revista competir

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Preto no branco Como o marketing do centenário clube Corinthians ajudou a levá-lo da série B à maior arrecadação do futebol brasileiro ENTREVISTA: CORINNA SOUZA RAMOS | SOFTBOL: NA BASE DO DESAFIO | COPA DO MUNDO. A BOLA Já ESTá COM O BRASIL. AGORA é PRA VALER | MARKETING ESPORTIVO GANHA PRIMEIRO PRêMIO DO SETOR | KITESURFE: ALçANDO VOOS NO BRASIL | MERCADO SUPERAQUECIDO | E MAIS... Publicação mensal de marketing aplicado ao esporte #05 | outubro 2010 ISSN 2177-8612

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Page 1: Revista Competir

Preto no brancoComo o marketing do centenário clube Corinthians ajudou a levá-lo da série B à maior arrecadação do futebol brasileiro

ENTREVISTA: CoRINNA SouzA RAmoS | SofTBol: NA BASE do dESAfIo | CopA do muNdo. A BolA já ESTá Com o BRASIl. AgoRA é pRA VAlER | mARkETINg ESpoRTIVo gANhA pRImEIRo pRêmIo do SEToR | kITESuRfE: AlçANdo VooS No BRASIl | mERCAdo SupERAquECIdo | E mAIS...

pRETo No BRANCo | CoRINNA SouzA RAmoS

publicação mensal de m

arketing aplicado ao esporte

#05 | outubro2010

#05 | outubro2010

ISSN 2177-8612

As NOVAS Wilson® BLX PRO Super Six e Six agora

nos principais torneios, utilizadas por Juan Martin

Del Potro, Feliciano Lopez e muitos outros jogadores

que usam a família de raquetes BLX PRO.

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Page 3: Revista Competir

Revista Competir Sports Marketing

Uma publicação mensal da Editora dos Andes

Publisher Marcos Muanis Rocha

Diretora Izabel Muanis Rocha

ReDação

editora Daddy Mallagoli

Repórteres Caio Dib, Éder Sguerri, Mariana Sayad, Neto

Bach e Oldair de Oliveira

Colunistas Amir Somoggi, Andressa da Silva, Augusto

Nunes, Lucia Kouri, Marco Antonio Siqueira, Marco Túlio de

Mello e Wesley Cardia

Colaboradores do Respiro Alexandre Sayad, Ana Lúcia

Severo, Hugo Penteado, Izabel Rocha, Kevin Kraus, Marce-

lo Copello, Márcio “Teriya” Rebelo, Paulo Bueno, Sylvio do

Amaral Rocha e Zé Helder

articulista José Estevão Cocco

aRte

Direção de Criação Meu Estúdio (www.meuestudio.com.br)

Ilustrações Meu Estúdio

Projeto gráfico Estúdio Guará (www.estudioguara.com.br)

ComeRCIal

Comercial

([email protected])

Diretor Comercial Roberto Ochiai

([email protected])

assInatuRas

[email protected]

Impressão InterGraf

Distribuição e logística JJDS (www.jjds.com.br)

tiragem 12 mil exemplares

Revista Competir sports marketing

endereço Rua Joaquim Cândido de Azevedo Marques,

1097, 2º andar, Morumbi, São Paulo, SP.

site www.revistacompetir.com.br

e-mail [email protected]

É proibida a cópia, divulgação ou reprodução do conteúdo ou

parte dele sem autorização prévia e formal da Editora dos Andes.

2010 Propriedade Intelectual e Direito de Publicação:

Editora dos Andes.

Caro leitor,Pelé uma vez afirmou que o jogador que mais se aproximou dele foi Zico.

Afirmou explicando que o flamenguista era veloz, driblava muito bem e chutava

com as duas pernas. Só não foi um Pelé porque não sabia cabecear.

Todavia, Zico apesar de reconhecido como um dos melhores do mundo

aqui no Brasil, não figura nas listas dos times dos sonhos ou dos jogadores

inesquecíveis mundo afora. Em nosso País ele é reconhecido pelo que fez pelo

Flamengo; e pela seleção, como sabemos, não foi campeão mundial. Apesar da

equipe de 1982 ter sido uma das melhores e mais belas, ficou no quase.

Cansei de ouvir comentaristas e torcedores reclamarem da postura da seleção

que se expos demais. Só precisávamos do empate para prosseguir e falhamos.

Perdemos para uma Itália do inspirado Paolo Rossi.

Giba é o maior jogador de todos os tempos no vôlei. Ganhou tudo o que

disputou. É reconhecido mundo afora. E agora, a imprensa adora perguntar

para ele sobre o jogo da vergonha, um jogo do mundial na Turquia em que o

Brasil perdeu por 3x0 para a Bulgária. Ora, o Brasil foi campeão mundial! Tri

na verdade. Ao contrário da seleção de 1982, que não soube empatar, o Brasil

de Giba e Murilo soube usar o regulamento e venceu todas as adversidades,

inclusive a falta de condições de alguns jogadores.

O País tem que louvar os doze campeões mundiais mais a comissão técnica

por essa conquista. Lógico que todos preferimos sermos campeões ganhando

todos os jogos e não escolhendo adversários. Achar que o Brasil amarelou ou

optou por perder sem conhecer o histórico da seleção é ser ingênuo e mal

intencionado. Temos que ver que o time foi um excelente competidor e soube

vencer todas as dificuldades.

Não reconhecer os valores destes jogadores é injusto. Prefiro classificar o jogo Brasil e

Bulgária como o do planejamento ou o do regulamento embaixo no braço. O vôlei é o

esporte que mais precisa de preparação e organização. Não se pode fazer corpo mole

ou cera e muito menos ser repetitivo. Neste esporte, temos somente três toques, três

oportunidades para criar e vencer o oponente e se não houver estudo, estatística,

conhecimento, elaboração, ordem e liderança, não haverá grandes competidores e

conquistas. Não haverá a possibilidade de ser campeão mundial. Às vezes, perder

pode ser cruel ou, como foi no caso, necessário para ser vencedor.

Parabéns ao Brasil pelo tri. Parabéns a seleção por competir com Inteligência e

qualidade.

Boa leitura!!

MarCos Muanis roCha

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Page 4: Revista Competir

C a r ta s e s u m á r io

CapaPreto no branco

20

em foco Na base do desafio

26

CartasGostaria de parabenizá-los pela qualidade da revista e das reportagens.

Como coordeno o MBA de Gestão e MKT de Entidades Esportivas-chancela Real

Madrid, aproveito para deixar este curso à disposição.

Sucesso!

Líbia Macedo, Universidade Anhembi Morumbi/ Laureate International Universities

Bons momentos devem ser divididos, por isso escrevo para dividir minha

satisfação ao receber as últimas edições da Competir. Fico mesmo muito feliz

em ver, além da realização em si, a qualidade do material que a revista tem

apresentado, material humano, intelectual, artístico.

Quero mais uma vez parabenizar toda a equipe e aproveitar para agradecer por

nos ofertar uma leitura com conteúdo enriquecedor e prazeroso.

Fernando Bentivoglio, Pró Esporte Brasil

Parabéns pelo lançamento e pela qualidade do conteúdo editorial da

revista.

Eric Eroi Messa, São Paulo – SP

Recebemos a nova Competir! Gostei muito da capa! Dá orgulho ver novos

veículos nascendo em um país onde a mídia sofre por grande falta de

qualidade!

Parabéns pelo belo trabalho!

Rodrigo Righetti, Righetti BrandSolutions

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04

Giro14

em foco Na base do desafio

modalidadeKitesurfe: alçando voos no Brasil12

50 Viagem52 Literatura53 Música54 Menu: Vinhos55 Menu: Cultura de mesa56 Fotografia58 Teatro59 Cinema60 Artes visuais62 Moda64 Sustentabilidade

Gol de placaA felicidade a um palmo e meio da mão (parte 2)

46

raio xFontes de receitas dos clubes brasileiros

44

respiro51

PerfilKaren Jonz

49

saúde e bem-estarInfluência do exercício físico no sono de atletas

38

Carque nas LetrasLivros Campeões

13

reconhecimentoMarketing esportivo ganha primeiro prêmio do setor

42

Ponto de vistaO que precisa ser feito para fortalecer o basquete nacional?

16

opiniãoCopa do Mundo. A bola já está com o Brasil. Agora é pra valer

18

NegóciosMercado superaquecido

34

marketing esportivoAdote um elefante

40

marketing esportivoFinanciamento de novos estádios e arenas

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entrevistaCorinna Souza Ramos

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Page 6: Revista Competir

Interação, relacionamento e comprometimento

texto Marcos Muanis

A diretora de projetos especiais da Mitsubishi conta a importância que o esporte tem para a

empresa, quais modalidades ela está interessada em patrocinar e como administra o trabalho com

patrocinadores de seus próprios eventos

Entrevista

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Page 7: Revista Competir

orinna Souza Ramos é diretora de projetos especiais da Mitsubishi Motors do Brasil. Há mais de 15 anos na empresa, ela tem, atualmente, muito trabalho e responsabilidade nas mãos.

Além de investir em modalidades diferenciadas do esporte, sempre buscando aproximação e continuidade de relacionamento com seu específico público alvo, a empresa tem nomeado competições e eventos do setor. Pensando no fortalecimento da comunicação, essencial para manter os clientes, “reconhecidamente mais barato do que conquistar novos”, a empresa entrou de cabeça no mundo da mídia – edita revista e possui TV e rádio com sua marca.

Durante a etapa do Mitsubishi Moto Sports 2010 realizada no início de outubro em Itaipava, um dos cinco distritos de Petrópolis (RJ), Corinna conciliou suas diversas atividades simultâneas com esta entrevista para a Revista Competir. Aqui ela fala sobre os desafios dos inúmeros projetos especiais, relacionamento com a concorrência, do quão importante para a marca é patrocinar determinados segmentos do esporte e qual o posicionamento da Mitsubishi frente aos grandes eventos que o Brasil hospedará.

Revista Competir – Por que associar a marca Mitsubishi ao esporte?Corinna Souza Ramos – Assumimos a marca Mitsubishi no Brasil como um estilo de vida, paixão, um “way of life” mesmo. Somos carros, mas trazemos muito mais junto. Queremos re-presentar aventura, belas paisagens, natureza, o conceito “out door”; pretendemos ser uma marca que passe valores. Não é somente um veículo de locomoção. E por isso o posicionamen-to 4X4, que representa tudo o que pretendemos. É uma filoso-fia: sucesso sempre.

Competir – Cada evento e patrocínio tem uma estratégia diferenciada ou todos buscam esportes com o mesmo perfil? Qual seria?CSR – Buscamos sempre o mesmo perfil, queremos sempre ser exclusivos e associar os eventos a belas paisagens, interação com a natureza: veja a paisagem do mar e essa interação nos eventos de vela, aqui em Itaipava (etapa do Mitsubishi Moto Sports 2010, etapa de Itaipava), no meio da montanha. Além disso, os eventos têm que ter identificação com o nosso público alvo, por isso patrocinamos esportes de nichos específicos.

Competir – Com o crédito mais facilitado hoje, muitas pessoas conseguem comprar um Mitsubishi: pretendem com isso mudar alguma estratégia e patrocinar outros esportes para divulgar a marca?CRS – Não, não pretendemos. A parcela de pessoas que, com a ajuda do crédito fácil, comprou um Mitsubishi é pequena. Não somos carros de massa, somos exclusivos. Logo, patrocinamos esportes exclusivos, como a vela, os ralis, golfe, hipismo, polo, ciclismo. E com o orçamento que temos já está suficiente. Na vela, como o Eduardo [Souza Ramos, presidente do Conselho da Mitsubishi] lhe falou [na edição de setembro de 2010], fazemos até mais do que deveríamos. O esporte inclusive é o que mais trouxe medalhas olímpicas ao Brasil, e a Mitsubishi, por meio do Eduardo, é um dos

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grandes incentivadores do esporte no País. Até um tempo atrás, os diretores da empresa eram todos velejadores que praticavam com o Eduardo. Eu vim da vela também. O Eduardo buscava este espírito e o amor ao esporte.

Competir – A Mitsubishi é um carro exclusivo. Como que os concorrentes, como Volkswagen com a Amarok (novo utilitário da montadora alemã) e a Hyunday podem interferir na estratégia da Mitsubishi?CSR – A Hyunday é uma marca mundial, interfere no mercado, mas é difícil medir. A verba que eles têm é maior do que a nossa. A Amarok ainda não fez estrago, mas veja: a Volkswagen vende por mês uns 50 mil carros, nós vendemos isso por ano. Temos um orçamento menor.

Competir – Qual o impacto que os eventos patrocinados e os realizados pela Mit trazem em curto e médio prazo?CSR – Principalmente fidelização e satisfação.

Competir – Falando dos ralis, cujas provas são realizadas por vocês, qual é o principal objetivo e a importância deles para a empresa?CSR – Além de serem muito importantes, servem para marketing de relacionamento e, por outro lado, temos a divulgação na imprensa. Há ainda interação com os clientes. Há famílias que só se encontram nos ralis, já que cada um trabalha e mora numa cidade. E a exposição de marca; como somos nós que fazemos, vendemos patrocínios para outras empresas. Além de fazer o relacio-namento com clientes específicos, elas têm outras vantagens: a Gol se interessa porque dá muita

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Grupo tem hoje as equipes

Itaipava Racing Team, TNT

Energy Team e Crystal

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exposição de marca para ela e quem faz o rali e quer vir de avião pode voar de Gol com uma tarifa de desconto; a Pirelli tem tudo haver: quando alguém for trocar pneus tem na cabeça como pri-meira opção sua marca; a Dupont tem tintas para pintar os carros; a W. Truffi Blindados é a maior blindadora do país e fala diretamente com seu público alvo; a Daslu Homem é parceira antiga e nos dá todos os uniformes da equipe, além da exposição da marca; a Mapfre Seguros busca fazer seguros com nossos clientes; a Castrol fica na cabeça dos clientes e é a primeira lembrança na hora de trocar o óleo; Filtros Tecfil o mesmo motivo; o Itaú Cartões faz parceria com nossos clientes que podem acumular pontos para trocar por produtos e serviços na Mitsubishi, seja numa revisão ou até mesmo descontos na troca do carro; a Stella Artois é servida no almoço de confraternização e atinge também um público de seu interesse.

Competir – E como fazem para garantir a exposição dos patrocinadores na mídia?CSR – Fazemos de duas maneiras: há a mídia espontânea, que vem participar dos ralis, e uma mídia contratada. Por quê? Infelizmente no Brasil a imprensa só liga para futebol, e como nosso evento é mono-marca, apesar de ter n casos de histórias de comportamento, esporte e relacionamento para contar aqui dentro, a imprensa encara isso como evento mono-marca e temos muita dificuldade em conseguir matéria em algumas mídias, como Globo e Abril. Resolvemos comprar espaço para garan-tir a visibilidade do evento, dos patrocinadores e da marca Mit; por isso, compramos 1090 programas por ano na televisão, mais de 100 horas de TV anuais.

Competir – Como você escolhe quais eventos patrocinar?

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Page 10: Revista Competir

c or in na S ou z a r a moS

CSR – Muitos eventos dos quais participamos, o fazemos há anos e já conhecemos o padrão e a qua-lidade. Por conta destes fatores, gostamos de ser proprietários deles. Mas sempre olhamos qual o público participante, tanto o direto, quem vai ao evento, como o público indireto, onde será feito, quem faz e se está de acordo com a nossa política e posiciona-mento. Às vezes chegam propostas para patrocinarmos futebol e vôlei e descartamos direto. Já sabemos muito bem onde queremos trabalhar e a qualidade do evento.

Competir – Patrocinam atletas individualmente, além do Torben Grael (velejador e o maior ganhador de medalhas olímpicas para o Brasil)?CSR – Já patrocinamos o Robert Scheidt (iatista), atletas de paraglider, kite surfe, wind surfe, wake-board, atletas de esportes radicais – já que os carros têm tudo a ver com o espírito desses esportes –, alguns surfistas e alguns cavaleiros (hipismo), mas hoje só o Torben mesmo.

Competir – Pensaram em patrocinar o nacional de rali?CSR – O rali nacional praticamente não existe, não tem mídia, a exposição é nula. Além do mais, a maioria dos carros é da Mitsubishi. Agora entrou outra marca, e mesmo assim a maioria ainda é Mit-subishi. Vendemos os carros para os pilotos com desconto e este ano acabamos de lançar outro carro com etanol para ralis – já são dois. E imagina, se fôssemos patrocinar ralis, a fila de pilotos pedindo patrocínios. No passado, patrocinamos o [Reinaldo] Varella e, no Dakar deste ano, patrocinamos o Guilherme Spinelli com a equipe Mitsubishi Brasil. Ele ficou em décimo, melhor brasilei-ro. No Rally dos Sertões, levamos um caminhão de apoio para os pilotos. E patrocinamos o nosso rali, nas três categorias.

Competir – Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil, pretendem fazer alguma inserção nas entidades ou nos esportes? CSR – Na CBF e FIFA definitivamente não. No COB ou em algum esporte olímpico é provável. Olha que não falamos para ninguém. Mas ainda não sabemos o que e em qual esporte. Temos que estudar, pensar...

Competir – A Mitsubishi tem rádio, TV. Qual o objetivo desses projetos?CSR – A Mitsubishi no Brasil é a primeira em 168 países em satisfação e fidelização de clientes. É mais barato manter um cliente do que conquistar um novo. Sabemos que o relacionamento traz comprometimento, fazemos isso por meio do esporte, por exemplo. E sabendo da importância do relacionamento, criamos uma diretoria de projetos especiais. Quando criei a área, assu-mi esta diretoria e mantive a de marketing. Mas por temos tantos

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eventos e ações, saí da diretoria de marketing e fiquei exclusiva-mente na de projetos especiais. Temos a Revista da Mitsubishi com cem mil de tiragem, um livro especial dos ralis, que já edita-mos há 18 anos, a rádio Mitsubishi, com o espírito 4x4, e agora a TV Mit, que cobre nossos eventos. Enfim, tudo para se relacionar com nossos clientes. Criar um clube, uma família: total estratégia de marketing de relacionamento.

Competir – O que é competir para você?CSR – É fazer seu melhor, respeitando seus limites e valores; buscar o melhor fazendo o melhor e garantindo ou buscando 100% de satisfação dos clientes.

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Além de patrocinar

categorias, Grupo

Petrópolis empresta marca

Itaipava para nomear

competição

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Page 12: Revista Competir

Giro

Jeans para malhar

O estádio Cícero Pompeu de Toledo do SPFC será tema da camiseta licenciada desenvolvida

pela Gatto de Rua Sports. Para homenagear o Morumbi, a empresa convidou o artista plástico

Paulo Consentino para assinar o design do produto.

O estádio ganhou, assim, uma leitura própria no estilo pop art, uma visão moderna e figuras

geométricas em vermelho sob o fundo preto da camiseta. A camisa em malha 100% algodão 

está disponível nas lojas Times Mania, Net Shoes, São Paulo Mania (saopaulomania.com.br),

Sou Maluco por Futebol (soumalucoporfutebol.com.br) – onde custa R$ 49,90 – e em outras

boutiques e magazines esportivos.

Morumbi em camiseta

Giro

A Kaiser anunciou parceria inédita com o técnico da seleção brasileira de futebol

Mano Menezes, que se tornou embaixador da marca no país. Esta é a segunda grande

ação da Cervejaria Heineken Brasil para a Kaiser, após o maior teste cego já realizado

no Brasil e a recente campanha com o ex-jogador Romário.

Segundo a empresa, a aposta em Mano ocorre por ele ter características que vão

ao encontro de sua marca: seriedade e credibilidade. Como embaixador da Kaiser, o

técnico participará de campanhas, materiais promocionais, ações e eventos da marca,

além de filmes publicitários.

Mano foi convidado para comandar a seleção brasileira  no dia 23 de julho de 2010,

após liderar o Corinthians por 10 rodadas à frente do Campeonato Brasileiro. Em 24 de

julho, seu nome foi confirmado como o novo técnico.

O Mano e a Kaiser

A Obbia, marca de moda fitness, aliou design a tecnologia para lançar a malha jeans. Trata-se de um tecido

tecnológico com textura de jeans que conta com elastano em sua composição e assegura extremo conforto

e ajuste perfeito.

Na coleção de Verão 2011, chamada Obbia Fiction, a marca aposta em shapes futuristas com recortes especiais e

formas que alongam a silhueta e ressaltam as formas do corpo.

Suas peças podem ser encontradas nas principais multimarcas de todo o país. Outras informações no endereço

www.obbia.com.br.

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Page 13: Revista Competir

A Tryon apresenta o lançamento feminino que promete agradar quem procura

estilo com um toque de discrição: o modelo Pluma traz linhas leves e é perfeito

para combinar com os mais variados looks casuais, além de ser recomendado para

caminhadas e corridas leves.

O tênis tem cabedal elaborado em material laminado, detalhes em serigrafia e

aplique, que realçam o visual clean e delicado. Além do modelo em destaque nas

cores oil e rosa velho, o Pluma está disponível nas combinações branco/prata,

branco/oliva, e com ares mais modernos, o branco/cerise.

O produto conta com tecnologias como a Comfort Air, que é produzida com uma

camada de tecido de dupla frontura com microestruturas de maior abertura,

oferecendo ventilação para os pés, e a placa estabilizadora DSS, que proporciona

proteção, centralizando a pisada e diminuindo o risco de lesões. O preço

sugerido é de R$ 119,90.

A Claro, que escolheu o ciclismo este ano como plataforma de marketing esportivo,

levou seu apoio à modalidade para a 12ª edição da Adventure Sports Fair, realizada

em São Paulo no fim de setembro. A operadora esteve presente com o Circuito Claro

Bike, uma pista de bike onde o público da feira pôde participar de testes e diversas

atividades com bicicletas, e também aproveitou o evento para divulgar a Claro 100K

e a Claro Brasil Ride.

A Claro 100K é uma copa de ciclismo de estrada que reúne ciclistas profissionais

e dá oportunidade a ciclistas amadores também competirem em sua categoria. Já

a Claro Brasil Ride é uma ultramaratona de mountain bike, que desafiará atletas

nas trilhas da Chapada Diamantina, de 14 a 19 de novembro. Serão 200 duplas

disputando os títulos nas categorias Open, Feminino, Mista e Master.

Claro apoia ciclismo

Conforto e discrição 

O Yahoo! anunciou o Yahoo! Social Bike – www.yahoo.com.br/socialbike, canal de

informações criado com dicas e matérias sobre saúde, segurança, trânsito e melhores

pontos da cidade para pedalar, entre outros dados. O endereço apresenta novidades

e serviços exclusivos para os apaixonados por bikes, principalmente para aqueles que

desejam compartilhar com o mundo suas aventuras e curiosidades enquanto pedalam.

O conteúdo do Yahoo! Social Bike ainda conta com a participação dos colunistas Carlos

Kiwi, publicitário e amante de bike desde a infância, e que há quatro anos faz parte de

grupos de cicloativistas de São Paulo, e Felipe Meireles, jornalista que utiliza nas suas

reportagens as aptidões esportivas do mountain bike, rapel e trekking. Eles trazem

também dicas para o internauta que também curte se divertir em cima de duas rodas.

E falando em bike...

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divulgaçã

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Page 14: Revista Competir

Desenvolvendo talentos

Conquistando títulos

Formando cidadãos

P.A.

Pão de Açúcar Esporte Clube e Sendas Esporte Clube.Mais que times, um programa de inclusão social.

Acompanhe nossos times pelos sites: www.paec.com.br e www.sendasec.com.bre pelo twitter: www.twitter.com/paodeacucarec e www.twitter.com/sendasec

Se um time é feito de conquistas, os times do Grupo Pão de Açúcar têm muitas vitórias para comemorar. Nos campos e na história de vida de centenas de garotos que participaram e ainda participam do projeto social que oferece toda a assistência necessária para eles se tornarem jogadores profi ssionais. Dos nossos times e de grandes times no Brasil e no exterior. Você também pode torcer por estes meninos.

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Page 15: Revista Competir

Em foco

Kitesurfe: alçando voos no BrasilDesafios da modalidade, relativamente nova, parecem ser pequenos diante do encantamento que sua prática causatexto Mariana Sayad

K it es u r f e: a l ç a n do voos no Br a sil

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KITETOUR 2008

Piauí, RJ, Brasil - Cayque

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dar saltos, usa-se uma barra. Para aprender

a voar, é sugerido procurar uma escola, com

professores experientes e/ou credenciados à

IKO (International Kiteboarding Organization). A

vantagem é a possibilidade do aprendiz utilizar

equipamentos diferenciados que variam conforme

seu desenvolvimento, como pipas menores ou

linhas mais curtas, e a possibilidade de prática

em uma lagoa antes de ir ao mar.

Trata-se de um esporte barato; o valor dos

equipamentos é bem menor do que de outros

esportes da mesma modalidade. “Costumo dizer

que ele fica entre o surfe e o windsurfe”, explica

o presidente da ABK (Associação Brasileira de

Kitesurf), Wander Alcantelado. Para gastos de

um praticante iniciante, a pipa (usada) sai em

torno de US$ 800, o trapézio por R$ 400 e uma

prancha de surfe reforçada fica por R$ 600.

O reconhecimento do kitesurfe como um esporte

à vela veio em 2009. “Demorou porque existia

á ouviu falar do kitesurfe? Talvez seja hora

de se informar, escolher seus ídolos e preparar

a torcida: além de ser um candidato a se tornar

esporte olímpico em 2016, trata-se de uma

modalidade plasticamente bonita e emocionante.

O esporte chegou ao Brasil em 1999 e estima-

se que já conquistou 20 mil praticantes. “O

kitesurfe é uma modalidade à vela com grande

potencial de crescimento”, diz o diretor geral

da Dream Factory Sports, Duda Magalhães. “É

a mais barata, a mais fácil de aprender, a mais

radical, a mais prática de transportar, a de maior

apelo junto ao público jovem e, sem dúvida, a

mais plástica de todas. Por essas características,

acreditamos que irá crescer muito no Brasil e no

mundo”, continua.

 

Vamos à parte didática: uma pessoa sobre uma

prancha de surfe presa pela cintura em uma

pipa que é impulsionada pelo vento – assim

se pratica. Para controlá-la, fazer manobras e

Kite Surf.indd 13 09/11/10 00:56

Page 17: Revista Competir

Estima-se que, anualmente, o

número mundial de praticantes

cresça em 15%

um preconceito pela classe, principalmente,

dos mais tradicionais. Nós não precisamos de

um clube, e isso dá liberdade, autonomia para

explorar novos lugares”, afirma Alcantelado.

Mas este passo foi importantíssimo para

começar uma campanha, encabeçada pela IKA

(International Kiteboard Association) para que

a modalidade regata desta prática vire esporte

olímpico em 2016.

Outro ponto que chama a atenção é o

crescimento do número de praticantes; estima-

se que a cada ano no mundo, aumente em

15%. “Ainda temos um bom mar pela frente, de

padronização de equipamentos e regras. Mas já

estão pensando nisso e acredito que em 2016,

o teremos como modalidade de apresentação

no Rio de Janeiro”, torce Alcantelado. Se isso se

concretizar, pode dar uma guinada no quesito

patrocínio ao esporte, pois, atualmente, poucos

atletas têm patrocinadores. “A Volkswagen está

entrando este ano, patrocinando o circuito de

kitesurfe que se compõe de três modalidades:

freestyle, wave e regada”, reforça.

Até 2007, o Circuito Brasileiro era considerado

a maior competição nacional do mundo, mas

“em função das crises de 2008 e 2009 e com a

saída de patrocinadores, o circuito foi reduzido e

agora em 2010, com a entrada da Volkswagen,

volta ao lugar de destaque que sempre teve. Não

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tenho dúvidas de que o Volkswagen Kite Tour já

é um dos maiores circuitos nacionais do mundo”,

explica Magalhães.

Segundo Wander Alcantelado, apenas a elite

consegue patrocínio para competir e isso não

passa pela Associação; trata-se de ações

individuais. A empresa Mormaii, atualmente, é

a única fabricante nacional de pipas e patrocina

alguns atletas da categoria.

A ABK existe há pouco tempo, desde 2009.

Ainda não tem muita atuação dentro do

esporte, até por uma falta de poder econômico.

Seu site presta muitas informações sobre

escolas: “Como é um esporte novo, de

organização ainda insipiente, a gente enfrenta

alguns problemas cotidianos com muita

dificuldade, como a falta de recursos e pouca

gente para trabalhar”, diz Alcantelado.

Apesar das barreiras, o kitesurfe apresenta a

vantagem de ser muito bonito de se apreciar, e

esta é uma das principais características que

atraem cada vez mais atletas, provocando aquele

crescimento de 15% no número de praticantes ao

ano no mundo. “Na praia, chama muita a atenção;

as pessoas ficam envolvidas pela beleza e pela

plástica”, relata Alcantelado. Agora é esperar que

o belo conquiste lugar na preferência dos atletas e

nos orçamentos dos patrocinadores.

K it es u r f e: a l ç a n do voos no Br a sil

Kite Surf.indd 14 09/11/10 00:56

Page 18: Revista Competir

O qu e p r e c i s a s e r f e i t O pa r a f O r ta l e c e r O b a s qu e t e nac iO na l ?

“Já tivemos mudanças importantes, mas

necessitamos de mudanças estruturais e no trabalho

de base. Isto só acontecerá em longo prazo.”

Zé BoquinhaComentarista dos canais ESPN

“Fomos com nossa equipe completa; faltou

o Nenê Hilário, uma ausência sentida, mas

se fizermos um levantamento dos nossos

jogadores, o plantel relacionado pelo técnico

Rubén Magnano, nele existia um buraco muito

grande e temos vagas para serem preenchidas

futuramente. Ao olhar de um observador,

podemos selecionar de 7 a 8 jogadores em nível

de defender a Seleção Brasileira. O restante foi

para adquirir experiência (poucos por sinal) e

outros comprovaram total falta de condição para

suportar um campeonato de tal envergadura.

A vitória dos Estados Unidos, já classificado para

as Olimpíadas, foi muito favorável à nossa Seleção,

pois no Pré-Olímpico das Américas, que será

realizado em 2011 na Argentina, serão duas vagas

em disputa, com os americanos classificados.

Resta-nos brigar contra a própria Argentina,

mais Porto Rico, Canadá, Venezuela e Uruguai;

disputaríamos uma vaga, os hermanos não vão

deixar a bola cair, e a outra vaga será deles.

Para melhorar o basquete brasileiro, podemos

Ponto de vista

implantar três ações:

1 – Em curto prazo, melhorando e divulgando

os Campeonatos Adultos, com competições de

alto nível, propondo intercâmbio com técnicos e

trazendo jogadores estrangeiros para competir

internamente, assim poderemos pensar nas

Olimpíadas em 2012 em Londres, pois na de

2016 já estamos garantidos.

2 - Em médio prazo, um trabalho de base

(até 15 anos) nas escolas e instituições

esportivas; campeonato com os menores,

festivais esportivos, com oportunidades para

todos participarem, marcações variadas sem

preocupação de sagrar campeão, o que não

nos leva a lugar nenhum; minto, leva somente à

vaidade de dirigentes despreparados.

3 – Em longo prazo, aprimoramentos dos

fundamentos da base até o adulto, capacitação

de profissionais, clínicas nos Estados brasileiros,

ações de marketing esportivo para divulgação do

basquete, principalmente na TV aberta.

Partindo de 2016, começaremos uma nova era

de profissionalismo, porque a gestão é que faz

a diferença.”

Fausto GiannecchiniProfessor, palestrante motivacional, jogador de

basquete que por 12 anos defendeu a Seleção Brasileira

A Seleção Brasileira de Basquete perdeu o Mundial Masculino na Turquia em setembro, ainda nas oitavas-de-final, para a Argentina – classificou-se em 9º lugar entre 16 países. Já são alguns anos somando derrotas e fazendo história como a seleção do “quase”.

O que precisa ser feito para fortalecer o basquete nacional?

Ponto de Vista.indd 16 09/11/10 14:05

Page 19: Revista Competir

“O basquete nacional está em um processo muito

bom de evolução devido ao advento da nossa Liga

e à autonomia para organizar campeonatos. Hoje

os atletas estão no auge de suas carreiras, mas

competindo com muitos outros clubes de peso.

 

Antes só existiam quatro potências – União

Soviética, Brasil, Estados Unidos e Iugoslávia.

Hoje não, temos 12, como a Sérvia, a Turquia,

Croácia, Estados Unidos e Argentina. Como temos

12 potências niveladas, tudo pode acontecer,

qualquer uma delas pode pegar medalha de ouro

ou ficar em décimo lugar. O Brasil ficou em nono,

mas não deixa de ser considerado uma potência

mundial, e isso nos gratifica muito. 

A busca por melhores colocações vai ser uma

ânsia de todos os países. O Brasil está mal

acostumado porque foi bicampeão do mundo,

vice-campeão do mundo, foi medalha de ouro

em Jogos Panamericanos e a gente acha que tem

continuar sendo. A busca é essa, o objetivo é esse,

mas temos que respeitar que há outras equipes nas

mesmas condições, com possibilidades de vencer.”

Hélio Rubens GarciaTécnico do VIVO/Franca

“Estamos trabalhando para o desenvolvimento

do basquete no Brasil. A modalidade passa por

um processo de reestruturação, com um modelo

profissional e mudanças significativas na CBB.

Em 2009, o Brasil foi campeão da Copas

Américas Feminina e Masculina, garantindo a

participação nos Mundiais. Na base, em 2010, o

Brasil foi vice-campeão na Copa América Sub-18

Masculina e Feminina, se classificando para os

Mundiais Sub-19 de 2011. As seleções revelaram

novos talentos. Na preparação das equipes de

base está sendo feito um intenso intercâmbio

internacional com torneios na Europa,

treinamentos em Las Vegas e jogos preparatórios

antes das competições.

Pela primeira vez desde 2003, a seleção

masculina contou com todos os jogadores que

atuam na NBA na fase de preparação para

o Mundial. Foi contratado o técnico Rubén

Magnano, campeão olímpico e vice-campeão

mundial, para levar a seleção masculina à

Olimpíada. A CBB também contratou um novo

técnico para o time feminino, Carlos Colinas,

buscando resultados cada vez melhores.”

Luis Felipe Monteiro de BarrosDiretor executivo da Confederação Brasileira de

Basquetebol

A Seleção Brasileira de Basquete perdeu o Mundial Masculino na Turquia em setembro, ainda nas oitavas-de-final, para a Argentina – classificou-se em 9º lugar entre 16 países. Já são alguns anos somando derrotas e fazendo história como a seleção do “quase”.

ou t u bro 2 010 | 16 -17

O que precisa ser feito para fortalecer o basquete nacional?

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Page 20: Revista Competir

Copa do Mundo. A bola já está com o Brasil. Agora é pra valer

itexto José EstEvão CoCCo

Opinião

substancialmente no período que antecede o

Mundial. A infraestrutura necessária já está

começando a ser construída. Aí, já existem

inúmeras oportunidades também para as pequenas

e médias empresas como co-fornecedoras.

Embora não possa ser considerado o maior do

mundo em termos financeiros e econômicos, o

futebol brasileiro, pelos milhões de torcedores

apaixonados, é de suma importância no País.

Os clubes brasileiros vêm aumentando, ano a

ano, suas receitas com patrocínios, licencing e

outras ações mercadológicas. Aí, também, já se

vislumbra mais uma grande oportunidade para

pequenas e médias empresas terem produtos

licenciados, por exemplo.

A área de Esporte Total da Crowe Horwath

RCS publicou uma análise, segundo a qual o

mercado brasileiro de clubes de futebol teve uma

movimentação de cerca de R$ 800 milhões, em

2003, chegando a mais de R$ 1,7 bilhão, em

2008. E prevê que poderá superar a marca de R$

3 bilhões no final de 2014. A Ernst&Young divulgou

um relatório onde prevê que, de 2010 até 2014,

serão injetados na nossa economia R$ 142 bilhões,

Invariavelmente, quando se fala em

Copa do Mundo de Futebol, todos se voltam para

julho de 2014, período de realização dos jogos do

maior evento internacional. Mas, quem ainda não

começou a pensar em aproveitar as oportunidades

geradas pelo evento e, principalmente, pela

expectativa gerada no mercado, está perdendo

muito e precioso tempo. Especialmente, as

pequenas e médias empresas, que poucas

oportunidades terão durante o período dos jogos.

A Copa do Mundo no Brasil já começou desde

o sorteio do país pela FIFA. Mesmo os grandes

patrocinadores e empresas fornecedoras e licenciadas

pela FIFA, apesar de terem toda a exclusividade e

proteção de marca, já se movimentam para aproveitar

o expressivo mercado gerado.

Durante os jogos, o período é extremamente curto

para que quaisquer projetos ou ações sejam

rentáveis. É preciso esticar esse período. As vendas

de Natal, por exemplo, embora sejam anuais,

começam bem antes do dia 25 de dezembro.

Assim precisa ser encarada a Copa. O mercado

de marketing esportivo está crescendo

As oportunidades de mercado para as médias e pequenas empresas

C opa do M u n do. a b ol a já está C oM o br a sil . agor a é pr a va l er

Artigo.indd 18 09/11/10 19:11

Page 21: Revista Competir

Copa do Mundo. A bola já está com o Brasil. Agora é pra valer

R$ 62 bilhões de renda no mercado de trabalho e

criação de 3,6 milhões de empregos por ano.

Portanto, a realização da Copa do Mundo no

Brasil é uma perspectiva excelente para o

mercado esportivo, desde a construção de

estádios, infraestrutura, clima gerado entre os

consumidores, torcedores ou não, principalmente

pelo grande interesse da mídia.

Tempos atrás, antes do desenvolvimento da

informática, os funcionários e colaboradores

mais importantes das empresas eram aqueles

que dispunham e detinham as informações. As

informações da própria empresa e do mercado

eram de difícil obtenção e eram manipuladas e

comercializadas como produtos. Só as grandes

empresas internacionais detinham dados de

mercado, de consumo, de mídia, de tendências

de hábitos de consumo entre muitos outros.

Hoje, os funcionários e colaboradores das empresas

mais requisitados, valorizados e disputados são

aqueles que sabem tirar o melhor proveito das

informações. Os criativos. Em planejamento,

desenvolvimento de produtos, comunicação,

comercialização em toda a abrangência do marketing.

Praticamente todas as matérias, artigos e opiniões

publicadas sobre a Copa de 2014 falam e exibem

números. Isso é o que eu chamo de informação.

Dados. Referências.

José Estevão Cocco é diretor presidente da J. Cocco

Comunicação Integrada de Marketing.

ou t u bro 2010 | 18 -19

Mas como aproveitar todas as oportunidades

que esses números proporcionarão às pessoas

e empresas?

Aí está a grande oportunidade dos profissionais

de marketing e das médias e pequenas

empresas. Como interpretar essa grande

quantidade de informações. São quatro anos de

chances e oportunidades: transporte, turismo

esportivo, turismo receptivo, arenas, espaços

comunitários, treinamento e qualificação de mão

de obra, cursos, faculdades, escolas, marketing,

comunicação, segurança em eventos, captação

de recursos (leis de incentivo), entretenimento,

alimentação, licenciamento, telecomunicação,

mídia entre muitos e muitos outros.

Quatro anos até a Copa. Seis até os Jogos

Olímpicos Rio 2016. E décadas depois disso.

Porque, a partir de 2017, o Brasil estará num

patamar muito mais alto em marketing esportivo.

Teremos um mercado muito mais desenvolvido e

profissionalizado.

As empresas mais observadoras, profissionais

e criativas terão os melhores resultados. Os

números estão na internet. A criatividade, na

mente de cada um.

Artigo.indd 19 09/11/10 19:11

Page 22: Revista Competir

EU NUNCAp r e t o no b r a nc o

Preto no brancoCapa

texto Éder Sguerri

Como o marketing do centenário clube Corinthians ajudou a levá-lo da série B à maior arrecadação do futebol brasileiro

Materia de Capa.indd 20 09/11/10 19:07

Page 23: Revista Competir

EU NUNCAf

Preto no branco

im de 2007. Corinthians em frangalhos, o

pior momento da história do clube. Afundado em

dívidas, metido em páginas policiais e rebaixado à

segunda divisão do futebol brasileiro.

Cenário ideal para tudo dar errado para a diretoria

que então assumia com o presidente eleito,

Andrés Sanches. Nessa renovação, Sanches

convidou o renomado economista Luis Paulo

Rosenberg para dirigir o departamento de

marketing do clube, ou o que tinha sobrado dele.

“Ele tinha uma equipe, de seis pessoas, muito

boa, tão boa que eu não contratei nem demiti

ninguém, mas o marketing do clube tinha sido

privatizado. Gerava uma comissão de 25% dos

contratos para uma pessoa física e totalmente

inerte. Não tinha criatividade, era só reativo, se

aparecia alguma oferta, ele analisava. Isso fazia

parte do quadro geral de decadência em que o

clube se encontrava”, afirma Rosenberg.

Naquela época, o clube tinha dívida de R$ 100

milhões e receita de apenas R$ 40 milhões,

estava na segunda divisão, em que os direitos de

TV são menores e, consequentemente, a auto-

estima do torcedor se encontrava em baixa. Era

preciso pensar em uma saída, e foi pensando em

seu público que o marketing a encontrou: o clube

reconheceu que a torcida era seu diferencial, e

que deveria gerar receita por meio da Fiel, dos

corinthianos – não respeitando as regras da

gramática, que diz que é sem “h”, mas redigindo

como os próprios gostam.

“Como economista, impus a restrição de que eu

nunca pediria dinheiro ao clube para projetos,

ou t u b ro 2 010 | 20 -21

Materia de Capa.indd 21 09/11/10 19:07

Page 24: Revista Competir

vou tep r e t o no b r a nc o

porque acho que se faço o que a Fiel quer, tenho

que ter viabilidade econômica. Tenho que vender

esses serviços referendados por alguém do setor

privado, e não recorrer aos cofres do Corinthians,

que tem usos bem mais nobres para o seu

dinheiro”, explica Rosemberg.

Para evitar esse tipo de tática, considerada

“preguiça mental e intelectual” pelo diretor de

marketing do Corinthians, o departamento teve

que reinventar a marca do clube, com novos

licenciamentos, para valorizar o escudo. Para o

jornalista Elias Awad, “as ações de divulgação,

nessa fase, foram muito intensas”, como o caso

da campanha Eu Nunca Vou Te Abandonar.

Mesmo na Série B, o departamento travou

discussões acaloradas para conseguir melhor

patrocínio para a camisa e cota de televisão com

a TV Globo, equivalente a de clubes da Série A.

Além disso, desenvolveu projetos que levantavam

sua auto-estima e incentivavam a união, como o

Sangue Corinthiano, de doação de sangue.

O objetivo era mexer com a moral da torcida. “O

segredo do sucesso está aí: você nunca vai ver

o marketing do Corinthians endeusando ídolo.

Essa história de colocar fotografia de jogador

ampliada em loja é coisa de outras nações, não

da nossa. Ou usamos algo do passado, pois

esse reconhecimento é muito educativo, ou

usamos a torcida, a Fiel. Nosso primeiro filme

não se chamou ‘Timão’, mas ‘Fiel’, e retratava

o sofrimento com a queda para a Série B e o

retorno”, relembra Rosemberg.

O departamento trabalhou sete dias por semana,

24 horas por dia, com alto grau de motivação.

Entre as ações criadas, estava o Fiel Torcedor,

programa de sócio-torcedor que garante o

lugar do consumidor no estádio, evitando filas

e aglomerações. Para Marco Antonio Siqueira,

sócio-diretor da Zebra Marketing Esportivo e

diretor da ABRAL (Associação Brasileira de

Licenciamento), esta é uma medida precisa:

“O torcedor fanático sente prazer em consumir

produtos e serviços do seu clube; há total

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Page 25: Revista Competir

vou te

sinergia entre os dois papéis. Pensar que o

torcedor é obrigado a enfrentar filas, tumultos,

insegurança como prova de amor à camisa é

um grande erro”, defende. O programa vai tão

bem que o clube estuda, para o próximo ano,

não vender mais ingressos em bilheterias, mas

apenas pelo programa.

Outras medidas que vêm gerando resultado são a

rede de lojas Poderoso Timão e sua versão virtual. O

clube possui mais de 2500 produtos licenciados e,

certamente, há compradores para isso; não poderia,

assim, desperdiçar a oportunidade de venda. São

89 lojas espalhadas por São Paulo, Paraná e Distrito

Federal, e cada uma possui suas próprias ações

de marketing – geralmente, convidam ídolos do

passado, como Neto, Marcelinho Carioca e Biro-

Biro, para chamar a torcida.

O marketing encontrou nos projetos sociais outra

maneira de estar em contato direto com seu

público: além do Sangue Corinthiano, criou a

campanha 100 árvores por gol, em que o time

passou a plantar 100 mudas de espécies da

Mata Atlântica por gol feito na cidade de Salto

de Pirapora, com o objetivo de criar uma reserva

florestal. Já o programa Time do Povo trabalha

com crianças carentes; por jogo, alcança 100

crianças moradoras de favelas – busca-as em

casa, lhes dá alimentação, elas assistem ao jogo

do Corinthians no Parque São Jorge e voltam com

uma cesta básica. Por meio do departamento de

marketing, há ainda apoio ao GRAACC (Grupo de

Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer),

à campanha de combate à violência contra a

mulher, da ONU, e ao Começar de Novo, na

recuperação de jovens que cometeram crimes e

estão na Fundação Casa.

Para Amir Somoggi, diretor da área Esporte

Total da empresa de auditoria e consultoria

Crowe Horwath RCS, “as ações de marketing do

SCCP (Sport Club Corinthians Paulista) foram

muito boas no geral e refletiram na receita

recorde gerada pelo clube em 2009, R$ 181

milhões, figurando no topo do ranking do futebol

brasileiro”. Rosemberg afirma que, hoje, do total

arrecadado pelo clube, 80% é resposta às ações

criadas pelo marketing.

Nem tudo deu certo; alguns projetos

naufragaram, como a TV Timão e o TimãoCap,

o título de capitalização. “A TV Timão tem

algum problema que a gente não identificou.

Fizemos agora uma associação com a TV+, que

está construindo um estúdio no Corinthians,

e vai operar, com a gente, um canal de TV a

cabo. Ainda não desisti; perdi a batalha, mas

vamos à luta. Já o TimãoCap não deu certo

porque não conseguimos resolver a questão da

distribuição dos títulos”, admitiu Rosemberg.

Marco Antonio concorda que o marketing do

Corinthians evoluiu muito nos últimos anos, e o

considera um dos melhores do País, mas não

deixa de alertar: “Muitas ações interessantes

foram desenvolvidas para o centenário, como

a campanha voltada ao meio ambiente, e é

foto

s: N

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ho

es e

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ulg

açã

o

A marca Corinthians:

modalidades e produtos para

todos os gostos e classes sociais

ou t u b ro 2 010 | 22 -23

Materia de Capa.indd 23 09/11/10 19:08

Page 26: Revista Competir

abandonar

p r e t o no b r a nc o

vindo, o Corinthians venderia camisa, calção,

boneco como nunca antes, e que com essas

receitas somadas, ele teria um ganho semelhante

ao que os árabes queriam lhe pagar. Ele topou”,

lembra Rosemberg.

Para ter Ronaldo, o time vendeu todos os espaços

de sua camisa e, para muitos, isso poluiu a

peça. Rosemberg se explica: “Acho muito mais

bonito só o escudo do Corinthians e acho mais

nobre jogar com AACD no peito. Agora, devo ser

realista: preciso de um grande esquadrão, que

ganha a Libertadores, que paga dívida. Às vezes,

a estética se submete à racionalidade”.

preciso criatividade para isso, coisa que o clube

tem. Porém, deve haver consistência também;

as ações não podem ser isoladas, devem fazer

para de um planejamento, sob o risco de haver

desperdício de recursos. E isso, infelizmente,

ainda não consigo enxergar”.

Quando tudo estava aparentemente tranquilo

e o clube parecia apenas se preparar para

as comemorações de seu centenário, surgiu

a possibilidade de contratar Ronaldo. Mas

como pagar o salário dele? “Prometi um salário

razoável, mas nem 10% do que ele poderia

ganhar lá fora. O desafio foi convencê-lo de que,

Font

e: S

por

t Clu

be

Cor

inth

ians

Pau

lista

| *

Pro

jeçã

o

Resultados financeiros (Em milhões de reais)

Produto 2007 2008 2009 2010*TV 20 24 39 45

Nike 5 10 12 18

Uniforme 12 17 33 45

Lojas Poderoso Timão 0 3 5 9

Fiel Torcedor 0 0 2 5

Licenciamentos 0,5 3 6 9

Seguro / capitalização 0 0 2 5

Ingressos 5 8 16 22

TOTAL 42,5 65,5 114,5 156

Materia de Capa.indd 24 09/11/10 19:08

Page 27: Revista Competir

abandonarRecentemente, o Corinthians surgiu com novos

produtos licenciados, como chip de celular, jogos

de tabuleiro e tênis. Rosemberg afirma que há

produtos que o próprio clube procura lançar, mas

há também a procura inversa: “O empresário é

corinthiano e vem atrás do clube; algumas vezes,

se vemos que é inviável, não damos continuidade.

No mais, o Corinthians não coloca dinheiro em

nenhum projeto; se eu analisei, vi que a empresa

é seria e o cara está investindo, quem sou eu

pra vetar, né?”. Admirador das iniciativas do

Corinthians, Marco Antonio ainda vê as atitudes

da instituição com certa ressalva, carentes de

aprimoramento: “O clube valoriza muito o seu

torcedor, mas enquanto torcedor. Para tratá-

lo como consumidor é preciso de algo mais,

produtos e serviços de qualidade. O torcedor

deve ser um fim e não um meio de sustentar

o clube. Como os demais clubes brasileiros, o

Corinthians não trata com profissionalismo, o que

realmente importa para o torcedor”.

RePúbLIca PoPULaR do coRINThIaNS, eSTádIo e INTeRNacIoNaLIzaçãoPara a comemoração do centenário, o Corinthians

e a Nike lançaram a campanha “República

Popular do Corinthians”, em que o torcedor pode

adquirir documentos como RG e certidão de

nascimento com o timbre do clube, o que o torna

cidadão dessa nova República. Ele pode ainda

tirar seu passaporte, que receberá carimbos dos

jogos do time que ele frequentar.

A Nike trabalha com a F/Nazca, e a união com

o clube fez surgir a campanha inovadora. “Não

foi uma conversa específica; trabalhamos todos

os dias no Corinthians, temos corinthianos na

equipe, que frequentam o clube, o estádio. Então,

essa campanha da República veio naturalmente,

não teve um briefing. Nosso relacionamento no

clube é muito bom, a equipe trabalha à vontade.

Não posso dizer que seja tranquilo, pois é um

dos maiores clubes do país, mas é muito bom

trabalhar com ele”, afirma Tiago Pinto, diretor de

marketing da Nike no Brasil.

Com as comemorações do centenário, o

Corinthians anunciou a construção de seu tão

aguardado estádio. Conversas sobre venda de

espaços e naming rights já começaram, mas

nada oficial. “Prefiro destinar meus reforços para

algo que já exista. Quero um naming rigths para

o novo CT, que foi lançado agora. É mais fácil

vender o que já existe do que algo que ainda não

saiu do papel”, explica Rosemberg.

Não há dúvidas de que o clube saiu de time

desacreditado para se tornar referência no cenário

nacional, em apenas três anos. Mas, claro, há muito

o que conquistar ainda. O Corinthians é um time

provinciano, que não tem expressão internacional, e

sua internacionalização está em planejamento – até

jogo na China está sob negociação.

Rosemberg enfatiza que o Corinthians tem

tudo para ser o maior time do mundo em

arrecadação: “Pulamos de R$ 50 milhões, em

2007, para R$ 180 milhões, em 2010. Em três

anos, chegaremos a R$ 500 milhões. Todos

esses projetos em andamento não são um

tiro só, pelo contrário; estão todos crescendo

simultaneamente e, ainda tenho toda uma área

internacional para agregar”, sinaliza. A nação

corinthiana espera, assim, se globalizar.

ou t u b ro 2 010 | 24 -25

Materia de Capa.indd 25 09/11/10 19:08

Page 28: Revista Competir

Em foco

Contra todos os obstáculos, times de softbol sobrevivem, exportam

atletas e colocam o Brasil no mundial da África do Sul, em 2011. Agora sonham com a chegada de

patrocinadores. Alguém se habilita? texto Oldair de Oliveira

em uma partida emocionante, o

Coopercotia derrotou o Nippon Blue Jays por

3 a 2 e se sagrou bicampeão brasileiro de...

Softbol? A informação é verídica, mas o leitor que

acompanha o caderno de esporte dos grandes

jornais e veículos especializados não ficou

sabendo. A menos, claro, que seja um entusiasta

dessa prática, bastante incomum no Brasil.

Mas, apesar de todos os obstáculos e da falta

de incentivo, o softbol resiste como modalidade

esportiva no País, com direito a federações,

uma confederação nacional e um campeonato

brasileiro, que este ano chegou à 30ª edição e

contou com a participação de dez equipes, sendo

sete de São Paulo e três do Paraná. Além disso,

no ano que vem, o Brasil será uma das seleções

que brigará pelo título mundial na categoria sub-

18 na África do Sul, ao lado de potências como

Estados Unidos e Japão.

Na base do desafio

“Foi um grande passo, pois, pela primeira vez,

o Brasil está indo por mérito próprio e não por

convite”, ressalta a técnica Maritza Sória. Nascida

em Cuba, onde jogou oito anos pela seleção local,

ela comandou o time a essa conquista, no pan-

americano da modalidade realizado na Colômbia,

em junho, quando ficou em quarto lugar. Trata-se

de uma façanha e tanto, sobretudo quando se

pensa que todos que ali estavam não contavam

com nenhum tipo de patrocínio, nem de universo

ou material esportivo, nem de transporte até o local

da competição ou gastos decorrentes da viagem.

Dessa forma, tudo é na base do “pai-trocínio”,

tendo os familiares de arcar com todas as despesas

e desembolsando entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil.

A esperança dos amantes e defensores do

softbol é que, à medida que o esporte se tornar

mais competitivo no país e surgirem resultados

na b a se do des a f io

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Page 29: Revista Competir

ou t u b ro 2010 | 12 -27

representa a Universidade da Flórida, recebendo

US$ 253 mil por ano. Trata-se de situação ainda

impensável por aqui. Além disso, a Amateur

Softball Association (ASA), que controla o esporte

nos Estados Unidos, tem 240 mil times membros

e estima em 3 milhões o número de norte-

americanos que praticam a modalidade. E uma

das pioneiras a desembarcar nos Estados Unidos

foi Juliana Pires Shibata, a Guga, que em 2008,

ganhou uma bolsa da Northwest Florida State

College. “O pessoal me recebeu muito bem e,

depois de mim, levei mais três amigas para lá”,

diz a atual jogadora do Gigante-Gecebs, de Arujá.

Dessa forma, o êxodo em direção a outros

países é encarado como uma esperança pelas

atletas e pelos demais profissionais ligados ao

esporte. Além dos Estados Unidos, há também

pelo menos duas softbolistas brasileiras

jogando no Japão. Inclusive, a atibaiense Mika

Someya se naturalizou japonesa e jogou as

últimas olimpíadas (Pequim-2008) pelo país do

Sol Nascente, se sagrando campeã, no último

respiro do esporte como modalidade olímpica

(não fará parte dos jogos de Londres e nem do

Rio). “A saída delas é algo totalmente positivo.

Serve para que elas aperfeiçoem sua técnica,

a partir do convívio com as demais atletas e

corpo técnico e da participação em eventos de

alto nível”, ressalta Olívio Sawasato, presidente

da Federação Paulista de Beisebol e Softbol, a

mais antiga do país.

LegisLação a favorA nova esperança para os amantes do softbol

vem de uma lei estadual paulista de incentivo ao

esporte, por meio de renúncia fiscal. Ela permite

que empresas possam repassar até 3% do valor

do desafioem eventos de alto nível, apareçam pessoas e

empresas interessadas em investir na modalidade.

“O softbol no Brasil ainda está engatinhando.

Estamos tentando dar uma nova forma a ele,

porque hoje, ainda só existe como esporte de

colônia. Estamos querendo abrir esse leque. A

ideia não é sair da colônia, mas integrar outros

interessados”, explica Silvio Portiolli, vice-

presidente da Confederação Brasileira de Beisebol

e Softbol (CBBS). Atualmente, apenas 30% dos

praticantes não têm ascendência nipônica.

Mais quaLidadeO nível competitivo da modalidade também vem

subindo. E mais uma vez, créditos para a cubana

Maritza, que está em São Paulo desde 1999 e

é também técnica do Nippon Blue Jays. Aliás,

se hoje o Brasil virou vitrine para os Estados

Unidos e muitas das nossas atletas estão em

universidades e colleges norte-americanos

jogando em ligas locais, parte significativa do

mérito cabe a ela. “Tinha contato com um amigo

treinador do (college) Miami-Dade. Ele ficou

sabendo que estava trabalhando no Brasil e

pediu que eu indicasse meninas para algumas

posições que ele precisava. A partir daí iniciamos

uma parceria, que já dura três anos. Isso é bom,

porque ajuda a melhorar o nível das atletas que

vão. Se aqui jogariam quatro partidas por ano,

lá jogam cerca de 40. Faz diferença, pois é

praticando que se aprimora”, destaca Maritza.

Sim. Temos mais de uma dezena de jovens

brasileiras na terra do Tio Sam estudando e

jogando lá. E não poderiam estar em lugar

melhor, afinal, ali esse esporte é muito praticado,

com direito a transmissão pela TV e um treinador,

como Tim Walton, do Florida Gators, time que

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Page 30: Revista Competir

Nova esperança para a

modalidade vem de lei estadual

paulista de incentivo ao esporte

anual devido do Imposto sobre Operações relativas

à Circulação de Mercadorias e Prestação de

Serviços (ICMS), desde que o volume total não

ultrapasse R$ 1 milhão por projeto. O objetivo é

favorecer as diversas modalidades esportivas e

promover inclusão social e formação de novos

atletas. “Queremos ir à escola e não esperar que

ela venha a nós. Na Argentina, existem mais de

200 times de softbol e lá o começo se deu na

escola. Eles não são uma potência, mas estão na

nossa dianteira. Podemos também seguir nesta

mesma direção”, acredita Olívio.

o que você precisa saber sobre softboLA modalidade existe desde 1887 e é uma

variação do beisebol, podendo ser praticada

por homens e mulheres. Surgiu nos Estados

Unidos, mas, no Brasil, começou a ser

praticada pelos imigrantes japoneses, daí a

sua associação à colônia nipônica no País. São

sutis as diferenças entre beisebol e softbol. O

campo tem o mesmo formato, mas, no caso do

segundo, tem dimensões reduzidas, bola maior

(30,4 cm contra 22,8 cm) e mais leve. Outra

diferença está no arremesso. No beisebol, a

bola pode ser atirada por cima da cabeça. Já

no softbol essa jogada é feita obrigatoriamente

de baixo para cima. Mas, no geral, a mecânica

é a mesma ou semelhante. Os times têm nove

jogadores e a partida é disputada em nove

innings (entradas), no caso do beisebol, e em

sete, no softbol. Em ambos, tem sempre ataque

contra defesa e vence quem faz mais pontos.

No caso de igualdade de placar, há novas

rodadas para o desempate.fo

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Os avanços já são significativos. Basta lembrar

que a primeira competição importante do qual

participou uma seleção brasileira foram os Jogos

Pan-Americano do Rio, em 2007. Não por mérito,

mas por que o País, como sede, tinha direito a ser

representado em todas as categorias esportivas.

Era um time que reforçava o estereótipo que se

tem do esporte aqui, tendo apenas uma jogadora,

a pitcher (arremessadora) Elayne Cristina Simon,

que não era descendente de japoneses. Hoje,

acredita-se que 30% dos praticantes também

estejam nesta condição de Elayne, não tendo

antepassados no país do Sol Nascente.

na b a se do des a f io

softball.indd 28 09/11/10 15:38

Page 31: Revista Competir

Categorias:Empresa PrivadaInstituição EsportivaInstituição PúblicaInclusão SocialMídiawww.competirsportsmarketing.com.brwww.premiocompetir.com.brcontato@competirsportsmarketing.com.br

O que é Competirpara você?Competir é um estado de espírito. É estar sempre um pouco insatisfeito e almejar algo a mais de si próprio. A competição traz isso. Quando se vai bem, quando não se vai bem, sentimos que é sempre necessário se aprimorar mais e se preparar para a etapa seguinte. Isso é competir.

Eduardo Souza Ramos

Anúncio Competir_ed04.indd 1 09/11/10 19:12

Page 32: Revista Competir

Há 12 anos lancei à venda os primeiros

camarotes do Estádio Beira-Rio, do Internacional

(RS), como forma de subsidiar sua construção.

Na época, o preço era de R$ 20 mil por

camarote. Há algumas semanas, o Inter lançou

uma nova leva de suítes, muito melhores, mais

equipadas e muito mais luxuosas por cerca de

R$ 1 milhão cada. ‘Vai vender?’, perguntariam

alguns. A resposta segue abaixo.

O que o Internacional está fazendo para custear

parte de suas obras para adequação do estádio

para a Copa é um dos caminhos utilizados

nos Estados Unidos e Europa para financiar a

construção ou reforma de arenas, estádios e

praças esportivas. Os caminhos de financiamento

são cinco: verbas oficiais de Estados, da União

ou municípios (muito utilizada nos Estados

Unidos, onde as cidades disputam o privilégio de

sediar novas arenas); verbas do próprio clube,

como quando ele vende ativos para empregar

na construção de instalações mais modernas;

financiamento de ligas ou entidades federativas;

verbas advindas da venda de espaços no novo

estádio, como cadeiras, camarotes, tribunas e

suítes; e os direitos chamados de naming rights.

A venda de espaços consagrados como cadeiras

e camarotes é uma prática antiga. O que mudou

neste quesito é a qualidade desses locais.

Os camarotes e suítes de arenas modernas

são pontos nobres dos estádios onde seus

proprietários (empresas ou pessoas físicas) têm

conforto, segurança e até luxo. Nesses camarotes

se recebem amigos e clientes com serviço de bar

e restaurante. Esses espaços podem funcionar o

ano inteiro, independentemente de haver eventos

Marketing Esportivo

Financiamento de novos estádios e arenas

no local: é uma sala de reuniões fora da empresa.

Por isso a resposta à pergunta do primeiro

parágrafo é: sim! Vai vender.

A modalidade de financiamento chamado de

naming rights explora espaços que receberão

os nomes de produtos, serviços e marcas de

empresas. Estes ganharão um local privilegiado

para expor suas marcas, com a garantia de

retorno seguro, duradouro, que gera empatia

com o público e identificação com o time

ou espetáculos que ocorrerem na arena.

Os exemplos bem sucedidos de grandes

corporações, principalmente nos Estados Unidos,

crescem todos os anos com novas arenas

ganhando nomes de empresas. Alguns desses

negócios estão na casa dos milhões de dólares.

No Brasil só há um exemplo recente de estádio,

a Arena Kyocera, que dava nome ao estádio do

Atlético Paranaense. Por outro lado, já se veem

teatros identificados com o nome de empresas –

todos eles referidos unicamente pelos nomes de

seus patrocinadores.

É uma tendência que veio para ficar. Em face de

necessidade de investimentos em novas praças

esportivas no Brasil nos próximos anos, há que

se observar, com muita atenção e interesse,

essas duas modalidades de financiamento,

especialmente a venda de naming rights.

Wesley Cardia é consultor de marketing esportivo e Diretor

da Maestro Marketing.

texto Wesley Cardia

M a r k e t i ng e s p o r t i vo

Mkt Esportivo_wesley.indd 40 09/11/10 00:30

Page 33: Revista Competir

Você já deve, de certa forma, estar se

acostumando ao debate sobre estádios de

futebol, muito por conta das dimensões sociais,

políticas e comerciais envolvidas. Porém, mais

do que isso, os estádios representam uma face

importante do marketing esportivo, que não

pode ser pensada de forma isolada. Uma arena

‘moderna’ não envolve, necessariamente, alta

tecnologia, nem mesmo projetos faraônicos.

Aliás, acredito que ‘contemporâneo’ seria

o termo mais conveniente para aquilo que

buscamos: espaços adequados às necessidades

dos torcedores, patrocinadores, mídia, poder

público, investidores e tantas outras pessoas

e entidades envolvidas diretamente com um

grande evento esportivo.

Um estudo recente, na Inglaterra, por

exemplo, pesquisou o motivo que impulsionava

os torcedores a ficarem espremidos nas

entradas e saídas de um determinado estádio.

Chegaram à conclusão que a falta de espaço

de circulação interna era o fator-chave para

que os torcedores ficassem dentro do estádio

o menor tempo possível. Além do tumulto, que

nós brasileiros conhecemos bem, isto reduzia

consideravelmente as receitas de serviços

agregados dentro da arena, como lanchonetes

e lojas, que valorizam consideravelmente o

tíquete médio. Podemos ir além. Certamente,

a movimentação em bando reflete diretamente

na (falta de) segurança, no tráfego e no caos

do transporte público, afastando ainda mais os

torcedores. Em outras palavras, significa que um

empreendimento destes deva ser concebido de

forma a atender integralmente às necessidades

de seus clientes. Nenhum outro interesse

deveria estar à frente, sob o risco de sucumbir

diante do mercado. E não se trata, apenas, de

um conceito ideológico ou acadêmico; me refiro

a estádios economicamente viáveis e rentáveis,

a quem quer que seja.

A localização geográfica é outro fator

determinante. Como qualquer ponto-de-

venda, existe maior propensão de audiência

daqueles torcedores – logo consumidores – mais

próximos. No longo prazo, influência direta no

perfil da torcida, que tende a se concentrar

na região. A experiência ao vivo costuma, ou

costumava, ser parte determinante na formação

de torcedores, ao menos os mais ativos,

comercialmente falando. Talvez mais crítica

seja a questão dos convidados corporativos. Em

um estádio ‘contemporâneo’, mais da metade

das receitas costumam vir da comercialização

de camarotes. Neste caso, tanto o comprador

(a empresa) quanto o usuário (o convidado)

insistem em ser mais exigentes e apressados. A

partir desta nova perspectiva, o que você sabe

sobre os estádios que vêm por aí?

Marco Antonio Siqueira - www.marketingesportivodeverdade.

blogspot.com - é radialista e publicitário, sócio-diretor da

Zebra Marketing Esportivo e diretor da ABRAL (Associação

Brasileira de Licenciamento).

ou t u bro 2010 | 30 -31

Adote um elefantetexto Marco antonio Siqueira

Mkt Esportivo_marco antonio.indd 31 09/11/10 00:44

Page 34: Revista Competir

lentas. No entanto, alguns estudos têm demonstrado

um aumento na latência para o sono REM e uma

diminuição no percentual deste estágio, enquanto

outros estudos notaram um aumento em seu tempo

total e redução na latência para seu início. Mas com

a adaptação ao treinamento equilibrado, estas altera-

ções tendem a retornar a um padrão normal.

É sabido que uma boa noite de sono está mais

relacionada à qualidade do que à quantidade de

horas dormidas, mesmo porque a quantidade

pode variar de pessoa para pessoa conforme seu

biotipo. É necessário passar por todos os estágios

do ciclo de sono, de quatro a seis vezes por noite.

Dormir demais também pode ser prejudicial; a pes-

soa pode acordar com menos disposição, desânimo

e até mesmo mal-humorada. O melhor termômetro é

o estado em que despertamos. Sentir-se revigorado e

energizado ao acordar significa que as horas de des-

canso cumpriram sua função. A regularidade é im-

portante para a higiene do sono; ter hora para dormir

e levantar-se é indispensável para manter uma boa

qualidade e quantidade de horas dormidas.

Prof. Dr. Marco Túlio de Mello é diretor técnico do

Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício –

CEPE (www.cepebr.org) e pesquisador do CNPq.

Ft. Andressa da Silva é Mestre em Psicobiologia

pela UNIFESP e Pesquisadora do CEPE.

Prof. Dr. Marco Túlio de Mello é diretor técnico do Centro de

Estudos em Psicobiologia e Exercício – CEPE (www.cepebr.

org) e pesquisador do CNPq. Ft. Andressa da Silva é Mestre

em Psicobiologia pela UNIFESP e Pesquisadora do CEPE.

O sono é uma manifestação biológica na qual se

observa a alternância periódica entre atividade

elétrica cerebral sincronizada e dessincronizada

de aproximadamente oito horas de sono alterna-

das com um período de 16 horas de vigília.

Durante esse período, normalmente ocorrem de

quatro a seis ciclos de sono com duração de 90

a 100 minutos cada, sendo cada um dos ciclos

composto pelas fases de sono NREM, com du-

ração de 45 a 85 minutos, e pela fase de sono

REM, com predominância de 5 a 45 minutos.

Dentre os distúrbios, a insônia pode estar presente

em atletas de alta performance. A ansiedade pré-

competitiva pode provocá-la, o que prejudica a

recuperação do atleta. Pode ser desencadeada,

também, por excesso de treinamento (overtraining).

Quase todos os distúrbios de sono são prejudiciais

para o processo de recuperação. Sua fragmentação

e a redução de sua qualidade e eficiência aumen-

tam a irritabilidade, reduzem o desempenho físico e

cognitivo. Ocorrem prejuízos tanto na recuperação

física quanto na redução do processo anabolizante,

o que diminui a capacidade do atleta em recuperar-

se entre uma sessão e outra de treinamento. Se a

fase de sono REM estiver prejudicada, pode acar-

retar aumento da irritabilidade, perda de memória e

prejuízo para atletas de alto rendimento.

Muitos estudos experimentais têm sido realizados

com o objetivo de verificar a relação entre o exercício

físico e a qualidade do sono. A mudança mais co-

mumente observada é o aumento do sono de ondas

Saúde e bem-estar

Influência do exercício físico no sono de atletastexto Marco Túlio de Mello e andressa da silva

S aú d e e b e m - e S ta r

Saude e bem estar.indd 38 09/11/10 16:03

Page 35: Revista Competir

O Brasil será o centro das atenções do mundo com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e com isso surgirá uma enorme demanda de profissionais qualificados a partir desses grandes eventos esportivos.

A Trevisan Escola de Negócios em parceira com a Brunoro Sports Business é pioneira na qualificação profissional na área de gestão esportiva, formando turmas desde 2002 no curso MBA Gestão e Marketing Esportivo.

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Page 36: Revista Competir

Em foco

texto Neto Bach

e 2008. A China investiu cerca de US$ 40 bilhões,

apenas em infraestrutura. E, além de construir

um dos mais belos estádios do mundo, o Ninho

do Pássaro, durante anos preparou seus atletas

de base, o que os levou ao topo do ranking no

quadro de medalhas, com 51 conquistas de ouro.

Aqui a expectativa é enorme. De acordo

com o ministro do Esporte, Orlando Silva, os

investimentos em infraestrutura para a Copa

do Mundo de 2014 devem alcançar R$ 22

bilhões. Já para os jogos Olímpicos do Rio

2016, o gasto previsto é de cerca de R$ 29

O mercado de marketing esportivo

já está a todo vapor, e não é para menos. Com

a previsão de investimentos multimilionários,

por conta de Copa do Mundo e Olimpíadas no

Brasil, as agências e consultorias especializadas

veem a oportunidade de aumentar o faturamento

e, naturalmente, tornaram-se alvo certo para

empresas que buscam alternativas para explorar

os benefícios que as competições têm a oferecer.

Para se ter uma idéia da importância de um

evento desta magnitude, basta analisar os

números da Olimpíada realizada em Pequim, em

Com o Brasil sediando os dois maiores eventos esportivos da Terra, empresas de marketing esportivo arregaçam as mangas e partem para ofensiva. Entre elas a 9ine, do jogador Ronaldo

Mercado superaquecido

m erc a do s u per aqu ecido

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Page 37: Revista Competir

ou t u b ro 2010 | 34 -35

Mercado superaquecido bilhões, provenientes do setor público. Mas não

para por aí; empresas nacionais e estrangeiras

devem injetar quantias exorbitantes em

um setor que, segundo dados divulgados

pela consultoria PricewatterhouseCoopers,

deve crescer 40% nos próximos três anos e

movimentar cerca de US$ 140 bilhões.

Com todos querendo uma pequena fatia deste

bolo, empresas como a SSTUDIO – Marketing

e Entretenimento já começam a colher os

frutos. “Somos procurados regularmente por

parceiros do mercado, fornecedores, agências

e empresas que buscam entender o que é

sediar estes eventos e como podem fazer

parte deles”, comenta Roberto Gomes Silva,

principal executivo.

Como o mercado esportivo engloba plataformas

diversas de negócios, toda a cadeia produtiva

será afetada – fabricantes de produtos

esportivos, consumidores finais, atletas amadores

e profissionais, fãs de esporte, entidades

esportivas, gestores públicos e profissionais

da mídia. Só no período que antecede a

Copa, deverão ser gerados 332 mil empregos

permanentes e mais 381 mil temporários, de

acordo com dados do ministério do Esporte.

Para Ricardo Silva, estamos vivendo um momento

novo e único. “O esporte finalmente é moda.

Temos um Ministério do Esporte, existe uma

política nacional do esporte, todos querem fazer

negócios e atuar no Brasil. Somos um mercado

em pleno crescimento”, afirma.

E foi exatamente este mar de possibilidades

que atraiu o craque Ronaldo para o mercado

de marketing esportivo. Em setembro, o

jogador corintiano anunciou a fundação da

empresa 9ine, referência ao número de sua

camisa, em sociedade com o grupo inglês

WPP (Wire and Plastic Products), maior

conglomerado global de propaganda e serviços

de marketing, com mais de 100 empresas

espalhadas pelo mundo e receita que

ultrapassou os 8 bilhões de libras em 2009.

Além de promover eventos, a empresa pretende

ajudar marcas, dar nomes a estádios e gerenciar

carreira de jogadores que, segundo Ronaldo, são

mal assessorados no Brasil. Em entrevista ao

jornal O Estado de S. Paulo, o jogador afirmou

que quer “concorrer e dominar”. A expectativa

inicial de receita da 9ine é de R$ 40 milhões.

Fusões e parcerias

Para fazer frente às pretensões de Ronaldo,

outras mega empresas prometem agitar o

mercado. A Sport Strategy é uma parceria

entre o empresário José Carlos Brunoro, da

BSB, e do publicitário Alexandre Gama, da

Investmark, controladora de agências como

Neogama/BBH e Ínsula. A nova empresa atuará

À esquerda, Christian Kittler,

da Ativo Sports Marketing:

“Este é um segmento em que

você lida com muita paixão”

foto

: Ric

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Page 38: Revista Competir

foto

: Ric

ard

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er -

ati

vo.c

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no desenvolvimento estratégico para marcas,

produção de conteúdos esportivos e consultoria

para setores públicos e privados. O faturamento

previsto até as Olimpíadas de 2016 é de R$

500 milhões.

Em março, a Globo Comunicação divulgou

parceria com o grupo gaúcho RBS para criar

a Geo Eventos, empresa dedicada à realização

de eventos, também esportivos. Na ocasião,

ambas afirmaram investir juntas R$ 240

milhões na iniciativa.

Já a ReUnion Sports & Marketing, que desde

2007 é parte do Grupo ABC, holding de Bazinho

Ferraz, Guga Valente e Nizan Guanaes, anunciou

este ano abertura de escritório em Miami, EUA,

para capitalizar negócios especificamente para

a Copa e as Olimpíadas em terras tupiniquins.

O Grupo ABC ampliou, ainda, sua participação

acionária na ReUnion que, segundo ele, vem

crescendo fortemente nos últimos anos – teria

alcançado expansão de 217% apenas em 2008.

Em setembro, foi a vez da Octagon anunciar

novo modelo de atuação no Brasil – ela adquiriu

a agência B2S, com escritórios no Rio e em São

Paulo, o que a transformou em Octagon Brazil. A

diretoria executiva explicou que a aproximação das

duas empresas ocorreu durante a criação de uma

apresentação para um patrocinador da Copa na

África do Sul. Mundialmente, a Octagon gerencia

mais de 5 mil eventos anualmente e é responsável

pela carreira de mais de 800 atletas. Com a fusão

no Brasil, as expectativas de se alinhar ao líder

global deste mercado já foram afirmadas.

Experiência comprovada

Elas estão há mais tempo no mercado e não se

limitam apenas a modalidades tradicionais como

futebol, vôlei e basquete. Talvez por isso, empresas

como a Milk Comunicação Integral, Life Sports

Brands e Ativo Sports Marketing sejam boa opção

para quem quer investir em esportes participativos.

O mercado de running, por exemplo, tem

movimentado cerca de R$ 3 bilhões por ano, com

4 milhões de praticantes e um crescimento anual

de 30%. E a Milk é uma das empresas que vem

crescendo nessa área.

Especializada em running, ciclismo, triatlhon e em

esportes radicais como skate, a Milk vê na Copa

e nas Olimpíadas a oportunidade de expandir os

negócios. “O mercado será receptivo para quem

entender com profundidade de esportes e para

quem começar a atuar a partir de agora. Somos

privilegiados por nascermos antes desse ‘barulho’

esportivo”, comenta o publicitário e diretor da

agência, Ricardo Santos.

Sem citar nomes, ele revela que pretende se

unir a outras empresas do meio para aumentar

sua participação. “Para termos atuação mais

abrangente, estamos nos juntando a mais duas

empresas que atuam no esporte, porém em

modalidades diferentes da nossa. Com esse

acordo operacional, o grupo poderá atuar de forma

consistente também em futebol, golfe, basquete e

rúgbi”. Além disso, a Milk embarcou para Londres,

em setembro, para saber como os ingleses estão

se preparando para as Olimpíadas de 2012.

Outra empresa experiente que se prepara para

crescer é a Life Sports. Para Dayyan Morandi,

sócio-diretor, este é o momento de investir, mas

não se preocupando apenas com a captação de

patrocínios; o importante é preparar os atletas para

o que o mercado vai oferecer. “Nosso foco é ver a

evolução do esporte brasileiro como um todo. Nós

trabalhamos a imagem dos atletas, fazendo-os se

m erc a do s u per aqu ecido

Oportunismo mkt esportivo.indd 36 09/11/10 00:22

Page 39: Revista Competir

ricardo Santos e rodrigo raso,

da Milk Comunicação Integral

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ulg

açã

o tornarem pessoas mais conhecidas e que tenham

uma interação maior com o público. Valorizando

o atleta nós fazemos com que determinados

esportes fiquem mais conhecidos”.

Acreditando que tanto Copa como Olimpíadas

deixarão um legado sem precedentes para

o País, Dayyan revela que a Life já tem

planos pós-grandes eventos. “Fizemos um

planejamento que vai até 2016. Depois disso,

a empresa vai visar o mercado internacional.

Pretendemos fazer gestão de carreiras e

produção de eventos também na América

Latina”, fala confiante. Grande perspectiva

para quem, há anos, trabalha para fomentar o

esporte em terras brasileiras.

Oportunismo

Assim como todo setor em ascensão, o

marketing esportivo também corre o risco de se

tornar alvo de pessoas e empresas que buscam

os benefícios do mercado sem ter o preparo

necessário para desenvolver e implantar

projetos com seriedade. E é exatamente isso

que preocupa os empresários que há tempos

atuam nesta área.

Para Christian Kittler, triatleta e diretor da Ativo

Sports Marketing, muitas empresas tratam

o esporte como um negócio qualquer, em

que se investe uma quantia visando lucros

exorbitantes, o que para ele não é certo.

“Este é um segmento em que você lida com

muita paixão, e este oportunismo gera perda

de qualidade e criatividade, pois não existe

envolvimento emocional. O esporte tem que

ser visto como uma ferramenta de inclusão

social e cultural, o que ocorre lá fora e aqui nós

esquecemos”, desabafa.

Christian acredita que o esporte pode perder

muito após a Copa do Mundo e as Olimpíadas

no Brasil, pois muitas empresas que agora

estão surgindo desaparecerão com o fim das

competições. O que seria péssimo para a

manutenção do esporte, já que atletas e clubes

ficarão sem patrocínio: “Se a empresa não tem

DNA esportivo, a parceria fica muito formal. Ela

vai colocar a marca dela em uma camisa, sem

noção do que isso significa. Então, não adianta

cair de paraquedas. O envolvimento gera

conhecimento. Se você conhece os detalhes de

como a coisa funciona, tem a chance de fazer

uma ação muito mais rica. Caso contrário, o

resultado é menos gente incentivada a praticar

esportes”, afirma o empresário. O desafio,

assim, é preparar as pessoas e o País não para

os dois grandes eventos esportivos, mas para

conquistar o permanente amadurecimento

profissional no setor esportivo.

ou t u b ro 2010 | 36 -37

Oportunismo mkt esportivo.indd 37 09/11/10 00:22

Page 40: Revista Competir

F on t es de r eceita s dos cl u bes br a sil eiros

Fontes de receitas dos clubes brasileiros

Crowe Horwath RCS, por meio de

sua área de consultoria em gestão esportiva,

Esporte Total, apresentou em 2009 análises

e projeções sobre a situação financeira e

mercadológica dos clubes brasileiros.

O que se constatou foi que no ano passado o

mercado brasileiro de clubes de futebol produziu

R$ 1,9 bilhão em receitas. Entre 2003 e 2009,

houve incremento substancial de diferentes fontes

de receitas dos clubes brasileiros, provando que o

mercado evoluiu muito nesse período. O principal

causador foi o desenvolvimento dos recursos

gerados com as principais receitas dos clubes,

excluídas as transferências de atletas. Essa fonte

apresenta característica particular e extrema

dependência do mercado internacional.

Em 2009, em virtude da crise financeira global

iniciada no ano anterior, as receitas com transferências

de atletas sofreram retração. Os recursos gerados

foram reduzidos em cerca de 40% em dois anos.

Por outro lado, as receitas, desconsiderando-se

estes intercâmbios de jogadores no mesmo período,

apresentaram elevação de mais de 50%.

a

Raio x

texto Amir Somoggi

Em 2009, a participação das transferências

sobre o total gerado foi de 19%, frente ao

recorde de 2007, quando essa participação

atingiu 37% do total gerado. Já as cotas de TV

apresentaram evolução na participação sobre o

total no mesmo período, passando de 23% para

28% do volume gerado.

Os recursos com clube social e esporte amador

apresentaram evolução na participação nos

últimos três anos e representam atualmente 14%

dos recursos gerados pelos clubes brasileiros,

frente aos 11% de 2007.

Já a receita que mais se ampliou em termos

percentuais foi a de bilheteria, que representava

7% em 2003, atingiu 8% em 2007, 11% em 2008

e 13% do total em 2009. Nos últimos três anos, os

recursos com a venda de ingressos nos jogos dos

clubes se ampliaram de forma contundente.

As receitas que mais evoluíram em termos

percentuais são aquelas que estão mais

associadas à melhora do ambiente de negócios

do mercado brasileiro, como a exploração dos

RaioX.indd 38 09/11/10 18:26

Page 41: Revista Competir

recursos gerados com projetos de marketing,

captação de sócios e venda de ingressos.

Em 2003, essas três fontes de receitas geraram R$

216 milhões, valor que representava 27% do total

gerado pelo mercado brasileiro de clubes de futebol.

Em 2009, as três fontes foram responsáveis por R$

790 milhões em recursos, saltando para 41% do

total gerado pelos clubes brasileiros.

As três fontes de receitas apresentaram

ou t u b ro 2010 | 38 -39

evolução consolidada de 266% nos últimos sete

anos e podem superar em 2014, R$ 1,4 bilhão,

segundo projeção inédita da Crowe Horwath

RCS. Caso esse dado se confirme, as três fontes

de receitas representarão mais de 47% do total

gerado pelo setor.

Amir Somoggi é diretor da área Esporte Total

da empresa de auditoria e consultoria Crowe

Horwath RCS, que tem projetos com clubes,

investidores e patrocinadores.

RaioX.indd 39 09/11/10 18:26

Page 42: Revista Competir

Livros sobre esporte, marketing esportivo, campeonatos e competições

– lançamentos ou não – garimpados nos sites de editoras brasileiras e

estrangeiras

Comentários para esta seção podem ser enviados para [email protected].

Craque nas Letras

Livros campeões

texto Lucia Koury

Quem gosta de futebol vai encontrar histórias inimagináveis. Quem não gosta, vai des-

cobrir exemplos de amor e superação em um campo diferente da vida comum. O livro

Nós, mulheres do futebol nasceu de uma ideia de Silvia Bruno Securato e Ellen Dastry.

Elas entrevistaram 23 mulheres que têm a vida, direta ou indiretamente, envolvida com

o futebol, dentro ou fora do campo: jogadora, treinadora, repórter, fisioterapeuta, torce-

dora fanática, mãe do craque, do árbitro, do goleiro... Este é um time de craques que

vai fazer você curtir ainda mais o esporte!

ISBN 978-85-88698-58-1, Oficina Editora, 168 páginas, R$ 42.

Os jovens torcedores brasileiros talvez nunca tenham ouvido falar em Leônidas da Silva.

Inventor do gol de bicicleta, tetracampeão pelo Botafogo e pentacampeão paulista, foi um

dos maiores ídolos da história do São Paulo. Pela categoria de suas jogadas recebeu o ape-

lido de Diamante Negro, que acabou se tornando nome de chocolate, em sua homenagem.

Vale a pena conhecer a história desse negro, de baixa estatura, dentes branquíssimos e

sorriso largo, considerado o primeiro rei de nossos gramados durante mais de 20 anos, na

biografia escrita por André Ribeiro, com o título de Diamante eterno.

ISBN: 978-85-854-6961-0, Editora Gryphus, R$ 34.

Os esportes radicais nunca foram tão dissecados em teoria e métodos quanto no livro Em

busca da aventura – múltiplos olhares sobre esporte, lazer e natureza, organizado por Cleber

Augusto Gonçalves Dias e Edmundo de Drummond Alves Júnior, a partir de um projeto do

departamento de Educação Física da Universidade Federal Fluminense. Surfe, montanhismo,

voo livre e rafting são algumas das atividades que evocam a aventura e o perigo como uma

experiência inerente à evolução do homem. O livro também aborda a relação dos esportes

com a natureza como o impacto ambiental e as cisões de classes na distribuição das áreas

verdes de lazer.

ISBN: 978-85-228-0519-8 Editora da UFF, 166 páginas, R$ 20.

l i v r o s c a m p e õe s

Craque nas letras.indd 40 09/11/10 19:19

Page 43: Revista Competir
Page 44: Revista Competir

G o l d e p l ac a

Gol de Placa

texto Augusto NuNes

(Continuação do texto publicado na edição de

setembro.)

Descobri num certo crepúsculo que apenas 15

centímetros me haviam separado, durante quase

vinte anos, da felicidade absoluta. Ao longo dessa

eternidade, eu fora proibido pela estatura de co-

nhecer o orgasmo do basquete: enterrar uma bola

na cesta com as duas mãos, proeza virtualmente

inalcançável para quem mede 1m85. Até que,

num inesquecível fim de tarde, sozinho numa

quadra, topei com uma tabela adaptada para

equipes infantis, meio metro abaixo da oficial.

Então, ao longo de quarenta minutos fantásticos,

eu soube o que é ser Michael Jordan.

Tanto o peso quanto a altura não configuraram

jamais requisitos essenciais para a identificação

de um craque, conforme têm atestado, desde que

a primeira bola rolou num gramado, esplêndidas

exibições oferecidas por gênios cujos biotipos

decididamente recomendariam – em tese – sua

imediata transferência para outras profissões.

A silhueta do grande Maradona, por exemplo,

perfeita para ornamentar o balcão de algum

açougue num subúrbio de Buenos Aires, convida

ao sonho os que se acham gordos demais para a

glória - como antes dele haviam sido convidados

ao sonho pelo perfil do grande Pagão os que para

a glória se achavam magros demais.

E Garrincha? Ele viera de um miserável grotão do

Brasil, parecia lesado pela escassez de neurô-

nios. Tinha ambas as pernas arqueadas para a

direita, circunstância que fazia do seu andar um

apelo quase irresistível à pronta intervenção de

ortopedistas. Pois esse anjo torto operaria, além

do milagre do equilíbrio, a improvável conjugação

do drama e da comédia sobre um par de chutei-

ras, em espetáculos inesquecíveis que o transfor-

mariam no maior de todos os solistas.

Ao menos em tese, portanto, o mundo mágico

dos estádios é acessível a gordos e magros, ricos

e miseráveis, altos e baixos. Está, enfim, ao alcan-

ce do povo brasileiro.

Não é assim no basquete, tampouco no vôlei

e em outros esportes hoje restritos a atletas

que alcançam altitudes nem sequer sonhadas

pelo brasileiro padrão. Talvez seja o caso de

emendar a Declaração dos Direitos do Homem,

e decretar que todos temos direito à felicida-

de independentemente de centimetragens. A

materialização do sonho pode estar a poucos

palmos das nossas cabeças. Numa enterrada,

por exemplo. Com as duas mãos.

Augusto Nunes é jornalista.

A felicidade a um palmo e meio da mão (parte 2)

Gol de placa.indd 46 09/11/10 00:49

Page 45: Revista Competir

Categorias:

Sua marca poderia estar aqui.

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Page 46: Revista Competir
Page 47: Revista Competir

Karen Jonz

Perfil

Perfil.indd 49 09/11/10 13:51

Page 48: Revista Competir

Perfil

foto

s: F

elip

e L

ente

Nome

Karen Jonz

Nascimento

Santos (SP), 29 de setembro de 1985

Esporte e categoria

Skate vertical

Altura e peso

1,63 m, 57 kg

Horas de treino

3 a 4 horas por dia

Patrocinadores

Element, Nixon, Monstra Maçã, Bones, Pro-Tec, Naras e Osiris

Local onde treina

Santo André (SP)

Desde que idade/ano pratica o esporte

Desde 2000

Títulos

Campeã Europeia 2005, Bicampeã Mundial (2006 e 2008), Campeã X Games 2008 e Vice-campeã X Games 2009

Filme

Donnie Darko, de Richard Kelly

Livro

Qualquer um do J. D. Salinger

Prato

Arroz, feijão, ovo, salada e proteína e pudim

Cidade brasileira

São Paulo

Cidade estrangeira

San Diego

Estudos

Graduada em Rádio e TV e Design Gráfico

Se não fosse atleta...

Seria musicista ou artista

Ídolo na vida

Meus pais

Um sonho

Ter meu próprio skatepark

Única mulher a competir em campeonatos masculinos no Brasil e no exterior, Karen Jonz pratica skate vertical há dez anos e já deixou sua marca na modalidade: é considerada o maior nome feminino e já foi duas vezes campeã mundial.

Perfil.indd 50 09/11/10 13:51

Page 49: Revista Competir

Viagem 50 // Literatura 52 // Música 53 // Menu - Vinhos 54 // Menu - Cultura de mesa 55 // Fotografia 56 // Teatro 58 // Cinema 59 // Artes visuais 60 // Moda 63 // Sustentabilidade 64

Respiro-Capa.indd 1 09/11/10 19:20

Page 50: Revista Competir

respiro

quem imagina que La Paz seja somente a cidade de Evo Morales, a

que fecha seus dutos de gás e não permite a entrada da Petrobras, está engana-

do. A cidade pode ser considerada um universo interessantíssimo para quem vai

disposto a conhecer uma cultura completamente diferente.

No trânsito, sempre caótico, ônibus e vans lotados param para pegar passa-

geiro, não importa se em fila dupla, tripla, ou até mesmo quádrupla. Ponto de

ônibus é objeto raro. Táxis são carros identificados apenas com o luminoso no

teto. Taxímetro? Não existe. O preço da corrida deve ser combinado antes de

se entrar no veículo. Faixa de pedestres é uma sinalização em extinção; mes-

mo as que resistem ao tempo, quase apagadas no asfalto, não são respeitadas

e tampouco os veículos param gentilmente para que você chegue ao outro lado

da avenida. Para não ser atropelado, atravessa-se sempre pelo meio da rua,

junto com as outras tantas e tantas pessoas locais, que acham que essa con-

fusão toda é mais do que normal.

Com exceção da Zona Sur, o bairro de classe média alta de La Paz que lem-

bra, se tivermos muito boa vontade, a Vila Madalena paulistana, a capital da

Bolívia não é uma cidade nada bonita. Fica em um vale e é cercada por ca-

Viagem

imag

ens:

Arq

uiv

o p

esso

al

sas pobres da região de El Alto; para onde olha-

mos, vemos casebres como as nossas favelas.

Casinhas e mais casinhas de alvenaria subindo

a montanha em direção ao céu, que está bem

perto. Lembrem-se de que estamos a quase

4.500 m de altitude.

A feira é um universo paralelo. As frutas, verdu-

ras, legumes e carnes (isso mesmo, carne!) são

colocados dentro de uma bacia, algumas em

bancadas, outras no chão, ao lado de crianças

brincando, água suja descendo pelo meio fio,

cachorros vira-latas buscando uma boa refeição

e moscas. Muitas moscas. E as carnes, de porco,

vaca ou frango, são vendidas a quilo ou pedaços,

que os clientes pegam com suas próprias mãos.

Mas tudo ‘muito higiênico’: a mão está dentro dos

sacos plásticos que acondicionarão o alimento.

Produtos embalados existem somente em super-

Quem disse que o feio não pode ser interessante? texto Izabel Rocha

Respiro - Viagem.indd 50 09/11/10 19:30

Page 51: Revista Competir

mercados chiques. Para a maioria das pessoas,

a feira é o local mais fácil, barato e prático de se

comprar comida.

Mas nem tudo em La Paz tem esse ar, diga-

mos, trágico. A 70 km da cidade, pode-se

visitar as Ruínas de Tiwanaku e conhecer a

história de uma cultura pré-inca, com tradi-

ções e costumes avançadíssimos para a épo-

ca. Profundos conhecedores da astronomia e

da geografia que os cercava, a civilização pré-

colombiana de 2.300 anos desenvolveu toda

uma arquitetura baseada no nascer e pôr-do-

sol, nos solstícios e quinócios de verão, in-

verno, primavera e outono, nas estrelas e nas

constelações. A presença de um guia é mais

do que necessária para que se entenda toda a

complexidade arquitetônica. O museu recém

inaugurado, apesar de em fase final de obras,

é parada obrigatória; em meio à simplicidade e

aridez da região, um prédio de primeiro mun-

do surge com uma arquitetura deslumbrante.

Após caminhar pela história, a Vila de Tiwa-

naku merece uma visita com partida somente

no dia seguinte. O povo local adora os turistas

e os trata como pessoas da família. O convite

para se tomar Paceña é feito por todos os que estão na praça, que ficam

muito ofendidos se você não aceita um copo da cerveja feita com a água

dos Andes. É preciso cuidado apenas para não se embebedar – com a alti-

tude, o álcool pode causar estragos muito rapidamente.

Para os que gostam de mais aventuras e menos história, a opção é Chakal-

taya. A montanha está a 5.400 m de altitude e se pode subir a pé ou com

uma van, que ajuda muito aos despreparados. Com a altura elevada, o oxigê-

nio desaparece e o cansaço surge depois de apenas dois passos em direção

ao cume. Chakaltaya é a pista de esqui mais alta do mundo. Antigamente,

podia-se esquiar em qualquer época do ano, mas hoje, com o aquecimento

global, a prática do esporte é feita somente no verão, quando o ar está mais

úmido e a montanha coberta de gelo. De cima, a vista é deslumbrante e,

após se alcançar o pico, a natureza te presenteia com o esquecimento do

esforço feito para se chegar até lá.

Em seguida a Chakaltaya, há ainda o Valle de la Luna. Com uma geografia que

muda de ano em ano por conta dos ventos e da chuva, a região lembra o solo,

as crateras e o relevo lunar. Um passeio de 45 minutos é o suficiente para co-

nhecer esse parque de terra argilosa a 15 km da Zona Sur de La Paz.

Ainda na Bolívia pode-se viajar até o Lago Titicaca, Solar de Yuni e Santa Cruz

de la Sierra, a cidade mais desenvolvida do país. E o melhor, tudo muito barato.

Basta entrar no espírito aventureiro e estar disposto a conhecer um lugar pobre,

mas de cultura fascinante e povo gentilíssimo, que faz despertar e alimenta nos-

sa curiosidade social, econômica, artística e antropológica.

ou t u bro 2010 | 50 -51

Respiro - Viagem.indd 51 09/11/10 19:30

Page 52: Revista Competir

respiro

Bukowskitexto Kevin Kraus

Literatura

uas traduções do escritor norte-americano Charles Bukowski, muito

conhecido no Brasil por seus romances e contos, publicados principalmente nas dé-

cadas de 80 e 90. Sua poesia, pouco e mal traduzida aqui, vem sendo tratada a pão

de ló nos últimos 15 anos pelo autor desta página. O primeiro poema é do livro The

days run like wild horses over the hills, e o Segundo, de Mocking bird wish me luck.

muLher dormindome sento na cama à noite e escuto você

roncar

te conheci numa rodoviária

e agora eu me maravilho com tuas costas

branquelas e manchadas

de sardas de criança

enquanto a luz mergulha na indissolúvel

tristeza do mundo

que cobre teu sono

não vejo seus pés

mas imagino que sejam

os mais charmosos.

a quem você pertence?

você é real?

penso em flores, animais, pássaros

todos parecem mais que bom

e tão

reais.

então não adianta você ser uma

mulher. cada um de nós é escolhido pra ser

algo. aranha, cozinheiro.

o elefante. como se cada um fosse

um quadro pendurado nalguma

galeria.

- e agora a pintura se vira

mostra as costas, e pelo cotovelo virado

d

Kevin Kraus é professor e tradutor.

posso ver ½ boca, um olho e

quase um nariz.

o restante de você está escondida

fora da vista

mas sei que você é

contemporânea, uma obra viva

moderna

talvez não imortal

mas que

amamos.

por favor, continue

roncando.

rapidinhalevei minha amiga na sua última leitura de poesia,

disse ela.

sim, e daí? perguntei.

ela é jovem e bonita, disse.

e? perguntei.

ela te

odiou.

então ela se recostou no sofá

e tirou as

botas.

minhas pernas não são tão boas,

ela disse.

tá bom, pensei, minha poesia não é tão

boa; as pernas dela não são tão

boas.

empatados.

Respiro - Literatura.indd 52 09/11/10 02:29

Page 53: Revista Competir

esses versos da canção Na asa do vento (João do Vale/Luís Vieira)

decifram um verdadeiro enigma. Conhecer a trajetória desse compositor

maranhense faz a gente pensar que ele compunha como as aranhas tecem

suas teias. Sem ninguém nunca ter ensinado como e por quê. A canção Além

de Olinda, de José Eduardo Gramani, também diz o mesmo sobre as rendeiras

de Pernambuco: “Se alguém pergunta o porquê do se fazer, responde-se o

porquê de perguntar”. Taoísmo? Talvez. A verdade é que figuras como João

do Vale trazem de volta uma beleza perdida, uma brasilidade apagada nos

insossos ídolos fabricados que dominam o cenário musical de agora, pelo

menos o que a maioria dos brasileiros conhece pela insistente e irritante

exposição na mídia.

De origem humilde, negro e semianalfabeto (foi retirado da escola pra dar

lugar a um filho de um coletor recém nomeado pra cidade), mal sabia escrever

seus versos, de uma qualidade poética que o alçou para um patamar onde

estão eternizados todos os gênios da música brasileira. Mas estamos falando

de um ex-vendedor de pirulito, ajudante de caminhão e servente de pedreiro.

E foi nessa condição que ele chegou ao Rio de Janeiro aos 17 anos e fugido

de casa, para trabalhar em uma obra em Ipanema, onde também dormia. E

era assim, todo sujo do barro e da massa de cimento, que ele frequentava

a Rádio Tupi depois do expediente, na esperança de mostrar seus baiões,

sua especialidade, para os cantores da época. A evidente qualidade de suas

músicas não foi ignorada, e João teve composições gravadas por cantores

como Marlene, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jackson do

Pandeiro, Tim Maia, Cássia Eller, Dolores Duran, Maria Bethânia e por aí vai.

Aliás, essa última foi revelada no espetáculo Opinião, que João estrelava ao

Música

lado de Zé Keti e Nara Leão, a qual Bethânia

viera a substituir. O Opinião era de forte

conteúdo político e estreava junto com o regime

do AI 5. A canção Carcará se tornaria um dos

maiores sucessos de João do Vale.

Foi uma das figuras mais controvertidas,

genialmente simples e dono de uma

musicalidade autêntica e sincera, apesar

de não tocar nenhum instrumento. Autor de

grandes sucessos que a maioria dos brasileiros

sequer sabe lhe atribuir a autoria. Carismático,

encantador no palco e um cidadão dos mais

comuns na vida, mas protagonista de histórias

incríveis que renderiam um belo filme. Esse

é mais um talento de que o Brasil precisa

aprender a se orgulhar. Como a aranha deve se

orgulhar por tecer sua teia.

Zé Helder é músico.

s e t e m bro 2010 | 52 -53

João do Vale(Pedreiras – MA, 1934 – 1996)“A aranha tece puxando o fio da teiaA ciência da abelha, da aranha e a minhaMuita gente desconhece”texto Zé Helder

Respiro - Musica.indd 53 09/11/10 02:42

Page 54: Revista Competir

p

O pequeno príncipe do vinho

dar mil ordens, mas apenas que podem ser

cumpridas, nos lembra que “é preciso exigir de

cada um o que cada um pode dar”. Assim, é

preciso buscar em cada terroir e em cada vinho

o que ele pode dar. Não adianta tentar produzir

no Brasil um Cabernet chileno, nem buscar

complexidade em um Beaujolais.

 

A ligação entre a obra e o vinho já se materializou

em ao menos um rótulo. O “Pi Cít” (“Pequeno

Príncipe” em dialeto piemontês) hoje é raridade,

de produção pequena, esteve representado no

Brasil pela World Wine até 2007. Tive sorte de

conseguir uma garrafa: Cabernet Sauvignon

(60%) e Nebbiolo. Rubi muito escuro. Aroma

intenso de cassis, menta, tostados, especiarias.

Encorpado, taninos finos, boa acidez, 14,5% de

álcool, longo e macio. Bom amálgama das duas

cepas, com personalidade. Nota: 90 pontos. 

 

Antoine de Saint-Exupéry e Baco nos mandam

mensagens semelhantes e universais:

autoconhecimento, partilhar, amar o próximo e

simplesmente ser feliz.

Marcelo Copello - [email protected] – é editor

do site Mar de Vinhos.

ublicado em 1943, O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-

Exupéry, é muito mais que um livro infantil. O teor poético e filosófico da obra

conquistou adeptos de todas as idades. Com cerca de 500 edições, é o livro

francês mais vendido no mundo (mais de 80 milhões de exemplares) e um dos

mais traduzidos da história (180 línguas).

 

A obra é sucinta (pouco mais de 90 páginas), mas contém entrelinhas que

mereceram análises sob a ótica de diversas áreas do conhecimento. Por que

então não enxergá-las através de uma taça de vinho?

 

A história começa com um aviador contado do seu primeiro desenho quando

criança: uma jibóia digerindo um elefante. Ao mostrar o desenho para os

adultos, foi incompreendido. Pois essas pessoas provavelmente veriam no vinho

apenas uma bebida alcoólica ou um mero suco de uva fermentado.

 

Já adulto, o aviador conhece o principezinho, que pede a ele que desenhe

um cordeiro, e só fica satisfeito quando, após muitos cordeiros rabiscados, o

desenho mostra apenas uma caixa. A mensagem aqui é “abstração”, a essência

da arte e também da degustação de vinhos, sem a qual jamais poderíamos

reconhecer aromas de frutas ou flores que nunca estiveram dentro da garrafa.

Como a caixa guarda um cordeiro imaginário, que será como cada um quiser, o

vinho é apenas um líquido dentro de uma garrafa. A emoção e a cultura estão

em cada um de nós.

Ao mesmo tempo em que regras inquestionáveis fazem mal ao vinho, os rituais

o valorizam. Como bem lembrou a raposa, outra personagem. “É preciso ritos”

diz ela. “Que é um rito?”, pergunta o príncipe. “É o que faz com que um dia seja

diferente dos outros”.

 

Até mesmo o respeito ao terroir o livro nos ensina. A personagem do rei, ao

respiro

Menu - Vinhos

texto Marcelo copello

Respiro - vinhos.indd 62 09/11/10 00:57

Page 55: Revista Competir

ependendo da interlocução, a comparação entre São Paulo e

Nova York chega a ser óbvia e até petulante, em muitos aspectos. Pra mim,

os fatores que justificam essa aproximação de cidades-irmãs são tão somente

três – todos ligados à sobrevivência de quem vive nelas: a arquitetura que faz as

cidades inventarem-se entre enormes arranha-céus de concreto e vidro e casas

bucólicas, a capacidade criativa de seus moradores e, por fim, a diversidade

gastronômica disponível para arriscar-se por infindáveis almoços e jantares.

De resto quase tudo é mito; ou mimetização. Uma, por vezes, torna-se camaleoa

da outra, deixando correr pelas mãos o que mais tem de interessante somente

para se parecer com sua parceira. Quando o assunto é mesa, a tradição

gastronômica e a inventividade são deixadas de lado para se fazer, em cópia

grotesca, o que a outra faz.

Bebendo nas imagens da televisão e do cinema, as ondas de cupcakes e

cosmopolitans inundaram São Paulo graças às mulheres: Sarah Jessica Parker

tem sido mais responsável pela erotização feminina que Marilyn Monroe.

Iniciou as paulistanas no sexo verbal, no suco de cranberry e nos bolinhos

coloridos com cobertura.

A falta de originalidade começa aqui. Não há nada mais prosaico que um bolo.

E isso fazemos bem, desde sempre: úmidos e saborosos. Em casa ou em

padarias simples. Bolo de laranja ou fubá são clássicos do interior paulista ou

mineiro, por exemplo.

Os cupcakes que por aqui baixaram, pós-Sex and the City, são, sem sua

maioria, muito secos, com excesso de açúcar e glacê, e caros. Paga-se

por belas e criativas embalagens. Já o cosmopolitan, por ser bem difícil de

ser feito, vem na maioria das vezes enjoativo, de tão doce – mesmo com o

propósito de ser seco.

Pesquisando bem é possível curtir boas receitas: o Dry (R. Pe. João Manuel,

Mímica gastronômicatexto AlexAndre le Voci SAyAd

Menu - Cultura de mesa

ou t u bro 2010 | 54 -55

d

Alexandre Le Voci Sayad é educador, jornalista e um

aventureiro na cozinha.

700) oferece o drink na medida certa; o

melhor cupcake que já experimentei é o da

Wondercake – tente o simples, de chocolate

(R. Augusta, 2542).

Mas, definitivamente são receitas que

pouco absorveram a cultura local; vieram

encaixotadas e feitas para durar pouco

– e fazer dinheiro rápido. A próxima

tendência? Resta aguardarmos as cenas

dos próximos seriados.

Respiro - Cultura de mesa.indd 55 09/11/10 02:27

Page 56: Revista Competir

respiro

Às vezes, somente às vezes... O ofício!

Fotografia

Respiro - Fotografia.indd 56 09/11/10 14:01

Page 57: Revista Competir

ou t u bro 2010 | 56 -57

pÀs vezes, somente às vezes... O ofício!

ara sua reflexão – a minha, faço todos os dias.

Acordamos – quase todos nós – diariamente com um objetivo: o de sermos

produtivos e eficientes em nosso trabalho. É um bom objetivo. É o melhor?

Alguns chegam a um momento no qual este gol não é suficiente. Aliás, de

vez em quando, você não se vê com aquela sensação de que tudo está

bem, a família, o trabalho, as finanças, mas... Hummm... Mesmo assim, o

peito aperta?

Na minha experiência, descobri que entre vários motivos (e percebam que

para cada pessoa o grau de importância é diferenciado, o que faz sentido),

os que mais provocam esse “hummm” são a falta do exercício puro de nosso

ofício (no sentido literal da palavra) ou, pelo menos, a combinação deste com

nosso trabalho e o direito ao ócio, como descreveu Paul Lafargue, genro de

Karl Marx, em seu ensaio O Direito à Preguiça.

Em meus 26 anos de trabalho como fotógrafo dedicado à fotografia de publi-

cidade, poucas vezes consegui qualquer satisfazer uma sequer dessas duas

necessidades que geravam em mim aquele “hummm”... No discurso de Tom

Hanks, em Philadelphia, quando de sua pendenga contra o escritório que o

demitiu por ter desenvolvido AIDS, ele afirma: “Às vezes, nem sempre, mas

texto e fotos Marcio “Teriya” rebelo

Marcio “Teriya” Rebelo foi fotógrafo de publicidade por 26 anos, presidente da

ABRAFOTO (Associação Brasileira dos Fotógrafos de Publicidade) e membro da Comissão de Fotografia da Secretaria Estadual da Cultura. Hoje, dedicado a traba-

lhos mais autorais, sua obra une fotografia, cinema, música, artes plásticas e literatura.

às vezes me sinto exultante em a justiça ser fei-

ta e não em a lei ser aplicada”. Aí está o verda-

deiro caminho entre o “hummm” e o “aahh”...

Neste texto falo, a contragosto, de mim... Mos-

tro algumas das únicas e pouquíssimas ima-

gens que me permitiram, em 26 anos, unir meu

trabalho ao meu ofício. Ao término de sua pro-

dução, troquei o “hummm” pelo “aahh”...

Não se desesperem: realmente, pouquíssimas

vezes ou até nunca conseguiremos isso. O

mundo coorporativo e competitivo de hoje sim-

plesmente nos arrancou essa parte importante

de nossa coragem. E assim será.

Posso falar novamente por mim: larguei tudo

que me causava “hummm” para tentar viver

a vida com o “aahh”. Não é fácil e talvez nem

consiga. Poderia ser menos prolixo, mas com

escreveu Pascal a um amigo, “Queria escrever

menos, mas não tive tempo.”!

Respiro - Fotografia.indd 57 09/11/10 14:01

Page 58: Revista Competir

respiro

ação dramática é um dos conceitos básicos que estudantes de

teatro – e alguns atores – mais têm dificuldade de compreender. Ao contrário do

que parece, não está diretamente ligada a um deslocamento físico, como seria

lógico no nosso cotidiano, mas ao cumprimento de um objetivo. Essa ideia está

associada a uma transformação psicológica ou moral de uma personagem em

cena, segundo o estudo do professor Patrice Pavis, da Université Paris VIII.

Explicando, a ação dramática tira a personagem de um estado cotidiano

ou de repouso para iniciar o cumprimento do objetivo em cena, que marca

um acontecimento. Nenhum ator sobe ao palco sem um objetivo na história

contada. Ele pode ter importância secundária – ou de apoio –, como é

o caso dos coadjuvantes, ou ter um papel fundamental na história, o de

protagonista, onde suas ações são fundamentais para o cumprimento do

acontecimento principal da peça.

Um texto dramático é inteiro costurado por ações, que estão associadas a

acontecimentos. São eles que definem o tempo-ritmo de um espetáculo teatral

e seu interesse. Quando um espectador na plateia acha que “nada acontece

nessa história”, pode ter certeza de que a montagem está com problemas de

identificação da ação dramática, objetivos e acontecimentos.

Desde o autor, passando pelo diretor e pelo ator, todos são responsáveis

a

Teatro

pela ação dramática no teatro. Quem escreve

um texto deve saber distribuir de forma

interessante as ações e acontecimentos para

que a dramaturgia se torne interessante. O

diretor deve ter habilidade para identificá-las

e aplicá-las da forma mais atraente possível. E

o ator, ao compreendê-las, consegue executar

sua personagem de maneira que prenda a

atenção do público.

Portanto, a ação dramática é fundamental para

identificarmos um bom espetáculo. Aquele que

cria o suspense antes de um acontecimento

trabalha com o contraste de tempo-ritmo e

torna uma história, por mais simples que seja,

interessante de se assistir. A novela, por exemplo,

costuma encerrar seu episódio no meio de uma

ação dramática ou de um acontecimento. É isso

que desperta no telespectador a vontade de

assistir ao próximo capítulo.

Paulo Bueno é jornalista, ator e locutor.

A ação dramática e o acontecimento

texto Paulo Bueno

Respiro - Teatro.indd 58 09/11/10 18:30

Page 59: Revista Competir

avid Llewelyn Wark Griffith é um dos mais conturbados diretores de

cinema da América do Norte. Nasceu em Kentucky em 1875, filho de um herói

confederado, que perdeu toda a fortuna na guerra civil em defesa dos ideais sulistas.

Sonhava em ser dramaturgo e, para sobreviver, alternou diversos trabalhos com

o de ator e escritor. Somente uma de suas peças, Fool and a Girl, foi encenada

e, por questões financeiras, aceitou atuar no filme Rescue from the Eagles Nest,

da Biograph Company (uma das primeiras empresas de produção e distribuição

de filmes dos Estados Unidos).

Em 1908, depois do afastamento de um dos diretores da Biograph, Griffth

é chamado para realizar o primeiro dos mais de 400 filmes que dirigiu pela

empresa. The Adventures of Dolie marcou o nascimento do diretor que, a cada

trabalho, reformulava a forma de se fazer cinema no mundo.

Em parceria com o câmera G. W. “Billy” Bitzer, aprimorou e criou formas

narrativas usadas ainda hoje: a montagem paralela – quando duas ou mais

ações separadas acontecem terminando em um desfecho comum –, o close up

(a tela inteira ocupada pelo rosto do ator), as vistas panorâmicas, o uso mais

consciente da iluminação, o flash back e as locações externas para fugir dos

cenários. Tudo com o objetivo de criar a tensão necessária para que a trama se

desenvolvesse e prendesse o espectador à ação do filme.

A mudança na performance do ator foi outra grande contribuição de Griffith.

A atuação voltada para a câmera e não para a plateia. Por isso, o diretor

escolhia atores com pouca ou nenhuma experiência em teatro, garantindo um

desempenho sem os vícios do palco. Estava criado o star system: a empatia pela

figura do ator, uma ferramenta para prender o público aos filmes. A importância

do elenco cresceu, os cachês aumentaram e vieram os contratos milionários

com as produtoras. Os mitos estavam nascendo.

d

Cinema

Sylvio do Amaral Rocha é diretor da Confraria Produções e

professor de cinema.

ou t u bro 2010 | 58 -59

O cinema madurotexto Sylvio do AmArAl rochA

O diretor que filmou na pequena vila de

Hollywood se afastaria da Biograph para realizar

seu filme mais importante e mais controverso.

O Nascimento de uma Nação, de 1915, seu

segundo longa metragem, prende o expectador

do início ao fim com cenas excitantes e

envolventes, mostrando as batalhas de uma

forma nunca antes vista. O filme se passa na

Guerra das Confederações e é recheado com os

ideais sulistas, evidenciando a herança paterna.

O enaltecimento da Klu Klux Klan fez com que o

filme fosse rotulado de racista e provocasse uma

grande discussão social nos Estados Unidos.

A película revelou outra grande descoberta de

Griffith: o poder que o cinema tem de formar

opiniões e causar mudanças sociais.

O lugar de Griffith estava garantido na história da

Sétima Arte.

foto

: Rep

rod

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O nascer do sol de Claude Monet

texto Izabel Rocha

Artes Visuais

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Impression Soleil Levant, 1873 | Óleo sobre tela - 48 x 63 cm. Coleção Museu Marmottan, Paris

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a Alta Normandia de 1872, na França, quando o sol começava a

nascer no horizonte, era o momento em que o impressionista Claude Monet virava

o seu cavalete para o leste e pintava os primeiros raios que iluminavam o dia.

Considerado por muitos como o pai do impressionismo, suas ideias levaram a

dinâmica pretendida às imagens parcialmente abstratas e uniram um grupo de

pintores composto por diferentes artistas.

Durante a alvorada de algumas das manhãs deste ano de 72, Monet abria sua

janela de hotel com vista para o Porto de Le Havre e pintava a pequena tela

de 48 x 63 cm. Entre a névoa, pincelou com óleo a imagem do estaleiro, dos

barcos, das chaminés da cidade e do nascer do sol. Ao quadro, daria o nome de

Impression, soleil levant.

Mais tarde, explicaria o tema: “Paisagem não é nada além de uma impressão, e uma impressão instantânea. Eu tinha enviado uma coisa feita em Le Havre pintada pela minha janela, o sol na neblina e alguns mastros de barcos apontando para cima no primeiro plano. Eles me pediram por um título para o catálogo, e, realmente, a tela não passava de uma visão de Le Havre. Então eu disse: coloque Impressão”.

Inspirado pelo título da obra exposta em 1874 na Sociedade dos Pintores,

Escultores e Gravadores, salão que mais tarde se chamaria dos Independentes,

o jornalista Louis Leroy escreveu um (agora) famoso artigo no jornal Le Charivari

no qual usou o termo “impressionismo”. Apesar de o crítico ter usado o termo

deliberadamente, o grupo decidiu adotá-lo como nome do movimento.

A arte impressionista preocupa-se com a luz e a cor no exato momento da

captura da imagem. Monet, sobretudo, se interessava em fornecer os efeitos

da luz sobre os diferentes objetos pintados. Associadas à síntese das formas e

pinceladas de toque rápido e espontâneo, a luz é sua principal referência.

A novidade nesta tela consiste na concepção abstrata da paisagem, mas em

cuja representação resta, no entanto, ainda algo de figurativo: algumas rápidas

pinceladas bastaram para devolver à imagem do porto a atmosfera brumosa do

amanhecer. Percebemos que seu objetivo não foi criar uma paisagem precisa,

mas sim o registro das impressões formadas enquanto olhava para o horizonte.

As cores cinza azulada e laranja surgem ao fundo, fazendo nascer das

brumas o porto de Le Havre. A luz do sol saliente, que aparece no horizonte

em forma de bola de fogo, se reflete na água encantando a prosaica

atmosfera do porto. Os espectadores desse cenário são as silhuetas dos

barcos escuros que se destacam do fundo em contraluz. No quadro, a

impressão de distância espacial emana, essencialmente, da fileira diagonal

de pequenos barcos, que atraem o olhar até o centro da tela. O tratamento

dos objetos, reduzidos a umas quantas pinceladas, é incrivelmente livre.

Os detalhes parecem como que fora do lugar. Trata-se da impressão de

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conjunto. A cor foi aplicada tão escassamente

em algumas áreas que se deixa ver o fundo

da tela; somente o reflexo da luz vermelha

alaranjada se eleva pastosa sobre o quadro.

O caráter superficial e o livre tratamento dos

objetos de formas diluídas, o colorido forte e

claro, assim como a renúncia do claro escuro

tradicional, foram o ponto de arranque da

crítica. E Monet chamou a atenção para suas

telas pequenas, suas paisagens, sua luz e sua

pintura ao ar livre. Ele foi essencialmente um

pintor de paisagens, apesar de ter realizado

cenas de interior e de exterior com figuras.

Suas buscas estavam sempre voltadas para

a luz, a transparência da água e a atmosfera,

características essas que constituem o fio

condutor de seu trabalho.

Pintor prolífico, ao longo de sua carreira não

cessou nunca de por em prática as teorias

impressionistas; suas telas marcariam não

somente as pinturas de uma época, mas de toda

uma geração futura.

Izabel Rocha é historiadora de arte, professora e produtora

cultural.

Claude Monet, 1901

Fotografia de Gaspar Félix Nadar

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oda e música são formas de expressar arte, que andam

ligadas há bastante tempo. Um exemplo desta união é o hip hop e as roupas

inspiradas nesta cultura pop. No fim dos anos 1960, os subúrbios de Nova York

(o Bronx, em especial) eram habitados principalmente por negros e latinos.

Mais do que hoje, aquelas áreas eram verdadeiros guetos e enfrentavam

inúmeros problemas de ordem social como a pobreza, a violência, o racismo,

o tráfico de drogas, a carência de infraestrutura e de educação, entre outros.

A rua era o único lugar que os jovens tinham como espaço de lazer – mesmo

que também fosse o ambiente de gangues. E estas se confrontavam constante

e violentamente pelo domínio territorial, com regras próprias impostas a seus

membros e a quem estivesse de fora.

Nesse cenário, nasceram diferentes manifestações artísticas, com formas

próprias de se fazer música, dança, poesia e pintura – entre as quais, o

hip hop. Quase 20 anos depois de seu surgimento, este ritmo musical

transcendeu as festas de rua e clubes nova-iorquinos e se tornou uma força

cultural mundial, influenciando inclusive a moda. Por se tratar de uma cultura

essencialmente musical, o conforto das roupas foi um dos primeiros elementos

em consideração. A palavra de ordem é oversize: calças baggy, camisetões,

moletons, casacos e jaquetas imensas. Nos acessórios, óculos também

gigantes, bonés, toucas de meia e joias, muitas joias – inclusive para os homens.

Tudo em cores vivas, chamativas.

Designers independentes vestiam a comunidade hip hop por meio de pequenas lojas

locais. A maioria destes jovens designers tende a ser mais antenada com a cultura

hip hop por ter mais contato com a rua e, além desenhar suas criações, também as

costura. E, uma vez que as peças se tornam populares, fica muito mais fácil montar a

própria marca ou trabalhar para uma marca já consolidada no mercado.

Esta moda se tornou tão forte que hoje pode ser subdividida em duas categorias.

Uma, conhecida como Gangsta Style (ou estilo gângster), predomina na costa

oeste dos Estados Unidos e suas características são as calças baggy, camisetas

extra-large, bandanas e tatuagens. Entre seus seguidores ou lançadores de

tendências, estão Dr. Dre, 50 Cent, Eminem e os Beastie Boys. A outra – com

Moda

Ana Lúcia Severo é jornalista com especialização em

Marketing, Merchandising e Mídia de Moda, pela Esmod de

Paris. Foi responsável pela Coluna de Moda Masculina no

site Meninas da Moda e colabora com o Modalogia.

Moda que veio das ruastexto AnA LúciA Severo

m

estilo influenciado pelos gângsteres das décadas

de 30 e 40, e pelos mafiosos – prevalece do outro

lado do país, na costa leste. Chapéus de boliche,

paletós com abotoamento duplo, camisas de

seda e sapatos em couro de crocodilo são suas

máximas. Entre seus adeptos, Jay-Z (dono da

marca Rocawear) e Sean “Puff Daddy” Combs

(da Sean John). Estes, aliás, levaram essa moda

para o centro dos holofotes, juntamente com

marcas como a FUBU, Ecko e G-Unit.

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Planeta, pessoas e economia: o que vem primeiro?

discussão sobre sustentabilidade está a todo vapor, em função das

descobertas das ciências da Terra sobre o funcionamento dos ecossistemas e nossa

dependência e vulnerabilidade em relação a eles. Não dá mais para ignorar que

nossos corações só batem porque há um ser vivo na Terra que armazena luz do sol,

que nossos pulmões se enchem de oxigênio porque há um ser vivo no oceano que

produz um excedente, que a comida chega a nossos pratos através das abelhas,

e por aí vai. Todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos, declaram os

cientistas. Charles Darwin escreveu que nada diferencia o ser humano dos demais

animais, mas temos a capacidade de separar as causas das consequências.

Possuímos o nosso “exossomatismo”, que torna o impacto das populações sobre os

ecossistemas muito maior. Um urso vem à Terra e vive só com seu próprio corpo,

nós vivemos com carro, casas, celulares, hotéis, barcos: um monte de trecos.

Todos os seres vivos mantêm uma comunhão em prol da vida; sem ela, toda

a teia desmorona e todos desaparecerão. Do ponto de vista da biologia,

somos um. Os ecossistemas e sua biodiversidade não estão aí só para

serem transformados em atividades agrícolas ou econômicas; existem como

reguladores químicos do solo, do ar e da água e, sem eles, a Terra seria uma

tocha incandescente. Toda espécie que não for capaz de compartilhar o

ecossistema com outras espécies está fadada a desaparecer.

Os ecossistemas, se forem consumidos além dos limites que garantem a

sustentação de toda a vida na Terra, deixarão de funcionar. Infelizmente, o ser

humano no seu sistema de consumo e produção, que precisa ser refeito, destrói

os ecossistemas a ponto de termos produzido a maior extinção da vida na Terra

dos últimos 65 milhões de anos. E é muita ingenuidade achar que essa extinção

jamais irá se voltar contra os causadores.

O planeta é muito maior que a economia e as pessoas são muito maiores que a

atexto Hugo Penteado

Sustentabilidade

economia. Na verdade, a economia depende do

planeta e das pessoas, e não o contrário. Temos só

um planeta para obter paz entre os povos, equilíbrio

e para poder compartilhá-lo com os demais

ocupantes, ao invés de destruí-los, processo que

acabará destruindo a nós mesmos. A economia do

descarte e do desperdício ligada a uma montanha

de mitos injustificáveis é também uma grande

barreira à sustentabilidade e, nesse modelo mental,

quando há fome, dizemos que falta produção de

alimentos, e não que há desperdício.

A sustentabilidade é uma mudança profunda,

interna, voltada para novas atitudes e para novos

atores no cenário econômico, social e político.

A boa notícia é que depende de muito pouco:

depende da vontade de cada um de nós. E quanto

mais esse grupo aumentar, mais o impacto do

nosso pensamento fará diferença. Lembre que

tudo que existe à nossa volta esteve um dia na

mente de alguém. Vamos começar a pensar em

como ter um mundo limpo, com pessoas felizes

e em equilíbrio, sem pressões desnecessárias e

onde as relações entre nós e com o planeta sejam

de respeito e humildade. Só assim podemos

caminhar em direção ao nosso futuro comum.

Hugo Penteado é ecoeconomista.

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