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Revisão de Literatura
Aula 4
Personagens:
Zé-do-Burro
Nicolau – o burro
Rosa – esposa de Zé
Marli – prostituta
Bonitão – gigolô
Padre Olavo
Sacristão
Monsenhor
Guarda
Beata
Galego – dono do bar
Minha Tia – vendedora de acarajé
Dedé-Cospe-Rima – poeta de cordel
Repórter – sensacionalista
Fotógrafo
Secreta – policial
Delegado
Manuelzinho-Sua-Mãe
Mestre Coca capoeiristas
Roda de Capoeira
Local: Salvador; praça em frente
à Igreja de Santa Bárbara.
Época: atual; é dia de Iansã.
*O Pagador de Promessas Dias Gomes
O Pagador de promessas
Zé-do-Burro
Marli
(prostituta)
traição
Bonitão
(gigolô)
Rosa
(esposa de Zé)
Repórter
sensacionalista
Padre Olavo
(intolerância
religiosa)
Secreta Guarda
neutro
Minha Tia + Capoeiristas chama
ciúme
interesse
apoiam
X
Final: O delegado avança sobre Zé, que
também se decide: jura por Santa Bárbara que
só sai dali morto. Puxa uma faca, e os
capoeiristas deixam claro que estão do lado
dele, enfrentando as autoridades. Padre Olavo
vem por trás e dá uma pancada no braço de Zé, derrubando a faca.
Os policiais caem sobre o pagador de promessas, e os capoeiristas,
sobre os policiais. Ouve-se um tiro, que dispersa a multidão. Zé-do-
Burro está morto. Os policiais retiram-se, dizendo que vão buscar
reforço. O padre, demonstrando culpa, aproxima-se querendo
encomendar a alma, e Rosa pergunta a quem, “ao Demônio?”
Mestre Coca olha para os companheiros, que entendem a
mensagem: colocam o corpo de Zé sobre a cruz, como que
crucificado, e o carregam, entrando na igreja.
O padre e o sacristão recuam, a beata foge, e
Rosa, Dedé e o Galego seguem o cortejo. O
homem que não quis conceder foi destruído,
mas terminou pagando sua promessa depois
de morto.
*Feliz Ano Novo – Rubem Fonseca
Feliz Ano Novo – três assaltantes invadem uma
mansão na Zona Sul do Rio de Janeiro durante uma festa de
Réveillon.
Corações Solitários – o narrador é um repórter policial
sem emprego. Consegue, através de um primo, trabalho
no jornal Mulher, um periódico dirigido à classe C, com seções de
horóscopo, fotonovela, cartas, etc. Todos têm pseudônimo
feminino, mas o narrador resolve adotar o nome de Nathanael
Lessa para responder às cartas das leitoras.
Passeio Noturno (Parte I) – o narrador é um homem rico, mas
com uma relação familiar superficial. Após um difícil dia de
trabalho, pega seu automóvel potente e procura uma rua escura,
onde atropela uma mulher e volta tranquilo para casa,
orgulhando-se de seu carro e de sua perícia.
Passeio Noturno (Parte II) – o mesmo narrador do conto
anterior é abordado no trânsito por uma mulher que lhe dá seu
telefone. Ele liga e a convida para jantar. Depois do jantar,
leva-a para casa e pede que ela desça de seu Jaguar um
pouco antes, pois é casado e teme ser reconhecido. A moça desce e ele a
atropela, tomando cuidado de passar com o carro por cima dela, uma vez que
ela o conhecia.
Dia dos Namorados – Mandrake, o narrador, está em casa com uma loura
linda e rica, quando é interrompido por um cliente. O advogado Medeiros pede
a Mandrake que salve o banqueiro J. J. Santos de uma chantagem: o
banqueiro envolvera-se com um travesti (Viveca) que ameaçava suicidar-se se
não ganhasse 10 mil cruzeiros. Mandrake resolve o caso, levando o travesti
para a polícia e, ao voltar para casa, percebe que a loura fora embora.
O Campeonato – a história se passa num futuro não determinado. O narrador,
de nome Açoreano, é Mediador (árbitro) profissional. Será o juiz do, apesar de
ilegal, campeonato de conjunções carnais (sexo), no Hotel Aldebaran, que vai
reunir os competidores Miro Palor, detentor do recorde de 14 conjunções em
24 horas, e Maurição Chango, o desafiante, musculoso e grande. Com um
vocabulário técnico, com termos em Latim, o narrador explica as regras da
competição. Miro Palor vence quebrando o próprio recorde, com 15
conjunções.
Nau Catrineta – O narrador José está completando 21 anos.
Ele é órfão e vive com quatro tias velhas. Hoje é o dia em que
ele vai ler pela primeira vez o Decálogo secreto do tio Jacinto,
onde está definida a sua missão, uma obrigação de todo
primogênito da família. As tias perguntam se ele já escolheu a moça. Sim, é
Ermelinda, a Ermê, que virá para o jantar. Tia Helena conta durante o jantar que
todos os primogênitos da família são artistas e carnívoros, que sempre que
possível caçam, matam e comem a presa, e que o avô, Manuel de Matos,
trabalhava na Nau Catrineta, embarcação que levou para a Europa Jorge de
Albuquerque Coelho, quando quatro marinheiros foram sacrificados e comidos
para salvar os demais da fome. Após o jantar, José e Ermê vão para o quarto-
biblioteca e fazem amor. José vai buscar champanhe e envenena Ermê. As tias
chegam para preparar Ermê para ser devorada. Então tia Julieta retira o anel do
dedo e coloca-o no de José. Ele é agora o chefe da família.
Intestino Grosso – O narrador é um repórter que vai fazer uma entrevista com
um escritor. O conto é uma espécie de auto entrevista de Rubem Fonseca,
como que se quisesse defender das acusações que sofre na imprensa,
respondendo a esses ataques. Ele quer receber por palavra publicada. Sobre a
acusação de ser um escritor pornográfico, ele diz que é porque seus livros estão
cheios de miseráveis sem dentes. Para ele, o ser humano ainda é afetado por tudo
aquilo que o relembra inequivocamente de sua natureza animal, por isso cria
metáforas ou eufemismos para se referir às questões sexuais.
Os outros contos
Abril, no Rio, 1970 – o narrador Zé é um aspirante a jogador
de futebol, mas acaba se atrapalhando em um jogo importante
para ele por causa de Nely, sua namorada.
Botando pra quebrar – o narrador é um ex-presidiário que provoca uma briga
e destrói a boate em que trabalha.
O Outro – o narrador é um executivo sobrecarregado de trabalho que pega um
revolver e atira contra um pedinte.
Agruras de um jovem escritor – o narrador é um escritor desconhecido do
público.
O Pedido – Os portugueses Amadeu e Joaquim são os personagens de
destaque.
Entrevista – Homem e Mulher dialogam. Não confundir com Intestino Grosso.
74 degraus – Há uma constante alternância da narração.
“É tão fácil matar uma ou duas pessoas, principalmente se você não tem
motivo para isso.”
Época: do nascimento do filho em novembro de
1980 a 2006, com retrospectivas constantes aos
anos 60 e 70, que fazem parte das aventuras vivenciadas pelo pai na
juventude.
Local: Curitiba, com rápidas referências a São Paulo, Rio de Janeiro e
Florianópolis. Há também os locais na Europa onde o pai esteve como
mochileiro (memória).
Foco narrativo: 3ª pessoa. Convém destacar o fato da obra apresentar
um caráter autobiográfico.
Não encontramos o lugar-comum, o apelo ao sentimento de pena e
empatia, e isso é uma das qualidades de uma história que prende o
leitor por não fornecer respostas e soluções óbvias, pelo contrário, a
surpresa é uma constante durante a leitura.
*O Filho Eterno (Cristovão Tezza)
Percorre-se a trajetória do personagem pai e, dentro de sua história,
acompanha-se a trajetória do personagem filho, Felipe. O treinamento
neurológico nos primeiros anos de vida do filho é contrastado com o 'treinamento' do pai
em relação às tentativas de publicar seus livros e as recusas das editoras.
O crescimento e o desenvolvimento do filho são percebidos pelo pai nas
representações de papéis sociais que o filho se esforça em cumprir. Ao mesmo tempo,
o pai descobre a alegria que a rotina traz e a tranquilidade conquistada com papéis
sociais como "o professor universitário", "o escritor".
O espelho no qual ambos, pai e filho, se veem é o espelho que reflete a representação
dos papéis sociais. A percepção de mimetismo social no filho não está muito distante
dos papéis que o pai é solicitado a cumprir socialmente na universidade, na família, na
escola do filho, no campeonato de natação e na apresentação de teatro do filho. A
dificuldade do pai é tão grande quanto a dificuldade do filho. A criança que vive
eternamente no presente aprende a responder ao que é solicitado dela socialmente. O
pai provisório, que só pensava em viver o presente, também aprende. E aqui é revelado
o escritor por trás da narrativa. A sutileza ao contar os episódios na vida do pai e do
filho é alcançada no contar da história, pois não há momentos de avaliação e reflexão
em que paralelos são explicitamente estabelecidos. Esse trabalho é reservado ao leitor. FIM
*O Centauro no Jardim Moacyr Scliar
Espaço: as ações têm início e encerram-se num
restaurante tunisino, em São Paulo, com lembranças
de Quatro Irmãos (interior do RS), Porto Alegre, São
Paulo e Marrocos.
Tempo: narrativa em primeira pessoa; vida de
Guedali Tartakovsky, desde o seu nascimento, em
1935, até seu aniversário de 38 anos, em 1973.
São Paulo: restaurante tunisino Jardim das Delícias – 21 de
setembro de 1973
Comemoração do aniversário de 38 anos de Guedali. “Agora está tudo bem”.
Pequena fazenda no interior do Distrito de Quatro Irmãos – RS, 24 de
setembro de 1935 a 12 de setembro de 1947
Nasce Guedali, um centauro, filho de uma família de imigrantes judeus russos. Infância
na fazenda. Pedro Bento. Peri.
Casa no bairro de Teresópolis, 1947 a 1953
Guedali muda-se com a família para Porto Alegre. Bar-Mitzvah. Cursos por
correspondência. Paixão pela vizinha nua. Fuga.
Circo, 1953 a 1954
Guedali consegue emprego em um circo, mentindo estar fantasiado de centauro.
Uma Estância no Rio Grande do Sul, 1954 a 1959
Conhece Tita. Morte do pai de Tita. Dona Cotinha financia a viagem ao Marrocos e a
cirurgia para o casal de centauros.
Marrocos, junho a dezembro de 1959
Cirurgia bem sucedida. Morte de Dona Cotinha, que lega sua herança ao casal. Ida
para Porto Alegre.
Porto Alegre, 25 de dezembro de 1959 a 25 de setembro de 1960
Moram na casa dos pais de Guedali, no bairro Teresópolis. Com o dinheiro da herança,
Guedali decide montar um negócio em São Paulo.
São Paulo, 25 de setembro de 1960 a 15 de julho de 1968
Em São Paulo, formam um círculo de amizade com jovens empresários, quase todos de
origem judaica. Tita fica grávida e, apesar das preocupações, dá a luz a gêmeos
perfeitos. Guedali trai Tita com Fernanda, esposa de seu amigo Paulo.
Condomínio Horizontal, 15 de julho de 1965 a 15 de julho de 1972
A vida no condomínio é boa, até que Tita trai Guedali com um jovem centauro.
Marrocos, 18 de julho de 1972 a 15 de setembro de 1972
Guedali vai para o Marrocos para tentar voltar a ser centauro. Apaixona-se por Lolah, a
esfinge.
Pequena fazenda no interior de Quatro Irmãos, RS, outubro de 1972 a
março de 1973 Volta para o interior e compra a propriedade que fora de sua família,
numa tentativa de resgatar o passado perdido. Reencontra
o índio Peri (na verdade, Remião) e o convida para trabalhar com ele na fazenda. Tita
aparece e ocorre a reconciliação. Aparecem também os filhos, os pais e os amigos: “...
senti que era tempo de voltarmos para a cidade”.
São Paulo: restaurante tunisino Jardim das Delícias – 21 de setembro de 1973
Guedali observa Tita, que conversa com uma moça de óculos muito atraente. Está
contando a história de Guedali em uma perspectiva realista.
Centauro
Imagem do gaúcho, o
“centauro dos pampas”
Pode simbolizar mais força para o
ser humano, mas Guedali tem de
se mutilar para viver na sociedade
ser duplo = homem + cavalo
sensibilidade + força
incluso + marginalizado
góim + judeu
civilizado + selvagem
Guedali e sua necessidade de galopar
judeu errante, inadaptado, perseguido,
estrangeiro em qualquer lugar
Aparece associado ao inconsciente,
aos instintos primitivos
Realismo mágico
ou fantástico
*História do Cerco de Lisboa José Saramago
História narrada em terceira pessoa É focalizada a Lisboa do presente (final do século XX) e a Lisboa moura (época do cerco em 1147)
Aspectos históricos: A península Ibérica estava ocupada pelos mouros desde o ano 711, e Lisboa desde 719. O Cerco de Lisboa efetivamente teve início em julho de 1147, estendendo-se até outubro, durando aproximadamente três meses e meio. O líder da conquista de Lisboa foi D. Afonso Henriques, considerado do primeiro rei português. D. Afonso contou com o auxílio dos Cruzados que estavam de passagem para o Oriente Médio no período da Segunda Cruzada.
José
Saramago
Raimundo Silva, revisor de livros, introduz num
ensaio sobre história ("História do Cerco de
Lisboa") um erro voluntário, um “não”: os cruzados não
ajudaram D. Afonso Henriques e os portugueses a conquistar
Lisboa.
É um "não" que subverte a própria História de Portugal, ao
mesmo tempo em que exalta o papel do escritor, capaz de
modificar tão facilmente o que estava consagrado.
Para além da narrativa dessa história, Raimundo Silva vai
viver outra, com sua chefe na editora, Maria Sara. Juntos,
espelham uma história vivida por outro casal, há séculos, durante
o cerco de Lisboa.
Raimundo Silva não voltará a ser o sujeito paciente que era,
porque seu ato de rebeldia o faz assumir outro posto na vida.
Raimundo
Maria Sara
Mogueime – inverte a história que conta,
afronta o Rei e conquista Ouroana
(mulher acima de suas possibilidades)
O próprio cerco – faz sítio à Maria Sara
O cão abandonado – se sente parecido
Os portugueses – não recebem
ajuda para realizar a sua missão
Lisboa – Maria Sara é “sitiada” por Raimundo
Ouroana – é cortejada por um
homem socialmente “inferior”
O próprio cerco – faz “sítio” a Raimundo
Identidades
Fonte: Fernando Brum in Leituras Obrigatórias 2013 – Ed. Leitura XXI
História do Cerco de Lisboa
Três possibilidades:
1. De José Saramago; 2. Do historiador (obra revisada por Raimundo); 3. De Raimundo (sugerida por Maria Sara).
Lisboa arde sob cerco dos Portugueses
A Poesia da MPB
A Bossa Nova - Eram os anos JK, os anos do desenvolvimentismo
("cinquenta anos em cinco"), da modernização da indústria brasileira, da construção de
Brasília, época em que a televisão se preparava para ser o grande meio de comunicação do
país. Neste contexto surge a Bossa Nova, que se caracterizava por indicar um modo diferente
de compor, cantar e tocar. Foi um movimento de classe média-zona sul do Rio de Janeiro –
que procurou harmonizar o jazz e o samba. "Chega de Saudade" (marco inicial) e "Garota de
Ipanema", ambos de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, são as mais famosas composições da
Bossa Nova. Seu maior intérprete: João Gilberto.
O Tropicalismo - Na década de 60, o mundo passava por fortes transformações:
contracultura, movimentos estudantis, políticos, explosão do rock, das drogas, revolução
sexual, etc. Naturalmente estas mudanças se refletiram também no Brasil que, a partir de
1964, sofreu a repressão de um regime militar que duraria 20 anos. Nesse clima nasceu o
último grande movimento cultural brasileiro: o Tropicalismo.
O Tropicalismo teve por base a tentativa de revelar as contradições
próprias da realidade brasileira, mostrando o moderno e o arcaico, o nacional e o
estrangeiro, o urbano e o rural, o progresso e o atraso; em suma, o movimento não
chegou a produzir uma síntese destes elementos, mas buscou traduzir a complexidade
fragmentária da nossa cultura.
Chico Buarque e a Censura - A partir de dezembro de 1968, a repressão do regime
militar aumenta com o AI-5. Intelectuais, estudantes, políticos e artistas são perseguidos
e muitos são presos ou deixam o país. Todos os meios de comunicação sofrem rigorosa
censura. Dentre os músicos, Chico Buarque foi o que produziu a obra mais
representativa em termos de resistência ao regime e, por isso, foi talvez o mais atingido
em sua expressão artística.
A Redemocratização e o Fim das Ilusões - Os anos 80 se caracterizam no Brasil
pelo retorno à democracia e o agravamento dos nossos problemas econômicos. O
sentimento de decepção com os rumos do país encontrou eco na explosão do rock
nacional com Cazuza, Renato Russo, Herbert Viana, Arnaldo Antunes e outros.
Um abração!
Boa prova!