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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PLANO DE GESTÃO EDUCACIONAL: UMA MANEIRA TRANSPARENTE E
DEMOCRÁTICA EM GERIR
JOSIAS TOLENTINO
Especialista em Gestão Pública Municipal - UFPB
LUCAS MILANEZ DE LIMA ALMEIDA Professor do Departamento de Economia - UFPB
RESUMO
O trabalho em questão pretende abordar questões pertinentes no processo de gestão
democráticas e participativas nas escolas públicas estaduais da cidade de Itaporanga-PB e
ainda analisar o comprometimento dos atores envolvidos na gestão, a qualidade no serviço
prestado e transparência nas ações. Ele pretende refletir também sobre a administração dos
gestores escolares a fim de garantir a participação de toda a comunidade escolar nos trabalhos
desenvolvidos na escola e nas decisões dos setores pedagógico, administrativo e financeiro,
fatores decisivos para o sucesso educacional. O país vem passando por sérias mudanças em
todos os âmbitos, motivo pelo qual, se evidencia cada vez mais, o crescimento e
desenvolvimento das instituições públicas. O processo de democratização está se
estabelecendo de forma plena, mas ainda há muito a construir. A educação é considerada um
dos setores mais importantes para o desenvolvimento de um país, pois é através da aquisição
de conhecimentos que um povo cresce e se torna mais conhecedor dos seus direitos e deveres,
melhorando a sua qualidade de vida e ajudando no crescimento do seu país. É pela educação
que o homem se constrói, se refaz e se encontra enquanto ser atuante e dinâmico.
Palavras-chave: Educação; Gestão, Democratização.
1 – INTRODUÇÃO
Educação precisa ser renovada a cada dia, os gestores envolvidos no sistema de ensino
precisam estar preparados para assumir e superar os reptos que surgirão ao longo da jornada.
O gestor publico deve assumir um papel de grande relevância dentro desse sistema, ele deve
apresentar um perfil inovador, articulador, ousado e dinâmico, pois suas ações e metas irão
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nortear ideias, projetos e mudanças que serão refletidas na sociedade de forma positiva e
construtiva. Sendo ele agente executivo dos processos administrativos, pedagógicos e
financeiros, deve instigar a participação efetiva de todos os atores envolvidos na educação da
região: gestores escolares, funcionários, alunos, pais, coordenadores, supervisores, em fim
toda a comunidade escolar a uma gestão participativa, onde todos são responsáveis e devem
contribuir para uma educação de qualidade.
Sabe-se que a gestão participativa e democrática é uma ferramenta de grande
importância, pois possibilita ao gestor viabilizar a integração de todos de forma
compartilhada, promovendo a descentralização do poder e permitindo a realização de um
trabalho voltado ao coletivo. Dessa forma, cria-se um ambiente de trabalho favorável a
inovações, com pessoas motivadas, envolvidas e comprometidas com a consolidação dos
resultados educacionais.
É bem verdade que educação vem passando por um processo de ampliação, em
consequência das inúmeras transformações tecnológicas, políticas e econômicas. Ela está
avançando cada vez mais para uma gestão democrática de forma a promover o envolvimento
de todos, frente às inovações que vem ocorrendo nas ultimas décadas. A constituição de 1988
designa ao Estado a responsabilidade de garantir à população direitos iguais com acesso a
educação, moradia, saúde, transporte e lazer. Quando esses direitos são garantidos, há
significativas mudanças na vida do povo, as quais são refletidas no Estado de forma a
promover o seu desenvolvimento.
A gestão escolar democrática é vista como uma das formas eficazes de melhorar o
sistema atual de ensino, destacando as mudanças direcionadas para descentralização do poder.
Mas para que isso aconteça se faz necessário um trabalho coletivo, dinâmico e inovador.
Procurando envolver a comunidade escolar e proporcionando um ambiente de trabalho que
seja favorável a chegada dessas inovações, buscando preparar e motivar as pessoas
envolvendo-as direto ou indiretamente no processo educacional, tornando-as comprometidas
com a consolidação e a eficácia dos resultados.
Na escola o gestor desempenha um papel de grande relevância para o bom êxito do
processo de aprendizagem, porém é sabido que a tarefa será leve se for planejado e
desenvolvido de forma integrada. A figura do professor é fundamental no trabalho de gestão,
pois ele que é um gestor também, deve ter em mente que sua contribuição no processo traz
grande influencia em toda trajetória da administração escolar e principalmente na
aprendizagem do aluno. A gestão democrática, com a participação ativa de todos os atores
envolvidos no processo de ensino é uma luta contínua das escolas públicas.
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Na busca pela melhoria da qualidade de gerir, o plano de gestão assume um papel
fundamental e decisivo para o êxito na gestão publica. Na nova concepção imposta pelo
mundo globalizado, se faz necessário que ela assuma forma diferenciada em gerir, renovando
sua postura, se adequando a realidade. De forma a propor soluções, revendo métodos e
refletindo sobre suas ações.
O ser humano age em função de construir resultados. (...) o homem não se contenta
com uma forma „natural‟ de ser; ao contrário, tem necessidade de modificar o meio
para satisfazer suas necessidades (Luckesi, 2005 p.106).
A gestão democrática, a qual promove a escolha de gestores pela própria comunidade
escolar representa um grande passo para mudanças de muitas realidades. Uma mudança que
não atinge só a equipe gestora, mas reflete em toda comunidade escolar e local.
Mas para que isso possa se efetivar é necessária uma tomada de responsabilidade e
compromisso de todos com a gestão. Uma interação e envolvimento de todos os atores que
fazem a educação.
Agregar valores democráticos ao processo de gestão é uma maneira de administrar de
forma transparente, promovendo a troca de ideias, a interação e a consolidação da instituição.
A gestão democrática impede que o clientelismo em cargos de gestão, prejudique o
desenvolvimento do trabalho nos órgãos educacionais, fato que era considerado comum em
muitos estados, mas, que aos poucos, vem sendo extinto.
O Plano de Gestão é uma forma de administrar de forma transparente e envolvendo
todos no processo de gestão, levando em conta a participação de todos os atores, a fim de se
conduzir de forma eficiente e responsável a. administração pública.
Procurou-se de inicio tecer observações nas escolas dos gestores analisados nesta
pesquisa procurando investigar os procedimentos de ações desenvolvidas na instituição
educacional, as quais foram fundamentadas teoricamente pelos autores que trabalham a
temática, estudados ao longo desta formação. A partir disto foram gerados alguns
questionamentos os quais foram causadores da organização e aplicação de um questionário
aos gestores que foi devidamente respondido e analisado a fim de obter maior assimilação do
tema relacionado à pesquisa.
O tema Plano de Gestão: Uma maneira transparente e democrática em gerir, Pretende
alertar os gestores sobre a importância de se elaborar um plano de gestão para a administração
escolar, como forma de organizar as equipes de trabalho, os planos e ações pedagógicas,
administrativas e de recursos humanos com fins de promover uma gestão dinâmica e
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preparada para lidar com as situações adversas. Construir um documento que possa servir de
guia e suporte aos gestores.
Desta forma, os objetivos desta pesquisa são de reconhecer no plano de gestão como
uma forma eficiente e democrática em gerir e ainda expor aos gestores escolares sobre a
importância de se realizar diagnose da situação real da escola, a fim de detectar os problemas
e preparar um plano de gestão voltado à problemática evidenciada e investigar os motivos que
dificultam a sua elaboração através da aplicação de questionário.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Sabe-se que processo de democratização e de gestão democrática na escola pública
torna-se bem patente que a cultura autoritária do passado mostra-se por demais antiquada e
ineficiente frente às exigências e demandas de hoje. Não só uma nova visão de educação
torna-se necessária, mas também uma nova visão de gestão, de administração, da própria
figura do gestor escolar. Não cabe mais a figura do gestor autoritário, rígido e impositor de
normas.
Dessa forma Tem-se a visão de gestão compartilhada, em que a participação plena de
seus membros é fundamental, descentralizando atividades, na execução de tarefas, na tomada
de decisões. Uma gestão democrática, participativa, requer esforço de seus componentes,
pois, segundo LUCKE (1999), o êxito de uma organização depende da ação construtiva de
seus componentes, pelo trabalho associado. Enfatizando a importância da coletividade na
gestão democrática escolar, Dinair Leal da HORA assim expressa:
A possibilidade de uma ação administrativa na perspectiva de construção coletiva
exige a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo
educativo, o que resultará na democratização das relações que se desenvolvem na
escola, contribuindo para o aperfeiçoamento administrativo-pedagógico (HORA,
2007, pg 49).
Faz-se necessário criar canais de participação, espaços de atuação, estimular o
reconhecimento de que o espaço comum é um espaço de responsabilidade de cada um dos
atuantes na escola. Dentro desta premissa, a noção de dirigente e dirigido torna-se mais tênue,
pois as decisões e ações propostas são compartilhadas e assumidas pelo grupo.
2.1 A Gestão Pedagógica
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É bem verdade que quando a gestão pedagógica é atuante os resultados do trabalho de
uma escola são reconhecidos. Porque há uma prática bem planejada, que articula os talentos
de todos que compõem a área pedagógica de uma escola: coordenadores, pedagogos,
supervisores e professores, com o acompanhamento e apoio de toda a equipe gestora. E esses
resultados acontecem quando a escola está inteirada e compromissada com a comunidade que
dela participa.
A instituição educacional que deve buscar a socialização do saber, da ciência, da
técnica e das artes produzidas socialmente, deve estar comprometida politicamente e ser capaz
de interpretar as carências reveladas pela sociedade, direcionando essas necessidades em
função dos princípios educativos capazes de responder às demandas sociais (HORA, 2005, pg
34).
É tarefa de uma boa gestão criar este ambiente propício à discussão e participação,
abrindo canais de participação. Não é tarefa das mais simples, pois como lembra DELGADO
(2005, pg 74), este aprendizado democrático demanda tempo, atenção e trabalho. Para que se
inicie esse aprendizado é necessário que o grupo gestor seja capaz de criar uma visão de
conjunto, em que se perceba que os resultados da escola são frutos do trabalho de todos um
clima de confiança para que os membros da equipe possam compartilhar suas ações e ideias,
buscar valorizar as capacidades e aptidões individuais, assim como buscar harmonizar o
ambiente de trabalho, aparando arestas e evitando distinções que só impedem um bom
trabalho em equipe. Propiciando ambiente democrático de gestão, atribuindo funções e tarefas
para toda a equipe gestora para que suas funções obtenham êxito será possível que os gestores
abarquem toda sua complexidade.
O papel de liderança do grupo gestor é também enfatizado por SANTOS ao afirmar
que:
“(...) os gestores devem conscientizar-se de que seu papel na escola hoje é muito
mais de um líder que de um burocrata. Espera-se dele que assuma a direção como
um membro ativo da comunidade escolar, antes que como “funcionário provisório”,
destituído de qualquer compromisso com a instituição e seus membros”. (2002 pg
XVI).
2.2 Gestão Administrativa
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Este tipo de gestão relaciona-se ao zelo com a parte física da escola (prédio e os
equipamentos materiais da escola). Bem como a parte institucional, como a legislação escolar,
direitos e deveres e atividades burocráticas. Presentes no PPP da escola (Plano Político
Pedagógico) ou Projeto Pedagógico.
Cuidar para que o patrimônio da escola seja preservado a fim de promover o
desenvolvimento da instituição e assim, ajudar no crescimento da escola. E para efetivar essa
ação se faz necessário despertar em cada agente do processo educacional: professores, alunos,
funcionários e comunidade o sentimento de responsabilidade e compromisso na busca de
resultados mais efetivos.
2.3 A Gestão de Recursos Humanos
A gestão de recursos humanos tem um papel relevante para o êxito da administração
escolar. Conduzir os membros da escola como os alunos, professores e equipe administrativa
e pedagógica não é tarefa fácil. Pois, trabalhar com pessoas mantendo um clima harmônico e
livre de desavenças requer muita determinação e sabedoria.
Manter um clima agradável, ter o discernimento de controlar situações e problemas
promovendo um ambiente onde todos estão satisfeitos é uma tarefa árdua do bom gestor. As
questões de relacionamento humano são muito delicadas e requer uma atitude firme, pautada
no equilíbrio. Partilhar o poder através da descentralização tomando as decisões que
favoreçam o todo e não uma parte irá intervir de forma positiva no cotidiano escolar e no
alcance de resultados a fim de proporcionar a satisfação comum. Tudo isso constitui a gestão
de recursos humanos como sendo primordial no que se refere o fracasso ou sucesso da gestão.
É preciso ter cautela em se elaborar o Regimento da Escola para que suas ações não
venham atrapalhar a autonomia das pessoas envolvidas com o trabalho escolar. Com o auxilio
do regimento a gestão de recursos humanos se torna mais simples, primando sempre pela
convivência harmoniosa e prazerosa no ambiente escolar como.
"... a questão do clima escolar mostrando que não pode haver na escola um clima de
hostilidade, de individualismo, de irresponsabilidade e de não envolvimento, pois
esses comprometem o andamento do planejamento participativo e que ao invés da
construção desse clima deva existir sim, um ambiente de acolhida, aceitação mútua e
interesses um pelo outro”.
(DALMÁS 1994, P. 47).
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2.4 - Uma Gestão participativa
Mesmo não existindo um modelo de se implantar um sistema de gestão participativa, é
provável analisar alguns princípios, valores e prioridades, na construção efetiva dessa gestão.
Libâneo (2004, p.79), afirma que: A participação é o principal meio de se assegurar a gestão
democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais no processo de tomada
de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona um melhor
conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua dinâmica, das
relações da escola com a comunidade, e favorece uma aproximação maior entre professores,
alunos, pais.
O autor evidencia a participação como sendo fator determinante para a democratização
e envolvimento da comunidade escolar na gestão. A autonomia contrapõe ao autoritarismo e,
dessa forma, e assim, um padrão de gestão democrática participativa vê na autonomia um dos
seus mais importantes princípios.
3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A Pesquisa abordada é do tipo qualitativo, a qual busca respostas para as indagações
compreender a realidade a partir da descrição de significados, analisando qualitativamente os
dados. Tendo os dados coletados a partir de questionários que serão elaborados e tem a
intenção de detectar e compreender os motivos que levam uma má gestão pública.
Os instrumentos utilizados serão técnicas de coletas de dados a partir de questionários
aplicados a gestores de escolas publicas estaduais. Procurando assim, interpretar os resultados
a partir da análise documental.
Participaram da pesquisa 5 (cinco) gestores, de escolas públicas estaduais da cidade de
Itaporanga-PB. Os gestores em questão administram as maiores escolas da cidade. Sendo que
duas delas são de ensino fundamental e médio e as outras somente o ensino fundamental. Na
ocasião as escolas elegeram seus diretores através de eleições livres e diretas exercendo assim
a democracia.
Pretende-se a partir da coleta dos dados avaliar através da aplicação do questionário
com os gestores onde serão abordados e discutidos os motivos que levam a uma gestão
autoritária e desorganizada, sem a devida participação e interação com a comunidade escolar.
E ainda serão discutidas formas utilizadas para melhorar a gestão, importância da elaboração
do plano de gestão e sobre a participação da comunidade escolar no processo e tomada de
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decisões da escola. Com tudo, serão investigados ainda as facilidades e impedimentos à
implantação do Projeto, onde na ocasião, serão esclarecidos os benefícios desejados.
Os instrumentos utilizados abordaram técnicas de coletas de dados a partir de
questionários aplicados aos professores, e análise documental. Dessa forma pretende-se fazer
uma interpretação dos dados coletados a partir da análise documental, com apoio na literatura
sobre a temática.
A aplicação dos questionários, o qual subsidiará a pesquisa na coleta de dados
constou-se de dois momentos: no primeiro deu-se de um convite aos gestores; e no segundo o
agendamento do encontro.
Na ocasião, foram entregues os questionários e apresentado de forma sucinta e
explicativa os objetivos da pesquisa onde na oportunidade foi relatada a importância da
mesma para o bom andamento dos trabalhos administrativos dos gestores e êxito da escola.
Mencionou-se também sobre a contribuição que cada um dos gestores estaria dando
para realização e sucesso da pesquisa. Foram entregues os questionários. Procurou-se deixá-
los bem à vontade. Após a aplicação dos dois instrumentos, procedeu-se a análise dos dados.
4 – ANÁLISES DOS RESULTADOS
A análise dos resultados deu-se de forma descritivas organizados da seguinte maneira:
100% dos Gestores que participaram dos questionamentos, responderam que foram eleitos
pela comunidade escolar para assumir a função através do voto direto de alunos, pais de
alunos, professores e funcionários.
Felizmente fui eleita pela vontade dos alunos e comunidade escolar, não teve
interferência politica. (disse o Gestor D).
Do total de gestores submetidos ao questionário 80% são do sexo feminino e todos
graduados. 60% deles disseram que estão atuando a mais de 3 (três) anos como gestor.
Fui nomeada como diretora há três anos a convite de um político para assumir o
cargo de diretora e estou até hoje. Mas, faz dois anos que houve eleição e obtive
80% dos votos. (Disse o Gestor D)
E em resposta ao quesito 5º, o qual trata da elaboração do plano de gestão, a resposta
foi unanime 100% responderam que não havia elaborado um plano de gestão. E todos
acrescentaram ter dificuldades na elaboração do mesmo.
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Somos falhos em preparar um plano de gestão para ajudar na administração da
escola não tive uma preparação para elaborar um plano de gestão. Deveríamos
passar por uma formação e acompanhamento pedagógico para ajudar nesse processo
de elaboração. (Disse o gestor A).
A relevância do plano de gestão como guia e base de sustentação na gestão foi uma
respondida por todos (questão 7) como sendo fator muito importante no processo de
democratização e transparência da gestão escolar. Eles alegaram que o planejamento se faz
necessário e urgente em tudo que se pretende realizar, pois ajuda no andamento das etapas e
mantem o trabalho organizado com mais chance de dar certo. Porém disseram que nunca
elaboraram porque achavam difícil de preparar o documento e não tinham uma motivação ou
alguém que pudesse orientá-los. E ainda disseram que nunca foram cobrados sobre essa ação
e que chegaram até a elaborar um plano de ação, mas que este nunca tinha sido aplicado.
Já elaborei um plano de ação para realização das atividades anuais, mas este sempre
ficou nas gavetas, nunca segui a risca as metas nele contidos. O plano de gestão é
mais complexo, por isso é mais complicado de elaborar. Mas tenho colegas que
exercem brilhantemente a sua gestão e alegaram segui um plano de gestão. (Disse o
Gestor C).
Relataram que em curso de formação para gestores estudaram sobre a importância do
planejamento de ações e elaboração do plano de gestão. Onde tiveram a oportunidade de
conhecer um pouco mais sobre o plano de gestão e também conheceram exemplos de gestores
que construíram seu plano e obtiveram pleno sucesso na administração.
No curso de especialização para gestores, que estudo, é muito rico de informações.
Entre os conhecimentos adquiridos fiquei sabendo um pouco mais sobre o plano de
gestão escolar. O documento é bem difícil de preparar, parece um projeto, cheio de
normas e regras. Tem que fazer levantamento prévio da situação escolar, mas
percebi que é muito importante porque facilita o trabalho do gestor e melhora as
condições de funcionamento da escola em todos os aspectos. (Disse o Gestor B)
Nas questões 7, 8, 9 em que eles alegaram serem gestores dinâmicos, responsáveis e
compromissados com a educação e escolas que administram, gerindo com todo cuidado e
zelando pela transparência ética em suas ações, convidando a comunidade a estar presente na
tomada de decisões e sempre em parceria com o conselho escolar.
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Sempre procuro envolver toda a comunidade, pais de alunos e membros do conselho
nas decisões da escola. Estamos nos reunindo periodicamente para tratar de assuntos
importantes da escola. (disse o Gestor B)
A análise dos resultados veio confirmar o despreparo dos gestores em elaborar um
plano de gestão e ainda mostrar a necessidade urgente na elaboração deste plano. Mas,
destacou que eles estão interessados e dispostos em elaborar o plano. Conforme respostas dos
gestores ao questionário apresentados a partir a tabela abaixo.
1-Tabela Questionário aplicado aos gestores
GESTOR QUESTÃO
1
QUESTÃO
2
QUESTÃO
3
QUESTÃO
4
QUESTÃO
5
QUESTÃO
6
QUESTÃO
7 QUESTÃO 8
QUESTÃO 9
A Fem. Sim 1 Ano Não Sim Sim Sim Sim Sim
B Mas Sim 3 anos Não Sim Sim Sim Sim Sim
C Mas Sim 3 Anos Não Sim Sim Sim Sim Sim
D Fem. Sim 3 Anos Não Sim Sim Sim Sim Sim
E Fem. Sim 3 Anos Não Sim Sim Sim Sim Sim
O quadro demonstra a realidade dos gestores educacionais que não trabalham regidos
por um plano de gestão. Conduzem seu trabalho sem a realização de uma diagnose escolar e
sem um planejamento adequado. O que caracteriza numa gestão de muitas dificuldades e
despreparo. Conforme depoimentos deles fica claro que há uma conscientização sobre os
benefícios trazidos pelo trabalho que é conduzido por um planejamento. Eles são cientes da
relevância de tal plano para o sucesso de sua gestão. Percebe-se que estão buscando se
preparar e se aperfeiçoar mais, fazendo cursos de formação, conduzindo seus trabalhos de
forma participativa, buscando a parceria na comunidade escolar, local e dos professores a com
o objetivo de fazer a diferença e oferecer oportunidades de mudança e de melhoria para a
escola.
O gestor é um líder, cabe a ele a responsabilidade em encabeçar ações que venham a
motivar e envolver toda comunidade escolar a interagir de forma efetiva nas mudanças
necessárias ao bem estar da escola. E para que isso ocorra, é preciso elaborar e executar
projetos com temas diversos, junto aos professores e coordenadores pedagógicos, organizar a
jornada escolar, abrindo espaço para reuniões quinzenais de avaliação e planejamento por
série, estimular e promover debates sobre situações problemas vivenciados na escola através
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de palestras e encontros, promover ainda a participação efetiva de pais de alunos nas
atividades executadas na escola, a fim de desenvolver hábitos de estudo e acompanhamentos
das tarefas de casa dos alunos. E ainda valorizar o desempenho dos professores reconhecendo
seu trabalho e motivando-os a melhorar cada vez mais sua pratica educacional com fins de
obter melhoria no processo de ensino e aprendizagem.
5 – CONCLUSÕES
É evidente que a qualidade do ensino passa pela gestão democrática. Onde estabelece
mecanismos da participação de todos os segmentos da comunidade escolar nas decisões
administrativas e pedagógicas e financeiras da escola ajuda na superação dos problemas
encontrados na gestão, pois a efetiva interação dos que fazem a escola é capaz de promover
uma educação dinâmica, participativa e de qualidade. A gestão democrática é indispensável
para formação de uma cultura de interação entre todos. A gestão democrática leva a
transformação da escola transformando-a num local onde a informação, o conhecimento e a
cidadania estão sempre presentes.
Os instrumentos para coleta de dados confirmaram que mesmo tendo conhecimento da
importância de se elaborar um plano de gestão, os gestores vêm trabalhando de forma
dinâmica e participativa, conscientes da necessidade de obter um plano de metas e dispostos a
prepará-lo.
O que se percebe é que o trabalho que eles vêm desempenhando em suas escolas vem
exigindo um plano sequencial de ações para que eles não se percam ao longo do caminho.
Realizar uma análise previa da situação atual da escola e traçar medidas que venham a
melhorar de forma considerava a administração escolar é uma forma prática de melhorar a
gestão, facilitar o trabalho, promover a interação entre professores, gestores, alunos e
comunidade escolar. E assim poder gerir com transparência, segurança e autonomia.
Os fatores elencados para justificar as dificuldades em elaborar um plano referem-se à falta de
preparo e formação, bem como incentivo e motivação por parte da equipe pedagógica que acompanha
e orientam as unidades escolares. Talvez porque nunca o fizeram antes, nunca foram cobrados e
não tinham conhecimento de sua importância. Mas, o fato é que: têm a boa vontade em querer
aprender, em querer conhecer e em querer aplicá-lo em suas escolas.
Em assim sendo, detecta-se a partir de análise dos dados coletados a falta de preparo e
segurança dos gestores, que se sentem desmotivados e despreparados em elaborar um plano
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de gestão. Mesmo tendo consciência da importância deste documento para o êxito da gestão,
reconhecem que precisam de formação adequada para sua construção e execução.
Diante dos resultados espera-se que a pesquisa possa ajudar no processo de
democratização da gestão trazendo contribuições pertinentes ao desenvolvimento da
administração escolar de forma a aumentar a participação dos professores, funcionários e
alunos na gestão escolar.
REFERÊNCIAS
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neopatrimonialismo e hegemonia política, RN, 1995-2002. São Paulo: Annablume, 2005.
DALMAS, Angelo. Planejamento participativo na escola: elaboração e avaliação-
Petrópolis RJ: Vozes, 1994.
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Ed. ULBRA, 2005
HORA, Dinar Leal da. Gestão democrática na escola: artes e ofícios da participação
coletiva. 14ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2007.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. Ed. 5. Goiânia:
Alternativa, 2004.
LUCK, Heloísa. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto a Formação de
seus Gestores. Artigo da publicação Em Aberto n.72. Brasília: INEP, fev/jun 2000.
RIBEIRO, Arilda Inês Miranda. Formação Do Gestor Educacional. São Paulo: Arte e
Ciência, 2005.
ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de estudo e de pesquisa em administração
– Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração – UFSC; Brasília: CAPES:
UAB, 2009.
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APÊNDICES
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Questionário
1- Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
2- Graduação já concluída? ( ) Sim ( ) Não
Se “sim”, favor informar o curso: _______________________________
3-Há quanto tempo atua como gestor da escola? _____________________
4- Você já elaborou um plano de gestão? ( ) sim ( ) não
5-Você tem dificuldade em elaborar o plano de gestão ( ) sim ( ) não
6 - Você acha relevante para sucesso da gestão elaborar um plano de gestão?
( ) sim ( ) não
7 – Você procura gerir de forma transparente e dinâmica ( ) sim ( ) não
8- Você interage com a comunidade escolar nas decisões para melhoria da escola?
( ) sim ( ) não
9 – Você se considera um bom gestor? ( ) sim ( ) não
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JOSIAS TOLENTINO
Graduado em História, pela Fundação Francisco
Mascarenhas- Patos-PB, e em Física pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte-RN – UFRN, Especialista em Psicopedagogia
pelas Faculdades Integradas de Patos-PB.
Atuou como Secretário Municipal da Educação na cidade de Itaporanga-PB, Lecionou
por mais de 15 anos a disciplina de Física na rede publica estadual. Atualmente é gerente
Regional da 7ª GRE em Itaporanga-PB.
Contato: [email protected]
Minicurrículo