revista bairro ipiranga

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Veja Nesta revista de Bairro a entrevista da nossa Diretora Comercial, Romina Lindemann, sobre os diversos usos do NEEM.

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Estação Ypiranga I 03

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04 I Estação Ypiranga

Despertar de novos temposEd

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Tatiana VilhenaEditora

Mais uma nova estação começa a despontar. O inverno inicia sua despedida para a entrada da primavera, como um convite à alegria e ao despertar dos novos tempos. Mais um ciclo que se renova e um refl orescimento que se anuncia.

Com esse clima - que sempre divulgamos a cada nova edição - e para esta 12ª publicação*, man-tivemos o mesmo caráter e a competência de todas as outras, mas com o compromisso de ampliar e informar mais e melhor.

Como destaque deste exemplar, a matéria sobre bullying escolar, o drama que atinge em média 45% dos adolescentes do ensino fundamental no Brasil, e que muitas vezes é ignorado pela dire-

ção das escolas e pelos próprios pais dos alunos.Ano de eleição. Destaque dos principais jornais e telejornais do país, o processo de votação

para os cargos de presidente, governador, senador e deputados gera muitas dúvidas sobre em quem votar e por quê. O que leva à escolha por muitos dos votos brancos e nulos? Eles funcio-

nam? Quais são as dúvidas e consequências dessa opção?Produtos orgânicos, agricultura sustentável. Saiba um pouco mais em entrevista com a diretora

de uma empresa especialista em produtos naturais livres de agrotóxicos, hormônios e remédios.Na coluna Comportamento, a importância do papel do pai no desenvolvimento dos fi lhos e os

desafi os dessa relação nos tempos modernos. Já na coluna Seu Direito, informações sobre a nova Lei do Divórcio e as principais mudanças com essa medida.

O amor é mesmo incondicional e animal. Na seção Pet, emocionantes histórias de cães e gatos que foram abandonados e que conseguiram um novo lar. O desprezo e desamparo deram lugar ao amor e carinho que todo bicho merece.

Em Dicas Literárias, a homenagem ao Dia Internacional do Folclore, tradição popular que ultrapas-sa gerações e preserva os costumes dos diferentes povos. Sugestões de livros para comemorar em

grande estilo essa data.Bares e Restaurantes apresenta a mais nova pizzaria do bairro: Il Monastero. Do mesmo dono do antigo Quina Cuccina, a casa é atração para saborear o que tem de melhor da tradicional pizza forno a lenha e da cantina italiana. Arte e lazer, nos agracia com a

memória de Vinício Stancati, paulista que idealizou o projeto da pista de corrida localizada atrás do Museu Ipiranga.

Animem-se, isso é apenas o aquecimento...

Nossa CapaInício da pista de cooper Vinício Stancati, localizada no Parque da Independência, saiba mais na página 58

*A Estação Ypiranga teve como primeira edição o nº 0, por isso o número difere da contagem da capa.

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06 I Estação Ypiranga

Índi

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Nosso Bairro

Bullying Escolar

Divórcio

O papel do pai

Boas Compras

Sustentabilidade

Pet: Amor animal

Sagrada pizza

Votos nulos e brancos funcionam?

Cooper no Museu

Dia dos pais e o Folclore

Crônica

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10 I Estação Ypiranga

Nos

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oGrandes marcas a preços baixos na Old Line

A Old Line, tradicional loja do bairro do Ipiranga, acaba de inaugurar no piso superior, sua ponta de estoque. Um espaço dedicado a quem quer comprar com preços abaixo do custo as melhores marcas como: IODICE , COLC-CI, SOMMER, OSMOZE, SIX ONE, entre outras. Com clima descontraído, a ponta de estoque oferece o mesmo atendimento diferenciado da loja, assim como as formas de pagamento. De uma passada lá e confi ra. Além de visitar este novo ambiente, você aproveita para conhecer a mais nova coleção primavera/ verão. Rua Silva Bueno, 1765. Telefone: 2215-4458.

A DI GASPI, rede de lojas de calçados, confecções, artigos esportivos e acessórios, traz novidades e tendências para a primavera 2010, com dicas de cores e estilos para acompa-nhar os últimos lançamentos da moda.

O colorido será o ponto alto para os calçados femininos da próxima estação, com alguns tons se sobressaindo como: rosas (pink, rosa sorvete, rosa envelhecido); azuis (turquesa, royal, azul claro); verdes (bandeira, verde água); laranjas (laranja cenoura, coral); fl uor ‘neon’ (rosa, laranja, verde e amarelo), e nude (off white, brancos e bege claro). Dentre as cores que estarão em destaque, a aposta será nos tons de pink, turquesa e coral.

Os estilos que estarão em evidência serão os sapatos

e sandálias meia pata, sandálias salto estilo gladiador, amarrações e saltos bem altos, bem como sapatilhas bailarinas e sandálias rasteiras com enfeites de fl ores coloridas e laços. Os tamancos estilo clog e com saltos também terão espaço especial nesta estação. Já as sandálias Anabela devem sair das prateleiras deste ano.

A Di Gaspi conta com 37 lojas na capital e interior de São Paulo. Mais informações através do site: www.digaspi.com.br.

Di Gaspi aponta as tendências para a próxima estação

No último dia 28 de agosto a loja Charme realizou um coquetel para comemorar o sucesso do seu primeiro ano de vida. Charme possui em seus expositores roupas de qualidade destinadas às gestantes, com a proposta que estar grávida não signifi ca fi car fora da moda e demonstra isso através de calças, macacões, vestidos, batas entre outras peças que compõe sua coleção.

E para quem pensa que só de peças para gestante vive a loja Charme, se engana, bijuterias e roupas para os pimpolhos também são encontradas no local. Rua Silva Bueno, 1748. Telefone: 3853-0566.

Parabéns à CharmePOR TATIANA VILHENA

Em busca de mais qualidade de vida, moradores e comer-ciantes do bairro do Ipiranga se uniram em uma iniciativa que deve incentivar outros grupos daqui por diante. O Movimen-to IpiRUNga, idealizado por Valéria Helena, uma das proprie-tárias da loja Zúnica, especializada em presentes e decoração, logo recebeu o apoio de Eduardo Sano, da 4Runner Café, cafeteria temática voltada a corredores e esportistas, de Ro-gério, da academia Corporis e agora endossado pela revista Estação Ypiranga.

Em comum está a vontade de disseminar o bem-estar a todos os que estão às suas voltas, incluindo funcionários, clientes, moradores e trabalhadores da região. E a ideia têm

dado certo. Empresários e residentes já se uniram ao grupo nas diversas iniciativas que ocorrem no bairro, como corridas de rua ou passeios ciclísticos.

Para celebrar, o Movimento IpiRUNga será ofi cialmente lançado em 7 de setembro, durante a próxima Corrida da Independência, na 4Runner Café situado na Avenida Nazaré, 1.190, Ipiranga.

Antes da largada, camisetas serão distribuídas aos 250 pri-meiros corredores que aparecerem no local. Depois da corrida, sucos e frutas auxiliarão os atletas a repor suas energias para os sorteios de cestas de café da manhã, vales-presente e brin-des que virão em seguida. Melhores informações 3628-0570.

Nasce o

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Gisele Tonsa Martins tem 21 anos e, atualmente, cursa pedagogia. Mas há 6 anos, assistir a uma aula não era nada fácil. “Não tinha vontade de ir para a escola, temendo que de fato as ameaças fossem se realizar”. A estudante foi mais uma das vítimas do bullying, em um colégio católico do bairro.

Assim como ela, cerca de 45% dos estudantes do Ensino Fundamental no Brasil já sofreram algum tipo de agressão física ou moral, segundo um estudo do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar.

Mas que mal fez Gisele, para que os colegas perse-guissem-na? “Sempre fui muito magra”, confessa timi-damente a jovem. “Um grupo de meninas me apelidou de Vassoura. Na classe, circulavam bilhetes anônimos, xingando e ameaçando me agredir”, explica.

Agressão e Perfi l

Bullying é uma palavra de origem inglesa, derivada do “bully”, que signifi ca valentão.O termo compreende todas as formas de agressões, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação. A prática é adotada por um ou mais estudantes, em sua maioria do sexo mascu-lino, causando dor e angústia ao outro. A característica marcante é o desequilíbrio de poder, o que torna possível a intimidação da vítima.

As agressões ocorrem com maior frequência em alu-nos do ginásio, de 5ª a 8ª série, de acordo com a Asso-ciação Brasileira Multiprofi ssional de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA).

A pedagoga e doutora em Ciências da Educação, Cléo Fantes, é pioneira no estudo desta síndrome. Ela explica que as vítimas são sempre crianças e adolescentes submissos e vulneráveis, por apresentarem um diferencial em relação aos demais alunos. “Essas características aca-bam fazendo com que elas não peçam ajuda. Em geral, elas se sentem desamparadas e encontram difi culdades de aceitação”, completa Fantes.

O constante rótulo, a que era submetida, deixava a estudante Gisele cada vez mais retraída. O silêncio se tornara o espelho de seu sofrimento. “Toda vez que es-

A desenfreada prática do bullying no Brasil, vista sob a experiência de uma estudante do bairro, e as consequências para vítimas e agressores

Duas faces de POR DENVER PELLUCHI

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cutava a palavra vassoura tinha crises de nervoso”, conta a jovem.A associação revelou ainda que, dos 5.482 alunos de 11

escolas do Rio de Janeiro, sendo nove públicas e duas particulares, 40,5% admitiram ter sofrido este tipo de agressão. Em 60,2% dos casos, o ato ocorreu dentro das salas de aula. Já em 16,1%, acon-teceram no intervalo. E outros 15,9% dos casos foram praticados no portão da escola. Mas 50% das vítimas se mantiveram caladas.

Outra pesquisa, realizada com mais de 4.000 alunos do Estado de São Paulo, apontou que nas escolas privadas 31% desta violência ocorreu nos corredores das instituições, 30% foram registradas no pátio e outros 30% nas salas de aula, na ausência do professor. Os 10% restantes foram praticados sob a forma de “cyberbullying”, isto é, utilizando o meio virtual. Já nas escolas públicas, 44% aconteceram no pátio, 30% nos corredores, 40% nas salas de aula e 8% na internet.

Os fatores que desencadeiam este tipo de agressão são diver-sos, mas muitos estão ligados à estrutura familiar. Em vários casos, o agressor passa a reproduzir o sofrimento vivido dentro de sua casa. “Podemos atribuir à carência afetiva, à ausência de limites e à autoridade dos pais sobre os fi lhos, exercida por meio de maus-tratos físicos”, afi rma a pesquisadora Cléo Fantes.

No entanto, um levantamento publicado pela American Psychological Association, realizado na Universidade da Califórina, nos Estados Unidos, apontou que a origem da síndrome, tanto para agressores quanto para vítimas, pode estar ligada também a problemas no aprendizado.

Sociedade, Instituição e Estado“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém

diz violentas as margens que o comprimem.” - Bertolt Brecht.

A rejeição, a pouca habilidade social, os pensamentos ne-gativos e a tendência agressiva são alguns sinais presentes nas vítimas. Entretanto, este quadro passa desapercebido por pais e mestres, que costumam classifi cá-lo como “coisas de crianças”. Com a família de Gisele não foi diferente. “Comuniquei minha mãe e à diretora do colégio. Mas claro, na época não deram importância. Elas acreditavam que eram briguinhas da idade”, afi rma a estudante.

A atual diretora do colégio em que estudou Gisele, I. I. V*, re-conhece que acontecem muitos casos. “Isso é frequente, mesmo que haja o trabalho. Mas o efeito não é satisfatório”, conclui a diretora. Ela apresentou algumas medidas adotadas pela institui-ção. “Fazemos um trabalho de pesquisa e apresentações. Foram expostos cartazes sobre o tema. E nós conversamos também”.

Se na teoria há plenos conhecimentos por parte da escola, na prática, o exemplo vivenciado pela ex-aluna Gisele demonstrou ser outro.

Os dados alarmantes podem levantar um questionamento sobre a clareza com que a sociedade enxerga este problema. As consequências, para quem está envolvido nesta prática, podem se transportar para a vida adulta. “As vítimas apresentam desde de-sinteresse pela escola e queda do rendimento até stress, depressão e suicídio”, explica a pesquisadora Fantes. Os agressores também são prejudicados. “Podem desenvolver habilidades para futuras condutas criminosas”, acrescenta.

Por outro lado, as iniciativas do governo ainda são tímidas, e se limitam a implementar políticas públicas de conscientização e projetos pedagógicos.

Hoje, Gisele está recuperada após realizar um longo tratamen-to. “Com 15 anos comecei a fazer terapia e acabei me livrando desse trauma”, afi rma.

*A diretora optou por não revelar o nome.EY

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itoNOVA LEI DO DIVÓR SUAS PRINCIPAIS M

TEXTO ELABORADO POR DRA. ALESSANDRA GAMMARO PARENTE DE ALMEIDA E SILVA – OAB/SP Nº 212.096 – ADVOGADA PÓS GRADUADA PELA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE E DIRETORA DO DEPARTAMENTO JURÍDICO DO ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA NOGUEIRA LEITE E COSTA RUI ADVOGADOS ASSOCIADOS

[email protected]

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CIO E UDANÇAS

Casais podem se divorciar sem o cumprimento prévio da separação judicial por mais de um ano ou separação de fato por mais de dois anos

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O Congresso Nacional promulgou, no dia 13 de ju-lho último, a nova emenda na Constituição Federal, que tornou o divórcio imediato. A partir de agora, o pedido de divórcio passa a ser mais rápido, assim que o casal optar pelo fi m do casamento.

Já em vigor, a mudança na Lei do Divórcio, assim chamada popularmente, objetiva agilizar o processo da separação consensual, ou seja, aquele em que não há confl ito de interesses entre marido e mulher.

A partir da publicação da nova lei, casais que dese-jam se divorciar não precisam mais cumprir a separação judicial por mais de um ano ou comprovar a separação de fato por mais de dois anos, conforme previa a Cons-tituição Federal.

Antes, o divórcio só podia ser requerido depois de um ano da separação formal (registrada em cartório, por exemplo) ou dois anos de vivência comprovada em residências diferentes. Agora, o divórcio não exige tais formalidades.

Essa relevante mudança, além de diminuir a interferência do Estado na vida pessoal dos cidadãos, representa uma grande economia de recursos técnicos e fi nanceiros para o Judiciário, o que, no atual cenário, contribui com a redução da quantidade de processos, e consequentemente, aumenta a agilidade na resolução de outros litígios que correm no Poder Judiciário.

As regras até então vigentes facilitavam a existência de fraudes, pois qualquer pessoa poderia falar ao juiz que o casal estava separado há mais de dois anos. Com essa afi rmação o divórcio era concedido às partes. Com a chegada da nova lei, vislumbra-se a possibilidade de se acabar com a hipocrisia existente - o casal que se se-para hoje e amanhã leva uma testemunha para prestar

depoimento falso em juízo. No mais, a simplifi cação do procedimento vai repre-

sentar também economia para o casal, que terá de pa-gar honorários advocatícios e custas processuais apenas uma vez, e não mais duas, como era comum.

Além do mais, quem requerer o divórcio poderá entrar com um novo pedido de casamento logo após re-gistrar a sentença (emitida pelo cartório ou pela Justiça) na certidão de casamento.

Essa nova situação jurídica deve benefi ciar as mais de 153 mil pessoas que se divorciam por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografi a e Es-tatística (IBGE) para 2008, quando o número de divórcio bateu recorde no país.

Religiosos Criticam as Mudanças da Lei

Enquanto a PEC (Proposta de Emenda à Consti-tuição) do Divórcio tramitava na Câmara, a proposta ganhou diversas críticas, principalmente de parlamenta-res religiosos, que alegavam que a alteração estimularia o divórcio e banalizaria o casamento.

Acredita-se e confi a-se que a mudança na lei vai apenas facilitar o divórcio quando ele está na iminência de acontecer. Sabe-se que o casamento é um negócio jurídico passível de erros e acertos, e por isso completa-mente exposto ao fi m quando não se tem mais amor e respeito.

Assim, conclui-se que, ao invés de incentivar divórcios, a medida vai propiciar novos casamentos de pessoas separadas, que, pela regra antiga, não podiam se casar em segundas núpcias até o divórcio de fato.

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Antigamente, o papel de homem e mulher, pai e mãe, eram defi ni-dos de forma rígida: o pai era o provedor, aquele que sai ao mundo para caçar, e a mãe era a cuidadora de sua casa e prole. O pai era a fi gura da autoridade, temido pela mulher e pelos fi lhos, distante do cotidiano, dos sentimentos e das questões familiares. A mãe, fi gura doce, amável, que protegia os fi lhos do mundo (inclusive da fúria do pai) e assumia sozinha todos os cuidados.

Com o passar dos tempos e as mudanças sociais, os papéis sexuais

PATERNIDADE: OS PAPEL NOS TEMPO

CRISTINA R. ROSA B. AUGUSTOPSICÓLOGA CLÍNICA

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DESAFIOS DESSE O S MODERNOS

A sociedade necessita cada vez mais da presença de um pai ativo e presente no cotidiano familiar. Esse novo modelo de pai e de homem já vem se apresentando há algum tempo e mostra-se fundamental para a relação familiar e o desenvolvimento saudável dos fi lhos.

estereotipados começaram a ganhar novos contornos, arranjos e dimensões. Principalmente com o início da mulher no mercado de trabalho, começa a se delinear um novo modelo social e, consequentemente, familiar.

A mulher passa a ter outros papéis além do de esposa e mãe. Com isso, a maternidade é postergada e controlada. Tem nas mãos a escolha do momento em que quer casar-se e ter fi lhos. E como fi ca o homem em

meio a essas mudanças?O homem precisou ir se adaptando diante dos novos

contornos sociais. Os que não aceitaram essas mudan-ças passaram a travar batalhas com as novas colegas de trabalho, namoradas, esposas, fi lhas etc., que cada vez mais buscam seu espaço. Os que se adaptaram melhor a essa evolução perceberam as vantagens de construir relacionamentos mais igualitários com companheiras que

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desejam estabelecer junto os planos, as metas e a família.Nessa nova redefi nição de papéis, vários modelos de família

passam a existir. Embora ainda pareça entranho para os mais conservadores, atualmente encontramos famílias nas quais a mãe trabalha fora e o pai cuida dos fi lhos e da casa.

As mudanças na postura do homem no lar e na sociedade nos levam a refl etir sobre a contrução do “ser pai”, atualmente.

Essa fi gura do pai torna-se cada vez mais ativa e presente no dia-a-dia das famílias. Os homens estão aos poucos deixando de assumir o papel do “temido e punitivo” para se tornar fi gura próxima e viva na vida dos fi lhos.

Segundo a psicóloga judiciária Evani Zambon Marques da Silva, no livro ‘Paternidade Ativa na Separação Conjugal’ Editora Juarez de Oliveira, “o pai-ativo não se resume a uma categoria, mas existe como uma tendência que vem se instalando junto à mentalidade masculina, o que pode transformar algo individual em coletivo”. Em seu estudo sobre a identidade dos pais após a separação conjugal, a psicóloga revela a tendência cada vez mais forte da fi gura do pai que não se contenta apenas em pagar as contas da casa, mas quer participar do pré-natal, das brincadeiras dos fi lhos, das descobertas, das reuniões de escola etc.

O “novo pai” quer saber o que os fi lhos pensam, quer orien-tar, quer rir com seus pequenos e ser cúmplice de seus planos e desejos. Esse pai tem, na maioria das vezes, dividido as responsa-bilidades econômicas com sua esposa e se permitido compartilhar também atividades antigamente nem pensadas, como trocar fraldas ou dar mamadeiras.

O que será que muda com essa nova postura do homem diante da casa e dos fi lhos?

Certamente, para que esse pai-ativo possa surgir, é essencial a existência de uma mãe e mulher parceira que autorize a entrada do homem nas atividades antes consideradas exclusivamente femininas. É importante que a mulher não se sinta “roubada” e desvalorizada diante do fato de não ser exclusivamente a respon-sável pelos cuidados dos fi lhos e possa ver as vantagens desse novo homem para si e para sua prole, sem medo de perder o controle e domínio familiar.

A presença do pai tem uma função extremamente importante na formação da personalidade do indivíduo. Sabe-se que com o nascimento do bebê cria-se entre mãe e fi lho uma relação a que chamamos simbiótica, ou seja, um encontra-se estreitamente ligado ao outro.

O pai, como um terceiro elemento desta relação, tem papel importante nessa separação. É o pai que introduz a “Lei”, o limite, aquilo que seria nesse momento o “não-mãe”. Com isso, mostra ao bebê e à mãe a necessidade de crescer e se separar.

Ao longo de toda a vida dos fi lhos verifi ca-se a importância do limite colocado, principalmente pelo pai. Não como um ser feroz, mas como um terceiro lúcido que quebra a ilusão de que o bebê/fi lho poderá ter a mãe o tempo todo com ele. Com isso, o fi lho aprende a lidar com a falta, com os espaços vazios que certamente encontrará ao longo da vida, seja no trabalho, no namoro, com amigos, aceitando melhor as frustrações que a vida inevitavelmente trará.

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Quanto mais presente o pai conseguir ser nas fases iniciais da vida do bebê, mais facilidade terá para tornar-se assíduo nos momentos seguintes. Mais ternura terá para colocar os limites necessários de forma que possa ser compreendido e aceito.

Essa presença ativa do pai, embora algo relativamente novo, é aceita nas relações conjugais estáveis, porém percebe-se um impedimento maciço nos casos em que ocorrem sepa-rações. É como se, ao decidir terminar a relação conjugal, o homem perdesse também o direito de ser pai e toda qualidade que poderia ter se permanecesse com a mãe da criança.

Observam-se intermináveis disputas travadas nas Varas de Família dos Tribunais de Justiça de todo o país no momento em que o casal deixa de existir como tal.

Há casos em que a disputa pelo fi lho se torna apenas ferra-menta de ataque mútuo. Tanto pai como mãe falam do direito a visitas e guarda como se estivessem tratando de um “bem” material ao qual um ou outro tenha mais direito a usufruto.

É comum que as mágoas e questões mal resolvidas da separação interfi ram no direito ao exercício da paternidade e, principalmente, no direito da criança manter a convivência com o pai. Na maioria das vezes a compreensão é de que se o

homem não conseguiu ser um “bom marido” não poderá ser um “bom pai”. No entanto, como se defi niriam esses termos? O que caracterizaria um bom marido? E um bom pai? Seria aquele que permaneceu com a boa mãe, independente do que se passava com a relação conjugal?

O que torna a mulher - mãe não é a gestação. Se assim o fosse, não existiriam mães que entregam os fi lhos a terceiros e não existiriam excelentes mães que recebem os fi lhos pelos caminhos da adoção.

Da mesma forma, o que torna o homem – pai não é a transmissão genética. É a convivência que possibilita a criação dos laços afetivos, assim, nos casos de separação, seria fundamental que o direito da criança pudesse ser respeitado e priorizado em detrimento das mágoas pessoais. Infelizmente, são poucos os casais que conseguem atingir esse nível de maturidade.

Nossa sociedade precisa cada vez mais da presença desses pais ativos na vida dos fi lhos, orientando, conduzindo, rea-fi rmando a fala e o limite colocado pelas mães. Essa coesão permite o desenvolvimento de fi lhos saudáveis emocionalmen-te e que poderão se tornar cidadãos cientes de seus limites nas relações e na sociedade.

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Produtos orgânicos e suas variações. Saiba mais em entrevista com diretora comercial de uma empresa especializada em agricultura responsável

POR LUCIANA ABREU

Muitas pessoas consideram o alimento orgânico mais saudável que os não-orgânicos. Mas o que são os produtos orgânicos e como é feito o plantio? Esses alimentos são considerados mais puros pela maneira como são produzidos, isto é, sem a utilização de agrotóxicos, hormônios, remédios veterinários e outros componentes sintéticos, que não sejam naturais. São produtos cultivados com as melhores técnicas de produção, visando sempre à qualidade do alimento.

O movimento orgânico cresce em todo o mundo, tanto na agricultura como na pecuária. Nesta última, os animais são criados soltos, sem remédios ou hormônios, como por exemplo, o do crescimento. Já na agricultura, utilizam-se apenas sistemas naturais para combater as pragas e adubar o solo, de forma a privilegiar a preservação ambiental. Além disso, esse tipo de agri-cultura não faz uso de organismos geneticamente modifi cados, os transgênicos, e na maioria das vezes, aderem aos princípios de agricultura sustentável.

A agricultura orgânica é um tipo de lavoura que preserva o ecossistema do local, ao res-peitar o meio-ambiente, as atividades biológicas do solo e a saúde humana, principalmente de seus trabalhadores, já que eles não entram em contato com conteúdos tóxicos. Além do mais, esses tipos de substâncias contaminam o ambiente, poluindo a água, o ar e a terra, e fazem com que os alimentos tenham baixo valor nutricional. Por isso os produtos orgânicos são consi-derados mais nutritivos e saborosos.

Para entendermos melhor essa prática, a Estação Ypiranga conversou com a diretora co-mercial da Preserva Mundi, Romina Lindemann, uma empresa localizada no município de São

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escimento natural

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João de Pirabas, Estado do Pará, comprometida com a agricultura responsável, que há cinco anos produz um tipo de fertilizante e pesticida natural através da agricultura orgânica.

Revista Estação Ypiranga: Como surgiu o interesse de traba-lhar com produtos orgânicos?

Romina Lindemann: Foi através de um convite do meu pai, para trabalhar com ele. Acabei me apaixonando por essa área que para mim era totalmente nova. Trabalhar com a indústria do bem, onde praticamos comércio justo, remuneração adequada a nossos colaboradores, bem como bom uso dos recursos naturais me fascina a cada dia.

REY: Quais são os tipos de produtos que sua empresa desenvolve? RL: Nós somos uma fazenda, tipo fl oresta, onde plantamos

um tipo de árvore, o Neem (azadirachta indica). Desta árvore produzimos um extrato de folhas que substitui o veneno para diversos fi ns, como na jardinagem (lagarta, cochonilha, pulgão), uso doméstico (formiga, barata, pernilongo), pecuária (verme, berne, mosca do chifre) e petcare (pulgas, carrapatos e sarna). Esse produto é aprovado pelo Ministério da Agricultura para uso como substituto de pesticidas químicos, por exemplo.

REY: Tem alguma certifi cação? Como ela é conquistada? RL: Sim, somos certifi cados pela Imo Control. É necessário

realizar uma série de procedimentos de acordo com as normas (nacionais e internacionais) para obter a certifi cação.

REY: Quais são as vantagens em relação aos produtos não orgânicos?

RL: A vantagem é o ganho na saúde, pois o consumidor irá in-gerir produtos sem resíduos de metais pesados. Hoje, no alimento convencional, esse resíduo chega a 30% das amostras seleciona-das nos supermercados.

REY: Qual a diferença no cultivo, plantação e manuseio de produtos orgânicos e não orgânicos?

RL: É necessário ter alguns cuidados, como bom uso da água e dos recursos naturais, reciclagem, composteira e a não utilização de pesticidas. Nossa mão-de-obra é local, todos os colaboradores são da própria região, das comunidades ribeirinhas, contribuindo assim com o desenvolvimento e a renda dessas pessoas.

REY: Como é a aceitação dos produtos orgânicos no Brasil? Há diferença de preços?

RL: A nossa demanda tem sido crescente, porém sofremos com a falta de educação ambiental do consumidor. Além disso, há uma diferença de preços em função de nossa escala ser menor, nossos custos ainda serem altos e o Brasil não nos benefi ciar com redução de impostos.

REY: As pessoas estão se conscientizando do uso desses pro-dutos, do consumo responsável?

RL: Há necessidade de investimento pesado em educação, temos orientado diretamente os benefícios aos consumidores, porém ainda não está como gostaríamos. Precisamos de divulga-ção em consumo responsável, não só pelos orgânicos, mas do que realmente consumimos, afi nal, é o nosso dinheiro indo para o lixo,

literalmente. Segundo a Akatu, Instituto Pelo Consumo Cons-ciente, 1/3 do que consumimos vai para o lixo.

REY: Qual o impacto positivo e negativo no meio ambiente?RL: O meio ambiente só ganha, mas se cada um fi zer a sua

parte, teremos sim um mundo melhor, menos desigual, mais limpo e mais consciente.

REY: Esse é um mercado em ascensão. Há políticas públicas para o incentivo das empresas para o desenvolvimento desse setor?

RL: Sim, os mapas do Ministério do Desenvolvimento Social e do Ministério do Desenvolvimento Agrário têm nos dado bastante apoio (o foco ainda é agricultura familiar), porém ainda falta apoio ao empreendedor. Algumas políticas que podemos destacar são a obrigação das compras de merenda escolar serem provenientes de agricultura orgânica e familiar (mínimo de 30%) e a aprovação da fi toterapia no SUS (Sistema Único de Saúde). Em algumas cidades já existem projetos de hortas urbanas orgâ-nicas, com o apoio do governo; com isso há inserção de crianças e da melhor idade, geração de conhecimento, educação ambien-tal e ocupação, bem como uma renda extra para quem cuida das hortas. Assim, todos ganhamos!

Um aviso importante: mesmo sendo um alimento orgânico, a necessidade de lavar e desinfetar os alimentos continua indispensá-vel, pois a água utilizada para regar, o contato com a terra, o manu-seio humano e o transporte são fontes naturais de contaminação.

Romina Lindemann ao lado do “Neem”

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Pet

Em um mundo de tanta barbárie, desrespeito e falta de piedade, alguns paulistanos mostram a diferença com atitudes responsáveis ao recolher animais maltratados das ruas, de centros de adoções, entre outros locais, para assim dar amor e atenção que todo bicho merece.

São muitos cães e gatos que possuem passado de violência, desprezo e desamparo. E que através de seus

olhares angustiados cativaram seus novos donos por seu histórico de sofrimento e de impunidade. Assim, nos ensi-nam que estes pequenos animais indefesos precisam aci-ma de tudo de respeito, cuidados dignos e muito afeto.

De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ), não há número certo de animais aban-donados. Um estudo feito em parceria com a Universida-

Esse amor é ANIMALCasos de carinho, dedicação e compaixão por animais que foram abandonados e sofreram maus tratos

POR TATIANA VILHENA

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de de São Paulo (USP) indica que apenas na cidade de São Paulo há cerca de 3 milhões de animais domiciliados (com dono), sendo 2,4 milhões de cães e 600 mil de gatos.

Em termos de abandono, os cães apresentam número maior de casos, inclusive pela população canina ser mais numerosa. Entre os gatos, é mais difícil saber se o animal que se encontra na rua está abandonado ou possui dono, principalmente pela liberdade com que, normalmente, são criados.

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Pirulito e PererecaFoi assim que o propagandista Ricardo Alexandre Rodrigues

Cunha, 34, se deparou com um pequeno gatinho branco, o Pi-rulito. Estava próximo ao Hospital America, em Mauá, e ao parar para tomar um pingado viu o felino ao redor de seus pés. Pergun-tou às pessoas próximas se ele tinha dono, mas a resposta foi que era um gato de rua e que as crianças da vizinhança já estavam maltratando-o. Cunha fi cou abalado. Pediu uma caixa de sapato e prometeu na volta da reunião levá-lo para casa.

Ao chegar em casa, sua esposa, Renata, encaminhou-o ao veterinário. Estava fraco, com sarna, verme e otite. Só dormia. Hoje Pirulito é sapeca, adora brincar e atormentar a gatinha Pere-reca, mistura de siamês, que foi adotada em uma feira de animais. Perereca possui passado curioso, em sua fi cha de adoção segue processo contra seu antigo dono por maus tratos.

“A primeira coisa que é preciso entender é que, independente da origem do animal, você deve estar preparado para dar carinho, atenção e entender que aquele animal vai fi car com você para sempre”, relata Ricardo, que além dos dois gatos adotados possui o yorkshire Rufus.

Toquinho e a casa dos BoxesA ex-bancária Rita de Cássia Bertolotti, 46, foi guerreira ao

resgatar o Toquinho, vira-lata com pincher, de dentro de um rio. Rita, ao ver o pequeno e velho cachorro desamparado, chamou os bombeiros e estes indicaram para acionar o CCZ. Ao ver a agonia do cãozinho, ela pegou uma caixa com um pedaço de carne e uma enorme corda e conseguiu salvá-lo. “Era um saquinho de pulga”, lembra Rita.

Essa é uma das histórias de Rita, que hoje se dedica a cuidar de seus oito cães, a maioria da raça boxer, mas todos adotados. “Graças a Deus eu salvei muitos cães; mesmo sendo de raça, as pessoas abandonam”.

De acordo com a veterinária Dra. Sirlei Rodrigues, do Centro Veterinário Bom Pastor, o abandono geralmente acontece por falta de uma posse responsável. Ao comprar ou adotar um animal a pessoa deve estar ciente de que está adquirindo um ser vivo, que tem sentimento, que necessita de água, comida, boa higiene e cuidados médicos para viver e que esse animalzinho vai urinar, defecar e aprontar algumas artes.

Miaus despertadoresO empresário Fábio*, 35, já adotou ao todo pelo menos 15

animais. Em geral recolhe das ruas, leva ao veterinário, castra e tenta encaminhar para algum lar. Muitos estavam machucados, como o gatinho Lewis, que estava com o fêmur quebrado e um dedo esmagado – que teve de ser amputado.

Para Fábio (prefere não revelar o nome, com receio das pessoas do bairro largarem cães e gatos na porta de sua casa), o que mais o indigna é a falta de comprometimento das pessoas com os animais. “Já me trouxeram bicho doente que, se tivesse que desembolsar R$10,00, não gastariam. Tem gente que prefere comprar cerveja a pagar remédio para o animal”, constata.

Hoje, Fábio abriga três gatos e um cachorro. E se alegra ao revelar que os gatos são seus despertadores matinais. “Eles me acordam todos os dias para eu dar comida”.

*Nome fi ctício, o empresário preferiu não revelar o nome.

Permissão à BridgetA atendente Gisele Navarro Gomes, 46, acolheu ao seu lar

três cães vira-latas e uma poodle. Esta última foi deixada na porta da clínica veterinária onde trabalha. “Bridget era extremamente brava, agressiva. Levei para casa e ela se apaixonou pelo meu marido. Ela é alucinada por ele”, relata.

O amor de Bridget por seu marido é tanto que para Gisele entrar em seu quarto tem que paparicar a poodle com pequenas

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delícias caninas para aliviar o ciúme e assim poder deitar ao lado de seu esposo.“Com certeza eles carregam muitos traumas, mas se tratados com amor, carinho e sentindo confi ança em quem os adotou

não haverá motivos para agressão, pelo contrário, são eternamente agradecidos e manifestam profunda devoção por quem os salvou e adotou”, esclarece a Dra. Sirley.

Paixão à primeira vistaA mãe da administradora Ana Carolina Simões, 36, é conhecida em Ribeirão Pires pela ajuda aos animais abandonados da

cidade. Em um desses casos, três gatos foram deixados em uma clínica da cidade. Eles estavam maltratados, com pus nos olhos, super magros. “Um era mais lindo que o outro, mas assim que vi Billy Kid me apaixonei”, relembra Ana.

Na mesma leva, aproveitou para trazer a pequena Lua também para sua casa. Uma linda gatinha que foi encontrada dentro de um saco plástico com uma irmãzinha. Tinha apenas 20 dias de vida, teve que tomar até mamadeira para poder se alimentar.

A única forma de evitar o abandono e conter a proliferação desordenada de cães e gatos é a castração. No ano passado, o CCZ castrou mais de 40 mil cães. Há também ONGs em defesa de animais que praticam essa iniciativa a preços populares.

Animais para adoção:

Algumas ONGs e o próprio Centro de Controle de Zoonoses da capital promovem campanhas de adoção. Os interessados em acolher um animal podem com-parecer ao CCZ (Rua Santa Eulália, 86, Santana), de segunda a sexta, das 9 às 17 horas, e, aos sábados, das 9 às 15 horas. A pessoa deve apresentar RG, CPF, com-provante de residência e pagar uma taxa de R$ 15,25. Quem quiser adotar um gato deve levar uma caixa apropriada para abrigá-lo. Os que pretendem levar um cão devem estar munidos de coleira e guia.

O Centro de Controle de Zoonoses tem para ado-ção cães e gatos, todos devidamente vacinados, ver-mifugados, castrados e microchipados. Hoje, são cerca de 350 animais, sendo 90 gatos. Em média, 50 animais são adotados mensalmente, em sua maioria fi lhotes.

Castração:Animais encontrados na rua:

De acordo com a Dra. Sirlei, ao recolher um animal de rua deve-se tomar cuidado observando-se primei-ramente se o animal não é agressivo e como estão suas condições gerais. De preferência, deve-se envolver o animal em uma toalha para evitar contato direto, impedindo assim a transmissão de alguma doença. Ao levar esse animal para casa, deixe-o em ambiente fresco, limpo, com água e comida e isolado de outros animais para observação; leve-o a um veterinário para avaliação geral.

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Il Monastero é a mais nova pizzaria da região, apresentada em ambiente rústico ao mesmo tempo sofi sticado, e com ingredientes de qualidade que toda boa redonda merece

POR TATIANA VILHENA

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Abrigada em um antigo convento dos padres da Igreja São José, Il Monastero surge no Ipiranga como uma atraente casa dedicada à tradicional pizza de forno a lenha durante as noites, e no horário do almoço, às massas caseiras.

Do mesmo proprietário do Quina Cuccina, Orlando Sbrano, Il Monastero estreia com destaque em mais uma aposta de sucesso para o circuito gastronômico da região. Sbrano atua no ramo gastronômico há mais de 25 anos e cuidou com esmero de cada detalhe de seu novo empreendimento, desde a escolha dos ingredientes até a decoração.

Esta, aliás, também tem a marca do empresário, que abriu a casa em um espaço generoso e o adaptou com janelas amplas, tijolos aparentes, iluminação natural, jardim de inverno, além do toque de seu acervo pessoal

entadora...

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Serviço: Il Monastero Rua Cipriano Barata, 1842.Telefone: (11) 2273-1467Capacidade: 84 pessoasHorário de funcionamento: 3ª a 6ª, das 12h às 15h e das 19h às 24h. Sábados e domingos, das 12h às 16h30 e das 19h às 24h.

com peças antigas e raras como gramofone, telefone de parede, relógio e rádio do passado, que adornam o ambiente.

Para o cardápio de pizzas, o destaque da recém inaugurada casa é a de Calabresa artesanal (R$ 31,80) - calabresa curada, levemente picante, com toque de semente de erva doce -, além de dez tipos de pizzas especiais que compõem o cardápio com outros sabores tradicionais.

Reduto italiano, oferece massas frescas de fabricação própria no período do almoço e aos domingos convida para a tradicional macarronada que, mesmo pouco dias depois da inauguração, já lota a casa e confi rma a fama da boa culinária italiana. A dica vai para a Lasagna Qui-na - aberta, à bolonhesa, com quatro queijos, coberta com mussarela e gratinada ao forno (R$ 27,80).

Já as quartas e sábados o pedido é a brasileiríssima feijoada (R$ 20,80 - serve duas pessoas). Para bebericar, cerveja Original (R$ 6,80), e para petiscar, as saborosas torradinhas de alho. EY

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“Acho extremamente importante votar em algum candidato nas eleições. São eles que nos representam no governo”, Márcia Ruiz, 35 anos, comerciante. “Sou a favor de votar em branco ou nulo porque ultimamente é a única força que nós temos para reivindicar o péssimo governo”, Agenor Soares Silva, 56 anos, fotógrafo.

A discussão que cerca a escolha de votar nulo/branco não é característica do atual sistema de votação nem da geração de eleitores refl etidos na era Lula. Independente-mente de afi liação a partidos políticos, o eleitor sofre com dúvidas relacionadas ao ato de votar nulo/branco há anos.

Hoje em dia, campanhas são feitas em apoio a esse tipo de voto, mas você realmente sabe a consequência de votar nulo/branco? Desde a década de 90, depois de uma mu-dança na legislação eleitoral, os votos brancos e nulos têm a mesma função nas eleições: nenhuma. Com a implementa-ção das urnas eletrônicas, o voto nulo é caracterizado quando o eleitor digita propositalmente um número inexistente e confi rma a operação. Por outro lado, o voto em branco é reconhecido como o ato de anular a intenção de votar pelo fato de oferecer ao eleitor o botão correspondente nas urnas. “O voto nulo existia na época das cédulas. Nos dias de hoje é equivocado falar em voto nulo; a função de não votar fi ca por conta apenas dos votos em branco. O voto nulo teoricamente não existe. A função dele é a mesma do em branco.”, explica a professora e cientista política Maria do Socorro Souza Braga, de 42 anos.

Outro aspecto que causa dúvidas nos eleitores é a informação equivocada de que, em caso de mais de 50% de votos nulos/brancos, a eleição é considerada inválida e deve ser disputada novamente ou anulada. De acordo com o artigo 2º da Lei nº 9.504, de 1997, da Constituição Eleitoral, “será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria abso-luta de votos, não computados os em branco e os nulos”. Está claro que a representação dos votos nulos/brancos não possui poder na esfera eleitoral, como explica Maria

do Socorro. “O que acontece é que antes os votos nulos e brancos eram somados aos votos válidos e favoreciam os partidos grandes. A partir de 1997, excluíram os nulos e brancos da contagem de votos válidos para equiparar as eleições e dar margem a partidos menores”.

A dúvida é resolvida ao interpretar de forma correta o que diz o artigo 224 do código eleitoral: “Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias”. O erro está em confundir ‘nulidade’ com votos nulos. A expressão utilizada no artigo citado refere-se à anulação da eleição por conta de erros como fraudes em documentos, abusos em relação à Lei eleitoral, como

coerção e demais fraudes. Dessa forma, nada tem a ver a ‘nulidade’ com os votos nulos.

Mas então por qual razão votar nulo/branco, já que na esfera eleitoral eles não possuem poder de anular eleições

e vetar candidatos? De acordo com a cientista política, “normalmente, o eleitor vota nulo ou branco quando ele é contra os candidatos que os partidos disponibilizam. O voto em branco ou nulo serve somente para protestar”.

Em resumo, vota-se nulo/branco para mostrar que os eleitores não estão de acordo com os candidatos e seus respectivos projetos. Basicamente, os principais moti-vos que levam um cidadão a votar nulo giram em torno de não considerar os projetos nas candidaturas em questão, em ser obrigatoriamente necessário votar e em não votar em qualquer candidato para não benefi ciar outros políticos, por exemplo, que seguirão na ‘comissão’ do candidato eleito. “Quanto maior a cota de votos brancos, menor o grau de legitimidade da democracia, ou seja, o candida-to será eleito pelos votos válidos, mas sabendo-se que a maioria não está de acordo com os candidatos e partidos”, completa Maria do Socorro.

Votos nulos dúvidas e co Entenda os boatos e as verdades sobre o ato de não escolher um candidato

POR RAFAEL OLANDA – [email protected]

“... O voto em branco ou nulo serve somente para protestar”

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e brancos: nsequências

VOTAR NULO CAUSA ANULAÇÃO DE ELEIÇÃO?Não. O Tribunal Superior Eleitoral decidiu que os votos nulos por manifestação apolítica dos eleitores (protesto) não acarretam a anulação de eleição.

QUAIS AS PRINCIPAIS HIPÓTESES DE ANULAÇÃO DE VOTOS?São suscetíveis de anulação os votos obtidos por candidato que vier a ser condenado por compra de voto, por abuso do poder econômico ou por interferência do poder político ou de autoridade. O artigo 222 do Código Eleitoral prevê também que é anulável a votação quando houver fraude ou coação.

QUAL A CONSEQUÊNCIA DO VOTO NULO?O voto nulo não é computado no total de votos válidos. Assim, se você votar nulo poderá favorecer a vitória de um candidato ruim, pelo abandono de sua oportunidade de escolher cons-cientemente o seu representante. A não participação no processo eleitoral poderá acarretar uma realidade política prejudicial a todos.

Câmara Municipal de São Benedito

Confi ra o que diz a assessoria de imprensa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral):

Fonte: site/Tribunal Superior Eleitoral

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Não é privilégio das pessoas de hoje em dia conviver com discussões sobre exer-cícios físicos. Existem inúmeras formas de praticar atividades para manter a saúde em ordem ou mesmo melhorar o físico.

Uma das maneiras mais populares é o famoso cooper, método inventado pelo médico norte-americano Kenneth Cooper, de 79 anos. A atividade consiste em dar pequenas corridas sem muito esforço, por longos caminhos, em uma velocidade constante que não canse o atleta.

O esporte popularizou-se pela facilidade em adaptar a própria calçada das ruas como pista de corrida, além de consistir em uma atividade que pode ser praticada a qualquer hora do dia, sem necessidade de equipamentos específi cos, como em outras atividades.

Prazer, Vinício Stancati!

Pista de corrida localizada atrás do Museu do Ipiranga nos apresenta este apaixonado pelo esporte que deu o primeiro passo para a realização de um sonho

POR DENVER PELLUCHI SÁ E RAFAEL OLANDA

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A secretária Elza Lemos Borges, 42, é moradora do bairro e se tornou adepta da prática esportiva em parques. “Venho ao Museu do Ipiranga porque aqui é mais próximo da minha residência. E na rua tem a difi culdade de fi car parando toda hora, também por causa do farol”, pondera.

Outro ponto interessante são as histórias por trás das pis-tas. Berço da independência política do país, o Ipiranga deixa de lado as guerras, o “grito” e os monumentos da cidade para contar a história da pista de cooper “Vinício Stancati”.

Inaugurada em 5 de março de 1994, a pista foi idealizada pelo paulista de Rio Claro, Vinício Stancati, na tentativa de transformar a área de trás do museu do Ipiranga em uma pista específi ca de caminhada e corrida. O local é familiar a todos os moradores. A maioria dos bairristas percorre de cor e salteado o circuito da pista. Mas quantos sabem quem a criou?

“Não conheço a história, boa pergunta. Mas lá é melhor para fazer os exercícios com os aparelhos”, comenta o cabe-leireiro Denis, 34. “O que sei é que isso era um caminho que o povo fez através das árvores. Esse foi o início, né?”, arrisca a aposentada Vilma, 64. “A paisagem sempre me chamou a atenção aqui. Mas não conheço, não sei quem é essa pessoa, qual foi a importância dela. A gente não tem tempo de saber quem é, por conta da correria do dia”, confessa o funcionário público Ivan Lopes, 32.

“Costumo utilizar a pista aqui de cima. O ambiente é bonito e agradável, cheio de árvores. Só vejo o nome quando entro ali, mas não conheço a história”, conta o estudante

Flávio Passos, 18.As histórias sobre Stancati contam que ele costumava

correr atrás do museu, onde existiam somente matas e árvo-res. Impulsionado por essa paixão, o idealizador liderou um grupo de pessoas que também passou a praticar o esporte.

Junto a estes frequentadores, o atleta enviou um pedido de construção de uma pista à prefeitura, mas em 25 de mar-ço de 1993, quase um ano antes da inauguração, Stancati faleceu, aos 62 anos.

O sonho de ver a obra fi nalizada jamais foi realizado pelo morador. Para homenageá-lo, os amigos e parceiros de corri-da solicitaram que o local ganhasse o nome de seu visionário. Só então, no dia 25 de junho de 1996, pela Lei. 12111/96, o então Prefeito Paulo Maluf atendeu à vontade deles e a pista ganhou o nome ofi cial do atleta amador.

A ideia de proporcionar aos apaixonados pela corrida, como Stancati, um local específi co onde pudessem correr ao som dos pássaros, em meio às árvores e à natureza, fi nal-mente fora concretizada.

A secretária Elza aprova e agradece a iniciativa do criador da pista. “Nós queremos as coisas, mas não vamos atrás. E quando tem alguém que realmente vai à frente, vai à luta... Agradeço a ele, que proporcionou este espaço.”

Em toda sua vida, Stancati se dedicou a uma das coisas que mais amava fazer. “Ele participou de 162 competições entre 1982 e 1993. O Vinício praticou esportes a vida toda”, revelou a um jornal a viúva Rosa Domingues Stancati.

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No cinema, um dos principais e mais aclamados personagens é o heroi. Referên-cias não faltam para retrarar esse homem que passa por diversos apuros e no fi nal consegue salvar a todos de maneira extraordinária. Mesmo em diferentes atuações e cenários ele está presente e é o favorito de crianças e marmanjos. E, se é verdade que a vida copia a arte, podemos dizer o mesmo do cinema. O primeiro herói com quem temos contato é justamente uma das primeiras pessoas que vemos ao nascer. É quem nos ensina a andar de bicicleta e cuida da nossa educação e saúde. É quem nos ensina tudo sobre formação emocional e da personalidade quando ainda somos crianças.

Durante a infância, é quem temos de exemplo único e motivo até mesmo de com-parações entre colegas. O pai está associado à fi gura de autoridade que estimula o desapego do vínculo natural que a criança tem com a mãe e incentiva a independên-cia dos fi lhos. No cinema há inúmeras formas de homenagear essa fi gura tão impor-tante da família. Entre tantas histórias reproduzidas pela sétima arte, destaque para “Uma lição de amor” (2001). Na trama, Sam é um pai solteiro e sofre de um tipo de problema mental. Tido como incapaz pelas autoridades, Sam é proibido de exercer o ofício de pai quando descobrem que sua capacidade de raciocínio é a mesma de uma criança de sete anos. Lucy, sua fi lha, completa oito anos e Sam é automaticamente informado de que não poderá mais ser pai da garota.

Uma lição de amor revela muito mais do que um simples relacionamento entre pai e fi lha. Composto por uma bela trilha sonora e ótima fotografi a, o longa apresenta as difi culdades e a briga para pai e fi lha manterem o laço afetivo, independentemente de problemas ou limitações. Na arte ou na vida real o que não faltam são motivos para dizer àquele que nos ensinou tantas coisas o quão importante é sua presença em nos-sas vidas. E nesse roteiro escrito dia após dia, não poderíamos deixar de homenagear o herói da nossa infância e amigo durante toda a vida.

“Quem conta um conto preserva a tradição de um povo”

Histórias contadas por gerações, que percorrem o imaginário das crianças de todo o mundo. Lendas de mula sem cabeça, homens que viram lobo, belas sereias cantoras e mulatos de uma perna só. Não há quem nunca as tenha ouvido ou visto em algum livro. É assim que iniciamos o primeiro contato com o folclore de nossa terra. O termo é um neologismo criado no século XVIII pelos ingleses. Mais do que fábulas, “Folk” (povo) e “Lore” (saber) formam um gênero de cultura popular constituído por costu-mes, tradições, crendices e superstições de um povo. Esses elementos são transmitidos por meio de lendas, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, religiosidade, brincadeiras, mitos, festas e por aí vai...

O assunto se torna muito mais convidativo neste mês. É que no dia 22 de agosto é co-memorado o Dia Internacional do Folclore. E para os que não podem se aventurar ao redor

Homenagem e tradição divididas entre gerações e históriasÉ dessa forma que os dias dos Pais e do Folclore preservam sentimentos e memórias

POR DENVER PELLUCHI SÁ E RAFAEL OLANDA

do planeta à procura destas crenças populares, a dica é explorá-las por meio dos livros. “Folclore Brasileiro Infantil”, lançado pela editora Girassol em 2003, promete transformar conhecimento e educação em uma gostosa brincadeira para as crianças. Em suas 168 páginas, recheadas de be-las ilustrações, são apresentadas as brincadeiras, adivinhas, trovas, provérbios e canções de ninar, peculiares da infância. E em sua capa almofada-da, traz um CD com 24 cantigas de roda. Um livro para ser lido e até cantado!

Os interessados podem ir mais a fundo. E o ponto de partida, talvez, seja o choque com a exótica língua portuguesa. Matungo, Mazombo, são alguns dos verbetes perten-centes à linguagem brasileira. Por meio delas é construída uma nação. No livro do folclorista potiguar, Luis da Câmara Cascudo, podemos compreender o signifi cado de cada uma das palavras usadas no dia-a-dia. “Dicionário do Folclore Brasileiro”, editora Ediouro, não tem outra pretensão senão a de trazer um diversi-fi cado país para dentro de suas 930 páginas. Escrito entre as décadas de 40 e 50, o livro traça um panorama sobre a cultura popular. E por seu caráter de estudo a obra é vista, hoje, como uma importante fonte de pesquisa.

Os mais saudosistas talvez prefi ram apre-ciar novamente os fantasiosos contos. Mas e se soubessem que um novo tempero foi incorporado à narrativa? Algo que fosse capaz de apresentar um olhar diferenciado para o conjunto cultural que compõe o imaginário da população brasileira?

Foi exatamente isso que conseguiu o escri-tor e dramaturgo, Walcyr Carrasco, ao reeditar “Os três desejos”, “O jabuti e a festa no céu” e outros cinco contos. Todos foram reunidos nos três volumes de “Lendas e Fábulas do Folclore Brasileiro”, editora Manole. Seja por contos, vocábulos ou cantigas de roda, o contato com a manifestação mais autêntica de uma sociedade vive inconsciente ao redor de nós mesmos. Basta despertar! E que tal com alguns destes livros? EY

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Crô

nica No andar de cima a única coisa que se ouvia era o soar

de um instrumento até então desconhecido. Todos os dias, no exato momento em que o sol despedia-se do dia e lugar dava à lua, o som ressoava acompanhado de uma doce brisa que teimava em entrar pela janela ainda fechada. Imaginava quem o tocava e no escuro em que o destino teimou em lhe condenar, confundia vozes com a melodia vinda do alto. Há pelo menos alguns meses a canção era a mesma e reproduzida com tanta perfeição que difi cilmente se convencia de que era tocada por um ser humano que abrigasse defeitos e virtudes.

Cansara-se de imaginar o que lhe fora negado naqueles últimos anos e convencera-se de que permanecer sentada na velha poltrona, que nem a cor se lembrava, era sufi ciente para viver, desde que a melodia creditada aos céus lhe desse as boas vindas. Esperava ansiosa pelo entardecer. E sabia quando ele chegava pelo tênue frio que sentia nos calcanhares e pelo aroma de fl ores trazidas com a brisa dos fi ns de tarde. Limitava-se a aquecer o chá já pronto na mesma manhã e esperar pela música que a incentivava a levantar-se na manhã seguinte.

Como não enxergava por um capricho do destino, visualizava cores e formas a cada batida da melodia. As cores se cruzavam e se difundiam dando tom a outras cores, ora vibrantes, ora tranquilas. Ria sozinha segurando a xícara de chá vazia e fazia associações dos desenhos criados em ima-ginação com a vida vivida até aquele exato momento. Sentia-se agradecida por não ter perdido a audição e imaginava como seria se enxergasse e... apenas isso. Não prestar atenção na melodia vinda do alto.

Antes que o instrumento pudesse calar-se, deitava na cama e adormecia ao som do que julgava ser o com-bustível de sua vida.

Na manhã seguinte acordara e sentira-se estranha. A falta de visão lhe causava alguns desconfortos. O pior deles é não saber interpretar os sonhos que remetem a associações, cujos signifi cados desconhece. Ao longo do dia, ansiava pelo frio nos calcanhares anunciando o entardecer que anunciaria também a melodia. Mas sentia-se estranha, receosa. Os calcanhares permaneciam quentes e confortáveis na velha pantufa; o som do vento forçando a en-trada nas janelas havia desaparecido e o único som que ouvia era o de seus pensamentos travando uma forte briga com a ausência da melodia e o desespero de não enxergar o que se passava. Com o auxílio das mãos, caminhou até a janela e após abri-la sentiu o calor das tardes de verão. Voltou-se para a poltrona e esbarrando em móveis espalhados pelo pequeno cômodo desfaleceu-se.

Acreditava ter perdido as lágrimas juntamente com a visão. E assim era. Não chorava há anos e não via motivos para tal, mas

naquele momento sentiu novamente o mesmo aperto no peito daquela despedida forçada e, por mais que quisesse, não havia lágrimas. Tentava entender o que poderia ter acontecido ao mú-sico e imaginava inúmeras situações atribuídas a ele. Sentia uma sensação estranha de angústia e medo. Sentiu-se fraca e por um breve momento percebeu um facho de luz no cômodo onde es-tava. E como se fosse desmaiar, apagou suavemente na poltrona.

Como em um súbito começou a ouvir vozes e sentir uma ligeira movimentação ao seu redor. Imaginou ter passado mal e sem saber como, médicos e enfermeiros chegaram até seus aposentos. Ainda com os olhos fechados procurava entender o que havia acontecido nos últimos instantes que se recordava. Por não enxergar há algum tempo, difi cilmente sabia com certe-za absoluta quando os olhos estavam fechados ou abertos. Não distinguia vultos, nem mesmo movimentos, a não ser com a audição. Seus pensamentos foram interrompidos por uma doce

voz chamando seu nome e em seguida um som familiar.

Novamente ouvia a melodia que lhe dera tanta vida nos últimos anos. A voz feminina mesclada com a canção tocada no clássico instrumento pedia para que ela abrisse os olhos. Não en-tendendo a relação de a mú-sica reaparecer e a doce, mas irreconhecível, voz pedir-lhe que enxergasse algo, abriu os olhos. A emoção de ouvir no-vamente a canção creditada aos céus confundia-se com o que via naquele instante. Ainda atordoada reparou na sala pintada em tons claros, aparelhos eletrônicos e algu-mas janelas ensolaradas. Ao desembaçar a vista observou algumas enfermeiras e um homem com aparência mais velha e madura portando um instrumento nas mãos e uma boina nos ralos cabelos. Os óculos em formato retangular eram familiares e o sorriso ao ver o brilho naqueles olhos vivos era inconfundível.

Sentia-se muito bem, mas não entendia o que acontecia. Pessoas sorrindo para ela, a melodia trocada por uma salva de palmas dos que ali estavam. E antes que pudesse questionar, ouviu a mesma voz feminina dizer-lhe que durante os últimos quinze anos esteve em coma, por conta de um grave acidente. Desfalecida no leito de hospital durante esse tempo recebeu a visita diária daquele senhor instrumentista. Todos os dias, nos fi ns de tarde, ele aparecia nas dependências do hospital tocando uma bela melodia dedicada a ela.

Segundo ele, a melodia faria com que ela jamais perdesse a vontade de viver, pois com amor fora feita. Podia achar que ele era o amor de sua vida, mas tinha certeza de que, além disso, era também o mapa que a guiava e o combustível que a mantinha viva. Percebeu então que para enxergar o amor não eram necessários olhos, mas sim o coração.

O que os olhos não veem...POR RAFAEL OLANDA – [email protected]

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