revista bahia indústria novembro/dezembro 2014
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Em busca da competitividade perdida Os desafios que o Brasil terá que superar para voltar a crescer, na análise de especialistasTRANSCRIPT
ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa - SIStema FIeB
Bahia
aNo XXI Nº 234 Nov/dez/2014
Em busca da compEtitividadE pErdidaOs desafios que o Brasil terá que superar para voltar a crescer, na análise de especialistas
LINHA ALÍQUOTA (%) VALOR A ADICIONAR (R$)
1 DE 0,01 a 12.813,62 Contrib. Mínima 102,51
2 DE 12.813,63 a 25.627,24 0,8 0,00
3 DE 25.627,25 a 256.272,37 0,2 153,76
4 DE 256.272,38 a 25.627.237,21 0,1 410,04
5 DE 25.627.237,22 a 136.678.598,47 0,02 20.911,83
6 DE 136.678.598,48 Em diante Contrib. Máxima 48.247,55
CLASSE DE CAPITAL SOCIAL (R$)
EditoriaL
Os desafios que o Brasil terá que enfrentar para crescerSão necessários cinco trabalhadores brasileiros pa-
ra produzir o que um americano faz no mesmo setor,
ou quatro para produzir o que um alemão produz ou,
então, três para igualar a produtividade de um sul-
-coreano. Essa discrepância é fruto da má qualidade
da educação brasileira, onde jovens e adultos não são
preparados para o mercado e onde a qualificação pro-
fissional ainda é vista com certo preconceito.
Essa é a característica de um país que investe 5,7%
do PIB em educação, o 15º índice mais alto entre os 42
países membros da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), à frente de Rei-
no Unido, Estados Unidos, Canadá e Alemanha, mas
que não consegue oferecer uma educação de quali-
dade, assim como não oferece saúde pública ou segu-
rança pública de qualidade, nem mesmo infraestru-
tura logística apropriada para atender às demandas
de escoamento da produção nacional.
Em razão de todas estas mazelas, o Brasil perde
competitividade em relação aos principais concor-
rentes. É difícil produzir em um país cuja carga tri-
butária é elevada e a legislação do setor é um ver-
dadeiro cipoal de impostos, que exige das empresas
uma estrutura à parte; onde as leis trabalhistas são
elaboradas de forma a incentivar a judicialização;
onde conseguir uma licença ambiental requer uma
verdadeira via crúcis.
Todos esses problemas funcionam como um freio
de mão que impede a aceleração do crescimento e o
aumento da competitividade. Há vários anos, a eco-
nomia do Brasil não consegue crescer e, no período
2014/2015, esse fenômeno deve se repetir. Enquanto
isso, a dívida pública interna não para de crescer e a
inflação teima em permanecer no teto da meta fixada
pelo governo.
O que esperar de um ano prestes a iniciar, tendo
como moldura fatores limitantes como os acima cita-
dos? Em princípio, apenas mais do mesmo. Entretan-
to, a presidente Dilma Rousseff teve o bom senso de
quebrar a lógica desse raciocínio, ao anunciar uma
equipe econômica afinada com o mercado e conheci-
da pela austeridade do trato do dinheiro público.
Especialistas acreditam que 2015 será um ano de transição na economia, com baixo crescimento
O diretor da CNI, Rafael
Lucchesi, destaca a
baixa produtividade do
trabalhador brasileiro em
relação a outros países
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Não se espera, em um primei-
ro momento, estímulos ao cresci-
mento. Pelo contrário, a tendência
é o governo enxugar despesas pú-
blicas, aumentar juros e utilizar o
câmbio para trazer a inflação ao
centro da meta e reduzir a relação
dívida pública/PIB. Analistas de
diversas tendências convergem na
expectativa de que 2015 será um
ano difícil para a economia. Tal-
vez 2016 também seja. Serão ne-
cessários dois anos para arrumar
a casa. Mas há o sentimento de
que, na segunda metade do gover-
no Dilma, o país voltará a crescer,
com o retorno dos investimentos,
o controle da inflação e o fortaleci-
mento do mercado interno.
É também o que o setor indus-
trial espera. Na reportagem de ca-
pa desta edição, a Bahia Indústria
traz o ponto de vista de economis-
tas e empresários sobre o que nos
aguarda neste início de segundo
mandato da presidente Dilma.
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação
e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da
indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de
ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da
cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,
PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-
triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-
trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS
no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eS-
tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro
de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFei-
taria da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS
SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimen-
tar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região
de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da
Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS
de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eSta-
do da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira
de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de
PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de
cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato
da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria
da conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected]
filiada à
Bahia
fiEBPRESIDENTE antonio ricardo alvarez alban. 1° VICE-
-PRESIDENTE Carlos henrique Jorge gantois. VICE-
-PRESIDENTES Josair santos Bastos; mário augusto
rocha pithon; Edison Virginio nogueira Correia;
alexi pelagio gonçalves portela Junior. DIRETORES
TITULARES Eduardo Catharino gordilho; alberto
Cánovas ruiz; Eduardo meirelles Valente; renata
lomanto Carneiro müller; leovegildo Oliveira de
sousa; fernando luiz fernandes; Juan Jose rosario
lorenzo; theofilo de menezes neto; José Carlos
telles soares; angelo Calmon de sa Junior; Jeffer-
son noya Costa lima; fernando alberto fraga; luiz
fernando Kunrath; João schaun schnitmam. DIRE-
TORES SUPLENTES mauricio toledo de freitas; gui-
lherme moura Costa e Costa; gladston José Dantas
Campêlo Waldomiro Vidal de araújo filho; Cléber
guimarães Bastos; Jorge Catharino gordilho; marce-
lo passos de araújo; antonio geraldo moraes pires;
roberto mário Dantas de farias
conSElhoSCONSELhO DA MICRO E PEqUENA EMPRESA INDUS-
TRIAL Carlos henrique Jorge gantois; CONSELhO DE
ASSUNTOS FISCAIS E TRIbUTáRIOS mário augusto
rocha pithon; CONSELhO DE COMéRCIO ExTERIOR
angelo Calmon de sá Junior; CONSELhO DE ECONO-
MIA E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL antonio ser-
gio alipio; CONSELhO DE INFRAESTRUTURA marcos
galindo pereira lopes; CONSELhO DE INOVAçãO
E TECNOLOgIA José luis gonçalves de almeida;
CONSELhO DE MEIO AMbIENTE Jorge Emanuel reis
Cajazeira; CONSELhO DE RELAçõES TRAbALhISTAS
homero ruben rocha arandas; CONSELhO DE
RESPONSAbILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL marconi
andraos Oliveira; COMITê DE JOVENS LIDERANçAS
INDUSTRIAIS Eduardo faria Daltro; COMITê DE PE-
TRóLEO E gáS humberto Campos rangel; COMITê
DE PORTOS sérgio fraga santos faria
ciEBPRESIDENTE reginaldo rossi. 1º VICE-PRESIDENTE
Jorge Emanuel reis Cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE
Carlos antonio Borges Cohim da silva. 3º VICE-PRE-
SIDENTE roberto fiamenghi. DIRETORES TITULARES
arlene aparecida Vilpert; Benedito almeida Carnei-
ro filho; Cleber guimarães Bastos; luiz da Costa
neto; luis fernando galvão de almeida; marcelo
passos de araújo; mauricio lassmann; paula Cris-
tina Cánovas amorim; hilton moraes lima; thomas
Campagna Kunrath; Walter José papi; Wesley Kelly
felix Carvalho. DIRETORES SUPLENTES antonio fer-
nando suzart almeida; Carlos antônio Unterberger
Cerentini; Décio alves Barreto Junior; Jorge robledo
de Oliveira Chiachio; fernando Elias salamoni Cas-
sis; José luiz poças leitão filho; mauricio Carvalho
Campos; sudário martins da Costa; CONSELhO FIS-
CAL - EFETIVOS luiz augusto gantois de Carvalho;
rafael Cardoso Valente; roberto ibrahim Uehbe.
CONSELhO FISCAL – SUPLENTES felipe pôrto dos an-
jos; rodolpho Caribé de araújo pinho neto; thiago
motta da Costa
SESiPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL
antonio ricardo alvarez alban.
SUPERINTENDENTE armando da Costa neto
SEnaiPRESIDENTE DO CONSELhO antonio ricardo a. alban.
DIRETOR REgIONAL leone peter andrade
iElPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL
antonio ricardo alvarez alban.
SUPERINTENDENTE Evandro mazo
DIRETOR ExECUTIVO DO SISTEMA FIEb
Vladson menezes
Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato
Unidades do Sistema FIEB
SESI – SERVIçO SOCIAL DA INDúSTRIA
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SENAI – SERVIçO NACIONAL DE APRENDIzAgEM INDUSTRIAL
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as opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessa-riamente o pensamento da fiEB.
Direção da FIEB
é recomposta
com Ricardo
Alban na
presidência
Nova diretoria
Quatro seminários realizados na sede
da FIEB discutiram desafios e soluções
em áreas como saneamento básico,
qualificação profissional, energia,
logística e cidades sustentáveis
Fórum ageNda Bahia chega à 5ª edição
Após 14 meses fechado para reforma,
espaço cultural retoma atividades.
Reinauguração oficial ocorreu no dia
3 de dezembro, com a presença de
artistas e da diretoria da FIEB
teatro SeSi volta à ceNa cultural de Salvador
O SESI Nacional
está implantando
seis institutos de
inovação em todo
o país
Saúde do traBalhador
Ajustes na equipe
econômica do
governo
alimentam
perspectivas para
o próximo ano
ceNário e projeçõeS para 2015
sumário nov/dez 2014
12
Ilustração
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6 Bahia Indústria
por Patrícia moreira
discutir e buscar soluções para a gestão do
absenteísmo nas empresas é o mais novo de-
safio do Serviço Social da Indústria (SESI),
que está implantando um Instituto SESI de
Inovação (ISI) especializado na temática na Bahia. O
lançamento ocorreu no dia 3 de novembro, durante
um workshop realizado em Salvador, na sede da Fe-
deração das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no
dia 3 de novembro.
Para discutir os fundamentos que vão nortear a
implantação do ISI, o SESI reuniu empresários, espe-
cialistas e acadêmicos de todo o país, além de pesqui-
sadores do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional
(Fioh), parceiro internacional do SESI nesta iniciativa.
O Fioh é uma das instituições de referência internacio-
nal nesta temática e trará para o Brasil sua expertise.
O ISI em Absenteísmo é um dos seis institutos que
o SESI está implantando em todo o país para apoiar
cada vez mais as empresas, atendendo às suas ne-
cessidades de soluções em áreas como segurança
e saúde no trabalho, um de seus principais garga-
los. De acordo com o superintendente nacional do
SESI, Rafael Lucchesi, está sendo estruturada uma
rede de intercâmbio e inteligência, criando parce-
rias internacionais com instituições como as uni-
versidades de Standford e Harvard, nos EUA, o Na-
tional Institute for Occupational Safety and Health
(Niosh), que é a principal agência americana para a
SeSI cria instituto em gestão do absenteísmoiniciativa faz parte de ação da Cni, que prevê outros cinco centros de inovação voltados para a saúde e segurança no trabalho
área de saúde, e com o Fioh, que
também é instituição de referên-
cia com trabalhadores em vias de
envelhecimento, uma tendência
também no Brasil.
“Estamos buscando os melho-
res parceiros para constituir uma
rede de inteligência focada na
necessidade de melhoria das con-
dições de trabalho na indústria
brasileira. Precisamos melhorar
o ganho de produtividade média
do trabalho”, explicou Lucchesi.
O absenteísmo, ou falta ao tra-
balho motivada por problemas
de saúde, interfere não somente
na produtividade, como impacta
nos indicadores de custo das em-
presas, com efeitos sobre o fator
acidentário previdenciário, em
função da frequência, da intensi-
dade, da gravidade e do custo. “E
o SESI tem uma forma de atender
às empresas, trazendo ganhos pa-
ra a saúde do trabalhador, para as
empresas, e também para a socie-
dade, reduzindo o custo na área
de saúde pública. Então, é uma
agenda extremamente importante
para o Brasil”, ressaltou o superin-
tendente nacional do SESI.
A escolha da Bahia para sediar
o Instituto de Absenteísmo se deu
em razão de o Departamento Re-
gional da Bahia reunir um corpo
técnico qualificado, com um histó-
rico de atuação muito consistente
e com uma experiência mais des-
tacada na área de absenteísmo.
“Nós procuramos para formar es-
sa rede, as seis regionais que vão
liderar esta iniciativa, procurando
as melhores competências”, acres-
centou Lucchesi.
ABSENTEÍSMODurante o workshop realizado
na FIEB, o diretor médico e espe-
cialista em saúde ocupacional da
Fioh, Kari-Pekka Martimo, falou
sobre a importância da prevenção
de doenças no ambiente de traba-
lho e apresentou números sobre o
que isso representa em termos de
perda de produtividade.
A visão de Martimo é que é pos-
Bahia Indústria 7
angElO pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB
Representantes
da Finlândia e o
superintendente
do SESI bahia,
Armando Neto,
no lançamento
do ISI em
Absenteísmo
sível manter a saúde do trabalha-
dor equilibrada desde que sejam
adotadas mudanças no estilo de
vida e ações preventivas. Segundo
ele, a empresa que investe em pre-
venção no ambiente de trabalho
consegue aumentar em duas ve-
zes a produtividade dos seus pro-
fissionais, reduzindo os custos.
“O objetivo é ajudar as pessoas e,
para isso, pequenos ajustes nas
tarefas podem ajudar a evitar di-
versos problemas”, explicou, com
base em uma metodologia já testa-
da pela Fioh com bons resultados.
O superintendente do SESI
Bahia, Armando Neto, ressaltou
que a regional Bahia já desenvol-
ve inovação nesta área, mas com
o ISI poderá oferecer soluções in-
tegradas para atender à demanda
das empresas. “O SESI Bahia aten-
de três mil empresas na área de
segurança e saúde no trabalho e
nossa meta é ofertar soluções ain-
da mais consolidadas”, explicou.
O gerente de Qualidade de Vida
do Departamento Nacional do SE-
SI, Sérgio Motta, informou que os
demais ISI projetados vão atender
a indústria nas áreas de preven-
ção de doenças osteomusculares,
acidentes, doenças psicossociais
e desenvolvimento de tecnologias
de prevenção.
Além dos representantes do
SESI, participaram da solenidade
a segunda secretária da embaixa-
da da Finlândia no Brasil, Marja
Suhonen, o cônsul da Finlândia
na Bahia, Wilson Andrade, que
deram as boas vindas aos parti-
cipantes e ressaltaram a impor-
tância de fortalecer a cooperação
entre os dois países. Além de
técnicos e gestores do SESI, par-
ticiparam do workshop represen-
tantes de instituições como Ufba,
USP, Unicamp e de empresas como
a Camargo Correia, Bridgestone,
Petrobras, Vale, dentre outras.
PARCERIAA equipe de especialistas fin-
landeses esteve, além de Salvador,
em Curitiba, onde o SESI implan-
tará um instituto especializado
em Longevidade e Produtividade.
Os especialistas estão apresentan-
do experiências e casos aplicados
na Finlândia e em outros países
europeus para ajudar indústrias
e parceiros na elaboração de um
portfólio de serviços.
O Instituto Finlandês de Saúde
Ocupacional é uma instituição de
pesquisa governamental, vincu-
lada ao Ministério de Assuntos
Sociais e Saúde da Finlândia. Seu
objetivo é promover a saúde e o
bem estar do trabalhador em um
ambiente de trabalho saudável.
O SESI firmou parceria com o
Fioh em junho deste ano com o
intuito de se incorporar processos
e produtos inovadores que impac-
tem diretamente a produtividade
do trabalhador, como questões de
saúde, segurança, absenteísmo,
doenças crônicas, dentre outras.
Os especialistas finlandeses tam-
bém apoiarão as equipes do SESI
na elaboração do plano estratégico
de seus institutos de inovação. [bi]
8 Bahia Indústria
A diretoria da Federação das
Indústrias do Estado da
Bahia (FIEB), para o período
2014-2018, foi recomposta durante
reunião extraordinária, convo-
cada pelo presidente Antonio Ri-
cardo Alvarez Alban, no dia 17 de
novembro. Foram eleitos para a 1ª
vice-presidência, Carlos Henrique
Gantois; para a vice-presidência,
Alexi Portela, e João Schnitman,
como diretor titular.
recomposição da diretoria
ValtEr pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB
O presidente
Alban assina
termo de
posse, ao
lado de Alexi
Portela e de
Carlos gantois
As substituições estão previstas
no Estatuto da entidade, em caso
de impedimentos temporários ou
permanentes. Com o falecimento
do presidente Carlos Gilberto Ca-
valcante Farias, no dia 5 de no-
vembro, assumiu Ricardo Alban,
que ocupava a 1ª vice-presidência,
abrindo vaga para os cargos nos
níveis seguintes.
O Centro das Indústrias do Es-
tado da Bahia (CIEB) também tem
novo presidente: Reginaldo Rossi,
que ocupava a 1ª vice-presidência.
Com isso, as vice-presidências do
CIEB, responsável pela articula-
ção das entidades que compõem
o Sistema FIEB para prestação de
serviços às empresas associadas,
agora são ocupadas por Jorge Ca-
jazeira, Carlos Cohim e Roberto
Fiamenghi.
CONSElhO dO SEBRAEO presidente da FIEB também
vai presidir Conselho Deliberativo
Estadual (CDE) do Sebrae Bahia.
Ele foi eleito, no dia 17 de novem-
bro, juntamente com o executivo
de estratégia do SENAI/Cimatec,
Adhvan Furtado, que assumiu a
diretoria da superintendência da
instituição. A nova diretoria do
Sebrae é composta ainda por Lau-
ro Ramos, que foi reconduzido à
diretoria técnica e por Franklin
Santos, funcionário de carreira da
casa, eleito novo diretor adminis-
trativo financeiro do Sebrae. Eles
vão dirigir a instituição pelos pró-
ximos quatro anos.
A posse da nova diretoria será
no mês de janeiro de 2015. “FIEB
e Sebrae são parceiros históricos.
Estamos focados na interiorização
da pequena indústria para favo-
recer o desenvolvimento econô-
mico do estado. Como presidente
do Conselho, vou trabalhar para
superar o bom trabalho que vem
sendo feito, o que considero um
desafio muito grande”, afirmou Ri-
cardo Alban. [bi]
fiEB e CiEB recompõem diretoria para 2014-2018; fiEB também assume a presidência do Conselho do sebrae
circuito
Bahia Indústria 9
por cleBer BorgeS
Armando Monteiro fortalece setor produtivoIndustriais brasileiros avaliam que a escolha do
senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) para
ocupar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior fortalecerá a relação do setor
produtivo com o governo. E torcem para que o novo
ministro consiga implementar políticas que
aumentem a competitividade do país. Ex-presidente
da CNI, o senador conhece muito bem a indústria
brasileira e os setores de serviços e comércio, além
de ter uma interlocução fácil com o Congresso. Foi o
idealizador do Fórum Nacional da Indústria, que
reúne 44 associações de classe e tem assegurado
maior poder de negociação entre empresários e
governo; e da Mobilização Empresarial pela
Inovação, que é o principal ambiente de diálogo
entre o setor privado e o governo federal na criação
de políticas públicas de estímulo à inovação.
Educação é crucial para a competitividadeSe quiser competir de igual para igual com as
economias centrais, o Brasil precisa colocar a
educação no centro da estratégia de crescimento. O
alerta é do diretor de Educação e Tecnologia da
Confederação Nacional da Indústria, Rafael Lucchesi,
em recente evento promovido pelo jornal O Estado de
S. Paulo. É preciso melhorar as condições das escolas;
mudar a matriz educacional, para um viés focado na
educação profissional; melhorar a aplicação dos
recursos disponíveis; e aperfeiçoar o sistema de
avaliação dos professores, com salários condizentes e
vinculados à meritocracia. “A produtividade do
trabalhador brasileiro é muito baixa. É preciso cinco
brasileiros para fazer o que um norte-americano faz
no mesmo setor, ou três para igualar à produtividade
de um sul-coreano”, afirma Lucchesi.
“O Brasil está em perigO à Beira dO aBismO? achO que nãO está. mas qual é, afinal, O OBjetivO fiscal dO gOvernO? é diminuir a dívida? Ou é imprimir uma trajetória para O gastO
cOrrente?”Joaquim Levy, novo ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, sinalizando que pretende cortar despesas correntes do governo.
Propostas para os cursos de engenhariaA Mobilização Empresarial pela
Inovação (MEI), formada por mais
de 60 líderes empresariais do
país, divulgou propostas para
modernizar os currículos das
engenharias no Brasil. A ideia é
que os cursos tenham disciplinas
práticas e formem profissionais
mais bem preparados, com
habilidades de gestão, aplicação
de leis e normas técnicas, além de
domínio de idiomas estrangeiros.
O setor produtivo defende uma
revisão profunda do ensino
superior de engenharia no país.
As sugestões foram discutidas na
MEI, em parceria com o Instituto
Tecnológico de Aeronáutica e a
Capes, do MEC. Hoje, 58% dos
engenheiros não exerce função
nas áreas em que se formaram.
Atividade na indústria continua fracaO faturamento da indústria brasileira aumentou 3,1% em outubro, na comparação com
setembro. Foi a quarta alta consecutiva do indicador. Mesmo assim, o faturamento
acumula uma queda de 1,7% de janeiro a outubro de 2014, em relação a igual período
do ano anterior, conforme os indicadores divulgados no dia 2 de dezembro, pela CNI.
As horas trabalhadas na produção caíram 0,3% em outubro frente a setembro. O nível
de utilização da capacidade instalada recuou e ficou em 80,6% em outubro. Com a
baixa atividade, o setor reduziu o emprego, que caiu 0,1% em outubro sobre setembro.
gEn
til
10 Bahia Indústria
sindicatos
marCElO ganDra / COpErphOtO / sistEma fiEB marCElO ganDra / COpErphOtO / sistEma fiEB
O Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais (Sindifibras) promoveu,
dia 14 de novembro, um encontro de empresários franceses da área de
compósitos – misto de plásticos e fibras naturais – com empresários
baianos do setor. Os franceses apresentaram a tecnologia utilizada por
eles e conheceram experiências locais, como as fibras de sisal, coco e
piaçava. Foram realizadas, ainda, reuniões de negócios. “Precisamos
globalizar as cadeias de produção e é responsabilidade das nossas
entidades promover uma relação mais próxima e profissionalizada dos
empresários baianos com o mundo”, afirmou o presidente do
Sindifibras, Wilson Andrade.
Wilson
Andrade em
reunião com
empresários
da França
Sindifibras articula parceria com franceses
Encontro detalha norma para indústria de carneEmpresários do setor de
carnes tiraram dúvidas sobre
a Norma Regulamentadora nº
36 (NR 36) durante palestra
realizada pelo Sindicato das
Indústrias de Carnes e
Derivados (Sincar-BA), em
parceria com o SESI, dia 10
de outubro, no SENAI
Cimatec. Em vigor há um ano
e meio, a norma, que trata da
segurança e saúde no
trabalho em empresas de
abate e processamento de
carnes e derivados, ainda
gera dúvidas. “Precisamos
entender como colocar em
prática as exigências da
norma”, destacou o
presidente do sindicato,
Júlio Farias. O evento
contou com palestra do
especialista da CNI, Moacir
Cerigueli, e representantes da
SRTE e do Ministério Público.
Sinduscon aposta em capacitação sobre Norma de DesempenhoA Norma de Desempenho (NBR 15575), em vigor desde julho de 2013,
alterou os parâmetros de qualidade da indústria da construção
brasileira. Por isso, as incorporadoras e construtoras têm se
empenhado em modificar a forma de especificar materiais,
componentes e sistemas construtivos, estabelecendo as características
com base em demonstração de desempenho dos produtos. O Sindicato
da Indústria da Construção (Sinduscon-BA) tem investido em
capacitações técnicas e divulgado material informativo sobre o
assunto, como forma de aumentar a competitividade das empresas do
setor. Ao longo de 2014, foram realizados oito cursos relacionados à
norma. O sindicato vai realizar novas capacitações em 2015.
Bahia Indústria 11
A técnica de construções enxutas, com uso de artefatos pré-fabricados,
foi um dos temas debatidos no Seminário Soluções Industrializadas
Inovadoras em Concreto Pré-Fabricado para Edifícios, dia 30 de
outubro, na FIEB. A iniciativa do Sindicato da Indústria de Produtos de
Cimento (Sinprocim), em parceria com o Sebrae e o Sindicato da
Indústria da Construção (Sinduscon), discutiu soluções inovadoras
para o aumento da produtividade no setor. “É fundamental buscarmos
a racionalização do processo produtivo”, ressaltou o vice-presidente da
FIEB, Carlos Gantois.
Seminário para indústria gráficaO Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da
Bahia (Sigeb) fechou 2014 com saldo positivo de
ações para o setor. Foram realizados 21 encontros
no interior e três na capital baiana. As clínicas
tecnológicas no interior da Bahia resultaram em
dez projetos de consultoria a empresas, além de
15 atendimentos previstos para 2015. Em
Salvador, o sindicato promoveu dois ciclos de
palestras e o XIII Seminário da Indústria Gráfica,
realizado dia 20 de novembro, na FIEB, com
transmissão por videoconferência para outros
quatro estados do Nordeste. “Nosso objetivo é
fazer com que os empresários se atualizem,
levando tecnologia para as empresas”, ressaltou
o presidente do Sigeb, Josair Bastos.
Sindpacel participa do 20º SINPELO Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose,
Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos
de Papel e Papelão no Estado da Bahia
(Sindpacel) participou do 20º Simpósio
Intersindical de Negociações Coletivas das
Indústrias de Celulose, Papel, Papelão e Artefatos
(SINPEL), em Porto Alegre. O simpósio contou
com palestra da presidente executiva da
Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Elizabeth
Carvalhaes, que falou sobre as perspectivas do
setor. O presidente do Sindpacel, Jorge Cajazeira,
e a executiva jurídica, Izabella Pacheco,
participaram do evento, que debateu propostas
do setor à CNI/CNTT para adequação da NR-12, o
cenário sindical e os dissídios coletivos.
Ceramistas debatem fiscalização Empresários do setor de cerâmica estiveram
reunidos, dia 19 de novembro, em Ipiaú, para o
encontro regional do Sindicato das Indústrias de
Cerâmica (Sindicer). Realizado em parceria com a
FIEB e o Sebrae, o evento discutiu questões
ambientais e do trabalho, além da busca de
soluções para os entraves enfrentados pelas
empresas na região. “A fiscalização ambiental e
do trabalho são algumas das principais
dificuldades”, ressaltou o presidente do Sindicer,
Manuel Ventin. Em 2014, o sindicato realizou
encontros nas Regiões Norte e Extremo Sul, para
ouvir as demandas das empresas.
Líderes sindicais baianos participam de intercâmbio setorialPresidentes de sindicatos baianos participaram do Intercâmbio de
Lideranças Setoriais da Indústria, realizado pela CNI, em parceria
com as Federações. No dia 23 de outubro, o encontro aconteceu em
Florianópolis e reuniu 11 representantes do setor metal-mecânico. A
Bahia foi representada pelos presidentes do Simmeb, Alberto
Cânovas, e do Simmefs, Luiz Kunrath. “O trabalho em conjunto
com a Federação e CNI e a profissionalização dos sindicatos foram
pontos de convergência”, destacou Kunrath.
Já no dia 14 de outubro, o evento reuniu, em Natal, representantes
do setor de alimentos. O presidente do Sindicato das Indústrias de
Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia
(Sindileite-BA), Paulo Cintra, avaliou que a iniciativa é uma
demonstração da força do Sistema de Representação da Indústria.
“Esta é mais uma ação estratégica de discussão de temas comuns e
defesa de interesses, mas é preciso que a iniciativa seja bem
estruturada pelos sindicatos, para que, juntamente com a CNI e
Federações, rendam os frutos esperados”.
empresários da construção civil discutem inovação
marCElO ganDra / COpErphOtO / sistEma fiEB
Encontro discutiu novas técnicas que podem elevar a competitividade
12 Bahia Indústria
por rafael Pereira
marCElO ganDra/COpErphOtO/sistEma fiEB
Caminho do Agenda Bahia é a interiorizaçãoEm quatro seminários, evento discutiu os principais gargalos da economia baiana; para 2015, meta da rede Bahia e fiEB é interiorizar
A 5ª edição do Fórum Agenda Bahia reuniu ges-
tores públicos, especialistas e empresários
para discutir desafios e soluções para a eco-
nomia do estado. Realizado pela Rede Bahia,
com o apoio da FIEB, os quatro seminários (dias 11, 18
e 25 de novembro e 02.12) sintetizaram questões em
áreas como saneamento básico, qualificação profissio-
nal, energia, logística e cidades sustentáveis.
“Por mais que a gente invista na qualificação pro-
fissional, preparando pessoas para as necessidades
do mercado, é notório que, infelizmente, falta educa-
ção de base no Brasil”. Essa avaliação foi feita pelo di-
retor regional do SENAI Bahia, Leone Peter Andrade,
em palestra no painel Capital humano e o trabalhador
do século 21, durante o Fórum Agenda Bahia, no últi-
mo dia 25 de novembro, na FIEB.
Falando sobre a Formação Avançada de Pessoal
como Suporte ao Desenvolvimento Industrial, o dire-
Leone Peter Andrade
destacou a necessidade
de mais investimentos em
qualificação profissional e na
educação de base
Bahia Indústria 13
tor do SENAI Bahia explicou que a
chave para que as pessoas acom-
panhem o desenvolvimento tecno-
lógico atual é o investimento em
educação de qualidade, desde a
base. “O mundo vive grandes mu-
danças em seu padrão industrial.
As pessoas precisam de capacita-
ção para lidar com esse universo
de grandes desafios e ciclos de
inovação cada vez mais acelera-
dos”, explicou.
A indústria, hoje, passa por um
intenso crescimento nos seus ní-
veis de produção e eficiência. “O
tempo para um produto chegar ao
mercado está cada dia mais curto.
Antes, um carro era colocado nas
ruas a cada 10 ou 15 anos. Hoje, os
carros são projetados e produzidos
para o mercado em um período de
três ou, no máximo, quatro anos”,
exemplifica Leone Andrade. Ou-
tra palestra que chamou bastante
atenção foi a do doutor em com-
putação pela University of Kent at
Canterbury, Silvio Meira.
PAINÉISA programação do Fórum Agen-
da Bahia 2014 contou com vários
painéis de discussão. Um deles,
sob a temática Como aumentar a
competitividade brasileira, con-
tou com palestras do presidente
da Braskem, Carlos Fadigas; e do
doutor Honoris Causa em Ciência
e Ph.D. em Sociologia pela Univer-
sidade de Wisconsin (EUA), José
Pastore.
Para Fadigas, as empresas
brasileiras procuram ser compe-
titivas, mas esbarram em garga-
los diversos, sobre os quais não
interferem. São problemas como
o sistema tributário complexo e
oneroso, problemas cambiais e
infraestrutura logística precária.
“Da porta de fábrica para dentro
somos competitivos, mas da porta
para fora temos problemas que di-
ficultam a vida da empresa”, afir-
mou Carlos Fadigas.
Por sua vez, José Pastore dei-
xou claro que o Brasil só se des-
tacará competitivamente quan-
do sua educação for de primeiro
mundo. “O país investe muito em
educação, mas investe mal. É pre-
ciso melhorar muito a gestão nes-
sa área”, afirmou.
Quando o assunto é saneamen-
to básico, os indicadores do Brasil
são catastróficos. O país tem avan-
çado do ponto de vista econômico,
mas com relação ao saneamento
segue na contramão e está muito
distante da posição ideal para a
sua realidade econômica. Esta foi
a conclusão de especialistas no
assunto, que participaram do se-
gundo seminário do Agenda Bahia
2014, dia 18 de novembro.
“Estamos discutindo um pro-
blema do século 19. É uma tragé-
dia estarmos falando agora, em
pleno ano de 2014, de estruturas tão atrasadas. É
preciso agir”, alertou o professor sênior do Instituto
de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo,
José Eli da Veiga. A crítica foi feita durante o painel
Desafios e oportunidades com a nova lei do saneamen-
to básico.
Dados mostram que o Brasil perde quase 40% da
sua água potável; a cobertura de esgoto não chega à
metade da população; apenas 38% desse esgoto rece-
be tratamento; 6 milhões de brasileiros não dispõem
de um simples vaso sanitário na residência.
ENERGIASe a energia gerada por meio de termelétricas cus-
ta R$ 1 mil o MWh, enquanto que a energia produzida
por reuso de água custa R$ 165 o MWh; e se, além dis-
so, o uso de termelétricas movidas a óleo diesel gera
forte impacto ambiental, enquanto que a reutilização
da água teria efeito contrário, por que o país não in-
veste nessa última forma de energia, que traz ganhos
ambientais visíveis?
O painel Esgoto sustentável, um grande negócio:
da bioenergia ao reuso da água discutiu esta questão,
com a presença de Victor Valente, da GIZ; Ana Cris-
tina Mascarenhas, da Neoenergia, e Cláudio Villas
Boas, da Odebrecht Ambiental, tendo como modera-
dor Sérgio Bastos, do Conselho de Infraestrutura da
FIEB. Eles acreditam que a mudança desse ambiente
hostil ao reuso da água para produção de bioenergia
passa pela mobilização da sociedade.
CIdAdES SUSTENTÁVEISO primeiro dia do Fórum Agenda Bahia 2014 (11.11),
debateu o futuro das cidades. Dentro do tema do se-
minário Desenvolvimento Regional, o presidente da
FIEB, Ricardo Alban, afirmou que os centros urbanos
precisam ter um ambiente agradável para as pessoas
e propício ao trabalho. Para ele, a perda da produtivi-
dade, fruto da falta de investimentos em infraestrutu-
ra, entre outros aspectos, afeta diretamente a indús-
tria de transformação.
A abertura do evento contou com a presença do
prefeito de Salvador, ACM Neto, que citou medidas
de sua administração para a melhoria da mobilidade
urbana, a exemplo da implantação de ciclo rotas (a
meta é chegar a 350 quilômetros até 2016) e a reali-
zação do estudo Salvador 500, “o qual irá traçar um
planejamento para os próximos 35 anos para a capital
baiana, disse. [bi]
“ Por mais que a gente invista na qualificação profissional,preparando pessoas para as necessidades do mercado, é notório que, infelizmente, falta educaçãode base no BrasilLeone Peter Andrade, diretor regional do senai bahia
14 Bahia Indústria
Com mais de 50 ações realizadas em Salvador
e em cidades-polo do interior baiano em 2014,
o Programa de Desenvolvimento Associativo
(PDA) tem contribuído para o fortalecimento
dos sindicatos filiados à Federação das Indústrias do
Estado da Bahia (FIEB). Trata-se de uma iniciativa da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), iniciada
em 2006, para dar maior suporte aos sindicatos in-
dustriais de todo o país.
Desde o ano passado o programa se divide em
duas vertentes: Associa Indústria, em parceria com
o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae), voltado para a ampliação da base sindical;
e Avança Sindicato, que tem como objetivo o fortale-
FortAleCImento doS SIndICAtoS
projeto desenvolvido em parceria com a Confederação nacional da indústria oferece apoio aos associados da fiEB
por marta erhardt
cimento da gestão dos sindicatos.
As primeiras ações do PDA fo-
ram cursos para gestores sindi-
cais. Com o tempo, observou-se a
necessidade de ampliar o escopo,
incluindo capacitações para exe-
cutivos e empresários (de organi-
zações associadas e não associa-
das). Em 2014, a FIEB promoveu
36 cursos, nas três modalidades,
em todo o Estado.
Esse crescimento no número
de ações, desde o ano passado,
foi fruto da parceria firmada com
o Sebrae, que permitiu a realiza-
ção das capacitações também no
interior do estado. Outro apoio
fundamental foi do Centro das In-
dústrias da Bahia (CIEB). “Com o
apoio do CIEB conseguimos mobi-
lizar mais os empresários e ganha-
mos mais força”, ressalta a gerente
de Relações Sindicais da FIEB,
Manuela Martinez.
Os cursos destinados aos em-
presários abordam temas rele-
vantes para a indústria – como
relações trabalhistas e custo da
Bahia Indústria 15
Marcelo
Carvalho
ministrou
curso sobre
fiscalização do
trabalho
marCE
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anDra/C
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tO/s
istE
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iEB
energia elétrica – e atendem de-
mandas apontadas pelos parti-
cipantes. Para 2015, dois novos
temas serão incorporados ao por-
tfólio: Como lidar com as NRs que
mais impactam na indústria? e
Como preparar sua indústria para
o mercado internacional?, este úl-
timo, realizado em parceria com o
Centro Internacional de Negócios
(CIN/FIEB).
Mais de 500 pessoas participa-
ram das capacitações promovidas
pela FIEB em 2014. Entre elas,
está o presidente do Sindicato
das Indústrias de Fibras Vegetais
no Estado da Bahia (Sindifibras),
Wilson Andrade, além de execu-
tivos do sindicato. “Os cases de
sucesso discutidos nos ajudam a
refletir melhor e contribuem para
a tomada de decisões. Além disso,
o programa estimula a troca de ex-
periência e a cooperação entre os
sindicatos”, avalia Andrade.
Outra ação do PDA é a elabora-
ção do planejamento estratégico
dos sindicatos, que visa construir
uma política de gestão a longo
prazo, com a definição de dire-
cionadores, como missão, visão,
valores, objetivos estratégicos e
plano de ação. Neste ano, foram
elaborados 10 planejamentos. Um
deles foi o do Sindicato das Indús-
trias de Produtos de Cimento do
Estado da Bahia (Sinprocim). “É
uma importante ferramenta que
auxilia no acompanhamento das
ações propositivas, contribuindo
para a ampliação da base de as-
sociados, com o fortalecimento do
sindicato e empresas do segmen-
to”, avalia o presidente do Sinpro-
cim, José Carlos Telles Soares.
INTERCÂMBIOUma novidade realizada em
2014 foi o Intercâmbio de Lide-
ranças Sindicais, promovido pela
CNI, em parceria com as Federa-
ções. Os encontros têm o objetivo
de fomentar a troca de experiên-
cias de gestão entre os presiden-
tes de sindicatos, além de discutir
temas como negociação coletiva,
defesa de interesses e prestação
de serviços. Neste ano, foram re-
alizados encontros de lideranças
dos segmentos industriais de ves-
tuário, cerâmica, metal-mecânico,
químico e farmacêutico, alimen-
tos e construção civil.
OUTRAS INICIATIVASPara 2015, o PDA ampliará as
ações na Bahia. Uma delas é o Dia
do Empresário da Indústria, que
vai mobilizar empresários da in-
dústria, especialmente no interior
do estado, para a importância do
associativismo. O evento será rea-
lizado nas cidades-polo das regi-
ões do Programa de Interiorização
do Sistema FIEB.
Também no próximo ano, os
sindicatos filiados à FIEB vão con-
tar com o Sistema de Inteligência
de Negócios da Indústria, ferra-
menta de business intelligence,
que permitirá que os sindicatos
tenham acesso a informações so-
bre arrecadação, representação e
negociações coletivas, por exem-
plo. Os dados serão apresentados
em forma de painéis e auxiliarão
os sindicatos na definição e acom-
panhamento de estratégias.
Outra novidade é o Portal dos
Sindicatos, que vai reunir infor-
mações do universo dos sindica-
tos industriais da Bahia. A ferra-
menta permitirá que os sindicatos
tenham acesso às informações re-
levantes e serviços prestados pelo
Sistema FIEB, a exemplo de asses-
soria jurídica online. [bi]
16 Bahia Indústria
O momento é de correção de
rota para a economia brasi-
leira e de aproximação com
a iniciativa privada. Esse
parece ser o entendimento
do próprio governo, consi-
derando a indicação, para
o Ministério da Fazenda, de
Joaquim Levy, ex-diretor su-
perintendente do Bradesco Asset Management, braço
de fundos de investimento do banco; de Nelson Bar-
bosa, indicado para o Planejamento e de Armando
Monteiro Neto, um nome vinculado à área industrial
para dirigir o Ministério do Desenvolvimento, Indús-
tria e Comércio.
A escolha de nomes como estes, ligados ao merca-
do, é uma ponte para o diálogo, elemento importante
na superação de desconfianças quanto à condução
da economia no segundo governo Dilma Rousseff.
Esse é o modo de ver, por exemplo, do presidente da
Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB),
Antonio Ricardo Alvarez Alban. “Observo sinais for-
tes de movimentos do governo Dilma em direção do
empresariado. Um exemplo é a indicação de Arman-
do Monteiro, um importante sinal para a indústria.
Outro exemplo é a constituição de oito equipes de tra-
balho, compostas por agentes públicos e da iniciativa
privada, com a missão de avaliar e propor políticas
em áreas como inovação, comércio exterior, desburo-
cratização e compras governamentais, as quais serão
entregues à presidente Dilma ainda em dezembro”,
afirmou o presidente da FIEB.
Mas, para muitos, hoje só há um caminho a ser
trilhado pelo governo, caso pretenda dar um freio de
arrumação e ajudar a recolocar a economia brasilei-
ra nos trilhos: fazer a reforma fiscal, o que significa
gastar menos com o custeio da máquina pública e re-
duzir o patamar da dívida pública. O próprio Joaquim
Levy já anunciou que trabalha com metas de supe-
rávit primário e que pretende trazer a inflação para
o centro da meta (4,5%). Ou seja, 2015 será um ano
de baixo crescimento, de arrumação do setor público,
de controle da dívida interna e de combate à inflação,
para que o país não perca posições no ranking de
avalição de riscos.
O caráter inadiável da reforma fiscal é defendido
pelo economista Paulo Rabello de Castro, presiden-
te do Conselho de Economia da Fecomércio/SP e do
Lide Economia. Caso leve a sério esse compromisso,
observa, o governo abriria espaço para investir em
infraestrutura, tornando a produção brasileira mais
competitiva. “A reforma fiscal deve ser feita imedia-
tamente, pois é insustentável o país gastar, como
ocorre hoje, 5% do PIB com juros da dívida pública”,
afirma.
O professor da Faculdade de Economia da UFBa,
Oswaldo Ferreira Guerra, acredita que, até em função
da nova equipe econômica, que considera ortodoxa,
uma das primeiras providências do governo será lan-
çar mão da reforma fiscal. Para gastar menos, buscan-
do equilibrar a relação dívida/PIB, e também enxu-
gar a quantidade de moeda na economia, com reflexo
positivo na inflação. “Teremos um Banco Central ri-
goroso, para trazer a inflação para o centro da meta
(4,5%), com taxas de juros mais elevadas. O quanto,
só dependerá do que for feito na reforma fiscal. Como
haverá o realinhamento nos preços dos combustíveis
e da energia, com impacto na inflação, tudo indica
que o enxugamento de gastos e o aumento dos juros
tendem a ser maiores em um primeiro momento para
compensar, mas há um limite para isso, pois a dívida
pública, na casa de US$ 1,2 trilhão, cresce sempre que
aumenta a Selic”, prognostica Oswaldo Guerra.
REFORMAS NECESSÁRIASAliado à reforma fiscal, o governo federal precisa
realizar também outras reformas capazes de ajudar
a desatar o nó do crescimento sustentado. As princi-
pais, segundo Paulo Rabello de Castro, são a reforma
trabalhista, para diminuir o grau de judicialização
da Justiça do Trabalho; e a reforma tributária, que
poderia se restringir, num primeiro momento, à sim-
plificação da teia de impostos no país, desonerando
as empresas.
Essa simplificação não significa mexer nas recei-
tas da União, estados e municípios, pois isso invia-
bilizaria qualquer reforma tributária. O caminho,
sugere Paulo Rabello, seria juntar todos os impostos
em apenas cinco: Fundo do Trabalhador (para finan-
ciar a nova Previdência), ICMS Nacional (financiar a
Bahia Indústria 17
por cleber borges
o dilema entre gastar mEnos E crEscEr maisacadêmicos e analistas setoriais avaliam os principais desafios para o Brasil em 2015
gEn
til
18 Bahia Indústria
União, estados e municípios), IR (financiar a pre-
vidência atual), impostos locais (como o ISS, pa-
ra financiar estados e municípios), e regulatórios
(que financiar a União). “Isso, por si, já daria ao
Brasil até dois pontos percentuais no crescimento
do PIB”, garante.
As restrições de ordem conjuntural (o baixo
desempenho das economias do Japão e Europa,
por exemplo) e estrutural (a má qualidade do en-
sino no país, violência assustadora, problemas
de saneamento básico e, por tabela, de saúde)
não deixam muita margem para que a economia
nacional reaja rapidamente aos estímulos dos se-
tores público e privado. Por esta razão, o diretor
de Operações da Confederação Nacional da In-
dústria (CNI), Rafael Lucchesi, encara o ano de
2015 ainda com certa apreensão. Mas, por outro
lado, vê com bons olhos os sinais emitidos pelo
novo governo de interlocução com o setor produ-
tivo, especialmente com a Confederação Nacio-
nal da Indústria.
O diretor da CNI defende uma agenda focada
na competitividade, o que passa pela inovação.
“Apesar da gravidade dos problemas pelos quais
o país passa, achamos que há um horizonte posi-
tivo, onde o governo tem clareza das necessida-
des de fazer ajustes para retomar o equilíbrio ma-
croeconômico, incluindo a necessidade de asse-
gurar o crescimento e aumentar a produtividade
do trabalho, temas centrais colocados na agenda
da indústria”, afirma Lucchesi.
PERdA dE COMPETITIVIdAdESetor dinâmico em qualquer economia avan-
çada, no Brasil, a indústria tem perdido competi-
tividade ao longo das últimas décadas e, em 2014,
deve apresentar queda de 2,2%. O presidente da
Braskem, Carlos Fadigas, prevê que, em 2015, o
setor cresça 1,3%, um desempenho insuficiente
para recuperar a queda de 2014. A Braskem, uma
das dez empresas que mais exportam e importam
no país, estima que a balança comercial brasi-
leira de produtos industrializados apresente, em
2014, um déficit de US$ 110 bilhões. Em 2013, ve-
rificou-se déficit de US$ 105 bilhões. São números
que reforçam os diagnósticos de perda de compe-
titividade da indústria brasileira.
“A indústria nacional não consegue competir
no âmbito internacional e as razões para isso são
AS AMARRAS QUE SEGURAM O BRASIL
RODOVIA ENCARECE CUSTO DA LOGÍSTICA
CUSTO LOGÍSTICO EM RELAÇÃO À RECEITA LÍQUIDA NO BRASIL (%)Quanto gastam as empresas com transporte, armazen-agem, estoque, tempo de espera etc
1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013
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Brasil
Bahia
Fonte: Fundação João Cabral
22,69Bens de capital
20,88Construção
14,63Mineração
12,82Siderurgia | Metalurgia
12,04Agropecuária
10,74Bens de consumo
9,45Têxtil
8,76Automotivo
6,29Químico | Petroquímico
13,14Custo médio Brasil
Bens de capitalBens de capital
ConstruçãoConstrução
MineraçãoMineração
Siderurgia | MetalurgiaSiderurgia | Metalurgia
AgropecuáriaAgropecuária
Bens de consumoBens de consumo
TêxtilTêxtil
AutomotivoAutomotivo
Químico | PetroquímicoQuímico | Petroquímico
Custo médio BrasilCusto médio Brasil
SANEAMENTO BÁSICO NO BRASILMunicípios com Abastecimento de Água - %
Cidades com redes de Esgoto - %
O IDEB é obtido pelas notas, de 0 a 10, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.
Houve um tímido avanço entre 2011 e 2013, nas notas do ensino básico, mas insuficientes para caracterizar uma melhora na avaliação do ensino nacional.
AVANÇO NA EDUCAÇÃO É TÍMIDOÍndice de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil
VIOLÊNCIA QUE ASSUSTA NAS CAPITAIS BRASILEIRASTaxa de homicídios por 100 mil habitantes
1998
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
2008 2012
Taxa considerada aceitável pela ONU = 10 homicídios por 100 mil/hab
Maceió Recife Vitória Salvador João Pessoa Curitiba Brasil
5.0 5.2
4.1 4.23.7 3.7
2011
2013
Ensino Fundamental Ensino Médio
1º ao 5º ano 6º ao 9º ano
Fonte: Ministério dos Transportes.
2012 % TKU US$ | Mil TKU
67%RODOVIÁRIO
FERROVIÁRIO
AQUAVIÁRIO
DUTOVIÁRIO
AÉREO
133
18% 22
11% 30
3% 25
0,04% 1.060
Fonte: Mapa da Violência 2014
Fonte: Ministério da Educação
InFrAeStruturA é prIorIdAde
•O Brasil investiu, em média,
r$ 81 bilhões/ano em infraestrutura,
entre 2000 e 2010, ou 2,1% do PIB. A
China investe 7,3% do PIB/ano. O Chile
investe 6,2% e a Índia 5,6%, conforme
o estudo Desafios e Oportunidades na
Infraestrutura, de 2011, de Armando
Castelar (FGV)
•Segundo o mesmo estudo, para suprir
o déficit da infraestrutura, o Brasil teria
que investir, no mínimo, 5% do PIB/
ano, equivalente a r$ 203 bilhões/ano
•Os piores níveis de desenvolvimento
e competitividade estão nos setores de
portos e saneamento, de acordo com
estudo da CNI. Os setores mais
desenvolvidos são os de energia e de
telecomunicações
•Levantamento com empresários do
Fórum Nacional da Indústria mostra
que 76% dos industriais acham
prioritária a melhoria dos portos. A
seguir vem: redução do custo de
energia (73%) e maior uso do
transporte ferroviário (58%)
•A malha ferroviária brasileira é
limitada. O país possui 4 quilômetros
de ferrovia para cada mil quilômetros
quadrados de território. A China tem 7
quilômetros e os EUA 21 quilômetros
•r$ 30,2 bilhões/ano do Nordeste
gasta com transporte ou 6% do PIB
•r$ 25,8 bilhões/ano é quanto a
região precisa investir em logística até
2020 para atender a demanda prevista
•90% dos investimentos no Nordeste
devem ser destinados às ferrovias e
aos portos; 9% devem ser investidos
nas rodovias e 1% nas hidrovias
•65% é quanto o uso supera a
capacidade em algumas rodovias da
região
Bahia Indústria 19
AS AMARRAS QUE SEGURAM O BRASIL
RODOVIA ENCARECE CUSTO DA LOGÍSTICA
CUSTO LOGÍSTICO EM RELAÇÃO À RECEITA LÍQUIDA NO BRASIL (%)Quanto gastam as empresas com transporte, armazen-agem, estoque, tempo de espera etc
1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013
50
60
70
80
90
Aba
stec
imen
to d
e Á
gua
- %
Brasil
Bahia
1999
0
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Red
e de
Esg
oto
- %
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013
Brasil
Bahia
Fonte: Fundação João Cabral
22,69Bens de capital
20,88Construção
14,63Mineração
12,82Siderurgia | Metalurgia
12,04Agropecuária
10,74Bens de consumo
9,45Têxtil
8,76Automotivo
6,29Químico | Petroquímico
13,14Custo médio Brasil
Bens de capitalBens de capital
ConstruçãoConstrução
MineraçãoMineração
Siderurgia | MetalurgiaSiderurgia | Metalurgia
AgropecuáriaAgropecuária
Bens de consumoBens de consumo
TêxtilTêxtil
AutomotivoAutomotivo
Químico | PetroquímicoQuímico | Petroquímico
Custo médio BrasilCusto médio Brasil
SANEAMENTO BÁSICO NO BRASILMunicípios com Abastecimento de Água - %
Cidades com redes de Esgoto - %
O IDEB é obtido pelas notas, de 0 a 10, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.
Houve um tímido avanço entre 2011 e 2013, nas notas do ensino básico, mas insuficientes para caracterizar uma melhora na avaliação do ensino nacional.
AVANÇO NA EDUCAÇÃO É TÍMIDOÍndice de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil
VIOLÊNCIA QUE ASSUSTA NAS CAPITAIS BRASILEIRASTaxa de homicídios por 100 mil habitantes
1998
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
2008 2012
Taxa considerada aceitável pela ONU = 10 homicídios por 100 mil/hab
Maceió Recife Vitória Salvador João Pessoa Curitiba Brasil
5.0 5.2
4.1 4.23.7 3.7
2011
2013
Ensino Fundamental Ensino Médio
1º ao 5º ano 6º ao 9º ano
Fonte: Ministério dos Transportes.
2012 % TKU US$ | Mil TKU
67%RODOVIÁRIO
FERROVIÁRIO
AQUAVIÁRIO
DUTOVIÁRIO
AÉREO
133
18% 22
11% 30
3% 25
0,04% 1.060
Fonte: Mapa da Violência 2014
Fonte: Ministério da Educação
20 Bahia Indústria
muitas. Incluem o real supervalo-
rizado, salários que crescem muito
acima da produtividade do traba-
lho, excessos de burocracia, custo
elevado da energia, custos traba-
lhistas, problemas de infraestru-
tura e carga tributária alta”, afirma
Carlos Fadigas. A receita para supe-
rar essa realidade requer, segundo
ele, apoio do governo à inovação,
desoneração dos investimentos, re-
dução do custo da energia, melho-
ra da infraestrutura, simplificação
da legislação tributária, mão de
obra qualificada e a criação de con-
dições competitivas para a oferta
de matéria prima.
“Cortamos custos permanente-
mente, mas da porta da fábrica pa-
ra fora perdemos competitividade.
Estamos motivados em continuar
investindo no Brasil, mas sincera-
mente não está sendo fácil”, afir-
ma o presidente da Braskem.
A competitividade da economia
brasileira depende muito da qua-
lificação do capital humano. Esse
é o recado do PhD em sociologia
pela Universidade de Wisconsin
(EUA), professor José Pastore, ao
lembrar em reunião na FIEB que
educação é ponto estratégico na
nova realidade econômica. Em-
bora muitos críticos da educação
preguem o aumento dos gastos no
setor e exista mesmo um projeto
nesse sentido tramitando no Con-
gresso Nacional, propondo que o
volume de recursos para a educa-
ção chegue a 10% do PIB nacional,
José Pastore vai na direção contrá-
ria: para ele, o país já investe mui-
to no setor, porém gasta mal.
Hoje, o Brasil investe 5,7% do
PIB em educação, o 15º índice mais
alto entre os 42 países membros
da Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), à frente de Reino Unido,
fOtOs marCElO ganDra/COpErphOtO/sistEma fiEB
Economistas
Paulo Rabello
de Castro
e Oswaldo
guerra
Estados Unidos, Canadá e Alema-
nha, por exemplo. Se estes países
investem relativamente menos e
têm uma educação mais qualifi-
cada, o que acontece conosco? “É
necessário melhorar a gestão da
educação, para gastar melhor o
que aplicamos”, afirma Pastore.
Alertando que "a indústria tem
pressa", a CNI defende que o go-
verno deve apresentar no início
do próximo ano uma agenda de
competitividade com metas claras
e definidas por uma estrutura de
governança criada especialmente
para gerir e coordenar as ações. Os
investimentos em infraestrutura e
as reformas trabalhista e tributá-
ria são as prioridades defendidas
pela indústria para 2015.
Esse pleito consta da Carta da
Indústria 2014, documento que
apresenta as propostas construí-
das pelo setor durante os dois dias
do Encontro Nacional da Indústria
(ENAI), evento que reuniu 1.800
empresários em Brasília. "Nossa
expectativa é que o governo inicie
o ano apresentando uma agenda
que diga onde pretende chegar e
de que forma. A CNI vai monitorar
permanentemente os resultados
e fazer um termômetro de como
está avançando a agenda da com-
petitividade", afirma o diretor de
Políticas e Estratégia da CNI, José
Augusto Fernandes.
A CNI defende que o governo
priorize três pontos críticos: o
sistema tributário deve eliminar
a cumulatividade de impostos e
desonerar as exportações e inves-
timentos; as relações de trabalho
devem ser modernizadas de acor-
do com as atuais condições de tra-
balho e com segurança jurídica;
e os investimentos em infraestru-
tura devem se elevar em relação
ao PIB, com maior participação
do capital privado. O objetivo do
setor industrial é reverter o qua-
dro de perda de importância na
economia brasileira. Hoje, a par-
ticipação da indústria no PIB é
de 25%, dez pontos percentuais a
menos que nos anos 1990, sendo
que a indústria de transformação
representa apenas 13% do PIB. [bi]
Bahia Indústria 21
conselhos
rO
BEr
tO a
BrEU
/CO
pEr
phO
tO/s
istE
ma f
iEB
Workshops do Lide bahiaDiscutir o cenário atual e buscar caminhos para o
setor empresarial. Este foi um dos objetivos do II
Fórum de Oportunidades de Investimento na
Bahia, realizado pelo Grupo de Líderes
Empresariais (Lide Bahia) e a FIEB. O encontro
resultou em discussões, realizadas nos
workshops setoriais. Confira algumas das ideias
apresentadas nos workshops.
AGRONEGÓCIO • Com foco nas cadeias produtivas do coco, madeira e algodão, as conclusões apontaram para o destaque da Bahia no volume de produção, mas para um fraco nível de industrialização dos produtos. Apenas 1,2% da produção de algodão, por exemplo, é industrializada, embora a seja a segunda maior produtora do Brasil.
ÓLEO E GÁS/NAVAL • O grupo de trabalho apresentou propostas como a ampliação da produção de petróleo no Recôncavo da Bahia. A ideia é negociar com a Petrobras a realização de leilões dos seus campos de produção de até 1.000 barris/dia, mantendo participação máxima de 49% para empresas e consórcios. Outra proposta do grupo de trabalho é a implementação de uma política de incentivo para bacias terrestres maduras.
PORTOS • A necessidade de um novo marco regulatório de portos foi um dos pontos de discussão. Há perspectiva de grandes investimentos no setor portuário, mas tudo depende do destravamento da nova legislação. A Braskem anunciou um projeto de investimento de R$ 110 milhões para construção de um novo terminal de granel líquido no Porto de Aratu.
MINERAÇÃO • Há uma grande oferta global de minério de ferro, com grandes reservas disponíveis na Bahia, mas a fraca demanda tem provocado uma acentuada queda de preço. Ponto positivo do mercado é que a Bahia é o terceiro maior produtor de rochas ornamentais do Brasil, segmento que, mesmo com a crise, tem uma demanda mundial crescente.
TERMOPLÁSTICOS • Este grupo apresentou um plano nacional de incentivo à cadeia termoplástica, trabalhado em conjunto por Braskem, Apiplast e sindicatos. Este plano tem metas estabelecidas, focadas no aumento da exportação de plásticos transformados. As perspectivas e os mecanismos institucionais de apoio à exportação, como o CIN da FIEB, foram apresentados. Para 2015, inclusive, existe uma agenda que foca no acesso a outros mercados. ENERGIA • As principais discussões desse workshop abordaram as oportunidades do mercado de energia renovável e o grande potencial da Bahia nesta área.
Os coordenadores dos nove Conselhos e três Comitês
Temáticos da FIEB entregaram ao presidente Antonio
Ricardo Alvarez Alban, no dia 20 de novembro, os
planos de ação para 2015, durante reunião na sede da
entidade, em Salvador. Cada plano de ação leva em
consideração o cenário econômico e como ele impac-
ta a área representada.
“Os conselhos e comitês temáticos são geradores
de conteúdo de interesse relevante para as empresas
industriais, sindicatos e para a própria estrutura exe-
cutiva do Sistema FIEB”, afirmou o presidente Anto-
nio Ricardo Alban. Por essa razão, segundo ele, é pre-
ciso que estes órgãos estejam alinhados em seu pla-
nejamento com as prioridades da gestão da entidade.
O 1º vice-presidente da FIEB e coordenador do
Compem (Conselho da Micro e Pequena Empresa In-
dustrial), Carlos Gantois, explicou que os conselhos
e comitês têm a função da subsidiar a diretoria da
organização com pareceres e recomendações relacio-
nados às suas áreas de atuação.
No Sistema FIEB, são estes os conselhos temáticos
e comitês: Assuntos Fiscais e Tributários; Inovação e
Tecnologia; Economia e Desenvolvimento Industrial;
Infraestrutura; Meio Ambiente; Comércio Exterior;
Micro e Pequena Empresa Industrial; Responsabili-
dade Social Empresarial; e Relações Trabalhistas; e
os Comitês de Petróleo e Gás, de Jovens Lideranças da
Indústria e de Portos.
O presidente
Ricardo Alban
recebeu as
propostas
dos órgãos
consultivos
conselhos entregam planos de ação 2015
22 Bahia Indústria
o Brasil não poderá crescer de forma sus-
tentada se não aumentar a produtividade,
no capital e no trabalho. A afirmação é do
ex-diretor executivo do Grupo Banco Mun-
dial, Rogério Studart, ao falar sobre tendências do
fluxo internacional de investimentos, no primeiro
dia de trabalhos do II Fórum de Oportunidades de In-
vestimento na Bahia, dia 13 de novembro. O evento é
realizado conjuntamente pelo Grupo de Líderes Em-
presariais (LIDE Bahia) e a Federação das Indústrias
do Estado da Bahia (FIEB).
Para Studart, se o país não conseguir alavancar
investimentos em infraestrutura e logística, e se não
melhorar o ambiente de negócios, proporcionando
mais transparência e segurança jurídica em suas po-
por rafael Pereira e cleber borges
lIde debateu desafios no ambiente de negócios do Brasiltemas como infraestrutura, investimentos estrangeiros e dívida pública estiveram na pauta do fórum de Oportunidades
líticas e normas, será engolido pe-
la crise internacional. “O que mais
me surpreende nas viagens ao ex-
terior é que o investidor estrangei-
ro ainda tem uma boa percepção
do Brasil, diferente, inclusive, da
percepção do investidor brasilei-
ro. Esse fenômeno representa uma
grande janela de oportunidades
lá fora e explica por que o inves-
timento direto externo no Brasil
tem aumentado, apesar dos nos-
sos problemas econômicos, como
o baixo crescimento e a inflação
alta”, avalia Rogério Studart.
Para o presidente da FIEB, An-
tônio Ricardo Alvarez Alban, o
Brasil passa por um processo de
desindustrialização, que também
afeta a Bahia, apesar dos recen-
tes investimentos em áreas como
energia eólica e em petroquímica
(polo acrílico, etc.). “Mas precisa-
mos atrair muito mais investimen-
tos”, afirma Alban, ao lembrar,
na abertura do evento, que sem a
indústria não há como se obter de-
senvolvimento sustentado.
Presente ao Fórum, o prefeito
de Salvador, Antonio Carlos Maga-
Bahia Indústria 23
WaltEr pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB
lhães Júnior, afirmou que os entes
federados (União, estados e muni-
cípios) devem trabalhar em con-
junto para superar os problemas
econômicos, investindo em infra-
estrutura e dando ao empresário
mais segurança jurídica. Isso, sem
abrir mão da responsabilidade fis-
cal, gastando menos com o estado
e mais com o cidadão. “Faço votos
de que o governador eleito (Rui
Costa) crie as condições para que
os empresários possam investir”,
afirmou ACM Neto.
dEBATESO primeiro dia do evento contou
com dois painéis de discussão. O
primeiro deles abordou as Perspec-
tivas de Desenvolvimento Regional
Diante do Fluxo de Investimento Ex-
terno. Além da palestra de Studart,
o painel contou também com uma
apresentação do diretor de negó-
cios do Banco do Nordeste, Paulo
Sérgio Rebouças Ferraro, que falou
a respeito das propostas e desafios
do desenvolvimento regional. Na
ção macroeconômica e com menos
potencialidades que ele. Essa des-
pesa com juros impede que sobre
dinheiro para o governo investir
mais em infraestrutura (hoje, ape-
nas 1,5% do PIB), ao tempo em que
o leva aumentar os juros.
A crítica partiu de Paulo Ra-
bello de Castro, presidente do
conselho de economia da Feco-
mércio/SP e do Lide Economia, no
segundo dia do Fórum (14.11). O
economista, que acaba de lançar
o livro O Mito do Governo Grátis,
defende reformas para amparar
o desenvolvimento econômico e
social.
Uma delas, descomplicar o
sistema tributário, oneroso para
o contribuinte, deixando apenas
cinco impostos, mas sem mexer
nas receitas da União, estados e
municípios, pois isso inviabiliza-
ria qualquer reforma tributária.
“Isso, por si, já daria ao Brasil até
dois pontos percentuais no cresci-
mento do PIB”, garante.
WORKShOPS E FEIRADurante a realização do Fórum,
foram promovidos workshops pa-
ra debater o contexto de alguns
segmentos estratégicos na Bahia.
Os temas dos workshops foram:
Cadeia Termoplástica, Portos,
Energia, Naval e Óleo e Gás, Agro-
negócios e Mineração. No final do
evento, foi realizado um painel
reunindo índices, os principais
problemas e as possíveis soluções
que estão surgindo em cada um
destes segmentos.
Nos dois dias de evento, tam-
bém foi realizada uma Feira de
Negócios, com o objetivo de abrir
espaço para que empresas de to-
dos os portes façam contatos com
potenciais investidores. [bi]
sequência, foi promovido um de-
bate com a presença do diretor pre-
sidente da Renova, Carlos Mathias
Becker Neto; do diretor presidente
da Veracel, Sergio Alipio; e do vice-
-presidente de relações institucio-
nais e desenvolvimento sustentá-
vel da Braskem, Marcelo Lyra.
Ações Promotoras do Desen-
volvimento na Bahia foi o tema do
segundo painel, apresentado pelo
presidente do IBMEC, Thomás Sá;
o secretário municipal de Desen-
volvimento, Cultura e Turismo,
Guilherme Bellintani; e o gerente
executivo de comércio exterior da
CNI, Diego Bonomo. Para debater
o tema, foram convidados o pre-
sidente do Conselho do Instituto
Baiano do Mercado de Capitais,
ACM Júnior; o diretor do Jornal A
Tarde, André Blumberg; e a repre-
sentante da ApexBrasil, Juliana
Alencar.
O Brasil gasta absurdos 5% do
PIB com juros da dívida pública,
um percentual muito acima do
que pagam países em pior situa-
Presidente da
FIEb, Ricardo
Alban, falou
na abertura
do evento
24 Bahia Indústria
por rafael Pereira
os soteropolitanos podem
comemorar: o Teatro SE-
SI está, novamente, de
portas abertas. Após 14
meses fechado, em reforma, o es-
paço que já se tornou referência
no circuito cultural de Salvador
está ainda mais moderno e estru-
turado. Para celebrar, uma noite
cheia de apresentações culturais,
promovida pela FIEB, no dia 3 de
dezembro.
As apresentações foram condu-
zidas pelo ator Jackson Costa, que
levou seu espetáculo “Ser Criati-
vo é Estilo de Vida” para o palco
e convidou diversos artistas para
fazer parte da apresentação. Inte-
graram o show: Claudia Cunha,
Alexandre Leão, Cal Ribeiro, Die-
go Santana e Aderbal Duarte –
músicos que têm forte ligação com
o espaço, alguns deles revelados
pelo Programa Arte na Empresa,
do SESI. A cerimônia contou ainda
com projeções em vídeo, recital de
poesias, depoimentos de convida-
dos especiais e grafite, realizado,
ao vivo, pelo artista plástico De-
nissena.
Para Jackson Costa, essa mistu-
ra de artistas e a proximidade de-
les com o público traduz muito da
alma do Teatro do SESI, que cum-
pre o papel de ser um espaço alter-
nativo e de formação de plateia em
Salvador. “Além de promover esta
oportunidade para novos públi-
cos e novas produções, esse teatro
também proporciona uma apro-
ximação entre artista e público.
Na minha opinião, o SESI cumpre
esse papel e está para Salvador as-
sim como a Casa Lauro Alvim está
para o Rio de Janeiro”, comparou.
O presidente da FIEB, Ricar-
do Alban, expôs a satisfação da
Federação em proporcionar pa-
ra a cidade um equipamento tão
importante. “Cultura e arte são
imprescindíveis para qualquer
sociedade, qualquer civilização.
Revitalizamos o espaço para o
industriário e a sociedade sote-
ropolitana como um todo. É uma
honra participar dessa história”,
destacou.
O ESPAÇOInaugurado em 1997, o espaço
recebeu quase R$ 2 milhões em
investimentos para melhorar a
infraestrutura do espaço, com o
Artistas da
indústria e
Alexandre
Leão se
apresentaram
na reabertura
do espaço
cultural
teatro SeSI reabre após reforma
as obras envolveram o centro cultural, a administração, o teatro e a Varanda do sEsi
Bahia Indústria 25
fOtOs WaltEr pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB
Armando Neto,
Rosa Villas-
boas, Angélica
Ribeiro e
Ricardo
Alban; abaixo,
descerramento
da placa
inaugural
objetivo de proporcionar maior conforto aos usuá-
rios. O teatro oferece, agora, um total de 96 lugares,
incluindo vagas para cadeirantes. Com a requalifica-
ção, o teatro ganhou um sistema mais moderno de
ar condicionado e melhorias no camarim, na área de
produção e no palco externo.
O superintendente do SESI, Armando Costa Neto,
explicou que tudo foi planejado com muito cuidado.
“O teatro está no SESI, mas é um ativo da nossa ci-
dade que entregamos agora com uma qualidade de
infraestrutura muito melhor. Esta é uma contribuição
que o SESI dá para a nossa sociedade. Tudo aqui é
planejado com muito carinho, desde a parte estrutu-
ral até a pauta da casa, que conta com apresentações
de muita qualidade e importância fundamental para
nossa vida cultural”, pontuou.
No meio de tantas melhorias, um fator chamou
a atenção de Jackson Costa: a ocupação do antigo
casarão do Rio Vermelho pelo SESI, transformando-
-o em espaço cultural. O artista ressaltou que se as
pessoas olhassem para os casarões assim como o
SESI olhou, a cidade teria uma melhor conservação
do seu patrimônio arquitetônico, dando-lhe uma no-
va utilidade.
CUlTURA E QUAlIdAdE dE VIdAO SESI Rio Vermelho é um espaço de cultura aber-
to à comunidade, criado com o objetivo de fomentar
o acesso ao trabalhador da indústria a atividades cul-
turais e criativas. Segundo a gerente do SESI Cultura,
Angélica Ribeiro, “o espaço concentra projetos volta-
dos para o trabalhador da indústria, proporcionando
o contato destes profissionais com diversas lingua-
gens culturais”.
A programação retornou com o espetáculo Love,
um monólogo da atriz Cyria Coentro, e o Festival Que
Onda! Movimento Internacional da Cultura da Infân-
cia e Juventude, com mostras de artes cênicas, me-
sas redondas, oficinas e intercâmbio de experiências
educacionais exitosas, apresentadas por grupos do
Brasil, Espanha e Portugal.
A gerente do teatro, Rosa Villas-Boas, comemorou
o fato de o teatro reabrir com o Festival Que Onda! “É
uma grande alegria estarmos sediando, em parceria
com os consulados de Portugal e Espanha, este im-
portante evento que traz para a Bahia uma discussão
atual sobre a cultura voltada para a infância e a ju-
ventude”, pontua Rosa, comemorando o retorno das
atividades do centro cultural. [bi]
26 Bahia Indústria
indicadorEs Números da Indústria
Queda da produção na BA é a maior do paíssomente são paulo se igualou à Bahia na redução da atividade industrial em setembro (-4,7% na taxa anualizada), de acordo com o iBgE
A taxa anualizada da produção física da indús-
tria de transformação da Bahia teve queda
de 4,7% em setembro de 2014, o terceiro mês
consecutivo de retração. Em agosto de 2014,
houve diminuição de 3,5% na produção do setor e, em
julho, de 2,3%. No ranking dos 14 estados que par-
ticipam da Pesquisa Industrial Mensal da Produção
Física-Reformulada*, seis apresentaram desempenho
positivo: Mato Grosso (4,3%), Goiás (2,6%), Pernam-
buco (2%), Pará (1,8%), Amazonas (1,4%) e Ceará
(1,3%). Os outros oito estados registraram resultados
negativos: além da Bahia (-4,7%), também São Paulo
(-4,7%), Rio de Janeiro (-4,1%), Paraná (-3,5%), Minas
Gerais (-3,3%), Espírito Santo (-2,2%), Rio Grande do
Sul (-1,8%) e Santa Catarina (-1,2%).
Na Bahia, dos 11 segmentos pesquisados, apenas
dois apresentaram resultados positivos: Refino de
Petróleo e Biocombustíveis (3,8%) e Produtos Quími-
cos (1,8%). Por outro lado, apresentaram retração os
segmentos de Veículos Automotores (-34,5%), Equi-
pamentos de Informática (-32,3%), Bebidas (-4,7%),
Metalurgia (-3,8%), Couro e Calçados (-3,6%), Celu-
lose e Papel (-2,5%), Minerais não Metálicos (-1,1%),
Borracha e Plástico (-0,7%) e Alimentos (-0,2%).
Na comparação de setembro de 2014 com igual
mês do ano anterior, a produção física da indústria
de transformação baiana apresentou queda de 5,1%.
Três dos 11 segmentos pesquisados apresentaram
resultados positivos: Produtos químicos (14,1%, au-
mento na produção de xilenos, benzeno e etileno
não-saturado), Couro e Calçados (4,6%) e Celulose e
Papel (0,4%). Apresentaram retração os segmentos:
Equipamentos de Informática (-46,5%, devido a pres-
sões negativas vindas das vendas de computadores
pessoais de mesa), Veículos Automotores (-45,5%,
pressionado pela menor fabricação de automóveis),
Metalurgia (-10,2%, com menor produção de barras,
perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre), Be-
bidas (-5,8%), Minerais não Metá-
licos (-4,9%), Borracha e Plástico
(-2,2%), Refino de Petróleo e Bio-
combustíveis (-1,3%, com redução
na produção de óleos brutos de pe-
tróleo; e de óleos combustíveis) e
Alimentos (-0,9%).
Tendo em conta o acumulado
dos primeiros nove meses de 2014,
em comparação a igual período
de 2013, verifica-se uma queda de
5,9% na produção da indústria
de transformação baiana. Tal de-
sempenho foi determinado pelo
resultado dos seguintes segmen-
tos: Equipamentos de Informática
(-41,4%, em razão da menor pro-
dução de computadores pessoais
de mesa – desktops – e portáteis
– laptops, notebook e tablets), Veí-
culos Automotores (-40,4%, com a
menor fabricação de automóveis),
Metalurgia (-5,9%, devido à menor
produção de barras, perfis e verga-
lhões de cobre e de ligas de cobre),
Couro e Calçados (-4,4%), Mine-
rais não Metálicos (-3,5%), Bebidas
(-1,7%), Celulose e Papel (-0,9%) e
Borracha e Plástico (-0,7%).
Por outro lado, houve expan-
são da produção nos segmentos
de Produtos Químicos (4,6%, com
gEn
til
Bahia Indústria 27
maior produção de ureia, amônia, polietileno de alta
densidade e misturas de alquilbenzenos ou de alqui-
lnaftalenos e hidróxido de sódio), Refino de Petróleo
e Biocombustíveis (2,3%, maior produção de óleo
diesel, óleos combustíveis e gasolina automotiva) e
Alimentos (0,2%).
De modo geral, os setores da indústria de trans-
formação do Brasil e da Bahia enfrentam, em 2014,
grandes dificuldades com o desaquecimento dos
mercados interno e externo. Em 2015, tudo indica que
a economia brasileira continuará desaquecida, com
o esperado aumento dos juros e a diminuição das
despesas públicas. No cenário externo, a tendência
é de baixo crescimento das principais economias, in-
cluindo EUA, Japão e União Européia.
Do ponto de vista estadual, o desempenho negati-
vo da indústria de transformação reflete: (i) a queda
do segmento de Automóveis (responsável por 8,3%
do VTI industrial, em 2012), por conta do mercado
nacional desaquecido, que gerou inclusive a neces-
sidade de se promover férias coletivas para ajuste
dos estoques, além do mercado externo em crise, es-
pecialmente na Argentina, principal importador dos
veículos brasileiros; (ii) Metalurgia (responsável por
4,2% do VTI industrial, em 2012), que enfrenta difi-
culdades com a queda dos preços internacionais das
commodities e o aumento dos custos com a energia;
(iii) segmento de Couro e Calçados (responsável por
3,0% do VTI industrial, em 2012), que registra resul-
tados negativos em virtude do crescimento dos cus-
tos locais de produção e o aumento da concorrência
com os produtos importados. [bi]
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
115
120
125
110
105
100
95
90
85
80
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2012 - 2014)
2012
20142013
* A partir de maio de 2014 tem início a divulgação da nova série da PIM-PF. A reformulação teve como objetivos: atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; adotar, na PIM-PF, as novas classificações, de atividades e produtos, usadas pelas demais pesquisas da indústria a partir de 2007 (CNAE 2.0); e produzir indicadores para aquelas Unidades da Federação que no ano de 2010 responderam por, pelo menos, 1% do Valor da Transformação Industrial e, também, para a Região Nordeste. A série reformulada tem início em janeiro de 2012 e sua implantação não implicou em total ruptura das séries históricas iniciadas em 2002, uma vez que essas foram encadeadas à nova, em termos regionais, nas atividades em que houve uma relativa aderência entre as duas séries.
bahia: pim-pf de setembro 2014
Indústria de Transformação -5,1 -5,9 -4,7
refino de petróleo e biocombustíveis -1,3 2,3 3,8
produtos químicos 14,1 4,6 1,8
veículos automotores -45,5 -40,4 -34,5
alimentos -0,9 0,2 -0,2
celulose e papel 0,4 -0,9 -2,5
Borracha e plástico -2,2 -0,7 -0,7
metalurgia -10,2 -5,9 -3,8
couro e calçados 4,6 -4,4 -3,6
minerais não metálicos -4,9 -3,5 -1,1
equipamentos de informática -46,5 -41,4 -32,3
Bebidas -5,8 -1,7 -4,7
Extrativa Mineral -9,0 2,5 2,1
VariaçãO (%)
SETORES SET14/SET13 JAN-SET14/ OUT13-SET14/ JAN-SET13 OUT12-SET13
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
28 Bahia Indústria
Iel reafirma compromisso com a inovaçãoEvento comemorativo dos 45 anos da entidade reuniu especialistas para debater o tema e apontar desafios
por marta erhardt
Continuar fazendo o mesmo negócio é
cômodo, mas é preciso se adequar às
mudanças do mercado para não cair na
obsolescência”. O alerta do presidente do conselho
administrativo do Porto Digital, Silvio Meira, sobre
a importância da inovação para os negócios, foi feito
durante o evento de comemoração dos 45 anos do Ins-
tituto Euvaldo Lodi (IEL) na Bahia.
Especialista em Engenharia de Software, ele res-
saltou a necessidade de as empresas se adequarem às
mudanças tecnológicas, citando o caso da Kodak, que
perdeu mercado com o surgimento do filme digital.
Segundo ele, neste processo, “criatividade, inovação
e empreendedorismo são parceiros inseparáveis”.
O evento comemorativo foi realizado em 21 de ou-
tubro, no auditório da Federação das Indústrias do
Estado da Bahia (FIEB), e também contou com pales-
tra do diretor de Educação e Tecnologia da Confedera-
ção Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, que
traçou um cenário da indústria brasileira. Lucchesi
destacou que a defasagem educacional do Brasil afe-
ta a competitividade e deixou legados como baixa
produtividade, atraso tecnológico e baixos salários.
Diante deste cenário, Lucchesi esclareceu que a
inovação é fator fundamental para a melhoria da
competitividade. “A inovação une tecnologia e co-
nhecimento e é fundamental para a sobrevivência em
um mercado competitivo. Ela está
em nosso cotidiano, em todas as
atividades”, disse.
Empresários baianos, direto-
res da FIEB e representantes de
instituições parceiras estiveram
reunidos no auditório da Federa-
ção, para celebrar os 45 anos da
instituição. “O IEL é uma ferra-
menta importante para as metas
de interiorização e atendimento às
micro, pequenas e médias empre-
sas industriais atendidas pelo Sis-
tema FIEB”, ressaltou o presidente
da Federação, Ricardo Alban, que
também destacou a importância
da atuação do IEL para o adensa-
mento de cadeias produtivas e o
desenvolvimento de carreiras.
CUlTURA dA INOVAÇãOContribuir para a difusão da
cultura da inovação, colaborando
para que os empresários baianos
priorizem a temática, é um dos
desafios do IEL, apontado pelo
superintendente da instituição na
Bahia, Evandro Mazo. “Queremos
estar mais próximos das empre-
sas, principalmente no interior,
oferecendo soluções integradas”,
frisou.
O superintendente do IEL Na-
cional, Paulo Mol, destacou que
a gestão da inovação, um eixo
importante, desenvolvido recente-
mente dentro da instituição, con-
tribui para a competitividade da
indústria brasileira.
“O IEL está se modernizando
a partir das mudanças que acon-
tecem no mercado. Hoje vejo um
IEL mais voltado para a melhoria
da gestão empresarial, com foco
na melhoria da competitividade”,
disse, ressaltando que a diretriz
principal da instituição permane-
ce a mesma: ser o braço do sistema
indústria que faz o intercâmbio
entre a academia e o setor empre-
sarial.
O evento também contou com
a presença do superintendente do
Sebrae, Adhvan Furtado.
Bahia Indústria 29
ÂngElO pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB
Linha do Tempo ieL
Presidente do conselho
administrativo do Porto
Digital, Silvio Meira ministrou
palestra
1969 Euvaldo Lodi cria o IEL.
1977 Em dezembro de 1977 é promulgada a Lei 6.494, a Lei de Estágio. 1978 Os presidentes da CNI, Domício Velloso, e da FIEB, Fernando Almeida, investem para ampliar a autonomia do IEL/BA.
1980 O IEL/BA assina convênio com o Centro Industrial de Aratu para colaboração no estágio supervisionado.
1996 O IEL promove o Primeiro Seminário sobre Incubadoras de Empresas na Bahia e inaugura unidades em Vitória da Conquista e em Feira de Santana.
1997 O IEL lança o Fórum de Tecnologia da Bahia.
1998 O IEL cria a RETEC – Rede de Tecnologia da Bahia, para dar suporte às demandas tecnológicas e de inovação no estado. Lança o Prêmio Gestão Qualidade Bahia e Workshop de Interação Universidade Empresa. 1999 Realizada a 2ª edição do Prêmio Gestão Qualidade Bahia; o Fórum de Estágio da Bahia é implantado; realizado o II Workshop de Interação Universidade Empresa; e promovido o primeiro curso de extensão universitária “Formação de Novos Empresários e Dirigentes de Empresas”.
2002 Por meio de projeto elaborado e liderado pelo IEL/BA, foi inaugurada a primeira unidade da Rede Nacional de Tecnologia no Ceará, que depois foi replicada para Minas Gerais.
2003 O IEL firma contrato com a Veracel com o objetivo de identificar empresas baianas fornecedoras e intermedeia 5.486 estudantes em estágio.
2004 Lançamento do Programa IEL-CAPE (Capacitação de
Estudantes). Executado o Programa Parque Tecnológico de Salvador, em parceria com a Secti. Lançado o Prêmio Melhores Práticas de Estágio e criado o Programa da Qualificação de Fornecedores. 2005 Desenvolve o Procel Indústria – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.
2007 Lançado o Manual de Boas Práticas de Estágio e o projeto Redes de Empreendedorismo. Formalizado o Estatuto da Rede Baiana de Incubadoras (RBI).
2008 O IEL/BA reativa o Progredir – Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial e implanta o Projeto ODI Bahia – Observatório de Desenvolvimento Industrial, com foco na cadeia de petróleo e gás. Leva a Feira de Estágio ao interior.
2009 Celebra uma década do Fórum de Estágio e realiza a 10ª Edição do Workshop de Estágio. Neste ano, é realizado o primeiro Encontro de Compradores e Fornecedores da Bahia.
2010 O IEL/BA alocou 23.514 estudantes em estágio durante o
ano, finalizando 2010 com 16.333 estagiários. Foi o Núcleo Regional que mais alocou estudantes em estágio no país.
2011 Consolidação do Projeto Aliança e o lançamento da Política Industrial da Bahia. Maior impulso à estratégia de interiorização das ações do Sistema FIEB.
2012 O IEL/BA consolida o Programa de Inovação para a Indústria Baiana, realiza seminários e apoia a divulgação da Olimpíada Baiana de Química e as etapas estaduais das Olimpíadas de Física e Matemática. Neste ano, o Instituto executa o Projeto Gestão da Inovação, em parceria com a CNI, Sebrae e Fapesb. O IEL inicia o desenvolvimento do Jogo da Inovação – JOIN.
2014 O atendimento do JOIN é expandido a Feira de Santana. A tecnologia é transferida para o IEL Pernambuco. A área de mercado do IEL capacita 44 colaboradores por meio do Jogo Desafio Atendimento em Rede, metodologia de gameficação. Firma parcerias com incubadas do Parque Tecnológico. Lança o Inova Talentos. [bi]
30 Bahia Indústria
painel
baixo Sul na mira da FIEb A região do Baixo Sul da Bahia conta, atualmente, com mais
de 700 indústrias em atividade, segundo levantamento da
Associação Comercial e Empresarial/Câmara de Dirigentes
Lojistas de Valença. Estes números mostram o potencial da
região, que vem chamando atenção da FIEB como possível
vetor de desenvolvimento, dentro do seu programa de
interiorização. Por isso, a Federação marcou presença na 1ª
Expo Baixo Sul, evento promovido pela prefeitura de Valença,
entre os dias 20 e 22 de novembro. O vice-presidente da FIEB,
Edison Nogueira, enalteceu a iniciativa do município e
garantiu que a FIEB está à disposição para dar todo apoio que
a região precisar. “É um evento importantíssimo para o
desenvolvimento do Baixo Sul. Estamos mapeando as
potencialidades locais e, com certeza, vamos trabalhar para
atendê-las”, pontuou. O evento contou também com a
presença do vice-presidente da FIEB, Josair Bastos, e do
presidente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem do
Estado da Bahia e diretor da FIEB, Eduardo Gordilho.
Vice-presidente Edison Virgínio visita exposição em Valença
DiVUlgaçãO/lapp grOUp
bahia se destaca em publicação do ProcompiProjetos desenvolvidos
em empresas baianas
pelo IEL, por meio do
Programa de apoio à
Competitividade das
Micro e Pequenas
Indústrias (Procompi),
ganharam destaque em
publicações nacionais da
CNI. Os projetos, que
beneficiaram empresas
dos setores de
cosméticos, saneantes e
papel e celulose, foram
selecionados como
melhores práticas do
programa no Brasil.
A CNI destacou em suas
publicações os casos de
sucesso em inovação e
produtividade,
sustentabilidade e
associativismo, temas
estratégicos
disseminados junto às
empresas pelo programa.
O Procompi é uma ação
conjunta da CNI e do
Sebrae. Na Bahia, 170
empresas já foram
beneficiadas.
Polo Cidadania realiza seis mil atendimentos • A edição
2014 do Polo Cidadania reafirmou mais uma parceria entre o
SESI, por meio da Unidade de Reponsabilidade Social, e o Comitê
de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic). Realizada na Praça da
Simpatia, no dia 22 de novembro, o evento ofereceu à
comunidade um dia de mobilização social com a oferta de 40
serviços. O Polo Cidadania ocorreu dentro da Semana Global do
Empreendedorismo – SGE. O evento é apoiado por indústrias
como Braskem, Monsanto, Cetrel, Dow, Petrobrás, Basf, BSC,
Ultra Cargo, Bahia Norte, entre outras.
SESI implanta Ensino Articulado no interiorO Serviço Social da Indústria
(SESI) vai ampliar a oferta de
vagas no Ensino Médio
Articulado com Educação
Profissional (Ebep) nos
próximos anos. Dentro dessa
meta, já no ano letivo de 2015
serão oferecidas 300 vagas
para novos alunos, em
Salvador e no município de
Luís Eduardo Magalhães, na
região oeste. O
superintendente, Armando
Costa Neto, explica que o
SESI Bahia está iniciando um
novo ciclo de expansão do
Ebep, levando esta
tecnologia de referência em
educação criada pelo SESI
para os principais polos
industriais fora da Região
Metropolitana de Salvador. A
implantação do Ebep
também amplia a parceria
com o Serviço Nacional de
Aprendizado Industrial
(SENAI) visando uma melhor
preparação dos futuros
técnicos para a indústria.
Em Salvador, a unidade do
SESI Itapagipe, também
passará a ofertar o Ensino
Médio.
rOBErtO aBrEU/COpErphOtO/sistEma fiEB
Bahia Indústria 31
Encontro reuniu em brasília líderes da indústria nacional
marCOs BranDãO/COpErphOtO/sistEma fiEB
Técnicos do NagI/PE conhecem metodologia do JOIN
JOIN é replicado em PernambucoDesenvolvido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) da Bahia, o
Jogo da Inovação (JOIN) está sendo levado para Pernambuco.
A transferência de tecnologia é fruto de uma parceria entre o
IEL Bahia e o Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação (NAGI/
PE), coordenado pelo IEL de Pernambuco e pelo Porto
Digital.“Levar o JOIN para outro estado nos sinaliza que existe
demanda para este tipo de tecnologia, diferenciada e de
linguagem fácil, que pode ser utilizada por empresas de todos
os portes”, ressalta a gerente de Inovação e Projetos Especiais
do IEL, Fabiana Carvalho. Mais de 40 empresas baianas já
adotaram a solução JOIN, elaborada para sistematizar a
gestão da inovação. Dezoito técnicos do NAGI/PE participam
da capacitação, que engloba 180 horas com atividades
presenciais e é ministrada pela coordenadora de conteúdo do
JOIN, Ana Pires.
DiVUlgaçãO
9º Encontro Nacional da IndústriaA FIEB esteve presente na edição 2014 do Encontro Nacional
da Indústria (ENAI), realizado pela CNI, dias 5 e 6 de
novembro, em Brasília. Este ano, o evento teve como tema O
que a indústria brasileira espera do governo nos próximos
quatro anos. Empresários e líderes de entidades de
representação da indústria discutiram questões como
produtividade, reforma tributária, infraestrutura e relações
do trabalho. Para a CNI, a agenda tributária, a modernização
das leis trabalhistas e o aumento dos investimentos em
infraestrutura devem ser prioridades para o novo governo. A
comitiva da FIEB contou com 49 participantes, entre
presidentes de sindicatos, gestores e executivos.
Portas abertas para o Mundo SENAIUnidades do SENAI de
todo o Brasil abriram as
portas, nos dias 21 e 22
de novembro, para
mostrar seus serviços
para a comunidade. Nos
dois dias foi realizada a
6ª edição do Mundo
SENAI, ação que busca
apresentar para
empresários, estudantes
e demais interessados na
temática industrial um
pouco do trabalho que o
SENAI desenvolve em
áreas como educação
profissional, inovação e
serviços técnicos e
tecnológicos.
Na Bahia, 11 unidades
participaram da ação,
realizando, ao todo, 123
minicursos, 25 oficinas,
204 palestras e nove
workshops.
Estudantes do SENAI recebem Prêmio TheoPrax 2014 Na programação do Mundo
SENAI, um momento para
reconhecer os trabalhos
inovadores dos estudantes da
casa, com o Prêmio TheoPrax
2014. Na modalidade cursos
técnicos, os vencedores
foram os estudantes de
Química do SENAI Feira de
Santana, que desenvolveram
um projeto para reduzir a
carga de amido da água
utilizada na linha de
produção de uma fábrica de
caixas de papelão. Entre os
projetos da graduação, a
equipe formada por
estudantes do curso de
Sistemas Automotivos ficou
com o primeiro lugar, após
projetar e fabricar a
carenagem de um veículo
que participará da Fórmula
SAE - competição automotiva
nacional promovida pela
Sociedade dos Engenheiros
Automotivos.
32 Bahia Indústria
O FGTS e o novo entendimento do STF sobre o prazo prescricional
jurídico
por rafaela borges samPaio
O Supremo Tribunal Federal (STF),
em 13/11/14, revisou seu entendi-
mento com relação ao prazo pres-
cricional para recuperação de valo-
res não recolhidos ao Fundo de Ga-
rantia do Tempo de Serviço (FGTS),
reduzindo-o de 30 para 5 anos.
O FGTS foi instituído pela Lei
nº 5.107/66, para substituir a in-
denização pelo tempo de serviço
e a estabilidade que possuía o em-
pregado com mais de dez anos no
mesmo emprego. Em paralelo, foi
criada a multa pela dispensa do
empregado sem justa causa.
Inicialmente, tal modificação
não foi compulsória, podendo
aderir a ela apenas os empregados
interessados. Com o advento da
Constituição Federal (CF) vigen-
te, o FGTS passou a ser aplicado a
todos os trabalhadores, desde que
respeitado o direito dos estáveis.
O instituto, hoje regido pela
Lei nº 8.036/90, é compreendido
pelo recolhimento compulsório
mensal pelo empregador de, em
regra, 8% da remuneração paga
ou devida aos trabalhadores, para
a conta vinculada de cada um de-
les. Os valores depositados não se
limitam apenas a indenizar o tra-
balhador pela dispensa sem justa
causa, o titular também poderá
obter o montante nas diversas si-
tuações definidas no art. 20 da Lei
nº 8.036/90.
Apesar de haver discussões na
doutrina em relação à natureza
jurídica do FGTS, mesmo após o
advento da CF/88, o STF e o Tri-
bunal Superior do Trabalho (este
último através da Súmula 362)
mantinham o entendimento de
que o prazo prescricional para que
os trabalhadores pudessem exi-
gir os valores não depositados do
FTGS seria trintenário, conforme
art. 23 da Lei 8.036/90, observado
o limite de 2 anos após o término
do contrato de trabalho.
A inovação é que o STF revisou
seu posicionamento, sob o argu-
mento de que os valores devidos
ao FGTS são créditos resultantes
das relações de trabalho e que,
para tanto, deveria ser aplicável
o prazo quinquenal estabelecido
no art. 7º, XXIX, CF – 5 anos, até o
limite de 2 anos após o término do
contrato de trabalho –, não poden-
do, segundo o Supremo, Lei Ordi-
nária versar em sentido contrá-
rio. Também foi dito que o prazo
trintenário seria desarrazoado e
atentaria contra a necessidade de
segurança nas relações jurídicas.
Entendeu o Supremo que o pra-
zo de 5 anos deverá ser aplicado
para os casos cujo termo inicial da
prescrição ocorra após a data do
julgamento. Para as situações cujo
prazo esteja em curso, aplicar-se-á
o que ocorrer primeiro, o prazo de
30 anos, contados do termo inicial
ou o prazo de 5 anos, contados da
decisão.
A decisão em comento restrin-
girá direito dos trabalhadores, no
entanto, poderá vir a garantir uma
maior segurança jurídica aos em-
pregadores.
Protesto Extrajudicial das Certidões de Dívida AtivaPor meio da Portaria
Conjunta nº 270 da
Procuradoria Geral
Municipal/Secretaria
Municipal da Fazenda de
Salvador, publicada no dia 21
de novembro de 2014, foi
disciplinada a utilização do
protesto extrajudicial de
Certidões de Dívida Ativa
(CDA), estabelecendo que as
CDA’s do Município de
Salvador poderão ser
encaminhadas para protesto
extrajudicial por falta de
pagamento, escolhidas de
acordo com critérios a serem
estabelecidos em conjunto
pela Procuradoria-Geral do
Município e pela Secretaria
Municipal da Fazenda.
Seguro-garantia é incluído na Lei de Execução Fiscal Foi publicada, no dia 14 de
novembro de 2014, a Lei
Federal nº 13.043, fruto da
conversão da Medida
Provisória nº 651/14, que
promoveu diversas alterações
na legislação tributária
federal, com destaque para a
inclusão do seguro-garantia
entre as modalidades
previstas na Lei de Execuções
Fiscais, ao lado do depósito e
da fiança. A norma tratou,
também, dentre outros
temas, da reinstituição do
Reintegra, da reabertura do
Refis e das hipóteses de
desoneração definitiva da
folha de pagamento.
Rafaela borges Sampaio é advogada da Gerência Jurídica da FIEB
Bahia Indústria 33
idEias
por evandro mazo
Uma opinião dominante sobre de-
senvolvimento econômico é que
a industrialização se apresenta
como condição para o desenvolvi-
mento do país. A assertiva deixa
de ser plena quando não ocorre a
integração da cadeia de valor.
O mapa da industrialização
está em constante mudança, sen-
do orientado pelas empresas que
controlam as cadeias de valor. A
indústria que deixou, em um pas-
sado recente, os países desenvol-
vidos em busca principalmente de
mão de obra de baixo custo, come-
ça a fazer o caminho de volta. A
automatização dos processos pro-
dutivos, a proximidade dos cen-
tros de pesquisas e dos fornece-
dores e a mão de obra qualificada,
garantem o diferencial que susten-
ta a competitividade – a inovação.
Quando o processo de indus-
trialização é potencializado por
politicas públicas que fomentam o
adensamento produtivo, os efeitos
positivos são maiores, impulsio-
nando o PIB (produto interno bru-
to) e o desenvolvimento local.
Países em desenvolvimento
têm participado da lógica de pro-
dução em atividades de baixo va-
lor agregado, a exemplo, da pro-
dução, montagem e distribuição.
Já funções de alta agregação de
valor como P&D, design, marcas
e serviços sofisticados, estão con-
centrados nos países industriali-
zados, que, não por acaso, contro-
lam as cadeias de valor.
A interação entre o setor indus-
trial e o setor de serviços é funda-
mental no processo de integração
Qual a indústria que o Brasil e a Bahia precisam
da cadeia de valor, resultando em
introdução de novas tecnologias,
inovações e produção de bens in-
dustriais de mais alto valor agre-
gado. Essas sofisticadas relações
entre a indústria e os serviços ca-
racteriza a indústria do futuro. Pa-
ra exemplificar, o iPad é um pro-
duto industrial, mas 93% do seu
valor é composto por serviços co-
mo softwares embarcados, marca
e design. Apenas 7% do seu valor
é resultante de transformação in-
dustrial. No entanto, um não exis-
tiria sem o outro. A combinação
do produto, resultante da trans-
formação industrial com serviços
agregados, se apresenta como
uma relação de mútua dependên-
cia para criar valor. Esse exemplo
destaca uma das características
da moderna atividade industrial.
Na era do conhecimento, o que
importa é o que e como fazemos
as coisas; a capacidade de criar e
de agregar valor na relação com
os clientes. Nesse contexto, o pa-
ís tem que concentrar esforços no
desenvolvimento do conhecimen-
to – educação, empreendedorismo
e inovação – e nas oportunidades
de aprendizado, incorporando o
conhecimento de terceiros.
Estabelecer acordos de coope-
ração com países que possuem
importantes centros de pesquisa
e desenvolvimento de tecnologias
e com cultura empreendedora po-
derá gerar um circulo virtuoso de
trocas e, certamente, acelerará o
desenvolvimento tecnológico e a
formação do profissional do futu-
ro. O importante é buscar alianças
no intuito de dar saltos de inova-
ção e crescimento sustentável.
Evandro Mazo,
Superintendente
do IEL-BA
o instituto euvaldo lodi da Bahia tem o importante papel de apoiar as empresas, do ponto de vista da gestão, para se inserirem nas cadeias produtivas locais. temos experiência bem-sucedida no planejamento e na execução do programa de Qualificação de Fornecedores (pQF)
“O Brasil precisa ter uma políti-
ca ampla de apoio à inovação, com
menos tributação, juros negativos
e mais subvenção. A indústria que
o país precisa tem que ser forte e
competitiva, promovendo inova-
ção em seus processos, produtos,
marketing e no modelo organiza-
cional. Se reinventar constante-
mente é preciso.
Por fim, o progresso econômico
depende da criatividade, inovação
e trabalho coordenado e articula-
do entre todos – instituições, go-
verno e empresários.
Neste sentido, o Instituto Eu-
valdo Lodi (IEL) da Bahia tem o
importante papel de apoiar as em-
presas, do ponto de vista da ges-
tão, para se inserirem nas cadeias
produtivas locais. Nesse quesito,
temos experiência bem-sucedida
no planejamento e na execução
do Programa de Qualificação de
Fornecedores (PQF), inserção de
jovens talentos na indústria, pelo
estágio, além do apoio a empresas
na implantação da gestão da ino-
vação, por meio do jogo da inova-
ção (JOIN). [bi]
livros
leitura&entretenimento
Pensar diferenteOs autores ensinam a pensar de maneira
pouco convencional na hora de tomar
decisões e analisar qualquer assunto.
Utilizando-se de dados e informações, os
autores mostram a maneira mais objetiva
para resolver os problemas enfrentados no
dia a dia. É uma leitura interessante, para
aqueles que desejam aprender o que
significa pensar como um Freak, tanto em
questões simples, até como conseguir
realizar as reformas mundiais mais
complexas e importantes.
Vai que dáComo uma mensagem de otimismo, Vai que
dá é um livro que transmite o espirito dos
empreendedores de sucesso. Mostrando
toda uma paixão e força de vontade,
através de mentores que acompanharam os
desafios e a origem de dez empresários que
estão movimentando o Brasil. Nestas
histórias, é revelado que não há um trilho
definido para o sucesso que possa ser
explicado em teorias ou manuais. O livro é
uma leitura quase que obrigatória para
aqueles que querem se inspirar.
Pense como um FreakSteven d. Levitt e Stephen J. dubner record, 252 p.R$ 42
#VqD – Vai que dáorganizador: Joaquim Castanheira Portfolio-Penguin, 248 p.R$ 29,90
Alexandre Leão na varandaO cantor e compositor baiano Alexandre Leão retoma a parceria
de longa data com o Teatro SESI Rio Vermelho e inicia nova
temporada na Varanda do centro cultural. Acompanhado de
sua banda, o músico apresenta repertório dançante, que mescla
canções autorais, como Pop Zen, Olhos de Gude, Mulheres
Gostam e Minha Palavra, com releituras de clássicos da música
baiana e brasileira. O artista, que se apresenta Varanda do SESI
há quase 10 anos, gravou no espaço o primeiro DVD de sua
carreira. Intitulado O Teatro e o Baile, o DVD contou com
participações especiais de Margareth Menezes, Saulo
Fernandes, Lazzo Matumbi e Armandinho.
DEBOra 70/DiVUlgaçãO
Noite de amor e poesiaDepois de quase um ano fechado para reforma, o Teatro SESI
Rio Vermelho traz para os soteropolitanos o monólogo LOVE,
estrelado pela atriz Cyria Coentro. O espetáculo, que tem
direção do ator e diretor Jackson Costa e roteiro de Elisa
Lucinda, revela, a partir de poemas de diversos autores,
inúmeras situações envolvendo sentimentos e emoções
vividas pelo ser humano nas suas relações amorosas. A
palavra em forma de poesia falada – e não declamada – é o
lastro de Love, e o amor é quem conduz a personagem pelo
labirinto das relações, capaz de abrir janelas e portas para
novas perspectivas.
não perca Teatro SESI, sab e dom, 20h. Até 21.12. Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Gratuito para Industriários
não perca Teatro SESI Rio Vermelho, todas as sextas, às 22h15. Rua Borges dos Reis, 09, Salvador, Rio Vermelho. R$ 20 (inteira)
teatro
música
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ValtEr pOntEs/COpErphOtO/sistEma fiEB
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FORMATURA DA TURMA DE EDUCAÇÃODE JOVENS E ADULTOS A DISTÂNCIA DO SESIO SESI tem orgulho de anunciar essa grande conquista. Uma iniciativa pioneira no Estado da Bahia que possibilita acesso ao conhecimento através do uso das tecnologias da informação e comunicação. A metodologia utilizada proporciona um ensino de qualidade para trabalhadores da indústria e seus dependentes. Parabéns a todos os formandos. Que esta seja a primeira das inúmeras realizações que ainda estão por vir.