rev. c. atual. vol.01-nº 07-08-1964
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CACAU ATUALIDADES BOLETIM MENSAL DO PLANO DE RECUPERAÇÃO DA
LAVOURA CACA UEIRA DO BRASIL
VoI. 1
Comissão E·xecutiva
PRESIDENTE .
Ministro de Estado dos Negócios da Fazenda
VICE-PRIiJSIDENTE
Diretor da CACEX - Carteira do Comércio Exterior
MEMBROS
Representantes
Ministério da Agricultura Ministério da Indúatria e Comércio Comissão de FInanciamento da PI:odução Carteira de Crédito Agrícola -CREAI - do Banco do Brasil S,A. Govêrno do Estado da Bahia Instituto de eaeauda Bahia Produtores. de Cacau Secl'etádo Oeral da CEPLAO
Dependência.fI
Secrebll'ia Geral - Rio de Janeiro Escritório Central de Coordenação Itabuna. Centro de Pesquisas do Cacau Itabuna - llhéus
Su pe rintendências
Ubaitaba Cana vieiras
Itabuna
Iptaú
Linhares
Escritórios Locais
Ubaitaba Canavieiras Belmonte Camacã Itapebi Itamaraiu Pôrto Seguro Itabuna Buerarema Ibicarai Coaraci Itajuípe Uruçuca Una Ilhéus Jpiaú Ibirataia Gandu Ubatã Linhares
(JRGÃOS ADMINISTRADOS EM COOPERAÇÃO
Estação Experimental de Uruçuca (1GB) Estação Experimental de Juçari (IPEAL) EstaçãO Experimental de Ooitacazes
(M.A. -- "SAEES)
,
* JULHO-AGOSTO DE 1964 * Ns. 7-8
, SUMARIO INaTAS
- Interessante estudo sôbre a importância da área foliar leva-nos a conhecer o sêgredo do alto r'endimento das plantas. Onde se demonstra que o mais importante para a agricultura não é o solo e sim a luz recebida do sol .... Pag. 1
- Considerações sôbre o problema da irrigação em cacau, extraídas de um relatório técnico elaborado, para a CEPLAG, pelo hoje saudoso engenheiro-agrônomo Rino Natal Tosello .... Pag. 4 ,
RESUMOS BIBLIOGRÁFICOS
Dois trabalhos apresentados no V Seminário de Ilerbicidas e Ervas Daninhas e dois no 4° Congresso Anual da Sociedade Americana de Fitopatologia, são aqui resumidos pelos autores . ................................. . ....... . Pa g. 6
I ~N O T I C I Á R 1 O-I A reportagem sôbre o Dia Internacional do
Cacau que. por falta de espaço, não saiu na edição anterior (quando já estava impresso o sumário), abre esta seção, onde, entre outros assuntos, há detalhes sôbre a Campanha de COmbate às Pragas do Cacau .... ........••.. Pago 7
stRIE - INIMIGOS DO CIICDUlCULTOR
Duas espécies de saúvas - a Saúva da Mata e a Formiga de Mandioca -- são focalizadas nesta edição com instruções sôbTe seu combate ................••.................. .... . Pag. 13
ETEOROLOGIA
Na 2a contra-capa os boletins meteorológicos referentes aos meses de junho e julho, fornecidos pelo Pôsto Meteoro-Agrário do CEPEC.
INOTAS TÉCNICAS I SEGRÊDO DO ALTO RENDIMENTO DAS PLANTAS
Quando falamos do rendimento ou da produtividade de uma vegetação ou de um campo cultivado, convém fazer uma distinção entre rendimento biológico ou primário e rendimento econômico ou agrícola. O primeiro se refere à quantidade total de massa vegetal que o campo produz, incluindo raízes, caules, fôlhas, frutos e outros. O segundo é uma parte do primeiro e se refere à produção dos órgãos de importância econômica para o homem, como os grãos dos cereais, os tubérculos da batata, as madeiras das árvores, frutos do cacaueiro etc. A produção biológica geralmente se mede pelo pêso da matéria sêca total que a vegetação acumula por unidade de tempo e de superfície do terreno. É uma conseqüência do processo fotos sintético das fôlhas e, em geral, varia em proporção direta com a quantidade de energia solar disponível no ambiente, sem· pre e quando não existem fatôres que possam limitar o crescimento dos vegetais, cumo falta de água, baixa fertilidade do solo e outras cau~ sas, Geralmente o rendimento econômico varia em proporção direta com o rendimento biológico, pois ambos dependem da capacidade fotos sintética das fôlhas Por essa razão, as condições favoráveis para uma alta produção biológica quase sempre favorecem, também, a um alto rendimento agrícola Entretanto, pode haver exceções a essa regra. Sabe-se, por exemplo, que tôdas as plantas fazem mais fotossíntese quando os dias são relativamente longos, isto é, com mais de 12 horas de iluminação. Isto não se deve apenas ao fato de as plantas pérmanecerem menos tempo na obscuridade mas. também, porque. via de regra. há maior desenvolvimento da folhagem quando os dias são longos, o que, naturalmente. aumenta a ca· pacidade fotossintética do vegetal. Pode-se, por essa razão, dizer que, para o rendimento biológico, os dias longos são sempre melhores do que os dias curtos. Esta regra nem sempre se aplica, entretanto, à produtividade econômica, poid há muitas plantas que, para produzir flôres e, portanto, frutos, necessitam passar por um período de dias relativamente curtos. ~ste é, precisamente, o caso ~e um grande número de plantas originárias dos trópicos, como o café, o algodão, a cana de açúcar, a mamona e muitas outras. Se se cultivasse o café sob condições de dias longos (ou noites curtas) durante o ano, sua produção biológica seria, provàvelmente, aumentada, mas não haveria produção econômica. isto é, grãos de café.
* Coordenador Técnico Geral da CEPLAC e do Centro de Pesquisas do Cacau.
Paulo de T. Alvim C)
Nutrientes do So_lo e Nutrientes do Ar , O organismo vegetal, para crescer e produ
zir, necessita extrair do ambiente diversas substâncias químicas. A água é a substância absorvida em maior quantidade, perfazendo cêrca de 70 a 80% da composição' do organismo vegetal. Na matéria sêca restante estão incluídos todos os elementos químicos que a planta extrai do ambiente, inclusive alguns que não têm nenhuma importância específica na fisiologia do vegetal. como o silício! o alumínio etc. No quadro I analisa-se a composição da matéria sêca de uma planta, representando as quantid8des dos diversos elementos em têrmos de percentagem de pêso sêco total.
QUADRO I - Composição mineral da matéria sêca do milho em % de pêso sêco:
ELEMENTOS
Carbono Oxigênio Hidrogênio Nitrogênio Fósforo Enxôfre Potássio Cálcio Magnésio Ferro . Manganês Silício Alumínio Cloro Indeterminado
%
43,57 44,73
6,24 1,46 0,20 0,17 0,92 0,23 0,18 0,08 0,03 1,17 0,11 0,14 0,77
Quando se referem as nutrientes dos vegetais, geralmente apenas se pensa nos elementos químicos que ~s raízes retiram do solo. Os dados do quadro I revelam, entretanto. que a planta não vive apenas do solo, mas principalmente do ar, de onde extrai, através do fenômeno da fotossíntese, o carbono e o oxigênio, que perfazem cêrca de 90% da composição química da matéria sêca. Pode-se, pois, dizer que, quantitativamente, o ar é uma fonte de nutrientes muito mais importante para a planta do que o solo.
Durante os períodos de rápido crescimento, um campo cultivado armazena, em média, 80 a 150 kg de matéria sêca por ha por dia, podendo, em condições favoráveis, produzir até
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duas ou três vêzes esta quantidade. Desta matéria sêca acumulada, somente uns 5 ou 10 kg cor respondem aos minerais absorvidos do solo. As fôlhas absorvem da atmosfera 150 a 300 ou, em condições favoraveis, até 1000 kg de C02 por dia. Esta quantidade corresponderia ao conteúdo de C02 em uma camada de ar de 30 a 60 metros de altura sôbre 1 ha de terreno. Através do processo da fotos síntese a planta forma 70 a 140 ou, mesmo, 240 a 500 kg de substâncias orgânicas a partir de CO2 e da água, libertando, aproximadamente, a mesma quantidade de oxigênio e assimilando 30 a 60 ou, mesmo, 120 a 200 kg de carbono por ha por dia. A quantidade de CO2 absorvida pelas fôlhas supera em mais de 30 ou, mesmo, 100 vêzes a quantidade de minerais absorvidos pelas raízes.
Pelo anterior compreende-se que a produção biológica de um vegetal é uma função direta da atividade fotos sintética das fôlhas. Todo fator que contribui para aumentar a fixação de CO2 pelas fôlhas, ou que favoreça o desenvoivimento da superfície foliar da planta, geralmente aumenta sua capacidade de produção biológica.
Já nos acostumamos a definir a agricultura como a arte de explorar o solo, mas, com base nos conceitos anteriores, devemos reconhecer que a verdadE::ira arte em agricultura consiste em fazer com que as plantas utilizem a energia solar com mais eficiência na fabricação de alimentos. O cultivo da terra é apenas um dos tantos recursos com que conta o homem para aumentar a eficiência das plantas em utilizar a energia solar. Em outras palavras, o verdadeiramente fundamental, em agricultura, é aproveitar a luz, não o solo.
A Importância da Area Foliar As fôlhas das plantas são órgãos especIaIs
para aproveitar a luz solar. Depois que se se· meia um terreno com determinado cultivo, a~ fôlhas cobrem pouco a pouco o solo, aumen· tando, gradativamentt;, a capacidade do campo em aproveitar a luz. A relação entre a superfície foliar e a superfície do terreno em que crescem as plantas é um fator de grande importância para a produtividade do campo. Esta relação se denomina "índice de área foliar", ou IAF. Um IAF com um valor de 3, significaria que em 1 ha de terreno haveria 3 ha de superfície folia r.
Na figura 1 representa-se o crescimento da área foliar em valores teóricos de IAF em um campo plantado com um cultivo qualquer, como, por exemplo, o cacau.
Na mesma ilustração também figura a curva da produtividade biológica, medida em valôres relativos de matéria sêca produzida por unidade de tempo e de superfície de terreno, através das diversas fases do crescimento da
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planta. Naturalmente, a produção de matéria sêca por unidade · de superfície é muito pequena durante a fase inicial do crescimento da planta, devido ao pequeno desenvolvimento da área foliar. A medida que a área foliar se desenvolve, a produtividade aumenta até alcançar um valor máximo, o qual, no exemplo da figura 1, corresponderia a um IAF de, aproximadamente, 7. Com posteriores aumentos do IAF a produtividade decairia, podendo reduzir-se a zero quando o desenvolvimento foliar fôsse excessivo (valor 10 na figura). A diminuição da produtividade a medida que o IAF passa de um certo valor ótimo, o qual varia segundo as condições luminosas do ambiente, é conseqüência do autosombreamento das fôlhas e, pode ser de tal magnitude que a pro~ dução fotossintética das fôlhas superiores ape· nas alcançaria para suprir as necessidades de alimentos da planta, não havendo, portanto, nenhuma acumulação de matéria orgânica ou aumento de pêso. por unidade de superfície de terreno. As fôlhas inferiores, muito sombreadas, nada produzem, ou consomem mais do que produzem. Neste caso se diz que a vegetação chegou ao seu clímax. Gma floresta natural com o seu máximo de desenvolvimento foliar se encontra em um estado de clímax, isto é, não está aumentando a quantidade de matéria orgânica na superfície do terreno que ocupa.
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IDADE EM ANOS Figura l-Relação entre IAF e produtividade biológica em um cacaual densamente plantado (valôres teóricos).
Naturalmente, para manter a vida animal na terra é necessário que as plantas produzam não apenas para sua própria subsistência, mas também para "exportar" alimentos para animais. Para lograr a máxima produção de substâncias orgânicas por unidade de tempo e de superfície de terreno, o índice de área foliar dos campos cultivados deve se aproximar do valor ótimo. Quando não se alcança êsse ótimo,. seja por falta de adubos, deficiência de água,. incidência de pragas e enfermidades, inadequa-
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da distância de plantio etc, a produção será naturalmente baixa. Do mesmo modo, quando se sobrepassa o índice ótimo, como no cáso de uma plantação muito densa, a produção tam- ' bém se reduzirá. No caso de plantas forrageiras perenes, a técnica para lograr a maXlma produção consiste, precisamente, em realizar cortes de tal modo que o campo se mantenha o maior tempo possível com um íncice de área folia r próximo ao ótimo, para maior produtividade fotossintética.
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ENERGIA REFLETIDA
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I 2 3 4 5 íNDICE DE ÁREA FOLlAR
Figura 2 - Distribuição da energia solar em um campo cultivado, em relação ao desenvolvimento do IAF.
A figur a 2 mostra que do total de energia recebida, aproximadamente 20% se perde por reflexão, seja do solo ou das fôlhas. Os 80% restantes serão divididos entre a planta e o solo. Na fase inicial do crescimento das plantas, a maior parte da energia solar incidirá sôbre o solo. Há portanto grande desperdício de energia. Por êsse motivo, nesta fase, a eficiência das plantas em aproveitar a energia é muito pequena, alcançan do apenas um valor de 1/2 a 10f0 do total que incide sôbre o campo cultivado. Com o desenvolvimento da área foliar, a energia absorvida pelas fôlhas aumenta gradativamente, do mesmo modo que diminui a energia que cai sôbre o solo. Da velocidade com que as fôlhas cobrem o terreno depende a eficiência com que as plantas aproveitam a energia solar. Naturalmente, a duração da folhagem é, também, um fator muito importante, pois o IAF não pode aumentar com rapidez se as fôlhas caem prematuramente .
Por meio de tratamentos especiais, o homem pode aumentar o crescimento e a duração da área foUar. :E:sses tratamentos constituem, na realidade, importantes recursos da agricultura científica. Pode-se dizer mesmo que o êxito de um cultivo depende, principalmente, da habili-
dade que tem o .homem de promover o rápido desenvolvimento da área foliarde seus campos.
As práticas de irrigação, adubação, contrôle de pragas etc., são métodos bem conhecidos de aumentar o cresdmento e a duração da área foliar e, portanto, evitar o desperdício' de ener- . gia solar. Naturalmente, há notável diferença genética entre espécies e variedades, no que , concerne à velocidade do crescimento das fôlhas. Em geral, as espécies de crescimento mais rápido são sempre mais produtivas, ou pelo menos levam menos tempo para alc~nçar urna alta produtividade por unidade de superfície de terreno. Alguns geneticistas utilizam a denominação "gigas" para se referir ao fator ou conjunto de fatôres genéticos responsáveis pelo crescimento mais rápido de certas variedades. Provàvelmente é êste fator "gigas" o principal responsável pela diferença genética entre variedades, no que tange à sua capacidade de produção.
Em um recente estudo com plântulas de alguns tipos de cacau cultivado na Bahia, observou-se que o Catongo e um híbrido Catongo x Comum superaram grandemente ao cacau Comum em velocidade de crescimento foUar. Esb é urna boa indicação de que o Catongo e seu híbrido superam o Comum em precocidade e capacidade de produção.
Conforme se representa na Figura 2, há três destinos principais para a energia solar que as plantas absorvem. Uma parte, geralmente a maior, é consUmida no processo físico de evaporação da água dos tecidos vegetais, ou seja, na transpiração. Outra parte, também de apreciável magnitude, transforma-se em energia cinética, ou calor, elevando a temperatura da planta e, logo! distribuindo-se no ambiente por meio de radiação térmica, condução e/ou conv·exão. A terceira parte. geralmente a menor, é a que tem maior importância para a vida, pois se utiliza na fabricação dos alimentos, através da fotossÍntese.
Os valôres relativos das três partes mencionadas variam segundo o desenvolvimento da área foliar, a intensidade de radiação recebida e outras condições de meio. Analisando cada uma das três partes separadamente, nota-se que a quantidade de energia consumida na transpiração aumenta, gradativamente, o crescimento da área foliar, mas êste consumo pràticamente se estaciona a partir do momento em que o campo se encontra completamente revestido de folhagem. Em outras palavras, o crescimento das plantas somente aumenta . o consumo de água quando o terreno está parcialmente exposto à radiação solar.
Uma vez coberto totalmente o solo, a área foliar pode aumentar consideràvelmente sem alterar o consumo de água do campo. Esta é a razão pela qual, na Figura 2, se represénta o consumo de energia pela transpiração como
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uma constante a partir do IAF próximo a 2. Logicamente, êste principio não se aplica a plantas isoladas mas, somente, a campos completamente revestidos de vegetação. Não se pode generalizar o conceito para campos sujeitos.a deficiência de água, pois, nessas condições, as plantas maiores, geralmente com raízes mais profundas, sempre perdem muito mais água do que as plantas menores.
As outras duas porções da energia absorvida pela vegetação tendem a aumentar progressivamente com o aumento da área loliar . Tsto significa que a fotossíntese total e a retenção de calor pela vegetação será tanto maior quanto mais desenvolvido fôr o JAF. Naturalmente, isto não quer dizer que a produção ou acumulação de substâncias orgânicas pela vegetação aumentará continuamente com o crescimento da área foliar. Como se explicou anteriormente, há um IAF
ótimo para a produção de matéria orgânica, e êste ótimo varia segundo a espécie e as condições luminosas do ambiente.
Quanto mnis intensa fôr a luminosidade, mais elevado é·o IAF ótimo para a produtividade. Por êsse motivo, as distâncial3 de plantio recomendáveis para um determinado cultivo devem variar segundo a luminosidade do ambiente, sendo, naturalmente, menor nos lugares que .. ecebem maior intensidade de radiação. Seria um equívoco, por exemplo, recomendar a mesma distância Je plantação para o cultivo de cacau ao sol e à sombra. No cultivo à sombra uma plantação muito densa tem a desvantagem de ultrapassar o IAF ótimo em um espaço de' tempo relativamente curto, tornando-se necessário podar, com relativa freqüência, para manter o campo em bom estado de produ- . tividade.
PROBLEMA DE IRRIGAÇAO EM CACAU NÃO PODE SER RESOLVIDO SEM TÉCNICA ESPECIALIZADA *
No período de 24 de abril a 4 de maio dêste ano, o engenheiro-agrônomo Rino Natal Tosello, encarregado do Departamento de Irrigação do Instituto Agronômico de Campinas, veio à região cacaueira baiana com a finalidade de estudar, a pedido da CEPLAC, as possibilidades de irrigação da cultura do cacau na Bahia e apresentar relatório conclusivo sôbre o assunto. No desempenho desta missão, o referido técnico visitou diversas fazendas de cacau, para tomar contato com as condições prevalentes, com respeito a plantações, produções médias, tipos de solos e outras.
Em uma das fazendas visitadas observou o Dr. Rino Natal Tosello o esfôrço do seu proprietário no sentido de aplicar a irrigat;ão, tanto em terreno de baixada como de encosta.
Para a irriga~~ão de baixada o processo adotado, nessa propriedade, foi o de represamento da água de um córrego existente, inundando a baixada irregularmente, através de sulcos retos, numa espécie de "wild flooding", porém sem os cordões de nível que distribuiriam a água mais racionalmente.
Não havendo contrôle de água aplicada., foi difícil julgar sua eficiência.
Pareceu, também, ao visitante que o cacau nesta área foi excessivamente devastado, reduzindo-se o número de plantas produtivas por hectare e contribuindo para favorecer o desenvolvimento de mato.
Segundo informações do administrador e do proprietário da fazenda, os cttcaueiros da baixada começam a sentir a sêca antes dos da encosta, comportamento êste que se po-
* O engenheiro-agrônomo Rino Natal ToseHo, autor de um relatório do qual extraímos esta nota, faleceu em São Paulo em meados de junho passado, pouco mais de um mês depois de ter visitado a região cacaueira baiana. Encarregado do Departamento de Irrigação do Instituto Agronômico de Campinas, em São Paulo, era considerado uma das maiores autoridadesbrasileiras em irrigação Seu último trabalho, deixado em rascunho. foi o relatório para a CEPLAC sôbre "Possibilidades de Irrigação da Zona CacaUf~ira", onde objetiva, com segurança e precisão, os principais problemas desta prática na cultura do cacau, bem como as soluções que deverão ser adotadas. O passamento do Dr. Rino Natal Tosello (foto) ioi uma - perda lamentável pe.ra a ciência agronômica e para o Brasil.
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Nas três fazendas denominadas "Conjunto Santa Luzia". do sr. 'Viclor Maron, em 1-bicaraí, a irrigação é feita por dois processos: represamento de um córrego, para a baixada, e bombeamento em valetas, para a encosta.
de atribuir, aparentemente, ao maior desenvolvimento radicular destas árvores.
A titulo de colaboração, recomendou o Dr. Tosello ' que fie fizessem cordões de contôrno em nível, para uniformizar a distribuição da água, com inundação rápida das áreas entre os cordões ou o derramamento de um cordão pa.ra o outro, por meio de si; fões de tubo plástico. Isto melhoraria o sistema atual.
O processo de irrigação de encosta, empregado nessa propriedade, consiste em bombear 9. água com uma motobomba a diesel e distribui-la em longas valetas de nivel, espaçadas irregularmente no sentido vertical, observando o proprietário que os cacaueiros irrigados estavam com cargas maiores do que quando não o eram.
A fim de analisar melhor ~ste efeito, consultou-se ao administrador da fazenda sôbre pormenores do processo.
Verificou-se que a motobomba, com ca·pacidade de 50 000 litros / hora, foi operada durante 12,5 dias de, apenas, 2 horas de trabalho diário, ou seja, um total de 25 horas horas de irrigação.
A área irrigada foi calculada em 5 hectares.
A altura de água correspondente é obtida pela equação:
Q=167 x: :~ na qual Q é vasão do sistema em litros/minuto, A a área irrigada em hectares, h a altura da água a ser aplicada em milímetros, d o número de dias de operação e t o número de horas de operação diária.
60 2 x 12,5 então:
833'; x 2 x 12.5 = 25 mm. h = 167 x 5
Admitindo o absurdo de que êste sistema alcance 50% de eficiência, obter-se-ia uma aplicação tob11 liquida de, apenas, cêrca de 12 mm, incapaz de produzir qualquer efeito espetacular.
As melhorias no cacaual em aprêço deverão ser atribuídas aos melhores tratos que, ultimamente, se vêm proporcionando àque-la lavoura. .
Não se deve excluir a hipótese de que a . irrigacão bem feita venha a beneficiar a lavoura do cacau, aumentando-lhe a produção.
Sendo, porém, uma irrigação em caráter suplementar, devida às condições climáticas
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da zona, esta prática deveria ser empregada somente em lavouras tecnicamente perfeitas e, ainda assim, depois de· ensaios críticos que demonstrem as vantagens econômicas da irrigação} sem o que não haverá nenhuma base para o tomento generalizadQ desta prática.
Conclui o Dr. Tosello que não se deve aconselhar nada a êste respeito sem que, pelo menos, sejam conduzidos dois ensaios de irrigação: um na Estação Experimental de Uruçuca e outro no Centl"O de Pesquisas do Cacau, ambos porém em cacauais bem formados e em bom estado.
I R~SUMOS BIBLIOGRÁFICOS I MEDEIROS, A.G. & ROCHA, H. M.
Ação tóxica do iôdo ao Phytophthora palmivora (Butl.) Butl. e ao Strionemadiplo~ dia frumentii (Poole Evans) Zambetakis. In: Congresso Anual da A merican Phytopa· thological Society, 4°, México, 1964. Atas. "No prelo".
No presente trabalho 08 autores apresentam uma revisão de literatura sôbre a ação e utilização do iôdo na medicina humana e veterinária, asflim como, também, na agricultura, ressaltando os sucessos e os casos negativos quando é usado como bactericida. fungicida, nematicida e fertilizante.
Formulando nava metodo-. logia. para ensaiar os efeitos fungicidas e fungistáticos das soluções químicas ao Phytophthora palmivora (ButI.) Bu· ti., possibilitou-se a realização dos ensaios em apenas uma hora e vinte minutos depois dos tratamentos.
Foi estabelecida a igualdade tóxica do iôdo e ~uUato de cobre para o Phytophthora palmivora (Butl.) ButI. e Strionemadiplodia frumentii (Poole Evans) Zambetakis.
Depois de· breves considerações sôbre os resultados obtidos, concluíram que o emprêgo do iôdo, como fungici· da, no combate à "podridão
. parda" dos frutos de cacau é, atualmente, impraticável, em virtude da volatização. Entretanto, poderá ser utilizado,' como antisséptico, na cirur·
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gia visando o "cancro" do tro~co.
Finalmente foi sugerida a necessidade de pesquisas para a estabilização e·m compostos orgânicos.
PEREIRA, Roberto J. Carva· lho et alii
A ção de herbicida na germinação de zoosporângios de Phytophthora paI mi v ora (Butl.) Butl. In: Seminário de Herbicidas e Ervas Daninhas, 5°, C1'UZ das Almas, Bah'ia, jul. 1964 . .lHas. "No prelo".
A aplicação de herbicidas no contrôle das ervas daninhas na cultura do cacau, principalmente o capim "Canoão" (Setaria sulcata AubI.), constitui assunto de importância para a cacauicultura baiana, merecendo do Centro de Pesquisae do Cacau especial atenção.
Ensaios com vários herbicidas estão sendo realizados na região cacaueira, com a finalidade de seJecionar os mais eficientes e econômicos na erradicação das -árvores invasoras.
A "podridão parda" dos fru· tos do cacaueiro (Phytophthora palrriivora (ButI.) Butl.) constitui-se um dos maiores males da cacauicultura baiana, responsável pela perda anual de, aproximadamente, 30 000 toneladas de cacau, o que equivaleria, na conjuntura atual, a cêrca de Cr$ 10.000.000.000,00.
Os autores realizaram o presente trabalho com o propósito de investigar a influên-
cia da aplicação de herbici das na reduçãO do potencial de in óculo do Phytophthora palmivora. Os resultados obtidos indicam que o Aretit e Stam F-34 mostraram maior ação fungistática, inibindo a germinação indireta dos zoosporângios do Phytophthora palmivora lButl.) Butl., até a diluição de 1/100. Na diluição de 1/1000 nenhum herbicida mostrou ação fungistática, enquanto que, na concentração em que, geralmente, são utilizados no campo, todos inibiram a germinação dos zoosporângios.
Tendo em vista a ausência de a~~ão fungicida, ocorrendo, tão somente, ação fungistática, é pouco provável que aplicat;ões de herbicidas em condições de campo apresentem efeitos colaterais no contrôle da «podridão parda".
KRAMER, M.
Combate à" Taboa" por meio de produtos químicos. In: Seminário de Ilerbicidas 6 Ervas Daninhas,5°, Cruz das Almas, Bahia,jul. 1964. Atas. "No prelo".
A "taboa" (Typha dominguensis Pers.) é uma erva de banhado, de difícil e custoso arrancamento manual. Por isso, nos loca.is em que interessar o aproveitamento do terreno para culturas, recomendar-se-ia seu combate por meio de produtos químicos.
Para determinar· s.e herbicidas específicos, aplicados por técnicas simples, poderiam realizar esta tarefa,num tempo curto, sem causar danos a cul-
turas visinhas, foi realizado um ensaio numa fazenda do interior paulista dedicada, especialmente, à cultura do algodão.
Os produtos experimentados foram os graminicidas TCA e Dalapon, em canteiros roçados e limpos, ou roçados apenas, para as aplicações do primeiro ' produto, e em canteiros anàlogamente preparados e, também, em estado natural, para as aplicações do segundo produto.
Constatou-se que o produto mais eficiente foi o "Dalapon" (Dowpon), na dose experimental de 20 k/ha do produto comercial, aplicado na "taboa" " intata ", em solução aquosa, num volume aproximado de 700 l/ha, adicionado de um adesivo orgânico a 0,15%, em média.
MEDEIROS, A. G. & ROCHA, H. M.
Programação dos trabalhos de seleção de cacaueiros resistentes à "podridão parda"
~CIARIO I
no E. da Bahia. In: Congresso Anual da American Phytopathological Society, 4°, México, 1964. Atas. uNo prelo".
Depois de considerações gerais sôbre as metodologias empregadas na aferição da resistência do cacau Catongo à "podridão parda" (Phytophthora palmivora (ButI.) ButI.), os autores realizaram inúmeros ensaios, em condições de laboratório e de campo, tendo em vista a constatação da efetividade dêsses métodos para seleção individual.
Foi estabelecido ser o método da atomização aquosa de zoosporângio~, em frutos destacados e confrontados aos fixados na árvore. o ideal para a aferição da resistência do tipo Catongo. Tam bém ficou evidenciado que a resistência do Catongo se localiza no epicarpo, sendo alterada quando os frutos são destacados da planta.
Hipóteses são formuladas, bus-
cando a explicação da intensidade do ataque da "podridão parda" em condições naturais, pela ocorrência de fatôres externos, ocasionando uma "flutuação" da resistência entre árvores de cacau e os frutos da mesma árvore.
No decorrer dos ensaios foram encontrados cacaus comun~, denominados por "Tipo Chico", com uma aparente resistência superior ao Catongo. Entretanto, por falta de frutos para o prosseguimento dos trabalhos, ficou o assunto dependendo de confirmações posteriores.
São descritos os diferentes métodos de inoculações empregados, apresentando-se recomendações para o esclarecimento das hipóteses formuladas.
Finalmente apresentam a programação do trabalho a ser feito pelo setor de Fitopatologia do Centró de Pesquisas do Cacau, com relação à seleção das plantas resistentes à "podridão parda".
DIA INTERNACIONAL DO CACAU
Com um programa de exposlçoes e palestras, elaborado por uma comissão para êsse fim constituída e executada· no Centro de Pes· quisas do Cacau, foi comemorado no dia 7 do mês passado, primeiro domingo de junho, o Dia Internacional do Cacau.
Criado em 1958, pelo Comitê Interamericano do Cacau, por ocasião de uma reunião realizada na Colômbia, o Dia Internacional do Cacau tem sido comemorado em vários países produtores de cacau, geralmente com promoções do tipo "Field Day" (Dia de Campo), que reúne lavradores e técnicos no próprio campo para palestras e demonstrações educativas.
~ste ano o Dia Internacional do Cacau foi pela primeira vez comemorado no Brasil, graças 8 uma iniciativa da CEPLAC, que reuniu na área do CEPEC cêrca de 150 fazendeiros de Ilhéus, Itabuna, Ubaitaba, Ipiaú e de várias outras zonas da região, além de autoridades, ór-
gãos da imprensa e do rádio e pessoas interessadas no programa de recuperação da lavoura cacaueira, num total de, aproximadamente, 300 pessoas, e, ali, apresentou uma série de
. exposlçoes com palestras dos técnicos, num programa que, iniciado às 8h30m, se desenvolveu até às 13 horas.
Inimigos da Lavoura Extensão e Crédito Fazendeiro do Ano
Após a recepção aos convidados, o coordenador técnico geral da CEPLAC, Dr. Paulo de Tarso Alvim. iniciou sua palestra, fazendo uma exposição sôbre o que chamou de "Os Oito Principais Inimigos da Lavoura": má adminis A
tração das propriedades, pragas, sombreamento excessivo, má drenagem, poda inadequeda, "podridão parda", má fermentação e má adubação.
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A segunda palestra foi feita pelo técnico Jorge Raymundo Vieira, sôbre "Extensão e Crédito", seguindo-se uma pequena cerimônia que não figurava no programa e que, por isso mesmo J foi anunciada como uma surpreSd: entre os conviJados presentes foi chamado a subir a um palanque o fazendeiro João Batista Lavinsky, recomendado por uma enquete feita sigilosamente como o "Fazendeiro do Ano". O sr. João Batista Lavinsky,de 89 anos de idade, proprietário da Fazenda Cordilheira, foi assim homenageado por ter dedicado tôda a sua vida de agricultor ao tratamento pessoal de sua lavoura. Além da homenagem, recebeu, como prêmio, uma pol vilhadeira motorizada de inseticidas.
Cento e cinqüenta fazendeiros comparece
ram ao Centro de Pesquisas do Cacau, no
segundo domingo de junho, para tomar par
te nas comemoroções do Dia Internacional
do Cacau.
Tecnologia do Cacau Centro de Padronização e Classificação
No Laboratór·io de Tecnologia e Bioquímica, os fazendeiros e convidados percorre\"am a primeira exposição do programa e ouviram outra palestra, proferida pelo bioquímico Nélson Maravalhas, sôbre "Tecnologia do Cacau". Logo depois participaram da inauguração do Centro de PadronizaçãO e Classilicação de Caoau, ali instalado como resultado de um convênio entre a CEPLAC e o Ministério da Agricultura. O representante dêsse Ministério, técnico Amintas Machado. fêz um discurso sôbre os objetivos do nôvo Centro, destinado a pesquisar todo o tipo de cacau a ser exportado.
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o Fazendeiro do Ano: com 89 anos de idade o sr. João Batista Lavinsky ainda cuida, pessoalmente, de sua Fazenda Cordilheira.
Pragas do Cacaueiro Fertilidade Solos da Região
Servido, então, um chocolate aos convidados, foram êstes transportados ao laboratório de pesquisas sôbre solos, que funciona, provisoriamente. na casa-sede da ex-Fazenda Corumbá, hoje parte da área do CEPEC. As três últimas exposições comemorativas do Dia do Cacau estavam ali montadas, com farto material ilustrativo - pragas, fertilidade e solos - e os técnicos coordenadores dos respectivos programas. Pedrito, Silva, Raimundo Fonseca e Jorge Olmos Iturri Larach, completaram o programa das palestras.
Encerramento
Terminadas as exposições e palestras técnice.s, coube ao Dr. Fúlvio Alice, Secretário da Agricultura e representante do Governador da Bahia, encerrar as comemorações do Dia do Cacau. Seu discurso, como as pa- . lestras dos técnicos, foi transmitido pelas seis estações de rádio de Itabuna e Ilhéus, que deram, desta forma, maior ênfase à data, a ser agora anualmente assinalada também na região cacaueira baiana.
SEMINÁRIO DE HERBICIDAS OBSERVOU CACAUICULTURA
Os 140 técnicos brasileiros e argentinos que participaram do V Seminário Brasileiro de Herbicidas e Ervas Daninhas, promovido pelo Instituto de Pesquisas e Experimenta .. ção Agro~Pecuárias do Leste (IPEAL), em
Cruz das Almas, estenderam seu programa. à zona cacaueira, para observar os trabalhos relacionados com ú cúltura do cacau.
Durante três dias os referidos técnicos acompanharam e discutiram cêrca de quarenta trabalhos apresentados pelo Centro de Pesquisas do Cacau e ouviram palestras sôbre fermentação e beneficiamento de cacau, fertilidade, mapeamento dos solos da região cacau eira e trabalhos com herbicidas e arboricidas para controlar o "canoão" e reduzir o sombreamento excessivo dos ca,ca uais baianos.
No encerramento desta visita, com uma ruenião realizada na sede da Cooperativa Mista dos Agricultores de Itabuna, após a última palestra do programa o engenhe1roagrônomo Mário Pereira Duarte, secretâriogeral do Seminário, disse:
- Com esta palestra, onde () engenheiroagrônomo Fernando Vello demonstrou conhecimentos amplos dús problemas da cacauicultura baiana, . encerra-se, definitivamente, o V Seminário Brasileiro de Herbi~ cidas e Ervas Daninhas. Procurando prestigiar o nosso certame, o RngO Paulo de Tarso Alvim veio ao nosso encontro quando formulou convite para que o V Seminário estendesse ao Sul do Estado o seu programa de excursão, excursão que não teve o cunho de passeio, mas de fazer com que professôres e técnicos de Agronomia de outros Estados se tornaRsem amigos e permutassem conhecimentos de suas especialidades, para que técnicos como o Nélson Maravalhas falassesôbre os segrêdos da fermentação do ,cacau, o Jorge Olmos sôbre mapeamento
dos solos da região cacaueira. o Emo Ruy Miranda sôbre os 220 experimentossôbre fertilidade e o Roberto Pereira sôbre os trabalhos experimentais com herbicidas e arboricidas. Em nome da caravana do V Seminário Brasileiro de Herbicidas e Ervas Daninhas e como seu Secretário-Geral, queremos agradecer a todos os técnicos e funcionários a hospitalidade, as atenções q.e nos foram dispensadas durante os dias que permanecemos nesta progressista cidade, sem podermos esquecer a senhorita Maria Conceição, bibliotecária do CEPEC, que, desde o primeiro momento, foi pródiga em gentilezas, à CEPLAC, por ter criado condições para que os ilustres visitantes, de outros centros de ensino e pesquisa agronômicos, conhecessem a soma de trabalhos experimentais que a equipe do Centro de Pesquisas do Cacau vai realizando em beneficio da culturn cacaueira, que é o esteio da economia baiana.
COLABORADORES DA RECUPERAÇÃO
CHOTARO SHIMOYA, catedrático de Bo-'> tânica e chefe do Departamento de Biolo
gia da Escola Superior de Agricultura e JJeterinária da Universidade Rural de Minas Gerais (Viçosa). Acompanhado de seu assistente, o engenheiro-agrônomo Enezir Torres Vaillant, colaborou, em julho, com o Centro de Pesquisas do Cacau em trabalhos sôbre Biologia do cacaueiro. É a terceira vez que o Dr. Chotaro Shimoya vem a esta região, a servit;o de um experimento que está conduzindo no CEPEC.
WALDIRIO BULGARELLI, professor de legislação coo
o Prof. Waldirio Bulgarelli. do ISPECO, quando ministrava, para 41 alunos, a aula final do curso de coopera
tivismo da CEPLAC.
perativista, técnico do Departamento de Assistência ao Cooperativismo da Secretaria de Agricultura de São Paulo e presidente do Instituto Superior de Pesquisas e Estudos de Cooperativismo de São Paulo. Acompanhado dos professôres Carlos Marques Pinho e Diva 'Benevides Pinho. também do ISPECO, conduziu as aulas de um curso intensivo de U doutrina e legislação cooperativista e de administração e organização racional do trabalho nas cooperativas", que o Departamento de Cooperativismo da CEPLAC proporcionou, em julho, a quarenta e um alunos, entre dirigentes cooperativistas, advogados, economistas e agrônomos e funcionários do Plano.
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Carlos Brandão, Paulo Alvim e Adauto Sacramento: foram à Africa defender os interêsses do govêrno e dos cacauicultores brasileiros, na Conferência Internacional da Aliança dos Países Produtores de Cacau.
acORDO INlERNACIONAL rARA o COM(RCIO DO CAcau
No dia 18 de julho viajaram para Lomé, ca
pital da República de Togo, Africa, os srs. Car
los Brandão, secretário-geral da CEPLAC, Pau-
. lo de Tarso Alvim, coordenador técnico geral
da CEPLAC, Adauto Ribeiro Sacramento, pre
sidente da Associação Rural de Coaraci e re
presentante do Conselhó Consultivo do Govêr
no Federal para Assuntos do Cacau, e outros
representantes da economia cacaueira, inte
grando a representação brasileira à Conferên
cia Internacional dos Produtores de Cacau. Des
sa Conferência sairá um acôrdo de comercia
lização, a ser assinado no Brasil.
Extensão: (ampunha de [ombate às Pragas do [ata0
Foi lançado no dia 11 de julho, em tôda a região cacaueira baiana, a Campanha de Combate às Pragas do Cacau, planejada pelo DECEX (Departamento de Crédito e Extensão) e assessorada pelo setor de Entomologia e Zoologia Agrícolas do CEPEC, com os seguintes objetivos: a) levar 70% dos mutuários da CEPLAC a utilizar as práticas recomendadas e adotá-las definitivamente; b) formar vinte "áreas de demonstração" para combate às pragas, abrangendo, aproximadamente, 200 hectares; c) levar conhecimentos sôbre as pragas e seu combate aos · fazendeiros da região; e d) motivar os fazendeiros da região para a adoção definitiva das práticas de combate às pragas.
Campanhas em Extensão Rural
Em qualquer parte do mundo, quando se quer acelerar a adoção de práticas eficazes de agricultura, economia doméstica ou saúde, ° método . Campanha é utilizado pelos serviços
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\
de Extensão. Constituindo-se um bom método, nem pür isso pode a Campanha resolver todos os problemas do meio rural. É necessário, para a sua utilização adequada, que se respondam, afirmativamente, a estas quatro perguntas:
1 - O problema é suficientemente importante para um grande número de pessoas?
2 - O problema pode ser resolvido de forma prática. sem exigir muitas transformações na vida da família rural?
3 - O período de execução da campanha pode ser fixado com precisão?
4 - Os objetivos da Campanha podem ser bem definidos, permitindo uma posterior avaliação dos resultados alcançados?
A atuação de uma boa campanha educativa lembra uma reação em cadeia) dentro dêste princípio básico: Quanto mais vêzes e por diver-
sos meios uma pessoa receba uma determinada idéia. tanto mais provável será sua adoção por parte da mesma. Num programa de Extensão Rural, as campanhas devem: ser executadas uma de cada vez. Existem várias razões para esta determinação mas as duas principais são as seguintes:
1 - Se queremos impressionar os agricultores com a mensagem de determinada campanha, não convém distrair-lhes a atenção com outros problemas. Várias campanhas simultâneas, destinadas a atrair a atenção de um mesmo público, tendem a competir umas com as outras e os resultados ficam diluidos.
2 - A disponibilidade da atenção concentrada do pessoal técnico e dos meios de comunicação (periódicos, revistas, estações de rádio) deve dirigir- se a um determinado problema, no sentido de causar o maior impacto possível no alvo a ser atingido. Esta disponibilidade de tempo e pessoal geralmente não se consegue para mais de uma campanha por vez, sem falar na parte econômica da questão.
Nossa Campanha
A campanha de combate às pragas do caeau, planejada dentro do método referido e com os objetivos acima definidos, compõe-se de cinco etapas: planejamento. treinamento de pessoal, produção de material, realização e avaliação. Por sua vez, a etapa da. realização constitui-se de quatro estágios, ou fases: lançamento. desenvolvimento, concentração e complementação. Sua duração é de sete meses, entre abril e outubro de 1~64.
A reglao que ela vai atingir é a chamada Região Cacaueira, localizada no sul do Estado da Bahia} ilUma extensão de 65 118 quilômetros quadrados. Com uma população de 1 300 000 habitantes, dos quais 78% vivem no meio rural, esta região compreende 61 municípios. A lavoura cacaueira ocupa uma área de 450 mil hectares.
Pragas
Na Bahia existem 171 espeCles de insetos associados ao · cacaueiro. Pestas, 151 são nocivas a êle e sua ação está assim determinada:
Ataque às fôlhas ...•.......... 62 espécies
Ataque aos ftutos.... . •• . . . .. 35 espécies
Ataque aos renovos .... :.' ...... 30 espécies
Ação protetora a outras pragas ... 24 espécies.
Estas pragas podem ser dividid~s em dois grupos. segundo seu aparecimento e estragos na lavoura: Cíclicas - Aparecimento e estragos máis intensos em determinadas épocas do ano (Chupança, Vaquinhas, Tripes, Lagartas e outras). E Permanentes-Estragos durante todo o ano (Formigas, de Enxêrto, Caçarem a, Saúva da Mata, Saúva Comum, Quen-Quém e outras).
CHUPANÇA
(Monalonion spp, Família Miridae, Ordem Hemiptera) - :E:ste inseto ataca vorazmente os frutos e renovos do cacaueiro. Os frutos novos caem e os mais desenvolvidos ficam deformados e cheios de manchas que se assemelham a "bexigas". Os cacaueiros ficam com a folhagem rala e as fôlhas novas e brotos secam. É a chamada "queima". O chupança. é a mais séria praga da lavoura cacaueira baiana, causando mais prejuízo do que a "podridão parda".
Esta praga se abriga, também, em outras árvores existentes na lavoura de {!acau e seu ataque é mais intenso nas épocas do "lançamento", pois sugam exclusivamente as partes mais finas da planta. Seu combate deve ser feito pelo menos duas vêzes por ano. A primeira em fins de janeiro, durante fevereiro e primeira quinzena de março. A segunda em setembro e outubro. O inseticida recomendado é o BHC a 1 %, numa base de 10 a 15 quilos por hectare.
FORMIGA DE ENX:E:RTO
(Azteca paraensis Forel varo bondari Borgmeir (1937), Família Formicidae, Ordem Hymenoptera) - Esta formiga reponde pelos seguintes danos causados à lavoura: roe os renovos, gemas, fôlhas novas e frutos, reduzindo a capacidade produtiva do cacaueiro eacarretando, muitas vêzes, a sua morte; cria e protege insetos sugadores (piolhos) que retiram uma grande quantidade de seiva, alimento da planta; cultiva em seus "ninhos" plantas parasitas, que competem com o cacaueiro em espaço e luz; favorece a presença de vespas, ou marimbondos, nas vizinhanças de seus focos de ataque, o que prejudica a limpa e a colheita dos cacauais, pois os trabalhadores fogem dêsses focos, com receio das terríveis ferroadas dos marimbondos; e concorr~ para a formação de clareiras (redução das copas e morte dos cacaueiros), ~xpondo o solo à ação direta das intempéries e favorecendo o desgaste em sua fertilidade natural, com a grande invasão de ervas daninhas.
FORMIGA CAÇAREMA
(Azteca chartifex Forel varo spiriti Forel, Família Formicidae, Ordem Hymenoptera)Sendo a mais conhecida e difundida nos cac9uais baianos, a Caçarema é, sem dúvida,
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uma das mais noei vas pragas da lavoura cacauéira. Sua nocividade é indireta: o péso de suas "casas", que podem atingir vinte ou mais quilos, faz inclinar ou quebrar o ramo ou tronco. A construção de suas "casas", "sucursais" ou "colônias", ao longo do tronco e ramos primários do cacaueiro, impede a emissão de flôres e reduz, assim, a produção de frutcs. Cria e protege insetos que sugam a seiva do cacaueiro (pulgões, piolhos e cigarrinhas). Age como disseminadora eventual do fungo causador da "podridão parda". Atrai para perto de suas "casas" os marimbondos.
Formiga Pixixica
(Solenopsis s p p, Família Formicidae, Ordem Hymenoptera)- Criando, transportando e protegen- . do os "piolhos farinhentos", a formiga Pixixica é, indiretamente, uma séria inimiga do cacaueiro. quer p e I a proteção que faz a ésses sugadores de seiva, quer pelo impedimento da colheita e limpa nas regiões onde se localiza. Sem a presença da Pixixica. os piolhos farinhentos são vítimas de inúmeros inimigos naturais e seu número é reduzido ou eliminado totalmente.
O com bate a essas formigas obedece a m é t o dos especiais que os técnicos da CEPLAC, através dos Escritórios Locais, levarão aos lavradores na fase oportuna da Campanha de Combate às Pragas do Cacau.
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Lançamento da Campanha de Combate às Pragas do Cacau, simultâneamente em tôda a regiã.o cacaueira. A solenidade, em Itabuna, foi realizada no auditório da Cooperativa dos Agricultores de Itabuna, presentes, entre la.vradores, comerciantes, autoridades, técnicos, representações e público, as seguintes personalidades: Dr. José Maria Nogueira, representante do Ministro da Fazenda, que presidiu os trabalhos. Dr. Hermenegildo Marques da Cruz, representante do Ministério da Agricultura. Prof. Fúlvio Alice, Secretário da Agricultura e representante do Governador da Bahia. Sr. Carlos Brandão, secretário geral da CEPLAC. Dr. Félix de Almeida Mendonça, Prefeito de Itabuna. Dr. Antonio Augusto Velloso, economista do Ministério da Fazenda. Dr. Gil Nunes Maia, chefe do Serviço Municipal de Saúde. Dr. Adélcio Benício dos Santos, presidente da Associação Rural de Itabuna e representante do Institituto de Cacau da Bahia. Sr. José Soares Pi. nheiro, pre-sidente da CEPLAN. Prola. Heloísa Banks Monteiro, especialista em áudio-visuais da ACAR-Minas. Sr. José Oduque Teixeira, presidente da Associação Comermercial de Itabuna. Técnicos e Administradores da CEPLAC. E o sr. Filadelfo Almeida, que parUcipou da mêsa e dis· cursou em nome dos lavradores de ca·cau.
I StRIf - I~IMIGOS DO CICIUICULTOR I "SAÚVA DA MATA"
... p.
~ Figura 1 - "'!perária" da saú' va-da·mala. E ela que corta o limbo da fôlha .
Figura 2-· Estrago típico causado pe-
la saúva-da-mata em fôlha de cdcau· ~ eiro. A fôlha assim estragada perma-
nece na árvore e não é derrubada ao •
solo, como faz a formiga.de.rnandioGa.
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13
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.."
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. . , \. -;.~ ~. , . . .
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Figura 3 - Formigas
de volta ao formiguei
ro, ca1'regando peda
ços de fôlha do cacau
eiro atacado .
----------- -------- - -- ---o ------------ --------- -- -- --------- --------------- ----Figura 4 - Corte esquemático de um formigueiro da saúva-da-mata, mostrando sua
estrutura: a) "panelas" onde é cultivado o fungo de que as formigas se alimentam;
b) canais; c) "olheiros".; d) nível do solo; e) nível do lençol dágua.
\ SAÚVA DA MATA C~)
As saúvas, ou formigas cortadeiras, são a pior praga da agricultura brasileira. C~r· ca de nove espécies diferentes de saúvas proliferam no Brasil, dentre elas a denominada SAÚVA DA MATA, praga dos cacauais da Ba.hia, encontrada, com freqüência, em tôda a zona cacaueira baüma. Há uma outra espécie, denominada "formiga-de-~andioca", que também ataca o cacaueiro. E encontrada em locais mais abertos, principalmente nos limites das faixas de transição, e, acidentalmente, nos terrenos chamados sílico-argilosos e mais profundos da zana cacaueira.
suas "hortas" em plena produção de ali~ mento.
Em um formigueiro, além da rainha, que vive durante anos e cuja função é pôr OVOtlela é um verdadeiro centro em tôrno do qual gira a vida da comunidade de formigasexistem os ((soldados" e as "operárias", yu. rante as revoadas as formigas com asas, ma~ chos e fêmeaEl {rainhas), saem para formar novos formigueiros e, com isso, perpetuar a espécie. Os soldados, que são grandes, sem asas e, geralmente. com cabeça bem desenvolvida., têm por função a defesa do formigueiro. As operárias, de vários tipos e também sem asas, cuidam da limpeza, da pro-
De modo geral, o desenvolvimento e cos- visão de fôlhas e da escavação do solo para tumee dessas duas espécies de formigas cor- ampliar o formigueiro. Esta escavação elas tadeiras são semelhantes: após a revoada, a fazem depositando a terra, continuadamen-rainha (tanajura),jáfecundada,desfaz-se das te, na superfície, através de galerias que asas e escava o solo, dando inicio ao futu- terminam em "olheiros". ro formigueiro. Prepara, então, um pequeno O perfeito conhecimento da construção canteiro onde coloca a "semente" de um dos formigueiros é um fator importante na lungo (espécie de môfo) por ela trazido do aplicação do método de combate às saúvas. seu formigueiro de origem e começa a pôr Apesar de serem bastante parecidas à pri-os ovos. O fungo é o alimento das formigas meira vista, as duas espécies de Aaúvas no cortadeiras, razão por que elas o cultivam civas ao cacaueiro na Bahia são diferentes numa espécie de horta mantida com peda- entre si, não só na aperência como, também, ços de fôlhas cortadas rias planta.s. Calcu- no modo de construir seus formigueiros e na 1a-se que um formigueiro já formado seja maneira de ataque às plantas. Nos quadros capaz de utilizar de 100 até 400 quilos de abaixo estão indicadas as diferenças gerais 'fôlhas picadas por ano, a fim de manter as das duas espécies: ,-----------------------
SAÚVA DA MATA FORMIGA DE MANDIOCA (Atta cephalotes L., 1758) (Atta sexdens L., 1758)
Constroi formigueiros à sombra de árvo- Constroi formigueiros em locais abertos, res, em locais úmidos, raramente ou nUnca geralmente em solo limpo, no agreste e nos abertos. Por ser encontrada, geralmente, em trechos onde a mata foi destruída. Instala· solo pouco profundo, sujeito a inundações e se em solo profundo não sujeito a inundacom .0 le~col dágu?- próximo à superfície, os ções. Os formigueir~s possuem "olheiros" formIgueIros da. sauva-da·mata formam enur- com aberturas bem visíveis.As "panelas",que mes montes de 1 metro de altura por 2 a 10 abrigam as hortas do fungo, se encontram a metros de diâmetro. No interior dêsses mon- boa profundidade e os canais possuem estes ficam as câmaras, ou "panelas", onde são trutura e entrelaçamento muito complicados. estabelecidas as "hortas" do fungo alimen- . . . ticio. Os "olheiros" principais, próximos às As operárIas da form~g~-de-mandlO~a que "cidades", têm aberturas bem disfarçadas, atacam as plantas se dlvl~em e~ dOIS grupara evitar a penetração de água. Acompa- pos: um que tem po~ funçao subIr às árvünham a superfície do solo, em subida para res e derrubar as. folhas, cortando-a~ pelo o monte mergulhando depois em direção talo; e outro que fICa no solo, sob a arvore às ·'pan~las". " atacada, comA a função de recortar a lâmina
As operárias da saúva-da-mata sobem às verde das ~olh~s derrubadas e carregá-la árvores e cortam a lâmina das fôlhas, des- pata o formIgueIro. cendo com ? pe~aço c_ortado e carreg~ndo- A área de distribuição da formiga-de-mano até o formIgueIro. Nao derrubam as folhas dioca no Brasil é bem ampla. SIIa ausência das plantas ataca~as. . _ . só se tem verificado no chamado "Polígono
. Sua área de dlstrl.bUlça~ no BraSIl s~ res- das Sêcas" e em partes dos estados da Patrm~e .à zona cacaUeIra baIana, à regIao a- raná Santa Catarina e Rio Grande do Sul. maZOlllca (Amazonas e Pará) e partes do ' Maranhão e Mato Grosso, onde predominam A formiga-de-mandioca é considerada a as florestas úmidas tropicais. mais nociva de tôdas as saúvas .
. * Do Manual de Pragas e Insetos na Cacauicultura Baiana - Eng. AgI'. Pedrito Silva, coordenador do setor Entomologia e Zoologia Agrícolas do Centro de Pesquisas do Cacau
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SAÚVA DA MATA
COMBATE COM O EMPRÊGO DE FORMICIDAS EM PÓ (CLORINADOS)
(Aldrin, Dieldrin)
ÉPOCA - Qualquer época do ano em que os fúrmigueiros forem encontrados.
MATERIAIS - Formicida em pó. Aplicador de formicida em pó (bomba). Enxadas ou enxadetas.
PESSOAL - 1 ou 2 operários.
MÉTODO - Primeiramente medir a área do formigueiro para saber quantos "olheiros" deverão ser tratados. Isto se consegue dando-se passadas largas, em forma de cruz, no sentido da maior largura e do maior comprimento do formigueiro. O número de passadas do comprimento multiplicado pelo número de passadas da largura dará a quantidade de "olheiros" ativos a tratar.
Exemplo:
Largura do formigueiro ...... 3 passadas Comprimento do formigueiro .... 5 passadas
3 x 5 = 15
Portanto, quinze é o número de "olheiros" em atividade que devem ser tratados.
Sabendo· se, desta forma, o número de olheiros a ser tratados, inicia-se a limpeza,
CAUAU ATUALIDADES
que deve ser feita com enxada ou enxadeta: raspa-se bem os olheiros escolhidos, retirando-se a terra sôlta. Se, ao fazer a limpeza, houver fechamento Jos olheiros, deve-se. deixflr para o dia seguinte a aplicação do formicida.
Para se saber se um formigueiro tem vida ou está inativo, o indicado é dar fortes pancadas, com o auxílio de um pedaço de pau, em tôrno da terra sôlta existente. Se houver vida, as formigas "soldados" logo aparecem pat"a verificar o que está acontecendo. Elas saem pelos olheiros principais, justamente os que devem ser atacados.
Para preparar o aplicador, ou bomba: coloca-se o formicida em seu depósito, até à marcação indicada. Não se deve encher o depósito completamente, pois isso faz com que o aparêlho funcione mal. Assim carregado, o aplicador tem capacidade para dar combate a dez formigueiros.
A aplicação é feita com 10 bombadas em cada olheiro, o quecorresponde a,3..(l....ou 40 gramas de formicida. Não se deve tapar os olheiros tratados. Deve-se, por outro lado, repassar os formigueiros tratados 45 a 60 dias depois, para se ter a certeza de sua extinção.
A Comissã.o de Edição dêste boletim, considerando as dificuldades de ordem técnica a sua impressão mensal, decidiu transformá-lo em publicação bimestral, modificação esta a ser feita no início do Volume 2. A partir de julho, entretanto, passamos a concentrar dois números em uma só edição, o que ocorrerá até dezembro dêste ano. Posteriormente. quando a Divisão de Informação da CEPLAC possuir seu próprio serviço de impressão, estudaremos a possibilidade de voltar a circular mensalmente.
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METEOROLOGIA I JUNHO
Dados climáticos referentes ao período de 1 a 30 de junho de 1964:
PRECIPITAÇÃO Total mensal 44,7 mm
mais) 7 Dias de chuva (0,1 mm ou Máximo por dia Total acumulado no ano
15,0 mm (dia 30) 823,4 mm
TEMPERATURA Média 21,47°C Média das máximas 26,97°C Média das mínimas 15,97°C Máxima absoluta 33,00°C (dias 4, 6) Mínima absoluta 11,500 C (dias 2,16) Amplitude maXlma 20,50oC (dia 2) Amplitude mínima 3,00°C (dia 30) Amplitude média 9.800 C EVAPORAÇÃO (Píche) Total mensal Média diária
48,60 mm 1.62 mm
Máxima absoluta 3,50 mm (dia 2)
UMIDADE RELATIVA
Média diária 79,65% 88,13% 70,90%
Média das máximas Média das mínimas Mínima absoluta 45,00% (dia 14)
JULHO Dados climáticos referentes ao período de 1 a 31 de julho de 1964:
PRECIPITAÇÃO
Total Mensal Dias de chuva (0,1 mm ou mais) Máximo por dia Total acumulado no ano
TEMPERATURA
Média 21.100C Média das máximas 25,670 C Média das mínimas 16 54°C
83,3 mm 8
21,5 mm 906,7 mm
Máxima absoluta 30,000C (dia 29)
(dia 12)
Mínima absoluta 14,OOoC (dias 8,15,16.18,24) Amplitude máxima 12,50oC (dia 8) Amplitude mínima 5,00uC (dia 3) Amplitude média 8,75°C
EVAPORAÇÃO (Piche)
Total mensal Média diária Máxima absoluta
OMIDADE RELATIVA Média diária Média das máximas Média das mínimas Mínima absoluta
59,50 mm 1,91 mm 3,00 mm l dia 24)
80,15% 87,90% 72,58% 51,00% (dia 17)
Cópias dêste Boletim serão enviadas g , atuitamente aos interessados, mediante solicitação à Biblioteca do Centro dE:' Pesquisas do Cacau ou à Divisão de Informação da CEPLAC, Caixa Postal, 7, Itabuna, Bahia, Brasil.
Copies of this Bulletin wiU be sent free, by requesting to the following address: "Biblioteca do Centro de Pesquisas do Cacau" or "Divisão de Informação da CEPLAC". Caixa Postal. i. ltabuna - Bahia -- Brasil.
Copias de este Boletin serán enviadas gratuitamente a los interesados, mediante solicitación a la Biblioteca deI "Centro de Pesquisas do Cacau" o aI Servido de Información de CEPLAC, Caixa Postal, 7, Itabuna - Bahia -Brasil.
Kopien diesel' Publíkatíon wNden gratis un interessenten versandt. Man wende sich all "Biblioteca do Centro de Pesquisas do Cacau" oder "Divi<;ão de Informações da CEPLAC", Caixa Postal, 7 - Itabuna -- Bahia -- Brasil.
Copies dE." ces Bulletins seront envoyées gratuitement aux intE."fessés par moyen de la Biblioteque du ··CE."ntro de Pesquisas do Cacau" au li Serviço de Informação da Cr-:PLAC", Caixa Postal 7 - ltabuna - Bahia - Brasil.
NOSSA CAPA
Operários rurais executam a quebra do cacau. A "ruma" contém apenas cacau maduro, pois a mistura de frutos em diferentes
Boletins mensais fornecidos pelo Pôsto Meteoro- estágios de maturação sempre prejudica a Agrário instalado no Centro de Pesquisas do Cacau. qualidade do produto. (Ver CA nO 5 - Ca-Elevação, 49 m. Latitude-; 14"47'21" S. Longitude, cau Verdoengo Rende Menos). 59°16'36" W . Município de Ilhéus, Bahia, Brasil. .....:
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