revista código urbano
DESCRIPTION
Projeto Revista Pós GraduaçãoTRANSCRIPT
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
Flavio Faria Hypolito
São Paulo2009
Revista
Flavio Faria Hypolito
REVISTA CÓDIGO URBANO
Cenários urbanos proporcionam a expressão de
pensamentos e criticas à sociedade como forma
de arte
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Centro Universitário Senac - Unidade Lapa Scipião,
como exigência parcial para obtenção do Título de
Especialista em Design Gráfico.
Orientadora: Profa Dra Rita de Cássia Alves Oliveira
São Paulo2009
Hypolito, Flavio Faria
Revista Código Urbano - Cenários urbanos proporcionam a expressão de pensamentos e criticas à sociedade como forma de arte / Flavio Faria Hypolito - São Paulo, 2009.
64 p.: il. color.; 20 x 26cm
Orientadora: Profa Dra Rita de Cássia Alves Oliveira
Monografia de Conclusão de Curso - Centro Universitário Senac Unidade Lapa Scipião, São Paulo, 2009 Pós-Graduação (lato sensu) - Especialização em Design Gráfico.
1. Design Gráfico 2. Revista 3. Graffiti 4. Cultura de Rua l. Oliveira, Rita de Cássia Alves (Orient.) ll. Hypolito, Flavio Faria lll. Título.
Aluno: Flavio Faria Hypolito
A banca examinadora dos trabalhos de Conclusão
em sessão pública realizada em _____/_____/______,
considerou o(a) candidato(a):
1) Examinador(a)
2) Examinador(a)
3) Presidente
Título: REVISTA CÓDIGO URBANO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Centro Universitário Senac - Unidade Lapa Scipião,
como exigência parcial para obtenção do Título
de Especialista em Design Gráfico.
Orientadora: Profa Dra Rita de Cássia Alves Oliveira
Agradecimentos
Primeiramente agradeço a toda minha família,
principalmente aos meus pais, por me ensinarem
os reais valores da vida e por terem me mostrado
o caminho certo para que me tornasse um ser
humano de caráter. Se hoje sou alguém é a eles
e meus irmãos que devo meus agradecimentos.
Agradeço também aos amigos de sala,
Tatiana, Carlos e Annette, que por um ano e
meio vivemos bons momentos e pude com eles
aprender coisas que levarei para o resto da vida,
inclusive suas amizades.
E, por último, à todos os professores do curso
de Pós-Graduação em Design Gráfico do SENAC,
aos grafiteiros Cláudio Donato e Alexandre Órion
que me ajudaram e acrescentaram muito para
elaboração deste trabalho e meu crescimento
pessoal e profissional. Em especial a Profa. Dra.
Rita de Cássia Alves Oliveira, minha orientadora.
Obrigado!
RESUMO
Esta monografia envolve a criação e elaboração de um projeto gráfico para o qual pesquisas
teóricas e iconográficas se juntam para criação de uma revista voltada para um público alternativo, dá
área de design e em especial que goste das culturas de rua.
A primeira edição da revista aborda-rá o tema Graffiti, o projeto será dividido em capítulos que
levarão muita informação e curiosidades sobre o assunto.
Tendo as cidades como plano de fundo e os muros como telas, a interação e intervenção desta arte
se torna algo que enche nossos olhos e nos faz refletir. Contando um pouco da sua origem e fazendo
um paralelo com o design, tal pesquisa mostrará que a arte do graffiti, vem quebrando cada vez mais
barreiras e mostrando o seu valor através de ótimos trabalhos de grafiteiros pelo mundo, tornando
o graffiti uma arte cobiçada e cada vez mais institucionalizada. Chegando ao ponto de em um
cenário comtemporâneo tal técnica ser absorvida por inúmeros meios de comunicação para
atingir o seu público.
ABSTRACT
This monograph involves a creation and development of a graphic project, include theoretical and
iconographic researchs joined to create a magazine for a alternative public from design area, in special
that enjoys street art.
The first magazine edition brings the subject “Graffiti”, the project will be divided in chapters with a lot
of information and curiosities about it.
Having the cities as its background and walls as screens, the interaction and intervention of this art
becomes something which fills our hearts and makes us wonder about it. Through its origin and correlation
to design skills, this research will show that the graffiti art has been trespassing boundaries and proving
its value through the amazing work of grafiteiros around the world, transforming graffiti into a not only
coveted, but institutionalized art. This monograph also intends to point out the fact that this art has reached
into contemporary scenery, and it is therefore being absorbed by countless means of communication to
get its target.
IntroduÇÃo ------------------------------ 14
Arte de rua ----------------------------- 16
Stencil e Graffiti - História
A cidade como tela ---------------- 22
Uma tela ao ar livre para todos
A relação com o design --------- 26
A apropriação pelos meios de comunicação
intervenções urbanas ------------ 38
Trabalhos de alguns grafiteiros
PROJETO EDITORIAL ------------------- 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS ----------------- 60
Bibliografia ---------------------------- 62
Sumário
Introdução
14
O interesse sobre a arte de rua e a vontade de
conhecer mais sobre esse assunto, foram os mo-
tivos que me levaram a escolher o graffiti como
tema para a primeira edição deste trabalho de
conclusão de curso.
No decorrer de 64 páginas mostrarei um pou-
co dessa arte que faz dos muros de diversas ci-
dades pelo mundo verdadeiras telas de arte ao
ar livre podendo ser vista por qualquer pessoa.
O projeto, uma revista trimestral com o nome
“Código Urbano”, trás em seu contexto a inte-
gração de forma e conteúdo para criação de
um projeto gráfico onde pesquisa e reflexão
compõem o conteúdo da mesma, onde capítu-
los são apresentados em forma de artigos sempre
abordando assuntos relacionados a arte de rua e
a comunicação.
Optei em fazer um layout valorizando mais os
espaços em branco e as imagens, deixando para
as intervenções nos textos, boxes e manchas nos
cantos das páginas buscarem a aproximação
com o meio urbano que, no caso, é mais caóti-
co e conturbado.
Arte de Rua: consiste em trazer a todos o
conhecimento histórico do graffiti, seu surgimen-
to, precursores, técnicas, importância e curiosi-
dades sobre o assunto.
A cidade como tela: aqui, mostrarei a im-
portância e a função que a cidade tem para
promover o trabalho de artistas.
A relação com o design: ponto maior da re-
vista. É onde o graffiti ganha status, se mostra como
uma nova tendência ganhando os olhos do mun-
do. Aqui será mostrado e comentado também o
caminho que o graffiti está tomando, que ao longo
dos anos vem moldando e modificando o campo
da publicidade, onde agências de publicidade uti-
lizam tal técnica para atingir seu público.
Intervenções urbanas: ponto máximo de
um grafiteiro, berço de fantasias da imaginação,
as intervenções mostram um mundo que poucos
conseguem ver. Espaço onde será colocado al-
guns trabalhos onde o mundo real interage com
o da fantasia.
Projeto editorial: se trata de uma revis-
ta com seções não fixas, podendo ser alteradas
conforme o tema abordado, mantendo somente
as cores, fonte e colunas. Todas as edições terão
que ter espaços para inserção de anúncios, dan-
do assim sustentação para a mesma.
A revista Código Urbano tem como proposta
principal a elaboração de um projeto
gráfico contemporâneo, onde elementos
gráficos, imagens e textos, formam um
layout limpo para
falar de um as-
sunto que na
maioria das vez-
es é visualmente
caótico.
guerra mundial, os nazistas usaram inscrições em
muros como meio de propaganda para provocar
o ódio contra os judeus. Entre as décadas de 60 e
70, durantes as revoltas estudantis, os manifestan-
tes divulgavam suas idéias com palavras pintadas
em muros. Foi nessa época que surgiu a técnica
do “Estêncil”, uma primeira derivação do graffiti.
Já o graffiti contemporâneo começou a se de-
senvolver no final da década de 70, em New York
e na Filadélfia, onde artistas como Taki, Julio, Cat e
Cornbread pintavam seus nomes em muros ou nas
estações de metrô ao redor de Manhattan.1
Esse movimento proporcionou a vários grafi-
teiros um certo conhecimento, possibilitando assim
Der ivado
da palavra Italiana
sgraffito (rabisco, ranhu-
ra) o graffiti é uma forma de
manifestação artística em espa-
ços públicos. A definição mais popular
diz que o graffiti é um tipo de inscrição
feita em muros. Dessa maneira, temos
relatos e vestígios do mesmo desde o
Império Romano, com descobertas
na Grécia e França, sendo utilizado
técnicas com argila e anotações ent-
alhadas em cavernas.1
Mais tarde, durante a segunda
ARTE DE RUA
Dalva / EUA
Os Gêmeos
COMO, QUANDO E ONDE TUDO COMEÇOU
16
1
2
“Efêmero por natureza, o graffiti vai da crítica social
ao descontraído. Com traços marcantes da pop art em sua estética
o graffiti se torna uma expressão artística e humana, conquistando
seu espaço na mídia nos anos 80, chegando à Bienal
e manchetes de jornais. Sempre com muita descontração,
contrapõe-se aos outdoors, não procurando levar o espectador
à posição passiva de mero consumidor. É, sim, um convite
ao encontro e ao diálogo”.
(O que é graffiti - Celso Gitahy)
que certos artistas saíssem da pobreza e do gueto.
Primeiramente, os grafiteiros usavam seus ver-
dadeiros nomes ou apelidos, mas com o tempo
isso mudaria e eles passariam a usar pseudóni-
mos, as tags (assinatura chamativa do grafiteiro).
Com o aumento de novos artistas exibindo
seus nomes por toda a cidade, os grafiteitos tin-
ham que encontrar novas formas de expor suas
obras, os trens que por percorrer toda a cidade
e algumas vezes outros países, acabaram difund-
indo o graffiti, tornando-o assim conhecido e ex-
plorado em outras partes do mundo.1
O graffiti está ligado diretamente a vários
movimentos, em especial ao hip hop. Para esse
movimento, o graffiti é a forma de expressar toda
a opressão que a humanidade vive, principal-
mente os menos favorecidos, ou seja, o graffiti
reflete a realidade das ruas.
Nos dias de hoje
O modelo nova-iorquino do graffiti girava em
torno da distorção das letras, com o passar dos
anos, o estilo original de letras se desenvolveu até
gerar uma grande variedade de formas tipográ-
ficas: a legível, o distorcido (wildstyle), os bubble
style e o 3D.1
Mantendo a lata de spray como ferramenta
fundamental para tal arte, grafiteiros do mundo
todo abrem suas cabeças para as incontáveis
opções de material disponíveis hoje em dia, tais
como: tinta óleo ou acrílica, aerógrafo, giz pastel
oleoso, etiquetas entre outros.
O estêncil (uso do pincel ou lata de spray para
pintar imagens ou palavras através de um gabari-
to), que também é uma técnica desenvolvida por
grafiteiros, colocou e coloca muitos artistas em ev-
idência. Em especial, aparece o inglês “Bansky”,
Grafiteiros nos trens de Nova Iorque / EUA
que com suas figuras irônicas, motivadoras e sem-
pre muito ousado, tornou seu nome mundialmente
conhecido, ainda mais pelo fato de ninguém con-
hecer seu rosto.
Com a chegada da internet, a projeção e in-
stitucionalização do graffiti tornou-se ainda maior.
Artistas, designers e pessoas comuns conseguem
ver e ter como referência trabalhos de grafiteiros
de todo o mundo.
Hoje em dia, muitos falam de um movimento
denominado “Pós-Graffiti”, caracterizado por
abordagens mais inovadoras quanto à forma e
técnica, que vão além das percepções
tradicionais do estilo clássico do graf-
fiti. Com isso, muitos artistas tendem a
se distanciar dessa palavra (graffiti) porque
acham que ela já não é contemporânea
e pelo fato de muitas vezes lembrar atos
de vandalismo e não arte. Assim, muitos artistas
preferem definir seu trabalho como “arte urba-
na”, “pós-graffiti” ou “neograffiti”, com o intuito
de se diferenciarem uns dos outros e não serem
vistos como vândalos.1
Mas, felizmente a realidade é outra e o graf-
fiti vem sendo visto com bons olhos por países da
Europa, América do Norte e mais recentemente
América do Sul, principalmente o Brasil.
Hoje em dia, é normal ver um design inspirado
no graffiti, ou com um estilo de graffiti, seja em
t-shirts, Cds, posters ou publicidade.
17
Dave Chino / Nova Iorque / EUA
Gillesklein / França
1
2
No Brasil
O graffiti como movimento começa a surgir
em São Paulo por volta de 1978, com o período
da abertura política. A crescente necessidade de
comunicação, insatisfações e desejos da popu-
lação fizeram do graffiti um meio de expressão
para atingir e emitir mensagens a um grande
número de pessoas que compartilhavam de um
mesmo espaço social: a cidade.2
Mas o nome que popularizou o graffiti no brasil
foi, “Alex Vallauri”, no final da década de 70, em
São Paulo. Com seu universo provocativo, sensual,
e muitas vezes carnavalesco, espalhou pela ci-
dade botas pretas, luvas, biquínis, televisão e outros
elementos de comunicação de massa. Para ele,
o grafite é a forma de comunicação que mais se
aproxima do seu ideário de arte para todos.3
Nessa época, outros nomes como Maurício
20
Villaça, Carlos Matuck, Hudinilson Jr. entre outros
também se destacaram.
Os brasileiros por sua vez não se contentaram
com o estilo norte-americano, então, começaram
a modificar a arte com um toque brasileiro. O estilo
do graffiti nacional é reconhecido e admirado en-
tre os melhores do mundo, papel esse, muito bem
representato por nomes como: Os Gêmeos, Titi
Freak, Nunca, Nina, Órion, Donato, entre outros.
Antes, já haviam outras formas de manifesta-
ções urbanas no Brasil denominada pichação,
tendo início com os movimentos estudantis contra
a ditadura na década de 60.
“uma das diferenças entre o graffiti e a pichação
é que o primeiro advém das artes plásticas e o se-
gundo da escrita, ou seja, o graffiti privilegia a ima-
gem e a pichação, a palavra e/ou a letra”
(O que é graffiti - Celso Gitahy, 1999, p.19)1 - O mundo do grafite - Nicholas Gans - 2009 - Ed. Martins Fontes2 - Revista Mural - 2006 - trabalho de conclusão de curso - Senac Lapa - Pós Graduação Design Gráfico - Marcelo Rodrigues Azevedo3 - http://www.stencilbrasil.com.br/home.htm
Os Gêmeos / São Paulo / Brasil
Hudinilson Jr.Alex Vallauri
Mascara (stencil) de um dos trabalhos de Celso Gitahy
Carlos Matuck
Carlos Matuck
Mauricio Villaça
Rosto de Alex Valauri em Stencil
A CIDADE COMO TELA
FONTE DE INSPIRAÇÃO E CULTURA AO ALCANCE
“Paisagens Urbanas, é uma reflexão sobre a arte em
relação definida com o lugar.” - “Redefinir o lugar
da obra de arte contemporânea, a partir da sua inte-
gração com outras linguagens e suportes.” “É a ex-
periência da metrópole, a cidade como horizonte,
que possibilita esse entrelaçamento de linguagens”
(Paisagens Urbanas - Nelson Brissac. 1996)
As cidades são repletas de verdadeiras
obras da engenharia. Com seus prédios
imponentes, suas pontes ousadas e avenidas
largas as cidades estão cada vez mais se
impondo e fazendo de suas construções pontos
turisticos, onde a mão do homem torna possivél
sonhos jamais acreditados. Mas dentro dessa
cidade existe outra, uma outra cidade que
poucas pessoas tem o prazer de conhecer,
é uma cidade formada pelas pessoas que
mais gostam das cidades, que fazem de seus
muros uma ferramenta de sobrevivência que
encanta e enche os olhos de quem passa com
DE TODOSverdadeiras obras de arte.
O graffiti só é o que é porque por trás dele tem
sempre uma cidade proporcionando o pensa-
mento criativo de um grafiteiro.
“Transformar a cidade com uma arte viva e po-
pular e induzir à efetiva participação da comuni-
dade. Eis a minha intenção.”
(Alex Vallauri)
Como já dizia Chico Sciense, (...) “A cidade se
encontra prostituída por aqueles que a usaram
em busca de saída”(...). Prostituída. Essa é a pala-
vra que resume todas essas informações que na
cidade são depositadas.
Políticos, empresas, vendedores, grafiteiros e
pichadores, utilizam a cidade como suporte para
comunicação, protesto ou exposição gratuita de
sua arte. E é isso que os grafiteiros mais sabem
fa-zer, esplorar o meio urbano, traduzir toda a sua
inspiração, criatividade e indignação em forma
23
Artista desconhecido / Paris / França
“São Paulo tem o privilégio de ser a única cidade do mundo a ter um
grupo de artistas trabalhando dentro de uma coerência linguística
com homogeneidade que não se encontra nem mesmo
em New York. Conheço todas as capitais do mundo e posso garantir
que São Paulo é o centro do graffiti ocidental”.
(Enio Massei - crítico de arte e repórter fotográfico -
O que é graffiti - Celso Gitahy)
24
Painel pintado em 2008 pelos Gêmeos em conjunto com Nunca, Nina, Finok e Zefix no acesso da avenida 23 de Maio ao Minhocão, no bairro da Bela Vista(680 metros quadrados). Uma empresa contratada pelo programa “cidade limpa” cobriu o mural anterior (2002) de tinta cinza.
“Encaramos a cidade inteira como uma tela. A cidade
nos usa, então temos que usar ela também.”
(Os Gêmeos)
de arte. Escadarias, becos e paredes transfor-
mam-se em suportes de diálogos gráficos que
atravessam os anos resistindo às rápidas transfor-
mações de uma metrópole que marca a efeme-
ridade dessas intervenções, fazendo dos muros
verdadeiras telas e, das cidades, galerias ao céu
aberto ao alcance de todos.
A comunicação contemporânea desenvolve-
se em estreita relação com essas culturas de rua.
São elas que informam, oxigenam e pressionam
1 - Vida na metrópole: comunicação visual e intervenções juvenis em São Paulo(Profa. Dra. Silvia Helena Simões Boreli e Profa. Dra. Rita de Cássia Alves Oliveira)
a transformação constante do design, especial-
mente o gráfico, que muitas vezes vai buscar nas
ruas sua fonte de inspiração, seja ela tipográfica,
texturas, cores, imagens, estilos ou linguagens1.
“A metropole apresenta-se como panorama
sumanamente variado e móbil, que abarca seus
comportamentos, referências, linguagens e for-
mas de sociabilidade”
(Margulis e Urresti, 1998)
RELAÇÃO COM O DESIGN
A APROPRIAÇÃO PELOS MEIOS DE
“O artista de um modo geral tem que sobreviv-
er do seu trabalho. Poucos conseguem produzir
algo relevante com trabalhos paralelos. A pu-
blicidade é um poderoso mercado que devolve
essa dignidade financeira ao artista. Claro que
isso tem um preço e cada artista tenta trabalhar
com isso à sua maneira. Eu acho importante que
o artista tenha muito claro alguns limites, ou seja,
o que está à venda e o que não está. Vender
a alma para o mercado é um preço muito alto
que a maioria, quero acreditar não está disposta.
Mas é pura ilusão achar que, num mercado de
arte como o nosso, o artista não fará nenhuma
concessão. Em resumo, tudo é uma questão de
equilíbrio. E só se acha o seu na prática.”
(Claudio Donato)
A primeira grande exposição de graffiti foi re-
alizada em 1975, no Artist`Space, de New York,
com apresentação de Peter Schejeldahl, mas a
consagração veio com a mostra New York/New
COMUNICAÇÃOWave, organizada por Diego Cortez, em 1981, no
PS1, um dos principais espaços de vanguarda de
New York1. Ainda no mesmo ano é inaugurada
pela atriz de cinema underground Patty Astor a
primeira galeria dedicada inteiramente ao gra-
ffiti, a “Fun Gallery”, no Manhattan’s East Village.
Cada vez mais, cantores, estabelecimentos,
autores, campanhas publicitárias, marcas fa-
mosas nacionais e estrangeiras, utilizam em suas
peças gráficas, decoração, e até mesmo em
suas logotipo, técnicas relacionadas ao graffiti.
Um exemplo disso é o “Hotel Fox” (imagens
ao lado), www.hotelfox.dk. O Hotel Dinamarquês
contratou um grupo de grafiteiros para personali-
zar seus quartos com a técnica do graffiti e não
simplesmente pintar com cores chapadas. Cada
aposento recebeu uma pintura diferente, com
desenhos que representavam a arte de rua da
cidade em que se encontrava o hotel. Essa mani-
festação representa a apropriação do popular
pelo privado, com a finalidade da construção de
27
Quartos Hotel Fox / Dinamarca
uma identidade comercial.
A apropriação material de bens vindos do
popular, especificamente da arte de rua (gra-
ffiti), é uma estratégia de construção de identi-
dade que visa uma maior aproximação com o
público alvo (consumidores).
No final dos anos 80, e começo dos 90, o gra-
ffiti passa a ser visto com outros olhos e algumas
galerias ao redor do mundo se curvam para tal
arte e abrem suas portas. Grafiteiros que até
então eram vistos como vândalos são chamados
para expor seus trabalhos. É a institucionalização
da estética do graffiti que ganha o mundo da arte
e posteriormente os meios de comunicação.
Assim, entende-se que a institucionalização
do graffiti é a incorporação dessa linguagem ur-
bana às produções do circuito oficial das artes
plásticas, da mídia de forma geral e de toda uma
indústria que comercializa uma vasta série de
produtos estampados com imagens inspiradas
nos graffitis contemporâneos.2
Na contra mão dessa institucionalização alguns
grafiteiros são críticos e vêem com outros olhos essa
apropriação. Como é o caso do grafiteiro Chico,
integrante da Nação Crew, que diz: “Por mais que,
de repente, uma empresa chegue pra mim e fale
assim “Faça o que você quiser aí”, eu acho que só
por ser uma empresa ou alguma outra coisa
já tem uma influência. Já muda, mesmo que
inconscientemente, alguma coisa na minha ca-
beça. Agora, na rua, eu faço o que quero.”
28
Os Gêmeos / Tate Modern / Londres
Nunca / Tate Modern / Londres Os Gêmeos
1
2
“A incorporação dessas formas artísticas pela
publicidade se baseia no interesse dela por
aquilo que é polêmico, o que faz atingir um
maior número de pessoas. Com certeza, a
publicidade é muito influenciada pelo o que
acontece nas ruas. Está infestada de grafite
em propagandas dos mais diversos produtos.
É uma questão de aceitação.”
(Mário Leandro Rufino - Artista Plástico)
“2nd floor”, campanha da “Ellus” que busca
elitizar o graffiti numa campanha nacional, onde
25 jovens foram convidados para participar
do projeto grafitando outdoors pela cidade de
“A arte de rua foi apropriada pela publicidade
da mesma forma que toda a indústria cultural
adapta práticas que funcionam bem no cotidia-
no cultural popular. A publicidade logo captou a
eficiência e a aceitação da arte de rua e quis se
aproveitar disso de alguma forma. Fazendo isso,
renova seu discurso e conquista o público jovem,
que vive com mais intensidade essa arte.”
(Luiz Navarro, Coletivo Culundria Armada)
São Paulo. Da arte underground para o graffiti.
O universo subvertivo como inspiração, o graffiti
como linguagem, foram as linhas traçadas pela
“Ellus” para promover sua marca.
31
Anúncio da “Oi” pararevista “Super Interessante”Agosto de 2009Artista Speto
O graffiti está se tornando cada vez mais uma
ferramenta de lucro, tornando-se assim cada vez
mais institucionalizado. Até que ponto isso é bom?
De fevereiro a maio de 2009,foi exibida no “The
Andy Warhol Museum”, em Pittsburgh, Pensilvânia, o
“The Vader Project”, com capacetes de Darth Vader
customizados por graffiteiros, artístas e designers. A
primeira edição do projeto foi no ano de 2007 em
Los Angeles, no Star Wars Celebration IV.
33
“Acho que o graffiti é um meio de comunicação.
Quanto à apropriação pela propaganda, acho
que devem se pagar os devidos direitos da
imagem ao artista. Hoje a maioria dos diretores de
arte conhece e sabe como contatar pelo menos os
grafiteiros maisconhecidos que podem identificar
os menos conhecidos. Em relação ha outros
meios de comunicação como TV, cinema, revista,
internet, acredito que se apropriam dos graffitis
com a intenção de representar o ambiente urbano.
No fim, servem para divulgar nosso trabalho. O
problema é que tem muita gente preguiçosa que
não procura identificar o autor da obra e dar os
devidos créditos. No mais, o graffiti está nas ruas
de todo o mundo e faz sentido aparecer nos meios
de comunicação como sintoma de um movimento
cultural de carater popular que hoje recebe louros
de erudito pertencendo à coleções e galerias”.
(André Monteiro - Pato - Mestre e Bacharel
em Artes plásticas pela Unesp e Artista plástico)
Campanha dupla Apple + Eminem, 2009: Incluindo peças impressas e outdoors com uma estética de arte urbana em meio a fundos com imagens e belíssimos efeitos de graffiti. É um comercial de duas vias, pois anuncia o iPod e a coletânea chamada “Curtain Call”, que será lançada pelo rapper em dezembro.
1
2
3
A ação foi feita pelaAgência Unitas/RNL da cidadede Santiago, no Chile.O objetivo é comunicar a variedadede cores da marca e dar a ilusãode que o graffiti foi feito comos lápis da Faber-Castell
34
Anúncio do “MorumbiShopping” para revista “Veja São Paulo”Junho de 2009Artista Tikka
2004 - MTV - Ninguém entende melhor a lingua dos jovensNem sempre entendemos o que muitos grafiteiros escrevem em suas obras e, aproveitando esse mote, a agência Age. espalhoupela cidade cartazes em pontos específicos que “traduzem” esses grafites. Uma bela sacada, criativa e muito barata.
2007 - Goodyear - “Viva nas asas da Goodyear”
A campanha criada pela agência Y&R, trás em todo o seu conteúdo a estética e o conceito da arte urbana “Graffiti”, para consolidar o conceito de liberdade e movimento, convidando as pessoas a aproveitarem mais a vida.
1
2
“A explosão demográfica das cidades, e o seu
consequente crescimento desordenado, e a in-
dustrialização da construção civil, transformaram
o espaço urbano em um aglomerado de pessoas
que tentam compartilhar desse espaço, muitas
vezes conflituoso, e, por necessidade de comuni-
cação, surgiram os chamados `meios de comu-
nicação urbana`, onde o graffiti é forte represent-
ante na história contemporânea”
(Costa, 1994:74)
37
Campanha da “Vivo”, entitulada “Pai e Filho” onde oito artistas foram convidados para estilizar a cadeira usada no filme da mesma cam-panha. Posteriormente essas cadeiras foram leiloadas no Mercado Livre, e sua renda foi revertida para instituições com projetos sociais.
Constatado que o processo cultural é dinâmi-
co e está em constante transformação, atual-
Capa CD Green Day, 2009
mente, observamos que uma forma artística es-
pecifica é retirada de seu contexto original para
atender à estratégias de mercado. Foi necessário
que essa apropriação fosse absorvida pelos mei-
os de comunicação, de maneira que as empre-
sas adquirissem visibilidade social e pudessem
cumprir suas metas comerciais.
A comercialização e institucionalização do
graffiti se inscreve nesse fenômeno geral de con-
versão, que nesse caso do graffiti a baixa seria a
não liberdade de pensamento e ação que os mu-
ros da cidade oferecem, tendo que seguir regras
impostas pelo anunciante. Assim o graffiti perde
seu caráter puramente transgressor.
Capa DVD Marcelo D2, 2004 Capa CD O Rappa, 2000
1 - O que é Graffiti - Celso Gitay2 - Culturas juvenis no século XXI - Imagens urbanas: alguns aspectos da produção contemporânea de graffiti no Rio de Janeiro (Janice Caiafa e Rachel Sodré)
1
1 2 3
INTERVENÇÕES URBANAS
GRAFFITIINTERAÇÃO
Primeiramente, com a intenção de criar
uma marca pessoal, o graffiti veio para sair do
comum, jogar nas ruas uma nova forma de ex-
pressão artística, demarcação de grupos, estilos.
No começo, tais artistas (grafiteiros) nem sabiam
muito bem o que estavam fazendo, mas aquele
ato de rebeldia, muitas vezes fora da lei, seria o
marco para uma nova estética artistica cultural.
A cidade se apresenta, o grafiteiro agradece.
O graffiti fez e faz das cidades em todo o mundo
uma grande tela de arte, onde
se tem desde ótimos trabal-
hos de arte, criticas ao
governo, socie-
dade, pensam-
entos, ideologias,
e em uma fase mais
contemporânea se
tornando ferramenta
da publicidade, onde
empresas se utilizam
de tal técnica para vender e atingir seu público,
tornando assim, o grafite não mais uma arte de rua
alternativa e sim um veículo de consumo.
Sendo assim, esses graffitis servem para que
as pessoas, andando pelas ruas, possam interagir
com a arte, viver, nem que por alguns segundos,
um mundo de fantasia, ilusão, um mundo projeta-
do nos muros das cidades com tinta e criatividade
que nos fazem sonhar de olhos abertos.
Grafitar é a atitude de imprimir poesia na arquite-
tura da cidade. Quando o artista de rua interfere
poeticamente na cidade, ele quer simplesmente
humanizar aquele espaço, deixar um rastro, uma
marca que acrescente beleza à cidade, ainda que
a beleza seja um conceito questionável. É, antes de
qualquer coisa, um ato afetivo, e claro, de auto afir-
mação, de auto valorização. É também um ato de
extrema generosidade, pois bancar do próprio bol-
so murais e intervenções de rua não é mole não.
(Cláudio Donato)
38
MUROS
Donato
Isso é um muro
Isso é um poema
Impresso no muro
No muro que esmurro
No ex-muro, agora poema.
(Claudio Donato)
Vitché / São Paulo / Brasil
Qualquer branco magrela, nascido nas re-
dondezas de Bristol, Inglaterra, há mais ou
menos 30 anos, que use camiseta, boné e
brinco pode ser Banksy.
Visto como o “justiceito” Banksy que prefere
ficar no anonimato, surge das sombras com
sua latinha de spray e bombardeia os muros
ao redor do mundo com imagens contra a in-
justiça, a guerra e o capitalismo.
( http://www.banksy.co.uk )
Banksy
41
42
Nova Orleans / EUA
45
46Palestina / Cisjordânea 2005
O duo 6emeia foi criado e de-
senvolvido pelos artistas Anderson
Augusto, conhecido como SÃO, e
Leonardo Delafuente, conhecido
como Delafuente, moradores do
bairro da Barra Funda (São Paulo),
onde se iniciou o projeto com o in-
tuito da mudança e transformação
do cotidiano. O objetivo é modificar
o meio ao qual todos vivemos propondo um novo ol-
har e uma reflexão para quem passa pelos bairros da
Barra Funda, Bom Retiro, Santa Cecília, Higienópolis,
Pacaembu e Campo Limpo, que consiste em pintar
bueiros, postes, tampas de esgoto e qualquer outro
objeto que construa o cenário urbano.
Em uma cidade tensa, confusa e mergulhada
em cores como o cinza e beje, o duo 6emeia
destoa da paisagem com sua paleta de cores,
levando vida e bom humor a todos.
( http://www.6emeia.com/ )
1 - http://www.6emeia.com/
Órion, 27 anos, nascido na cidade de São Paulo é
Designer e Artista Plástico, trabalha com o graffiti linguagem de intervenção urbana desde 1995.( http://www.alexandreorion.com )
49
artista plástico por profissão e grafiteiro por opção
Donato faz parte da geração anos 90 do Estêncil
Graffiti Paulistano.
( http://www.flickr.com/photos/claudiodonato/ )
Cláudio Donato
50
53
54
PROJETO EDITORIAL
PASSO A PASSOCONSTRUÇÃO
A partir de uma pesquisa editorial e iconográ-
fica realizada, chego ao projeto gráfico da revis-
ta “Código Urbano”. Trazendo em seu contexto
a integração de forma e conteúdo para criação
de um projeto gráfico onde pesquisa e reflexão
compoem seu próprio conteúdo da mesma,
onde os capítulos são apresentados em forma de
artigos, identificados cada um com uma cor.
Codigo Urbano é, primeiramente, uma revista
de arte visual que articula arte urbana e comu-
nicação, levando aos leitores conhecimento e
aprofundamento das culturas de rua e da arte
que elas proporcionam.
A revista tem como proposta a elaboração de
um projeto gráfico contemporâneo, onde elemen-
tos gráficos, imagens e textos, formam um layout
limpo para falar de um assunto que na maioria das
vezes é visualmente rico e caótico.
Optei em fazer um layout valorizando os es-
paços em branco e as imagens, deixando para
as intervenções nos textos, boxes e manchas nos
cantos das páginas buscarem a aproximação
com o meio urbano, mais poluído e conturbado.
A revista será comercializada trimestralmente,
vendida em bancas de jornal e galerias.
Primeiramente, gostaria de agradecer três
pessoas que atráves de e-mail e telefone me
ajudaram bastante na construção desse proje-
to, são eles: Alexandre Órion, Cláudio Donato e
André Monteiro, o Pato, todos grafiteiros.
Temas
Como já diz o nome da revista “Código Urbano” os temas serão sempre relacionados com as cidades
e principalmente com as culturas de rua, todo assunto que tiver em sua essência as ruas como base de
sustenção poderá emplacar um próximo tema.
-----------------------------------------------------------------------------------------
Edição 1 - Jan/Fev/Mar 2010: Graffiti
Edição 2 - Abr/Maio/Jun 2010: Skate
Edição 3 - Jul/Ago/Set 2010: Hippies
Edição 4 - Out/Nov/Dez 2010: Stress
57
painel estético / gráfico
PÚBLICO ALVO
Perfil demográfico: pessoas de 15 a 45 anos, classes A, B e C.
Perfil psicográfico: pessoas ligadas e interessadas em manifestações urbanas, culturas alternativas,
freguentadoras de galerias, designers.
-----------------------------------------------------------------------------------------
Grid / margens / colunas
A definição dos elementos básicos de uma revista (layout) são peças fundamentais para um bom
projeto gráfico, a harmonia entre formato do arquivo, grid, margens, colunas e entrelinhas são funda-
mentais para tornar o projeto mais tranquilo e prazeroso.
Sendo assim, vamos por partes...O formato da revista é 20x26cm, o grid é composto de duas colunas
de 7,6cm cada por página e com 0,8cm de distância entre uma coluna e outra (medianiz). As margens es-
tão definidas com 3cm (superior), 2cm (inferior), 2cm (interna), 2cm (externa) e com entrelinha de 0,7cm.
Com essa definição de 0,7cm de entrelinhas o texto quando colocado na página, sempre respeit-
ará as linhas que ficaram alinhadas em relação às outras colunas. Isso não quer dizer que o texto não
poderá sofrer alterações na sua diagramação. Poderá ocorrer intervenções nos textos através de imagens
e qualquer outro tipo de elemento gráfico, mas a ordem das linhas sempre terá que ser respitada.
Fontes
A escolha da fonte foi algo mais tranquilo, pois já tinha definido que queria utilizar fontes de fácil
leitura, limpas, sem serifa e que, por fazer um projeto limpo, usaria no máximo quatro tipos de fontes na
revista, sendo pelo menos um com o traço que lembrasse o graffiti. Utilizei só duas e a Myriad Pro bold
condensed nas legendas.
58
Century Gothic - Regular / Bold / Bold italic / Italic - utilizada em toda a revista, no texto corrido Regular
(corpo 9) e em todos os títulos, sempre em caixa alta, alternando o corpo conforme estrutura do layout.
Após estudos, as seguintes fontes foram usadas no projeto da revista:
HVD Peace - utilizada na construção do logo da revista, índice, numeração de página, em todas as
chamadas e nos nomes dos grafiteiros na matéria “intervenções urbanas”.
memorial descritivo
Nome: Código UrbanoTipo de impresso: RevistaPeriodicidade: trimestralTema do projeto: Arte de rua, designLinha editorial do impresso: ExperimentalFormato aberto: 40x26cmFormato fechado: 20x26cm
Pré-impressão:Software/plataforma utilizada para finalização do arquivo de saída: Adobe PDFSoftware/plataforma utilizados para editoração, manipulação de imagense criação de ilustrações: In Design, Photoshop e IlustratorFormato das imagens: Jpeg 300 dpiResolução impressa a ser utilizada: 300 dpi
impressão: off-setPapel capa: couchê fosco 150gPapel miolo: couchê fosco 115gLâminas: 16Páginas: 64 Número de cores / escala de impressão: 4x4 - CYMKAcabamento gráfico: dobra central, refile e grampo
Considerações finais
BOM ESTÁ! MELHOR, SEMPRE PODE FICAR
Com a pesquisa feita para criação desse tra-
balho, tive a satisfação de conhecer mais sobre
um assunto que gosto, mas que pela correria do
dia-a-dia nunca obtive muito conhecimento.
O graffiti foi um tema que escolhi de primeira.
Escolhi o tema na entrega do pré-projeto e, com
ele, vim até o final. No começo, tinha a certeza
com relação ao tema, mas não sabia de que
forma nem como iria abordar o assunto fazendo
essa relação com o design. Mas uma coisa era
certa, iria daria certo!
Com o tempo, fui juntando textos, nomes, ima-
gens, artigos, livros, tudo para compor um cenário
rico de informações para, aí sim preencher o es-
paço que ainda estava vazio. E foi nas conver-
sas e apresentações em aula, junto com alguns
colegas de sala e alguns professores(a)
que dei um rumo ao meu projeto de
TCC. Faria o projeto de uma
revista com o tema gra-
ffiti, abordando desde
sua história até o graffiti
contemporâneo que vi-
vemos hoje em dia.
Posso dizer que o processo não foi tão complica-
do, pois tive tempo suficiente e me organizei para
que tudo corresse bem. Fui em exposições, percorri
bairros e ruas de São Paulo, li muita coisa e, além
disso, tive uma ajuda muito grande de dois grafi-
teiros em especifico: Cláudio Donato e Alexandre
Órion, que atráves de contato telefonico e e-mail
me explicaram e auxiliaram em muitas coisas.
Mas, como em todo trabalho existem os pro-
blemas, eles apareceram. Por duas vezes tive um
CD de imagens (Donato) estraviado pelos cor-
reios e, no final, acabei ficando sem o mesmo
Máquina fotográfica roubada, difícil acesso com
outros grafiteiros e dias e mais dias de sol sentado
na frente do computador.
Mas tudo bem. Nesta vida tudo é recompen-
sado e uma hora meu dia vai chegar. Fora que
tive o maior prazer do mundo em fazer esse trab-
alho, pois acrescentou em muito meus conheci-
mentos em vários pontos.
Trabalho terminado, pronto para ir para gráfica.
Como é chato isso! Mas é de mim, não tem jeito.
Depois de tudo pronto, vem aquela voz: “poderia
ter ficado melhor”. Realmente, isso sempre acon-
tece e nesse projeto não seria diferente. Em uma
próxima edição, ou se tivesse mais tempo, sei lá,
faria um layout mais desconstruído, com mais in-
tervenções, conseguiria imagens com uma melhor
resolução e reveria a questão das fontes, que nesse
projeto só utilizei duas, acho que caberia utilizar
mais uns três ou quatro estilos de fonte, assim daria
um movimento maior no decorrer das páginas.
Devidas considerações citadas, encerro este
trabalho muito satisfeito e renovado com pontos
relacionados ao design, que no decorrer de um
ano e meio de curso pude aprender, conhecer,
e acrescentar muito conhecimento para minha
vida profissional e pessoal.
-----------------------------------------------------------------------------------------
61
relação das imagens
capa - graffiti Banksy, trabalhado com outras imagens no photoshoppag 9 - “O mundo do grafite” - Nicholas Ganspag 10 - Livro Banksy “Wall and piece”pag 12 - Titti Freak - www.tfreak.com/streets.phppag 13 - Imagem da avenida paulista retirada do googlepag 14 - Banksy “Wall and piece”pag 15 - Banksy - www.banksy.co.ukpag 16 - 1- Os Gêmeos - www.lost.art/gemeos.htm / 2- Dalva - EUA - www.graffiti.org/index/best.htmpag 17 - banco de imagens - www.photostogo.compag 18 - Grafiteiros - EAU - “O mundo do grafite” - Nicholas Ganspag 19 - 1- Dave Chino - EUA - “O mundo do grafite” - Nicholas Gans / 2- Gillesklein - França - www.graffiti.org/index/best.htmpag 20 - Os Gêmeos - www.lost.art/gemeos.htmpag 21 - www.stencilbrasil.com.brpag 23 - “O mundo do grafite” - Nicholas Ganspag 24 e 25 - http://www.lost.art.br/muralsp2.htmpag 27 - Hotel Fox - Dinamarca - imagens retiradas do googlepag 28 - 1- Os Gêmeos e Nunca - Tate Modern - Londres - imagens google / 2- Os Gêmeos - “O mundo do grafite” - Nicholas Ganspag 29 - www.grafikonstruct.com.br/works/ellus/grafitedeluxepag 30 e 31 - Speto - anúncio Oi - revista Super interessante, agosto 2009pag 32 - www.typograff.compag 33 - 1- André Monteiro - imagem fornecida pelo grafiteiro / 2- www.apple.com / 3- www.typograff.compag 34 e 35 - Tikka - anúncio Morumbi Shopping - revista Veja São Paulo, junho 2009pag 36 - 1- www.typograff.com / 2- www.yrbrasil.com.brpag 37 - 1- www.vivo.com.br / 2- www.yrbrasil.com.br / 3 / 4- imagens retiradas do googlepag 38 - Cláudio Donato - www.flickr.com.br/claudiodonatopag 39 - Vitché - “O mundo do grafite” - Nicholas Ganspag 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46 e 47 - Banksy “Wall and piece” - www.banksy.co.ukpag 48 - 6 e meia - www.6emeia.compag 49 - Alexandre Órion - www.alexandreorion.compag 50, 51, 52, 53, 54 e 55 - Cláudio Donato - www.flickr.com.br/claudiodonatopag 60 - Banksy - “Wall and piece”pag 63 - Banksy - www.banksy.co.ukpag 64 - anúncio faculdade Belas Artes - revista ZUPI - ano 03 - edição 01 - www.zupi.com.br
Sites:http://www.lost.art.br
http://colunistas.ig.com.br/street/tag/grafite/
http://www.banksy.co.uk
http://www.tiagopimentel.com/blog/tag/grafite/
http://www.stencilbrasil.com.br
http://www.alexandreorion.com
http://www.lost.art.br/osgemeos_01_08.htm
http://www.laurie.com.br/category/geral/grafite/os-gemeos/
http://www.artesubterranea.com/
http://www.flickr.com/photos/claudiodonato/
http://www.grafikonstruct.com.br/works/ellus/grafitedeluxe/
http://www.roadsworth.com/main/index.php?x=browse&pagenum=1&category=2
http://www.graffiti.org/index/best.html
http://www.lost.art.br/titi_freak.htm
http://www.tfreak.com/streets.php
http://www.6emeia.com/
http://typograff.com/
http://www.flickr.com/search/?w=all&q=Graffiti&m=text
http://www.lost.art.br/muralsp2.htm
Livros:- Paisagens Urbanas – Peixoto, Nelson Brissac. São Paulo: Editora Senac, 1996
- Comunicação e Sociabilidade – Janice Caiafa
- O mundo do grafite - Nicholas Gauz - Ed. Martinsfontes, 2008
- Wall and Peace - Banksy - Ed. Century, 2006
- O mundo codificado - Flusser,
- Graffiti Brasil - Manco, Tristan, LOST ART e NEELON, Caleb - Londres: Thames & Hudson, 2005
- O que é Graffiti - Celso Gitay - Ed. Brasiliense
Bibliografia
POR TRÁS DE UMBOM TRABALHO, SEMPRE EXISTE BOAS
REFERÊNCIAS
62
Artigos:- A arte de rua entrou na moda
- Vida na metrópole: comunicação visual e intervenções juvenis em São Paulo (Profa. Dra. Silvia Helena Simões Borelie Profa. Dra. Rita de Cássia Alves Oliveira)
- Arte de rua a artes gráficas: paralelos e influências (Ivan Ordonha Cechinel, aluno do curso de Design Gráfico do Centro Universitário Senac - Trabalho apresentado no III Intercom Júnior, 2007)
- A Arte Graffiti e a industria cultural (Jeyson Duarte Martins, Luiz Augusto Seguin e Ruan Carlos Sasaki, alunos de Publicidadee Propaganda da Universidade Federal do Pará- Trabalho apresentado ao GT Teoria e Metodologia da Comunicação do VI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Norte)
- Culturas Juvenis no século XXI - Imagens urbanas: alguns aspectos da produção contemporânea de graffiti no Rio de Janeiro (Janice Caiafa e Rachel Sodré)
Conclusão de curso:- Revista Mural - Marcelo Rodrigues Azevedo (Pós Graduação em Design Gráfico, 2007 - Senac - Unidade Lapa Scipião)
Revistas:- ZUPI - ano 03 - edição 01 - www.zupi.com.br
- SUPER INTERESSANTE - agosto 2009
- VEJA SÃO PAULO - junho 2009
- PIAUÍ - novembro 2008
Anúncio para faculdade “Belas Artes”retirado da revista “Zupi” - ano 03 - edição 01