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  • 7/27/2019 Reviso para o concurso do MPF

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    Reviso de vspera de prova27 Concurso para Procurador da Repblica 2013Pgina1

    REVISO PARA O 27 CONCURSO DEPROCURADOR DA REPBLICA 2013Mrcio Andr Lopes Cavalcante

    DIREITO CONSTITUCIONAL

    PRINCIPAL NOVIDADE LEGISLATIVA SOBRE DIREITO CONSTITUCIONAL DE 2012

    A Lei 12.711/2012, que prev o SISTEMA DE COTAS:

    Em que instituies? Em favor de quem:

    nas universidades federais; e nas instituies federais de

    ensino tcnico de nvelmdio

    estudantes que tenham estudado integralmente em escolas pblicas pretos pardos e indgenas

    Qual o percentual de vagas?A Lei prev que 50% das vagas sero destinadas s cotas.No caso dos autodeclarados pretos, pardos e indgenas, o nmero de vagas a eles destinado serproporcional quantidade de pretos, pardos e indgenas que morem no local onde est instalada aInstituio, segundo dados do ltimo censo do IBGE.A Lei dever ainda ser regulamentada para que sejam definidos os percentuais exatos segundo clculos aserem ainda realizados.

    Prazo para que as Instituies cumpram a Lei:As Instituies tero o prazo mximo de 4 anos para o cumprimento integral do sistema de cotas da Lei.

    PRINCIPAIS DECISES SOBRE DIREITO CONSTITUCIONAL DE 2012 E 2013

    O sistema de cotas em universidades pblicas, com base em critrio tnico-racial, CONSTITUCIONAL.No entanto, as polticas de ao afirmativa baseadas no critrio racial possuem natureza transitria.STF. Plenrio. ADPF 186/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 25 e 26/4/2012.

    tambm constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas pblicas.STF. Plenrio. RE 597285/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 9/5/2012.

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    O TCU no detm legitimidade para requisitar diretamente informaes que importem quebra de sigilobancrio. STF. Segunda Turma. MS 22934/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 17.4.2012.

    Segundo o art. 12, 4, I, da CF/88, aps ter sido deferida a naturalizao, seu desfazimento s pode

    ocorrer mediante processo judicial, mesmo que o ato de concesso da naturalizao tenha sidoembasado em premissas falsas (erro de fato).

    O STF entendeu que os 2 e 3 do art. 112 da Lei n. 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) no foramrecepcionados pela CF/88.STF. Plenrio. RMS 27840/DF, red. p/ o acrdo Min. Marco Aurlio, 7/2/2013.

    possvel a modulao dos efeitos da deciso proferida em recurso extraordinrio com repercusso geralreconhecida. Para que seja realizada esta modulao, exige-se o voto de 2/3 (dois teros) dos membrosdo STF (maioria qualificada).STF. Plenrio. RE 586453/SE, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acrdo Min. Dias Toffoli, 20/2/2013.

    O descumprimento voluntrio e intencional de deciso transitada em julgado configura pressupostoindispensvel ao acolhimento do pedido de interveno federal.Para que seja decretada a interveno federal em um Estado-membro que tenha deixado de pagarprecatrios necessrio que fique comprovado que esse descumprimento voluntrio e intencional. Seficar demonstrado que o ente no pagou por dificuldades financeiras no h interveno.STF. Plenrio. IF 5101/RS, IF 5105/RS, IF 5106/RS, IF 5114/RS, rel. Min. Cezar Peluso, 28.3.2012.

    O STF no admite a teoria da transcendncia dos motivos determinantes. No se pode utilizar areclamao, que uma via excepcional, como se fosse um incidente de uniformizao de jurisprudncia.STF. Primeira Turma. Rcl 11477 AgR/CE, rel. Min. Marco Aurlio, 29/5/2012.

    No se pode utilizar a reclamao, que uma via excepcional, como se fosse um incidente deuniformizao de jurisprudncia.STF. Primeira Turma. Rcl 11477 AgR/CE, rel. Min. Marco Aurlio, 29/5/2012.

    Se a petio inicial da ADI ou da ADC for assinada por advogado, dever ser acompanhada deprocurao. Exige-se que essa procurao tenha poderes especiais e indique, de forma especfica, os atosnormativos que sero objeto da ao.STF. Plenrio. ADI 4430/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 27, 28 e 29/6/2012.

    Se uma pessoa perde ou tem suspensos seus direitos polticos, a consequncia disso que ela perder o

    mandado eletivo que ocupa j que o pleno exerccio dos direitos polticos uma condio deelegibilidade (art. 14, 3, II, da CF/88).A CF/88 determina que o indivduo que sofre condenao criminal transitada em julgado fica com seusdireitos polticos suspensos enquanto durarem os efeitos da condenao (art. 15, III, da CF/88).Se a deciso condenatria determinou a perda do mandado eletivo do Deputado Federal ou Senador, nostermos do art. 92, I, do CP, a perda do mandato ocorrer sem necessidade de que isso seja votado pelaCmara dos Deputados ou Senado Federal.O 2 do art. 55 da CF/88 no aplicado em todos os casos nos quais o Deputado ou Senador tenha sidocondenado criminalmente, mas apenas nas hipteses em que a deciso condenatria no tenhadecretado a perda do mandato parlamentar por no estarem presentes os requisitos legais do art. 92, I,do CP ou se foi proferida anteriormente expedio do diploma, com o trnsito em julgado em

    momento posterior.STF. Plenrio. AP 470/MG, rel. Min. Joaquim Barbosa, 10 e 13/12/2012.

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    A emisso de parecer sobre as medidas provisrias, por comisso mista de deputados e senadores antesdo exame, em sesso separada, pelo plenrio de cada uma das casas do Congresso Nacional (CF, art. 62, 9) configura fase de observncia obrigatria no processo constitucional de converso dessa espcienormativa em lei ordinria.

    Vale ressaltar, no entanto, que o parecer da comisso mista (previsto no 9 do art. 62 da CF/88) obrigatrio apenas para as medidas provisrias assinadas e encaminhadas ao Congresso Nacional a partirdo julgamento da ADI 4029.As medidas provisrias anteriores a essa ADI 4029 no precisaram passar, obrigatoriamente, pelacomisso mista por estarem regidas pelas regras da Resoluo n. 01, do Congresso Nacional.Os arts. 5, capute 6, 1 e 2 da Resoluo n. 1, do CN foram reconhecidos inconstitucionais pelo STF,no entanto, a Corte determinou que essa declarao de inconstitucionalidade somente produz efeitos exnunc(a partir da deciso);Todas as leis aprovadas segundo a tramitao da Resoluo n. 1 (ou seja, sem parecer obrigatrio dacomisso mista aps o 14 dia) so vlidas e no podem ser questionadas por esta razo.STF Plenrio. ADI 4029/DF, rel. Min. Luiz Fux, 7 e 8/3/2012.

    No existe bice a que o julgador, ao proferir sua deciso, acolha os argumentos de uma das partes ou deoutras decises proferidas nos autos, adotando fundamentao que lhe pareceu adequada. O queimporta em nulidade a absoluta ausncia de fundamentao.A adoo dos fundamentos da sentena de 1 instncia ou das alegaes de uma das partes como razesde decidir, embora no seja uma prtica recomendvel, no traduz, por si s, afronta ao art. 93, IX, daCF/88.A reproduo dos fundamentos declinados pelas partes ou pelo rgo do Ministrio Pblico ou mesmode outras decises proferidas nos autos da demanda (ex: sentena de 1 instncia) atende ao art. 93, IX,da CF/88.(STJ. Corte Especial. EREsp 1.021.851-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgados em 28/6/2012)

    O Ministrio Pblico estadual tem legitimidade recursal para atuar no STJ.(STJ Primeira Seo. AgRg no AgRg no AREsp 194.892-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em24/10/2012)

    inconstitucional lei estadual que preveja que o servio de assistncia jurdica gratuita ser feitoprimordialmente por advogados dativos e no pela Defensoria Pblica. possvel a realizao de convnio com a OAB para que ela desenvolva servio de assistncia jurdicagratuita por meio de defensoria dativa, desde que como forma de suplementar a Defensoria Pblica oude suprir eventuais carncias desta.STF Plenrio. ADI 3892/SC, rel. Min. Joaquim Barbosa, 14/3/2012.

    O CNMP no possui competncia para rever processos disciplinares instaurados e julgados contraservidores do Ministrio Pblico pela Corregedoria local.A competncia revisora conferida ao CNMP limita-se aos processos disciplinares instaurados contra osmembros do Ministrio Pblico da Unio ou dos Estados (inciso IV do 2 do art. 130-A da CF), nosendo possvel a reviso de processo disciplinar contra servidores.STF. Primeira Turma. MS 28827/SP, rel. Min. Crmen Lcia, 28/8/2012.

    O CNMP no tem competncia para examinar a deciso do Conselho Superior do Ministrio PblicoEstadual que homologa ou no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), considerando que essa

    discusso envolve a atividade-fim do rgo, aspecto que no deve ser submetido fiscalizao do CNMP.STF. Segunda Turma. MS 28028/ES, rel. Min. Crmen Lcia, 30.10.2012.

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    DIREITO ADMINISTRATIVO

    O prazo prescricional aplicvel s aes de indenizao contra a Fazenda Pblica de 5 (CINCO) anos,

    conforme previsto no Decreto 20.910/32, e no de trs anos (regra do Cdigo Civil), por se tratar denorma especial, que prevalece sobre a geral.STJ. 1 Seo. REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012.

    Se o servidor pblico responder a processo administrativo disciplinar e for absolvido, ainda assim poderser condenado a ressarcir o errio, em tomada de contas especial, pelo Tribunal de Contas da Unio.STF. 1 Turma. MS 27867 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 18/9/2012

    A partir da entrada em vigor da EC n. 41/2003 (que deu nova redao ao art. 37, XI, da CF), o servidor nopode alegar direito adquirido ao recebimento de remunerao, proventos ou penso acima do tetoremuneratrio.

    No prevalece a garantia da irredutibilidade de vencimentos diante da nova ordem constitucionalimposta pela emenda.STJ. 2 Turma. RMS 32.796-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/6/2012.

    A acumulao de proventos de servidor aposentado em decorrncia do exerccio cumulado de doiscargos de profissionais da rea de sade legalmente exercidos, nos termos autorizados pela CF/88, nose submete ao teto constitucional, devendo os cargos ser considerados isoladamente para esse fim.STJ. 2 Turma. RMS 38.682-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012.

    No possvel exigir a devoluo ao errio dos valores recebidos de boa-f pelo servidor pblico, quandopagos indevidamente pela Administrao Pblica, em funo de interpretao equivocada de lei.STJ. 1 Seo. REsp 1.244.182-PB, Rel. Min. Benedito Gonalves, julgado em 10/10/2012 (recursorepetitivo).

    A nomeao tardia a cargo pblico em decorrncia de deciso judicial NO gera direito indenizao.STJ. 3 Turma. REsp 949.072-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/3/2012.

    O STJ entende que os prefeitos podem responder por improbidade administrativa, ao que ser julgadaem primeira instncia.STJ. 1 Turma. AgRg no AREsp 46.546/MA, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia Filho, julgado em 14/02/2012.

    Para que seja reconhecida a improbidade administrativa necessrio que o agente tenha atuado comDOLO nos casos dos arts. 9 (enriquecimento ilcito) e 11 (violao dos princpios da Administrao

    Pblica) e, ao menos, com culpa nas hipteses do art. 10 (prejuzo ao errio) da Lei n. 8.429/92.STJ. 1 Turma. REsp 1.192.056-DF, Rel. para o acrdo Min. Benedito Gonalves, julgado em 17/4/2012.

    O inqurito civil, como pea informativa, pode embasar a propositura de ao civil pblica deimprobidade administrativa contra agente poltico, sem a necessidade de abertura de procedimentoadministrativo prvio.STJ. 1 Turma. AREsp 113.436-SP, Rel. Min. Benedito Gonalves, julgado em 10/4/2012.

    A petio inicial na ao por ato de improbidade administrativa, alm dos requisitos do art. 282 do CPC,deve ser instruda com documentos ou justificao que contenham indcios suficientes da existncia doato de improbidade.

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    Assim, diz-se que a ao de improbidade administrativa, alm das condies genricas da ao, exigeainda a presena da justa causa.STJ. 1 Turma. REsp 952.351-RJ, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia Filho, julgado em 4/10/2012.

    A falta de notificao do acusado para apresentar defesa prvia na ao de improbidade administrativa(art. 17, 7, da Lei n. 8.429/1992) causa de NULIDADE RELATIVA do feito, devendo ser alegada emmomento oportuno e devidamente comprovado o prejuzo parte.STJ. 1 Turma. EDcl no REsp 1.194.009-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgados em 17/5/2012.

    De acordo com a orientao jurisprudencial do STJ, existindo meros indcios de cometimento de atosenquadrados como improbidade administrativa, a petio inicial da ao de improbidade deve ser

    recebida pelo juiz, pois, na fase inicial prevista no art. 17, 7, 8 e 9, da Lei n. 8.429/92, vale oprincpio do in dubio pro societate, a fim de possibilitar o maior resguardo do interesse pblico.No caso concreto, o STJ entendeu que deveria ser recebida a petio inicial de ao de improbidade nocaso em que determinado prefeito, no contexto de campanha de estmulo ao pagamento do IPTU, fizera

    constar seu nome, juntamente com informaes que colocavam o municpio entre outros que detinhambons ndices de qualidade de vida, tanto na contracapa do carn de pagamento do tributo quanto emoutros meios de comunicao.STJ. 2 Turma. AgRg no REsp 1.317.127-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 7/3/2013.

    INDISPONIBILIDADE DE BENS NA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

    Para a decretao da indisponibilidade de bens pela prtica de ato de improbidade administrativa quetenha causado leso ao patrimnio pblico, no se exige que seu requerente demonstre a ocorrncia depericulum in mora.Nesses casos, a presuno quanto existncia dessa circunstncia milita em favor do requerente damedida cautelar, estando o periculum in mora implcito no comando normativo descrito no art. 7 da Lein. 8.429/1992, conforme determinao contida no art. 37, 4, da CF.STJ. 2 Turma. AgRg no REsp 1.229.942-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/12/2012.

    A indisponibilidade pode ser decretada antes do recebimento da petio inicial da ao de improbidade?SIM. A jurisprudncia do STJ no sentido de que a decretao da indisponibilidade e do sequestro de bensem improbidade administrativa possvel antes do recebimento da ao (AgRg no REsp 1317653/SP, Rel.Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07/03/2013, DJe 13/03/2013).

    Tendo sido instaurado procedimento administrativo para apurar a improbidade, conforme permite o art.14 da LIA, a indisponibilidade dos bens pode ser decretada antes mesmo de encerrado esse

    procedimento?SIM. nesse sentido a jurisprudncia do STJ.

    Essa indisponibilidade dos bens pode ser decretada sem ouvir o ru?SIM. admissvel a concesso de liminar inaudita altera pars para a decretao de indisponibilidade esequestro de bens, visando assegurar o resultado til da tutela jurisdicional, qual seja, o ressarcimento aoErrio.Desse modo, o STJ entende que, ante sua natureza acautelatria, a medida de indisponibilidade de bensem ao de improbidade administrativa pode ser deferida nos autos da ao principal sem audincia daparte adversa e, portanto, antes da notificao para defesa prvia (art. 17, 7 da LIA).

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    Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens da pessoa suspeita de ter praticado ato deimprobidade exige-se a demonstrao de fumus boni iuris e periculum in mora?NO. Basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum in mora presumido (implcito). Assim, desnecessria a prova do periculum in mora concreto, ou seja, de que os rus estejam dilapidando seu

    patrimnio, ou na iminncia de faz-lo, exigindo-se apenas a demonstrao defumus boni iuris, consistenteem fundados indcios da prtica de atos de improbidade.A medida cautelar de indisponibilidade de bens, prevista na LIA, consiste em uma tutela de evidncia, deforma que basta a comprovao da verossimilhana das alegaes, pois, pela prpria natureza do bemprotegido, o legislador dispensou o requisito do perigo da demora.

    Ento, pode ser decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado no esteja se desfazendo deseus bens?SIM. A indisponibilidade dos bens visa, justamente, a evitar que ocorra a dilapidao patrimonial. No razovel aguardar atos concretos direcionados sua diminuio ou dissipao. Exigir a comprovao deque tal fato esteja ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria difcil a efetivao da medida cautelar e, muitas

    vezes, incua (Min. Herman Benjamin).Vale ressaltar, no entanto, que a decretao da indisponibilidade de bens, apesar da excepcionalidade legalexpressa da desnecessidade da demonstrao do risco de dilapidao do patrimnio, no uma medida deadoo automtica, devendo ser adequadamente fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade(art. 93, IX, da Constituio Federal), sobretudo por se tratar de constrio patrimonial (REsp 1319515/ES).

    Pode ser decretada a indisponibilidade sobre bens que o acusado possua antes da suposta prtica do atode improbidade?SIM. A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes como depois da prtica do ato deimprobidade.

    A indisponibilidade pode recair sobre bem de famlia?SIM. Segundo o STJ, o carter de bem de famlia de imvel no tem a fora de obstar a determinao desua indisponibilidade nos autos de ao civil pblica, pois tal medida no implica em expropriao do bem(REsp 1204794/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 16/05/2013).

    A indisponibilidade decretada para assegurar apenas o ressarcimento dos valores ao Errio ou tambmpara custear o pagamento da multa civil?Para custear os dois. A indisponibilidade de bens deve recair sobre o patrimnio do ru de modo suficiente agarantir o integral ressarcimento de eventual prejuzo ao errio, levando-se em considerao, ainda, o valorde possvel multa civil como sano autnoma (STJ. AgRg no REsp 1311013 / RO).Vale ressaltar que assegurado ao ru provar que a indisponibilidade que recaiu sobre o seu patrimnio foimuito drstica e que no est garantindo seu mnimo existencial.

    necessrio que o Ministrio Pblico (ou outro autor da ao de improbidade), ao formular o pedido deindisponibilidade, faa a indicao individualizada dos bens do ru?NO. A jurisprudncia do STJ est consolidada no sentido de que desnecessria a individualizao dos bens

    sobre os quais se pretende fazer recair a indisponibilidade prevista no art. 7, pargrafo nico, da Lei n. 8.429/92 (AgRg no REsp 1307137/BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2 Turma, julgado em25/09/2012). A individualizao somente necessria para a concesso do sequestro de bens, previsto no

    art. 16 da Lei n. 8.429/92.

    A indisponibilidade de bens constitui uma sano?NO. A indisponibilidade de bens no constitui propriamente uma sano, mas medida de garantia destinadaa assegurar o ressarcimento ao errio (DPE/MA CESPE 2011).

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    DIREITO ELEITORALI A Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) inteiramente compatvel com a Constituio, no tendo sidodeclarado inconstitucional nenhum de seus dispositivos.

    IIA Lei da Ficha Limpa no viola o princpio da presuno de inocncia porque este postulado refere-se ao campo penal e processual penal, enquanto a LC trata de matria eleitoral (inelegibilidade).III No possvel descontar (detrao) do perodo de 8 anos de inelegibilidade o tempo em que apessoa ficou inelegvel antes do trnsito em julgado e antes de cumprir a pena.IV Os atos praticados antes da vigncia da LC 135/2010, assim como as condenaes anteriores a estaLei, PODEM ser utilizados para configurar as hipteses de inelegibilidade previstas na Lei da Ficha Limpa,sem que isso configure violao ao princpio da irretroatividade.STF. Plenrio. ADC 29/DF, ADC 30/DF e ADI 4578/DF, rel. Min. Luiz Fux, 15 e 16/2/2012.

    Principais concluses do STF no julgamento da ADI contra a Lei n. 9.504/97:I inconstitucional excluir totalmente do horrio eleitoral gratuito os partidos sem representao na

    Cmara dos Deputados. Entretanto, constitucional estipular que os partidos com maior representaotenham mais tempo que os outros. O 2 do art. 47 da Lei n. 9.504/97 deve ser interpretado daseguinte forma: i) Quanto tera parte (1/3) do horrio gratuito, esta deve ser distribuda de forma igualentre todas as legendas com candidaturas, independentemente do partido ter ou no representante naCmara dos Deputados. Em outras palavras, 1/3 do tempo do horrio gratuito deve ser divididoigualmente entre todos os partidos que estejam disputando as eleies, mesmo que no tenhamDeputados Federais; ii) Os 2/3 restantes do tempo do horrio gratuito vo ser divididos de formaproporcional ao nmero de representantes na Cmara dos Deputados.

    II Se um novo partido criado e no possui Deputados Federais eleitos pelo prprio partido, mas simoriundos de outras agremiaes, mesmo assim ele tem direito de participar do rateio do inciso II do 2

    do art. 47 da Lei n. 9.504/97. Assim, os Deputados Federais que vieram para o novo partido iro entrarna contagem para o clculo do horrio gratuito do rdio e TV.

    III constitucional o 6 do art. 45, da Lei n. 9.504/97, que dispe o seguinte: 6 permitido aopartido poltico utilizar na propaganda eleitoral de seus candidatos em mbito regional, inclusive nohorrio eleitoral gratuito, a imagem e a voz de candidato ou militante de partido poltico que integre asua coligao em mbito nacional.STF. Plenrio. ADI 4430/DF e ADI 4795 MC/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 29/6/2012.

    No se admite a figura do Prefeito itinerante. Assim, a pessoa que j exerceu dois mandatosconsecutivos de Prefeito, ou seja, foi eleito e reeleito, fica inelegvel para um terceiro mandato, ainda

    que seja em municpio diferente.O art. 14, 5, da CF deve ser interpretado no sentido de que a proibio da segunda reeleio absoluta e torna inelegvel para determinado cargo de Chefe do Poder Executivo o cidado que jcumpriu 2 mandatos consecutivos (reeleito uma nica vez) em cargo da mesma natureza, ainda que emente da federao diverso.As decises do TSE que acarretem mudana de jurisprudncia no curso do pleito eleitoral ou logo aps oseu encerramento no se aplicam imediatamente ao caso concreto e somente tm eficcia sobre outrassituaes em pleito eleitoral posterior.STF. Plenrio. RE 637485/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 1/8/2012.

    A inelegibilidade do art. 14, 7, da Constituio NO ALCANA o cnjuge suprstite (sobrevivente,

    vivo) quando o falecimento tiver ocorrido no primeiro mandato, com regular sucesso do vice-prefeito,e tendo em conta a construo de novo ncleo familiar.STF. 2 Turma. AC 3298 AgR/PB, rel. Min. Teori Zavascki, 24/4/2013.

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    DIREITO CIVIL

    Existe ofensa mesmo que a veiculao no tenha carter vexatrio

    A ofensa ao direito imagem materializa-se com a mera utilizao da imagem sem autorizao, aindaque no tenha carter vexatrio ou que no viole a honra ou a intimidade da pessoa, e desde que ocontedo exibido seja capaz de individualizar o ofendido.A obrigao de reparao decorre do prprio uso indevido do direito personalssimo, no sendo devidoexigir-se a prova da existncia de prejuzo ou dano. O dano a prpria utilizao indevida da imagem.STJ. REsp 794.586/RJ, Rel. Min. Raul Arajo, Quarta Turma, julgado em 15/03/2012.

    A taxa de juros moratrios a que se refere o art. 406 do Cdigo Civil de 2002, a SELIC.A incidncia da taxa Selic como juros moratrios exclui a correo monetria, sob pena de bis in idem,considerando que a referida taxa j composta de juros e correo monetria.STJ. 3 Turma. EDcl no REsp 1.025.298-RS, Rel. originrio Min. Massami Uyeda, Rel. para acrdo Min. Luis

    Felipe Salomo, julgados em 28/11/2012.

    CAPITALIZAO DE JUROSQuatro concluses importantes do STJ sobre o tema:I A capitalizao de juros, tambm chamada de anatocismo, ocorre quando os juros so calculadossobre os prprios juros devidos.II A capitalizao ANUAL de juros permitida, seja para contratos bancrios ou no-bancrios.III A capitalizao de juros com periodicidade inferior a um ano, em regra, vedada. Exceo: permitida a capitalizao de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos BANCRIOScelebrados aps 31 de maro de 2000, data da publicao da MP 1.963-17/2000 (atual MP 2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada.

    IV A capitalizao dos juros em periodicidade inferior anual deve vir pactuada de forma expressa eclara. Para isso, basta que, no contrato, esteja prevista a taxa de juros anual superior ao duodcuplo damensal. Os bancos no precisam dizer expressamente no contrato que esto adotando a capitalizaodejuros, bastando explicitar com clareza as taxas cobradas.STJ. 2 Seo. REsp 973.827-RS, Rel. originrio Min. Luis Felipe Salomo, Rel. para o acrdo Min. MariaIsabel Gallotti, julgado em 27/6/2012.

    Smula 472-STJ: A cobrana de comisso de permanncia cujo valor no pode ultrapassar a soma dosencargos remuneratrios e moratrios previstos no contrato exclui a exigibilidade dos jurosremuneratrios, moratrios e da multa contratual.STJ. 2 Seo, DJe 19.6.2012.

    Sempre que ocorrer ofensa injusta dignidade da pessoa humana restar configurado o dano moral, nosendo necessria a comprovao de dor e sofrimento. Trata-se de dano moral in re ipsa (dano moralpresumido).STJ. 3 Turma. REsp 1.292.141-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/12/2012.

    No constitui ato ilcito apto produo de danos morais a matria jornalstica sobre pessoa notria aqual, alm de encontrar apoio em matrias anteriormente publicadas por outros meios de comunicao,tenha cunho meramente investigativo, revestindo-se, ainda, de interesse pblico, sem nenhumsensacionalismo ou intromisso na privacidade do autor.

    STJ. 3 Turma. REsp 1.330.028-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bas Cueva, julgado em 6/11/2012.

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    A relao da Google com seus usurios uma relao de consumo, mesmo sendo gratuita.A Google no responde objetivamente pelos danos morais causados por mensagens ofensivaspublicadas pelos usurios do Orkut.Ao oferecer um servio por meio do qual se possibilita que os usurios externem livremente sua opinio,

    deve o provedor de contedo ter o cuidado de propiciar meios para que se possa identificar cada umdesses usurios.STJ. 3 Turma. REsp 1.306.066-MT, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 17/4/2012.

    No entanto, ao ser comunicada pelo ofendido de que determinado texto ou imagem que est em umarede social (Orkut, Facebook, Twitter etc.) possui contedo ilcito, deve a empresa provedora da rederetirar a pgina do ar no prazo mximo de 24 horas, sob pena de responder solidariamente com o autordireto do dano, em virtude da omisso praticada.STJ. 3 Turma. REsp 1.308.830-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/5/2012.

    Os servios prestados pela Google na internet, como o caso de seu sistema de buscas, mesmo sendo

    gratuitos, configuram relao de consumo.O fato de o servio prestado pelo provedor de servio de Internet ser gratuito no desvirtua a relao deconsumo, pois o termo mediante remunerao, contido no art. 3, 2, do CDC, deve ser interpretadode forma ampla, de modo a incluir o ganho indireto do fornecedor.O provedor de pesquisa uma espcie do gnero provedor de contedo.A filtragem do contedo das pesquisas feitas por cada usurio no constitui atividade intrnseca aoservio prestado pelos provedores de pesquisa, de modo que no se pode reputar defeituoso, nostermos do art. 14 do CDC, o site que no exerce esse controle sobre os resultados das buscas.Os provedores de pesquisa no podem ser obrigados a eliminar do seu sistema os resultados derivadosda busca de determinado termo ou expresso, tampouco os resultados que apontem para uma foto outexto especfico.

    No se pode, sob o pretexto de dificultar a propagao de contedo ilcito ou ofensivo na web, reprimir odireito da coletividade informao. Sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial de violao decada um deles, o fiel da balana deve pender para a garantia da liberdade de informao assegurada peloart. 220, 1, da CF/88, sobretudo considerando que a Internet representa, hoje, importante veculo decomunicao social de massa.STJ. 3 Turma. REsp 1.316.921-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/6/2012.

    A Caixa Econmica Federal no tem legitimidade para figurar no polo passivo de ao que objetivereparar danos materiais e compensar danos morais causados por roubo ocorrido no interior de agncialotrica.STJ. 3 Turma. REsp 1.317.472-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 5/3/2013.

    Smula 496-STJ: Os registros de propriedade particular de imveis situados em terrenos de marinha noso oponveis Unio.STJ. 1 Seo, DJe 13/8/2012.

    possvel a adoo de uma criana por casal homoafetivo. possvel tambm a adoo unilateral dofilho biolgico da companheira homoafetiva. Ex: Joo filho biolgico de Maria. A criana foi fruto deuma inseminao artificial heterloga com doador desconhecido. Maria mantm unio estvelhomoafetiva com Andrea, que deseja adotar o menor.STJ. 3 Turma. REsp 1.281.093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/12/2012.

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    possvel o reconhecimento da paternidade biolgica e a anulao do registro de nascimento nahiptese em que isso for pleiteado pelo filho que foi registrado conforme prtica conhecida comoadoo brasileira.Caracteriza violao ao princpio da dignidade da pessoa humana cercear o direito de conhecimento da

    origem gentica, respeitando-se, por conseguinte, a necessidade psicolgica de se conhecer a verdadebiolgica.STJ. 4 Turma. REsp 1.167.993-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 18/12/2012.

    Para que a ao negatria de paternidade seja julgada procedente no basta apenas que o DNA proveque o pai registral no o pai biolgico. necessrio tambm que fique provado que o pai registralnunca foi um pai socioafetivo, ou seja, que nunca foi construda uma relao socioafetiva entre pai efilho.STJ. 4 Turma. REsp 1.059.214-RS, Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 16/2/2012.

    possvel a flexibilizao da coisa julgada material nas aes de investigao de paternidade, na situao

    em que o pedido foi julgado improcedente por falta de prova.Contudo, no se admite o ajuizamento de nova ao para comprovar a paternidade mediante a utilizaode exame de DNA em caso no qual o pedido anterior foi julgado improcedente com base em provapericial produzida de acordo com a tecnologia ento disponvel.STJ. 4 Turma. AgRg no REsp 929.773-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 6/12/2012; REsp1.223.610-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 6/12/2012.

    O abandono afetivo decorrente da omisso do genitor no dever de cuidar da prole constitui elementosuficiente para caracterizar dano moral compensvel.STJ. 3 Turma. REsp 1.159.242-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/4/2012.

    DIREITO DO CONSUMIDOREm regra, somente pode ser considerado consumidor, para fins de aplicao do CDC, o destinatrio fticoe econmico do bem ou servio, seja ele pessoa fsica ou jurdica.Com isso, em regra, fica excludo da proteo do CDC o consumo intermedirio, assim entendido comoaquele cujo produto retorna para as cadeias de produo e distribuio, compondo o custo (e, portanto,o preo final) de um novo bem ou servio.Embora consagre o critrio finalista para interpretao do conceito de consumidor, a jurisprudncia doSTJ tambm reconhece a necessidade de, em situaes especficas, abrandar o rigor desse critrio para

    admitir a aplicabilidade do CDC nas relaes entre fornecedores e sociedades empresrias em que,mesmo a sociedade empresria utilizando os bens ou servios para suas atividades econmicas, fiqueevidenciado que ela apresenta vulnerabilidade frente ao fornecedor. Diz-se que isso a teoria finalistamitigada, abrandada ou aprofundada.STJ. 3 Turma. REsp 1.195.642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2012.

    Se houver descredenciamento de mdicos ou hospitais, a operadora de plano de sade tem o dever deinformar esse fato individualmente a cada um dos associados.STJ. 3 Turma. REsp 1.144.840-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/3/2012.

    O banco pode ser condenado a pagar reparao por dano moral coletivo, em ao civil pblica, pelo fato

    de oferecer, em sua agncia, atendimento inadequado aos consumidores idosos, deficientes fsicos ecom dificuldade de locomoo.STJ. 3 Turma. REsp 1.221.756-RJ, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 2/2/2012.

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    A inverso do nus da prova de que trata o art. 6, VIII, do CDC REGRA DE INSTRUO, devendo adeciso judicial que determin-la ser proferida preferencialmente na fase de saneamento do processoou, pelo menos, assegurar parte a quem no incumbia inicialmente o encargo a reabertura de

    oportunidade para manifestar-se nos autos.STJ. 2 Seo. EREsp 422.778-SP, Rel. para o acrdo Min. Maria Isabel Gallotti (art. 52, IV, b, do RISTJ),

    julgados em 29/2/2012.

    Smula 479-STJ: As instituies financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuitointerno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no mbito de operaes bancrias.STJ. 2 Seo, DJe 1/8/2012.

    O prazo prescricional nas aes de responsabilidade civil por acidente areo de 5 anos, com base noCdigo de Defesa do Consumidor.STJ. 4 Turma. REsp 1.281.090-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 7/2/2012.

    Smula 477-STJ: A decadncia do artigo 26 do CDC no aplicvel prestao de contas para obteresclarecimentos sobre cobrana de taxas, tarifas e encargos bancrios.STJ. 2 Seo, DJe 19/6/2012.

    O Ministrio Pblico tem legitimidade para ajuizar ACP com o objetivo de impedir que as empresasincluam no cadastro de inadimplentes os consumidores em dbito que estejam discutindo judicialmentea dvida.Trata-se da defesa de direitos individuais homogneos de consumidores, havendo interesse social(relevncia social) no caso.

    STJ. 3 Turma. REsp 1.148.179-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/2/2013.

    DIREITO AMBIENTAL

    A responsabilidade por dano ambiental OBJETIVA e pautada no RISCO INTEGRAL, no se admitindo aaplicao de excludentes de responsabilidade.STJ. Quarta Turma. REsp 1.346.430-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 18/10/2012.

    A responsabilidade civil do transportador de carga perigosa objetiva, na modalidade risco integral,

    em que no se admite qualquer causa excludente de responsabilidade.STJ. 2 Seo. REsp 1.114.398-PR, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 8/2/2012 (recurso repetitivo)

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL

    O STF entende que a OAB no uma autarquia. A Ordem um servio pblico independente, categorianica no elenco das personalidades jurdicas existentes no direito brasileiro. No entanto, apesar disso, asfunes atribudas OAB possuem natureza federal. Portanto, o Presidente da seccional da OAB exercefuno delegada federal, motivo pelo qual a competncia para o julgamento do mandado de segurana

    contra ele impetrado da Justia Federal.STF. 2 Turma. AgRg no REsp 1.255.052-AP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/11/2012.

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    De quem a competncia para julgar as causas propostas contra instituies de ensino (ou seusdirigentes) em demandas envolvendo educao?

    I Ensino Fundamental: a competncia ser, em regra, da Justia Estadual (MS ou outras aes).

    II Ensino Mdio: a competncia ser, em regra, da Justia Estadual (MS ou outras aes).

    III Ensino Superior:

    Mandado de segurana Outras aes

    Impetrado contra dirigente de Instituiode ensino federal ou particular: JustiaFEDERAL.

    Impetrado contra dirigentes deInstituies de ensino estaduais e

    municipais: Justia ESTADUAL.

    Propostas contra a Unio ou suasautarquias: Justia FEDERAL

    Propostas apenas contra Instituioestadual, municipal ou particular: JustiaESTADUAL.

    Se ficar melhor de entender, o quadro pode ser assim exposto:

    Instituio superior FEDERAL Instituio superiorESTADUAL/MUNICIPAL

    Instituio superiorPARTICULAR

    Mandado de segurana:Justia Federal.

    Outras aes: JustiaFederal.

    Mandado de segurana:Justia Estadual.

    Outras aes: Estadual. Mandado de segurana:

    Justia Federal.

    Outras aes: JustiaEstadual.

    A Unio dever figurar como litisconsorte necessria em ao na qual se discute com particulares sedeterminada rea remanescente das comunidades dos quilombos (art. 68 do ADCT), mesmo que naao j exista a presena da Fundao Cultural Palmares (fundao federal).STJ. 3 Turma. REsp 1.116.553-MT, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 17/5/2012.

    O Ministrio Pblico e a Defensoria Pblica possuem a prerrogativa de intimao pessoal das decisesem qualquer processo ou grau de jurisdio, sendo que o prazo de recurso deve ser contado a partir dorecebimento dos autos com vista.Caso o processo tenha sido remetido Instituio para intimao pessoal com vista dos autos, acontagem dos prazos para a Defensoria Pblica ou para o Ministrio Pblico tem incio com a entrada dosautos no setor administrativo do rgo, sendo despicienda a aposio no processo do ciente por parte do

    seu membro.STJ. 3 Turma. REsp 1.278.239-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/10/2012.

    Nas aes para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigao ser solidria entre Municpios,Estados e Unio, caso o autor tenha proposto a ao apenas contra o Estado, no cabe o chamamento aoprocesso da Unio, medida que apenas iria protelar a soluo da causa.STJ. 2 Turma. REsp 1.009.947-SC, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 7/2/2012.

    A pessoa interessada no tem o direito de exigir que o Ministrio Pblico aceite firmar um termo deajustamento de conduta com ela. Do mesmo modo que o MP no pode obrigar qualquer pessoa fsica ou

    jurdica a assinar TAC, o Parquet tambm no obrigado a aceitar a proposta de ajustamento formuladapelo particular.STJ. 4 Turma. REsp 596.764-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 17/5/2012.

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    A competncia para processar e julgar ao civil pblica absoluta e se d em funo do local onde ocorreu odano. STJ. 1 Seo. AgRg nos EDcl no CC 113.788-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 14/11/2012.

    Smula 489-STJ: Reconhecida a continncia, devem ser reunidas na Justia Federal as aes civis pblicas

    propostas nesta e na Justia estadual.STJ. Corte Especial, DJe 1/8/2012.

    O autor da ACP, ao propor a ao, no precisa adiantar o pagamento das custas judiciais.STJ. 4 Turma. REsp 978.706-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 20/9/2012.

    O Ministrio Pblico tem legitimidade para promover ao civil pblica sobre direitos individuaishomogneos quando presente o interesse social.STF. 2 Turma. RE 216443/MG, red. p/ o acrdo Min. Marco Aurlio, 28.8.2012.

    O Ministrio Pblico parte legtima para propor ao civil pblica com o objetivo de que o PoderPblico fornea cesta de alimentos sem glten a portadores de doena celaca, como medida de proteoe defesa da sade. O direito vida e sade caracterizam-se como direitos individuais indisponveis.O MP possui legitimidade para propor ACP na defesa de direitos individuais indisponveis.STJ. 2 Turma. AgRg no AREsp 91.114-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 7/2/2013.

    A execuo pelo Ministrio Pblico (ou outro legitimado do art. 82 do CDC) na forma do art. 100 do CDC,ou seja, com o valor destinado ao fundo, chamado de fluid recovery ( indenizao fluida oureparao fluida). O objetivo da fluid recovery o de evitar o enriquecimento sem causa docondenado. Isso porque se no fosse possvel esse instituto, dificilmente algum iria buscar a reparaopor conta de valor to pequeno.

    STJ. 4 Turma. REsp 869.583-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 5/6/2012.

    A CF/88 exige que a proposta de emenda constitucional seja discutida e votada, em cada Casa doCongresso Nacional, em dois turnos de votao ( 2 do art. 60). O constituinte no exigiu um tempomnimo entre as duas votaes. Logo, no h violao da CF/88 se estes dois turnos de votaoocorrerem no mesmo dia, em sesses legislativas diferentes.A expresso na data de expedio do precatrio constante no 2 do art. 100 da CF/88 foi declaradaINCONSTITUCIONAL. O STF entendeu que esta limitao at a data da expedio do precatrio viola oprincpio da igualdade e que esta superpreferncia deveria ser estendida a todos credores quecompletassem 60 anos de idade enquanto estivessem aguardando o pagamento do precatrio denatureza alimentcia. O STF entendeu que os 9 e 10 do art. 100 so INCONSTITUCIONAIS.

    Para o Supremo, este regime de compensao obrigatria trazido pelos 9 e 10, ao estabelecer umaenorme superioridade processual Fazenda Pblica, viola a garantia do devido processo legal, docontraditrio, da ampla defesa, da coisa julgada, da isonomia e afeta o princpio da separao dos Poderes.O STF declarou a inconstitucionalidade da expresso ndice oficial de remunerao bsica da cadernetade poupana, constante do 12 do art. 100 da CF. Logo, com a declarao de inconstitucionalidade do 12 do art. 100 da CF, o STF tambm declarou

    inconstitucional, por arrastamento (ou seja, por consequncia lgica), o art. 5 da Lei n. 11.960/2009,

    que deu a redao atual ao art. 1-F. da Lei n. 9.494/97.O STF tambm declarou a inconstitucionalidade da expresso independentemente de sua natureza,presente no 12 do art. 100 da CF, com o objetivo de deixar claro que, para os precatrios de naturezatributria se aplicam os mesmos juros de mora incidentes sobre o crdito tributrio.

    O Supremo declarou inconstitucionais o 15 do art. 100 da CF/88 e todo o art. 97 do ADCT.STF. Plenrio. ADI 4357/DF, ADI 4425/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4357/DF, Min. Luiz Fux, 14/3/2013.

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    DIREITO PENAL

    PRINCIPAIS NOVIDADES LEGISLATIVAS SOBRE DIREITO PENAL DE 2012 E 2013

    LEI 12.650/2012 (PRESCRIO PENAL)

    Os termos iniciais da prescrio esto previstos nos incisos do art. 111 do Cdigo Penal:Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr:I - do dia em que o crime se consumou;II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanncia;IV - nos de bigamia e nos de falsificao ou alterao de assentamento do registro civil, da data em que ofato se tornou conhecido.

    Este artigo, em sua redao original, traz: Uma regra geral para os crimes consumados (ou seja, regra vlida para quase todos os crimes

    consumados); e

    Uma regra geral para os crimes tentados (ou seja, regra vlida para quase todos os crimes tentados); Trs excees (ou seja, trs regras especficas para alguns tipos de crimes).As regras e as excees so as seguintes:

    Regra geral no caso de

    crimes consumadosO prazo prescricional comea a correr do dia

    em que o crime se CONSUMOU.

    Regra geral no caso de

    crimes tentados

    O prazo prescricional comea a correr do dia

    em que CESSOU A ATIVIDADE CRIMINOSA.

    1 regra especfica:

    crimes permanentesO prazo prescricional comea a correr do dia

    em que CESSOU A PERMANNCIA.

    2 regra especfica:

    crime de bigamiaO prazo prescricional comea a correr do dia

    em que O FATO SE TORNOU CONHECIDO.

    3 regra especfica:

    crime de falsificao ou alteraode assentamento doregistro civil

    O prazo prescricional comea a correr do diaem que O FATO SE TORNOU CONHECIDO.

    Obs: existem outras regras de termo inicial estabelecidas por leis especiais, como a Lei de Falncia (p. ex.),ou por conta de entendimentos jurisprudenciais, como no caso dos crimes habituais. Vamos nosconcentrar, no entanto, apenas nas regras previstas no Cdigo Penal.

    O que fez a Lei n. 12.650/2012?

    A Lei n. 12.650/2012 acrescentou o inciso V no art. 111 do Cdigo Penal prevendo uma nova regraespecfica para o termo inicial da prescrio:

    Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr:

    V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianas e adolescentes, previstos neste Cdigo ou emlegislao especial, da data em que a vtima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo j houversido proposta a ao penal.

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    4 regra especfica:

    crimes contra a dignidade sexualde crianas e adolescentes

    O prazo prescricional comea a correr do diaem que a vtima completar 18 (dezoito) anos,

    salvo se a esse tempo j houver sido proposta a ao penal.

    LEI 12.653/2012 (ART. 135-A DO CP)

    A Lei n. 12.653/2012 incluiu um novo tipo no Cdigo Penal: o crime de condicionamento de atendimentomdico-hospitalar emergencial.

    Art. 135-A. Exigir cheque-cauo, nota promissria ou qualquer garantia, bem como o preenchimentoprvio de formulrios administrativos, como condio para o atendimento mdico-hospitalar emergencial:Pena - deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano, e multa.Pargrafo nico. A pena aumentada at o dobro se da negativa de atendimento resulta leso corporal de

    natureza grave, e at o triplo se resulta a morte.

    LEI 12.683/2012 (ALTERA A LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO)

    INOVAO 1: ANTES: somente havia lavagem de dinheiro se a ocultao ou dissimulao fosse de bens, direitos ou

    valores provenientes de um crime antecedente. AGORA: haver lavagem de dinheiro se a ocultao ou dissimulao for de bens, direitos ou valores

    provenientes de um crime ou de uma contraveno penal. Desse modo, a lavagem de dinheirocontinua a ser um crime derivado, mas agora depende de uma infrao penal antecedente, que pode

    ser um crime ou uma contraveno penal.

    INOVAO 2: ANTES: a lei brasileira listava um rol de crimes antecedentes para a lavagem de dinheiro fazendo com

    que o Brasil, segundo a doutrina majoritria, estivesse enquadrado nas legislaes de segunda gerao. AGORA: qualquer infrao penal pode ser antecedente da lavagem de dinheiro. A legislao brasileira

    de lavagem passa para a terceira gerao.

    INOVAO 3: ANTES: a Lei de Lavagem afirmava que havia uma autonomia entre o julgamento da lavagem e do crime

    antecedente, no esclarecendo se esta autonomia era absoluta ou relativa nem o juzo responsvel por

    decidir a unificao ou separao dos processos. AGORA: a alterao deixou claro que a autonomia entre o julgamento da lavagem e da infrao penal

    antecedente relativa, de modo que a lavagem e a infrao antecedente podem ser julgadas emconjunto ou separadamente, conforme se revelar mais conveniente no caso concreto, cabendo ao juizcompetente para o crime de lavagem decidir sobre a unidade ou separao dos processos.

    INOVAO 4:

    ANTES: a Lei n. 9.683/98 no explicitava se havia o crime de lavagem no caso de estar extinta apunibilidade da infrao penal antecedente.

    AGORA: a alterao trouxe regra expressa no sentido de que poder haver o crime de lavagem aindaque esteja extinta a punibilidade da infrao penal antecedente. Vale ressaltar que j havia julgado do

    STJ nesse sentido, a despeito da omisso legal. A inovao, contudo, produtiva para que no hajaqualquer dvida quanto a esse aspecto.

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    INOVAO 5:

    ANTES: a Lei n. 9.683/98 afirmava simplesmente que o art. 366 do CPP no se aplicava aos processosde lavagem de dinheiro, sem explicar qual seria o regramento a ser adotado.

    AGORA: a alterao reafirmou que no se aplica o art. 366 do CPP lavagem de dinheiro, deixandoclaro que, se o acusado no comparecer nem constituir advogado, ser nomeado a ele defensor dativo,prosseguindo normalmente o feito at o julgamento.

    INOVAO 6:Tornou mais clara a redao do art. 4 da LLD, que trata sobre as medidas assecuratrias de bens, direitosou valores:

    A redao original da Lei mencionava que o juiz poderia decretar a apreenso ou o sequestro de bens,direitos ou valores. Por conta dessa meno restrita apreenso e ao sequestro, havia divergncia nadoutrina se seria possvel o juiz determinar tambm a hipoteca legal e o arresto. A nova Lei acaba coma polmica considerando que afirma que o juiz poder decretar medidas assecuratrias, terminologiamais ampla que pode ser vista como um gnero que engloba todas essas espcies de medidas

    cautelares. A nova Lei deixa claro que podem ser objeto das medidas assecuratrias os bens, direitos ou valores

    que estejam em nome do investigado (antes da ao penal), do acusado (aps a ao penal) ou deinterpostas pessoas.

    A nova Lei deixa expresso que somente podem ser objeto de medidas assecuratrias os bens, direitosou valores que sejam instrumento, produto ou proveito do crime de lavagem ou das infraes penaisantecedentes.

    INOVAO 7: ANTES: a Lei previa que o sequestro e a apreenso deveriam ser levantadas se a denncia no fosse

    oferecida no prazo de 120 dias.

    AGORA: foi revogada essa previso. No caso do sequestro, o CPP prev que ele ser levantado se aao penal no for intentada no prazo de 60 dias. Essa regra agora deve ser aplicada tambm aosprocessos de lavagem de dinheiro.

    INOVAO 8: ANTES: no havia previso expressa de alienao antecipada para os processos de lavagem de dinheiro. AGORA: a Lei de Lavagem de Dinheiro passou prever, de forma expressa e ampla, a possibilidade de

    alienao antecipada sempre que os bens objeto de medidas assecuratrias estiverem sujeitos aqualquer grau de deteriorao ou depreciao, ou quando houver dificuldade para a sua manuteno.

    INOVAO 9:

    ANTES: se a parte prejudicada conseguisse provar que os bens, direitos ou valores apreendidos ousequestrados possuam origem lcita eles deveriam ser restitudos. AGORA: mesmo se a parte conseguir provar que os bens, direitos ou valores constritos possuem origem

    lcita, ainda assim eles podem permanecer indisponveis no montante necessrio para reparao dosdanos e para o pagamento de prestaes pecunirias, multas e custas decorrentes da infrao penal.Em outras palavras, o simples fato de ter origem lcita no autoriza a liberao de bens apreendidos.

    INOVAO 10: ANTES: no havia previso expressa de constrio de bens para custear a reparao dos danos

    decorrente da infrao ou para pagamento de prestao pecuniria, multas e custas, o que geravadivergncias na doutrina e jurisprudncia.

    AGORA: h previso expressa de que sejam decretadas medidas assecuratrias sobre bens, direitos ouvalores para reparao do dano decorrente da infrao penal antecedente ou do crime de lavagem ouainda para pagamento de prestao pecuniria, multa e custas do processo.

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    INOVAO 11: ANTES: o art. 7, I, previa, como efeito da condenao, o perdimento de bens, direitos e valores que

    tinham sido objeto de lavagem de dinheiro.

    AGORA: a nova redao do art. 7, I mais ampla e prev, como efeito da condenao, o perdimentode bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, prtica de lavagem de dinheiro,inclusive aqueles utilizados para prestar a fiana. A nova Lei aumenta, assim, as possibilidades deperdimento.

    INOVAO 12: ANTES: o art. 7, I, previa que o perdimento dos bens, direitos e valores objetos de lavagem de dinheiro

    ocorria sempre em favor da Unio. AGORA: a nova redao do art. 7, I prev que o perdimento dos bens, direitos e valores relacionados

    com alavagem de dinheiro pode ocorrer em favor da Unio ou do Estado.O perdimento ser em favor da Unio se o crime de lavagem, no caso concreto, for de competncia federal.

    Por outro lado, o perdimento ser revertido para o respectivo Estado se o processo criminal por lavagem,na situao especfica, for de competncia da Justia Estadual.

    INOVAO 13: ANTES: a Lei previa esta obrigao para as pessoas fsicas apenas em algumas situaes especficas,

    como as trazidas pelos incisos IX a XII do pargrafo nico do art. 9. AGORA: a Lei prev, de forma genrica, que todas as pessoas fsicas que trabalham com as atividades

    listadas no art. 9 esto sujeitas s obrigaes previstas nos arts. 10 e 11.

    INOVAO 14: AGORA: os incisos I, X e XII do pargrafo nico do art. 9 tiveram sua redao modificada e foram

    includas seis novas atividades (incisos XIII a XVIII) cujas pessoas que as exercem passam a ter asobrigaes previstas nos arts. 10 e 11 da Lei de Lavagem.

    INOVAO 15: A Lei ampliou as obrigaes previstas no art. 10 da Lei de Lavagem e que devem ser cumpridas pelas

    pessoas de que trata o art. 9.

    LEI 12.737/2012 (INVASO DE DISPOSITIVO INFORMTICO)

    Art. 154-A. Invadir dispositivo informtico alheio, conectado ou no rede de computadores, mediante

    violao indevida de mecanismo de segurana e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ouinformaes sem autorizao expressa ou tcita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades paraobter vantagem ilcita:Pena - deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano, e multa.

    PRINCIPAIS JULGADOS SOBRE DIREITO PENAL DE 2012 E 2013

    DescaminhoO descaminho tambm considerado um crime contra a ordem tributria, apesar de estar previsto no art.

    334 do Cdigo Penal e no na Lei n. 8.137/90.Desse modo, aplica-se o princpio da insignificncia ao crime de descaminho.

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    Crimes ambientaisAdmite-se o princpio da insignificncia no caso de crimes ambientais. Esta a posio do STF (HC112563/SC) e do STJ (AgRg no REsp 1320020/RS).

    ContrabandoNo se aplica o princpio da insignificncia no caso de contrabando, tendo em vista o desvalor da condutado agente (HC 110964, Relator Min. Gilmar Mendes, 2 Turma, julgado em 07/02/2012).

    No se aplica o princpio da insignificncia ao:

    Estelionato contra o INSS (estelionato previdencirio) Estelionato envolvendo FGTS Estelionato envolvendo o seguro-desemprego CONSTITUCIONAL a aplicao da reincidncia como agravante da pena em processos criminais (art. 61,

    I, do CP).STF. Plenrio. RE 453000/RS, rel. Min. Marco Aurlio, 4/4/2013.

    possvel haver homicdio qualificado praticado com dolo eventual? No caso das qualificadoras do motivo ftil e/ou torpe: SIM No caso de qualificadoras de meio: NOSTF. 2 Turma. HC 111442/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 28/8/2012.

    A materialidade do crime de homicdio pode ser demonstrada por meio de outras provas, alm do examede corpo de delito, como a confisso do acusado e o depoimento de testemunhas.Assim, nos termos do art. 167 do CPP, a prova testemunhal pode suprir a falta do exame de corpo de

    delito, caso desaparecidos os vestgios.STJ. 6 Turma. HC 170.507-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 16/2/2012.

    A ausncia do laudo pericial no impede que a materialidade do delito de leso corporal de naturezagrave seja reconhecida por outros meios, como testemunhas e relatrios de atendimento hospitalar.STF. 2 Turma. HC 114567/ES, rel. Min. Gilmar Mendes, 16/10/2012.

    I Ocorre concurso formal quando o agente, mediante uma s ao, pratica crimes de roubo contravtimas diferentes, eis que caracterizada a violao a patrimnios distintos.II No possvel aplicar o crime continuado para o caso de ru que apresenta reiterao criminosa aindicar que se trata de delinquente habitual ou profissional.

    III possvel a condenao simultnea pelos crimes de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo(art. 157, 2, I, do CP) e formao de quadrilha armada (art. 288, pargrafo nico, do CP), no havendoa bis in idem. Isso porque no h nenhuma relao de dependncia ou subordinao entre as referidascondutas delituosas e porque elas visam bens jurdicos diversos.STF. 2 Turma. HC 113413/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 16/10/2012.

    necessrio que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a majorante doart. 157, 2, I, do Cdigo Penal?NO. O reconhecimento da referida causa de aumento prescinde (dispensa) da apreenso e da realizaode percia na arma, desde que o seu uso no roubo seja provado por outros meios de prova, tais como apalavra da vtima ou mesmo de testemunhas.

    STF. 1 Turma. HC 108034/MG, rel. Min. Rosa Weber, 7/8/2012.

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    No entanto, se a arma apreendia e periciada, sendo constatada a sua inaptido para a produo dedisparos, neste caso, no se aplica a majorante do art. 157, 2, I, do CP, sendo considerado roubosimples (art. 157, caput, do CP). O legislador, ao prever a majorante descrita no referido dispositivo,buscou punir com maior rigor o indivduo que empregou artefato apto a lesar a integridade fsica do

    ofendido, representando perigo real, o que no ocorre na hiptese de instrumento notadamente sempotencialidade lesiva. Assim, a utilizao de arma de fogo que no tenha potencial lesivo afasta amencionada majorante, mas no a grave ameaa, que constitui elemento do tipo roubo na sua formasimples.STJ. 6 Turma. HC 247.669-SP, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 4/12/2012.

    Se um maior de idade pratica o roubo juntamente com um inimputvel, esse roubo ser majorado peloconcurso de pessoas (art. 157, 2 do CP).A participao do menor de idade pode ser considerada com o objetivo de caracterizar concurso depessoas para fins de aplicao da causa de aumento de pena no crime de roubo.STF. 1 Turma. HC 110425/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 5/6/2012.

    STJ. 6 Turma. HC 150.849/DF, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 16/08/2011.

    A cola eletrnica, antes do advento da Lei n. 12.550/2011, era uma conduta atpica, no configurando ocrime de estelionato.STJ. 5 Turma. HC 245.039-CE, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 9/10/2012.

    O estelionato previdencirio crime permanente ou instantneo de efeitos permanentes? Quando praticado pelo prprio beneficirio: PERMANENTE. Quando praticado por terceiro diferente do beneficirio: INSTANTNEO de efeitos permanentes.STF. 1 Turma. HC 102049, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/11/2011.STJ. 6 Turma. HC 190.071/RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 02/05/2013.

    Se a pessoa, aps a morte do beneficirio, passa a receber mensalmente o benefcio em seu lugar,mediante a utilizao do carto magntico do falecido, pratica o crime de estelionato previdencirio (art.171, 3, do CP) em continuidade delitiva.Segundo o STJ, nessa situao, no se verifica a ocorrncia de crime nico, pois a fraude praticadareiteradamente, todos os meses, a cada utilizao do carto magntico do beneficirio j falecido. Assim,configurada a reiterao criminosa nas mesmas condies de tempo, lugar e maneira de execuo, temincidncia a regra da continuidade delitiva prevista no art. 71 do CP.A hiptese, ressalte-se, difere dos casos em que o estelionato praticado pelo prprio beneficirio edaqueles em que o no beneficirio insere dados falsos no sistema do INSS visando beneficiar outrem;pois, segundo a jurisprudncia do STJ e do STF, nessas situaes, o crime deve ser considerado nico, demodo a impedir o reconhecimento da continuidade delitiva.STJ. 6 Turma. REsp 1.282.118-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/2/2013.

    No delito de receptao, os bens pertencentes aos Correios (ECT) recebem o mesmo tratamento que osda Unio e, por isso, caso a receptao envolva tais bens, cabvel a majorao da pena prevista no 6do art. 180 do CP.STF. 1 Turma. HC 105542/RS, rel. Min. Rosa Weber, 17/4/2012.

    O ato de vender ou expor venda CDs e DVDs falsificados conduta formal e materialmente tpica,estando prevista no art. 184, 2, do Cdigo Penal.

    Assim, no se pode alegar que tal conduta deixou de ser crime por conta do princpio da adequaosocial.STJ. 3 Seo. REsp 1.193.196-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/9/2012

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    Para que seja configurado o crime de denunciao caluniosa exige-se dolo direto.No h crime de denunciao caluniosa caso o agente tenha agido com dolo eventual.STF. 2 Turma. HC 106466/SP, rel. Min. Ayres Britto, 14/2/2012.

    A causa de aumento prevista no 2 do art. 327 do Cdigo Penal aplicada aos agentes detentores demandato eletivo (agentes polticos).STF. 2 Turma. RHC 110513/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 29/5/2012.

    O uso de documento falso absorvido pelo crime de sonegao fiscal quando constitui meio/caminhonecessrio para a sua consumao.Constitui mero exaurimento do delito de sonegao fiscal a apresentao de recibo ideologicamentefalso autoridade fazendria, no bojo de ao fiscal, como forma de comprovar a deduo de despesaspara a reduo da base de clculo do imposto de renda de pessoa fsica.STJ. 5 Turma. HC 131.787-PE, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 14/8/2012.

    No h ilegalidade na autorizao de interceptao telefnica, busca e apreenso e quebra de sigilobancrio e fiscal, antes do lanamento do crdito tributrio, quando as medidas investigatrias soautorizadas para apurao dos crimes de quadrilha e falsidade ideolgica, tambm imputados aoinvestigado.STJ. 5 Turma. HC 148.829-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/8/2012.

    O porte de arma de fogo desmuniciada configura crime.STF. 2 Turma. HC 96759/CE, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 28/2/2012.STJ. 5 Turma. HC 184.557/MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, julgado em 07/02/2012.

    A posse ou o porte apenas da munio (ou seja, desacompanhada da arma) configura crime. Isso porquetal conduta consiste em crime de perigo abstrato, para cuja caracterizao no importa o resultadoconcreto da ao.STF. 2 Turma. HC 113295/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 13/11/2012.

    Se a arma de fogo encontrada no interior do caminho dirigido por motorista profissional, trata-se decrime de porte de arma de fogo (art. 14 do Estatuto do Desarmamento).O veculo utilizado profissionalmente NO pode ser considerado local de trabalho para tipificar aconduta como posse de arma de fogo de uso permitido (art. 12).STJ. 6 Turma. REsp 1.219.901-MG, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 24/4/2012.

    A posse legal de armas de fogo deve dar-se em conformidade com o Estatuto do Desarmamento e seudecreto regulamentador. Uma das exigncias do Estatuto do Desarmamento que os proprietrios dearmas de fogo faam seu registro no rgo competente. No caso de armas de fogo de uso restrito esteregistro deve ser feito no Comando do Exrcito (art. 3, pargrafo nico, da Lei).Mesmo que o indivduo possua autorizao para portar armas de fogo por conta do cargo que ocupa (ex:magistrado), ele dever obedecer legislao que rege o tema e fazer o registro da arma no rgocompetente.STF. 2 Turma. HC 110697/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 25/9/2012.

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    No caso do crime previsto no art. 89 da Lei n. 8.666/93, exige-se:a) que tenha havido resultado danoso (dano ao errio) para que ele se consuma (trata-se de crimematerial);b) que o agente tenha elemento subjetivo especial (dolo especfico), consistente na inteno de violar

    as regras de licitao.STJ. Corte Especial. APn 480-MG, Rel. originria Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acrdo Min.Cesar Asfor Rocha, julgado em 29/3/2012.

    Qual o regime inicial de cumprimento de pena do ru que for condenado por crime hediondo ouequiparado?O regime inicial nas condenaes por crimes hediondos ou equiparados (como o caso do trfico dedrogas) no tem que ser obrigatoriamente o fechado, podendo ser tambm o regime semiaberto ouaberto, desde que presentes os requisitos do art. 33, 2, alneas b e c, do Cdigo Penal.STF. Plenrio. HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 27/6/2012.STJ. 3 Seo. EREsp 1.285.631-SP, Rel. Min. Sebastio Reis Junior, julgado em 24/10/2012.

    A ausncia de apreenso da droga no torna a conduta atpica se existirem outros elementos de provaaptos a comprovarem o crime de trfico.STJ. 6 Turma. HC 131.455-MT, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 2/8/2012.

    Para que fique caracterizado o crime de associao para o trfico (art. 35 da Lei 11.343/2006) exige-seque o agente tenha o dolo de se associar com PERMANNCIA e ESTABILIDADE.Dessa forma, atpica a conduta se no houver nimo associativo permanente (duradouro), mas apenasespordico (eventual).STJ. 6 Turma. HC 139.942-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2012.

    DIREITO PROCESSUAL PENAL

    PRINCIPAIS NOVIDADES LEGISLATIVAS SOBRE DIREITO PROCESSUAL PENAL DE 2012

    LEI 12.654/2012A Lei 12.654/2012 prev a possibilidade de ser realizada uma nova espcie de identificao criminal, qualseja, a coleta de material biolgico para a obteno do perfil gentico.

    Espcies de identificao

    1) Identificao civil a pessoa que possui um dos documentos deidentificao civil previstos no art. 2 da Lei

    n. 12.037/2009 (exs: carteira de identidade,de trabalho, passaporte etc.).

    2) Identificao criminalExistem trs espcies:a) Identificao fotogrficab) Identificao dactiloscpica (digitais)c) Coleta de material biolgico para aobteno do perfil gentico.

    Obs: esta ltima foi acrescentada pela Lei n.12.654/2012.

    A regra constitucional a de que a pessoa que for civilmente identificada no ser submetida identificao criminal, salvo nas hipteses previstas em lei (art. 5, LVIII). A Lei que traz essas

    hipteses a Lei n.

    12.037/2009.

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    A Lei n. 12.654/2012, para permitir a identificao criminal mediante a coleta de material biolgico,alterou duas leis:

    Lei n. 12.037/09 (Lei de Identificao Criminal); Lei n. 7.210/84 (Lei de Execues Penais).Em que hipteses a nova Lei permitiu a coleta de material biolgico da pessoa para a obteno do perfilgentico?Foram previstas duas hipteses:

    durante as investigaes para apurar a autoria de crime; quando o ru j tiver sido condenado pela prtica de determinados crimes.Vejamos um quadro comparativo entre as duas hipteses de coleta de material biolgico:

    Situaes em que possvel a coleta de material biolgico da pessoapara a obteno do seu perfil gentico

    1 Hiptese: 2 Hiptese

    A coleta somente pode ocorrer durante asinvestigaes (antes de ser ajuizada a aopenal)

    A coleta somente pode ocorrer aps acondenao do ru.

    No importa o crime pelo qual a pessoaesteja sendo investigada.

    A coleta somente permitida se o ru foicondenado:

    por crime doloso praticado com violnciade natureza grave contra pessoa; ou

    por qualquer crime hediondo.Somente ocorre se se essa prova for essencials investigaes policiais.O objetivo elucidar o crime especfico que

    est sendo investigado.

    obrigatria por fora de lei.O objetivo o de armazenar a identificaodo perfil gentico do condenado em um

    banco de dados sigiloso.A coleta determinada por deciso judicialfundamentada, proferida de ofcio, oumediante representao da autoridadepolicial, do MP ou da defesa.

    No necessita de autorizao judicial.A coleta feita como providncia automticadecorrente da condenao.

    Prevista no pargrafo nico do art. 5 da Lei

    n. 12.037/2009 (inserido pela Lei n.12.654/2012).

    Prevista no art. 9-A da LEP (inserido pela Lei

    n. 12.654/2012).

    LEI 12.694/2012 (JULGAMENTO COLEGIADO EM PRIMEIRO GRAU DE CRIMES PRATICADOS POR

    ORGANIZAES CRIMINOSAS)

    A Lei n. 12.694/2012 estabelece que:- em processos ou procedimentos- relativos a crimes praticados por organizaes criminosas- o juiz da causa poder instaurar um colegiado de 3 juzes (ele e mais outros 2)- para a prtica de qualquer ato desse processo.O colegiado formado por 3 (trs) magistrados:

    o juiz natural do processo; e mais 2 (dois) outros juzes escolhidos por sorteio eletrnico dentre aqueles de competncia criminal em

    exerccio no primeiro grau de jurisdio.

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    Reunies do colegiado podero ser sigilosasA Lei determina, em seu art. 1, 4:

    4 As reunies podero ser sigilosas sempre que houver risco de que a publicidade resulte em prejuzo eficcia da deciso judicial.

    Decises do colegiado

    Art. 1 (...) 6 As decises do colegiado, devidamente fundamentadas e firmadas, sem exceo, por todos os seusintegrantes, sero publicadas sem qualquer referncia a voto divergente de qualquer membro.

    Conceito de organizao criminosa

    A Lei n. 12.694/2012 traz uma definio de organizao criminosa:

    Art. 2 Para os efeitos desta Lei, considera-se organizao criminosa a associao, de 3 (trs) ou maispessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela diviso de tarefas, ainda que informalmente, comobjetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prtica de crimes

    cuja pena mxima seja igual ou superior a 4 (quatro) anos ou que sejam de carter transnacional.

    Alienao antecipada (IMPORTANTE)

    A Lei n. 12.694/2012 alterou o CPP acrescentando o art. 144-A e possibilitando a alienao antecipada detodos os bens apreendidos sempre que: estiverem sujeitos a qualquer grau de deteriorao ou depreciao; ou

    quando houver dificuldade para sua manuteno.

    Art. 144-A. O juiz determinar a alienao antecipada para preservao do valor dos bens sempre queestiverem sujeitos a qualquer grau de deteriorao ou depreciao, ou quando houver dificuldade para suamanuteno.

    Medidas de segurana para os prdios do Poder Judicirio

    Com o propsito de garantir maior segurana, aos magistrados, servidores e ao pblico em geral, a Lei n. 12.694/2012 estabelece, em seu art. 3, medidas de segurana que podem ser adotadas quanto aosprdios que abrigam rgos do Poder Judicirio:

    Art. 3 Os tribunais, no mbito de suas competncias, so autorizados a tomar medidas para reforar asegurana dos prdios da Justia, especialmente:I - controle de acesso, com identificao, aos seus prdios, especialmente aqueles com varas criminais, ou

    s reas dos prdios com varas criminais;II - instalao de cmeras de vigilncia nos seus prdios, especialmente nas varas criminais e reasadjacentes;III - instalao de aparelhos detectores de metais, aos quais se devem submeter todos que queiram teracesso aos seus prdios, especialmente s varas criminais ou s respectivas salas de audincia, ainda queexeram qualquer cargo ou funo pblica, ressalvados os integrantes de misso policial, a escolta depresos e os agentes ou inspetores de segurana prprios.

    Placas com numerao descaracterizadaCom o intuito de garantir a segurana de magistrados e membros do MP que atuem em processos

    criminais, a Lei prev que os veculos utilizados por membros do Judicirio e do MP que atuem emprocessos criminais podero, temporariamente, ter placas especiais, de forma a impedir a identificao deseus usurios.

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    Essa providncia somente pode ser adotada em casos excepcionais e aps autorizao especfica efundamentada da Corregedoria.O rgo de trnsito dever ser comunicado sobre a utilizao dessa placa especial.A Lei estabelece que o CNJ, o CNMP e o Conselho Nacional de Trnsito (CONTRAN) devero expedir

    regulamento conjunto disciplinando esse tema.A previso de pouca ou nenhuma eficcia considerando que o crime organizado no identifica o veculodo juiz ou do membro do Ministrio Pblico pela placa, havendo inmeras outras formas de se descobrir oveculo por ele utilizado. Ademais, se for realmente crime organizado, os criminosos sabem onde omagistrado ou membro do Ministrio Pblico reside, onde seus filhos estudam, onde sua esposa trabalha.

    Porte de arma de fogo para servidores do Poder Judicirio e do MP que exeram funes de segurana

    Ainda com o objetivo de aumentar a segurana de magistrados e membros do Ministrio Pblico, a Lei n.

    12.694/2012 alterou o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003) para permitir que os servidores doPoder Judicirio e do MP que estejam no efetivo exerccio de funes de segurana possam portar arma defogo quando estiverem em servio.

    Proteo ao magistrado, ao membro do MP ou a seus familiares em caso de situaes de riscoA Lei prev que, se o juiz ou o membro do Ministrio Pblico estiver exposto a alguma situao de riscodecorrente do exerccio de sua funo, esse fato dever ser comunicado polcia, que avaliar a adoo ouno de medidas de proteo. Confira o texto legal:

    Art. 9 Diante de situao de risco, decorrente do exerccio da funo, das autoridades judiciais oumembros do Ministrio Pblico e de seus familiares, o fato ser comunicado polcia judiciria, queavaliar a necessidade, o alcance e os parmetros da proteo pessoal.

    LEI 12.736/2012

    A Lei n. 12.736/2012 estabeleceu que o exame da detrao deve ser feito j pelo juiz do processo deconhecimento, ou seja, pelo magistrado que condenar o ru.Dessa forma, foi imposto um novo dever ao juiz na sentena condenatria, qual seja, o de analisar se o ruficou preso provisoriamente, preso administrativamente ou internado no curso do processo e, caso tenhaficado, esse tempo dever ser descontado, pelo magistrado, da pena imposta ao condenado.

    Quadro comparativo:

    ANTES da Lei n. 12.736/2012 DEPOIS da Lei n. 12.736/2012

    A detrao era realizada pelo juiz das execuespenais.

    A detrao realizada pelo juiz do processo deconhecimento, no momento em que proferir a

    sentena condenatria.Obs: o juzo das execues penais continua tendo a

    possibilidade de fazer a detrao, mas de forma

    subsidiria.

    Na prolao da sentena, o juiz no examinava se ocondenado possua direito detrao.

    Na prolao da sentena, o juiz tem o dever defazer a detrao.

    O regime inicial de cumprimento da pena era fixadocom base na pena total imposta (sem considerareventual direito detrao).

    Na fixao do regime inicial o juiz dever descontar,da pena imposta, o tempo de priso provisria, depriso administrativa ou de internao docondenado.

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    PRINCIPAIS JULGADOS SOBRE DIREITO PROCESSUAL PENAL DE 2012 E 2013

    possvel que a autoridade policial realize a conduo coercitiva do investigado at a Delegacia dePolcia para que preste esclarecimentos.

    STF. 1 Turma. HC 107644/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 6.9.2011.

    O Ministrio Pblico pode realizar diretamente a investigao de crimes.No exerccio de investigao criminal, o membro do Ministrio Pblico pode requerer ao juzo ainterceptao telefnica dos investigados.A eventual escuta e posterior transcrio das interceptaes pelos servidores do Ministrio Pblico notm o condo de macular a mencionada prova, pois no passa de mera diviso de tarefas dentro doprprio rgo, o que no retira do membro que conduz a investigao a responsabilidade pela conduodas diligncias.STJ. 5 Turma. HC 244.554-SP, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 9/10/2012.

    Nos crimes de autoria coletiva, no necessria a descrio MINUCIOSA e INDIVIDUALIZADA da ao decada acusado.Basta que o MP narre as condutas delituosas e a suposta autoria, com elementos suficientes paragarantir o direito ampla defesa e ao contraditrio.Embora no seja necessria a descrio PORMENORIZADA da conduta de cada denunciado, o MinistrioPblico deve narrar qual o vnculo entre o denunciado e o crime a ele imputado, sob pena de ser adenncia inepta.STJ. 5 Turma. HC 214.861-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 28/2/2012.

    Determinada pessoa comete peculato (art. 312 do CP) contra a Administrao Pblica estadual,apropriando-se indevidamente de certas quantias, delito de competncia da Justia Estadual.Esse indivduo omite o recebimento de tais rendimentos na declarao do imposto de renda, cometendo,

    assim, crime de sonegao fiscal (art. 1, I, da Lei n. 8.137/90), de competncia da Justia Federal.Entre esses dois delitos h uma conexo instrumental, probatria ou processual (art. 76, III, do CPP),razo pela qual devero ser julgados conjuntamente.Compete Justia Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competncia federale estadual (Smula 122 do STJ). de se ressaltar que a competncia da Justia Federal permanece mesmo estando a ao penal pelocrime contra a ordem tributria suspensa, em razo da adeso ao REFIS (parcelamento da dvidatributria), porquanto aplica-se, por analogia, o disposto no art. 81, caput, do CPP.STJ. 3 Seo. CC 121.022-AC, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 10/10/2012.

    Imagine que X foi preso trazendo mercadoria proibida do exterior (contrabando) e, durante a busca, foiencontrado um revlver que lhe pertencia. No h conexo entre estes crimes. Logo, devero ser

    julgados separadamente. Assim, o contrabando ser julgado pela Justia Federal e o porte de arma defogo pela Justia Estadual.STJ. 3 Seo. CC 120.630-PR, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE),

    julgado em 24/10/2012.

    Imagine que A foi preso trazendo consigo maconha e dinheiro falso. No h conexo entre estescrimes. Logo, devero ser julgados separadamente. Assim, o trfico de drogas ser julgado pela JustiaEstadual e o delito de moeda falsa pela Justia Federal.

    STJ. 3 Seo. CC 116.527-BA, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 11/4/2012.

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    A competncia da Justia Federal para processar e julgar aes penais de delitos praticados contraindgena somente ocorre quando o processo versa sobre questes ligadas cultura e aos direitos sobresuas terras, ou, ainda, na hiptese de genocdio.STJ. 3 Seo. CC 38.517-RS, Rel. Min. Assusete Magalhes, julgado em 24/10/2012.

    Crimes contra a honra praticados pelas redes sociais da internet: competncia da JUSTIA ESTADUAL(regra geral)STJ. CC 121.431-SE, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 11/4/2012.

    Divulgao de imagens pornogrficas de crianas e adolescentes em pgina da internet: competncia daJUSTIA FEDERALSTJ. 3 Seo. CC 120.999-CE, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE),

    julgado em 24/10/2012.

    Troca, por e-mail, de imagens pornogrficas de crianas entre duas pessoas residentes no Brasil:competncia da JUSTIA ESTADUALSTJ. 3 Seo. CC 121215/PR, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ/PE),

    julgado em 12/12/2012.

    Crime de reduo condio anloga de escravo: competncia da Justia Federal.RE 541627, Relatora Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, julgado em 14/10/2008.

    Competncia no caso de crimes cometidos contra agncias dos Correios:Agncia prpria: competncia da Justia Federal.Agncia franqueada: competncia da Justia Estadual.

    Agncia comunitria: competncia da Justia Federal.STJ. 3 Seo. CC 122.596-SC, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 8/8/2012.

    Compete Justia Estadual (e no Justia Federal) processar e julgar crime de estelionato cometido porparticular contra particular, ainda que a vtima resida no estrangeiro, na hiptese em que, alm de osatos de execuo do suposto crime terem ocorrido no Brasil, no exista qualquer leso a bens, serviosou interesses da Unio.STJ. 3 Seo. CC 125.237-SP, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 4/2/2013.

    Competncia no caso de aes envolvendo o FUNDEFI Ao PENAL: a competncia ser sempre da Justia Federal.

    II Ao de IMPROBIDADE: Se houve complementao de recursos pela Unio: competncia da Justia Federal. Se no houve complementao de recursos pela Unio: competncia da Justia Estadual.STF. 2 Turma. HC 100772/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/11/2011.STJ. 3 Seo. CC 123.817-PB, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 12/9/2012.

    A competncia para o processo e julgamento de crimes contra a sade pblica, dentre eles o art. 273, 1-B, I, do CP concorrente aos entes da Federao (Unio e Estados).Somente se constatada a internacionalidade da conduta, firma-se a competncia da Justia Federal parao cometimento e processamento do feito.STJ. 3 Seo. CC 119.594-PR, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE),

    julgado em 12/9/2012.

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    Compete Justia Federal o julgamento de crime consistente na apresentao de Certificado de Registroe Licenciamento de Veculo (CRLV) falso Polcia Rodoviria Federal.STJ. 3 Seo. CC 124.498-ES, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE),

    julgado em 12/12/2012.

    Em regra, cabe Justia Estadual processar e julgar os crimes contra o meio ambiente, excetuando-seapenas os casos em que se demonstre interesse jurdico direto e especfico da Unio, suas autarquias efundaes.STJ. 3 Seo. AgRg no CC 115.159-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/6/2012.

    O ru, por meio de fraude, obteve, para si, um benefcio previdencirio que era pago em agncia do INSSlocalizada no Estado A. Depois de algum tempo recebendo, o benefcio foi transferido para umaagncia do INSS no Estado B, quando, ento, foi descoberta a fraude.A competncia para julgar este estelionato previdencirio ser da Justia Federal do Estado A.Segundo decidiu o STJ, no caso de ao penal destinada apurao de estelionato praticado mediante

    fraude para a concesso de aposentadoria, competente o juzo do lugar em que situada a agncia ondeinicialmente recebido o benefcio, ainda que este, posteriormente, tenha passado a ser recebido emagncia localizada em municpio sujeito a jurisdio diversa.STJ. 3 Seo. CC 125.023-DF, Rel. Min. Marco Aurlio Bellizze, julgado em 13/3/2013.

    A competncia originria por prerrogativa de funo dos titulares de mandatos eletivos firma-se a partirda diplomao.STJ. 5 Turma. HC 233.832-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/9/2012.

    O foro especial por prerrogativa de funo no se estende a magistrados aposentados.

    Desse modo, aps se aposentar, o magistrado (seja ele juiz, Desembargador, Ministro) perde o direito aoforo por prerrogativa de funo, mesmo que o fato delituoso tenha ocorrido quando ele ainda eramagistrado. Assim, dever ser julgado pela 1 instncia.STF. Plenrio. RE 549560/CE, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 22/3/2012.

    vlida a descoberta da autoria de crimes praticados pela internet mediante acesso, pelas autoridades, adados mantidos em computador de lan house utilizado pelo agente.Vale ressaltar que o acesso ao computador no revelou o contedo da comunicao criminosa, massomente quem foi o autor das comunicaes. O teor das correspondncias j tinha sido tornado pblicopelas pessoas que receberam as mensagens e as mostraram s autoridades.No necessria prvia ordem judicial e consentimento do usurio temporrio do computador quando,

    cumulativamente, o acesso pela investigao no envolve o prprio contedo da comunicao e autorizado pelo proprietrio da lan house, uma vez que este quem possui a disponibilidade dos dadosneles contidos.STF. 1 Turma. HC 103425/AM, rel. Min. Rosa Weber, 26/6/2012.

    No necessrio mandado judicial para que seja realizada a busca por objetos em interior de veculo depropriedade do investigado quando houver fundadas suspeitas de que a pessoa esteja na posse dematerial que possa constituir corpo de delito.Ser, no entanto, indispensvel o mandado quando o veculo for utilizado para moradia do investigado,como o caso de cabines de caminho, barcos, trailers.STJ. 6 Turma. HC 216.437-DF, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 20/9/2012.

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    Os 6 e 7 do art. 7 do Estatuto da OAB preveem que documentos, mdias e objetos pertencentes aclientes do advogado investigado, bem como demais instrumentos de trabalho que contenhaminformaes sobre clientes, somente podero ser utilizados caso estes clientes estejam sendoformalmente investigados como partcipes ou coautores pela prtica do mesmo crime que deu causa

    quebra de inviolabilidade.STJ. 6 Turma. HC 227.799-RS, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 10/4/2012.

    ilcita a gravao de conversa informal entre os policiais e o conduzido ocorrida quando da lavratura doauto de priso em flagrante, se no houver prvia comunicao do direito de permanecer em silncio.STJ. 6 Turma. HC 244.977-SC, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 25/9/2012.

    Se o ru confessa o crime, mas suas declaraes no representam efetiva colaborao com a investigaopolicial e com o processo criminal nem fornecem informaes eficazes para a descoberta da tramadelituosa, ele no ter direito ao benefcio da delao premiada.STJ. 6 Turma. HC 174.286-DF, Rel. Min. Sebastio Reis Jnior, julgado em 10/4/2012.

    A interceptao telefnica subsidiria e excepcional, s podendo ser determinada quando no houveroutro meio para se apurar os fatos tidos por criminosos, nos termos do art. 2, inc. II, da Lei n.9.296/1996.Desse modo, ilegal que a interceptao telefnica seja determinada apenas com base em dennciaannima.STF. Segunda Turma. HC 108147/PR, rel. Min. Crmen Lcia, 11/12/2012.

    Se uma autoridade com foro privativo mantm contato telefnico com pessoa que est com seu telefonegrampeado por deciso de juiz de 1 instncia, a gravao dessas conversas NO nula por viola o ao

    foro por prerrogativa de funo considerando que no era a autoridade quem estava sendo interceptada.STJ. 6 Turma. HC 227.263-RJ, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Des. convocado do TJ-RS), julgado em27/3/2012.

    Segundo o art. 6, da Lei n. 9.296/96, os procedimentos de interceptao telefnica sero conduzidospela autoridade policial (Delegado de Polcia Civil ou Federal).O STJ e o STF, contudo, entendem que tal acompanhamento poder ser feito por outros rgos, como,por exemplo, a polcia militar (o que ocorreu no caso concreto), no sendo atribuio exclusiva daautoridade policial.STF. 2 Turma. HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15/5/2012.

    Em relao s interceptaes telefnicas, o prazo de 15 dias, previsto na Lei n 9.296/96, contado apartir do dia em que se iniciou a escuta telefnica e no da data da deciso judicial.STJ. 6 Turma. HC 113.477-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 20/3/2012.

    I As interceptaes telefnicas podem ser prorrogadas sucessivas vezes pelo tempo necessrio,especialmente quando o caso for complexo e a prova indispensvel.II A fundamentao da prorrogao pode manter-se idntica do pedido original, pois a repetio dasrazes que justificaram a escuta no constitui, por si s, ilicitude.STJ. 5 Turma. HC 143.805-SP, Rel. originrio Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador Convocado doTJRJ), Rel. para o acrdo Min. Gilson Dipp, julgado em 14/2/2012.

    No necessria a transcrio integral dos dilogos captados por meio de interceptao telefnica. Bastaque sejam transcritos os trechos necessrios ao embasamento da denncia oferecida e que seja entregue defesa todo o contedo das gravaes em mdia eletrnica.

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    No entanto, no haver, em princpio, qualquer irregularidade caso o juiz da causa entenda pertinente adegravao de todas as conversas e determine a sua juntada aos autos.STF. Plenrio. AP 508 AgR/AP, rel. Min. Marco Aurlio, 7/2/2013.

    inconstitucional o art. 44 da Lei n. 11.343/2006 na parte em que probe a liberdade provisria para oscrimes de trfico de drogas.Assim, permitida a liberdade provisria para o trfico de drogas, desde que ausentes os requisitos doart. 312 do CPP.STF. Plenrio. HC 104339/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 10/5/2012.

    A fuga do acusado do distrito da culpa fundamentao suficiente para a manuteno da custdiapreventiva ordenada para garantir a aplicao da lei penal.STJ. 5 Turma. HC 239.269-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 13/11/2012.

    Determinado juiz decreta a interceptao telefnica dos investigados e, posteriormente, chega-se concluso de que o juzo competente para a medida era o Tribunal. Esta prova colhida ilcita?No necessariamente. A prova obtida poder ser ratificada se ficar demonstrado que a interceptao foidecretada pelo juzo aparentemente competente.No ilcita a interceptao telefnica autorizada por magistrado aparentemente competente ao tempoda deciso e que, posteriormente, venha a ser declarado incompetente.Trata-se da aplicao da chamada teoria do juzo aparente.STF. 2 Turma. HC 110496/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 9/4/2013.

    No h nulidade processual na recusa do juiz em retirar as algemas do acusado durante a audincia deinstruo e julgamento, desde que devidamente justificada a negativa.

    STJ. 6 Turma. HC 140.718-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 16/10/2012.Sequestro uma medida cautelar, de natureza patrimonial, cabvel no processo penal, por meio da qualo juiz determina a reteno dos bens adquiridos pelo investigado ou acusado com os proventos (lucros)do crime.No acarreta nulidade o deferimento de medida caut