das RI

● SIMPor mais que o legislativo fosse submisso, as leis ainda deviam passar pelo Imperador, ou seja, o ele não podia promulgar lei. Além disso, ele devia se articular com os partidos e estes entre si também. Anacronismo da observação. À época, esse governo poderia sim ser considerado representativo.

eleitores e eleitos eram funcionarios publicos, pela propria formacao da sociedade escravista (escravos, fazendeiros, e burguesia)funcionário público: camada que dá sustencao ao governo representativo“fiscais fiscalizados”

Texto 1: Amado Luiz Cervo

Três textos institucionais definem as atribuições do Parlamento em matéria de política externa durante o Império: a Constituição de 1824, a lei que regulamentou a competência dos regentes, aos 14 de junho de1831, e a que criou novamente o Conselho de Estado, aos 23 de novembro de 1841.A Constituição de 1824 sequer menciona as atribuições do parlamento. A política externa, portanto, foi centralizada no executivo no artigo 104. O sistema de tratados vinculou juridicamente a vida nacional à dominação europeia. O parlamento criou uma corrente anti tratados que teve força sobretudo em 1827 e reivindicou para si o direito constitucional de aprovar ou rejeitar tratados de qualquer natureza, por envolverem sempre os interesses nacionais, além de dispositivos legais de toda ordem que diziam respeito a ordem interna da nação. Em 1831, lei 14 de junho, o Parlamento obteve a atribuição de aprovar ou rejeitar todos os tratados concluídos com o estrangeiro. E na década de 1840, pôs fim ao sistema de tratados.Cervo (dá a entender) que rejeita a idéia de que a interferência do parlamento seria prejudicial as relações exteriores.Fuções do Parlamento segundo Oliveira Torres:a) Representativa, enquanto agente do poder Legislativo, apesar da iniciativa do executivo (no Império o Senado desempenhou tal função mais técnica)b) Decidir a continuidade ou não do governo de gabinete, quando a Câmara dos deputados faz e desfaz gabinetes (no Império, coube a Câmara dos deputados tal função mais política)Para Cervo, o Parlamento desempenhou ainda outra função mais política quanto as relações exteriores: de examiná-la, estudá-las, pensá-las e dominá-las ou não pela força das idéias. A assembléia seria um ambiente de debate político, para o exame e a fiscalização das atividades do governo, aprovando-as ou censurando-as.

Sistema partidárioInexistia vida partidária rígida. Fidelidade era dúbia. Sistema eleitoral não oferecia suporte para legitimação dos partidos.Margem de dependência com relação ao governo é maior no Senado, em razão de sua vitaliciedade do que na Câmara. Há conciliação partidária no que tange a política externa. Ideia do “nacional”. Ex: sistema dos tratados europeus. Próximo de divergência: questão do Prata por volta de 1850.A conciliação mostra que não havia grandes diferenças entre liberais e conservadores. O único ponto de divergência dos dois grupos se encontrava na questão do protecionismo x liberalismo.Parlamento como grupo de pressão – além de suas funções?

Aula:

Page 3: Resumo História das RI

Com relação ao texto do Amado Cervo, que mostra que um tema tão próprio do executivo, como a politica externa, segundo a constituição de 1824, era assunto exclusivo do dele. O autor aponta que há uma grande mobilização do legislativo, na câmara principalmente, exigindo participação na politica externa. Em 1931 é aprovada uma lei na qual nenhum tratado feitopelo executivo tem validade se não é ratificado pelo parlamento – lei que está em vigência até hoje.Argumentação: um tratado é uma forma de legislação, e nenhuma pode ser feita sem passar pelo parlamento (lógica do governo representativo). Fora isso, um tratado pode afetar leisinternas, que tem que passar pelo legislativo. Ou seja, nenhum tratado tem validade se não passar pelo legislativo.

Texto 2: Sergio Buarque de HollandaAula:O poder pessoal do imperador não se confunde com o absolutismo, uma vez que ele tem que se articular com partidos e grupos sociais. A Constituição obriga a articulação política.Os partidos eram instrumentos do imperador e seus programas partidários eram parecidos.Não havia uma classe média, que é a base social de sustentação (não entendi nada que ele falou). Sem classe média não há governo representativo.Os funcionários públicos sustentam a democracia, nessa sociedade onde não existe classe média.

Capitulo I. O poder pessoal

Revezamento de poder entre Saquaremas, conservadores, e Luzias, liberaisDemissão de gabinetes sucessivosVantagem dos Saquaremas (conservadores)Período da Conciliação (1853 - 1968)Período de estabilidade a partir de 1850 – 13 anos sem demissõesOposição aos instrumentos da Coroa em tempos conciliatóriosCaso austríaco: comparação entre Imperador Austriaco com Brasil - desmoralização de partidos para D. Pedro emergir poderosoConceito de “imperialismo”: concentração de poder na figura do Imperador - “poder pessoal” do Imperador.Thiers: “rei reina e não governa”Itaboraí: “o rei reina, governa e administra”O conceito de “imperialismo” não é unívoco, pode indicar hipertrofia do poder imperial ou as pessoas ou partido que parecessem dar respaldo à ação do imperador.Imperador chamava pelo Conselho de Estado – era formalidade que não mudaria a decisão final que era sempre do Imperador.As dissoluções preocupavam ambos partidos, pois poderia ser o outro da próxima vez. Segundo costume político no segundo reinado, as dissoluções visavam sobretudo mudar ou manter alguma situação partidária a critério do Imperador. Entre 1868 e fins de 1889 todas as legislaturas serão interrompidas por poder extraordinário, menos uma.Falta de autêntica democracia, Carta outorgada de cunho monárquico X constituição não escrita que pende para o parlamentarismo.Poder Moderador – chave de toda a organização, sem definição claraD. Pedro II: Concordou em não ser chamado soberano, pois a soberania pertencia ao povoDissolução: colocada como “caprichosa” diversas vezes. Diferença entre Inglaterra e Brasil parlamentar: vontade do povo era traduzida como vontade do imperador na dissolução do gabineteFicção Democrática: procura-se ser um regime liberal mas convive com a escravidão, destituído de base democrática: eleições não são de fato representativas, vota-se no eleitor que escolhe os representantes;

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impõe-se restrições políticas a quem não segue a religião oficial do EstadoLei Saraiva – eleições diretas mas que não eliminarão a trama das dependências, nem contribuirão para tornar realidade o sistema representativo no ImpérioA modernização com os imperadores “brasileiros” se deu, mas foram limitadas aos centros urbanos. Enquanto as relações rurais permaneceram, em suma, da mesma forma à da época colonial e do absolutismo.Cuidado com palavras e expressões

Capítulo II, A Democracia Improvisada

No Brasil havia classe média? – resposta: aparentemente nãoO problema relacionado aos europeus – portugueses em cargos públicosOs “direitos próprios” (devem assumir os cargos políticos que se alinham, tenham fidelidade, ao partido no poder) x competência do político

PatronatoO sistema de esbulhos (spoils system): demissões massivas de empregados públicosEstados Unidos (demissões com regularidade, de 4 em 4 anos, quando não houvesse reeleição do presidente) x Brasil (como não podia-se prever a duração de um ministério no poder, as demissões valiam por expropriações de patrimônio)Brasileiros almejavam cargos públicos, ainda ocupados pelos portugueses.Problemas derivados do patronato surgiram nos últimos 30 anos de monarquia e persistiram na república: irregularidades que abalavam a confiança das instituições.Intervenções de D. Pedro: esporádicas, limitadas aos momentos de crises escandalosas

A Guerra do Paraguai e a crise Dívidas Poucos beneficiários – favoritismo oficial – e muitas perdas à maioiria Corrupção admnistrativa e complacência Oposição política Morosidade da Guerra, opinião pública e Caxias

AULA 3Os grupos no poder

Texto 1: Miriam Dolhnikoff

Momento Político: Abdicação de D. Pedro (1831):

Ø Resultado do fechamento da Assembleia ConstituinteØ Ausência de apoioØ Oposição do legislativoØ Nascimento da possibilidade de uma República

Grupos de influência: Liberais-moderadosØ Grupo que cultivavam a ideia de fazer reformas para que o projeto de Estado das elites

fosse posto em prática

Page 5: Resumo História das RI

Ø Legalistas: as reformas, contudo, se restringiam ao âmbito das instituições, e eram sempre realizadas “dentro da ordem”

Ø Sociedade ainda escravista, tornando necessário manter o controle sobre o processo político: apoiar mudanças políticas muito bruscas poderia resultar em revoltas de escravos

Tal grupo, no controle da câmara dos deputados, promulgou o Ato adicional de 1834, e só não o fizeram mais cedo para que fossem respeitados os ritos da lei.

Ato Adicional: As províncias passariam a ter uma assembleia legislativa provincial, cujas decisões não precisavam ser aprovadas pelo governo central. Implicou em maior autonomia local, desejada pelas elites regionais. Também acarretaria no fim do conselho de Estado, da vitaliciedade dos senadores e do poder moderador. No entanto, o senado vetou. Após reunião das duas câmaras, apenas o fim do conselho de Estado se manteve. O fim da vitaliciedade dos senadores e do poder moderador não foram aprovados.

O Ato adicional mantém a nomeação dos presidentes das províncias pelo governo central. É importante lembrar que os presidentes das províncias não eram eleitos localmente.

Praticamente todo o processo criminal estava sob controle de cidadãos que não eram dotados de conhecimento técnico, visto que o cargo de juíz de paz era eleito localmente, assim como os júris de pronúncia e de sentença > concentração do poder judiciário local nas elites locais.

Dessa forma, após a abdicação de D. Pedro, as reformas promovidas pelos liberais-moderados tiveram o propósito de enfraquecer o poder central.O fato de que as instituições se encontravam em estado de criação originou um período conturbado durante o qual ocorrem uma série de revoltas de diferentes naturezas, que tem diferentes causas e atores.Revoltas de elites > Farroupilha, Praiera, e Revolta Liberal – manifestações daqueles que eram contrários à maneira de organização das instituições, ou descontentes com os arranjos políticos locais.Revoltas de homens livres pobres > Balaiada, Sabinada, Cabanagem – Não possuiriam, de acordo com a historiografia comum, programas de governo ou propostas políticas definidas. Resumiam-se a descontentamentos populares violentos. Contudo, a historiografia recente demonstra que tais homens, por acompanhar discussões políticas e participar de votações, se apropriaram das ideias liberais. Haveriam assim reivindicações bem definidas, como voto universal e secreto, reformulação do recrutamento forçado, etc.Revoltas de escravos > Malês.A situação de desordem generalizada fez com que a maioria dos liberais moderados defendesse uma revisão das reformas que estavam sendo realizadas, para que o Estado tivesse condições efetivas de impor a ordem interna. A existência de dissindencias fez com que houvesse uma divisão no partido, criando assim os partidos Liberal e Conservador.

O partido Conservador passou a ser majoritário do parlamento, e foi capaz de realizar a chamada Interpretação do Ato Adicional, que consistiu em uma série de revisões das reformas.

Com a perda do cargo de regente dos Liberais (P. Feijó) para os Conservadores (Araújo Lima), os primeiros decidem realizar o Golpe da Maioridade, acelerando a chegada de D. Pedro II ao trono. Após um breve período de um Ministério Liberal, que havia sido acordado entre os Liberais e D. Pedro II, este último, fazendo uso do poder moderador, demitiu os Liberais e colocou os Conservadores no ministério.

Discussão dos Textos

Por quais mecanismos as elites dirigiram o Estado brasileiro na época?

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Vários autores, em consonância com a tese de que a democracia era falseada, defendiam que as decisões estiveram sempre nas mãos do imperador e das elites. As instituições reestabelecidas a partir do “regresso Conservador” desabilitou a descentralização alcançada pelos liberais. A elite, capitaneada pelo imperador, guiou a construção do Estado, seguindo um modelo centralizador. Tal modelo tem implicações fortes, como a manutenção da sociedade escravocrata e excludente, a imposição de uma visão de civilização eurocêntrica, com valores e constumes europeus. Há ainda a imposição de uma nacionalidade; a construção da nacionalidade brasileira se deve, em grande parte, à construção do Estado por parte das elites, bem como à construção literária romantista (“O Guarani”, “Iracema”, etc.). Finalmente, há a manutenção da unidade territorial do Brasil, algo singular no resto da América Ibérica.Relação entre estado e elite> duas principais visões

Estado como instrumento das elites econômicasA elite política se difere daquela que dirige o processo econômico, ainda que ambas apresentem

certa simpatia.

Texto 2: José Murilo de Carvalho

Elite política> Componentes das instituições políticas: deputados, senadores, ministros, etc.Deputados > Vestíbulo da elite política. Porta de entrada.Conforme progridem nos quadros administrativos, a elite política vai perdendo seus laços locais,

adquirindo novos ideias, passando de elite local a elite nacional.Etapas para compor a elite política

Ø Adquirir um diploma de direito (apenas uma minoria conseguia fazer parte sem tal diploma [médicos, padres, militares, não-formados, etc.]

Consequências condicionantes da composição das elites políticas: Econômica (nem todos tinham condições de estudar), geográfica (só haviam duas faculdades de Direito, com o mesmo currículo> obriga o convívio de membros de elites de locais diferentes, acelerando o processo.

Ø Magistratura A própria natureza do cargo obrigaria o cumprimento das leis do Estado, favorecendo uma cultura corporativa positivista, leal aos interesses do Governo. O dever do ofício aprofunda a homogeneidade de visão do mundo.

Ø Presidência de província

Ø Circulação geográfica

Assim, o Estado criaria a sua própria elite. Com o aparato estatal dado, a prática que já era desenvolvida em Portugal passa a ser cultivada no Brasil. Para Murilo, os conservadores estão preocupados em desfazer as reformas descentralizadoras do período regencial. Assim, esse grupo realiza o “regresso”. As elites provinciais, dessa forma, devem ser neutralizadas; a autonomia das mesmas deve ser retirada. A reforma do código de processo penal centraliza todo o judiciário, retirando as atribuições dos juízes de paz e transferindo-as à juízes dotados de conhecimento técnico. Ainda, a Guarda Nacional é reformada de maneira a concentrar mais poderes no governo central.

Embora sejam diferentes, a elite política não está dissociada da elite econômica. Isso seria impossível, pois quem financiava o Estado eram os que moviam a máquina econômica, os detentores de escravos e donos de terras. Ainda, a manutenção das elites econômicas é fundamental para a manutenção da ordem interna, dado que os componentes da guarda nacional são pertencentes à elite econômica.

Entre as elites, estabelece-se uma dialética da ambiguidade: o Estado é, ao mesmo tempo, sujeito de transformação e instrumento de conservação.

AULA 4

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Público x Privado

Texto 1: Ilmar Rohlof de Mattos¨“Queremos a Constituição, não queremos a Revolução¨

Independência: Movimento emancipatório, caráter e alcance definido pelas elites.Revolução como luta nativista ou como confirmação dos privilégios da elite (enfase)A administração de D. João, a partir de 1808, permitu a aproximação dos colonos, detentores do poder econômico, em relação aos colonizadores, detentores do poder político. Assim, o movimento emancipatório como uma “guerra civil entre portugueses”. Diferencial: Guerra que divide aqueles que são favoráveis à recolonização e os favoráveis à independência. Ocorre, no entanto, uma aliança entre as elites portuguesa e brasileira, que eram as elites política e econômica, respectivamente. ANTES DE 1808 > ELITES SEPARADASAPÓS 1808 > ELITES EM CONTATO

Após a independência, o Estado ainda não está consolidado, o que faz com que os esforços das elites se voltem ao estancamento da revolução. Tal contenção de ideais era especialmente importante, pois as classes altas não queriam que outros grupos fossem contaminados pelos ideais, sob o risco de aparecerem ideias que alterassem a ordem.

A principal ferramenta de contenção utilizada pelas elites foi a atividade legislativa. O direito revelou-se como uma forma de limitar o poder, criando um ambiente político favorável à manutenção do status quo.

Os que eram brancos, livres e proprietários de escravos constituiam a boa sociedade. Já a “ralé” eram aqueles que eram “donos de si mesmos”; não eram escravos, mas não possuiam propriedades. Tais características da elite formam o embrião do sentimento aristocrático das elites.

O próprio sistema representativo, que acabava sendo centralizado no poder moderador, contribuia com o direito no alinhamento das ideias das elites. Os setores liberais e conservadores eram bastante similares, mas o fato de que a ideia conservadora de previnir a revolução ter prevalescido revela que este último grupo teve maior êxito.

Os ideais conservadores, portanto, se reproduzirão em todo o Estado e, consequentemente, em toda a sociedade. Consoante a tais ideais era o conceito de um Estado forte, capaz de manter a ordem e a coesão social.

A constituição de 1824 diferencia entre homens “bons” e homens “livres” como cidadãos, respectivamente, ativos e passivos. Enquanto a elite molda o Estado para garantir seus privilégios, tal aparato político acaba influenciando seus próprios criadores, o que pode ser percebido no diferencial dos burocratas que compunham os quadros do governo, que abraçam, a ideologia conservadora. Isso gera um distanciamento entre tais elites e a população em geral, reforçando o caráter aristocrático das mesmas.

A coroa, enquanto entendida como partido, tinha como missão a defesa da ordem e a difusão da civilização. A ideologia conservadora brasileira posiciona o paísem algum lugar entre as monarquias europeias e as repúbllicas latino-americanas, ou seja, em uma posição de vanguarda.

Texto 2: Maria Sylvia de Carvalho Franco

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Após a independência, os tratados que diminuiram as tarifas causaram redução da arrecadação estatal. Com isso, o Estado sente-se compelido a buscar renda por outros meios, reformando os impostos que provinham das províncias. Outras reformas buscavam dissociar as pessoas que serviam ao governo do cargo que as mesmas ocupavam, seguindo um modelo de Estado burocrático-instrumental (Weber) [crítica: os tipos ideiais de Weber não se encaixam tão bem na realidade brasileira].

Tal reforma, no entanto, exige grandes investimentos. Dada a situação econômica precária do país, a reforma administrativa ocorre de maneira incompleta, pois a mesma esbarra na realidade brasileira, abrindo margem para uma certa apropriação, por parte do Estado, de meios consuetudinários (office-boy amigo, etc.) para concretizar seus objetivos. Por outro lado, há um movimento em sentido contrário, de apropriação, por parte de algumas pessoas, do aparato estatal para resolver problemas pessoais.

Aula 5

Aula (o final tá meio porco e eu to com preguiça de arrumar, falow? (Nat porquinhaaaaaa))Comércio exterior com a Inglaterra

Impostos tinham a importância de financiar a construção do EstadoNão havia impostos que taxassem pesadamente no plano internoA principal fonte de rende tributaria vinha dos impostos de exportação e importação → de fácil cobrança: feitos nos portosHavia imposto sobre a circulação de mercadorias --> de difícil cobrança: Clientelismo/ausencia de uma burocracia estatal (estado em processo de construçao)Importaçao vem em sua maioria da Inglaterra. Não havia grandes impostos (ver tratados de comércio)As taxas mais pesadas ficavam na exportaçao. Produtos mais caros causavam a perda de competitividade. Foi mortal para o açúcar, pois já tinha que encarar a competividade do açucarcubano e do açucar de beterrabaAssim há um confronto entre a elite política e a econômicaAssim, o acordo entre Inglaterra e Brasil nao era das melhores. Seria mais interessante jogar o peso da tributaçao na importaçao. O ônus fica com o importador e com a populaçao inteira, que consome o importado, e nao so com os fazendeirosEm 1844, o tratado de 1826 chega ao fim e nao houve renovaçao deste tratadoA reclamaçao dos políticos brasileiros era de que os ingleses interpretavam os tratados de uma forma diferente dos brasileiros. Como eles tinham força, pois eram a potência mundial, faziam prevalecer sua visao.nao fazer tratados: usar nosso direito soberano de determinar unilaterelamente nossa politica alfandegariadesejo de que o peso maior do financiamento do estado caia sobre a importaçao leva o br a enfrentar a Inglaterra, não renovando o tratado e promulgando a tarifa alves brancoesta tarifa deixa de ser única, em vez de ser cobrado em funçao da origem do produto e sim de acordo com sua naturezaTinha um caráter protecionista?

● Sim, produtos como o açúcar e o café tinham altas taxas● Não, produtos como o charque e o ferro não obtiveram taxas altas

Estimular a indústria nacional? Para Alves Branco, a tarifa tinha este objetivo.OBS: Indústria, nesta época, tinha um sentido mais amplo (indústria do café, por exemplo).

Page 9: Resumo História das RI

Não há como industrializar o país só com política alfandegária. É necessário uma indústria incipiente e capital disponível e interessado a investirnão podia taxar os produtos a ponto de tornar inviável seu consumo pela populaçãoNesta questão do comércio o Brasil saiu ganhando contra a Inglaterra, pois ela tinha maior interesse na questão do tráfico de escravos.Em 1857, a tarifa foi reformada com o objetivo de financiar o Estado.

Discussão da relação do Brasil com a Inglaterra - Paulo Roberto de Almeida

Acordos do Brasil com a Inglaterra após a independência foi um “pecado original”Abertura dos portos foi algo extremamente liberal para a época.Os acordos foram uma herança da relação dos ingleses com os portugueses.Os tratados deveriam ser reciprocos, mas acabam prejudicando a economia brasileira.O parlamento se posiciona de maneira contrária aos tratados (posteriormente, os tratados passam a ser apreciados pelo Parlamento antes de serem aceitos). Conforme os tratados expiram, o Parlamento resolve não renová-los.Segundo o autor, o Parlamento decreta tarifas protecionistas com o intuito de proteger a produção interna.

Escravos:

D. João se compromete a acabar com o tráfico negreiro.Lembrete: colônias inglesas não usavam escravos.Interesse inglês: estabilização da economia africana, acabando com os conflitos entre as tribos. A economia africana abastecia o mercado inglês matérias primas, como óleos vegetais, resina, borracha e marfim.

Aula 6As relações com os países do Prata

Aula (o final tá meio porco e eu to com preguiça de arrumar, falow? (Nat porquinhaaaaaa))

Região do Prata

Formada por Argentina, Uruguai e Paraguai.Guerra do Paraguai é a questão mais importante!Questão Christie: relações diplomáticas entre Brasil e Inglaterra foram cortadas, até 1865Logo após a independência, o Paraguai se isola com medo da política de Buenos Aires.* O processo de construção da Argentina foi semelhante ao do Brasil. Após a independência, Buenos Aires tinha a pretensão de manter o vice-reinado do Prata unido, porém teve que enfrentar a resistência das elites regionais. A Bolívia declarou sua independência, o Paraguai também se recusou a se submeter a Buenos Aires. Mesmo assim, ela não deixou de ter a pretensão de anexar o Paraguai, o que não ocorreu com a Bolívia, por isso ele se isolou, para se proteger de BsAs.A situação do Paraguai era de grandes proprietários de terra, produção de erva mate, latifúndio, ditadura cruel do Francia e, mais tarde, do Carlos e Solano Lopez, governo ditatorial.O isolamento foi possível, pois o principal consumidor de erva mate eram os países vizinhosA quebra do isolamento ocorreu porque não era possível garantir o desenvolvimento doParaguai sem integração com o comércio atlântico, pois para se desenvolver era preciso aumentar o comércio da ervaGuerras:

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● Guerra da Cisplatina● Guerra contra Oribe e Rosas● Guerra do Paraguai

Região da Prata era uma riquíssima rota comercialControlar a banda oriental era importante para a Argentina, pois assim ela conseguia controlar também Entre rios e CorrentesBrasil: manter a cisplatina significa que o br vai ate o prata e participa da rota comercial. se perde para arg, perde todo o acessorio grande do sul: especie de divisao de trabalho, engorda do gado na banda oriental, gado queserve para abastecer a industria do charque no rio grnae do sulPara mahnter a unidade era preciso segurar o riogran, e para segurar o rgs era preciso segurar a cisplatinamovimento de ind na cisp, bsas se aproveita e tenta anexar a regiao ou seja declarar guera contra o brasilnenhum dos dois venceu a guerrasoluçao: chamar um mediador para fazer um tratado de paz. mediador era a inglaterra. a proposta da ing foi banda oriental não pertencer a nenhum e ser um pais independenteurugaui não serve de estado e tampao e novos conflitos surgem: dps da ind, br e bsas inteferem na politica uruguaia para garantir politicos que favorecessem a elespartidos: colorados e blancosproblema parte das propriedades dos gauchos ficam no uruguai, por isso precisam de um governo que os favoreçauruguai logo aboli a escravidao: escravos fogem para o uruguai e a principal mao de obra das propriedades gauchas no uruguai acabamter um governo favoravel ao br no uruguai atende ao projeto de se constituir como uma potencia regional, alem de garantir o acesso ao pratatoda politica brasileira é garantir so coloradosargentina garantir os blancos: governo que aceite fechar o prata, que bsas controle a navegaçao do prata, que estabelece relações economicas preferencias com a argentina, que não permitisse que entre rios e correntes não utilizassem o porto de montevideouruguai republica presidencialista, onde sempre ocorrem guerras civispara entrar no metrcado atlantico, pg precisa de um porto, os unicos disponiveis sao montevideo e bsaspara ter acesso ao porto de montevid, pag precisa de um governo favoravel a elepra isso ele precisa se aliar aos colorados, ja que os blancos sao aliado de bsasbrasil não pode intervir no começo, por causa da farroupilha, ate 45gauchs exigiam que br interviesse na guerra do uruguai pra garantir a vitoria dos coloradosdelcaraçao de neutralidade do brasil: auge do conflito com a inglaterra por causa do traficoos gauchos entram na guerra sozinhos: tinham a guarda nacional1851 brasil entra oficialmente na guerrabsas é completamente derrotado: presidencia vai para entre riosbrasil consegue construir seus sistema de alinça: colorados no uruguai, urquiza em entrerios, pg é aliado do brtratado com os colordos em 51: não podpe taxar o gado que sai do uruguai, permite que os gauchos captureme scravos, garante acesso dos navios br ao rio da prata atraves do porto de montevideobrasil: diplomacia dos patacoes. passa a emprestar patacoes aos seus aliados, pra fortelecer os governos aliados e tornalos mais dependes do br

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● Guerra do Paraguai

BsAs sai da confederaçaod a Argentina. arg não aceita e em 59 ocorre a guerravitoria de BsAsbsas consegue segurar entre rios e correntes e forma a rgentinatensoes entre br e parag: disputa fronteiriça e exigencia do br de ter livre navegaçao pelo rio paraguai para que o rj tivesse acesso ao interior do imperio por via fluvialmedod o parag de ser absorvido pelo br57: urquiza e br fazem acordo secreto em que o br promete ajudar em caso de guerra contra bsas e urquiza ajudar contra guerra contra o paraguaibr não cumpre sua parte do tratadomitre aceita a federaçao para segurar entre e corrente, para isso se aproxima do br, e esquece o parag e o urug. se alia aos colorados no uruguaiparag ao ver a aliança entre a arg e o br, busca aliança com os blancosparag investoiu na industria belica, um exercito bem treinado e armadobr todo o dinheio ia pra guara nacional e o exercito tava ruim

Texto 1: Conflitos no rio da PrataOs conflitos entre o Brasil e as repúblicas vizinhas da região do Prata tem sua origem em dois fatores principais:

● A simultaneidade e a relação profunda dos processos de construção dos estados nacionais (ex: Uruguai);

● Particularidade do tio Grande do Sul, que servia como transmissor dos conflitos das repúblicas do Prata para dentro do Brasil.

Formação dos Estados no Brasil e no PrataA construção dos Estados nacionais no Prata não ocorreu de modo uniforme. Havia uma multiplicidade de projetos nacionais que geraram confrontos não só internos, mas também externos.

1. Argentina

Dois pontos principais:● A rivalidade entre Buenos Aires e as demais províncias;● Forma de organização do Estado: unitarismo x federalismo

Contexto histórico: Revolução Francesa e Industrial, crise do absolutismo e do colonialismo mercantilistaDois fatos históricos que influenciaram para o enfraquecimento do laço colonial:

● Invasões inglesas em BsAs

Quedó en evidencia la eficacia de las milicias del Imperio español para defender a sus colonias en el contexto de los conflictos internacionales de la época. Pero la participación de las milicias en la Reconquista primero y al año siguiente en la Defensa aumentaron el poder y la popularidad de los líderes criollos de milicias, e incrementaron la influencia y el fervor de los grupos

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independentistas. Paralelamente, Estos motivos convierten a las Invasiones Inglesas en uno de los catalizadores de la causa emancipadora en la Argentina y gran parte de Hispanoamérica.

● Coroa da Espanha passou dos Bourbons espanhóis para José Bonaparte: problema da legitimidade do poder que deveria substituir o monarca.

Revolução de maio (25 de maio de 1810): juntas provisórias independentes da EspanhaHavia um conflito com relação ao tipo de soberania a ser adotado, se seria uma forma em que cada pueblo seria o detentor do poder, dividindo a soberania por todo o território, ou outra forma em que BsAs seria o detentor do poder, devido à sua importância econômica e política no âmbito nacional (ler página 315, parágrafo 2 para melhor explicação).O choque entre essas duas posturas, centralizadora e descentralizadora, resultou na desagregação do antigo vice-reino do rio da Prata:

● Paraguai: se manteve isolado com medo das políticas vindas de BsAs● Bolívia: ao contrário do Paraguai, foi abandonado à sorte● Banda Oriental, Corrientes, Entre Rios e Santa Fé: perigo da formação de uma república

A incorporação da campanha (?) ao sistema de representação político possibilitou a predominância das províncias autônomas e suas instituições como os novos corpos soberanos e atores fundamentais na condução do processo político, tirando este papel dos municípios e cabildos. Os caudilhos provinciais representavam o oposto da elite portenha: liberal, urbana e europeizada.Foi nessa qualidade de esferas soberanas e independentes que as províncias estabeleceram entre si pactos e ligas, na tentativa de superar a debilidade derivada do isolamento e melhor prover a seus interesses comuns. O mais importante deles foi o Pacto Federal, que criou uma confederação de estados autônomos, garantindo a manutenção da independência e liberdade das províncias signatárias.Durante as décadas de 1830 e 1840, BsAs foi governado pelo caudilho Juan Manuel de Rosas que, embora pertencesse ao Partido federalista, exerceu um poder bastante centralizado sobre as províncias.A partir de 1850 formou-se contra seu poder grande coalizão que incluía forças políticas uruguaias e argentinas e o governo brasileiro.Após a queda de Rosas em 1852, quem assumiu o poder foi Urquiza. Ao contrário de Rosas, durante seu governo houve a construção de um governo descentralizado, com a elaboração de uma Constituição que criou uma república federativa (página 319, parágrafo 3 para as reformas adotadas). A nova ordem política ainda seria objeto de conflito, já que BsAs se opunha à descentralização.Em 1861, Mitre assumiu o poder. A partir de então, a Argentina passaria a ter só um centro de autoridade, embora esta autoridade ainda fosse contestada por caudilhos provinciais. Somente em 1880 seria completado a construção do Estado nacional, com a conversão de BsAs em capital federal.

2. Brasil (recomendo ler esta seção porque além de curta, resume TUDO dos outros textos)2.1. O Sul e o Prata

A atividade econômica da região, produção de couro e de charque, pemitiu sua integração com o resto do território.Os problemas da região começavam com a própria interação desta com o governo. Para o governo central, era interessante obter charque barato, porém somente a produção do sul não dava conta de atendar toda a demanda, por isso, o charque vindo dos países vizinhos era imprescindível. Por outro lado, os produtores queriam uma proteção tributária para enfrentar a concorrência.A possibilidade de atravessar o gado pela fronteira Brasil-Uruguai gerava conflitos quando havia restrições para a passagem, o que colocava o governo brasileiro em situação delicada.Os estancieiros e suas milícias eram praticamente os responsáveis pela defesa da fronteira, juridicamente em aberto e formada apenas pela ocupação efetiva do território.

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3. UruguaiFoi objeto de disputa entre Brasil e Argentina. Por quê?

● Localização estratégica, em uma das margens do estuário platino;● Pecuária. O gado provia couro e charque e havia ainda a criação de mulas e cavalos, muito

utilizados como meio de transporte.

Importante sempre ter em mente a rivalidade entre BsAs e Montevidéu.Quando da queda de Fernando VII na Espanha, Montevidéu formou uma junta de governo própria, fiel à Espanha, mas autônoma em relação a BsAs.O governo de BsAs contava com o apoio de José Gervásio Artigas, um importante membro da elite montevideana. Artigas organizou forte resistência às autoridades espanholas de Montevidéu, que se viram sendo atacadas tanto por forças portenhas como por artiguistas. Assim que, o governador de Montevideu teve que abrir espaço para a “força pacificadora” vinda do Brasil. Os portugueses aproveitaram a oportunidade para fincar o pé na Banda Oriental.Em 20 de Outubro, firmado o armistício, a campanha oriental voltava ao domínio realista e pela mediação britânica, Portugal teve que retirar suas forças do território.O que BsAs não esperava é que a aliança com Artigas abriu margem para que ele realizasse um projeto político próprio, um projeto de independência, incompatível com o de BsAs. Aos poucos, Artigas foi estendendo sua influência para outras as províncias de Entre rios, Corrientes, Santa Fé e Córdoba.O projeto de Artigas ia contra o projeto de BsAs e também do Brasil, que temia uma contaminação das ideias revolucionárias no sul do Brasil. Por isso, D. João fez uma nova invasão, que colocou fim ao domínio de Artigas na Banda Oriental.Em 1821 foi oficializada a anexação da Banda oriental ao Brasil. A partir de então, os habitantes da Província Cisplatina começaram a organizar uma luta de independência contra o Brasil com o apoio inclusive de estancieiros portenhos, interessados no gado que existia ali.A Guerra da Cisplatina trouxe consequências para os dois lados. Para o Brasil, afundou as finanças e contribuiu para o desgaste político de Dom Pedro. Na Argentina, o fim da guerra externa trouxe consigo o começo de uma guerra civil.Outro prejudicado era a Inglaterra, que necessitava da livre circulação no Prata para o bom funcionamento do comércio. Assim, sua posição foi a de defender a independência da Banda Oriental e para isso, serviu de mediador na guerra.Mesmo com a conquista da independência, os problemas não deixaram de existir no Uruguai. O potencial pecuário do país era extremamente visado por portenhos e brasileiros.A história da construção do Uruguai mostra como havia uma imbricação política dos vários países da região. Os partidos estavam internacionalizados. Os Blancos e os Colorados formaram alianças que ultrapassaram as fronteiras do país.